Up Belém #8 - Novembro/2015

Page 1

ISSN 2446-6328

O Hospital Oncológico Infantil ficou pronto. O que a gente está sentindo?

ano1 | #8

nov 2015

ém l e B

A maior alegria. # Walério Araújo O estilista que é a cara do Brasil

C

#Arthur Nogueira Solário

Sala de fisioterapia

# Mulheres de Fibra Projeto une moda e tradição em São João da Boa Vista O novo hospital tem instalações adequadas ao público infantil, equipamentos modernos e uma equipe preparada para o melhor atendimento.

Secretaria de Saúde Pública

Música e poesia contra a mesmice

Brinquedoteca

TRABALHANDO PARA MELHORAR A SUA VIDA

distribuição gratuita

om enorme alegria, o Governo do Estado entrega à população o Hospital Oncológico Infantil Otávio Lobo, o primeiro da região Norte especializado no tratamento do câncer de crianças e jovens de até 19 anos Uma conquista para a saúde do Pará. Uma vitória a mais para esses pequenos grandes guerreiros.


8PDUL]DO


8PDUL]DO $2 &8%2 $2$2 &8%2 $2 &8% 8 2


#capa

30

#índice

A marca inconfundível do estilista Walério Araújo

#pitada

22

A tradição que une, no comer, vivos e mortos ao redor do planeta

#entrevista

10

Arthur Nogueira: música e poesia na construção da existência

#partiu

42

Conheça os encantos da capital colombiana

#especial

58

ISSN 2446-6328

Como as artesãs de São João da Boa Vista aliam mundo fashion e tradição

ano1 | #8

nov 2015

Belé

m

# Walério Araújo O estilista que é a cara do Brasil

#Arthur Nogueira Música e poesia contra a mesmice

# Mulheres de Fibra

Capa: Walério Araújo | foto Bernie Walbenny

distribuição gratuita

Projeto une moda e tradição em São João da Boa Vista

#expediente

Up Belém | ano 1 | nº8 | novembro de 2015 | distribuição gratuita Criação e realização | Omnia Editora Projeto Gráfico | Omnia Editora Diretora Editorial | Lorena Filgueiras - DRT-PA/MTb 1505 Editor-chefe | Elvis Rocha - DRT/PA 1712 Colunistas | Alfredo Coelho, Ana Cristina Iudice, Cassius Martins, Daryan Dornelles, Dina Batista e Sueid Abou e Paulo Bergamini. Revisão: José Rangel - DRT-PA/MTb 696 Comercial | Omnia: 91 98138.7557 | contato@upmagazine.com.br Site | www.upmagazine.com.br Críticas, elogios e sugestões de pauta | revista@upmagazine.com.br Impressão | Gráfica Santa Marta Tiragem | 6.000 exemplares A Revista UP Belém é uma publicação mensal da Omnia Editora. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização. Revistaupbelem 4

revistaupbelem

(*) Excepcionalmente nesta edição a coluna #colherada não será publicada.


Fibras de Jupati - Foto de Moyses Cavalcante


#editorial

Afirmar a própria identidade é um feito e tanto. Mais ainda é ter a certeza de si mantendo a cabeça aberta para novos horizontes. É desse barro especial que as grandes figuras da história são feitas. Gente que partiu de uma certeza interna, um insight, para conduzir a própria história, adaptando-se às circunstâncias da existência na construção de si e, por meio do exemplo, virarem influência para os que estão ao redor. Nossa capa deste mês se encaixa muito bem nesta pequena introdução. Walério Araújo saiu do Nordeste profundo para criar, com perseverança e talento, uma das histórias mais notáveis da moda no Brasil. De menino sonhador no agreste pernambucano a estilista requisitado por estrelas como Elke Maravilha e Gaby Amarantos, foi um caminho marcado pela certeza sobre objetivos e pelo jogo de cintura para conquistá-los. E ele conseguiu. Assim como Arthur Nogueira também conseguiu. O cantor e compositor paraense que cresceu ouvindo, no toca-discos dos pais, clássicos da MPB setentista, este ano realizou o sonho de muitos: ter uma canção gravada na voz de Gal Costa, um dos ícones máximos da música nacional. Com um álbum novo lançado e radicado em São Paulo, ele conta como foi o processo para chegar aos ouvidos da baiana, além da relação apaixonada com a poesia. Ainda nesta edição, as mulheres artesãs de São Sebastião da Boa Vista, no Marajó, que, amparadas em um projeto do Sebrae, aliam moda à tradição e escrevem novos e interessantes capítulos na batalha cotidiana pela sobrevivência e por reconhecimento; a beleza de Bogotá, capital da Colômbia; as festas ao redor do mundo que aliam comida à memória dos que já se foram, entre muitos outros assuntos. É a Up Belém de novembro que você começa a ler a partir de agora. Aproveite.

6


omnia Giuseppe Arcimboldo

Você é o que come! Salud Gourmet Deliciosamente Saudável. Saudavelmente delicioso.

91 3038.3745 | 91 98355.6506 | deliverysalud@gmail.com @salud_gourmet

Salud Gourmet


#PontosDeDistribuição

• Barbearia Belém, Rua Antônio Barreto, 939 • Buffalo Steak House - Estação das Docas • Casa do Bacalhau, Rua Diogo Móia, 455 • Churrascaria do Osmar - Rua Diogo Móia, 1069 • Circus Hamburgueria - Rua João Balbi, 35 • Colors Nail Boutique - Avenida Almirante Wandenkolk, 1257 • Discos ao Leo | Travessa Campos Sales, 628 • DomNato | BR 316/KM 6,5 • Enoteca Don Vino | Conselheiro Furtado, 1420 • Fox Vídeo • Grand Cru | Braz de Aguiar, 50 • Hotel Atrium Quinta das Pedras - Rua Dr. Assis, 834 • Laboratórios Amaral Costa • Mazza Fresh Italian - Avenida Almirante Wandenkolk, 276 • Melissa | 4º piso do Boulevard Shopping • Metallo, Travessa Rui Barbosa, 582 B • Old School Rock Bar, Avenida Almirante Wandenkolk, 1074 • Oral Plus | Centro Empresarial Bolonha • Princesa Louçã, Avenida Presidente Vargas, 882 • Uniflora Natureza & Saúde Farmácia de Manipulação Travessa 14 de Março, 1148 • Rede de postos Pará Vip • Restaurante Bistrô do Bispo - Rua Dr. Assis, 834 • Restaurante Cantina do Chef - Rua Jerônimo Pímentel, 201 • Restaurante Famiglia Sicilia | Conselheiro Furtado, 1420 • Restaurante Lá em Casa | Estação das Docas • Restaurante Santa Chicória | Diogo Moia, 1046 • Salud Gourmet (delivery) • Salão Cassius Martins | Rua Bernal do Couto, 119 • SOL Informática | Doca de Souza Franco • Tabacaria Lit | Térreo do Boulevard Shopping • Todeschini | Generalíssimo Deodoro, 719 • Todeschini Umarizal, Avenida Generalíssimo Deodoro, 719 • Top Internacional | Av. Tamandaré, 1013

8



#entrevista

Palavra e Melodia por Elvis Rocha | fotos Diego Ciarlariello

Arthur Nogueira, novo álbum, nova fase e uma velha paixão: a poesia Belém. Anos 1990. No toca-discos da família, um álbum captura a atenção de Arthur Nogueira, um menino de 12 anos. É “Fa-Tal – Gal a todo Vapor”, disco de 1971 gravado ao vivo pela baiana Gal Costa. Nele, uma canção em especial impacta a imaginação do garoto. “Mal Secreto”, parceria de Waly Salomão com Jards Macalé. A simbiose entre palavra e melodia ganhava ali um entusiasta que faria da relação música-poesia, anos mais tarde, a principal assinatura como cantor e compositor. São Paulo. 2015. Após meses de espera, Arthur ouve, emocionado, a interpretação de Gal Costa para “Sem Medo nem Esperança”, parceria dele com o poeta Antonio Cícero. A música, que abre “Estratosférica”, disco mais recente da cantora, fecha um ciclo iniciado na sala de estar dos Nogueira e abre novos rumos para o paraense, que, dois álbuns lançados, muitas parcerias e apresentações-chave depois, vê seu nome reconhecido como uma das boas novidades da música brasileira. Dos almoços de família ao som da MPB setentista a compositor requisitado pela maior intérprete do país, Arthur tem história pra contar. Radicado em São Paulo há dois anos, lançou há pouco um álbum que marca uma nova fase pessoal e artística. “Sem Medo nem Esperança” apresenta um artista amadurecido, com um olhar “mais seletivo” tanto para a vida como para a carreira. Nesta conversa, Arthur falou sobre poesia, parcerias, Belém e os planos daqui pra frente, entre outros temas. Confira. 10


11


12


Como foste parar no disco da Gal, Arthur? E na faixa que abre o disco ainda por cima? Logo que cheguei a São Paulo, o Marcus Preto lançou a mim e ao Antonio Cicero o desafio de compor uma canção para um novo projeto de Gal. Eu já o conhecia há algum tempo e foi a admiração pelo Cicero que nos aproximou. Marcus sabia que Cicero e eu éramos parceiros e tinha interesse nisso. Quando mandamos a música, Gal respondeu no mesmo dia, dizendo que ficou emocionada e que gravaria. O processo até o disco dela ficar pronto durou cerca de um ano. Nesse meio tempo, eles decidiram, para a nossa surpresa, que seria a faixa de abertura. Estou feliz e realizado, sobretudo porque, recentemente, em uma entrevista sobre os seus 50 anos de carreira, Gal escolheu as três músicas que melhor a definem em todos esses anos e uma delas é a nossa. Produziste o teu álbum mais recente em parceria com os rapazes do Strobo, o que deu uma aura mais eletrônica para o disco, em comparação aos teus trabalhos anteriores. Como se deu essa parceria? O Arthur Kunz, baterista do Strobo, toca comigo desde antes do meu primeiro disco, que saiu em 2009, e produziu todos os meus trabalhos até aqui. Confio muito nele e, cada vez mais, estou certo de que a minha música seria completamente diferente se não fosse esse encontro com o Kunz. Apesar da nossa intimidade, nunca tínhamos pensado em fazer algo exclusivamente com o Strobo. Foi o DJ Zé Pedro quem teve essa ideia, no dia em que nos encontramos para conversar sobre lançar o disco pela Joia Moderna. Eu gostei, porque sabia que ter o Léo Chermont por perto possibilitaria uma ruptura. Trabalhamos os três juntos durante uma semana, no estúdio do Kunz, em Belém. Eu mostrava as músicas só no violão e, imediatamente, eles começavam a descontruir formas e harmonias. Por exemplo, quando ouvimos a linha de baixo que o Léo criou para “Truques”, Kunz e eu optamos, na mesma hora, por dispensar os meus acordes originais e seguir o arranjo por aquele caminho.

13


A tua história com a poesia é muito forte e já reiteraste isso várias vezes. Queria que falasses um pouco sobre essa relação. Como se desenvolveu esse interesse na palavra? Sempre gostei de ler, por influência do meu pai. Quando era criança, ele me dava livros de presente. Cheguei a fazer teatro, quando descobri textos de Shakespeare, Moliére e Goethe. O interesse musical veio depois, com “Mal Secreto”, de Jards Macalé e Waly Salomão, que ouvi na voz de Gal, a cantora preferida do meu pai. Fiquei muito impressionado com essa música, com Waly, com Gal e com aquele disco. Comecei a ir atrás de tudo de Waly. Na época, os livros não tinham sido relançados e era difícil encontrá-los em Belém. Procurava em sebos, quando viajava, ou encomendava para amigos que moravam em outras cidades. Depois, quem me ensinou mesmo a ler poesia foi o Antonio Cicero. Deixaste Belém num momento em que os olhos do Brasil de certa forma começaram a se voltar para a produção musical feita aqui, mas de certa forma foi aí que teu trabalho começou a desabrochar nacionalmente. Quais os motivos que te fizeram ir embora? Sim, os olhos do Brasil se voltaram para a produção musical do Pará, isso teve uma importância simbólica, mas, na prática, a realidade é dura como sempre foi. Não acredito em projetos para exportar artistas se os artistas que ficam não têm como se manter e os que saem não têm como voltar. Isso não é política pública, é propaganda. Quando decidi sair, foi porque queria estudar, viajar, estabelecer novas parcerias. O que a mudança para São Paulo, que é uma cidade muito diferente da tua terra natal, te acrescentou como artista? Antes de sair de Belém, eu tratava São Paulo com certa desconfiança. Achava que não me adaptaria à rapidez com que as coisas acontecem em São Paulo. Tanto que, quando mudei, decidi ir primeiro para o Rio. Mas, São Paulo é inevitável. Surgiram convites de trabalho aqui e, depois de dois anos, não me vejo morando em outro lugar. Não tem a natureza, então você tem que ir buscar a beleza, ter um olhar mais seletivo, digamos assim, para reconhecer a beleza. Isso fez muita diferença para mim. São Paulo modificou o meu olhar sobre as coisas.

14


15


16


Em Belém, apesar da intensa produção musical, existem muitas dificuldades dos artistas no planejamento e na própria manutenção da carreira. O que mudou em relação a isso agora que estás vivendo e trabalhando fora daqui? Acho chato comparar, porque são cidades diferentes. Belém é o lugar onde nasci, onde mora a minha família, meus amigos de mais tempo, o cenário das minhas melhores lembranças. No entanto, olhando com o distanciamento, é claro que reconheço que há muito o que ser feito em Belém. Não existe mercado, não existe crítica musical, então o artista tem tendências mais fortes a se acomodar. São Paulo é, como diz o Itamar Assumpção, esse mundaréu de mundo que só cresce, então ou você se profissionaliza, faz uma autoavaliação constante, ou não rola. Aqui, tive uma visão muito clara de como o mercado da música se estrutura e passei a ver essa atividade com um olhar menos romântico e mais empreendedor. Em entrevistas costumas citar influências definitivas na tua obra como Waly Salomão, teu parceiro Antonio Cicero, entre outras figuras do cenário nacional. E aqui no estado, quais as figuras que de alguma forma te ajudaram a compor tua persona como artista? Acho “Flor do destino”, de Vital Lima e do Nilson Chaves, uma obra-prima. Desde que saí de Belém, fico emocionado sempre que ouço essa música. Não esqueço o dia, quando eu era pequeno, que o meu pai mostrou um LP do Vital. Tem canções dele, como “Muruci” e “Tempodestino”, que me influenciaram muito. Já a obra do Paulo André Barata teve a mesma importância para mim, enquanto ouvinte e apaixonado por música brasileira, que a obra do Tom Jobim, por exemplo. Ouço direto o disco “Nativo“, de 1978. Tens três álbuns lançados, parcerias com nomes fortes na cena musical brasileira e agora uma composição gravada por uma das cantoras mais consagradas do país. Fala um pouco sobre como foste abrindo esses espaços no decorrer da carreira. Olha, felizmente, eu fiz muitos planos na vida que deram errado. Sou determinado, gosto de trabalhar, de estudar, de planejar, mas hoje estou mais sereno e focado. Falamos antes no Paulo André e 17 17


tem aquele verso esplêndido do Ruy, “o tempo tem tempo de tempo ser”. Não sou místico, mas descobri que existe uma magia qualquer, um ritmo próprio da vida, que a juventude não respeita e tende a combater. As coisas começaram a acontecer para mim quando percebi que o tempo não é um inimigo, mas um aliado. O tempo me fez ter certeza do que eu devo fazer, qual lugar devo ocupar, que parceiros escolher e tudo o que acontece está ligado a essas escolhas. Mas não gosto de passado. Penso sempre que, como disse o Cicero, “nada do que fiz, por mais feliz, está à altura do que há por fazer”. Estás trabalhando agora na divulgação do “Sem medo nem esperança”. Existe algum outro projeto em vista? Quais os próximos passos a partir de agora? Sim, existe. A divulgação do CD “Sem Medo Nem Esperança” está só começando e pretendo fazer mais shows pelo Brasil, mas acontece que, no dia 06 de outubro de 2015, o Antonio Cicero completou 70 anos. Eu já falei, falo muito, sobre o Cicero, porque ele me ensinou muita coisa, além de ser um amigo querido. Então, para a data não passar em branco, nasceu o projeto de revisitar algumas de suas canções e poemas, coisas que sei de cor e que me formaram. O álbum “Presente”, meu em parceria com o Arthur Kunz, vai sair em 2016, também pela Joia Moderna. O DJ Zé Pedro entrou nessa com a gente e decidimos que o repertório incluiria canções do Cicero menos conhecidas, além de duas músicas que fiz sobre poemas dele. O primeiro single desse disco, “Água Perrier”, já está disponível no meu site, no endereço http://arthurnogueira.com/presente

18


19


#FicaDica

A Up Belém avisa: há programas para todos os gostos [e bolsos] rolando de Norte a Sul do país! Confira alguns que selecionamos para vocês: Se Rasgum E lá se vão dez anos. Este ano, o Festival Se Rasgum festeja a primeira década de existência com atrações como Céu, Moraes Moreira & Davi Moraes, Bixiga 70, Dona Onete, Mac DeMarco e Autoramas, de 16 a 21 de novembro, no Teatro Margarida Schivasappa, Estação das Docas e Hangar. Além da programação musical, o festival abre espaço para uma mostra de documentários musicais no Cine Líbero Luxardo; Semana de Profissionalização com palestras e oficinas sobre o mercado de música; e uma novidade: o Rolê da Broca, um circuito gastronômico de bares e restaurantes com Djs, pocket shows e debates ligados ao festival. Quando: 16 a 21 de novembro Onde: Teatro Margarida Schivasappa, Estação das Docas e Hangar Ingressos e passaportes www.sympla.com.br/serasgum Pontos de Venda Lojas Ná Figueredo (Gentil e Estação das Docas) e Quiosque no Shopping Boulevard Classificação: 12 anos Mais informações: (31) 3236.7400 / 4003.2330

Elifas Andreato – 50 anos O artista, designer gráfico e ilustrador Elifas Andreato finalmente ganhou uma homenagem à altura de seu talento. Até o próximo dia 29 de novembro, o Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro, promove uma exposição com alguns dos principais trabalhos do artista, um dos ícones do design brasileiro, que ilustrou álbuns de grandes nomes da MPB, resistiu à ditadura militar e fundou publicações alternativas importantes para o processo de redemocratização do país. São 50 anos condensados em um trabalho que merece ser reconhecido. Se estiver no Rio, passa por lá. Quando: Até 29/11, de terça a domingo, das 12h às 19h. Onde: Centro Cultural dos Correios, Rua Visconde de Itaboraí, 20. Rio de Janeiro. Quanto: De graça. 20


Comic Con Experience Geeks do Brasil, ela está chegando. De 3 a 6 de dezembro, A Comic Con Experience volta a São Paulo para a segunda edição brasileira do evento. Ele será realizado no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center e reunirá o que há de mais interessante para quem é louco por quadrinhos, cinema, seriados e música. Fica esperto.

Quando: de 3 a 6 de dezembro Onde: São Paulo Exhibition & Convention Center Quanto: De R$ 69,99 a R$ 319, 99. Mais informações e ingressos www.ccxp.com.br

Pearl Jam no Brasil A banda Pearl Jam desembarca no Brasil neste mês de novembro para cinco shows em diferentes capitais brasileiras. Porto Alegre (11), São Paulo (14), Brasília (17), Belo Horizonte (20) e Rio de Janeiro (22) recebem Eddie Vedder e Cia na turnê que comemora as duas décadas do grupo de Seattle. Clássicos grunge para quem curte. Quanto: de R$ 160 a R$ 680. Informações e ingressos premier.ticketsforfun.com.br

(*) A programação apresentada neste espaço foi fornecida pelos próprios autores e pode ser alterada a qualquer momento sem aviso prévio. Consulte site e/ou telefones de informação antes.

21


#pitada

Come-se até no além! por Lorena Filgueiras | fotos divulgação/internet

Conheça as tradições que associam o comer à memória dos que se foram

“P

ensa-se muito pouco sobre a morte”, me disse Dona Therezinha, 77 anos, uma amiga recém-conquista-

da. “Achamos que seremos eternos e falar sobre morte, de maneira leve, é quase sempre um tabu”. Não, você não está lendo errado. Eis mais um #pitada, seção da Up Belém que trata dos prazeres de comer, beber e falar a respeito. A morte, “sentença, o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a Terra” (como diria o personagem Chicó na obra “O Auto da Compadecida”), ou melhor, a despedida de alguém muito querido ganha contornos muito específicos, de acordo com o país e a cultura daquele povo. Os orientais lidam com a passagem de maneira mais serena. O Budismo, filosofia que a maioria dos japoneses adota, afirma que “a morte é parte da vida”. A vida, aliás, para os budistas é eterna. Logo, ela não finda quando o corpo físico para; continuará em outro plano. Os russos bebem à morte de alguém muito próximo! Nos Estados Unidos, os funerais quase sempre são sucedidos por brunches. Condolências são prestadas com uma cesta de muffin em mãos. E eles não são os únicos. Irlanda, Méxi-

22


23


co, China... A morte é “celebrada” com comida. Quando um ente querido morre, é comum oferecer chás, café (e até vodka) numa tentativa de aquecer o espírito. Mas há ainda pães, bolos, bolinhos, frutas... Aliás, comida sempre foi um instrumento de demonstrar afeto. Se caíamos, para sarar o dodói, ganhávamos um pirulito, um sorvete. As mães (e avós) faziam canja quando estávamos gripados... e ante um coração partido, chocolate. Muito chocolate! Em algumas cidades do Reino Unido, por exemplo, as famílias passam o dia de finados junto às lápides, para onde levam jantares e onde montam (ou tentam montar, na medida do possível) mesas de refeição. Há na Guatemala um prato (delicioso e depois que aprendi a fazê-lo, compreendi que a receita, em toda sua ritualística, só poderia ser realizada uma vez ao ano. Advinham quando?) chamado fiambre, que, contrariando o nome, é uma salada com mais de cinquenta ingredientes e muitos embutidos frios (daí a origem do nome), como salsichas, linguiças, presuntos. E a regra é clara: o fiambre só pode ser feito no Dia dos Mortos e deve ser dividido entre família, amigos, vizinhos... além de um prato ser reservado ao parente que se foi. Os mexicanos também homenageiam seus mortos queridos com comidas – aquelas que, em vida, eram suas prediletas. No dia de los muertos (que na verdade são 3 dias, começando no dia 31 de outubro e findando no dia 2 de novembro), os cemitérios são tomados por famílias inteiras! Os mexicanos afirmam que neste período os mortos vêm visitar seus parentes. Pronto, a festa está feita! Os túmulos são adornados com flores e muitas cores. Os mariachis tocam e cantam. Segundo a tradição os mortos recebem permissão divina para visitar seus parentes vivos e por isso os vivos usam máscaras de caveiras (a regra é “quanto mais colorida, melhor!”), para melhor

24


25


26


foto Tomas Castelazo

ambientá-los. É um dos feriados mais alegres do calendário! Ah! Há ainda o dia de los ñatitas (dia das caveiras), que tradicionalmente ocorre em La Paz, Bolívia em 9 de novembro. A História conta que lá atrás, nos tempos pré-colombianos, indígenas andinos tinham o costume, uma vez ao ano, durante um dia inteiro, de andar adornados com os ossos de seus antecessores (mas somente no terceiro ano após o sepultamento). A tradição mudou um pouco e hoje os bolivianos usam caveiras (e, não necessariamente de seus mortos), mas os antigos não abrem mão de ter a caveira de um ou mais membros da família em casa para tomar conta do lar e de seus habitantes e protegê-los durante o ano. Memento Mori A expressão latina foi cunhada durante a Idade Média e, em uma tradução bem vulgar, é interpretada como “lembre-se que você é mortal” e pode ser aplicada para ícones (especialmente), objetos. No México, há um personagem memento mori icônico: Catrina de Los Toletes. Uma dama de alta sociedade... que é um esqueleto. E se você, que chegou até aqui, pensa que é mórbido, engana-se: Catrina é cheia de charme e extremamente carismática. Diego Rivera, em sua obra, Sueño de un domingo por la tarde en la alameda, retrata Catrina e a coloca como figura central.. ao lado de Frida Kahlo. Adorável, não?

27


Alf re

#medicinarevista

do

elho Co

Cada um tem a doença que pode ter! Desde que a Organização Mundial de Saúde foi criada, em 1945, definir o conceito de saúde tem sido tarefa árdua. Várias já foram as tentativas, indo desde a simples “ausência de doença” até a mais atual, “o completo estado de bem-estar físico, mental e social”. Mas se não conseguimos definir saúde, será que podemos definir ou entender o que seria “doença”? Infelizmente fazemos parte de uma cultura onde a doença é sempre associada a qualidades negativas. Na medicina ocidental iremos, inclusive, (e quase sempre) “tentar” identificar o agente causador (seja um parasita, vírus, bactéria ou anomalia genética) tentando então erradicá-lo. Quase nunca buscamos entender qual a real representação deste estado. Para o Budismo todas as doenças têm um significado em nossas vidas e o sofrimento pode ser utilizado para nosso crescimento, levando-nos, cada vez mais, ao caminho da compaixão.

28

Alfredo Coelho é médico. dr@alfredocoelho.com.br • www.alfredocoelho.com.br

Eles nos ensinam que nossa mente é capaz de gerar energia e esta influenciar a matéria. Desta forma somos capazes de gerar a doença, assim como proporcionar o estado de saúde. Segundo a pesquisadora americana Terry Clifford, uma das maiores estudiosas da Medicina Tibetana, existe apenas uma real causa de todas as doenças: “Nossa falta de conhecimento em reconhecer o significado de estarmos vivenciando o estado doente”. Na cultura Hindu absolutamente tudo, inclusive a doença que vivenciamos, faz parte desta grande experiência que é estarmos vivos. E dentro deste fluxo de energia, que chamamos de vida, passaremos por ciclos, ou polos, em que teremos momentos ditos “saudáveis” e momentos “doentes”. Mas será em nossos momentos de doença que poderemos colocar em prática tudo aquilo que nos foi ensinado em relação a como vemos a vida. Como trabalhar nossos medos,


assumir o controle da nossa doença (ou seja, da vida), tomar decisões a respeito do que seria melhor para cada um de nós, entender o significado da dor física e, mais importante, como superá-la. Aliás, superação talvez seja uma das poucas qualidades que não podemos ensinar ao próximo, tampouco podemos aprender com os outros: temos que adquiri-la. Portanto, dentro deste ponto de vista, a doença será sempre uma grande ferramenta de evolução, seja ela física ou espiritual, não podendo ser vista como algo negativo. E mesmo quando você estiver diante de uma doença considerada grave, incurável ou terminal, lembre-se de que o Universo (ou Deus) “nunca” lhe dará um exercício o qual você não tenha capacidade de resolver. Cabe a nós nos livrarmos dos aspectos negativos atrelados ao “estado doente” mudando nossa percepção e buscando simplesmente completar mais esta tarefa da vida, afinal cada um tem a doença que “pode ter”.

29


#capa

Muitos em um por Lorena Filgueiras | fotos Bernie Walbenny

Walério Araújo, o estilista nordestino que traduz o Brasil

W

alério Araújo é, como ele mesmo define, um ariano desbravador, inquieto e corajoso. Nasci-

do no agreste de Pernambuco, sempre se sentiu mais à vontade com as bonecas, os desenhos e com os bordados – atividade exclusiva das mulheres de sua família. Saiu da aridez do Nordeste e, ao desembarcar em São Paulo, apaixonou-se perdidamente pela vida noturna. Encantou-se com os brilhos, com a extravagância e a liberdade e fez deles os ingredientes de novos [e bem mais ousados] desenhos... que, naquele momento, começavam a ganhar formas reais. Conquistava, a partir de então, clientes famosos e elevou seu nome à condição de grife [uma das mais valorizadas do universo da moda]. Seu ateliê [bem como sua residência] não poderia ser mais icônico: escolheu o sinuoso Copan [projeto de Oscar Niemeyer], onde divide seus dias com Mazé, sua filha. Walério é acessível, gentil e atencioso com pedidos de entrevistas. Com uma alegria quase adolescente brincou comigo e me autorizou ante a pergunta “qual teu estilo?” “Me defina! Eu deixo!”.

30



32


Walério, eu sempre ouço quão surpresas as pessoas ficam com tuas criações e que, volta e meia, te comparam ao Alexander McQueen. O que é moda? É para todo mundo, sem distinção? Eu acho que moda é democrática, sim, porque não necessariamente a pessoa precisa ser “conceitual” para ser considerada fashionista, que gosta de moda. Eu acho que o ideal é formar um estilo. Quando você tem estilo e as pessoas conseguem te distinguir, você é uma pessoa fashionista. Necessariamente as pessoas não precisam andar enfeitadas, brilhantes, extravagantes para se enquadrarem no universo de moda. Por isso que eu penso que moda é democrática, sim. Todo mundo pode criar o seu estilo. A questão é se encontrar e padronizar um estilo próprio e isso é visível. Isso faz com que a pessoa seja reconhecida como viajada, estudada, que tem atitude. Em relação ao McQueen, eu fico muito lisonjeado. Houve uma época em que me comparavam muito ao Galliano, na época em que ele esteve com a Dior e mesmo nos desfiles autorais dele. Eu acho que tenho um pouco de todos eles; um pouco de tudo. Eu tenho essa coisa rock’n’roll porque eu uso muito preto, essa coisa dark que é muito associada ao universo do McQueen, mas gosto muito de acessórios pra mim. Nos meus desfiles, eu gosto de cabeças, de um pouco de exagero – que é do universo do Galliano. Gosto dos bordados, que são coisas da mão de obra do [Jean Paul] Gaultier e gosto muito do sexy, meio sadomasô, meio vinil, meio couro também, como o Thierry Mugle. Eu acho que eu mesclo isso tudo. A moda ficou tão democrática... porque nem todo estilista de quem a gente gosta nos realiza na hora do desfile – uma hora a gente acha que ele acerta mais; tem desfiles em que a gente acha que ele acerta menos... Mas é um privilégio ser comparado ao McQueen, que eu amo de paixão e que eu uso muito... e eu compro muita coisa dele mesmo, infelizmente, com a ausência dele [morto em fevereiro de 2010]. Sempre que eu viajo, vou atrás das coleções dele. Enfim, I love McQueen. 33


És nordestino e vejo sempre quão orgulhoso tu és das tuas origens humildes. Como foi teu começo de carreira? Tua família aceitou tranquilamente? Sempre que me perguntam o que eu trouxe do Nordeste e que é aparente nos meus desfiles, sempre enfatizo a paciência e a mão de obra. Há características que eu sempre deixo aparecer nos meus desfiles, como os bordados. Eu comecei numa época em que estavam muito em alta as coleções com uma pegada japonesa ou uma pegada muito regional e eu mesclei tudo isso. Eu vim do Nordeste e de uma época em que as mulheres faziam os enxovais e isso, de alguma forma, me incentivou. Vi minhas irmãs bordando, crochetando, bordados de pedraria, bordados de linho. Eu as via fazendo cortinas, toalhas de mesa, almofadas. Isso, de alguma forma, me incentivou e me estimulou porque eu já desenhava. Eu fui adaptando os desenhos para moda e comecei a fazer croquis para amigas da minha mãe, vizinhas, para minhas irmãs. Hoje, quando olhas para trás, o que mudarias na tua trajetória ou no modo como conduziste as coisas? Em relação ao meu começo, à minha história, eu sempre tive uma vida restrita: era uma família de três mulheres, quatro homens... e eu (risos). Lógico que era um pouco frustrante, porque eu praticava desenho e queria falar sobre moda. A música que eu curtia... era tudo muito diferente do que, por exemplo, os meus irmãos gostavam... até porque eles trabalhavam com meu pai e meu pai tinha uma serraria. Era um trabalho pesado e eu não desenhava porque era um refúgio daquele universo; eu desenhava porque gostava e queria ver as pessoas usando. E mesmo assim, minha família sempre me apoiou, eu nunca tive que fazer aquilo escondido. As minhas amigas e amigas da minha mãe me procuravam para fazer desenhos de roupas e era o momento em que eu exercitava. No colégio eu desenhava uniformes para o meu diretor. Eu sou daquela época em que precisava ter um certificado, um diploma. Foi quando eu resolvi fazer um curso de desenho por correspondência, lá em 1987. Fiz um curso e decidi ir para São Paulo. Eu tinha acabado de 34


35


36


completar 18 anos. Fiquei um ano e fiz um curso particular de moda na Escola ProModa, no Bom Retiro. Mas, aos 18 anos, eu tinha saudades da minha família, dos meus amigos, do meu time de voleibol (risos) e voltei. Fiquei mais uns meses, até receber um convite para trabalhar em Paulo Afonso [município baiano] e ali fiquei um ano. Fui transferido, pela empresa, para Salvador, onde também fiquei um ano. Mas eu sentia uma carência de exercitar coisas que nem eu mesmo sabia: criações exuberantes e não tinha outro lugar, a não ser em São Paulo. Voltei para São Paulo em 1992, onde estou há 23 anos. Tuas influências são...? Na realidade eu preciso falar sobre quanto sou muito grato e tenho a agradecer à minha amiga, musa, mãe Elke Maravilha. Ter conhecido a Elke e tê-la como minha primeira cliente me ajudou muito a definir o que eu faria para cada mulher. Porque a Elke é completa! Ela é culta, sensível, é rock’n’roll, é extravagante, é básica... enfim, eu passei a exercitar um pouco da Elke em cada mulher. Na Maria Rita, na Leandra Leal, na Gaby [Amarantos], na Sabrina, na Cláudia Leite... Ah, e quando eu falo que a Elke é básica, podes ter estranhado, mas eu conheço a Elke dentro de casa, onde ela está sempre usando uma kafta, com cabelos arrumadinhos e ela tem pouco cabelo, descalça ou usando um chinelo, tomando um vinho... fumando e sem maquiagem, sem preocupação em estar arrumada para receber alguém. Como defines teu estilo? O que faz a tua cabeça? O que te motivas? Ah, eu não saberia definir meu estilo! Eu prefiro que as pessoas me definam, até porque eu consegui uma clientela bem eclética, mas independente da profissão, da atitude, do corpo, penso eu que o que as traz até aqui é uma pegada mais glamourosa. Penso que o que eu faço é uma roupa despretensiosamente fina. Mas se queres mesmo um rótulo de estilo, eu deixo que você me defina. Eu te permito me definir. 37


Já assinaste belos designs para a Gaby Amarantos, que é paraense e cujos modelos (teus) têm tudo a ver com a efervescência cultural do próprio estilo musical de Gaby. Já vieste a Belém? Foi fácil esse processo criativo para o tecnobrega? Ah, Belém eu não conheço. O lugar mais próximo que eu conheço é Manaus. Mas criar para a Gaby foi uma observação. Tenho um feeling e uma sensibilidade de perceber o que cada uma gosta e o que realiza essa mulher. Por isso, penso, que tem dado tão certo criar para tantas mulheres de profissões, estilos e visões culturais tão diferentes. Eu já conhecia a Gaby, mas pensava em algumas coisas diferentes e comecei a mandar umas roupas e sapatos de presente para ela, porque eu gostava do estilo dela. Tanto que ela me chama de mamãe. Ela é muito grata pela força, neste sentido, que eu dei. Tanto que quando eu me deparei com ela, eu comentei o que eu achava e ela sempre confiou em mim, ao ponto de me deixar saber a agenda dela e eu construía looks para ela. Tanto que somos muito amigos. Por fim, não podia deixar de te perguntar sobre a Mazé. Menino, impressionante como Mazé virou diva! Como a Mazé entrou na tua vida? Ela é o amor da minha vida. Talvez eu procure refúgios, porque eu sempre fui sozinho aqui. Há quase sete anos, uma sobrinha veio morar comigo e eu tive que adaptar minha rotina, mas com a Mazé eu surtei, né? Eu quis brincar de boneca, coisa que eu fazia na minha adolescência. Por dois motivos: para matar a saudade de quando eu brincava de boneca ao montar looks para ela. E para matar a saudade da minha outra filha, Vivienne [uma poodle], que morreu uns meses antes de eu ganhar a Mazé. Vivienne também fez muito sucesso, até no programa da Regina Casé ela foi! Ela ia a todas as paradas gays comigo, usando roupas iguais às minhas. A diferença entre a Vivienne e a Mazé era que Vivienne era pequena e, logo, dava para montá-la. Ela saía à rua usando vestido, por exemplo. Não faço isso com a Mazé, porque ela é maior e seria caricato. Mas eu faço o look do dia e é uma coisa louca! Uma cobrança enorme, ao ponto de ter virado um emprego. As pessoas querem entrevistar a Mazé! (risos) E virou um vício meu e ela adora! O nome dela, a propósito, é uma homenagem à minha mãe e ao meu pai: Maria e José. 38


39


Din a

ta tis

Su ei

d Ab

ou

#QuerSerFashion

Ba

Novidades de Beachwear Ai que calor! A nossa sensação térmica anda nas alturas e com essa temperatura só pensamos em praia, piscina... E já que a ordem é “menos roupa é mais”, por que não dar aquela repaginada no guarda-roupa de praia? A nossa missão é te dar o mapa da mina com o que tem de mais quente nas marcas de beachwear. Confere aí. 1. É sexy, arrasa nas mídias sociais e veste várias celebritys. Com vocês, www.ciamaritima.com.br 2. Os bodies já vêm com tudo há um bom tempo, mas a Rush consegue tornar essa peça ainda mais versátil. Vale para praia, academia e até para um look despojado. www.rushpraia.com.br

1

2

3

3. A Hope transferiu todo seu know-how em lingeries para biquínis e maiôs. www.hopelingerie.com.br 4. Este ano a marca da superestilista Patricia Bonaldi lançou uma linha de beachwear. Vai da praia a uma festa à beira-mar numa boa. Rua Bela Cintra, 1951 - SP

40

4

Dina Batista e Sueid Abou são autoras do Quer Ser Fashion, blog de moda, beleza, maquiagens e experiências. Adoram novidades e acreditam que, para ter estilo, é necessário, sobretudo, ter atitude. www.querserfashion.com | @dina_batista @sueidabou


omnia

Seu melhor sorriso é seu mais importante cartão de visitas. Dr. Rogerio G. M. Nogueira Implantodontia/Periodontia

Dr. Antonio J. S. Nogueira Odontopediatra/ Ortodontista

Dr. Fabricio Malcher Clínica Geral/ Prótese e Estética

Dra. Renata S. M. Nogueira Ortodontista/ Endodontia Convênio: Uniodonto

Av. Governador José Malcher, 168 - Sl 103 | Centro Empresarial Bolonha 91 3241.0919


#partiu

A incrível Bogotá Texto da redação | fotos divulgação

Capital colombiana tem história e modernidade de sobra para oferecer

R

ecentemente a Colômbia voltou para os holofotes. A Série “Narcos”, produzida pela Netflix e estrelada pelo

brasileiro Wagner Moura, contou a história de um dos personagens mais controversos da história da América Latina: Pablo Escobar, líder do Cartel de Medellin. A série gerou um bom bocado de debates nas redes sociais. Uns criticando a visão americana sobre o país nos anos 1990 (a série é contada sob o ponto de vista de um agente do serviço de inteligência dos EUA). Outros louvando a iniciativa de pôr a limpo a história recente do país. O fato é que, três décadas depois, a Colômbia curou boa parte das feridas, superou a chamada era do medo e hoje atrai cada vez mais turistas, dispostos a conhecer as maravilhas que tem a oferecer. E uma das paradas obrigatórias aos visitantes, claro, é a capital Bogotá. Uma das cidades da América do Sul que melhor combinam a modernidade com a tradição. Pelas ruas da cidade, a quinta maior do continente, é possível conhecer um pouco da história por meio de construções centenárias, museus por todos os lados, assim como o turista mais afeito à badalação também tem ofertas de sobra para curtir a movimentada vida cultural que a cidade oferece. Ah, e a natureza. Como é abençoada pela natureza essa Bogotá, minha gente! Dos mirantes aos parques, há um bocado a se fazer. Nas próximas páginas, separamos algumas dicas rápidas sobre essa terra boa. A Colômbia é linda. Bogotá é incrível.

42


43


Candelária Um dos bairros mais charmosos da capital colombiana é a Candelária. Um passeio por lá leva o visitante a conhecer um pouco da arquitetura da época em que os espanhóis estiveram em solo colombiano, com seus casarios antigos e bem conservados. É por lá, na área correspondente ao Centro Histórico, que o visitante tem a oportunidade de desbravar muitos dos pontos turísticos mais famosos da cidade, como a Casa Moneda, a Plaza Bolívar e os Museos del Oro e Botero.

44


Museu del Oro Bogotá é um paraíso para os que não perdem a chance de conhecer museus nos lugares visitados. No centro histórico da capital colombiana um dos destaques, sem dúvida, é o Museo del Oro. É nele que é conservada boa parte da história das civilizações pré-hispânicas, um lembrete sobre a sociedade existente antes da colonização europeia. São mais de 50 mil peças em tesouros e coleções de todos os tipos. Uma aula.

45


Catedral de Sal Zipaquirá Essa aqui é um pouquinho mais longe. Zipaquirá é uma cidade localizada a 49 quilômetros de Bogotá. É nela que se encontra a Catedral de Sal. Construída no interior de uma mina de sal é um dos destinos turísticos religiosos mais conhecidos do mundo. Em 2007, foi eleita em primeiro lugar entre as sete maravilhas colombianas.

Museu Botero Ainda na Candelária, encontra-se o Museu Botero, criado em 2000 como homenagem ao pintor colombiano mais célebre, Fernando Botero. São ao todo 123 peças do pintor e mais 85 relíquias da coleção pessoal do artista, num apanhado que abarca desde a arte do século XIX até exemplares da arte contemporânea. Pra quem curte arte, uma excelente pedida. 46


Cerro Monserrate Essa é para deixar qualquer um maravilhado. Em um dos pontos mais altos da capital colombiana, fica localizado o Cerro Monserrate. São mais de três mil metros de altura que oferecem ao visitante uma visão panorâmica de Bogotá. O local também abriga o Santuario del Senhor Caído de Monserrate. Dica: faz frio. Então vá bem agasalhado para curtir a vista numa boa. Acesso por teleférico ou funicular.

Feiras de artesanato em Usaquén Aos domingos, uma alternativa excelente para os visitantes de Bogotá é dar um pulo no bairro de Usaquén, onde são realizadas várias feiras de artesanato, com ampla variedade de opções de compra, além da possibilidade de degustar um pouco do que a gastronomia colombiana tem a oferecer. Leve uns trocados a mais, porque a vontade de gastar será grande. 47


Ca ss

#look

s iu

Ma

rtins

Proteção e beleza Ter cabelos descoloridos com textura preservada não é tarefa fácil. As maiores empresas descobrem a cada dia substâncias para inverter o processo de degradação dos fios ou minimizar os danos na hora de optar por uma transformação. Essa onda de loiras que invadiu o mundo tem um preço alto: cabelos sem elasticidade, pontas quebradiças e opacidade. Isso ocorre porque no ato da descoloração as cutículas se expandem para liberar os pigmentos naturais; só que além dos pigmentos as cadeias de proteínas são afetadas e os danos ocorrem. Lógico que cada caso é um caso. Quando lidamos com bons produtos nas mãos de bons profissionais, esses “danos” são mínimos. Além disso as maiores empresas usam alta tecnologia para tratar os cabelos. Isso resolve

48

muito a vida das loiras e das mulheres que colorem os cabelos. Mas e se você pudesse escolher a cor que quisesse, mantendo o cabelo sadio? Pois é! Isso é possível! E nesse momento está ocorrendo uma invasão de substâncias protetoras dos fios. Esses produtos são misturados à massa descolorante, diminuindo os danos na hora de clarear os fios. Isso sem diminuir o poder clareador. Assim você vai conseguir clarear o máximo e danificar o mínimo. Esse é o melhor investimento. E não para por aí. Até nas colorações esses produtos modernos são adicionados e assim aquele brilho que vai saindo após as lavagens depois de colorir os fios ganha vida extra sem danos. Uma verdadeira blindagem para as belas. Na linha de frente desses produtos maravilhosos, destaco:

Cassius Martins é cabeleireiro, paulistano de nascimento e paraense de coração. www.cassiusmartins.com.br


E por falar em proteção, tenho que destacar as escovas TANGLE TEEZER, que além de lindas são premiadas internacionalmente por vários fatores, entre eles o de proteger os fios dos danos mecânicos da escovação. O Inventor Shaun P. percebeu que durante as lavagens os fios são mais propensos à quebra e viu a necessidade de criar algo que ajudasse o profissional no la-

vatório após um procedimento químico nos cabelos. O que ele não sabia era que seu produto iria cair no gosto dos profissionais e das clientes e hoje a TANGLE TEEZER é líder mundial na sua área. Quem não tem uma quer ter e quem já tem vai ter outra, com certeza. Podem imitar, mas a melhor sempre será a original! Amamos!

Passadinhas no Cassius 01

03

02

05

04

01. Felipe Braga| 02. Fernanda Lobo | 03. Karla e Athus Pradet | 04. Gabriela Tavernard | 05. Ingrid Rocha

49


#estilo

Com cara de “seu” Da redação | Fotos Dudu Maroja

É no quarto que repomos as energias e nos preparamos para as batalhas diárias

V

ocê sabe. Depois de um dia inteiro de trabalho, nada como deitar a cabeça no travesseiro e

descansar num espaço confortável, com aquela “cara de seu”. E é no quarto, o ambiente mais íntimo de uma casa, onde repomos as energias e nos preparamos para as batalhas do dia seguinte. Sim, porque as batalhas estão aí para serem vencidas diariamente e no pouco tempo que a vida moderna nos permite, é importante atentar para que tudo se traduza em aconchego e bem-estar. O cuidado na escolha dos materiais, as cores, a arrumação, tudo colabora para um bom resultado. Nas próximas páginas, a designer de interiores Keyla Henriques, da Todeschini Planejados, apresenta algumas ideias que podem fazer o quarto, grande ou pequeno, se transformar num santuário para o descanso e relaxamento. Ah, e tem dica também para o quarto da garotada. Afinal de contas, eles merecem também. Então confere aí o que ela tem a dizer.

50


“O projeto de um quarto traduz muito a personalidade do dono e também, através da escolha de materiais, pode deixar mais calmo e acolhedor para o morador.”

51


“Um quarto confortável e bonito é o que todos esperam depois de um dia de trabalho ou no fim de semana, quando o destino é o relaxamento.”

“O ambiente mais íntimo da casa é também o seu refúgio. Aquele lugar que expressa toda a sua identidade, que faz você se sentir único.” 52


“Crianças adoram tudo que é colorido e criativo. Quanto mais coisas pra ver, tocar e experimentar, melhor. Por que não dar a elas um quarto que tenha pitadas de diversão por todos os lados?”

53 53


#vitrine

Saímos por aí à procura do que faz nossa felicidade: produtos originais e delícias para alterar o humor para melhor ;) Confira nossa seleção:

Supercooler A invenção brazuca garante que em apenas 2 minutos sua bebida fique geladinha. Basta encaixar uma lata ou garrafa ao aparelho, colocar a bebida em contato com o gelo e ele se encarrega do resto. Leve, portátil, o supercooler é uma mão na roda para os apressadinhos de plantão. À venda no site www.supercooler.me/

De arranhar De colorir não. De “arranhar” - a proposta do Scratch Night View é ser um livro de revelar paisagens no lugar de colori-las. Uma caneta especial arranha as camadas de tinta revelando as luzes de cidades como Paris, Londres e Nova York. Uma nova roupagem para os já populares livros de colorir para adultos. À venda na amazon.com.

54


Beatles, de novo E lá vão esses caras nos fazer gastar dinheiro de novo. Saiu há pouco tempo um novo lançamento dos Beatles. O DVD Beatles 1, reedição da coletânea lançada em 2000 com grandes sucessos da banda. Seguindo a mesma ordem oficial, acrescida de vídeos restaurados no intuito de deleitar novos e velhos fãs do Fab Four. A versão completa da nova coletânea vem com dois discos Blu-Ray e um CD de áudio, além de um livro de 128 páginas e faixas de comentários por Ringo Starr e Paul McCartney. À venda em www.thebeatles.com

Cinco minutinhos O fim dos 5 minutinhos - Se você é do tipo que vive ignorando os avisos do seu despertador e acaba se atrasando o Clocky é a solução. O dispositivo é um despertador com rodinhas que sai literalmente “correndo” de você para obrigá-lo a levantar da cama. Quem sabe seu chefe não te dê um de presente? À venda em store.laughingsquid.com/sales/clocky

55


Pa ulo

#autos

mini rga e B

BMW série 1 A alemã BMW faz parte de um seleto grupo de marcas que arrebanha uma verdadeira legião de fãs mundo afora, pelas características de esportividade, modernidade, estilo e desempenho de seus carros. Seus principais concorrentes são a Mercedes e a Audi, também alemãs e, em menor escala, a Jaguar, a Volvo e a Cadillac. No Brasil, a BMW foi uma das primeiras marcas a trazer oficialmente seus modelos após a reabertura do mercado na década de 90, tendo a série 3 (320i) como principal modelo, e desde então se tornou um sonho de consumo da classe média-alta em nosso país. Há cerca de um ano, a marca alemã construiu uma fábrica em Araquari – SC para montar por aqui alguns de seus principais modelos como a própria série 3, a série 1, os utilitários X1 e X3 e o Mini Countryman, que compartilha partes mecânicas e estruturais com o X1 da BMW. Neste mês de Outubro, começou a montagem local da série 1, nos mode56

los 120i em duas versões de acabamento (Sport e Sport GP), ambas com o motor 2.0 turbo flex de 184cv, e em 2016 será a vez da versão 125i, de 218cv. A caixa de câmbio de todos eles é a já conhecida e admirada automática de 8 marchas, com controle por borboletas atrás do volante. A série 1 é um hatch, concorrente do Audi A3, Mercedes classe A, Volvo V40 e com as versões mais caras do VW Golf. Mede 4,33 de comprimento (similar ao Golf) e 2,70 de entre-eixos (mais que o Golf). O modelo “made in Brasil” chega ao mercado com preços promocionais sugeridos pela fábrica de R$ 109.950,00 e R$ 119.950,00 respectivamente para as duas versões disponíveis. Estes valores são, em média R$ 15.000,00 menores que os valores anteriores, dos modelos importados, mas a fábrica avisa que são preços promocionais de lançamento e que devem permanecer por pouco tempo. Vale ressaltar que o modelo que está sendo montado no Brasil já é o mais

Paulo Bergamini é economista e apaixonado por carros desde os sete anos.


atual da linha, que sofreu mudanças de estilo na frente, traseira e interior no início do ano na Europa, sendo portanto diferente dos modelos anteriores, importados da Alemanha. As qualidades de acabamento, segurança, dirigibilidade e “prazer ao dirigir”, da BMW série 1 só recebem elogios, em todos os locais onde o modelo é comercializado, sendo considerado “referência” em seu segmento de mercado e se destacando de todos os seus concorrentes por ser o único que ainda utiliza a tração nas rodas traseiras. Vem daí sua estabilidade realmente diferenciada, mas que, por outro lado, compromete um pouco o espaço interno, especialmente no banco traseiro, que só acomoda, com conforto, dois adultos. Itens como bancos esportivos revestidos em couro, direção elétrica, teto solar, computador de bordo, controle eletrônico de tração e estabilidade, volante multifuncional, câmbio automático de 8 marchas, rodas de 17 polegadas com pneus runflat (rodam mesmo vazios por alguns quilômetros), sistema de som completo, ar condicionado bi-zone digital e outros “mimos” são padrão no série 1 desde a versão inicial. A versão GP acrescenta rodas de 18 polegadas, navegador integrado, faróis bi-xenon e acabamento diferenciado. Sem dúvida, uma excelente opção para quem pode dispor deste valor e não precisa necessariamente do espaço de um sedã para seu uso no dia a dia.

57


#entrevista

Mulheres de muita fibra por Vitor Barros | fotos Moyses Cavalcante

Artesãs do Marajó unem o mundo fashion às próprias raízes caboclas

A

moda não oferece apenas produtos, ela oferece identidade. Os itens não são escolhidos por mera aquisição, mas

por identificação do usuário com o objeto. É o que se costuma dizer: “Isso é a minha cara!”. Nada mais parecido com a pessoa do que os traços culturais da região em que vive. Aliar artesanato e moda tem sido fundamental não apenas à economia, principalmente a criativa, mas para a afirmação das raízes

como referência de criação. É o que vêm fazendo 11 artesãs do município de São Sebastião da Boa Vista, no Arquipélago do Marajó. Com uma fibra retirada da palmeira do Jupati – abundante às margens dos igarapés do município – essas mulheres trançam o seu dia a dia, transformando o fazer artesanal em peças de bom gosto e muita criatividade. “Mulheres da Fibra de Jupati: tecendo a vida com arte”, como é chamado o projeto, recebe apoio do Ministério da Cultura (MinC), por meio do Programa Amazônia Cultural, que contempla projetos para fortalecer ações da cultura brasileira na Região Norte do país. O trançado da fibra do jupati é uma prática exclusiva de mulheres, passando de geração em geração. Assim aconteceu com a propositora do projeto, Maria do Socorro Gomes Ferreira, 40. Artesã desde os 15 anos, ela recebeu o conhecimento da sogra, Amélia Martins da Silva, 74 anos, e hoje o repassa para as filhas – uma delas integra o grupo de artesãs. Estima-se que, hoje, cerca de 60 mulheres praticam o trançado da fibra na região. Os casos sobre este tipo de artesanato 58



60 60


foto Geraldo Menezes

circulam no coletivo imaginário da população, mas não há dados históricos que comprovem há quanto tempo existe e como se iniciou a prática. O que se sabe, de fato, é que esse grupo de mulheres tem transformado um traço tradicional da cultura regional, buscando não apenas a sua valorização, mas também uma forma de perpetuar a atividade. Mesmo com tamanha força de vontade, viver de artesanato ainda é uma realidade distante para as regiões insulares do norte do país, como é o caso de São Sebastião da Boa Vista. Para manter a renda familiar, as mulheres praticam a pesca artesanal como atividade prioritária. “Também tem o açaí, mas rende pouco. Para manter a família, tem a pesca, em primeiro lugar, e o artesanato, em segundo. Tenho essa esperança que, no futuro, seja nossa principal fonte de renda”, diz a artesã Maria do Socorro. O artesanato feito com a fibra do jupati servia, inicialmente, para revestimento de superfícies, como de canetas e garrafas (elementos decorativos) e criação de objetos de alguma utilidade, como chapéus. Com o projeto “Turismo e Amazônia no Marajó” do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que funcionou de 2004 a 2006, o artesanato ganhou reforço e teve um desdobramento nas formas de utilização, preservando toda a ancestralidade visual. As designers consultoras do Sebrae, Ninon Rose Jardim e Lídia Abrahim, puderam, ao longo das visitas feitas ao município, trocar conhecimentos com as artesãs, o que se tornou uma condição especial para o avanço do trabalho desenvolvido pela comunidade. O conhecimento popular das artesãs somado à experiência das designers não só permitiu uma mudança de perspectiva na forma como se encarava o artesanato até então, como também possibilitou o aumento da produção e a criação de uma diversidade de peças. A partir daí, foram geradas ações de mercado, nas quais as artesãs levaram suas criações para feiras e eventos dentro e fora do Estado. Em 2012, o grupo Mulheres de Fibra foi criado e, hoje, é formado por Rosabeth Martins Costa, Rosa Maria Ferreira, Marly do Socorro Naum, Marlene Naum Costa, Maria Gorete Martins, Marisa Rocha, Marília Rocha, Renata Costa, Liliene Veiga, Raylana Costa e a proponente do projeto, Maria do Socorro. 61 61


Com desenhos variados, as peças artesanais revelam uma visualidade iconográfica e cores peculiares. A inspiração fica por conta das referências do cotidiano dessa população, que vive basicamente do que os rios oferecem. Os trançados criam iconicidades que representam essa vivência ribeirinha. Os desenhos recebem nomes diversos, como caminho reto, caminho cortado, rosas, bilhetinho, casinhas, árvores, coqueiros, palmeiras de açaí, patinhos, passarinhos e outros. Com o apoio do MinC, os acessórios de moda têm ganhado destaque entre os novos produtos do acervo do grupo, além dos novos desenhos desenvolvidos pelas artesãs. As designers Ninon e Lídia são responsáveis, respectivamente, pelo design das bolsas e dos acessórios que integram o repertório das Mulheres de Fibra. Em muitas ocasiões, a criação das peças se dá de forma coletiva, integrando artesãs e designers. Geralmente, os produtos recebem direcionamento temático, dependendo da época do ano, como no Círio de Nazaré, quando são confeccionados mantos para imagens, chaveiros com a santa em miniatura, móbiles, enfeite para carros e outros. Também são confeccionadas peças voltadas para o Natal (bolas, guirlandas, móbiles, entre outros) e para as Festas Juninas. Mesmo com produção ativa, o artesanato ainda precisa de incentivo para que continue a ser praticado e valorizado. Dessa forma, as “mulheres de fibra” estão buscando alternativas sustentáveis de perpetuar sua arte. A primeira opção ocorre de forma espontânea, quando o conhecimento é transmitido para as meninas que se interessam pelo trançado. Submeter o projeto ao MinC é outra forma de manter a prática e proporcionar mais divulgação para os produtos originários da manipulação da fibra. Com o desenvolvimento do projeto, a estética e a criatividade demonstradas nos produtos confeccionados por essas mulheres de fibra ganham o mundo digital, com a criação de um site, que vai ao ar em novembro deste ano e será lançado junto com uma exposição de acessórios de moda e peças de decoração exclusivos, no Espaço São José Liberto. Enquanto o site não chega, o grupo já faz sucesso nas redes sociais, nas quais algumas peças têm sido mostradas e têm encantado o público, aumentando a visibilidade e as encomendas dos artesanatos. EM TEMPO

62

Grupo “Mulheres de Fibra” Contatos: 91 99287.3858 •

facebook.com/artefibrajupati


63


An a

#fengshui

C

tina ris

Iudice

Por que utilizar? Na eterna busca da evolução, o homem indagou sobre todas as possibilidades de moradia até compreender que um local construído não é apenas matéria, mas também energia. Cada local tem uma essência que capta todas as nossas emoções, sentimentos e atitudes, recebendo isso como ondas energéticas e absorvendo através das paredes, tetos, pisos e objetos, fazendo um registro e reverberando de volta para as pessoas, melhorando ou prejudicando as almas de quem as sente. Uma alma capaz de adoecer, inspirar, ficar perturbada, ser curada, fica feliz. Milhares de anos antes da era cristã, no Oriente, os chineses já desenvolviam essa percepção e criaram um conjunto de teorias e técnicas que somente agora, nas últimas décadas, alcançou a compreensão e o respeito do Ocidente. Essa técnica, que inclui muitas outras e cuja delicada conjunção está diretamente usada para melhorar e otimizar as propriedades da morada humana surgiu com o nome de Feng Shui, e foi criada justamente com essa finalidade: equilibrar a matéria com a energia de um local. Outro aspecto a ser levado em

64

Ana Cristina Iudice é arquiteta e consultora Feng Shui. anaiudice@gmail.com | 91 99912.2314

consideração no Feng Shui é: em que momento eu posso aplicar a técnica? Eu sempre respondo em todos os momentos que quiser ou tiver necessidade! Essa técnica é muito mais ampla e abrangente do que se pode imaginar. Por exemplo: você compra um terreno e quer fazer um projeto de uma casa. Você pode e deve usar o Feng Shui, que nesse momento vai escolher a melhor posição do imóvel em relação aos pontos cardeais, o melhor fluxo e circulações internas e externas da energia vital e a localização de portas e janelas. Também pode ser usada para áreas abertas, entornos de edificações e para espaços internos construídos, fazendo ou não reformas; e na decoração sobre formas, cores, odores, luz, textura, materiais, disposições de mobiliário; enfim, dependendo da necessidade de cada um! Outro ponto importante dessa técnica é que na China ela está interligada à medicina chinesa, assim como várias outras que visam à prevenção da saúde do indivíduo na sua totalidade: corpo, mente e alma! Então previna–se, conheça seu espaço e use a seu favor!


#debobeira

#para colorir

65


Da ry

#RetratoseCanções

an

Do

es rnell

“Thaís Gulin é um dos maiores talentos da nova geração”

66

Daryan Dornelles é fotógrafo, carioca, amante de vinis e de cliques memoráveis. A cada edição da Up Belém, ocupará este espaço para contar histórias sobre suas imagens favoritas. www.daryandornelles.com


8PDUL]DO


ISSN 2446-6328

O Hospital Oncológico Infantil ficou pronto. O que a gente está sentindo?

ano1 | #8

nov 2015

ém l e B

A maior alegria. # Walério Araújo O estilista que é a cara do Brasil

C

#Arthur Nogueira Solário

Sala de fisioterapia

# Mulheres de Fibra Projeto une moda e tradição em São João da Boa Vista O novo hospital tem instalações adequadas ao público infantil, equipamentos modernos e uma equipe preparada para o melhor atendimento.

Secretaria de Saúde Pública

Música e poesia contra a mesmice

Brinquedoteca

TRABALHANDO PARA MELHORAR A SUA VIDA

distribuição gratuita

om enorme alegria, o Governo do Estado entrega à população o Hospital Oncológico Infantil Otávio Lobo, o primeiro da região Norte especializado no tratamento do câncer de crianças e jovens de até 19 anos Uma conquista para a saúde do Pará. Uma vitória a mais para esses pequenos grandes guerreiros.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.