Up Belém #9 - Dezembro/2015

Page 1

ISSN 2446-6328

UMA PONTE ASSIM NÃO MUDA SÓ A PAISAGEM. MUDA A VIDA.

ano1 | #9

dez 2015

distribuição gratuita

ém l e B

A ponte tem 560 metros de extensão, totalmente sinalizada.

A ponte Clovis Almeida Mácola tem mureta que protege os pedestre

Os pilares são protegidos por “dolfins” contra possíveis colisões por balsas.

O moderno sistema de iluminação conta com placas de captação de energia solar.

PONTE DE IGARAPÉ-MIRI. É O GOVERNO DO ESTADO TRABALHANDO PARA MELHORAR A SUA VIDA. Tão importante quanto o tamanho de uma obra é o tamanho do benefício que ela traz. Construída pelo Governo do Estado na PA-151, moderna e segura, a ponte de Igarapé-Miri mudou a vida de milhares de paraenses em Igarapé-Miri, Abaetetuba, Barcarena, Acará, Moju, Mocajuba, Cametá e Baião, dentre outros municípios.

Secretaria de Transportes

A ponte Clóvis Almeida Mácola é um antigo sonho da região do Baixo Tocantins que finalmente virou realidade. A nova ponte facilita o escoamento de produtos e a vida de quem precisa ir ao trabalho e à escola. Ponte de Igarapé-Miri. A paisagem ficou bem melhor com ela. A vida, nem se fala.

TRABALHANDO PARA MELHORAR A SUA VIDA

#Adele

Novo álbum e a maturidade de uma estrela

#AnaClara

Pop paraense que foge de qualquer clichê

#PortoAlegre

A riqueza de uma capital diversa



Porto Alegre


#índice

#capa

34

Adele lança álbum e rouba a atenção do mundo

#pitada

26

Na ceia de Natal, o alimento que transcende a mesa

#entrevista

12

Ana Clara Matos: A música paraense cada vez mais pop

#partiu

44

O charme multicultural da bela Porto Alegre

#especial

58

Os cuidados na hora de dar aquele up na aparência

Capa: Adele | foto divulgação

#expediente

Up Belém | ano 1 | nº9 | dezembro de 2015 | distribuição gratuita Criação e realização | Omnia Editora Projeto Gráfico | Omnia Editora Diretora Editorial | Lorena Filgueiras - DRT-PA/MTb 1505 Editor-chefe | Elvis Rocha - DRT/PA 1712 Colunistas | Alfredo Coelho, Cassius Martins, Daryan Dornelles, Dina Batista e Sueid Abou, Joanna Martins e Paulo Bergamini. Revisão: José Rangel - DRT-PA/MTb 696 Comercial | Omnia: 91 98138.7557 | contato@upmagazine.com.br Site | www.upmagazine.com.br Críticas, elogios e sugestões de pauta | revista@upmagazine.com.br Impressão | Gráfica Santa Marta Tiragem | 5.000 exemplares A Revista UP Belém é uma publicação mensal da Omnia Editora. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização. Revistaupbelem 4

revistaupbelem


“Eu já tinha todos os motivos pra me orgulhar daqui. O Banpará me deu mais um.” O Banpará está cada dia melhor pra você. Crescendo, se expandindo e dando ainda mais motivos para os paraenses se orgulharem dele. Além de novas e modernas agências, tecnologia e acesso rápido, o banco oferece produtos que facilitam sua vida e protegem seu dinheiro. O Banpará também está presente em todas as regiões do Estado, com agências em 83 municípios; ainda este ano serão mais 16 novas agências. Agora, o banco que é o melhor pra você é também um dos melhores do país na sua categoria, segundo o Valor Econômico. Dá um orgulho, não dá? Continue depositando sua confiança neste banco que é seu e de todos os paraenses.

Banpará. Renovado pra você renovar seu orgulho também.


#editorial

Drummond dizia, com a sabedoria de sempre, que quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias foi um indivíduo genial. “Doze meses são o suficiente para qualquer um entregar os pontos”, dizia o poeta, cheio de razão. Dezembro é um mês afeito a reflexões, dias que nos levam quase que inevitavelmente à pergunta: o saldo foi bom? Pois 2015 foi um ano intenso para nós, da Up Belém. Nove edições que nos mostraram as dores e as delícias de investir em um projeto editorial ambicioso, com o coração fincado na Amazônia, mas olhar atento para o mundo. Não foi fácil, mas olhando em retrospecto, afirmamos com orgulho: nossa temporada foi positiva. E para celebrar este primeiro Natal, estampamos nossa capa com uma figura que transcende nacionalidades. Adele, o prodígio inglês que voltou às paradas com um novo álbum e, milhões de discos vendidos e uma maternidade depois, diz finalmente ter feito as pazes com as idiossincrasias da fama e consigo mesma. Dando sequência à nossa autoimposta missão de apresentar novidades, batemos um longo papo com uma das revelações do pop feito por aqui. Ana Clara Matos, cujo primeiro álbum, lançado este ano, engrossa o coro da turma que não se rende aos clichês e sai à caça de novos caminhos para o que chamam de música paraense. Ainda nesta edição, apresentamos um panorama da diversidade que faz de Porto Alegre uma das capitais mais ricas culturalmente do país. Um relato sobre as ceias de natal que extrapolam o saciar do corpo para alimentar a alma. A história de como os padrões estéticos refletem os valores de cada época. E muito, muito mais. Obrigado por estarem aí. 2016, a porta está aberta. Pode chegar.

6


Tudo isso e muito mais espera por você. Venha fazer parte da nossa família. Muito mais do que uma academia, a Machida é um centro de treinamento completo para você superar todos os limites do seu corpo com mais saúde e qualidade de vida. Não fique de fora, venha fazer parte da Machida! Artes Marciais

Musculação e Cárdio

Ginástica

Karatê, Judô, Capoeira, Jiu-Jitsu, Muay Thai, Submission, Aikido, Boxe.

Espaços com máquinas e equipamentos top de linha e equipe profissional diferenciada.

Kangoo Jump, Spinning, Ritmos, Zumba, Corrida de rua, GAP, Step, Yoga, Pilates, Alongamento.

Unidade Nazaré Tv. Quintino Bocaiúva, 1657 (91) 3224 6859 www.academiamachida.com /academiamachidaoficial @academiamachida

Unidade Pedreira Av. Pedro Miranda, 956 (91) 3244 7332 | 3254 9352


#PontosDeDistribuição

• Barbearia Belém, Rua Antônio Barreto, 939 • Buffalo Steak House - Estação das Docas • Casa do Bacalhau, Rua Diogo Móia, 455 • Churrascaria do Osmar - Rua Diogo Móia, 1069 • Circus Hamburgueria - Rua João Balbi, 35 • Colors Nail Boutique - Avenida Almirante Wandenkolk, 1257 • Discos ao Leo | Travessa Campos Sales, 628 • DomNato | BR 316/KM 6,5 • Enoteca Don Vino | Conselheiro Furtado, 1420 • Fox Vídeo • Grand Cru | Braz de Aguiar, 50 • Hotel Atrium Quinta das Pedras - Rua Dr. Assis, 834 • Laboratórios Amaral Costa • Mazza Fresh Italian - Avenida Almirante Wandenkolk, 276 • Melissa | 4º piso do Boulevard Shopping • Metallo, Travessa Rui Barbosa, 582 B • Old School Rock Bar, Avenida Almirante Wandenkolk, 1074 • Oral Plus | Centro Empresarial Bolonha • Princesa Louçã, Avenida Presidente Vargas, 882 • Uniflora Natureza & Saúde Farmácia de Manipulação Travessa 14 de Março, 1148 • Rede de postos Pará Vip • Restaurante Bistrô do Bispo - Rua Dr. Assis, 834 • Restaurante Cantina do Chef - Rua Jerônimo Pímentel, 201 • Restaurante Famiglia Sicilia | Conselheiro Furtado, 1420 • Restaurante Lá em Casa | Estação das Docas • Restaurante Santa Chicória | Diogo Moia, 1046 • Salud Gourmet (delivery) • Salão Cassius Martins | Rua Bernal do Couto, 119 • SOL Informática | Doca de Souza Franco • Tabacaria Lit | Térreo do Boulevard Shopping • Todeschini | Generalíssimo Deodoro, 719 • Todeschini Umarizal, Avenida Generalíssimo Deodoro, 719 • Top Internacional | Av. Tamandaré, 1013

8


Ana Cristina Iudice Arquiteta & Consultora de Feng Shui

91 99912.2314 anaiudice@gmail.com


foto Vanja Von Sek

#entrevista

Bem longe dos clichês por Elvis Rocha

Ana Clara Matos: um sopro de renovação para o pop bem feito na Amazônia

O

rótulo “música contemporânea paraense”, vocês sabem, abriga coisas demais. Abriga Felipe Cordeiro e seu mix de vanguarda paulistana com lambada. As batidas alucinadas de Marcos Maderito e a Gang do Eletro. O tecnobrega comercial na voz potente de Gaby Amarantos. O suingue em tons caribenhos de Lia Sophia. A MPB renovada na poesia de Arthur Nogueira. Uma lista extensa e diversa que não caberia neste parágrafo. E nela se encontra Ana Clara Matos. Com um álbum lançado este ano (Ana Clara, Na Music), a cantora/compositora ocupa um daqueles espaços até bem pouco tempo difíceis de definir no que é produzido na capital. Rock de menos para a cena roqueira. Rock demais para o cenário pop. Diante do impasse - vivido por outros em gerações mais recentes -, Ana encontrou a saída ao fugir dos clichês. Na naturalidade com que une o bragantino Toni Soares aos escoceses do Belle And Sebastian para criar uma identidade própria. O resultado merece uma audição mais atenta. Com uma carreira relativamente curta, Ana Clara sabe que o nicho que escolheu requer paciência e um trabalho persistente para vingar. E ela, ao que parece, está disposta a ir sem pressa. Passo a passo. Nas próximas páginas, a cantora/compositora fala um pouco da relação precoce com a música, da timidez transformada em inspiração, da relação de confiança com os parceiros que a acompanham e dos planos para seguir adiante - muito na dela. Confere aí.

10


11


12


foto Karina Menezes

Em teu perfil no bandcamp (anaclara.bandcamps.com) estás descrita assim: “Ana Clara entrou na música feito um tímido violão no canto da sala: sempre afinado e disposto a cair na canção”. Conta o caminho que percorreste do “canto da sala” até “cair na canção”. A minha relação com a música vem desde criança. Aos seis anos ingressei na musicalização no então SAM (hoje Escola de Música da UFPA). Além disso, meus pais sempre ouviram muita música e eu sempre gostei. Quando pequena fuçava os discos de casa e meus pais sempre incentivaram. Desde moleca peço discos e isso seguiu na adolescência, quando comecei a buscar outras referências além das que tinha em família. Até hoje compro muito disco. Durante a minha adolescência, não pensava em cantar. Estudei um pouco de piano, um pouco de violão, cheguei a comprar um baixo, cantava em casa quando arranhava as cifras, ou em rodas de amigos ou parentes, sem pretensões. Quando tinha uns 17 anos, meus amigos de escola tinham uma banda e eu sempre ia aos ensaios. Um belo dia me pediram pra cantar de improviso só pra ajudar numa música e aos poucos fui entrando nisso. Acaba que o canto passou à frente dos instrumentos. A primeira gravação valendo foi de uma música do meu pai (“Sair no Abraço”, dele com o José Maria Bezerra, que saiu no disco “Dizeres”, de 2007), depois vieram vários outros projetos e aqui estamos. Passaste um tempo fora de Belém (Ana Clara viveu em Milão entre 2010 e 2011, onde estudou Comunicação Direcionada para Música) e só depois, na volta, começaste a investir mais a sério na carreira. O que esse “olhar Belém pelo lado de fora” acrescentou à tua visão como artista? Quando fui pra Itália, foi por um desejo que tinha de estudar e passar um tempo fora do país, então não fui com nenhum objetivo relacionado a uma carreira musical, ainda que já fosse algo presente pra mim (já participava de alguns projetos, tinha gravado algumas coisas, feito temporadas na noite etc.). Mas estar distante, algumas vezes sozinha, vendo as coisas de longe, refletindo, deu a possibilidade de sedimentar na cabeça o que eu de fato queria quando voltasse. Foi lá que comecei a traçar os passos que seguiria na volta, listei algumas músicas que queria que entrassem no repertório, escrevi algumas ideias. Falando de um olhar sobre o cenário musical, foi interessante pra ver que a situação é difícil pra todo 13


Tanto o EP “Canções de Depois” como o álbum “Ana Clara” reúnem uma gama de parceiros e compositores que vão de Toni Soares a Pedro Veríssimo (da banda gaúcha Tom Bloch). Como se deu o processo de construção do repertório e de produção de ambos? A reunião das músicas pros dois trabalhos foi bem fácil e tranquila, na verdade. Não teve aquele sofrimento de não saber o que escolher, de precisar cortar coisa. Algumas faixas eu já tinha em mente (do EP, por exemplo, “Que nem passarinho” já havia sido gravada, mas eu tinha vontade de propor um arranjo diferente; “Polaroid sem cor” o Toni tinha me mostrado anos antes como uma música que ele achava que ficaria legal na minha voz e eu tinha guardado pra quando fosse montar o meu trabalho), outras eu fui pedindo pra amigos e gente que eu não conhecia pessoalmente, mas já admirava (Estêvão Bertoni, do Bazar Pamplona, e o Pedro), e tudo que me enviavam era certeiro. Em geral as pessoas fazem uma lista bem grande pra ir cortando. No caso do disco, todas as músicas que eu ia escolhendo já eram bem definitivas, entramos no estúdio com as 10 músicas selecionadas, uma ideia bem certa do repertório. Sobre os processos de produção, o EP e o disco foram bem diferentes. O EP foi gravado pelo grande parceiro Ulysses Moreira, que também toca bateria na minha banda, na casa do amigão Eduardo Feijó, com exceção das baterias, feitas no estúdio Edgar Proença, da Funtelpa. Depois a gente ia mandando o material pro Iuri Freiberger e ele ia mixando lá de Porto Alegre, enviava de volta, aí eu avaliava e ia dizendo o que ainda queria que mexesse até chegarmos às versões finais das faixas. No caso do disco, gravamos no Estúdio Apce com o Assis Figueiredo, o Iuri fez a produção musical, veio pra cá pra acompanhar as gravações e a mixagem, o timing foi diferente. O EP, a gente foi fazendo aos poucos, explorando as músicas, era uma sonoridade tomando forma. O disco foi mais uma imersão, semanas de dedicação total e quando entramos em estúdio já estava praticamente tudo definido pra gravar.

14

foto Rodrigo José

mundo, mesmo que em escalas diferentes. Estava na Europa, numa cidade que é um centro, e ainda assim percebia na vida de quem fazia música ou trabalhava no ramo dificuldades parecidas com o que a gente vê por aqui: espaços limitados pra tocar, gente que toca por cachê pequeno ou sem cachê, oportunidades de trabalho remunerado restritas no âmbito da produção/comunicação e por aí vai.


15


16


foto Tita Padilha

Capa do disco, com ilustração de Erinaldo Cirino.

O que se chama hoje de música paraense é um mundo de produções muito distintas entre si. Como tu, que tens um trabalho com menos características usualmente classificadas como “regionais”, acreditas que te enquadras nesse universo? Pois é, apesar de adorar os traços musicais paraenses, ouvir, dançar, isso não tá presente no meu trabalho. No máximo um pouco na versão de “Marcianita” que fiz com o Molho Negro e o Felipe Cordeiro, em 2012. Eu tô fora desse filão mais característico do Pará, mas por ser daqui faço parte do grupo macro da “música paraense”. Acho que o lugar onde eu me vejo aqui tem crescido: pop que não é regional, mas que também não se encaixa totalmente na etiqueta rock. Recentemente acho que têm surgido mais trabalhos pra engrossar esse caldo. Logo que comecei a montar meu trabalho (e nem faz tanto tempo assim), me via meio que num limbo, não era pop dançante “regional”, mas era pop demais pra ser da cena “roqueira”. Acho que ultimamente tem aparecido mais gente nesse meio-termo. Entendo que estar fora da faixa que traz mais elementos típicos me tira do alcance do radar - de fora e também de dentro do Pará - que nesses tempos tem buscado artistas mais “característicos” daqui. Mas isso não é de forma alguma um peso. Tô supercontente com o trabalho que tenho realizado. Sou muito segura das minhas escolhas, me enxergo nelas e vou cavando meus espacinhos aos poucos. 17 17


Em um texto de divulgação do EP “Canções de Depois” são citados teu pai (o compositor Emanuel Matos); Totonho; David Bowie; Câmera Obscura e Smiths como influências. O que mais acrescentarias nessa mistura? Eu tenho uma dificuldade grande de falar de referências, porque gosto de muita coisa diferente e não necessariamente elas estão presentes diretamente no trabalho. Essas influências que citaste estiveram presentes de alguma forma no processo de construção do EP. Além disso, minhas bandas do coração são Novos Baianos, Mutantes, Belle & Sebastian, Cake. Gosto muito de britpop, Leonard Cohen, Caetano Veloso, Chico, Tom Zé, Chet Baker, Nara Leão, Beatles, Arcade Fire, Feist, Isobel Campbell, Jorge Drexler, Stereoscope. Na gravação do disco, a gente lembrava de The Cure, Weezer... Muita coisa diferente ao mesmo tempo. Se pudesses pinçar uma canção do teu repertório que ajudasse a compreender tuas intenções como artista, qual delas seria? E por quê? Uau. Difícil essa, hein? (risos) Esteticamente ou como mensagem? Bem, acho que “Polaroid sem cor” sintetiza muito bem a sonoridade que eu imaginei e que o trabalho tomou. Ela é suave, mas ao mesmo tempo cortada por umas guitarras um pouco mais sujas. A música é pop, mas ao mesmo tempo introspectiva e a letra não tem meias palavras: “álcool no sangue/ toda loucura é gás” são sentimentos sem disfarce. São esses contrastes que eu imagino desde o início e que acho que caracterizam o trabalho. 18

foto Karina Menezes

Aproveitando a pergunta, quais são os músicos com os quais mais te identificas hoje no cenário paraense? Eu sou muito fã do Toni Soares, que trabalha a tradição de um jeito muito bacana e também tem um lado experimental, contemporâneo e uma face pop. Também admiro o Pio Lobato e o Antonio Novaes. Curto muito e me identifico com o trabalho do Meio Amargo. Gosto demais do Aeroplano, Molho Negro, The Baudelaires. Acho demais também o trabalho da La Orchestra Invisível, sinto falta de ouvir mais coisas deles. Soube que a Lari Xavier (guitarrista e vocalista da La Orchestra) tava gravando algumas coisas solo; pra mim ela é um supertalento e tô muito a fim de ouvir isso. Também tô esperando o trabalho novo da Sammliz (ex-vocalista da Madame Saatan).


19


20


foto Rodrigo José

Também atuas como pesquisadora e recentemente produziste uma série de programas para a Rádio Cultura, baseada no livro “A Modinha no Pará”, do historiador Vicente Salles. Queria que falasses um pouco sobre esse trabalho de resgate da história por meio da música. Ah, que bacana que falaste disso. Esse trabalho me deixou muito feliz. Como falei antes, a minha relação com a música vem desde cedo e não tá pautada só no trabalho como cantora. Também sou radialista. Eu trabalhei por um tempo no projeto “Recuperação e Difusão do acervo musical da coleção Vicente Salles da biblioteca do Museu da UFPA”, coordenado pelo maestro e professor Jonas Arraes, o que me deu a oportunidade de me aproximar do trabalho fantástico realizado pelo Prof. Vicente Salles. Paralelamente, havia uma ideia de fazer uma série de programas especiais sobre esta pesquisa na Rádio Cultura, aí resolvemos na rádio direcionar para o livro “A Modinha no Grão-Pará”, que contém um CD com 14 gravações. Eu fiz a pesquisa, os roteiros e a apresentação. Foi uma delícia explorar essa obra, aprender mais sobre a música feita no Pará e traduzir um pouco disso pra linguagem do rádio, ler sobre a fusão do cancioneiro europeu com os cantos de feição cabocla, ou conhecer histórias sobre compositores daqui, alguns desconhecidos do público, mas que tiveram trabalhos importantes (por exemplo, saber que “A Casinha Pequenina”, talvez uma das modinhas mais conhecidas no Brasil e que eu estudava nas aulas de piano como composição anônima, provavelmente foi composta por um carteiro daqui, Bernardino Belém de Sousa) e por aí vai. Pra quem se interessa pelo tema, é possível ouvir a série completa no Portal Cultura. Há pouco tempo lançaste uma nova música (“Zelda”), em parceria com o projeto Meio Amargo, do músico Lucas Padilha. O que mais está sendo planejado pro futuro? Isso, a gente lançou “Zelda” agora e tem mais uma música na agulha nessa parceria que devemos lançar daqui a uns meses. Se tudo der certo, eu pretendo fazer ainda mais um clipe do meu disco (já tem um para “Polaroid sem cor”, feito pela minha irmã, Carolina Matos) e também está prevista a edição do álbum em vinil pelo selo discosaoleo (que já lançou o EP “Canções de Depois”). No mais, é tocar pra mostrar o trabalho. Fora isso, também tô tocando microkorg no Thunderjonez, projeto do João Lemos. EM TEMPO soundcloud.com/ana-clara-matos

21


#FicaDica

A Up Belém avisa: há programas para todos os gostos [e bolsos] rolando de Norte a Sul do país! Confira alguns que selecionamos para vocês: Gilmour no Brasil A lenda da guitarra David Gilmour chega este mês para quatro apresentações no Brasil. São Paulo (duas vezes), Curitiba e Porto Alegre recebem o ex-integrante do Pink Floyd na turnê de divulgação do recente álbum “Rattle That Lock”. No repertório, claro, clássicos e mais clássicos da antiga banda do guitarrista. Corre que talvez ainda dê tempo de descolar um ingresso, cujo valor varia entre R$ 270 e R$ 1.040. São Paulo Quando: 11 dez 2015, às 21h Onde: Allianz Parque (Estádio Palestra Itália) Quando: 12 dez 2015, às 21h Onde: Allianz Parque (Estádio Palestra Itália) Curitiba Quando: 14 dez 2015, às 19h Onde: Pedreira Paulo Leminski Porto Alegre 16 dez 2015, às 19h Arena Grêmio

Gal Estratosférica em Natal No próximo dia 19 a galera de Natal (RN) terá a oportunidade de conferir de perto um dos ícones máximos da música brasileira. Gal Costa, renovada após o lançamento do muito bem recebido “Estratosférica”, desembarca na cidade para uma apresentação no Teatro Riachuelo. Além do repertório do álbum, Gal canta alguns dos clássicos que vêm embalando gerações de amantes da boa Música Popular Brasileira desde os anos 1960. Quando: dia 19/12 Onde: Teatro Riachuelo, Av. Bernardo Vieira, 3775 Ingressos: www.ingressorapido.com.br 22


Belém Insular Até o próximo dia 31 de dezembro o Sesc Boulevard recebe o projeto “Arte Sesc Confluências - Belém Insular”, no qual uma gama variada de artistas da capital paraense se reúne para apresentar o resultado de um ano de pesquisas e discussões sobre a Amazônia e uma visão sobre a Belém que inspira o mundo das artes. Com curadoria de Armando Sobral, o projeto terá a participação de Nando Lima; Cinthya Marques; Rafael Becqueer; Elaine Arruda; Elisa Arruda; Mário Noronha; Veronique Isabélle; Maria Christina; Fábio Hassegawa; Marcílio Costa; Keyla Sobral; Drika Chagas, Evna Moura e Leo Bitar (foto). Quando: Até 31 de dezembro Onde: Boulevard Castilhos França, 522/523. Centro Cultural Sesc Boulevard Quanto: Grátis Mais informações: (91) 3224 5305 / 3224 565416 dez 2015

Mudança de Hábito E a onda pegou de vez no Brasil. Com isso, o musical da Broadway “Mudança de Hábito” estendeu a temporada até 20 de dezembro em São Paulo. Inspirado no filme estrelado por Whoopi Goldberg, o musical conta a trajetória de Deloris, que testemunha uma morte e busca refúgio em um convento, usando suas habilidades a partir de então para inspirar o coro do lugar. Protagonizado pela atriz e cantora Karin Hils, o espetáculo é uma boa pedida para quem estiver na terra da garoa. Quando: Até 20 de dezembro de 2015. Sessões: Quintas e Sextas, às 21h, Sábados, às 17h e 21h, e Domingos, às 16h e 20h. Onde: Teatro Renault - Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 – Bela Vista, São Paulo – SP Quanto: De R$ 25 a R$ 260 Ingressos: www.ticketsforfun.com.br (*) A programação apresentada neste espaço foi fornecida pelos próprios autores e pode ser alterada a qualquer momento sem aviso prévio. Consulte site e/ou telefones de informação antes.

23


Jo an

#colherada

na

Ma

rtins

Para onde queremos levar o nosso Pará? O que fazer para que nossa gastronomia (a paraense) avance ainda mais? Essa é a pergunta (ou desafio) que me faço todos os dias ao levantar, há aproximadamente seis anos, quando, como uma das herdeiras de uma história tão importante (o legado de minha Avó e meu pai, Anna Maria e Paulo Martins), resolvi assumi-lo (junto com minhas mãe e irmã). E isso pesa. Pesa nos ombros e traz muita responsabilidade e a necessidade de muita reflexão. E foi num desses dias há mais ou menos uns três anos que acordei com o pensamento de que havia duas coisas que precisavam ser priorizadas: primeiro, incentivar a educação e a pesquisa da nossa gastronomia - afinal conhecemos profundamente muito pouco de nossa história e dos meandros de nossa comida; e segundo, promover o desenvolvimento dos ingredientes/ produtos paraenses. E assim nascia o alicerce para a construção do Instituto 24

Paulo Martins, ou IPM para os mais próximos. De lá pra cá muito tempo se passou e muito diálogo foi construído: com a comunidade local, com as entidades locais e com a comunidade nacional e internacional. Diálogos que consolidaram a posição do Pará como expoente da cozinha brasileira e que colocaram nosso estado na rota dos cozinheiros e gourmets de todo o mundo. E foi a partir de alguns destes diálogos e do desejo de criação de um curso de culinária amazônica que nasceu o embrião do Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade da Amazônia, um projeto que tem como objetivo proporcionar desenvolvimento sustentável para nossa sofrida floresta, mantendo-a em pé através da relação de nossa biodiversidade com a gastronomia. Esse é o grande e maior objetivo do IPM, Ata e Centro de Empreendedorismo da Amazônia, que se juntaram e

Joanna Martins é publicitária, organizadora e curadora do festival Ver-O-Peso da Cozinha Paraense, diretora do Instituto Paulo Martins e proprietária da Manioca.


estão desenvolvendo “o Centro”. O Centro será a reunião de cinco espaços: restaurante, escola, laboratório, barco e museu, que estarão à disposição e em prol da sociedade para que nós, o Pará, a Amazônia, a Pan-Amazônia, o Brasil e mundo possamos conhecer mais e muito mais das riquezas da nossa floresta. É uma imensa oportunidade de desenvolvimento educacional, científico, cultural e especialmente social para nossa comunidade. Sendo ainda um perfeito produto turístico para atração de viajantes de todo o globo. Para os mais ansiosos, já posso adiantar que o projeto prevê que já em 2016, nos 400 anos de Belém, o Barco, o Restaurante e algumas ações da Escola, entrem em operação. Ficando o Laboratório e Museu para 2017. Um projeto ousado, grandioso e que depende do empenho e da vontade de muitas pessoas, muitas instituições e

especialmente do apoio de nossas entidades governamentais, que felizmente (hoje e espero que eternamente) têm visão e paixão pelo que é nosso e que veem no turismo e na gastronomia um importante aliado para desenvolvimento de nossa cidade e nosso estado. Eu, pessoalmente, e o grupo que leva o projeto adiante, não esperamos apenas vitórias e acertos neste emblemático projeto, afinal, todo caminho é árduo e tem muitos obstáculos, mas tenho certeza que se todos (comunidade/sociedade, produtores, pesquisadores, cozinheiros, empresários, personalidades e políticos) forem capazes de entender os benefícios que podemos ter com ele e se unirem para que isso tudo vire realidade, passando por cima de vontades individuais e de ganhos pessoais, estaremos, muito mais breve do que imaginamos, colhendo seu sucesso e seus frutos. E então vamos juntos tornar isso realidade?

25


#pitada

Tempo de nutrir a alma por Lorena Filgueiras | fotos divulgação/internet

Na mesa de fim de ano cabem não só delícias, mas amor e muita, muita leveza

E

spero que vocês me perdoem o excesso de “pessoalidade”. Quando escrevo sobre comida (um dos meus mais

preferidos!), quase sempre assumo o tom emocional, porque comer é um ato sagrado e que transcende simplesmente a repetição de levar a colher ou o garfo à boca. É o que eu sempre digo: comer é alimentar o corpo e, fundamentalmente, nutrir o espírito. No #pitada desta última edição de 2015 (talvez o mais emocional de todos, até este momento) a temática é especial: fim de ano em família, do seu jeito, com suas receitas. Não sei se já contei por aqui, mas tomei gosto por cozinha com a minha avó, Maria Lúcia. E dela ouvia histórias (relacionadas à comida) sensacionais de uma época em que o dinheiro era pouco (mas a criatividade era enorme!). Sendo mãe de seis crianças, ela, que costurava muito bem, conseguia fazer as roupas de todos: havia figurinos para os dias da semana e roupas próprias para os sábados e domingos (quando todos tinham de estar mais alinhados, porque era dia de missa!). E para alimentar todos? Vovô e ela eram mestres neste quesito! Havia uma torta de legumes cozidos: as claras eram batidas à mão (coisa, aliás,

26


27


que aprendi com ela que faço até hoje e que nos conecta), para serem “deitadas” na frigideira, sobre o azeite de oliva quente. Daí ela espalhava os legumes (cortados pequeninos, em cubos e já previamente cozidos) sobre aquela delicada estrutura. Quando doirava, virava a torta (não ousem chamar isso de omelete para mim!), para findar a cocção. E os bolinhos de carne moída? (que aliás você vai poder acompanhar a receita e história em detalhes somente no site da Up). O suflê de bacalhau? (um grande escondidão de bacalhau, porque assim rendia mais!) A lista é interminável: as saladas quentes, o arroz levemente colorido (“com colorau”), o feijão com legumes... E quando chegavam as festas de fim de ano, queridos, aí era a prova de fogo! Foi ela quem me apresentou às “fatias paridas”, como ela sempre chamava as rabanadas. Eram o centro da mesa! Frango (sim, meus queridos: galinha caipira mesmo!) recheado com farofa (feita de bolachas salgadas, muita manteiga, passas levemente umedecidas e algum bacon), a salada quente, frutas, o famosíssimo bolo de queijo, um panetone e... o ingrediente principal: leveza. Ninguém disse que seria (e que foi) fácil, mas os filhos estavam impecavelmente bonitos, arrumados; o piso da sala estava encera28


29


30


do, a mesa farta e... disposição, além da troca de sorrisos e afagos entre todos. Meu avô abriria um vinho, guardado para aquela ocasião e as crianças podiam tomar guarasuco ou grapette. E sempre havia mais que o necessário, para compartilhar com a vizinhança – quando todos podiam sentar em suas calçadas e se confraternizar. As mesas de fim de ano, em sua grande maioria, têm peru, fios de ovos, frutas secas (tâmaras, figos, damascos), frutas frescas como uvas, pêssegos e ameixas argentinas... mas onde estão os pratos “umbilicais”, que nos unem e nos remetem à nossa cultura? Pato, castanhas-do-pará, as mangas? Farofa? Tem que ter! Que nunca nos falte nada – sobretudo a vontade de viver para colecionar grandes histórias e memórias inesquecíveis! Os tempos não estão fáceis, é verdade, mas... onde você guardou sua leveza? Fundamental, mesmo, é o amor. Ah, esse é o ingrediente principal! (não deixe faltar o tempero!)

EM TEMPO

Confira a receita dos bolinhos de carne em nosso site. www.upmagazine.com.br

31


Alf re

#medicinarevista

do

elho Co

Planeje seu milagre! “milagre:sm (lat miraculu) 1 Fato que se atribui a uma causa sobrenatural. 2 Teol Algo de difícil e insólito, que ultrapassa o poder da natureza e a previsão dos espectadores (Santo Tomás). 3 Coisa admirável pela sua grandeza ou perfeição; maravilha. 4 Fato que, pela raridade, causa grande admiração. 5 Intervenção sobrenatural. 6 Efeito cuja causa escapa à razão humana. 7 pop Figura em madeira ou cera, oferecida aos santos, em cumprimento de um voto. Fazer milagre: praticar o impossível.” Dentro de uma certa perspectiva entendemos como milagre qualquer ação, fato ou acontecimento impossível de ser explicado segundo as ciências na-

32

Alfredo Coelho é médico. dr@alfredocoelho.com.br • www.alfredocoelho.com.br

turais, atribuindo-se o acontecido a um mover sobrenatural de ordem Divina. É como se o planejamento de um milagre estivesse totalmente fora da esfera humana de construção, tal como os presentes ou punições recebidos pelos antigos Deuses Gregos. Receberíamos então um milagre caso fôssemos merecedores de tal, ou as forças celestiais quisessem provar algo. Mas assim como a ciência já, por muitas vezes, provou estar errada, acreditando não ser possível validar determinado conceito puramente por falta de provas materias e replicáveis, não estaríamos, mais uma vez, diante de um conceito que nos afasta da nossa verdadeira essência?


Sim, porque diante de uma visão filosófica criacionista, se somos feitos à imagem e semelhança de Deus, somos os projetistas, arquitetos e construtores de tudo aquilo que chamamos vida. E, desta forma, seríamos os únicos, e exclusivos, criadores dos nossos milagres. Se hoje sabemos que pensamentos alteram a matéria, promovem a saúde ou curam doenças, o milagre estaria em nossos pensamentos, que podem representar o nível mais baixo, ou corporal, da nossa experiência material, ou o nível mais alto, nosso ser imortal. Um faz o físico e o outro cria o espiritual. Infelizmente não acreditamos naquilo que os nossos olhos físicos não podem ver, acreditando então não existir. Mas é por este motivo que o que chamamos de milagre não seria nada mais que

o fruto da falta da percepção humana em reconhecer o invisível, ou seja, o milagre. Podemos ainda dizer que diante desta falha em saber que podemos, através de nossa mente, alterar a matriz ‘divina’ que nos cerca (alterando nosso campo elétrico e magnético) e com isto mudar nossa realidade física, e como consequência não somente planejar mas também construir tudo aquilo que desejamos. Cabe a cada um de nós permitir que sejamos cocriadores deste Universo, descobrindo a sua verdadeira habilidade de ter tudo aquilo que você precisa, onde e quando você precisa: o que chamamos, até o momento, de milagre. Milagres não são a exceção à regra e sim a ordem natural da vida. 33


#capa

A versão bonita da dor por Lorena Filgueiras | fotos divulgação

Adele lança novo álbum e faz as pazes com os “recordes” e consigo mesma

Q

uem nunca sofreu por amor, que atire a primeira pedra. Tal qual a fênix, ser mitológico flamejante que

morre e renasce de suas próprias cinzas, a dor por um amor perdido pode ser o combustível para fazer aflorar o melhor do potencial criativo. Sinatra que o diga! Extremamente magoado e machucado (porque, afinal, ele era O

CARA e até então, nenhuma mulher havia decidido largá-lo) pelo abandono de Ava Gardner, Sinatra se reinventou: superou uma falência financeira, dedicou-se com afinco na Capitol e naquele momento, claramente, reescreveu sua própria história. Tudo certo até aí. Se ele superou Ava? Bom... eis aí uma história completamente diferente. Não foi diferente para Adele, a menina londrina, filha de mãe solteira e de voz potente, que se ressentia por não estar no mesmo padrão (tão cruel) imposto para meninas da idade dela. Sofreu por um amor e, aos 19 anos, transformou as lágrimas em versos ingenuamente tocantes e deu voz a eles (e como deu!), arrebatando o público e a crítica especializada, em 2008. Em 2009, quando conquistou o Grammy, avisou que, em função do ritmo da carreira, não tinha tempo para as dores do amor. “Talvez eu possa sair com o Justin Timberlake e se ele quiser partir meu coração, talvez eu esteja disposta!”, brincou. 34


35


36


Mas a tal decepção veio. Veio também uma visão menos juvenil (e nem por isso menos dolorida) do término. O terreno arado (e perfeito) para mais poesia. Nascia “21” (uma referência à idade com que produziu o álbum, a exemplo de seu primeiro, “19”), o segundo disco, que lhe rendeu impressionantes marcas, dentre as quais, ter sido eleito pela Billboard o “maior álbum de todos os tempos” (desbancando o indesbancável Thriller, de Michael Jackson, que ficou em terceiro lugar). Com “21”, a cantora levou para casa nada menos que 6 Grammy (inclusive o da categoria mais importante “Álbum do ano”) e ainda dominou o primeiro lugar das paradas musicais por inacreditáveis 24 semanas. A Official Charts Company anunciou que Adele foi a primeira cantora, ainda viva, a emplacar duas músicas, no primeiro lugar, ao mesmo tempo desde os Beatles, em 1964, com “Rolling in the Deep” e “Someone Like You”. Alô, sou eu. Foram apenas 30 segundos no intervalo do “The X-Factor” britânico do dia 23 de outubro de 2015. Trinta segundos da voz de Adele, acompanhada tão somente de um piano, além de muito mistério - foram os ingredientes necessários para causar um verdadeiro frenesi. Em 24 horas, o vídeo havia viralizado e alcançado a incrível marca de um milhão de views. E não foi só: virou meme, definiu estados de espírito e ainda foi trending topic no twitter. Natural, considerando a longa e sentida ausência de 4 anos, desde o lançamento de “21”. O tom de mágoa ganhou ares mais maduros: “Alô, sou eu. Eu queria saber, se depois de todo este tempo, você gostaria de me encontrar, para esclarecer tudo. Diz-se que o tempo cura tudo, mas

37


a mim não curou”, diz nos tão famosos trinta segundos iniciais de “Hello”, a primeira faixa de “25” revelada ao público. Aos 27 anos (não, meus caros, ela não está com 25 – essa foi a idade com a qual ela começou a produzir o disco), Adele, enfim, conseguiu seu “final feliz”. Casou-se, teve um filho e está muito bem, obrigada. Avessa à fama, ela contou recentemente à Rolling Stone que continua dirigindo seu mini cooper (geralmente com o filho, Angelo, no banco de trás), andando sem maquiagem e com o cabelo preso num coque bem soltinho. “Tenho muito medo do que a fama faz com a vida de uma pessoa. Quase sempre lembro da angústia de Amy (Winehouse, de quem era muito amiga) e não quero isso para mim”, disse. À amiga, recém-falecida, ela dedicou lindos momentos do show “Live at the Albert Hall”. Mas... deixemos que Adele fale de si e do novo disco:

38


39


40


Olá Quando eu tinha 7 anos, queria ter 8. Quando finalmente completei 8, queria ter 12. Quando cheguei aos 12, queria porque queria ter 18. E... depois disso eu parei de querer ser mais velha. Agora, quando preencho formulários e chego na parte da idade, eu assinalo o quadradinho “16-24 anos” só pra ver se “cola”. E eu sinto como se tivesse passado minha vida inteira, até agora, desperdiçando isso. Sempre desejando ser mais velha ou desejando ser uma pessoa diferente, desejando poder lembrar de algumas coisas e esquecer outras, também. Desejando não ter arruinado coisas tão bacanas só porque eu estava com medo (ou entediada). Desejando não ter me preocupado o tempo todo. Desejando ter tido mais contato com minha avó e desejando não me conhecer tão bem, porque isso significa que eu sempre sabia o que aconteceria no final. Desejando não ter cortado meu cabelo ou ter 1,70m de altura. Desejando ter esperado e desejando ter me apressado, da mesma forma. Meu último disco quebrou muitos recordes e se eu tivesse de rotular este novo álbum, eu o chamaria de “reconciliação com recordes”. Da mesma forma que estou me reconciliando comigo mesma. Reconciliando-me com o tempo perdido. Reconciliando-me com tudo que fiz (e com o que nunca fiz, também). Mas eu não tenho tempo para me apegar às migalhas do meu passado, como eu costumava fazer. O que está feito, está feito. Fazer 25 anos foi um divisor de águas para mim, bem na metade dos meus vinte e poucos anos. Oscilando entre ser uma adolescente ou uma adulta, decidi ir em direção ao que serei para sempre, sem um caminhão para levar meu próprio lixo antigo. Sinto falta de tudo no meu passado: as coisas boas e as ruins, mas tão somente porque ele não vai voltar. Quando eu estava nele, queria sair desesperadoramente! Típico, não é? É uma delícia ser adolescente: sentar com os amigos, falar bobagens e não se preocupar com o futuro porque ele não importava como importa agora. A capacidade de ser irreverente sobretudo e não ter consequências... Ainda que seja ruim seguir e infringir leis... é melhor do que fazê-las. “25” é sobre como eu cheguei aqui sem perceber. E eu sinto muito que tenha demorado tanto, mas… vocês sabem, não é? A vida aconteceu neste meio tempo... Com amor, Adele.

41


Din a

ta tis

Su ei

d Ab

ou

#QuerSerFashion

Ba

Renovando os cuidados... e a pele!

Nós, mulheres, procuramos não relaxar quando o assunto é “cuidados de beleza”. O tempo pode até estar nublado, mas o bronze tá ali, em dia. E o banho de lua? Quanto mais douradinho, melhor! A manicure, então, já é questão de higiene. Temos que bater ponto semanalmente! Mas se tem uma coisa que consegue ser tão ou até mais importante que qualquer um desses cuidados e,

ainda assim, acabamos esquecendo de praticar, é a esfoliação. A esfoliação proporciona a renovação celular da nossa pele. Sua função é eliminar as células mortas de sua superfície. O resultado é uma pele mais macia, uniforme, lisinha, sedosa e pronta para hidratação. Hoje em dia os esfoliantes existem em diversas versões, tais como: creme, gel, sabonetes, óleo e por aí vai... Aí vão algumas opções.

2

3

5

1

4

1. Caseiro (1 colher de açúcar cristal, 1 colher de mel e um pouquinho de creme hidratante) • 2. R$ Baratinho Iogurte esfoliante Flor de Ameixa (O Boticário) R$ 43,99 • 3. Gel Esfoliante (The Body Shop) R$ 59,00 • 4. Sabonete Líquido Esfoliante Amêndoa (L’occitane) R$ 96,00 • 5. Óleo Esfoliante Vinoterapia (O Boticário) R$ 60,99

42

Dina Batista e Sueid Abou são autoras do Quer Ser Fashion, blog de moda, beleza, maquiagens e experiências. Adoram novidades e acreditam que, para ter estilo, é necessário, sobretudo, ter atitude. www.querserfashion.com | @dina_batista @sueidabou



#partiu

Vou pra Porto Alegre, tchau! Texto Sarah Brito* | fotos divulgação

Europeia, índia, negra: a riqueza e a diversidade da capital gaúcha Porto Alegre é um lugar único. Recheada de parques e com um calendário cultural intenso que preza a ocupação dos espaços públicos pela população, é uma das cidades mais ricas em expressões artísticas e identitárias, indo muito, muito além das conhecidas influências alemãs e italianas. Quem conhece PoA sabe que ela é uma capital açoriana, negra e índia, que aproveitou a proximidade com os hermanos para acrescentar um tempero ainda mais bacana a essa mistura. No quesito cultura afro-brasileira, existem na cidade duas das principais instituições negras do país: o Instituto AfroSul, com 30 anos de existência trabalhando dança, música e outras manifestações, e a Sociedade Floresta Aurora, o clube negro mais antigo do Brasil, fundado em 1872. Para os paraenses, é bom saber: existe uma inexplicável semelhança com nossa terra: ambas estão longe do eixo Rio-São Paulo; as duas são “invisíveis” fora do domínio do clichê – no caso gaúcho: frio e churrasco -, mas tanto uma como a outra têm histórias ricas; um histórico de independência da Coroa portuguesa absurda; um fluxo cultural intenso com a França, a fortuna do charque, da borracha etc. Ah, e o “bah” é uma das expressões mais gostosas e versáteis deste país. Que nem o nosso “égua” e o “oxente” dos nordestinos. São muitas as razões para visitar PoA. Escolhe a tua. 44


45


Museu/Fundação Iberê Camargo Nas margens do Guaíba. Além de ser uma construção superpremiada em relação à arquitetura e arte – com o acervo de um dos grandes artistas brasileiros do século XX –, ainda dá para, de quebra, ver o pôr do sol na beira do rio. www.iberecamargo.org.br

46


Feirinha da Redenção Ir a Porto Alegre e não ir à Feirinha da Redenção é como, perdoem o clichê, ir a Roma e não conhecer o Papa. Localizado na avenida José Bonifácio, no Parque Farroupilha. Artesanato de todo tipo, feira gastronômica etc. www.briquedaredencao.com.br

47


Casa de Cultura Mario Quintana É tudo: cafeteria no último andar com vista do rio; cinemas alternativos; quatro espaços diferentes de exposição, além de ser um espaço “amigo da criança “, com biblioteca infantil, uma brinquedoteca, contação de histórias etc. E claro, todo o acervo em homenagem ao poeta. www.ccmq.com.br

48


Lancheria do Parque Tradicional ponto de encontro. Fica perto da feirinha, no bairro do Bomfim. Reduto boêmio do rock gaúcho dos anos 1980. O espaço mais democrático da cidade: é possível encontrar de políticos a moradores de rua filando os fast-foods caseiros e baratos vendidos por ali. www.facebook.com/pages/Lancheria-do-Parque

49


Cidade Baixa Tem que estar em qualquer lista de visita a Porto Alegre. Milhares de opções de bares, restaurantes e festas. É o bairro boêmio da cidade. Vale a pena andar nas ruas e só então escolher um local para entrar, de acordo com o gosto de cada um. Além de tudo, as ruas são lindas, cheias de corredores jacarandás.

50


Praça da Alfândega Pertinho da Casa de Cultura Mario Quintana. Um marco histórico da cidade. Em torno dela existem quatro centros culturais interessantes e é o lugar onde é realizada a Feira do Livro de Porto Alegre. Ali perto, na General Câmara, ficam os sebos de livro e vinil da cidade, pelo menos uns oito, enfileirados um do lado do outro.

EM TEMPO

*Sarah Brito é documentarista e gestora cultural. Paraense de Belém. Mora há sete anos em Porto Alegre, onde desenvolve projetos que buscam a conexão entre a cultura digital e o fazer cultural independente. @sarinhab | fb.com/sarinhab | http://puromovimento.cc

51


Ca ss

Ma

rtins

#look

s iu

Que tal cuidar do planeta? Todos sabemos o impacto que causamos diariamente ao planeta! Então, que tal pensarmos em alternativas sustentáveis para, pelo menos, amenizarmos os danos? Pequenas ações diárias podem minimizar esses efeitos tão prejudiciais que a humanidade ainda nem pode medir as consequências. Na área da beleza já existe um movimento que pensa nisso e a Davines é um exemplo reconhecido mundialmente neste quesito. Com a missão de mudar o mundo investindo em beleza sustentável e protegendo a biodiversidade, essa marca traz não só embalagens biodegradáveis, mas a possibilidade de reutilizá-las, por exemplo, como adubo. Até na hora da produção a preocupação com a natureza é enorme, por isso toda a emissão de dióxido de carbono emitida no processo é revertida em reflorestamento, ou seja, tem impacto zero – lindo isso, né?

maciez e estruturação de todos os tipos de cabelos. Até a pele se beneficia dos encantos Davines com alguns produtos multifuncionais que servem para cabelos, rosto e corpo. Dá uma olhada nas indicações de nossa profissional Jacy Cruz. Desejo a todos um feliz Natal e um ano-novo repleto de proteção e boas ideias.

E os produtos? Igualmente maravilhosos! A belíssima filosofia ecofriendly não atrapalha em nada na alta performance que as linhas Davines têm. Riquíssimos em aromas e ingredientes naturais, os produtos da grife italiana buscam sempre o equilíbrio entre tratamento das anomalias do couro cabeludo e cuidado aprimorado com o brilho,

52

Cassius Martins é cabeleireiro, paulistano de nascimento e paraense de coração. www.cassiusmartins.com.br


“Beleza sustentável é um conceito de vida! Não é uma mera proposta, e sim uma realidade consolidada em pilares e tecnologia. A harmonia entre esses elementos deu origem ao profundo conhecimento no uso dos recursos e a sensibilidade em direção às necessidades humanas. Livre de sulfactante, conservantes todos derivados de petroquímicos. Fórmula sustentável extradelicada com óleos orgânicos, o único fitocêutico com

finalidades medicinais e profiláticas nos salões! Gosto muito do detoxifying: é rico em ativos naturais provenientes da alcachofra, coentro, hortelã e ácido glucano delta lactona. Desintoxica o couro cabeludo eliminando resíduos de produtos, lea-ve-ins, acalmando e equilibrando a produção de óleo na raiz dos cabelos. Este procedimento pode ser feito no intervalo de 6 semanas dependendo da necessidade de cada cliente!” Jacy Cruz

Passadinhas no Cassius 01

03

02

04

06

07

05

09

08

11

10

01. Arthur| 02. Iago Serruya | 03. Papai Noel | 04. Deborah Lobo | 05. Fabio Tinoco | 06. Gabriela Lande | 07. Isadora Rettelbusch | 08. Nicole Mello 09. Paula Braga | 10. Célia e Flavia Macedo | 11. Thatiana Nakashima 53


#vitrine

Saímos por aí à procura do que faz nossa felicidade: produtos originais e delícias para alterar o humor para melhor ;) Confira nossa seleção:

Um brinde épico Os fãs dos cenários e objetos de cena de Game of Thrones já podem ter um pedacinho do seriado em casa, ou melhor, à mesa. Estas taças, criadas pelo artesão de vidros Ed Burke são idênticas às que aparecem na série. Sim, idênticas, já que Burke desenhou os copos especialmente para o seriado! Para servir bebidas com gelo... e fogo! À venda na www.thefowndry.com/

Um clássico em cores As tradicionais cadeiras dobráveis, figurinhas fáceis nos botecos de antigamente, ganharam nova roupagem, e que roupagem! A badaladíssima escala Pantone, que já decorou artigos de moda a canecas de café. Escolha a cor da que vai decorar a sua casa. www.novoambiente.com/seletti

54


Ferramenta fofa Este inocente ursinho que atende pelo nome de PAPA BEAR SCREWDRIVERS esconde por dentro um arsenal digno de James Bond. O mimo, na verdade, é um miniestojo de chaves-de-fenda, o com seis tipos de pontas que se encaixam à cabeça do urso e dão conta de uma série de pequenos reparos. Portátil, prático e pra lá de bonitinho, um quebra-galho cheio de estilo para levar na bolsa, ou no bolso. Você acha aqui: firebox.com

É planta ou bicho? Estes charmosos vasinhos deixam as suculentas e outras plantinhas de vaso com uma carinha muito mais... mimosa (contém trocadilho!). Com tamanhos e detalhes em cores variadas esse item promete trazer um pouco mais de humor ao seu jardim. Compre o seu na collector55.com.br.

55


Pa ulo

mini rga

#autos

Be

Audi A3 Sedan Que o País atravessa momentos difíceis na economia, todos sabem. Que a venda de carros novos está caindo mês a mês, também não é novidade para ninguém. No entanto, em meio a estas notícias ruins, há um segmento do mercado automobilístico que desconhece esta crise: a dos sedãs de luxo, aqueles que custam mais de 100 mil Reais ou perto disso. Basta olhar para os números de vendas do Toyota Corolla, BMW série 3, Mercedes Classe C e Audi A3 e A4, entre outros. Sabendo disso, o Grupo VW anunciou dois anos atrás que voltaria a produzir no Brasil, mais especificamente em São José dos Pinhais, no Paraná, alguns modelos da sua marca nobre, a Audi. O modelo escolhido para iniciar esta produção foi o A3 Sedan, já comercializado por aqui há um ano como importado e agora em sua versão nacional. Em relação ao modelo alemão, o A3 brasileiro perdeu algumas coisas: O câmbio passa a ser um automático tradicional de 6 marchas, no lugar do automatizado de dupla embreagem e 56

7 velocidades (DSG), e a suspensão traseira deixa de ser independente multi-braços, para receber um eixo de torção, como a grande maioria de seus concorrentes. O que isso muda para o comprador do carro no seu uso diário? Nada! Absolutamente, nada! A não ser que você vá “tirar um racha” a cada sinal aberto ou disputar uma corrida num autódromo fazendo curvas no limite do carro, o câmbio de 6 marchas e a suspensão traseira mais simples, darão conta do recado tranquilamente. Por outro lado, o modelo “Made in Brazil” teve seus ganhos: o mesmo motor 1.4 turbo passa a ser flex e com a mesma regulagem do usado no Golf nacional. Com isso sua potência subiu de 122 para 150cv e, com a nova suspensão traseira, o A3 está mais confortável e adaptado para as nossas ruas similares ao solo lunar. Resumindo, o nosso A3 anda mais rápido que o alemão e é mais confortável no uso diário. O A3 sedã não é um carro grande. Seu comprimento de 4,45m é exata-

Paulo Bergamini é economista e apaixonado por carros desde os sete anos.


mente o mesmo do Honda City. Portanto, ele não é concorrente do BMW série 3, por exemplo. No entanto, seu espaço interno é muito bom, equivalente ao do VW Jetta, por exemplo, que tem praticamente a mesma distância entre eixos. No porta-malas de apenas 370 litros pode-se acomodar a bagagem de 4 pessoas para um fim de semana. O Jetta e o City, por exemplo, comportam 530 litros. O grande atrativo do A3 sedan é, sem dúvida, o status e o prazer que ele oferece a quem o dirige, por se tratar de uma marca realmente “premium”, de refinado acabamento e conteúdo tecnológico. Deixando de lado o aspecto emocional, e buscando algo de racional em sua compra, o A3 é um carro muito seguro e econômico, podendo atingir médias de consumo de 10 km/l na cidade e 15 km/l na estrada, além de acelerar de 0 a 100 em menos de 9 segundos e chegar aos 215 km/h de velocidade máxima. O modelo brasileiro chega em duas versões de acabamento: Attraction e

Ambiente. A primeira, tem preço sugerido de R$ 99.900,00 e vem com faróis de xênon, 7 airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, ar condicionado manual, lanternas traseiras em led, central multimídia e rodas de liga de 16 polegadas com pneus 205/55. A versão Ambiente acrescenta bancos em couro, rodas de 17 polegadas, GPS integrado à central multimídia, volante multifuncional, e pode passar dos R$ 150.000,00 com teto solar e outros pacotes de opcionais tecnológicos. A expectativa da Audi com o A3 sedan brasileiro é melhorar ainda mais seus números de venda à medida que o consumidor perceber que seus custos não são mais tão proibitivos como o status da marca pode sugerir e que, potenciais compradores de Toyota Corolla e Honda Civic podem, sim, ter um Audi na garagem. Em breve a Audi montará no Brasil também o A3 hatch e o utilitário Q3, todos baseados na mesma plataforma e com a mesma mecânica do A3 Sedan e do VW Golf.

57


#especial

Forma perfeita da redação | fotos Dudu Maroja

A história e os padrões de beleza: das cavernas aos tempos atuais

N

a pré-história força era sinônimo de beleza. Parece enredo de história em quadrinhos, mera ficção, mas não é, não. A

força atraía similares e determinava a quantidade de parceiros. A vaidade também já dava seus sinais, à aurora da vida. Era muito comum que os homens se adornassem com colares feitos com dentes e ossos dos animais (e oponentes) que abatiam. No Egito, com o advento da tessitura, os corpos eram cobertos com roupas delicadas e, ao mesmo tempo, resistentes às altas temperaturas. Aos egípcios, aliás, devemos o título de “os criadores da maquiagem”: eles usavam carvão para delinear os olhos e ainda henna, açafrão e curry no papel de sombras. Naturalmente você deve lembrar da exuberante Liz Taylor, que deu vida a Cleópatra, não é? No Grécia Antiga, a vida era bem mais fácil para homens de lábios carnudos e furo no queixo. As mulheres que fossem ruivas e mignon também estavam com a vida ganha! Brincadeiras à parte, foi justamente neste período em que os padrões de beleza, que, de certa forma nos acompanham até hoje, foram cunhados. As formas dos corpos deveriam obedecer a uma correta e delicada simetria. Algum tempo se passou até a Idade Média, quando gordinhas estavam na moda! E quanto mais roliças, melhor! Se tivesse quadris largos, era praticamente uma carta de recomendação ao casamento e filhos sadios! E a história não para! Passamos pelos tempos do espartilho e

revolucionário mesmo foi quando médicos da primeira Guerra 58


59


Mundial realizaram a primeira cirurgia plástica de que se tem notícia. Quando Walter Yeo, marinheiro, foi ferido gravemente, perdeu as pálpebras e boa parte da pele do rosto e do pescoço. O médico Harold Gillies utilizou enxertos de pele de áreas não-danificadas. Naturalmente que a técnica carecia de muitos ajustes e mais (muito mais) estudos. Brasileiros em busca das formas perfeitas A marca é expressiva e impressiona: o Brasil é o país em que mais se realizam cirurgias plásticas em todo o mundo e, dentre as razões elencadas para justificar os números, está o alto nível dos médicos cirurgiões plásticos. Só em 2015, por exemplo, os procedimentos do gênero superaram a casa dos 1,5 milhão de casos. Destes, quase 90% são para as mulheres. Segundo o cirurgião paraense André Melo as mulheres, de fato, são maioria, “mas os homens já se fazem mais presentes no consultório”. Entre os procedimentos mais comuns estão a lipoaspiração e implante de próteses de silicone para as mulheres. Já para os homens, os procedimentos mais comuns são a lipoaspiração e procedimentos na face, como nariz, pálpebras e implantes capilares. “Em tese, qualquer pessoa pode se submeter ao procedimento cirúrgico, mas só teremos certeza depois de realizados todos os exames pré-operatórios”. Os cuidados não param aí. “É importante cumprir todas as determinações pré-cirúrgicas e, principalmente, o pós-operatório, com a fisioterapia dermato-funcional (que contribui enormemente para diminuir os edemas e acelerar a recuperação), além de cumprir uma dieta específica”, frisa. “Sugiro que os pacientes que se submetem à cirurgia plástica, sejam acompanhados por dermatologistas, fisioterapeutas e nutricionistas, enfim, por uma equipe multidisciplinar, para que o resultado final fique à altura do esperado”, finaliza. 60 60


61 61


DECIDIU FAZER UMA CIRURGIA PLЕSTICA? VEJA OS CUIDADOS: • Consulte o site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e veja se o médico está habilitado. Basta clicar em “encontre um cirurgião” e digitar o nome do profissional. • É importante ter uma conversa (ou várias) franca com seu médico. Esclareça todas as dúvidas possíveis e dirima todos os riscos envolvidos. • Conheça a equipe, converse com outras pessoas que se submeteram ao mesmo procedimento. • Cobre e realize todos os exames pré-operatórios. Basicamente, eles são os exames de sangue, avaliação cardiológica, consulta com o médico anestesista. Outros exames poderão ser pedidos, de acordo com a idade. • Conheça a equipe e o hospital onde a cirurgia será realizada. Busque referências.

EM TEMPO

62

Site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica www2.cirurgiaplastica.org.br


63


#debobeira

para colorir

64


Up Belém & Projeto Vida Revista convidam você a planejar seu milagre em 2016

m

elé

B


Da ry

#RetratoseCanções

an

Do

es rnell

Sobre Dominguinhos? “O maior!”

66

Daryan Dornelles é fotógrafo, carioca, amante de vinis e de cliques memoráveis. A cada edição da Up Belém, ocupará este espaço para contar histórias sobre suas imagens favoritas. www.daryandornelles.com



ISSN 2446-6328

UMA PONTE ASSIM NÃO MUDA SÓ A PAISAGEM. MUDA A VIDA.

ano1 | #9

dez 2015

distribuição gratuita

ém l e B

A ponte tem 560 metros de extensão, totalmente sinalizada.

A ponte Clovis Almeida Mácola tem mureta que protege os pedestre

Os pilares são protegidos por “dolfins” contra possíveis colisões por balsas.

O moderno sistema de iluminação conta com placas de captação de energia solar.

PONTE DE IGARAPÉ-MIRI. É O GOVERNO DO ESTADO TRABALHANDO PARA MELHORAR A SUA VIDA. Tão importante quanto o tamanho de uma obra é o tamanho do benefício que ela traz. Construída pelo Governo do Estado na PA-151, moderna e segura, a ponte de Igarapé-Miri mudou a vida de milhares de paraenses em Igarapé-Miri, Abaetetuba, Barcarena, Acará, Moju, Mocajuba, Cametá e Baião, dentre outros municípios.

Secretaria de Transportes

A ponte Clóvis Almeida Mácola é um antigo sonho da região do Baixo Tocantins que finalmente virou realidade. A nova ponte facilita o escoamento de produtos e a vida de quem precisa ir ao trabalho e à escola. Ponte de Igarapé-Miri. A paisagem ficou bem melhor com ela. A vida, nem se fala.

TRABALHANDO PARA MELHORAR A SUA VIDA

#Adele

Novo álbum e a maturidade de uma estrela

#AnaClara

Pop paraense que foge de qualquer clichê

#PortoAlegre

A riqueza de uma capital diversa


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.