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COLUNA
“SEX AND THE CITY” E OS SEX TOYS
Foi por meio da série que muita gente conheceu pequenas maravilhas como o rabbit e a magic wand
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por: CLARIANA LEAL ilustração: SAMANTHA MASH
Já vou começar essa coluna fazendo uma confissão: eu nunca tinha assistido Sex and the City até começar a escrever aqui na SOU. Não sei muito bem o que aconteceu que me fez demorar todos esses anos para apertar o “play”, mas depois da quantidade de comparações que recebi das minhas amigas por estar escrevendo sobre um assunto tão gostoso quanto sexo.
Claro, muitas das séries mais queridinhas do planeta envelheceram um pouco mal. Me faz retorcer de mal estar quando a revejo e me deparo com o tamanho da gordofobia, homofobia, machismo e outras coisas seríssimas em forma de piada. Sabemos que muitas falas “engraçadinhas” existentes nessas séries não estariam mais presentes se fossem escritas hoje, e que bom. Sinal de evolução, não é mesmo? Mas agora focando nas partes boas, e que consequente fazem parte desse sucesso todo, é inegável ver como muitos temas importantes foram tratados de maneiras icônicas e inovadoras para a época.
Ver ali naquela tela quatro mulheres tomando as rédeas da sua própria narrativa sexual (todas dentro de um recorte totalmente privilegiado, importante frisar), certamente foi empoderador pra muitas que se viram representadas nessa jornada. Assistindo a série, consegui perceber dois momentos que foram cruciais para mudar de uma vez por todas o rumo dos vibradores e a nossa forma de se relacionar com eles: O RABBIT Temporada 1, episódio 9, The Turtle and The Hare
Foi nesse episódio que o mundo dos sex toys se abriu, diante da descoberta de um vibrador que era colorido, divertido e que estimulava o clitóris e o ponto G ao mesmo tempo. Todas se rendem ao encanto do Rabbit, principalmente Charlotte, que resolve não sair de casa por nada, só pra curtir melhor a companhia do seu novo amor. Mesmo tendo sido inventado 15 anos antes pela marca Vibratex, foi nesse exato momento nas mãos de Carrie, que o Rabbit se tornou famosíssimo e um dos itens mais procurados entre as mulheres. Logo após, várias marcas de vibradores começaram a produzir modelos similares ao Jack Rabbit da série e milhões de unidades foram vendidas entre os EUA e Reino Unido, tudo em apenas 12 meses após o episódio ter ido ao ar. Até hoje ele permanece no seu posto de best-seller, mesmo já tendo passado por várias reformulações de design.
A MAGIC WAND Temporada 4, episódio 8, My Motherboard, My Self Temporada 5, episódio 6, Critical Condition
A magic wand é, sem sombra de dúvidas, o meu vibrador preferido nesse mundo, e isso eu não escondo de ninguém. A história dele começou em 1968 que a empresa japonesa de eletrônicos Hitachi registrou a marca magic wand como seu novo massageador muscular. Nos anos 70, algumas mulheres tiveram a oportunidade de garantir o seu Hitachi de maneira acessível e discreta, bastava ir a qualquer loja de eletrodomésticos e pagar pelo seu massageador, tipo quem comprava um liquidificador. Betty Dodson iniciou workshops focados no prazer feminino e na busca pela autonomia desse orgasmo ainda tão marginalizado. E a Magic Wand se tornou a sua principal aliada. Em 2001, foi sua vez de brilhar em Sex and the City. Sua aparição na 4ª temporada causou grandes impactos. A cena, onde Samantha pega sua wand e busca seu orgasmo, se tornou tão icônica que até hoje a vemos.
Já na 5ª temporada, a Samantha vai até uma loja convencional e o atendente se sente ultrajado com o nome vibrador, enfatizando que aquilo “é um massageador de pescoço”. Eu fico encantada toda vez que vejo esse diálogo, e toda naturalidade de Samantha em saber que ninguém comprava aquele objeto para apenas massagear o pescoço, a conversa se estende para outras mulheres que também estão de olho nesses aparelhos vibrantes, e a personagem usa seus conhecimentos para ajudá-las. E booom! Mais uma explosão de vendas no mercado mundial. Botar em foco objetos de prazer de uma maneira divertida e natural é admirável, ainda mais com um grande público em vista. Seja com um rabbit, uma magic wand, ou o que quer que vibre, muitas pessoas puderam ter seu primeiro acesso a essas potências só por causa da aparição delas na série, é inegável que isso reverbera até hoje. Muita coisa mudou (pra melhor, ainda bem), mas não podemos esquecer de quem começou esses processos lá atrás.
A BANDA ITALIANA MANESKIN E O ESTILO FLUIDO
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