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O glorioso retorno de quem nunca esteve aqui

Primeiro álbum oficial de Emicida ganhou as ruas em agosto de 2013 em um formato inovador

Primeiro álbum oficial de Emicida, “O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui”, que ganhou as ruas em agosto de 2013, em um formato inovador, que nos permite “ver” como ele nasceu.

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“O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui” está disponível para streaming no YouTube. O vídeo traz as mesmas 14 faixas do primeiro álbum oficial de Emicida. A primeira é “Milionário do Sonho”, um poema da atriz Elisa Lucinda, recitado por ela com o músico, que costura todo o trabalho, entre uma canção e outra. Depois vem “Levanta e Anda”, com Rael, parceiro de Emicida desde a primeira mixtape.

“Zóião”, o primeiro single do disco, vem na sequência. O registro emocionante da gravação de “Crisântemo” é um dos pontos altos do vídeo e traz Dona Jacira, mãe de Emicida, recitando um trecho da letra em que ela e o filho relatam a morte do pai dele. A canção foi a primeira do novo trabalho a ganhar clipe.

“Sol de Giz de Cera” mostra Tulipa Ruiz e Estela, filha do músico, no estúdio. “Hoje Cedo” tem participação e Pitty, e “Trepadeira”, Wilson das Neves.

“Bang!” é seguida por “Gueto”, com MC Guime. “Hino Vira Lata” tem a participação dos músicos do Quinteto em Branco e Preto.

A romântica “Alma Gêmea” tem os vocais de Rafa Kabelo, e as belas vozes de Juçara Marçal e Fabiana Cozza abrilhantam “Samba do Fim do Mundo”. “Ubuntu Fristaili”, com vários convidados do álbum cantando o refrão, encerra o documentário.

As imagens foram captadas por Filipe Borba e Ênio César. A edição é foi feita por Filipe Borba. A finalização de cor ficou a cargo de Pepe Chevs (Bufalo Filmes). E a produção musical é de Felipe Vassão.

Sucesso de público, com shows lotados por todo o Brasil desde o lançamento, o novo álbum agradou também à crítica. “O Glorioso” marcou presença nos primeiros lugares das principais listas de melhores discos de 2013, sendo inclusive escolhido o disco do ano pela revista Rolling Stone. No mesmo ano Emicida faturou ainda o prêmio de intérprete pela Associação Paulista de Críticos de Arte. O show do novo trabalho foi escolhido o melhor do ano em eleição do Guia da Folha.

Em agosto de 2014, celebrando um ano da trajetória de sucesso disco, Emicida colocou na rua o documentário #GRQNEATour, com bastidores da turnê, e dois remixes, de “Noiz” e “Gueto”, feitos por Nave e Skeeter.

Emicida sobre o disco:“O que faz o caminho são os passos. Desde a primeira aventura neste mundo essa máxima norteava nossos caminhos. Veio um single, depois uma mixtape, duas… a cada lançamento um novo aprendizado. Conseguimos.”

Depois de duas bem-sucedidas mixtapes e dois também bem-sucedidos EPs, era o momento de realizar o sonho inicial: gravar o primeiro álbum. Mas como conseguir fazer algo diferente quando já se construiu uma trajetória como a nossa?

A resposta, talvez, esteja na oportunidade de criar baseado 100% na poesia, direcionar a produção com as rimas, construir passagem por passagem para chegar a um resultado ideal em conjunto, coisa que muitas vezes não havia sido possível, pela forma amadora como fizemos os trabalhos anteriores.

O critério sempre foi: “Vamos fazer um álbum de música brasileira contemporânea em que o sentido será dado pela música falada, o rap”. Para tal convidamos alguns artistas que nos encantam, como Rael, Pitty, Ogi, Fabiana Cozza, Romero Brito, Vasconcelos Pacheco, Grilo Moraes, Felipe Caique, Gundogan da Cruz, Rafa Moscado, Anderson Guimarão, Roberto Carlos, Lil Gabi, Platipus Romeu, Ptolomeu Honda, Moçambique Azevedo Juçara Marçal, Wilson das Neves, Dona Jacira, Quinteto em Branco e Preto, Rafa Kabelo, Tulipa Ruiz, MC Guime, entre outros, nas faixas produzidas por Felipe Vassão.

Já sei que muitos vão perguntar a razão deste título: eu o considero um retorno, por termos circulado por tantos locais sem um disco oficial, e ao mesmo tempo uma primeira vez, por ver tudo se redefinir a cada vez que se coloca um novo projeto na rua. Enfim, nasceu a criança.

Acredito que música, quando você tem que explicar muito, é porque foi feita de forma errada. É melhor que as pessoas deem “play” e sintam. Tá aí o álbum oficial.

Emicida

A rua é nóiz.

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