Up Belém #12 - março/16

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ISSN 2446-6328

ano1 | #12

mar 2016

distribuição gratuita

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ém l e B

#LyotoMachida O Dragão está sempre pronto para o combate

#GinaLobrista Ela está colhendo os frutos do trabalho árduo

#Mulheres Segundo sexo ou primeiro?

#PãoNosso Gosto de casa, família à mesa e amor <3


Tradição que sobe no tatame. A Academia Machida é umas das maiores referências no ensino das artes marciais para crianças, jovens e adultos, aliando toda a sua experiência com o desenvolvimento de valores que só o esporte é capaz de construir. Venha fazer parte da nossa família e descubra tudo o que a Machida tem a oferecer para você.

Karatê • Judô • Capoeira • Jiu-Jitsu • Muay Thai • Submission • Aikido • Boxe • Musculação • Kangoo Jump • Spinning • Ritmos • Zumba • Corrida de rua • GAP • Step • Yoga • Pilates • Alongamento

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Unidade Nazaré Tv. Quintino Bocaiúva, 1657 (91) 3224 6859 Unidade Pedreira Av. Pedro Miranda, 956 (91) 3244 7332 | 3254 9352


Caldas Novas | Goiรกs


#índice

#capa Lyoto Machida, O Dragão, fala sobre carreira, inspirações e família. PG10

#pitada O pão nosso em uma história que nasceu junto com as civilizações PG22

#partiu Caldas Novas: um banho em águas aquecidas renova qualquer pessoa. PG36

#especial Mulheres, precisamos falar sobre o que é ser o sexo forte. PG48

#entrevista Gina Lobrista, após muita estrada e ralação, o reconhecimento PG54

Capa: Lyoto Machida | foto: Marcos Joel Reis/divulgação

#expediente

Up Belém | ano 1 | nº12 | março de 2016 | distribuição gratuita Criação e realização | Omnia Editora Projeto Gráfico | Omnia Editora Diretora Editorial | Lorena Filgueiras - DRT-PA/MTb 1505 Colaboração | Elvis Rocha - DRT-PA/1712 Colunistas | Alfredo Coelho, Cassius Martins, Dina Batista e Sueid Abou, Joanna Martins e Paulo Bergamini. Revisão: José Rangel - DRT-PA/MTb 696 Comercial | Aycha Nunes: 91 98331.1000 • Ingrid Rocha: 91 98407.3042 Site | www.upmagazine.com.br Críticas, elogios e sugestões de pauta | revista@upmagazine.com.br Impressão | Gráfica Santa Marta Tiragem | 5.000 exemplares A Revista UP Belém é uma publicação mensal da Omnia Editora. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização. Revistaupbelem 4

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(*) Excepcionalmente nesta edição a coluna #RetratoseCanções não será publicada.


A Clínica Melo homenageia todas as mulheres que com sua força, garra e determinação transformam o mundo e a si mesmas sem perder sua identidade.

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Dia Internacional da Mulher www.clinicamelo.com.br /ClinicaMelo @clinicamelobelem

Dom Romualdo de Seixas, 963 - Umarizal (91) 3230-1124 | 3349-4459 | 99991-2293


#editorial

Abram as janelas para o Sol entrar! Vivemos novos tempos e precisamos falar sobre ele. Aos esotéricos, logo mais, um novo ano – o astrológico – se iniciará, com a entrada do Sol como regente do período. Sol, fogo, calor. Das cinzas, a fênix renasce. Do fogo nasceu o dragão. No combate e práticas milenares, fez-se um guerreiro: Lyoto Machida, capa desta nossa edição #12. Baiano de nascimento e paraense de coração, Lyoto leva um pouco de Belém aonde quer que vá. E você, leitor, saberá mais nas páginas a seguir. E porque é março, lembremos: dia da mulher é todo dia. Nós levantamos a bandeira do respeito, acreditamos que datas são importantes para que jamais esqueçamos de quem nos precedeu na luta, mas o exercício da cidadania, do respeito, é cotidiano, perene. Nunca as mulheres foram tão emponderadas e tão cônscias de seus direitos, de seus corpos, libertas. Chegamos ao final da estrada? De jeito algum. Há tanto mais a ser percorrido e para celebrar a condição e quebrar o conceito de “sexo frágil”, convidamos mulheres fortes, decididas, a falar sobre o ser feminino. Nesta edição, fizemos um passeio delicioso com Gina Lobrista, outra paraense por opção e que cresceu trabalhando muito – mas que nunca perdeu a poesia, o senso de humor e a vontade de vencer na vida (além de um carisma incrível). De quebra, ainda partimos para Goiás... Ah, aquelas águas tépidas... A gente saúda o sol, mas não nos esqueçamos jamais que para iluminar o ambiente, é preciso abrir as janelas e se permitir ser tocado pela generosidade e calor do Astro-rei. Uma excelente leitura a todos!

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#PontosDeDistribuição

• Academias Machida • Barbearia Belém Rua Antônio Barreto, 939 • Buffalo Steak House Estação das Docas • Casa do Bacalhau Rua Diogo Móia, 455 • Churrascaria do Osmar Rua Diogo Móia, 1069 • Circus Hamburgueria Rua João Balbi, 35 • Clínica Melo • Colors Nail Boutique Avenida Almirante Wandenkolk, 1257 • Discos ao Leo Travessa Campos Sales, 628 • DomNato BR 316/KM 6,5 • Enoteca Don Vino Conselheiro Furtado, 1420 • Fox Vídeo • Grand Cru Braz de Aguiar, 50 • Hotel Atrium Quinta das Pedras Rua Dr. Assis, 834 • Laboratórios Amaral Costa • Mazza Fresh Italian Avenida Almirante Wandenkolk, 276 • Melissa 4º piso do Boulevard Shopping • Metallo Travessa Rui Barbosa, 582 B

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#padraoFGR #solucaoCompleta #seuLar #DoSeuJeito • Old School Rock Bar Av. Almirante Wandenkolk, 1074 • Princesa Louçã Avenida Presidente Vargas, 882 • Uniflora Natureza & Saúde Farmácia de Manipulação Travessa 14 de Março, 1148 • Rede de postos Pará Vip • Restaurante Bistrô do Bispo Rua Dr. Assis, 834 • Restaurante Cantina do Chef Rua Jerônimo Pímentel, 201 • Restaurante Famiglia Sicilia Conselheiro Furtado, 1420 • Restaurante Lá em Casa Estação das Docas • Restaurante Santa Chicória Diogo Moia, 1046 • Salud Gourmet (delivery) • Salão Cassius Martins Rua Bernal do Couto, 119 Shopping Grão Pará • SOL Tecnologia Doca de Souza Franco • Tabacaria Lit Térreo do Boulevard Shopping • Therapêutica Avenida Senador Lemos, 2965 • Todeschini Generalíssimo Deodoro, 719 • Todeschini Umarizal Avenida Generalíssimo Deodoro, 719 • Top Internacional Av. Tamandaré, 1013

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#capa

O DRAGÃO BRASILEIRO por Marcelo Mello | fotos Dudu Maroja

Não à toa ele é conhecido como “The Dragon” [“o dragão”, em bom português] e tal qual o animal que simboliza o renascimento, a sabedoria, Lyoto Machida está pronto para o fogo!

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o dia 30 de maio de 1978, em Salvador, na Bahia, nascia Lyoto Carvalho Machida, um dos maiores lutadores brasilei-

ros de MMA de todos os tempos, tendo sido o décimo campeão da categoria meio-pesado do UFC (Ultimate Fighting Championship). Filho de pai japonês e mãe brasileira, Lyoto é professor de Educação Física, por formação, e faixa preta em Karatê Shotokan e Brazilian Jiu Jitsu. Já radicado no Pará, onde veio morar ainda pequeno, conheceu Fabyola e tem dois filhos: Taiyo e Kaito. Lyoto

fala com a Up Belém sobre família, sonhos, experiências, sensações e quais são os seus próximos objetivos no UFC, que, aliás, o homenageou recentemente, com uma produção exclusiva, um documentário sobre o próprio Machida na série “Nascidos para lutar”. Com vocês, o dragão Lyoto Machida. No seu perfil do Facebook está escrito: “Sou um cara comum, que teve um sonho e foi atrás dele”. Que sonho foi esse? Ser campeão do UFC. Com que idade você chegou a Belém e quando começou a lidar com as Artes Marciais? Nasci em Salvador, mas eu fui pra Belém muito pequeno, com três meses. Então eu tive a minha infância toda em Belém. A 10


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foto Mike Lee

gente morava em cima da academia. Minha família é japonesa e tem tradição no karatê. Meu pai nasceu no Japão e é um dos maiores mestres do karatê no Brasil. Eu e meus irmãos desde pequenos aprendemos a filosofia do karatê, nosso dia a dia eram os treinos e os ensinamentos dentro de casa, isso sempre foi muito forte. Aos três anos já comecei a aprender karatê de forma lúdica, com ensinamentos próprios para a minha idade. Então desde cedo adquiri e incorporei a filosofia na minha vida e tem sido assim. Conte um pouco mais dessa sua experiência com o sumô? Fui vice-campeão brasileiro de sumô, sou 2º Dan de sumô amador, que tem essa graduação. E treinei muito quando era garoto em Belém do Pará, é difícil usar o sumô nas lutas porque as regras são diferentes, mas sem dúvida o treinamento me fortaleceu e me ajudou bastante. Que história é essa da cicatriz no rosto do seu irmão Chinzo? Eu e o Chinzo lutamos em uma final de um campeonato brasileiro 13


de Karatê anos atrás e acabei fazendo isso. Meu pai sempre nos colocou para disputar, mas não há rivalidade, sempre fomos muito unidos. Nessa vez da cicatriz até saímos para comemorar a minha vitória depois. Qual a importância do ex-lutador e empresário japonês Antônio Inoki na sua trajetória no MMA? Foi o cara que me lançou no MMA, sou muito grato por isso. Ele foi uma espécie de padrinho, que me levou ao Japão onde aprendi as outras artes para me adequar a lutas em outras modalidades. Qual é a sensação de ser o “dono” do cinturão da categoria meio-pesado do UFC? Para mim foi a realização de um sonho, desde os 17 anos sonhava em ser campeão do UFC e alcançar esse objetivo é um presente e incentivo para seguir atrás do que eu quero. Você já está com 37 anos. Já pensou em aposentadoria ou fez um plano de até quando vai seguir lutando? Por enquanto não está nos meus planos. Viver, para mim, é a luta, a arte marcial, a preparação diária, os treinos, as vitórias e, porque não, as derrotas, que também fazem parte da minha jornada. Cada um desses momentos faz de mim quem eu sou hoje. Da derrota, vem o aprendizado e a consciência de que devo me preparar mais. E dessa forma sigo construindo a minha história. Agradeço a preocupação, o apoio e carinho de sempre. Sigo em frente, me preparando para novos desafios. 14


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Como vem sendo treinar ao lado de feras como o Dos Anjos, Shogun e Werdun e do Rafael Cordeiro, que inclusive ganhou o Oscar do MMA em 2015? O Rafael é um cara superprofissional, que não tenta mudar ninguém. Ele aproveita o que a pessoa tem de bom e tenta agregar coisas ao jogo do atleta. É o que ele está fazendo comigo, me sinto bem com isso. Já treinei outras vezes com ele, me encaixo bem no jogo que ele monta. Ele tenta moldar a minha característica com a dele. Isso está agregando muito para mim. Que categoria você gosta mais de lutar: meio-pesado ou médio? Luto em qualquer categoria, mas tenho me sentido mais à vontade no peso médio. Quais são os seus próximos objetivos no UFC? Fazer grandes e boas performances. Gosto de dar um passo de cada vez e me dedicar ao máximo àquele momento.

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#FicaDica

A Up Belém avisa: há programas para todos os gostos [e bolsos] rolando de Norte a Sul do país! Confira alguns que selecionamos para vocês:

Iron Maiden Os 42.000 ingressos colocados à venda para a apresentação do IRON MAIDEN em São Paulo, dia 26 de março, no Allianz Parque, estão completamente esgotados. Mas os fãs brasileiros não precisam se desesperar, porque haverá outros 4 shows como partes da turnê brasileira: 17 de março, no Rio de Janeiro; no dia 19/03, em Belo Horizonte; dia 22/03, será em Brasília, e no dia 24, em Fortaleza (com poucos ingressos para Fortaleza, até o dia do fechamento da Up Belém). Antes de chegarem na América Central e América do Sul, a turnê ‘’The Book of Souls’’ 18

iniciou nos Estados Unidos em Fort Lauderdale, Tulsa e Las Vegas, todos com ingressos esgotados. A banda, equipe e equipamentos serão transportados no ‘’Ed Force One’’, um boeing 747 pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson. A imensa turnê passará por 36 países e a banda tocará para mais de 1,5 milhão de fãs.

Saiba valores e compre os ingressos somente nos canais oficiais – leia mais em: http:// www.livepass.com.br/


Anitta em Belém A “Tour Bang”, que está agitando o país com as apresentações de Anitta, já tem data confirmada em Belém do Pará, e apesar do que muitos esperavam, a faixa de valores para os ingressos para o show é bem flexível, englobando desde os mais simples até os mais exigentes. A Assembleia Paraense foi escolhida para sediar o evento, que acontece no dia 22 de abril.

Coldplay Depois de quatro anos de espera o Coldplay volta ao Brasil. Em abril, a banda se apresentará em São Paulo e no Rio de Janeiro nos dias 7 e 10, respectivamente. No dia 7 de abril, o show será no Allianz Parque, São Paulo. Já no dia 10 de abril, o Maracanã, no Rio de Janeiro, recebe o grupo. http://coldplaybrasil.com/ (*) A programação apresentada neste espaço foi fornecida pelos próprios autores e pode ser alterada a qualquer momento sem aviso prévio. Consulte site e/ou telefones de informação antes.

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#colherada

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Conduzindo as crianças à nossa infância

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Desde que nasci e até os meus 11 anos o Lá em Casa, restaurante da minha família, funcionou na parte de baixo da casa da minha avó, Vó Nita, ou Anna Maria Martins para a maioria. E lá, era uma empresa (na parte de baixo) mas era, antes de qualquer coisa, a casa da bagunça das crianças, do banho de chuva na laje e do pira-alta no quintal. E de lá trago deliciosas lembranças, da polpa do cupuaçu sendo cortada e depois fervendo na panela até as árvores de jambo e ginja que havia no quintal. De jambo, eu mesma não gostava muito de comer, mas era uma diversão sem tamanho ficar colhendo o jambo, para dar de presente pro papai ou pra Paula, minha irmã mais velha, vender na frente do restaurante para os clientes assíduos e já amigos da família. A de ginja, ficava na lateral da casa e ir lá catar ginja era sempre uma aventura proibida, o que fazia com que

Sempre fui “garota da cidade”, mas isso nunca me impediu de ter contato com as coisas naturais. O cupuaçu, o bacuri e o açaí sempre foram tão presentes na minha alimentação, que apenas quando fui fazer faculdade em São Paulo que aprendi a comer doces com morango, afinal, pra quê morango se temos essas delícias locais, frescas e nativas? E penso que o movimento e o compromisso em ser uma cidade criativa da gastronomia é também encontrar uma forma divertida e lúdica de empolgar nossas crianças para que elas levem isso pra frente. Podemos fazer isso, levando-as para conhecer nossas feiras e mercados, sugerindo às escolas dos pequenos que incluam mais informação a respeito de nossos ingredientes e pratos do conteúdo das aulas, oferecendo-lhes sucos das nossas frutas e incluindo-as na sobremesa e nos doces... E não me venha com a

aquele pequeno fruto azedinho ficasse ainda mais gostoso... E sabem... sinto falta de ver meu filho ou os filhos de meus amigos, vivendo isso. Tendo essa intimidade com as frutas e coisas da terra.

história de que são muito ácidas, porque laranjas, acerolas e companhia limitada também são e costumam ser bem comuns na alimentação de nossos pequeninos. Então, o que falta pra oferecermos a

Joanna Martins é publicitária, organizadora e curadora do festival Ver-O-Peso da Cozinha Paraense, diretora do Instituto Paulo Martins e proprietária da Manioca.


nossos filhos um alimento mais nosso e mais natural? Que tal substituir de vez em quando a batata pela macaxeira, o espinafre pelo cariru, o frango pelo peixe, o ovo branco pelo caipira, o suco de caixinha pelo suco de polpa ou da própria fruta? Mas olha, não sou dessas pessoas radicais, que abomino os produtos industrializados, mas penso que se temos tantas riquezas naturais a nossa disposição, podemos ao menos tentar equilibrar um pouco as dosagens, sem paranoia ou imposições...

E a partir da alimentação, podemos pular alguns obstáculos dessa vida atual trazendo-os para mais perto da realidade de nossa infância, tornando-os mais saudáveis e dando mais valor para o que é nosso e menos para o que vem de fora, valorizando a cultura local, os saberes e fazeres do alimento, das lendas amazônicas, das danças folclóricas e da linguagem papa-chibé. Afinal, tem algo mais gostoso que ver um filho atracado num prato de bacuri com farinha e dizendo: - Égua, mãe, isso é muito bom (ou pai d’égua)!

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#pitada

De cada dia por Lorena Filgueiras | fotos divulgação

Da mistura simples ao prazer único que proporciona, contar a história do pão é contar a história de um longo e significativo período da história da humanidade.

“A

fermentação é o segredo de um bom pão”. Não, não fui eu que cunhei essa frase, mas pergunte a qualquer pes-

soa que faça pão [por ofício ou prazer], o que o torna inesquecível quando ainda está assando e à primeira mordida. Transformar uma paixão em texto não é muito difícil. Sei de muitos que compartilham essa pãodolatria comigo e que hão de concordar: o pão cura muito melhor alguns males do coração e é a melhor comfort food do mundo! [shhhh, melhor ainda que chocolate, mas não espalhem] Os egípcios [esses queridos!], segundo registros históricos, foram os precursores na levedação do pão – que até então era uma massa feita sem qualquer tipo de fermentação. E a descoberta [como ocorrem as maiores e melhores] foi feita ao acaso, após a massa ter sido deixada em contato por mais tempo com o ar. O pão sem fermento – ázimo – persiste até hoje e é base da alimentação judaica, durante o Pessach [Páscoa judaica], já que é contra a lei judaica consumir alimentos fermentados neste período.

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Ázimo, pão sem fermento é base da alimentação judaica até os dias de hoje.

Ainda no Egito, o pão era tão precioso, que era usado como moeda, para pagar salários. Os camponeses recebiam, por dia, um pão e dois cântaros de cerveja. Neste mesmo período há ocorrências da produção de pão na Grécia, mas comparativamente falando, foi em Roma, uns séculos depois, que o pão teve maior expressão [mas isso eu conto mais à frente]. A profissionalização da panificação teve de esperar. Embora os egípcios produzissem pão em muita quantidade, ele tinha um objetivo bem específico. As primeiras padarias surgiram em Israel – após o contato com os egípcios – com técnicas bastante evoluídas e até bem sofisticadas para a época. Embora hoje Haifa seja conhecida como a capital das padarias em Israel. Roma, essa grande escola... de padeiros! Foi por volta do ano 500 a.C. que surgiu a primeira escola de padeiros, cuja preocupação era tornar mais democrático o acesso público a esta instituição [sim, meus caros, o pão é uma instituição!]. As padarias romanas eram públicas, logo o produto tinha de chegar a todos os lares romanos. E foram os romanos [esses mais queridos ainda!], conforme o império romano expandia, que difundiram a produção e, principalmente, o consumo do pão.

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Não à toa, em Roma difundiu-se a política do “pão e do circo”: os imperadores proporcionavam a alimentação e lazer dos cidadãos da cidade imortal. O pão da vida Para o Cristianismo, o pão tem uma simbologia muito forte: o corpo de Cristo, alimento por ele escolhido para representar seu próprio corpo físico. O vinho representa o sangue de Jesus. E foi o pão, que ele compartilhou com seus últimos comensais e o gesto é reproduzido até hoje nos rituais católicos. E, voltando um pouco na história, a Bíblia narra um milagre do Cristo, quando ele multiplica os peixes e os pães, a fim de acabar com a fome dos fiéis. Até os dias atuais, esses dois alimentos [peixe e pão] simbolizam a ressurreição, o milagre da vida. “(...) quem comer deste pão viverá eternamente”. Um [longo retorno] ao começo Com a queda do império romano, em 475 d.C., a produção dos pães caiu bastante. As famílias voltaram a produzir seus próprios pães [quando havia matéria-prima para tal] em casa e houve uma regressão na qualidade da panificação. Somente no século XVI, muito tempo depois da recuperação europeia do Império Bizantino, que na França, a panificação foi retomada. Já no século XVII, a França destacava-se pela qualidade dos pães [o que dizer do croissant, 27


meus queridos?] e com a revolução industrial, não demoraria muito até que a primeira máquina de fazer pão surgisse, revolucionando também e grandemente a produção do pão. Se eles não têm pão... ...que comam brioches! Ainda com a cabeça no lugar [não resisti à piada, perdoem] Maria Antonieta sabia o que era bom... e brioches são deliciosos! Enquanto as massas urravam de fome, Maria Antonieta mandou-lhes comer... brioches. Mas avaliem, se não havia dinheiro, alimento.... o resultado não foi outro: a moça perdeu o trono, as mordidas e... Panis em terra brasilis Por aqui, em solo tupiniquim, o pão começou a se popularizar mesmo foi no século XIX, apesar de os europeus já terem alguma intimidade com o pão. E, muito popular entre nós, o pão francês pouco

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[ou nada] tem a ver com a França... já que o produto é uma receita brasileira, nasceu junto com o século XX e contém açúcar e gordura na massa [o que lhe garante um miolo macio, quase uma nuvem]. Falar de pão é falar de uma relação amorosa. Foi um dos primeiros alimentos que aprendi a fazer, ensinada por tia Vera e minha mãe. Foi uma das primeiras paixões – avassaladoras – que persiste até hoje. A vilania atribuída ao glúten, entretanto, e mesmo o empobrecimento do trigo atual [que em nada se compara ao trigo dos egípcios], divide opiniões. Outrora considerado o mais democrático dos alimentos, o pão nosso de cada dia nunca esteve tão caro... e tão mais difícil de ser nosso a cada dia.

EM TEMPO

Fontes: Dicionário de Símbolos Brasil Escola 31 O Livro do Pão


Alf re

#medicinarevista

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Problema ou desafio? Desde o ano passado, quando fui convidado a escrever na Up Belém, o objetivo principal foi abordar temas ligados à saúde dentro de uma perspectiva diferente do convencional, afinal de contas, como já dito pelo filósofo indiano Osho “o primeiro passo rumo ao entendimento é questionar e duvidar de tudo o que fomos ensinados a acreditar”. Isto porque todos os nossos conceitos fundamentam-se na educação que recebemos, nas nossas experiências ao longo da vida e, talvez, e mais importante, nas histórias que ouvimos. E a grande história que nós, seres humanos, passaremos a vida inteira ouvindo chama-se ‘ciência’. E por meio da ciência que percebemos nossa realidade, nossa relação com o Universo e, claro, nossa saúde. Mas nossa ciência, pelo menos a que conhecemos, como cultura ocidental, é 32

Alfredo Coelho é médico. dr@alfredocoelho.com.br • www.alfredocoelho.com.br

bem jovem, não passando de quatrocentos anos. Até hoje vivemos em um mundo de leis bem definidas pelo físico Isaac Newton, no qual tudo que não possa ser provado por ensaios científicos replicáveis acaba por ser deixado de lado, colocado então na esfera mística ou religiosa. E quando colocamos nossa saúde dentro desta perspectiva acabamos por interpretar como ‘problemas’ todas as desordens físicas e mentais a que estamos sujeitos, adicionando todos os aspectos negativos inerentes ao que chamamos de ‘doença’. Com isto damos início a limitações ligadas ao fato de não termos aprendido que nosso corpo tem uma enorme capacidade de regeneração, regulação e cura, conceito este presente na milenar medicina chinesa, mas que, claro, faz parte de uma outra forma de perceber o ser humano.


Estamos em uma era onde precisamos começar a ‘ver’ o mundo de uma forma diferente, tentando entender que um problema de saúde pode não passar de um ‘desafio’. Ter a capacidade de ver o lado bom de um problema, ou doença, é reconhecer que podemos transformar o negativo em positivo, a escuridão em luz, a água em vinho, a doença em saúde. E permitir-se perceber que aquilo que chamamos de problemas pode

não passar de exercício para uma transformação, um crescimento, uma evolução. Quem sabe um dia consigamos ver, realmente, que todos os nossos problemas não passam de um conceito distorcido de uma realidade distorcida, que nós mesmos, humanos, criamos. Separamos toda a energia da criação em bem e mal, bom e ruim, saúde e doença, ganho e perda, e com isso criamos ‘problemas’.

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Pode vir, Passado o carnaval, podemos dizer que sim, agora começou 2016! E todo início do ano é aquela ansiedade, o nosso cortisol (hormônio do estresse, começa a ser generosamente liberado)... Mas, o que queremos? - Renovar o guarda-roupa? Fazer mais atividades físicas? Dedicar mais tempo aos amigos! Conhecer o mundo! Esses dias li um texto muito interessante e é algo que podemos fazer. Toda noite, escreva em um papel algo de bom que aconteceu naquele dia; que seja algo simples, como um elogio ou um canto de pássaro que te fez sorrir e coloca dentro de um pote ou caixa. No final do ano, você abre e lê todos os papéis, de coisas bobas que aconteceram na sua vida, mas que te deixaram feliz naqueles momentos. Já que não fizemos nossa caixinha sobre 2015, podemos terminá-lo agradecendo ao dom da vida, por continuarmos vivos, firmes e fortes diante das preocupações e adversidades. Que 2016 seja um ano melhor que 2015, que todos consigam alcançar suas resoluções e que não percam o foco para conquistá-las.

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Fotos Dudu Maroja

2016!

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Dina Batista e Sueid Abou são autoras do Quer Ser Fashion, blog de moda, beleza, maquiagens e experiências. Adoram novidades e acreditam que, para ter estilo, é necessário, sobretudo, ter atitude. www.querserfashion.com | @dina_batista @sueidabou


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Seu melhor sorriso é seu mais importante cartão de visitas. Dr. Rogerio G. M. Nogueira Implantodontia/Periodontia

Dr. Antonio J. S. Nogueira Odontopediatra/ Ortodontista

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#partiu

Um banho para relaxar Texto da redação | fotos divulgação

A pequena Caldas Novas, no interior de Goiás, fica menor ainda quando o assunto é a quantidade de turistas que chegam lá atrás das águas quentes do balneário.

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o carro começou tocar Gonzaguinha. Havíamos partido de Goiânia, capital de Goiás, rumo a Caldas Novas, pela estrada. “Ele

tomou um banho de água fresca no lindo lago do amor”. “Gonzaguinha sabia muito das coisas. Certamente um amor correspondido é um banho de água quente”. A viagem de carro, de Goiânia a Caldas Novas, dura aproximadamente duas horas e meia e, em um determinado momento da viagem, a estrada parecia um grande tapete. Ouvimos histórias incríveis sobre as águas tépidas do local. Caldas Novas, de pequena, só tem o tamanho: mais de um milhão de turistas a visitam e é considerada a maior estância hidrotermal do mundo (as temperaturas dos lagos e piscinas naturais, (além das próprias piscinas dos hotéis) variam entre 30 e 57 graus) e, por todas essas razões, é um destino muito familiar (para crianças dos 8 aos 80). Então não é exagero algum dizer que a ordem é relaxar. Só sugerimos cuidado com a Lagoa da Pirapitinga, onde estão algumas das principais (e com as mais altas temperaturas) nascentes. O “Poço do Ovo” é uma delas e suas águas borbulham a quase 60 graus! Mas a vida em Caldas Novas vai muito além das atrações (e piscinas) dos hotéis. O imperdível Hot Park, o maior parque (ou complexo de lazer, como eles definem) da região fica em Rio Quente, a apenas 30 quilômetros de Caldas Novas. Lá as opções são radicais! Há corredeiras, toboáguas e piscinas (muitas piscinas) para crianças e adultos.

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Em caso de saudade da água fria... ...há o lago de Corumbá, um grande espelho d’água de 65 (!!) km²! Lá, ao longo de todo o dia, é possível encontrar gente praticando esportes náuticos, passeando de barco ou, simplesmente, apreciando a paisagem. Outro passeio imperdível para quem visita a região são as cachoeiras e os hotéis oferecem aos hóspedes pacotes que incluem dar um mergulho em muitas delas. Um passeio que merece um dia inteiro é o Parque Estadual da Serra de Caldas – há trilhas, banhos nos lagos de quedas d’águas (como as belas Cascatinha e Paredão). Aliás, como dito mais acima, apreciar a paisagem é fundamental, porque a natureza foi muito generosa com Caldas Novas. Tudo é exuberante – sem exageros. Além das incontáveis estâncias termais, Caldas Novas oferece uma estrutura para o entretenimento, com inúmeros bares e restaurantes, logo vale muito experimentar algumas das delícias da Culinária local, como a galinhada com pequi (um fruto amarelo, cujo sabor divide opiniões. Há quem ame e quem deteste!) e há pratos com guariroba, um palmito amargo. Ah, não deixe de comer as pamonhas (é logico!) – tanto as salgadas quanto as doces. A gente recomenda ainda o baru – fruto muito comum no cerrado brasileiro. A castanha é torrada e vendida como se fosse amendoim. Uma delícia! Na praça central de Caldas Novas, existe a Igreja Nossa Senhora das Dores, uma construção que data de 1850 e que atrai muitos visitantes. 39


Um pouco de história • Caldas Novas pertencia à Capitania de São Paulo, quando o Brasil era colônia de Portugal. • Em 1722, época do descobrimento das águas termais de Caldas Novas, o governo português, ávido pelas nossas riquezas minerais, guardou-as para futuras explorações. • Todavia a exploração seguia com o passar dos anos. Bartolomeu Bueno Filho, filho de Anhanguera, por aquelas bandas também andou. Depois Martinho Coelho, procedente de Santa Luzia (hoje Santa Cruz), considerada a primeira capital de Goiás, que a denominou de Caldas Novas de Santa Cruz. • Finalmente, na parte oriental da Serra de Caldas, as fontes termais de Caldas Novas viraram história. • Uma história com seus lances de lenda, coragem e perseverança. Conta-se que Martinho Coelho de Siqueira, numa de suas conhecidas caçadas de animais silvestres, sentiu de perto a agonia dos seus cães. • Em desabalada carreira eles passaram à sua frente como que atiçados por um fogo desconhecido, sendo descoberta a Lagoa Quente do Pirapitinga. • Nascia aí a primeira história das águas quentes de Caldas Novas, história de um arraial que virou cidade. E hoje é a capital mundial das águas quentes. 40


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#look

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O Bronde (Brown+Blond) não vai sair da sua cabeça! 01

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01. Baby-Bronde | 02. Bronde | 03. Tartaruga-Bronde

O fabuloso universo da beleza fervilha com novidades que surgem a todo o momento. As tendências aparecem e se instalam no cotidiano, mudando o comportamento das pessoas, muitas vezes, em escala global. Em se tratando de cabelos, elas transitam entre texturas nada tediosas, praticidade, cuidados especiais e uma infinita paleta de cores em incansável renovação. Por que as cores se multiplicam vertiginosamente? A lista de desejos é longa. Nunca na história se consumiu tanto os produtos de coloração. E as estatísticas positivas funcionam como inspiração 42

para a indústria, que busca maneiras cada vez mais saudáveis, duradouras e modernas de pigmentar e cuidar ao mesmo tempo dos fios. Esse é o diferencial na hora de fazer as escolhas dos produtos e profissionais especializados: atualidade e cuidado especial. A maior empresa de cosméticos do mundo L’Oréal, perita neste assunto, traz a novidade da vez: o Bronde. A união perfeita entre os tons marrom (brown) e louro (blond), daí o nome “Bronde”. Thatiana Nakashima, expert L’Oréal Profissionel, foi quem me apresentou esta maravilhosa surpresa. A melhor

Cassius Martins é cabeleireiro, paulistano de nascimento e paraense de coração. www.cassiusmartins.com.br


Passadinhas no Cassius 01

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01. Aline Alves | 02. Andrea Marques | 03. Cassio Tavernardl | 04. Paula Braga | 05. Luciana Alves | 06. Mizuka Ishida | 07. Victor Uliana | 08. Luana Lopes

pedida para quem quer apostar em um contraste discreto e um efeito luminoso natural ao mesmo tempo. Sem falar no movimento incrível que vem neste pacote, que só valoriza o visual. Democrático, o Bronde promete ser a cor desejo da estação. Sua profundidade multidimensional cai bem em todos os tons de pele, dos mais claros aos mais escuros. Com as variações “Baby Bronde” e o “Bronde tartaruga” essa é a “must have” que promete aquecer o visual e coração de quem adora mudar, mas não abre mão de um efeito autêntico e delicado. Cassius e Thatiana Nakashima 43


#vitrine

Saímos por aí à procura do que faz nossa felicidade: produtos originais e delícias para alterar o humor para melhor ;) Confira nossa seleção:

LG K10 Lançado oficialmente em fevereiro, a LG apresentou recentemente ao público paraense o smartphone LG K10, aparelho que faz parte da Serie K, a nova linha de celulares da empresa voltada aos consumidores que buscam modelos intermediários, sem abrir mão da elegância e eficiência. O modelo apresenta tela de 5,3”, HD com tecnologia Display In-cell Touch, processador octa-core 1,14Ghz, 1 GB de RAM, câmera principal de 13 MP e de selfie de 8 MP e memória interna de 16 GB. Onde: Na SOL Tecnologia, Boulevard Shopping e Avenida Visconde de Souza Franco, 1122.

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Aceita uma xícara de café? Pode ser chá, também. Não importa a bebida que você queira – se a quer quente e a qualquer momento, basta retirar essa pequena haste do bolso, e –puff – você aquece a água, deixando-a na temperatura certinha pra fazer a bebida. Com o nome de Miito e denominada keetle (“chaleira”, em inglês), vai ter café em qualquer lugar! Onde: Miito.de

Cegonha, que nada! De onde vêm os bebês?. Foi inspirado nesta pergunta que o designer Andy Kurovets criou seu relógio da fertilização. O espermatozoide menor indica segundos; o médio, minutos e o maior, as horas. No centro, o óvulo aguarda ser fecundado. Onde: www.andykurovets.com

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Pa ulo

mini rga

#autos

Be

O Fiat Toro Há mais de oito anos, a Fiat tinha planos de lançar uma picape média no Brasil, sabendo do potencial deste nicho de mercado, mas não tinha know-how para fazer isso sozinha. Tentou se associar à GM, aos chineses e aos indianos da Tata, mas não deu certo. Veio, então, o casamento com o grupo Chrysler, que trouxe a Jeep na bagagem. Neste momento, os planos passaram a ser mais ambiciosos: lançar uma picape que pudesse ser vendida também na Europa. Para isso, a Fiat usou a base estrutural e mecânica do Jeep Renegade, aumentou o entre-eixos, esticou a traseira, criou um visual próprio, que não lembra em nada o Jeep e muito menos os Fiat atuais e, voilá: nasceu a picape Toro. Com 4,91m de comprimento, a Toro é 44 cm maior que a Strada e 43cm menor que a S-10, se encaixando exatamente no “buraco” que existe entre as picapes pequenas e as gigantes. Tem um porte semelhante ao das primeiras S-10 e Ranger que chegaram por aqui nos anos 90, mas que foram crescendo a cada nova geração, até se tornarem enormes. Sem dúvida, o que vai chamar a atenção num primeiro momento é o

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estilo da Toro. Diferente de tudo que já se viu na linha Fiat, tem um “quê” de Jeep Cherokee, com o conjunto de iluminação dianteiro dividido em três “andares” e uma traseira que também inova pelo formato das lanternas e a tampa que se abre lateralmente em duas partes, facilitando o acesso ao compartimento de cargas. Aliás, o espaço para carga/bagagens é generoso, com 820 litros de capacidade, embora seja pouco mais que a metade de uma S-10. Mecanicamente, a Toro usa os mesmos motores disponíveis no Renegade. O 1.8 flex, de origem Fiat, foi retrabalhado para render 139 cv (contra 132cv no Jeep) e pode vir acoplado ao câmbio automático de seis marchas e tração 4x2. Com este motor, a Toro pode carregar 650 kg de carga. A outra opção é o mais moderno e adequado 2.0 Multijet turbodiesel de 170cv, disponível com o câmbio manual de 6 marchas e tração 4x2 ou 4x4 e o automático de 9 marchas, só com tração 4x4. Com o motor diesel, ela pode carregar 1.000 kg entre carga e passageiros. As versões de acabamento inicialmente serão apenas duas: Freedom e Volcano, sendo que esta última, mais

Paulo Bergamini é economista e apaixonado por carros desde os sete anos.


completa, só está disponível com motor diesel. Desde a versão mais simples, a Toro vem bem equipada: vidros, travas, espelhos e direção elétricos, controle eletrônico de estabilidade, ar condicionado, dois airbags, computador de bordo, rodas de alumínio aro 16 e faróis de neblina são de série nesta versão. A Volcano acrescenta rodas 17, central multimídia, faróis de neblina direcionais, seis airbags, lanternas dianteiras e traseiras em led e ar condicionado dual zone e cobertura da caçamba. Também internamente, a Toro se posiciona em uma nova faixa de mercado: bem mais espaçosa que Strada e Saveiro, mas menor que S-10 e cia. O acabamento é muito bom, porém menos sofisticado que o do Renegade. Normal, afinal a Toro é um Fiat e o Renegade é um Jeep... Em preços o novo Fiat vai abranger uma larga faixa de mercado: começa em R$ 76 mil na versão Freedom 1.8 4x2, e vai até R$ 115 mil da versão

Volcano Diesel 4x4 automática, sendo que este valor ainda pode subir em função dos opcionais. Muito tem se falado se a Renault Duster Oroch é concorrente da Fiat Toro. A resposta é complexa: pode ser sim ou não, dependendo do ponto de vista. Quando se considera a proposta de uma picape de estrutura monobloco, maior que as picapes pequenas e derivada de um utilitário esportivo, a resposta é sim. No entanto, quando se analisa o preço, o maior porte e o motor diesel da Toro, a resposta é não. A Duster Oroch mais cara hoje disponível custa R$ 76 mil, exatamente onde está a Toro mais simples. Vamos aguardar as versões automática e 4x4 da Oroch, que chegarão em breve ao mercado. Resta saber se a rede de concessionários Fiat vai saber “trabalhar” a Toro. Eles nunca tiveram um carro tão caro, tão tecnológico e muito menos tão diferente para vender. Qualidades, sem dúvida, o carro tem muitas.

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#especial

Mulher em gênero e opção da redação | fotos divulgação / Acervo pessoal

Muitos são os motivos para comemorar a data, a condição, mas a estrada é longa e difícil.

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xistem muitas teorias para justificar a criação do Dia Internacional da Mulher: do incêndio criminoso em uma fábrica têxtil de

Nova York (em que quase 130 operárias morreram carbonizadas). A tragédia, ocorrida em 25 de março de 1911 marcou o imaginário coletivo e contribuiu muito para que fossem levantadas bandeiras da segurança, do bem estar das mulheres. O fato é que os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores ao episódio. O primeiro dia da mulher, de que se tem notícia, foi celebrado em maio de 1908, nos Estados Unidos, quando aproximadamente mil e quinhentas mulheres integraram uma manifestação cujo grito de luta era em prol da igualdade econômica e política no país. Em 1909, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28

de fevereiro e foi às ruas, em um protesto que reuniu milhares de pessoas nas ruas de Nova York. No ano seguinte, durante a Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, ocorrida na Dinamarca, representantes de 17 países aprovaram uma resolução que criaria uma data anual para a celebração dos direitos da mulher. O pão e a paz Foi com esse tema que um protesto, que reuniu mais de 90 mil operárias russas, foi às ruas. Em 08 de março de 1917, essas mulheres manifestaram-se contra o Czar Nicolau II e todos seus abusos (condições muito precárias de trabalho, fome e a própria participação russa na guerra). Ali nascia uma história de mais lutas contra a opressão e por condições dignas de viver. Apesar de toda a significância, a data só foi reconhecida pelas Nações Unidas em 1977. 48


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O Segundo Sexo Polêmica, liberta e autora de uma das principais frases do movimento feminista (“não se nasce mulher, torna-se mulher”), Simone de Beauvoir revolucionou a cabeça das mulheres. Até a publicação de “O Segundo Sexo”, em 1949, Simone colocou em xeque o destino quase “biológico fatalista” imposto às mulheres. Ela foi lá e disse que cabia à mulher definir e decidir seu papel na sociedade. Nada mais de opções limitadas como casamento ou convento. Ela mesma, nascida em família burguesa (falida), escolheu o universo acadêmico. Teve o poder de escolhas que muitas de suas contemporâneas não tiveram. A Up Belém convida você a compartilhar conosco o sentimento de ser mulher. Escreva pra nós, como as jornalistas Monique Malcher e Camila Barbalho fizeram. Publicaremos os melhores textos na próxima edição!

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“No começo era sobre ser bonita, dócil e saber que existiam mais proibições do que liberdades, mas achar isso normal. Atravessada por violências de aspectos e tamanhos diferentes, desde a orelha furada nos primeiros dias de vida, por uma ideia de vaidade, até violências domésticas, das quais nunca vou esquecer. Mesmo assim, todo mês de março o mundo insiste em mentir, me oferecendo flores, quando preciso de respeito, de espaço, de voz. Fala-se em liberdade, mas ainda temos mulheres, sobretudo negras e trans, sofrendo com o preconceito e pagando com a morte. Ser mulher é me olhar no espelho e ele responder que hoje é mais um dia de luta, porque o Brasil ainda é um dos sete países que mais mata mulheres. Sei que posso seguir de mãos dadas com as minhas. Podemos tudo e esse é só o começo. Dia da mulher é mais um dia de resistência, como todos da nossa caminhada”. Monique Malcher, 27 anos. Escritora, jornalista, drag queen e mestranda em Antropologia na UFPA. “Sempre ouvi que cada uma de nós éramos muitas. Era um elogio, diziam. Afinal, o combo mãe-amante-rainha do lar-profissional dócil e de gestos delicados precisava ser celebrado, já que estaria ali em todas nós - item de fábrica da condição feminina, herança genética indivisível, obrigatoriamente atrelada ao bônus da beleza... ah, a beleza inalcançável das ninfas e musas e sílfides e capas de revista. “Tem algo errado comigo”, claro, foi o pensamento mais frequente da vida toda. Me perdi na rota Beauvoir: nasci mulher, não me tornei - pelo menos não como deveria. Eram muitos méritos de nascença que a vida esqueceu de me dar. E essas lacunas me gritavam todo 8 de março, ao lado de flores e cartões rosados. Mas aí veio o feminismo. Com ele, novas lentes para ler o mundo. Lentes que me desobrigaram de tentar ser quem eu não era, e que me fizeram desver rivais em outras mulheres. Naturalmente, há dores em enxergar cores distintas das pintadas pra nós. Mas a paleta da liberdade tem tons vívidos, que não podem ser apagados. Não sou, não quero mais ser, aquelas muitas. Hoje, sou todas as mulheres do mundo. De mãos dadas, de olhos no futuro, e pronta pra colorir uma nova história”. Camila Barbalho, musicista devotada e jornalista, como ela define, “nas horas vagas”. 51


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#cinema

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Retrospectiva cinéfila O calendário de 2015 foi marcado pelos teasers ( aqueles “aperitivos” visuais maravilhosos que tornam nosso coração menos ansioso para a estreia de uma superprodução) de Star Wars VII. Cada mês surgia uma novidade, nos guiando pacientemente até dezembro, para o tão esperado lançamento. Não vou entrar no mérito do filme. Acho que o leitor provavelmente assistiu. Se não três vezes (meu caso!), uma, pelo menos! O filme está sendo citado apenas para exemplificar a ótima fase de Hollywood. Tivemos no 1º semestre, Cinquenta Tons de Cinza (livro erótico adaptado para o cinema como romance não dá certo); Mad Max: a estrada da fúria e Jurassic World, que agradaram os cinéfilos saudosistas em cheio. O segundo semestre foi das estreias para adolescentes, órfãos da Saga Harry Potter, fase de Jogos Vorazes e Insurgente. Tivemos também Vingadores: A Era de Ultron e Homem Formiga, que nunca imaginei que seria adaptado (um salve para a computação gráfica!). Em dezembro, antes da virada, Star Wars chegou e ultrapassou todas as expectativas. Em seguida, produções primorosas foram lançadas. Spotlight; Perdido em Marte; Sentimentos que Curam; Os Oito Odiados entraram 52

Samara Nascimento Jornalista e cinéfila voraz

em circuito no final do ano. Roteiros densos e que deram para a fotografia “real”, não a computadorizada, a importância que ela merece. Dezembro valeu por todo o ano de 2015. Uma fase produtiva que promete se estender por 2016. Este ano, teremos em torno de 30 bons motivos para ir ao cinema. Muitas produções já têm fãs cativos, conquistados dos quadrinhos e games ou atendendo novamente essa geração de saudosos - Deadpool (em cartaz); Esquadrão Suicida; Warcraft; Capitão América: Guerra Civil; X-Men: Apocalipse e o embate histórico Batman X Superman. E outras são aguardadas pela originalidade e/ ou profundidade do roteiro - Anomalisa; Carol; A Garota Dinamarquesa; O quarto de Jack; Brooklin; Rua Cloverfield, 10; Animais fantásticos e onde habitam; Inferno e O Regresso (também em cartaz) são apenas alguns de uma lista muito boa do que vem por aí. Preparem o calendário e esqueçam os downloads ilegais ou as “promoções” do Comércio. Essa fase extremamente criativa e que atende tanto aos fãs de filmes “cult” quanto aos de filmes “pipoca”, merece o investimento. Em tempos de Netflix, acompanhe essas produções à maneira antiga, indo ao cinema. Vejo vocês lá!


omnia


#entrevista

A diva do povo da Elvis Rocha | fotos Dudu Maroja

Gina Lobrista curte a bonança depois de muita, mas muita ralação

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la chegou de Pernambuco muito menina e, em Serra Pelada, cresceu vendo Odair José, Fernando Mendes, Amado Batis-

ta e Bartô Galeno esquentarem o gogó na sala de casa antes de apresentações no garimpo. Gostou tanto que enxergou ali o futuro. Gina Lobrista tem nessa e em muitas outras anedotas da própria vida os elementos necessários para ser reconhecida como a artista de fortes raízes populares que é. Do nome artístico, um erro de pronúncia do pai, Gino, apaixonado pela italiana Gina Lollobrigida, às milhares de horas passadas sob o sol no Ver-o-peso munida apenas de uma caixinha acústica e um microfone, são anos de uma trajetória que parece finalmente chegar perto do ponto sonhado, ainda lá nos idos dos anos 1990, no interiorzão do Pará. Com sucesso no estado e apresentações em rede nacional no programa “Hora do Faro”, Gina Lobrista parece muito à vontade com o título de “Diva do Povo”, concedido pelo produtor Rick Bonadio - o mesmo que descobriu os Mamonas Assassinas - e usado por ela sem muita cerimônia quando fala de si mesma. Nesta entrevista, ela revela, com bom humor, um pouco do passado, fala do presente e, claro, faz projeções sobre o futuro.

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Nasceste em Pernambuco mas vieste muito nova para o Pará. Como foi viver a infância nos arredores de Serra Pelada, no auge da corrida pelo ouro na região? Vim de Recife aos 4 anos de idade para morar definitivamente no Pará, mais precisamente em Serra Pelada. Mas em 1984 não era permitida a entrada de mulheres no garimpo, então ficamos eu, minha mãe e um irmão mais novo em um vilarejo chamado “Trinta”, que agora é “Curionópolis”, onde nasceu mais uma irmã. Finalmente entre 86 e 87 fomos todos morar em Serra Pelada. Morei lá até meus 9 anos e foi uma época inesquecível. Ali eu vivi, vi e ouvi muitas coisas que carrego até hoje. Como começou teu envolvimento com a música? A partir de que momento decidiste que era isso que querias profissionalmente? Sempre gostei de música. Mas primeiro minha irmã, a mais nova, começou cantando em várias bandas, como Sabor Açaí, Wlad, entre outras, até meus pais montarem uma banda pra ela, a “Geração Eletrizante”. Aí sobrou pra mim. Eu sempre gostei de lidar com a mídia e saí divulgando a banda em todos os lugares, nas rádios, TV e aparelhagens. Então descobri uma compositora dentro de casa. Minha mãe Jane Silva. Então eu peguei uma de suas composições e fui escondido em um estúdio de Abaetetuba e gravei. Minha mãe achou linda a minha voz e disse: Gina, sobe no palco também! Então subi e foi por ela, por minha mãe, pois achei nos shows da banda uma maneira de vê-la feliz e “fora do mato”, pois sonhava que um dia iríamos morar na cidade grande. O apelido Gina Lobrista nasceu como? A Gina Lobrista veio da Gina Lollobrigida, a grande atriz do cinema italiano. Meu pai, que se chama Gino, era muito fã e apaixonado pela atriz. Quando eu nasci colocou o meu nome Gina e me chamava carinhosamente de “Lobrista”. Quando minha mãe dizia que não era assim a pronúncia, que tava falando errado, ele ria e dizia: “A minha é Lobrista e a outra é Lollobrigida. Um dia todos vão saber quem é quem”. 57


Por que escolheste o Ver-o-peso como palco pras tuas apresentações? Como era a recepção das pessoas inicialmente? As apresentações cantando nas ruas não foram no Ver-o-peso inicialmente. Eu comecei cantando de porta em porta e de bairro em bairro e em frente de lojas no comércio de Belém. Escolhi o Ver-o-peso como palco porque eu já estava cansada de correr atrás de uma chance e ser reconhecida através de minha música. Me vi em uma situação que ou eu marcava um território ou outras pessoas ganhavam com o sucesso que eu corri atrás. A música que eu regravei estourou mas ninguém sabia quem era a dona da voz que ecoava em todas as rádios e aparelhagens do Pará. Eu vi no Ver-o-peso o meu palco a céu aberto, com plateia do mundo inteiro. Eu sempre confiei que ali era meu divisor de águas para o sucesso. Mas não foi fácil conquistar a turma do Veropa. Eles estranharam meu barulho, se chateavam e me colocavam longe. Mas aos poucos foram se acostumando com minhas canções e hoje já me cobram presença e até sentem ciúmes quando aparece algum cantor ou cantora por lá (risos). Tua carreira chamou mais atenção ainda quando regravaste “Eu estou apaixonado por você”, do Roberto Carlos, que ganhou até um clipe ambientado no Ver-o-peso. Esperava essa repercussão toda? Sim, a música do Rei fez e faz uma grande diferença em minha vida e minha carreira. Foi a canção que cantei no ouvido da minha mãe horas antes dela partir. E ela começou a fazer muito sucesso cinco meses depois da partida dela. Quando gravei o clipe a música já estava estourada, só que ninguém sabia de quem era o rosto por trás da voz. O clipe resolveu isso graças ao Leonardo Augusto, da Platô Produções. 58


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Gravaste muitas músicas de forma independente até que surgiu a oportunidade de trabalhar com o Rick Bonadio, que lançou, entre outros, os Mamonas Assassinas. Como foi que o convite apareceu? Fala um pouco dessa experiência. O convite veio em meio a uma grande turbulência em minha carreira e minha vida. Estava desacreditada de tudo e cansada de perambular pelas ruas com minha caixa de som, microfone e CD. O Rick Bonadio é o sonho de qualquer artista. Agora tenho músicas produzidas por ele e isso é demais. Quais os momentos que destacas como os mais importantes da carreira até agora? O momento mais importante da minha carreira é exatamente o que estou vivendo. Pois agora lembro de tudo o que passei pra chegar aqui e me pergunto: “O que ainda está por vir? E é tão bom estar aqui”. Confesso que cada vez que o avião decola eu penso: “Meu Deus, eu estou nas tuas nuvens e foi minha voz e meus fãs que estão ali embaixo que me colocaram aqui!”. Mesmo depois de todo sucesso, pretendes continuar com tua bike-som cantando no veropa? Acho que não tenho por que me enganar e nem enganar ninguém. Eu sempre que pegava minha caixinha, meu microfone e meus CDs olhava pro céu e perguntava: “Meu Deus, quando tu vais mudar a História da Minha Vida?”. Sei que é muito lindo para quem passa ali no Ver-o-peso me ver cantando, rindo, linda, autografando e vendendo CDs, mas às vezes voltava pra casa sem voz por ter cantado 8, 9 horas sem parar, com dor de cabeça de tanto sol, pés inchados por ficar tanto tempo em pé. Quero um dia ficar famosa e poder fazer um mega show beneficente no Ver-o-peso para ajudar tantas pessoas que precisam. Adorei o título que o Rick Bonadio me deu em São Paulo: “Gina Lobrista, a Diva do Povo”. É o que eu busco ser um dia. 61


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#debobeira


Tradição que sobe no tatame. A Academia Machida é umas das maiores referências no ensino das artes marciais para crianças, jovens e adultos, aliando toda a sua experiência com o desenvolvimento de valores que só o esporte é capaz de construir. Venha fazer parte da nossa família e descubra tudo o que a Machida tem a oferecer para você.

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ISSN 2446-6328

ano1 | #12

mar 2016

distribuição gratuita

omnia

ém l e B

#LyotoMachida O Dragão está sempre pronto para o combate

#GinaLobrista Ela está colhendo os frutos do trabalho árduo

#Mulheres Segundo sexo ou primeiro?

#PãoNosso Gosto de casa, família à mesa e amor <3


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