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SOU CUIDADO
Psicóloga Daniele Nazari explica o burnout
Psicóloga Daniele Nazari, que faz parte da rede de profissionais do Zenklub, uma plataforma focada em desenvolvimento pessoal e bem-estar emocional com atendimentos online
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por: CASSIE STEER fotografias: SIDNEY SIMS
Devido ao grande número de perguntas e mensagens que recebemos, pedimos à Daniele, para esclarecer alguns pontos sobre os assuntos conversados, todos relacionados a burnout no ambiente de trabalho.
Você pode definir o que é burnout? Quanto tempo dura e como é o tratamento? Muitas pessoas não sabem o que é.
Burnout caracteriza-se pela falta absoluta de energia e de desmotivação provocada por condições físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. A principal causa da doença é o excesso de trabalho e pressão do ambiente profissional, ou qualquer atividade que tenha um domínio excessivo na vida do indivíduo.
O que percebemos de sintomas físicos mais comuns: dores de cabeça constante, dores no corpo, alergias na pele, problemas gastrointestinais, falta de ar, distúrbio de sono, perda da libido, falta de energia, perda de atividade física.
Alguns sintomas psicológicos que geralmente são os motivos que fazem as pessoas buscarem atendimento no consultório: ansiedade, depressão, mudanças bruscas de humor, insegurança, medo de perder o trabalho, sensação de não ser bom o suficiente, lapsos de memória e baixa autoestima.
O burnout não tem um tempo exato de duração e nem tempo para tratamento, vai depender dos ajustes que serão necessários na vida da pessoa, quais tratamentos de saúde física e emocional serão necessários, e principalmente, como resolver o contexto que provocou este adoecimento.
Como conseguimos diferenciar a crise de ansiedade com um episódio de burnout?
As crises de ansiedade podem ocorrer dentro de um burnout, mas não o contrário. O burnout seria o adoecimento provocado pelo contexto do indivíduo em que as crises de ansiedade podem aparecer como sintoma.
Com as transformações no ambiente de trabalho, atualmente existe uma linha fina que separa um feedback negativo de uma bronca, mas ainda assim às vezes os dois se confundem, abrindo espaço para as questões de assédio moral. Como você percebe isso?
Entendemos que um feedback negativo está relacionado com as atividades desempenhadas no trabalho. Já dar bronca ou humilhar são termos que caracterizam uma conotação pessoal, o que começa a entrar num ponto super delicado em que já podem ter termos legais envolvidos.
Os jovens de hoje em dia caracterizam uma geração mais dispersa, com dificuldades de concentração? Acha que é uma geração que não está acostumada sofrer pressão?
Percebemos que é uma geração muito acelerada, há uma cobrança de desenvolvimento muito forte im-
pregnada na sociedade, e isso faz com que as pessoas sintam que estão atrasadas para as suas realizações profissionais, mesmo sendo jovens. Com isso, também se cria uma geração que busca resoluções rápidas e a sensação de prazer imediata conforme a ação acontece.
Há uma energia muito forte dos jovens pela busca de liberdade e qualidade de vida, mas dentro desse contexto há sempre desafios e uma série de esforços pessoais para alcançar o que almejam. Com isso, o nível de frustração pessoal dessa geração também se torna muito alto, essa fragilidade de dois extremos provoca um adoecimento severo, por não suportarem essas oscilações que o mercado de trabalho e as relações profissionais podem provocar.