ano 1 | #4
julho 2015
distribuição gratuita
ém l e B
#Leila Pinheiro Em nova fase, paraense faz aposta na internet
#Edyr Proença As mil facetas do escritor mais pop da Amazônia
#Fome de Reis
Os hábitos alimentares da Família Real Portuguesa
#Rio das Antigas A nostalgia de um passeio pelo passado carioca
omnia
HÁ ANJOS EM TUDO QUE VEMOS
Rua Bernal do Couto, 119 www.cassiusmartins.com.br Tel.: +55 91 3225.6615 / 3225.5606
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• Doca • Pátio Belém • Pátio Marabá • Parque Shopping • Shopping Boulevard • Shopping Castanheira • Unique Parauapebas • Shopping da Ilha (MA)
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#índice
#entrevista
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A cuíra criativa de Edyr Augusto Proença
#capa
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Leila Pinheiro aposta na internet em novíssima fase na carreira
#partiu
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Os encantos nostálgicos do Rio de Janeiro das antigas
#pitada
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#estilo
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Os segredos gastronômicos da Família Real Portuguesa
Dicas especiais para quem quer um ambiente contemporâneo
Capa: Leila Pinheiro | foto Washington Possato
#expediente
Up Belém | ano 1 | nº4 | julho de 2015 | distribuição gratuita Criação e realização | Omnia Editora Projeto Gráfico | Omnia Editora Jornalista Responsável | Elvis Rocha - DRT/PA 1712 Colaborou na Up Belém nº4 | Lorena Filgueiras Colunistas | Cassius Martins, Daryan Dornelles, Dina Batista e Sueid Abou, Joanna Martins e Paulo Bergamini. Revisão: José Rangel Comercial | Ingrid Rocha 91 98407.3042 | contato@upmagazine.com.br Site | www.upmagazine.com.br Críticas, elogios e sugestões de pauta | revista@upmagazine.com.br Impressão | Gráfica Santa Marta Tiragem | 5.000 exemplares A Revista UP Belém é uma publicação mensal da Omnia Editora. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.
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revistaupbelem
#editorial
Em uma de suas centenas de frases célebres, Nelson Rodrigues pedia aos jovens: “Por favor, envelheçam”. A súplica fazia sentido. Na virada dos anos 1970, o dramaturgo via com ceticismo o louvor quase unânime às qualidades da juventude, e reivindicava, velho como só ele sabia ser, um olhar mais generoso sobre as virtudes do amadurecimento. Que bom que o tempo passa e põe tudo no seu devido lugar. Se vivo estivesse, Nelson teria a oportunidade de ver muitos daqueles irrequietos rapazolas e impertinentes mocinhas chegarem à curva da existência em que é possível perceber que ele, o reacionário mais querido da história, estava, mais uma vez, correto. Amadurecer é muito bom. A UP Belém, imberbe, faz coro à sábia constatação de Nelson, e busca em espelhos como Leila Pinheiro e Edyr Augusto Proença inspiração para amadurecer com o viço da inquietude intacto. Ela, consagrada, buscando na internet a renovação para a carreira repleta de glórias. Ele, um genuíno filho dos 1970, planejando livros, peças, feiras literárias, mil etcéteras. Dois exemplos de talento lapidados pela experiência. Incluam na conta desta edição a chef portuguesa Ana Roldão, uma incansável pesquisadora que há anos coleta informações valiosas sobre os hábitos alimentares da Família Real Portuguesa e o prato, perdoem o trocadilho, estará completo, com pitadas de história viva nas ruas e passeios do Rio de Janeiro antigo, dicas sobre decoração, moda, cultura, tudo que tem feito parte do nosso amadurecimento (opa!) como publicação. Boa leitura.
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Tão bonito quanto o verão, só o cardápio Salud Gourmet Pratos gostosos e saudáveis para te dar muita disposição nas férias!
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#PontosDeDistribuição
• Salão Cassius Martins | Rua Bernal do Couto, 119 • Top Internacional | Av. Tamandaré, 1013 • Todeschini | Generalíssimo Deodoro, 719 • Discos ao Leo | Travessa Campos Sales, 628 • Restaurante Lá em Casa | Estação das Docas • Restaurante Famiglia Sicilia | Conselheiro Furtado, 1420 • Enoteca Don Vino | Conselheiro Furtado, 1420 • Grand Cru | Braz de Aguiar, 50 • Restaurante Santa Chicória | Diogo Moia, 1046 • Fox Vídeo • Oral Plus | Centro Empresarial Bolonha • SOL Informática | Doca de Souza Franco • Laboratórios Amaral Costa • Salud Gourmet (delivery) • Melissa | 4º piso do Boulevard Shopping • Tabacaria Lit | Térreo do Boulevard Shopping • DomNato | BR 316/KM 6,5 • Rede de postos Pará Vip
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Feita por pessoas e
sorrisos
Dr. Rogerio G. M. Nogueira Implantodontia/Periodontia
Dr. Antonio J. S. Nogueira Odontopediatra/ Ortodontista
Dr. Fabricio Malcher Clínica Geral/ Prótese e Estética
Dra. Renata S. M. Nogueira Ortodontista/ Endodontia Convênio: Uniodonto
Av. Governador José Malcher, 168 - Sl 103 | Centro Empresarial Bolonha 91 3241.0919
#entrevista
Cuíra que não passa por Elvis Rocha | fotos Dudu Maroja
Edyr Augusto Proença, o mais irrequieto dos autores contemporâneos da Amazônia Edyr Augusto Proença é uma personagem que não caberia nas 74 páginas desta revista. Dito isto, vamos ao ponto: escritor; radialista; publicitário; dramaturgo; jornalista; compositor; agitador cultural; etc etc. Um sujeito que não sossega. Recém-chegado de uma temporada na França, onde foi agraciado com o prêmio Caméleon pela Universidade Jean Moulin, por conta da edição francesa de seu romance de estreia, “Os Éguas” (que virou “Belém”), planeja para este julho o lançamento de “Psica”, estória em que disseca a ação dos ratos d’água da Amazônia; escreve a peça que marcará a nova fase do Cuíra, grupo de teatro independente do qual é fundador; e planeja a segunda edição da Feira Literária do Pará (FliPa), criada em parceria com outros escritores como contraposição à Feira Pan-Amazônica do Livro, da qual é crítico ferrenho. O encontro numa tarde de junho no primeiro andar do Palácio do Rádio, lugar onde cresceu vendo o pai, Edgar Proença, “falar para a planície” na lendária PRC5, e de onde atualmente ajuda a administrar a Rádio Jovem Pan. Entro no pequeno escritório e Edyr está lá, sentado. Uma Audrey Hepburn versão Andy Warhol o observa da parede. A camisa é preta. Os cabelos ralos e bagunçados. Sorri enquanto ajeita os óculos de aros grossos e diminui o volume da música que estoura nas caixas do computador. “Born to Be Wild”, do Steppenwolf. Edyr fala como escreve. Frases rápidas. Curtas. Belém no foco. Conexões velozes que antecipam respostas a perguntas que ainda seriam feitas. Um papo bom de acompanhar. Dica: ao terminar, pula no site da Up Belém. A íntegra da conversa, sem cortes, está todinha lá. Vale a pena. 12
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Tu és de uma família com história na comunicação paraense. Queria que começasses falando sobre a influência dos Proença na tua vida. Aqui onde estamos era a Rádio Clube do Pará. A primeira vez que vim aqui tinha uns nove anos. Me fizeram gravar uma mensagem de Dia das Mães. Convivi muito aqui nesse ambiente com meu avô, meu pai (Edyr e Edgar Proença, pioneiros na radiodifusão da Amazônia). Somos cinco irmãos. Quatro trabalham com jornal, rádio, televisão. Ou tudo junto. E em casa tínhamos uma inspiração muito forte em minha mãe (Celeste Proença), uma mulher maravilhosa, que conduzia esse time com uma mente que viajava muito alto. Fomos criados pra fazermos o que quisermos. Meu pai trabalhava de manhã, de tarde e de noite. Quando começamos a fazer 15, 16, 17 anos, o mundo estava mudando, era o começo dos anos 70. E ele, o pai todo sério, que depois de casado abandonou o conjunto musical que tinha com minha mãe, o Bando da Estrela, volta atrás, pega o violão de novo e começa a fazer músicas comigo... Nós adolescemos e ele adolesceu com a gente, se tornou um companheiro. Meu pai é meu grande ídolo. Tens livros publicados em vários países e recentemente recebeste o prêmio Caméleon, na Universidade Jean Moulin, por “Os Éguas”. A que atribuis essa boa recepção lá fora? Tu sabes que nós, latinos, usamos muitas palavras pra definir coisas. Criamos muitas imagens poéticas, gastamos algumas letras pra fazer efeito, ao contrário do francês, do inglês, que usam menos palavras. Meu estilo usa poucas palavras, frases curtas, o estilo é pulsante, então penso que, bem traduzido, eu chego de maneira mais palatável pra eles. É o que posso dizer. Mais do que isso não sei. E os caras gostam pra burro, sabe? Eu chego lá pra dar entrevista pra televisão e o sujeito sabe tudo, vem me questionar do porquê disso e daquilo estar no livro. Eles dizem que eu mostro um Brasil que não é só samba e futebol e que mergulho muito no âmbito suburbano, na extrema violência. O que tá embutido no meu estilo é que hoje temos um leitor que desfruta de televisão, de videogame, onde 15
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as imagens são muito velozes. Quando eu trabalho nesse ritmo dele, tô trabalhando com o material que ele já tem na cabeça pra imaginar, e consigo fazer com que ele vá comigo, entende? Estás prestes a lançar um novo romance. Qual será o mote dessa vez? Será lançado agora em julho, o “Psica”, onde eu saio finalmente de Belém. Trabalho a região do Marajó, os ratos d’água, as escravas brancas, e paro em Caiena. Guardei durante dois anos tudo que saiu em jornal sobre o assunto. Antes de escrever mergulhei naquilo pra estruturar coisas que me interessavam: nome de barco, como é o motor, os roubos eram de quê, iam pra onde. Quando eu montei aquilo, sabia pra onde tava indo. E me vali de um trabalho excelente sobre Caiena do meu sobrinho, filho do Janjo, que mora lá em São Paulo. Morei dentro disso pra escrever o livro. Ainda escreves pra teatro, jornal, revista, publicidade... Como organizas essa produção? É um caos, não sei te dizer. Tem uma hora que entra na cabeça e você vai fazer. Eu tô acostumado. Pela manhã aqui na sala (na Rádio Jovem Pan, na qual Edyr é sócio) é um entra e sai muito grande. Aí trabalha o administrador, assinar documento, essas coisas. À tarde fica um pouco melhor. Moro num apartamento aqui perto (na Avenida Presidente Vargas) e lá é minha Disneylândia. Tenho livros, música, revista, filmes, tudo que me interessa. Às vezes escrevo lá. Fecho tudo pra nem o barulho da rua entrar. Entro naquele ambiente protegido e escrevo. És um grande crítico da Feira Pan-Amazônica do Livro e criaste, com alguns parceiros, a Feira Literária do Pará (FLiPa). Como nasceu a ideia? Temos 20 anos dessa administração tucana, com quatro anos de intervalo petista, que conseguiram ser ainda piores. A cultura se profissionalizou ao longo desse tempo. Aqui não. E isso nos prejudicou muito. Me prejudicou como escritor, mas não me fez parar. Veja a Feira do Livro. Se o Elvis é um empresário e
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quer ganhar dinheiro com isso, aluga o Hangar, subloca pra editoras, lojas e convida escritores conhecidos de fora, pra dar entrevista, assinar livros, beleza. Mas quando o governo faz isso, a feira deve ser o ápice no final do ano de uma política cultural determinada o ano inteiro pra todo o estado. Fazendo com que os livros fora de catálogo sejam reeditados, promovendo concursos pra lançamentos de novos escritores da atualidade e os fazendo circular. O que acontece hoje é que esse “escritorzinho” fica num canto ali, sabe? Desde que não perturbe muito. Não é isso. Ano passado, o Salomão Laredo, na época da feira, fez a “Feira do Laredo”. Foi vender os livros dele lá na Fox. Grande ideia! Cheguei pra ele e disse: “Seria legal fazer uma nossa”. Foi quando nasceu a FLiPa. Temos um escritor homenageado, cujo livro fora de catálogo é relançado. Fazemos um concurso para novos escritores e o ganhador tem o livro impresso. E convidamos autores que lançaram durante o ano para ficar durante dois dias assinando livros na Fox, que nos apoia. Os livros são vendidos mais baratos. A gente faz isso pra mostrar: “Olha, a gente faz isso. Não vão pra lá, que tá errado”. Recentemente o Cuíra, teatro que foste um dos fundadores, foi fechado. No texto de despedida escreveste que as pessoas que gostam de teatro em Belém são como os “cristãos na Roma de César, vivendo nas catacumbas”. Explica melhor. Eu cansei de lotar o Theatro da Paz, de fazer espetáculos extras lá. Era uma época em que você ia pra uma peça de teatro, um filme, e depois ia conversar a respeito. Veja: o estado tem mais de 140 municípios e estamos falando apenas de Belém. Temos uma Escola de Teatro pujante, com mestres, doutores dando aula, a cada semestre botando ótimos atores pra fora. E você se pergunta: pra quê, pra quem? No Cuíra nós tínhamos cem lugares, ar condicionado, tudo mais, e sem apoio de nenhuma esfera. Estávamos vivendo de prêmios da Funarte e do Ministério da Cultura. Aí você monta um superespetáculo. Mostra como gastou o dinheiro. Tem cem lugares... mas recebe 20 pessoas. Tem alguma coisa errada. Eu tô gastando um dinheiro 18
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que não consigo devolver pra sociedade. Hoje você tem em Belém, mil, sei lá, 500 pessoas que vão ao teatro. Não era assim. E quais alternativas acreditas que poderiam mudar esse quadro? Precisamos de dinheiro pra equipar os teatros. Construir teatros nos polos onde eles não existem. Aí vem um edital. Ganha teu grupo. Eu estabeleço que tu vais fazer espetáculo. Começa no Margarida (Schivasappa). Depois de um mês vais pra Marabá, Santarém. Quando voltares pra Belém, fazes uma última temporada num teatro menor e vais descansar, pensar em outros projetos. Aí a TV Cultura vai transmitir tua peça. Quando isso acabar, outro grupo já está fazendo esse circuito. Terias espaços em festival nacional, estadual, e onde tu vais passando dás oficinas, preparando novos grupos de teatro, de tal forma que Belém comece a receber os grupos formados lá. Aos poucos vamos trazendo as pessoas de volta pro teatro. Municipalmente precisamos construir teatros com salas de ensaio, oficinas pra comunidade, pelo menos uns três em Belém, no Guamá, no Benguí... Vês como um serve o outro? É tão absurdo pensar isso? Mas as pessoas que estão no poder não querem pensar porque não querem trabalhar. Apesar do fim do teatro, o Grupo Cuíra continua em atividade e já anunciou uma nova produção: o “Auto do Coração”. Como está a produção? Nós estamos indo pra Doutor Malcher, uma casa enorme que tem lá. Queremos fazer o que se chama de teatro imersivo, a plateia dentro do espetáculo. O primeiro espetáculo já está delineado o começo, mas ainda tenho que terminar de escrever (risos). A plateia chega, senta e batem na porta da casa. A pessoa abre entra um sujeito de paletó, mala, e cai no meio da casa. Atrás dele vem uma mulher, que bate na porta e quer matá-lo. Muito perto, sabe? É isso que queremos. Esse novo espaço vai ser comprado e devemos começar as atividades agora em julho. A cabeça continua a mil. EM TEMPO
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#FicaDica
A Up Belém avisa: há programas para todos os gostos [e bolsos] rolando de Norte a Sul do país! Confira alguns que selecionamos para vocês: Carimbó na Estação das Docas Para animar as tardes de sexta-feira do verão paraense a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) oferece o projeto Pôr do Som e às sextas-feiras de julho, a Estação das Docas será animada por grupos parafolclóricos, que se apresentarão na orla do Armazém 3. A programação é gratuita. 03/07 10/07 17/07 24/07 31/07
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18h30 18h30 18h30 18h30 18h30
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Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo
de Cultura Regional Iaça Folclórico Mapinguari Folclórico Frutos do Pará Folclórico Charme do Caboclo Folclórico Sabor Marajoara
S’imbora, o musical Vida e músicas de um dos maiores gênios [e injustiçado] Wilson Simonal. O musical está em cartaz em São Paulo, em apresentações diárias. Contendo ótimos diálogos e uma ação que prende a atenção do espectador ao longo de todo o espetáculo, ‘S´imbora, o musical’ recebeu excelente versão cênica de Pedro Brício. Valendo-se de marcas criativas e sempre conseguindo valorizar os múltiplos climas emocionais em jogo, Brício exibe o mérito suplementar de haver extraído atuações impecáveis de todo o elenco. A começar pela do protagonista, Ícaro Silva. Onde: Teatro CETIP-SP Quando: até 26 de julho. Entrada: entre R$90 e R$180. Mais informações: www.ticketsforfun.com.br 22
Joan Miró O Instituto Tomie Ohtake organiza a maior exposição dedicada ao artista Joan Miró (1893-1983) no Brasil. A exposição reúne mais de 100 obras do artista, entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e objetos (pontos de partida de esculturas), além de fotografias sobre a trajetória do pintor catalão. Onde: Instituto Tomie Ohtake, Rua Coropés nº 88, São Paulo. Quando: Até 16 de agosto. Informações e ingressos: www.institutotomieohtake.org.br
Quintarrada com Félix Robatto Quando: Toda quinta-feira de Julho. Onde: Templários, na 28 de Setembro próximo à Doca. Horário: A partir das 22h. Entrada: 1º lote a R$ 20 (ingressos à venda no local). Mais informações: 91 3224-4070 e 98137-5767
(*) A programação apresentada neste espaço foi fornecida pelos próprios autores e pode ser alterada a qualquer momento sem aviso prévio. Consulte site e/ou telefones de informação antes.
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#capa
Fascinante e desafiador por Jayme Araújo Lopes | Fotos Washington Possato
Leila Pinheiro se entrega à internet em nova fase na carreira Dona de uma voz linda, Leila Pinheiro canta os grandes sucessos da nossa música. “Alma”, na sua voz, é inesquecível. Mas foi quando interpretou “Verde”, de Eduardo Gudin e José Carlos Costa Netto, no Festival dos Festivais, em 1985, exibido pela TV Globo, que Leila arrebatou o país. Era reconhecida ali como grande cantora de nossas canções. Depois de 35 anos de carreira, 18 álbuns e três DVDs, Leila mostra que está aberta a novos caminhos. Seu novo projeto é usar a Internet para ajudar no lançamento de seu trabalho. Para gravar seu primeiro EP, “Por Onde eu For”, a cantora optou por pedir a ajuda em dinheiro dos fãs. Para isso, usou a Web numa campanha de crowdfunding (financiamento coletivo), usada por artistas do mundo todo. Neste modelo de financiamento, o fã faz sua doação para o projeto e, em troca, tem direito a participar do trabalho de várias maneiras: pode, por exemplo, baixar da Internet, antes de todo mundo, as quatro faixas do novo disco, pagando por isso R$ 25. Ou, se pagasse um pouco mais, R$ 50, teria direito ao download antecipado dessas faixas e ainda receberia um EP autografado e um agradecimento no encarte do EP. E assim segue o projeto, que ainda prevê a venda de camisetas, ingressos para os shows de lançamento, pôsteres, acesso VIP ao camarim da cantora. É uma relação direta, do artista com seu fã, possibilitada, 24
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quem diria, pela fria tela do computador. “Fiquei muito estimulada com a ideia de gravar o EP e oferecer aos participantes, em primeira mão, o download das músicas, antes mesmo da estreia do show”, explica Leila, entusiasmada com a iniciativa. Para ela, a participação coletiva é hoje um dos meios para “viabilizar projetos autorais de qualidade e independentes dos padrões estéticos da mídia convencional, cada vez mais restritos artisticamente”. Outro mérito da campanha é a clareza com que se explica como o dinheiro dos fãs será usado. O valor arrecadado pela iniciativa será usado na gravação, na masterização, com a arte da foto e a execução da capa, na fabricação e no envio das recompensas, em direitos autorais, na produção executiva e administração do projeto, na divulgação e para pagar os impostos.Tudo isso, claro, para tornar a arte uma realidade. Para fazer com que a voz da cantora fique disponível para o máximo de ouvintes possível. Para achar uma saída viável para que o artista se expresse na era da Internet. Paraense antenada, Leila sempre foi moderna. Canta Bossa Nova, os clássicos da MPB e adora a irlandesa Björk. Está aberta ao novo. Difícil resistir a não ajudar Leila a cantar de novo. Como surgiu a ideia de usar a Internet para conseguir recursos para um novo disco? Li uma matéria de página inteira na capa do Segundo Caderno do jornal O Globo, cujo título era: NOS BRAÇOS DOS FÃS. Falava sobre uma artista pop americana, Amanda Palmer, que por meio do crowdfunding (financiamento coletivo), arrecadou quase 10 vezes mais do que pediu, usando o site Kickstarter. Ela gravou um
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CD e saiu em turnê pelo mundo. É a artista mais bem-sucedida da história do crowdfunding americano. Logo depois de ler essa matéria encontrei com Olivia Hime, da gravadora Biscoito Fino, no aeroporto aqui no Rio e ela me perguntou se eu conhecia o site da Kickante, plataforma de crowdfunding brasileira. Depois de duas cutucadas seguidas sobre o mesmo assunto, achei que era a hora de me informar e de experimentar esse caminho, novo para mim, mas já uma realidade vitoriosa pra muitos projetos interessantíssimos. O financiamento coletivo, por meio da internet, é um caminho para que os fãs da minha música e todos que gostam e se interessam pela minha carreira possam ser meus parceiros no lançamento do meu novo CD, que, por ter menos músicas que um CD convencional, é chamado de EP (extended play). O EP é uma ampliação do CD single – com apenas uma música. Eu lancei dois singles no começo da minha carreira: um com a música “Serra do luar” e outro com o Hino de Nossa Senhora de Nazaré. O que você esperava quando começou o projeto? A resposta do público surpreendeu? Não tinha ideia do que iria acontecer porque imagino que é uma experiência diferenciada para cada um. A receptividade foi maravilhosa e estimulante. É uma corrida contra um tempo limitadíssimo de apenas dois meses, mas a campanha é um sucesso porque já está divulgando este novo CD, multiplicando meu público e consolidando a parceria dos meus fãs com o meu trabalho. 28
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A indústria do disco foi transformada pela tecnologia. Muitos dizem que quase acabou. Você acha que a Internet ajuda ou prejudica os artistas? Nós, artistas, temos que estar antenados para descobrir o que há de melhor para o que criamos, na configuração em que o mundo se apresenta hoje, aqui e agora. Nada mais é como já foi há até muito pouco tempo. Comemoro este ano 35 anos de carreira e vivi muitas mudanças durante todo esse tempo. Fui aprendendo como manter meu trabalho sempre vivo e renovado, conectada com o que acontece aqui no Brasil e no mundo. Você afirmou que o projeto de financiamento coletivo é uma alternativa para lidar com a mídia convencional, cada vez mais restritiva. Mas o artista não continua dependente destes veículos para divulgar o trabalho? E a venda e a distribuição, também podem ser afetadas pelas iniciativas virtuais? Fiz e continuo fazendo ótimas parcerias com gravadoras (Universal Music, EMI Music, Biscoito Fino). Não sinto necessidade de ser responsável por todas as etapas e demandas do meu trabalho. Há quem distribua os CDs, quem os fabrique, quem os divulgue etc… A independência que desfruto há anos é a artística. Gravo o que quero e quando quero. Disso não abro mão. Criei um selo independente – Tacacá Music – e por ele lancei vários CDs meus. Este CD que gravo agora também será lançado pela Tacacá. As boas parcerias sempre foram
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fundamentais e hoje são o que viabilizam projetos vitoriosos. Acredito nisso e invisto cada vez mais nessa direção. A internet é uma grande aliada nesse processo todo, mas tem que saber usá-la. Esse é o grande desafio. Neste projeto virtual, qual experiência mais te emocionou? Alguma mensagem de fã mais emotiva, alguma ação que tenha marcado ou impressionado? A rede social ajuda você como artista? Os fãs são superparceiros e estão junto comigo em todos os momentos. É para eles que eu canto. Eles é que dão sentido à minha música. A troca é maravilhosa e sem eles nada disso aconteceria. Me cobrem de carinho, de incentivo e me estimulam de mil maneiras a continuar crescendo e dando o meu melhor a cada novo trabalho. As redes sociais são uma das grandes ferramentas de divulgação no mundo de hoje. Saber usá-las é fundamental para o sucesso de qualquer artista. Depois da experiência de crowdfunding, você tem novos planos para usar a Internet na carreira? No mundo de hoje, em qualquer profissão, é fundamental estar conectado com a internet e em dia com os avanços da tecnologia da informação. Desde 1996 tenho um site e mantive um blog (Conversa Afinada) durante vários anos. Me comunico por meio do twitter, do facebook, do Instagram... Certamente continuarei usando todas as ferramentas e plataformas que derem melhor suporte ao meu trabalho e à minha vida. Este é um mundo fascinante e desafiador.
AGRADECIMENTOS Assessoria DEBS Comunicação 32
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#QuerSerFashion
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#manualdeverão “Vem chegando o verão, o calor no coração, essa magia colorida, são coisas da vida”. Empolgações musicais à parte, a estação que ferve no Pará é sem dúvida em julho, o nosso verãozão, com sensações térmicas que beiram os 40 graus... E para não fazer feio no calor, fizemos um Manual de Verão #querserfashionblog. Confere o que não pode faltar na sua mala! 1 • Sandália Gladiadora Ela já dá uma bossa no look. Combine com short ou vestidos bem fluidos. 2 • Combinação perfeita! Short hot pants e cropped Essa dupla anda fervendo no verão europeu e, acreditem, não precisamos estar super em forma para aderir a este look. O short cintura alta dá uma boa escondida naquelas gordurinhas que insistem em se instalar onde não devem... 3 • All white Tem cor mais a cara do verão que branco? Remete um look super fresh. O segredo aqui para não ficar com cara de médico é misturar várias texturas e complementar com acessórios.
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4 • Na pegada hippie A volta dos anos 70 na moda está com tudo! Florais exuberantes, tecidos soltos e muitos acessórios são algumas das características deste estilo. 5 • Óculos redondos Com uma pegada setentinha também, os óculos redondos podem ser considerados o grande hit do verão 2015. O mais legal é que você encontra em vários modelos e precinhos bem camaradas! 6 • Biquíni esportivo Essa pegada fitness também chega nas praias, com os biquínis maiores, uma espécie de frente única, supermodernos. Já existem vários modelos no mercado, escolha o que mais lhe agrada e voilá!
Dina Batista e Sueid Abou são autoras do Quer Ser Fashion, blog de moda, beleza, maquiagens e experiências. Adoram novidades e acreditam que, para ter estilo, é necessário, sobretudo, ter atitude. www.querserfashion.com | @dina_batista @sueidabou
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#partiu
O Rio da memória Textos e fotos por Lorena Filgueiras
Um passeio nostálgico pela história da capital carioca O convite veio em tom desafiador: “Você consegue fazer uma viagem no tempo para o Rio de Janeiro do começo do século XX?”. Não pensei duas vezes ao decidir atravessar metade do Brasil, em busca de um roteiro gastronômico bem típico do carioca do século passado. Os motivos? A capital fluminense foi, de certa forma, o tema do #pitada desta edição [página 36], e a cidade completou, em março, 450 anos de fundação [muito mais bonita e em forma agora, prova de que a maturidade faz muito bem], além de ter ostentado o título de “capital do Brasil” há cem anos. Passar uns dias no Rio, em contato com tanta exuberância, por si já dispensaria motivos, certo? Com o roteiro traçado, saí em busca dos lugares que a tradicional família fluminense costumava frequentar nos idos de mil novecentos e bolinha. À exceção de um único destino, todos os demais ficam muito próximos uns dos outros no centro histórico do Rio de Janeiro. A estação de metrô que fica mais próxima dos destinos: Uruguaiana. Aliás, permitam-me um desabafo: encontrei inúmeras semelhanças entre o centrão do Errejota e de Belém. São ruas lindas, respira-se história, mas todas muito entristecidas pelo abandono que seus governos impõem. Mas são belas as vielas, as ruelas, as construções. Não pude não imaginar mulheres e homens de outras épocas transitando por ali, entre pedras portuguesas e pequenos paralelepípedos, arrastando suas anáguas e bengalas. 36
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Primeira Parada - CASA PALADINO O tempo parou ali. E falo sério: o relógio congelou em uma hora qualquer e as estantes permanecem as mesmas desde quando a casa foi construída. O ano ninguém sabe ao certo, mas seu Ricardo, um dos sócios, declarou que “em 1906, ela já estava por aqui”. Indico o lugar para almoço [não vá aos sábados, quando eles abrem apenas para limpar o local e fazer contagem de estoque], por conta do quitute que faz a fama da casa: o sanduíche triplo, com provolone, presunto e ovo. Não come presunto? Sem problemas: você pode incluir qualquer outro embutido à venda na casa [e você ficará zonzo com tantas opções]. Se sobrar algum “espaço”, peça a omelete ou uma das fritadas. O chope chega à mesa estalando de gelado. É um misto de botequim com armazém de secos e molhados. Uma dica: pare para almoçar. Café da manhã é melhor em outras paragens. • Rua Uruguaiana, nº 224 | (21) 2263.2094 38
Antes de qualquer coisa - IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E SÃO BENEDITO DOS HOMENS PRETOS Não importa sua religião [e mesmo que você não tenha uma]. Se gostar de História e construções antigas, não deixe de entrar na Igreja da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos homens pretos. São quase 370 anos de existência e tudo ali dentro tem vida. Em 1737 a igreja passou a sediar a Sé do Rio de Janeiro. Na condição de Catedral do Rio de Janeiro, ela seria a primeira igreja a ser visitada pela família real portuguesa, quando da chegada de Dom João VI e sua comitiva, em 7 de março de 1808. O local guarda mais curiosidades: ali foram originalmente velados a Princesa Isabel e Conde D’Eu [cujos restos mortais foram posteriormente transferidos para Petrópolis]. Adoro igrejas. Entrei e fiquei um tempinho olhando seu interior. Se meu tempo não fosse cronometrado, teria permanecido mais ali.
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Segunda Parada - CONFEITARIA COLOMBO O prédio, com fachada simples, é desavisado aos visitantes de primeira viagem. Encravado no coração da Rua Gonçalves Dias, é preciso entrar na Colombo para ficar completamente encantado. Fundada em 1894, a Confeitaria Colombo tem um pé-direito absurdamente alto, espelhos em cristal e azulejaria portuguesa. A iluminação amarelada contribui e muito para o ar nostálgico que reside ali. Com metade do sanduba da Casa Paladino embalada para viagem [ou este texto não seria possível], vi muitas famílias à vontade, usando sandálias de dedo e bermudas, em total oposição ao código de vestimenta de outras épocas: o traje a rigor era exigido aos que quisessem adentrar a Colombo. Por ali passaram a rainha Elizabeth, Getúlio Vargas e mesmo João Francisco dos Santos, conhecido como Madame Satã. O chocolate quente veio em bule de prata e delicadamente servido em xícara de porcelana. O papo de anjo é uma indecência de gostoso. Quase pecaminoso (risos). • Rua Gonçalves Dias, nº 32 |
(21) 2505.1500
www.confeitariacolombo.com.br
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Terceira Parada - CASA CAVÉ A chef Ana Roldão, que você conheceu nesta edição, foi enfática: “Tens que incluir a Casa Cavé em teu roteiro!”. Ligou gentilmente pro chef pâtissier, falou mil maravilhas dos doces portugueses – “só receitas tradicionais, Lorena”, avisou. Com metade do sanduba da Casa Paladino embalada para viagem, estacionei na “mais antiga confeitaria do Rio de Janeiro”. O lugar é uma graça e data de 1860. Sem metade da ostentação e da beleza absurda da Confeitaria Colombo, mas muito charmoso. Mais tranquilo, inclusive. E ali, com quase nada de ruído [além do som delicioso das colheres nas xícaras], senti vontade de ficar a manhã inteira. Casais faziam o desjejum; vi senhores lendo o jornal inteiro e fiquei tão à vontade... Seguindo as instruções da Ana Roldão, decidi deixar para a Cavé o mérito de experenciar o pastel de Belém. Sentei à mesa de Kubitschek e pedi o café preto acompanhando o doce português. E ali, à primeira mordida, adentrei o paraíso. Para uma descendente de portugueses, doce é coisa muito séria. Se o “espaço interno” permitir, por favor, peça os ovos moles de Aveiro. Prometi a mim mesma que em uma próxima vez, passarei a manhã inteira somente na Cavé. • Rua Sete de Setembro, nº 133. Ou Rua Uruguaiana, nº 11. (são duas) (21) 2222.2358 | www.casacave.com.br 42
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Quarta e última parada - PARQUE LAGE A história do parque Lage é muito antiga e remonta ao ano de 1811, quando era uma fazenda. Depois de ter alguns proprietários, já em 1920, a fazenda, sob nova gestão, foi completamente remodelada. O arquiteto italiano Mario Vodret foi convidado a remodelar toda a fazenda. No centro da fazenda, o pátio com uma piscina, onde muitos tomam café. Mas o local oferece ainda longas caminhadas entre árvores centenárias. O ar ali é diferente, você verá muita gente fazendo piqueniques. • Rua Jardim Botânico, nº 414 Jardim Botânico | (21) 3257.1800
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#colherada
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Yes, nós somos uma cidade gastronômica! Foi tema da coluna de estreia falar sobre o que é Gastronomia e como devemos entendê-la para muito além da comida; e sim, como patrimônio cultural de um povo. A boa mesa não é só um deleite ao paladar e aos olhos – ela cumpre uma função social também, de agregar gente e proporcionar alegrias. O turismo, como função de lazer, também tem esse mesmo objetivo... e por que não usamos a gastronomia para atrair turismo para nossa cidade? Esse é um nicho do turismo que o Brasil, ainda, pouco explora, mas que tem um enorme potencial de atração. E aqui, temos um potencial maior ainda, porque temos um povo apaixonado pela comida, o que torna o produto autêntico e não-artificial; temos ingredientes exclusivos e deliciosos, temos um
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leque de receitas extremamente ricas e ancestrais e ainda temos talentos pipocando a todo instante nas nossas cozinhas. E... o que está faltando para colocarmos Belém na rota do turismo mundial? Falta ação coordenada, de todos aqueles que têm interesse com o tema, falta movimentação das instituições públicas e que os agentes do turismo entendam mais o que é a gastronomia. Mas falta ainda que os agentes da gastronomia queiram fazer além; mais que as delícias que sempre fazem. Entre o sonho e a realidade, existe um abismo muito grande. Mas com vontade, união e ação coordenada o percurso pode ser leve, divertido e muito saboroso. E aí, vamos transformar Belém num destino gastronômico mundial?
Joanna Martins é publicitária, organizadora e curadora do festival Ver-O-Peso da Cozinha Paraense, diretora do Instituto Paulo Martins e proprietária da Manioca.
omnia
Se a gente acredita em sinais? sinais? O tempo todo. Omnia ĂŠ tudo! contato@upmagazine.com.br
#pitada
Fome de Reis por Lorena Filgueiras | fotos arquivo
Ana Roldão e o mergulho nos hábitos alimentares da Família Real Portuguesa
“A
cho que sou a reencarnação de Princesa Isabel”, conta, entre gargalhadas, Ana Maria Roldão, a
mais carioca das portuguesas, sobre sua predileção pelos mesmos quitutes e acepipes que a princesa adorava. Tamanha intimidade com os hábitos gastronômicos reais tem uma razão: há mais de uma década a chef pesquisadora se debruça sobre os cardápios da Família Real Portuguesa no Brasil. A paixão pela boa mesa [e ouso dizer pela “boa cama”] era patrimônio familiar. Se a Princesa Isabel era uma apaixonada por doces, Dom João VI possuía um apetite voraz para... tudo. Comia três frangos [os ‘frangãos’] com torradas, enquanto Dona Carlota Joaquina refrescava-se com cachaça [alivia-lhe o calor dos trópicos] e Dom Pedro I e sua amante, a Marquesa de Santos, deleitavam-se em comparações gastronômico-sexuais, no mínimo, pouco ortodoxas. De fazer corar em cinquenta tons de vermelho. Tive o privilégio de conhecer Ana Roldão há alguns anos. Há oito anos, para ser mais precisa, em Belém. Veio ela para a capital paraense com o objetivo de rea48
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lizar jantares temáticos, inspirados nestes deliciosos (e nababescos) menus. A “carioquesa” Ana Maria Roldão é a estrela do #pitada desta quarta edição da revista Up Belém. Já li algumas entrevistas tuas em que contas que de tanto ouvir teus comensais perguntarem sobre os hábitos reais, decidiste pesquisar e estudar os hábitos gastronômicos da família real portuguesa... Foi isso mesmo? Quando eu trabalhava no Museu Imperial de Petrópolis as pessoas perguntavam muito sobre o que o imperador comia, o que a imperatriz comia, então resolvi começar a estudar os hábitos alimentares da Família imperial brasileira. Em relação aos hábitos da Casa Real Portuguesa, eu já vinha lendo sobre isso, não com o intuito de pesquisa e sim de mera informação. Quando comecei a estudar os hábitos da Família Imperial Brasileira, vi que era impossível não estudar a época anterior à chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil e agora estão indissociáveis. Foi difícil encontrar informação? Inicialmente, sim, pois não havia pesquisa sobre o assunto. Tivemos que estudar em fontes primárias, àquela altura, em 2002, ainda não tinha ocorrido o boom dos livros sobre Gastronomia, o que fazia com que poucas pessoas se interessassem pelo assunto. 50
Dom Pedro I: experi锚ncias gastron么micas e sexuais 51
Dom Pedro II: simplicidade Ă mesa
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Onde apoiaste tuas pesquisas? Em livros de história de alimentação e no arquivo histórico do Museu Imperial, onde há vários documentos da Casa Imperial, nomeadamente os cadernos de mordomia que são os registros de despesas/compras da Casa Imperial Brasileira, além da correspondência de algumas pessoas da Família Imperial como a Princesa Isabel. O que encontraste de mais curioso ali? A correspondência da Princesa Isabel com a Condessa de Barral, que foi sua preceptora. Elas falavam muito de comida. Verdade que Dom João VI era um glutão? Sim. D. João VI gostava de comer, e a exemplo dos demais membros na Casa de Bragança, gostava muito de galinha... Daí vem a brincadeira de D. João VI colocar perninhas de galinha nos bolsos. Como (e quão grande) era a lista de compras da família real, Ana? E o que vinha de fora? Daqui do Brasil o que foi rapidamente introduzido nos menus reais? Com a chegada, os portugueses tinham encontrado à mesa iguarias como o trivial quitute de carne seca de Minas, servido com feijão negro e farinha de pau – os gostos europeus interfeririam de imediato revolucionando menus. Carlota Joaquina não tinha o menor 53
gosto pelos costumes locais – e foi a primeira a impor novas regras, no prato e... n’outros locais. Numa cidade habitada agora por cortesãos e diplomatas, os mestres cozinheiros estrangeiros encontraram um mercado à sua medida, indo às casas particulares preparar banquetes e refrescos para serem servidos durante os saraus. Passados alguns anos sobre a data da chegada da Corte ao Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro – o grande órgão de comunicação local – anunciava as iguarias mais diversas e mesmo desconhecidas como as tâmaras, por exemplo, que nascem no oásis do Norte de África – e que Carlota não dispensava. Carlota Joaquina apreciava o consumo de vinho – e toda a Corte portuguesa seguia o seu exemplo. Naturalmente, esse consumo local aumentou muito consideravelmente e a importação diversificou-se. Para agradar ao paladar da Princesa, era comum a chegada de muitos tonéis com vinhos brancos, tintos, moscatéis, Portos e malvasia, néctares divinos para paladares terrenos e caprichosos. As remessas chegavam – mesmo com a conjuntura vivida no Continente e em Portugal – de procedências como Carcavelos, Chamusca ou Madeira, mas também de muitos locais de boa vinha europeia, da Catalunha, Bordéus, Borgonha, Champagne, Chipre etc. Também os frutos secos como as avelãs, as nozes e as amêndoas fizeram a sua aparição, ao lado dos doces e compotas de frutos tipicamente europeus (ginja, pêra, damasco, pêssego, figo). “Uma sopa, um cozido, três pratos de diferentes qualidades, um de pastéis ou doce, sobremesa e meia garrafa de vinho”, era um dos menus habituais. 54
Carlota Joaquina: fรฃ declarada da cachaรงa
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Princesa Isabel era alucinada por doces
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Foto Igor Alecsander
A chef e historiadora Ana Roldão
Dizem que Carlota Joaquina apaixonou-se pela cachaça... E não só a aguardente. Gostava de montar a cavalo, a grande velocidade, de espingarda na mão, acertava em aves com uma pontaria invejável. Gostava de touros, touradas, festas populares. Por qual desses célebres personagens tens mais empatia, Ana? Por todos, em geral, mas a Princesa Isabel me é muito querida: ela adorava doces, assim como eu, e tem a minúcia da descrição das comidas e gosta de falar disso tal como eu. Além da família real portuguesa, tens “devassado” os hábitos de outras personalidades históricas, não é? Sim, vários personagens como Frida Kahlo, Salvador Dalí, Picasso, Monet, Eça de Queiroz, Eufrásia Teixeira Leite, Fernando Pessoa, Maria Antonieta, entre outros... e agora estou entrando nas comidas de raiz do Brasil: índios e africanos. Com quais deles tens passado mais tempo? Tenho estudado ultimamente a mesa na França do século XVIII e estou pesquisando a alimentação luso-brasileira, desde a chegada dos portugueses ao Brasil, para poder fazer o recorte histórico e cronológico para o estudo que eu vou apresentar para a minha candidatura ao Doutorado. 57
Ca ss
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#look
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QUAL A DIFERENÇA ENTRE OS CORTES WOB HAIR, LONG BOB, BLUNT HAIR, LOB HAIR E TANTOS OUTROS?
Sandra Moraes Curto
Glaice Dias Médio curto
Suelen Geber Médio
Aline Alves Médio longo
Hora ou outra surgem tendências com nomes internacionais que viram um alvoroço na vida das antenadas. A onda do momento tem uma explicação lógica: quando surgiram as californianas, ombrés, surf hair (e afins que até hoje perduram), muitos cabelos foram danificados nas pontas. Daí veio a necessidade de cortá-los, surgindo assim uma espécie de “moda-de-emergência”. Lógico que os estilistas se valeram deste momento, vendo nas ruas os cabelos cortados e elevaram o estilo ao melhor do momento. Assim surgiu a “onda” Carré (Chanel) e todos esses nomes da moda atual derivam do corte “quadrado” e suas variações de tamanhos e texturas. Na hora de escolher, tudo vai depender das condições dos cabelos e da estrutura óssea da pessoa. Mas sempre digo que todos os tipos de rosto podem ficar bem com uma base reta. Tudo depende do tamanho e textura escolhida. Por exemplo: um visual muito repicado vai formando um bico na parte de trás e se a cabeleira for rala, o resultado final pode ficar estranho, então cai bem para o momento criar uma base reta em que a densidade aparece. Já se a cabeleira for cheia, o melhor a fazer é a base reta mais com textura feita com navalha – um tiro certeiro no volume. Para não errar, passo para vocês os estilos de tamanhos sem os nomes de modismo. Assim fica mais fácil não errar na hora de conversar com seu visagista e escolher o tamanho que mais te agrada! 58
Cassius Martins é cabeleireiro, paulistano de nascimento e paraense de coração. www.cassiusmartins.com.br
Detox Nossa região é muito úmida e quente. Ambientes assim são uma farra para os fungos que se depositam na raiz e nos fios dos cabelos. Isso adoece o couro cabeludo, obstruindo os folículos, impedindo o crescimento saudável e comprometendo a densidade e a circunferência dos fios, além do desconforto da irritação e coceira. Caspa e seborreia devem ser tratadas sempre! É como cuidar de um jardim para ter plantas lindas e saudáveis. Vocês conhecem terapia capilar? São tratamentos purificadores para o couro cabeludo e fios: um DETOX. Esses tratamentos agem direto no couro cabeludo e nutrem os fios, recuperando o brilho e a saúde da cabeleira. Se você precisa de um detox, minhas dicas são: • Detoxfying Davines • Terapia Argilo Vitta
Dicas O uso de finalizadores dá um toque moderno e “salvador”. Ceras, pomadas, mousses ou spray garantem controle do visual. Ouse! Lembrem que cabelos crescem! É melhor um cabelo legal mais curto do que um comprido danificado e ralo. Por isso procure um profissional legal e se entregue. Passadinhas no Cassius 01
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01 . Arthur Espindola
02 . Aretusa Remor
04 . Hayett Benchimol Abufaiad
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03 . Carla Gabriel Priore
05 . Larissa Chady
06 . Clarissa Delpupo
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#estilo
Menos é mais Da redação | Fotos Dudu Maroja
Simplicidade é a ordem para quem deseja um ar contemporâneo para seu espaço
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ecorar um ambiente é emprestar um pouco de si, todos sabem. Combinar detalhes, cores e materiais
num ponto de equilíbrio entre o exterior e o que vai no íntimo requer tempo, paciência e, lógico, uma boa dose de autoconhecimento. Com isso em mente, fica
mais tranquilo compreender que o modelo ideal para a casa ou apartamento, aquele toque tão desejado, vai muito além da simples escolha de materiais, combinando referências estéticas, memória e – por que não? – psicologia. Antes de iniciar qualquer projeto, pergunte a si mesmo: qual imagem gostaria de projetar a partir deste espaço? Se o combo simplicidade + sofisticação faz sua cabeça, são grandes as chances que o estilo procurado seja o que especialistas chamam de “contemporâneo”. Entusiastas do “Menos é mais”, eis aqui um ótimo ponto de partida. “O contemporâneo se caracteriza por um visual mais clean, que privilegie o espaço, mas sem muito rebuscamento”, definem as arquitetas Taissa Auad e Mary Braga, que vivem na rotina profissional a missão de traduzir imagens aleatórias para organizá-las em projetos que se encaixem nos anseios de quem os encomendou. É a dupla, parceira da Todeschini Planejados, que comandará nas próximas páginas um passeio sobre como aproveitar ideias que casem, no mesmo ambiente, simplicidade e beleza. Confira.
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Sala de estar Reza o clichê que a primeira impressão é a que fica. Verdade ou não, é fato que a sala de estar é normalmente o primeiro espaço que oferecemos aos que aceitamos em nosso círculo de afetos. É lá que o primeiro olhar sobre nossas escolhas recai e onde vivemos bons momentos após a rotina do trabalho. Ambiente para receber e confraternizar, a sala contemporânea pede pouco: “Um sofá grande para abrigar várias pessoas. Móveis com linhas retas. Um painel decorativo que reforce um aspecto clean e dar preferência a detalhes que deem um ar de robustez e sofisticação mas sem pesar o ambiente, como acabamento em laca e o uso do espelho bronze”, aconselham as arquitetas. 62
Jantar Valorizar espaços pequenos é uma tarefa e tanto para designers e arquitetos. Se sua sala de jantar está longe de ter as dimensões que gostaria, não se aborreça. Existem saídas para que o espaço cumpra sua função prática no projeto da casa/apartamento e tenha aquele ar aconchegante que tanto satisfaz. “Neste caso a ideia é encontrar soluções para aproveitar ao máximo o espaço. O uso de um bom armário embutido, com nichos para armazenamento, é um deles. O uso do espelho bronze dá a impressão de amplitude ao ambiente, além de um ar mais nobre para o espaço.” Dica: tons de cores mais claros e iluminação discreta e pontuada sempre caem bem.
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Garotada É duro para alguns pais admitirem, mas a verdade é que um dia as crianças crescem. Quando pensar o projeto de decoração para sua casa/apartamento, tenha isso em mente. Evita problemas com o futuro adolescente e ainda é sinônimo de economia, já que não é todo mundo que dispõe de recursos para transformar radicalmente o design do quarto dos filhos em curtos intervalos de tempo. A boa notícia é que, pelas características da faixa etária, o espaço da garotada permite o uso mais livre de cores, combinações com papéis de parede etc. “A criança muda de fase muito rápido. Um rack mais baixinho usado hoje para guardar os brinquedos amanhã pode virar uma bancada, por exemplo. Hoje ele brinca, amanhã guardará livros, será o espaço reservado para estudo etc.”
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Quarto No quarto do casal, o visual clean, poucos objetos decorativos e cores claras. É o espaço da intimidade por excelência, então tons neutros, portas de vidro – lembre-se, o bronze sempre dá um ar de sofisticação maior em relação ao prata comum – e detalhes em amadeirado ajudam a compor um espaço ideal para o descanso da rotina. “Os tons neutros deixam o ambiente mais livre para o uso de cores e texturas na decoração. O uso de painéis amadeirados, com uma laca mais clara, funciona muito bem para quem quiser uma televisão no quarto, por exemplo.”
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Pa ulo
mini rga
#autos
Be
Peugeot 2008 Como já disse na edição anterior, o mercado de pequenos SUVs parece estar alheio à grave crise que atinge a indústria automobilística brasileira. Talvez pela grande quantidade e qualidade de lançamentos de novos modelos neste segmento, talvez por modismo. Uma das boas novidades que acabam de chegar ao mercado é o Peugeot 2008. Lançado na Europa há menos de dois anos, o 2008 chega ao Brasil com a missão de melhorar as vendas da marca francesa por aqui, pois, apesar de ter excelentes produtos, a Peugeot tenta recuperar sua imagem depois de alguns erros estratégicos no passado recente. O Peugeot 2008 é o modelo mais urbano entre seus concorrentes diretos (Honda HR-V, Ford Ecosport, Renault Duster, Hyundai Tucson e Jeep Renegade), e a Peugeot não esconde essa vocação. Seu design moderno e claramente inspirado no hatch 208, do qual deriva, chama atenção por onde passa, demonstrando uma certa originalidade típica da marca Peugeot. Internamente, o 2008 segue a ousada
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receita do 208, com volante pequeno e baixo e painel de instrumentos elevado, bem diferente dos seus concorrentes. Está lá também a tela multimídia de 7 polegadas que controla o sistema de som, o GPS, entre outras funções. Tudo ao alcance das mãos, proporcionando uma sensação de “vestir” o carro, diferente dos demais SUVs. O acabamento e a dotação de equipamentos é exemplar, acima da média do segmento, podendo contar, dependendo da versão, com teto panorâmico de vidro, freios a disco nas quatro rodas, direção elétrica, controle eletrônico de estabilidade, acabamento em couro, seis air bags, ar condicionado digital com duas zonas de temperatura, freios ABS, e o exclusivo Grip Control, que ajusta a força de tração do carro ao tipo de piso em que se está dirigindo (asfalto, terra, areia ou lama), facilitando a manutenção do controle do carro nestas situações. O 2008 está disponível em duas versões de acabamento (Allure e Griffe) e duas de motor (1.6 16V e 1.6 Turbo). O motor 1.6 de 122cv é o mesmo que
Paulo Bergamini é economista e apaixonado por carros desde os sete anos.
já equipa o 208 e o 308, com opção de câmbio manual de 5 marchas ou automático de 4. Na versão GriffeTHP, o 2008 vem com o moderno 1.6 turbo, de 173cv e, por enquanto, apenas câmbio manual de 6 marchas. Espera-se que o automático de 6 marchas chegue ao mercado no início de 2016. Enfim, mais uma boa opção de compra no mercado nacional. A escolha está cada vez mais difícil...
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Uma Breve História da Ciência
#vitrine
Dizer que a Ciência é breve, é mito. Mas nem por isso, menos interessante, se levarmos em consideração que ciência está
Saímos por aí à procura do que faz nossa felicidade: produtos originais e delícias para alterar o humor para melhor ;) Confira nossa seleção:
em tudo que vemos! Desde os tempos remotos, o homem contemplava o céu, sem saber que ali nascia sua curiosidade para desvendar os “mistérios do dia a dia”. Gosto deste livro e recomendo-o a todos, especialmente aos curiosos e crianças (quase sinônimos, convenhamos). Da escritora Patrícia Fara. Vale o investimento – entre R$30 e R$46. Site: saraiva.com.br
Anéis Porca e Parafuso Alianças de noivado são presentes esperados, mas nem todos os casais gostam dos modelos tradicionais e, para estes, que buscam aneis diferentes, a 1001 joias oferece o duo “porca e parafuso”. Pela dupla customizada, apaixonados terão de desembolsar R$2.480. Site: www.1001joias.com
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Que a força esteja em seu sanduíche Tínhamos tanto a falar/escrever, mas deixaremos que a imagem fale por si próOH MY GOD. Site: amazon.com Investimento: US$ 60
Cores de Frida Kahlo Frida era intensa, passional... mas mudava radicalmente o cenário de onde circulava. E pode mudar o seu também. Há uma verdadeira fartura de produtos que evocam as cores da pintora mexicana: desde almofadas a anéis, sapatilhas e quadros. Sites: http://www.elo7.com.br/lista/frida-kahlo http://waau.com.br/
Café, nós te <3 Jornalismo e café são quase sinônimos, não é? Se você gosta tanto quanto nós, da Up Belém, a gente recomenda muito a Cafeteira Nespresso Inissia. Aliás, Nespresso, a gente te ama! Site: intersol.com.br (ou na SOL Informática)
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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
#DeBobeira
www.coquetel.com.br Ato pasAdminis- sível de tração de punição um museu pelo TRE
© Revistas COQUETEL
Lista de disciplinas de um curso
(?) mórbida, distúr- Capitão da bio para o qual pode Seleção na Copa ser indicada a de 2014 cirurgia bariátrica
Base da formação artística e intelectual do Ocidente Perito; especialista (?) 9001: certificado de qualidade
Ian Edwards, comediante dos EUA
Orlando Dantas, jornalista brasileiro
Letra que indica o remédio genérico
É radiotransmitida às 19 h
Os filmes como "El Cid" e "Cruzada"
Sua capital é Boa Vista (sigla) Elevou preces a Deus
Pronome demonstrativo masculino Trevas (fig.)
106, em romanos
Vermelho, em inglês
Somar
A classe média (Econ.)
Viaduto do (?), logradouro paulistano
Dança rápida cubana
Ele, em francês
C H
A
Inclinação ascendente de um terreno II (?): encerrouse em 1889 (BR) Tribo sacerdotal de Israel
Brado ouvido na arena de touros
Incinerar (cadáver) Letra-símbolo do anarquismo (Polít.)
Certo penteado feminino (bras.) Amuleto Nuvem de média altitude
Meu, em francês (?) dos justos: bemaventurança
Pedestais (Arquit.) Gravata, em inglês
(?) Turner: gravou "Private Dancer"
(?) Art, corrente de Andy Warhol Comédia de Ariano Sierra, no Suassuna alfabeto fonético (Teat.)
Cavalo de pequeno porte
2/il. 3/mon — red — tie. 4/levi. 6/aclive. 7/estrato.
BANCO
(?)-shirt: camisa curta de malha
Ernest Rutherford, físico neozelandês
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Solução O S C A O V M E P B R A A D L E V C O T O E S
A
G U RA Z D E I C E U R I R V I C Q U A L A T R I N T
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Celebrup Celebrações fora da caixa ;)
#vemaí
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#RetratoseCanções
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“Quando encontro ‘seu’ Paulinho da Viola, meu pensamento é só um: quero ter a elegância e a sabedoria deste homem!”
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Daryan Dornelles é fotógrafo, carioca, amante de vinis e de cliques memoráveis. A cada edição da Up Belém, ocupará este espaço para contar histórias sobre suas imagens favoritas. www.daryandornelles.com
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julho 2015
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#Leila Pinheiro Em nova fase, paraense faz aposta na internet
#Edyr Proença As mil facetas do escritor mais pop da Amazônia
#Fome de Reis
Os hábitos alimentares da Família Real Portuguesa
#Rio das Antigas A nostalgia de um passeio pelo passado carioca