ISSN 2446-6328
ano 1 | #3
junho 2015
distribuição gratuita
ém l e B
#Tainá Müller Ela é várias mulheres em uma só
#Arthur Espíndola A cara do samba feito na Amazônia
#VOP2015
Chefs do mundo inteiro se rendem ao Ver-O-Peso
#Enoturismo Vinhos argentinos para esquecer a rivalidade
R E U Q OMNIA TUDO DI R ZE
ressante, útil. Tudo que é inte dade. Tudo que é novi é feita por ra ito A Omnia Ed «DPDP« SUR¿«VVLRQDLV«TXH e se o que fazem e qu iro para te in r po entregam do mundo! aproximar você limitação. Informação sem quem tem Conteúdo para conteúdo.
azine.com.br revista@upmag ine.com.br www.upmagaz
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Arthur Espíndola, “o cara” do novo samba feito na Amazônia
#pitada
Lorena Filgueiras
#índice
#entrevista
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A alegria de chefs de todo o país ao conhecer a riqueza do Ver-O-Peso
#capa
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As várias facetas de Tainá Müller, uma das revelações da TV brasileira
#partiu
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O enoturismo que une Brasil e Argentina no amor pelo vinho
#especial
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No mês dos Namorados, histórias de fragrâncias inesquecíveis
Capa: | foto André Nicolau | Maquiagem Nath Bilio
#expediente
Up Belém | ano 1 | nº3 | junho de 2015 | distribuição gratuita Criação e realização | Omnia Editora Projeto Gráfico | Omnia Editora Jornalista Responsável |Elvis Rocha - DRT/PA 1712 Colaborou na Up Belém nº3 | Lorena Filgueiras Colunistas | Cassius Martins, Daryan Dornelles, Dina Batista e Sueid Abou, Joanna Martins e Paulo Bergamini. Revisão: José Rangel Comercial | Vinicius Barbas 91 98828.5899 | contato@upmagazine.com.br Site | www.upmagazine.com.br Críticas, elogios e sugestões de pauta | revista@upmagazine.com.br Impressão | Gráfica Santa Marta Tiragem | 5.000 exemplares A Revista UP Belém é uma publicação mensal da Omnia Editora. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.
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revistaupbelem
Ver-O-Peso, Cidade Velha.
#editorial
A imagem é boa demais. Lui Veronese, chef convidado a participar do Ver-O-Peso da Cozinha Paraense, pendurado em um açaizeiro, sorriso estampado no rosto, suplicando à nossa colaboradora Lorena Filgueiras o favor de uma foto. Ele, profissional viajado e conhecedor de cheiros e sabores ao redor do planeta, não queria perder a chance de guardar consigo um registro de tudo que viveu e sentiu nos poucos mas intensos dias em que esteve entre nós. A alegria de Lui, compartilhada em um texto que mostra o encanto de ícones da gastronomia brasileira ao enxergar de perto os detalhes da cultura paraense, é um dos assuntos que esta nova edição da Up Belém traz pra você, que tem nos acompanhado nesta curta mas proveitosa trajetória. É o impacto do novo pego no ato. Como novos são os caminhos trilhados por Arthur Espíndola e Tainá Müller. Ele, um sambista que pôs o sotaque amazônico na roda e tem chamado todo mundo para dançar. Ela, uma atriz que em pouco tempo de carreira mostra um talento multifacetado que a garante entre os destaques da nova geração de atrizes do país. Ambos com um bocado a dizer e muito ainda a realizar. Neste mês dos Namorados, fomos ainda buscar histórias de amores embalados por fragrâncias inesquecíveis, e sugerimos caminhos alternativos para quem pretende brindar a existência com uma boa taça de vinho argentino nas mãos. Mostramos que um lar pode ser mais do que um espaço para simplesmente descansar e oferecemos sugestões, como já é praxe em nossas edições, em assuntos que vão da moda a bons lançamentos culturais. Está tudo aí. É só começar.
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Celebrup Celebrações fora da caixa ;)
#vemaí
#PontosDeDistribuição
• Salão Cassius Martins (Bernal do Couto) • TOP Internacional • Restaurante Lá em Casa (Estação das Docas) • Restaurante Famiglia Sicilia / Enoteca Don Vino • Grand Cru (Braz de Aguiar) • Restaurante Santa Chicória (Diogo Moia) • Fox Video • Oral Plus (Centro Empresarial Bolonha) • Sol Informática (Doca de Souza Franco) • Laboratório Amaral Costa • Salud Gourmet (delivery) • Melissa (4º piso - Boulevard Shopping) • Tabacaria Lit (Térreo - Boulevard Shopping) • DomNato (BR-316 / Km 6,5) • Rede de Postos Pará Vip
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Feita por pessoas e sorrisos
Dr. Rogerio G. M. Nogueira Implantodontia/Periodontia
Dr. Antonio J. S. Nogueira Odontopediatra/ Ortodontista
Dr. Fabricio Malcher Clínica Geral/ Prótese e Estética
Dra. Renata S. M. Nogueira Ortodontista/ Endodontia Convênio: Uniodonto
Av. Governador José Malcher, 168 - Sl 103 | Centro Empresarial Bolonha 91 3241.0919
#entrevista
O cara do samba por Elvis Rocha | Fotos Dudu Maroja
Músico Arthur Espíndola renova a tradição com sotaque amazônico
“T
u não és aquele cara do samba? Gosto das tuas músicas.” A pergunta, feita sem muita cerimô-
nia, tem endereço. Arthur Espíndola, cantor e compositor paraense que ao meu lado procura, entre os botecos da Cidade Velha, um bom lugar para conversar. Banjo na mão, vestido a caráter, Arthur agradece e cumprimenta o interlocutor, frequentador das muitas rodas de samba que meu entrevistado anima de maneira independente há anos na noite de Belém, cantando clássicos do gênero e o repertório de seu álbum “Tá Falado”, registro de 2014 que garantiu ao músico um lugar definitivo na lista de destaques do novo samba paraense. Uma trajetória que começou nos bastidores do Rancho Não Posso Me Amofiná, passou por temporadas nas quebradas do Rio de Janeiro e amadureceu em centenas de apresentações pelas casas noturnas da capital. O resultado foi o que críticos do país têm classificado como “Samba Amazônico”, uma mistura que alia a estrutura do samba tradicional a elementos de carimbó, merengue, lundu e marabaixo. Com um DVD no prelo para lançamento no início de 2016, Arthur toca a divulgação do primeiro disco, prepara uma série de programas sobre a história do samba paraense e vários outros projetos. Nesta conversa com a Up Belém, ele contou um pouco dessa história. Confira. 10
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Como o samba te achou? Na verdade a gente se achou, né (risos)? Eu me envolvi muito cedo lá pelo (bairro do) Jurunas com o Rancho (Não Posso Me Amofiná). Andava com o pessoal da bateria e cresci impregnado pela música dos anos 90, quando o samba de raiz tava passando por aquela fase de transição para o pagode. Ouvi muito o pagode que todo mundo ouvia, já que tocava todo tempo, e minha aproximação com o samba foi por aí. Até que um dia eu ganhei uma fita cassete do Fundo de Quintal. Aí comecei a sacar a galera mais antiga. Eu, moleque, andava com autorização de juiz pra frequentar todas as bibocas de samba que tu imaginares (risos). Como instrumentista também fui baterista por muitos anos. Toquei em bandas de rock, de reggae, de baile, mas sempre estive em grupos de samba. E com qual idade começaste a compor? Com 16, que foi quando eu escrevi uma música inteira, mas já compunha umas besteiras desde os 14, mais ou menos. Quando comecei, não fazia samba. Aí fui pro Rio de Janeiro pra estudar Ortóptica e conheci a Sandra de Sá, que produziu uma música minha, um trabalho mais voltado pro pop. Fiz alguns shows por lá, até que me questionei: “Pô, eu faço um trabalho de música pop, mas segunda-feira tô no ‘Samba do Trabalhador’; terça-feira na Lapa; quarta-feira no ‘Samba da Guanabara’”... E isso começou a me dar uma crise de identidade. Comecei a olhar minhas músicas e nessa época o Felipe Cordeiro (músico paraense) me deu um toque que me fez pensar. Meus sambas são muito mais interessantes do que as músicas pop que eu fazia. Eu tinha aquela coisa: “Ah, eu posso mais, não vou ficar preso só no samba”, sabe? Então decidi parar de pensar no que ia compor. O que vier, veio. E começou a vir uma porrada de samba (risos).
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Nas resenhas sobre teu disco o termo “Samba Amazônico” sempre aparece. O que seria exatamente esse conceito? Nós temos aqui um grande compositor, o Toninho Nascimento, que na resenha do meu disco me denominou como “Samba da Amazônia”, por essas misturas que eu faço. Não é só o fato de eu implementar elementos da música da Amazônia no samba. É o lance dos batuques, dos toques, misturar coisas do carimbó... Ele chamou isso de “Samba Amazônico” e eu achei muito bacana, porque no fundo é isso. Essa mistura foi intuitiva ou pensada? Foi um insight que depois me propus a estudar. Eu tava um dia na casa do Júnior Soares (músico do Arraial do Pavulagem) e a gente tava fazendo uma roda de samba por conta do aniversário da Luê (cantora paraense, filha de Júnior Soares). Ele tava tocando violão, tinha gente tocando pandeiro, e eu queria fazer uma batida de tantã, mas não tinha. Peguei um curimbó que tava embaixo da mesa e comecei a fazer a batida. Aí eu já tinha tomado uns gorós (risos) e comecei a fazer a batida de carimbó no samba. (Faz barulho de estalo nos dedos) “Isso dá pé”. A partir daí fui pesquisar, sacar as batidas, os ritmos, e percebi que são células rítmicas primas do samba, que eu podia pegar não só o carimbó pra misturar com o partido alto, como podia pegar um samba-canção e botar um lundu, que tem a mesma batida da capoeira de Angola. O baião tem a mesma batida do marabaixo, com algumas peculiaridades, e percebi que tudo casava. Mas eu não inventei a pólvora. O Manga Verde já fazia isso lá nos anos 80. Quando eles ganharam disco de ouro foi com “Vai lavar o siri”, uma música que a estrutura é toda de carimbó. Eles tocavam carimbó e samba. A diferença é que a maioria da estrutura das minhas
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músicas é samba, e eu pego elementos dessa música amazônica, não só de carimbó, e ponho nesse samba. E quanto tempo levaste pra chegar num resultado que achasses ok? Eu já tinha a grande maioria das músicas. Eu não “compus pra um trabalho”. Não foi “Ah, eu tive essa sacada e agora vou compor em cima disso”. Eu coloquei elementos de ritmos amazônicos em cima das composições, dos sambas que eu já fazia. É um sotaque, não é outra língua. E dei muita sorte com a equipe. Sou multi-instrumentista, então já tenho os canais todos separados aqui no meu cérebro (risos). Aí foi passar pra eles aprimorarem. Gravaste um DVD em novembro passado. Existe previsão para o lançamento? A gravação foi um momento especial na minha vida. Agora estamos com um projeto de capitalização financeira pra finalização este ano e no começo de 2016 lançar, provavelmente antes do Carnaval. Foi um projeto muito especial, uma reunião de grandes amigos. Os músicos que tocaram no DVD são os que começaram comigo. No momento mais especial da minha carreira até o momento eu tenho o Marcão na percussão, minha primeira banda foi com ele; o Ricardo Jardim, que é meu compadre; o Renato Rosas, que é meu amigo de infância. Contei com participações especialíssimas também: Wilson das Neves, Gaby. O cenário foi assinado pelo Fernando Pessoa, um dos maiores carnavalescos do Pará; a direção foi do Zé Paulo, que é um gênio... Tens um trabalho como pesquisador com o projeto “Amazônia Samba”, que resgata a história de sambistas tradicionais do Estado. Como ele funciona? O projeto começou como uma pesquisa de Bolsa e Experimentação no Instituto de Artes do Pará (IAP), 17
em parceria com a Senda Produções. Sempre tive vontade de falar sobre isso. O projeto foi aprovado e a ideia era fazer esses pilotos para conseguir recursos e produzir a websérie. Só que terminado o programa a gente se engajou na ideia do DVD e não pôde dar continuidade. Rolou uma conversa com a Adelaide (Oliveira, presidente da Fundação Paraense de Telecomunicações) pra colocar o Amazônia Samba na TV Cultura. Aí a gente se espertou, eu e Pedro Vianna, pra viabilizar a produção. Estamos com as gravações marcadas. Serão 12 episódios. Terá o Chico da Silva, compositor de “Sufoco”, grande sucesso da Alcione, e de “Vermelho”, hino do Boi Garantido. Virão Toninho Nascimento; Edmundo Souto; a gente vai remontar o grupo Manga Verde; o Oficina; Luz e Sombra. Vamos contar a história das Escolas de Samba, as mais tradicionais pelo menos. Queremos mostrar os artistas que não são do samba mas compõem samba; a galera do choro e a nova geração. Essa é só a primeira temporada. Queremos fazer várias. São vários projetos tocados ao mesmo tempo. E para o futuro, o que pretendes fazer? Tenho uma turnê pelo Nordeste pra cumprir. A finalização do DVD. E de paralelo tenho um projeto que tô afinando com o Ná Figueiredo. Quero produzir até o Carnaval cinco discos de samba. Da Larissa Leite; da Marisa Black; da Creuza Gomes, que pra mim é uma questão de honra – a primeira intérprete de samba enredo do Pará; um disco com alguns intérpretes da noite... Quero movimentar a cena autoral. Meu sonho é ver uma roda de samba aqui em que todo mundo cante suas próprias músicas e o público conheça.
EM TEMPO: arthurespindolatafalado amazoniasamba user/arthurespindolasamba 18
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#FicaDica
A Up Belém avisa: há programas para todos os gostos [e bolsos] rolando de Norte a Sul do país! Confira alguns que selecionamos para vocês:
Exposição “Alistamento”, de Éder Oliveira Até o próximo dia 12 de julho, o público poderá conferir a exposição “Alistamento”, do artista visual paraense Éder Oliveira, na galeria do Sesc Boulevard. Neste trabalho, Éder propõe uma interpretação baseada na visão de jovens alistados nas Forças Armadas e suas opiniões a respeito de temas como violência, identidade e militarismo. Óleos sobre tela, objetos, site-specific e videorretratos compõem a exposição, que tem a curadoria de Marta Mestre, curadora assistente do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Onde: Centro Cultural Sesc Boulevard (Boulevard Castilho França, 522/523, Campina, Belém) Quando: Até 12 de julho de 2015. Terças e sábados, de 9h às 19h. Aos domingos, de 9h às 13h. Entrada Gratuita
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Sinéad O’Connor Enfim, ela veio. A cantora e compositora irlandesa faz uma série de shows no país neste mês de junho. São Paulo (dias 15 e 16, no Teatro Bradesco), Rio de Janeiro (dia 18 de junho, no Teatro Bradesco Rio) e Porto Alegre (dia 20 de junho, no Auditório Araújo Vianna) recebem a artista, que apresenta a turnê de seu mais recente álbum “I’m Not Bossy, I’m The Boss”, lançado em agosto de 2014. São Paulo Onde: Teatro Bradesco (Rua Turiassú, 2100 / 3º piso – Bourbon Shopping São Paulo) Quando:15 e 16 de junho. Segunda e terça, às 21h Quanto: De R$ 80 (meia) a R$ 355 (inteira) Mais informações: www.teatrobradesco.com.br Rio de Janeiro Onde: Teatro Bradesco Rio (Avenida das Américas, 3900. loja 160 do Shopping VillageMall – Barra da Tijuca) Quando: Dia 18 de junho. Quinta-feira, às 21h Quanto: R$ 130 (meia) a R$ 375 (inteira) Mais informações: www.teatrobradescorio.com.br Porto Alegre Onde: Auditório Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685) Quando: Dia 20 de junho. Sábado, às 21h Quanto: De R$ 80 (meia) a R$ 300 (inteira) Mais informações: www.oiaraujovianna.com.br
Chacrinha, o Musical A vida de Abelardo Barbosa, o inesquecível Chacrinha, virou musical. Com texto de Pedro Bial e Rodrigo Nogueira e direção musical e arranjos de Delia Fischer, a superprodução, protagonizada pelos atores Stepan Nercessian e Leo Bahia, conta a trajetória do apresentador desde quando era um garoto em Surubim, Pernambuco, até a fama com o “Cassino do Chacrinha”, que marcou época na Televisão Brasileira. O espetáculo fica em cartaz até o dia 26 de julho, no Teatro Alfa, em São Paulo. Onde: Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722. Jardim Dom Bosco. São Paulo. Quando: Até o dia 26 de julho. (Quintas-feiras: 21h; Sextas-feiras: 21h30; Sábados: 16h e 20h; Domingo: 17h) Mais informações: www.aventuraentretenimento.com.br/chacrinhaomusical/ 21
#pitada
Das alegrias quase infantis texto e fotos por Lorena Filgueiras
Chefs do Brasil inteiro se emocionam como crianças ao desbravar o Veropa São 9 horas da manhã no mercado do Ver-O-Peso, a maior feira a céu aberto da América Latina, no coração de Belém. Uma festa para os sentidos. O mercado, considerado a pedra fundamental de uma meca gastronômica, reúne, sim, inúmeros clichês – mas a obviedade fica para os nativos, porque para os “forasteiros” [especialmente os que amam e/ou trabalham com cozinha], o encontro com o velho Ver-O-Peso é emocionado e pleno de novidades. Encontro que sempre entra na programação do maior [e mais antigo] festival gastronômico da Amazônia: o Ver-O-Peso da Cozinha Paraense. É uma quarta-feira de quase junho e está um dia lindo, quando chegam as vans trazendo dez chefs de seis diferentes estados brasileiros e um estrangeiro. Maravilhados, eles correm para o mercado de carne Francisco Bolonha como crianças correm para uma loja de doces, mas lá o que encanta é a arquitetura, porque o exótico mesmo está do outro lado da rua. O peruano Pedro Schiaffino, chef do Malabar, considerado um dos melhores 50 restaurantes da América 22
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Latina [ocupando a sétima posição], trabalhara até de madrugada e contava, encantado, que filetara um Filhote de 40 quilos para o jantar especial daquele mesmo dia. “Trabalho há 12 anos com ingredientes amazônicos, mas nunca poderia imaginar a fartura, a riqueza dos peixes da Amazônia paraense”, contou. Do lado de fora do mercado de peixe, já nas baias de frutas, legumes e hortaliças, Ivan Achcar, do Alma Cozinha, cheirava as frutas e, confesso, fiquei quieta à espera do encontro com a Castanha-do-Pará in natura. E ela veio! Achcar contemplava, maravilhado, o ouriço da oleaginosa. “Às vezes, as coisas da Amazônia parecem coisas mais estrangeiras do que as coisas da Ásia, que chegam mais fácil para nós. Mas essa proximidade é fundamental para compreender, de maneira ampla, a cozinha brasileira”, tentou resumir. O sentimento do chef, cuja imersão da alma na cozinha tatuou no braço, era compartilhado por todos – sem exceção – os chefs, inclusive os que sempre vêm a Belém, como Mônica Rangel. A veterana comentava, durante a deliciosa expedição, que cada mergulho no Ver-O-Peso era uma renovação de seu encantamento. Especialmente com as pimentas. Imaginem a reação da Mônica ao perceber que Dona Coló, erveira, usava uma pimenta como brinco [além de um galho de arruda, porque, enfim, proteção nunca é demais]. “É para nenhum mal olhado ou má vibração chegar em mim”, sentenciou. Dica anotada, aliás. As vendedoras de ervas, verdadeiras feiticeiras amazônidas, são um show à parte! Eu mesma, como
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Dona Col贸, uma das raz玫es vivas para o encantamento que sempre se renova pelo Ver-O-Peso
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O jambu, tĂŁo nosso, que conquista o paladar dos mais exigentes mestres da culinĂĄria
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paraense nascida e criada em Belém, recomendo a todos: se forem ao Ver-O-Peso, parem ali, porque é garantia de corpo fechado e boas gargalhadas – como as que foram arrancadas, em uníssono, dos chefs ao ouvir o er... modo de aplicação da bota [a fêmea do boto, que fique bem claro] e suas propriedades “terapêuticas”. Uma chef de cozinha [ficarei devendo este nome também], me pergunta “o que significa (...)?” [irreproduzível rs] e ao segredar-lhe que era a maneira peculiar com a qual as erveiras tratam/chamam a genitália feminina, ela soltou a risada mais sensacional dos últimos tempos! Coisas do Ver-O-Peso. A chef paraense Ilca Carmo, que acompanhava o passeio, ofereceu flores do jambu a alguns dos chefs. “É muito mais intenso que um maço inteiro da folhagem de jambu”, argumentava. Momento de ir embora. Cuidado redobrado para que todos fossem acomodados confortavelmente nas vans. E alguém grita: “Cadê a Neka?????”. Estamos falando da chef e banqueteira Neka Menna Barreto, que chegara meia hora antes ao Ver-O-Peso e, com uma agilidade fora do comum, decidiu desbravar o mercado sozinha. Pequena e superágil, ela de fato sumiu na multidão. Ao que outra pessoa pergunta: “Quem tem o celular da Neka???” Flávio Miyamura, chef do respeitado Miya, saca o telefone e liga para Neka. “Neka, tá todo mundo procurando por você”. Como estamos sentados lado a lado, sugiro que ele pergunte onde ela está, porque posso ir ao encontro dela. “Ela disse que
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está na frente da maniva, mas vou com você.” Vamos ao encontro de Neka [uma figura que mereceria um #pitada inteiro dedicado a ela], que está tranquila e cheia de sacolas [umas três, enormes!]. “Ô, queridos, atrasei vocês, né? Vocês são tão queridos, tão gentis!” [essa é a Neka!]. Ali, esbaforidos, correndo contra o tempo, acomodamos Neka [e as sacolas] no carro. Quando todos achávamos que estávamos prontos para partir, Neka abre a porta da van e com um sorriso incrível pergunta: “Estão todos aí?” Gargalhadas generalizadas. Nosso destino é a praça Princesa Izabel, na Condor, de onde saem os po-po-pôs para o Combu. “Po-po-pôs???”, pergunta uma blogueira paulistana que acompanha o passeio. Para, ao som dos motores, entender a onomatopeia que, com frequência, substitui o substantivo. Porque no Pará, barco pequeno a motor, é po-po-pô. Em menos de vinte minutos, já estávamos no Saldosa Maloca. Sim, saldosa com “L”. Larissa, a blogueira paulistana, tenta resumir os caminhos de rio. “Impressionantemente, tudo parece interligado aqui. Estávamos na cidade, em meio a um calor absurdo e vinte minutos depois estamos no meio da floresta, rodeados por uma imensidão de águas, e com um vento delicioso no rosto.” Prazeres, a proprietária do restaurante, recebe a todos. Joanna Martins, comandante dessa verdadeira expedição, comenta comigo quão excepcionalmente gentil é Prazeres. E vê-se o cuidado em tudo: dos 28
A chef Adriana Lucena se concentrou em provar os aromas e sabores que p么de na feira
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Lui Veronese: peconha nos pés e uma recordação para o resto da vida
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drinks feitos e servidos em cacau, no pirarucu frito sobre as mesas, além de camarãozinho regional no bafo e caranguejo tirado. Guiando a equipe de TV de uma emissora local, pergunto aos chefs quem deseja ver um catador de açaí subindo a palmeira de açaí com uma peconha. Aos que nunca viram, peconha é uma espécie de cinta feita com a folha torcida do próprio açaizeiro. E é inacreditável a agilidade [para não dizer quão surreal é a visão] de ver Anderson [nome do catador] subindo na palmeira, com o facão na mão. A volta, aparentemente mais fácil, é, segundo ele, a mais perigosa. “O atrito queima o pé do cara.” Ali, entre palmas e assobios para nosso apanhador de açaí, desafio o mais encantado dos chefs, Lui Veronese, a subir no açaizeiro. Na verdade o desafio veio depois de um pensamento [em voz alta] do chef. “Ah, eu quero.” Tira os sapatos e para espanto [e admiração minha] também sobe no açaizeiro. Anderson adverte: “Peça pra ele não passar da metade da palmeira, porque é a primeira vez dele”. Neka Menna Barreto está completamente encantada com a proeza do colega. Grito. “Lui, não passa daí!!!”. Lá de baixo, pergunto: “Me conta, como foi?”. E do alto, veio a resposta. “Estou emocionado. Tudo é tão grandioso do alto de uma árvore. E tudo tão mais bonito.” Com os olhos marejados, já no chão [a volta doeu um pouquinho, como Anderson previra], ele avista a raiz de uma samaumeira, e, mais uma vez emocionado pede: “Você pode fazer uma foto minha aqui? Quero poder lembrar deste encontro pro resto da minha vida”. Pedido atendido, Lui. Também, penso, nunca mais vou esquecer. 31
Jo an
#colherada
na
Ma
rtins
Precisa de tempero? De repente - não mais que de repente - o mundo decidiu que faltava um pouco de tempero em tudo. O tucupi ganhou aquele tempero pronto [“que evoca o amor”]. Mas realçam mesmo ou encondem? Cadê chicória, alfavaca, alho e sal? “Não precisa nada disso: tasca o glutamato monossódico”. Por que usar intensificador de sabor, gente?!? Por que colocar química quando o natural é muito melhor? A melhor farofa sempre foi aquela dourada na manteiga, que por sua vez doura a cebola e o alho. E bacon, de vez em quando [embora eu até dispense]. Mas, não: alguém disse que tinha de ser farofa de milho, socada de ingredientes químicos cujos nomes mal consigo lembrar [e se lembro, tenho dificuldades de pronunciar]. Comida boa é a que é feita com amor. Eu ousaria dizer que comida boa é a simples, com ingrediente de qualidade.
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Quem disse que tucupi não tinha gosto antes??? Ou que maniçoba precisava de sachês de temperos químicos? Maniçoba boa é aquela feita apenas com maniva e as carnes do porco, nem de sal precisa, foi assim que aprendi com minha avó e é assim que fazemos até hoje no restaurante. E os famigerados “caldos com sabor”? Dá mais trabalho fazer um caldo caseiro, para servir de base ao risoto ou àquela sopa? Até que dá, mas reserve um tempinho, junte os ingredientes, ligue o som e curta a cozinha. Fez cinco litros de caldo de legumes? Deixe reduzir um pouco mais e, então, use cubas de gelo para ter caldo sempre pronto no congelador. Esqueça esses venenos prontos e valorize a simplicidade, valorize o sabor. Sua saúde e seu paladar agradecem. O que é feito com amor, não precisa de tempero sintético.
Joanna Martins é publicitária, organizadora e curadora do festival Ver-O-Peso da Cozinha Paraense, diretora do Instituto Paulo Martins e proprietária da Manioca.
foto André Nicolau
#capa
Rapte-me, Camaleoa por Lorena Filgueiras | fotos João Miguel Júnior/Globo
Com vocês, um pouco de Tainá Müller, a multifacetada revelação da TV brasileira
A
gaúcha Tainá Müller poderia, no momento em que você folheia esta revista, apresentar o telejornal de
uma emissora nacional... mas poderia também encantar o público de uma disputada catwalk internacional. Ou poderia ser tudo isto e, em qualquer uma das situações, esta camaleoa teria se destacado – basta acompanhar a carreira que ela escolheu para perceber isso. “Queria viver outras personagens”, conta a atriz, que está no ar, em horário nobre, na novela Babilônia. Quando decidiu abraçar uma nova carreira, Tainá sabia bem o que fazia e dedicou-se com muito afinco – que lhe legou, aliás, alguns prêmios-revelação logo de cara. A seguir um papo com a multifacetada e polivalente Tainá Müller. Como foi que a jornalista decidiu que seria atriz? Queria contar histórias ficcionais, trabalhar com o lúdico, me aproximar da arte. Foi assim que decidi ser atriz. Bate uma saudade do universo das notícias? Tenho saudade de entrevistar. Me interesso muito por personagens reais, gosto de conhecer, conversar, me aprofundar no universo de pessoas diferentes de mim. Acabo direcionando isso para o estudo das personagens.
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Em sendo jornalista, como lidas com algumas notícias? Te chateias? Pegando essa carona, como lidas com as críticas? E com os elogios? Eu me envolvo muito com as notícias e confesso que ler o jornal diário tem sido um ato de coragem do qual muitas vezes me protejo. Não sei se o recorte da realidade tem sido esse, ou as notícias de fato estão cada vez mais catastróficas e depressivas. Como tomar o café lendo o jornal sem perder o apetite? Sou daquele tipo de pessoa que acha impossível ser totalmente feliz quando tem tanta gente sofrendo ao redor. Não consigo me fechar em uma bolha, ver o outro com completo afastamento, então muitas vezes desejo uma certa alienação para não perder a fé na humanidade. Quanto às críticas e elogios, eles vêm e vão e certamente não serão a notícia mais impactante do dia. A carreira como modelo te deixou quais lições? Que a beleza incomoda a ponto de as pessoas terem vontade de maltratar. E não falo por mim não, porque comecei já mais velha e tive uma passagem rápida por esse mundo. Mas falo isso por tudo o que vi. As pessoas em geral tratam muito mal as modelos. É uma profissão muitas vezes ingrata e que não tem nada do glamour imaginado. Tua estreia no cinema já foi de cara premiada. E tua última incursão em TV foi bastante comentada. O que te encanta mais fazer: TV, cinema... teatro? Me encanta fazer bons personagens, estar envolvida em projetos nos quais acredito, com pessoas nas quais confio. Não importa muito o veículo.
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Quais são teus planos para este segundo semestre de 2015? Por enquanto estou focada na novela. Acompanho teu twitter e preciso te dizer que gosto muito, mas me conta: ouves mesmo Lupicínio (risos)? Quais músicas tocam na tua playlist perfeita? Lupicínio é um clássico e clássicos precisam ser revisitados de tempos em tempos (risos). Mas na minha playlist toca muito folk. Desde a primeira vez que ouvi Bob Dylan me apaixonei por música tradicional americana. Conheces Belém? Infelizmente não! Preciso ir urgentemente. Pra encerrar, feminismo é....? Uma reação ao machismo, à misoginia. Acredito na validade desta reação, desde que não vire um “machismo às avessas”, onde a mulher se coloca em uma posição agressiva e raivosa perante os homens. Não me parece muito inteligente e mesmo contemporâneo esse pensamento. Mas entendo que a misoginia mata e precisa ser seriamente combatida. AGRADECIMENTOS Assessoria de imprensa: Stratosfera Comunicação e Comunicação/TV Globo 38
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#QuerSerFashion
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Little Black Dress Há tempos que o famoso vestido preto já não pode ser considerado somente uma simples peça de roupa. Hoje, o bom e velho black dress é um item essencial do guarda-roupa feminino. Ter um vestido preto é mais que uma regra de consumo, é algo libertador pra nós mulheres. Desafiamos um dress code que não se encaixe perfeitamente em um tubinho preto clássico. De dia, uma jaqueta jeans, por exemplo, ajuda a quebrar o gelo e a formalidade do tubinho preto. De noite, um poderoso colar de pérolas é tudo o que precisamos para trazer mais rigor e glamour ao nosso little black dress.
UM POUCO DE HISTÓRIA Em uma época em que a cor preta era reservada somente às viúvas e às empregadas domésticas, Mademoiselle Coco Chanel polemizou e apareceu vestida com um vestido preto. E para polemizar ainda mais, deixou o conservadorismo de lado e aboliu toda a frescurite das produções daquela época, como os excessos de frufrus e comprimento. O susto foi grande para
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a época, mas o sucesso foi imediato! Givenchy, na década de 60, pegou carona no ícone criado por Coco Chanel lá no século 20 e com um pretinho longo de cetim, complementado com um belo colar de pérolas da marca Tiffany, vestiu Holly Golightly no clássico e memorável filme Bonequinha de Luxo. Levando assim, mais um pretinho básico pra “calçada da fama”.
Dina Batista e Sueid Abou são autoras do Quer Ser Fashion, blog de moda, beleza, maquiagens e experiências. Adoram novidades e acreditam que, para ter estilo, é necessário, sobretudo, ter atitude. www.querserfashion.com | @dina_batista @sueidabou
#partiu
Rivalidade, que nada Por Elvis Rocha| fotos divulgação
Enoturismo une brasileiros e argentinos em torno da paixão por um bom vinho
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oda a suposta rivalidade entre brasileiros e argentinos, forjada por décadas a fio com o futebol
como pano de fundo, vai ao chão sem piedade quando um bom vinho entra em campo. Se você é amante do tema, sabe bem do que a Up Belém está falando. Brazucas de norte a sul podem até debochar de Don Diego Maradona na surrada disputa para saber quem foi o melhor do mundo nas quatro linhas, mas não há um apreciador de tintos de qualidade que não se renda à majestade do que é produzido pelos hermanos nas centenas de vinícolas espalhadas pelo país. Dos famosos Malbecs de Mendoza, região responsável por boa parte da produção portenha e uma das mais conhecidas por enólogos ao redor do planeta, passando pelos vinhedos da gelada Patagônia até encarar o que é feito no calor e altitude de Salta/Cafayete, perto da fronteira com a vizinha Bolívia, há muito a ser desbravado por quem pretende encarar uma rota por terras hermanas para descobrir, afinal de contas, quais os segredos que fazem da Argentina o oitavo produtor mundial e um ótimo destino para enoturistas. O paraense Thalles Santos, consultor de marketing digital para vinotecas do país vizinho, preparou um roteiro, a pedido da Up Belém, com destinos e dicas especiais sobre o que existe de mais interessante - e muitas vezes passa longe dos olhos do grande público - entre as vinícolas de três regiões distintas da pátria de Carlos Gardel. Confira. 42
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Mendoza/Valle de Uco “O destino mais conhecido pelos brasileiros e turistas sem dúvida é Mendoza, já que é lá que são produzidos os Malbecs mais famosos e populares. Mas uma ótima pedida para fugir do roteiro mais tradicional é conhecer o Valle de Uco. E qual o ponto de conhecer essa região localizada a 100 km ao sul de Mendoza e em plena fase de desenvolvimento? Os vinhos produzidos no Valle são mais minerais e florais. Justamente por estarem numa altura maior e as vinícolas se localizarem próximas da montanha. Para quem visita o Valle eu recomendaria visitar o enólogo de garagem Laureano Gomez. É uma produção de boutique feita pelo próprio enólogo, que um dia já trabalhou para grandes marcas, como Trapiche e Salentein, e hoje em dia produz a própria safra, explicando o passo a passo aos visitantes. É pra quem quer realmente ter uma experiência com vinho, aprender sobre e degustar. A vinoteca de Laureano é pequena (por isso o conceito de ‘boutique’), então é preciso entrar em contato previamente pra reservar uma visita.” www.bodegagarage.com
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Salta/Cafayete “’La Linda’, como é conhecida por aqui. Salta fica ao norte da Argentina e tem um clima mais seco, com mais altitude, então a uva tem muito mais personalidade, porque a pele fica mais espessa, logo um vinho muito mais encorpado, com mais presença de taninos na boca. Como os vinhos são feitos com uvas produzidas em grandes altitudes, levam mais sol, acidez e consequentemente mais álcool. O interessante em Salta é que de todos os vinhos portenhos esses são os mais compatíveis com a cozinha brasileira, que costuma ser mais temperada. Pontos imperdíveis, além do Malbec, são o Cabernet Sauvignon e o Tannat. Em Salta é produzida a única variedade exclusiva da Argentina: um vinho branco Torrontes. A região de Salta especialista nesses vinhos é Cafayate. Minha sugestão é visitar a Bodega Domingo Molina, uma vinícola familiar com um processo que preza pelo ciclo da natureza, algo que eles chamam de retroalimentação. Lá eles produzem leite de cabra também, e alimentam essas cabras com sementes e peles de uva que já foram usadas nos vinhos da casa, e depois usam nas videiras o adubo natural proveniente dessas cabras. Ou seja, é tudo mais orgânico e mais natural. O cabernet sauvignon deles é incrível.” www.domingomolina.com.ar
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Patagônia “Patagônia é o oposto de Salta. Os vinhos nessa região possuem mais acidez, menos álcool e são mais leves. O frio faz o vinho produzir notas de frutas negras e terra, então, embora leve, é um vinho bem característico. O que faria uma pessoa ir até o ‘fim do mundo’ degustar vinhos é justamente isso. Imagine que estás em Salta, no calor, montanhas coloridas com flores e plantas de todos os jeitos, e depois desces até a Patagônia e encontras com vinhedos no meio de geleiras, não tão longe de Bariloche e a caminho dos Sete lagos. Os vinhos provenientes de regiões frias são mais elegantes. Mais terrosos. A uva precisou se esforçar pra sobreviver ao frio, então cada gota batalhou pra existir e carrega muito da terra. Na Patagônia recomendo a Bodega Noemia. É uma bodega de europeus que produzem um Malbec extremamente diferente do de Mendoza. Perto de lá existe outra bodega, a Chacra, que produz os melhores merlots e pinot noir da Argentina, e a Humberto Canale, a bodega mais antiga da Patagônia. Vale a pena conhecer. Eles têm até um museu do vinho lá”. www.bodegachacra.com www.bodegahcanale.com www.bodeganoemia.com 49
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#look
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Ousado, moderno e sem medo Kenya Conti, gerente de relacionamento, é dessas que não têm medo de ousar. Comecei pelo corte. Fiz um mix de curtinhos; nuca batida estilo pixie, franja longa, topo desfiado para garantir volume e costeletas bem curtas tipo “undercut”. Este é um look que combina perfeitamente com quem quer um visual moderno, fácil de usar e com várias possibilidades de estilização. A colorista Adriana Caloi usou a cor 7.4/666 MAJIREL LOREAL – a raiz estava escura e Kenya tinha umas mechas mais claras. O resultado foi um cabelo brilhante com contornos iluminados. A profissional Danubia Pinheiro finalizou com uma escova orgânica 100% FOREVER para selar as cutículas e garantir um visual fácil para o dia a dia.
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Cassius Martins é cabeleireiro, paulistano de nascimento e paraense de coração. www.cassiusmartins.com.br
Meus queridinhos do mês • Eu amo a Escova Tangle Teezer. Consagrada no mundo dos profissionais da beleza é um item indispensável para quem não quer quebrar os cabelos no banho ou no dia a dia. • Apaixonado por esse mousse da DAVINES!!! Ele levanta a raiz, valoriza aquele corte moderninho e é ótimo para dar aquela “densificada” instantânea, não pesando nos fios, além de ter um perfume incrível e textura muito macia!!!! Finalizador dos melhores! E o selo DAVINES é garantia de que você está usando um produto que cuida do planeta!
Dicas Na prática, para todos os tipos de rostos existe um corte curto adequado: tudo depende do equilíbrio para valorizar os traços e sua estrutura óssea. Pesquise muito e consulte seu visagista. Fuja dos modismos e só corte curto se tiver muita certeza! Cabelos com tons avermelhados e acobreados desbotam com mais facilidade. A dica é usar produtos específicos para cabelos coloridos, que têm menos “detergente” e contêm partículas que protegem a cor. Passadinhas no Cassius
Da esquerda para direita, em sentido horário: Karen Martins, Felipe Quincó, Solange Reis, Luiza Brasil e Fafá de Belém.
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#especial
Memória da pele por Lorena Filgueiras | Fotos Dudu Maroja
No mês dos Namorados, que tal celebrar o amor em forma de perfume?
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á algum tempo conheci um casal que, embora estivesse casado por mais de uma década, ainda
preservava carinhos do tempo em que não haviam juntado as escovas de dente. Ela, Maria Carolina, funcionária pública, tinha uma rotina mais tranquila: trabalhava de 8 da manhã às 18 horas; alternava a rotina com o marido, Maurício, de deixar e apanhar o filho
na escola; almoçavam e jantavam todos juntos (na medida do possível). Ele, por sua vez, investidor, tinha de viajar com alguma frequência, mas quando estava fora, algo mágico ocorria: Carol borrifava o perfume do marido em seu travesseiro, um hábito adquirido ainda nos primeiros meses de namoro. Ela contava que teve uma sorte danada; encontrara um homem romântico e que lhe presenteara com seu perfume, para sempre lembrar dele, acaso se sentisse saudosa. O nome do perfume? Não lembro, desculpem. Perdi o contato com o casal (que morava em Vitória, no ES), mas da história lembro sempre, porque me marcou. O amor tem cheiro? O que Carolina e Maurício fizeram foi estabelecer uma lembrança olfativa – um elo entre eles, que permaneceria mesmo ante a ausência de um dos dois. E o amor tem cheiro? “Tem!”. Essa é a opinião de Lana Rodrigues, diretora comercial de uma grande marca de perfumaria, que juntamente com Marta Gomez, 52
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gerente comercial da marca, recebeu a Up Belém para “aspirar” mistérios de um universo tão fascinante. Marta Gomez, gerente comercial, diz que é muito comum receber clientes que “estão atrás do cheiro de alguém”. “A fragrância é sentimento líquido que impregna na pele e que remete a uma memória olfativa muito apurada”, afirma. “Em um universo tão amplo e diverso, é difícil manter a ‘fidelidade’ a um rótulo; são inúmeras as novidades que chegam todos os dias nas lojas, mas há pessoas que optaram por ‘casar’ com uma fragrância e a tornaram uma característica indissociável de sua personalidade.” “Costumo dizer que o melhor perfume é aquele de que você mais gosta”, pontua Lana Patrícia. “Há perfumes que transcendem o aspecto do aroma e que são os elementos que transmitem segurança a uma pessoa que não abre mão de passar um perfume para ir trabalhar, por exemplo. Mas, sobretudo, vendemos sentimentos. Porque é exatamente isso o que um perfume é: sentimento líquido”, conclui. Brasil, essa pátria perfumada Considerado o terceiro maior mercado mundial em beleza e higiene pessoal (ficamos atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão), há pouco tempo (cinco anos, para ser mais precisa), o Brasil tornou-se o maior consumidor de perfumes do planeta! Essa inversão na rota desse queridinho fez com que nossa terra brasilis se tornasse um cobiçado mercado por parte dos grandes (e mais respeitados) conglomerados mundiais da perfumaria. Se você gosta de números, estima-se que ao longo de 2014 tenham sido lançadas quase duas mil fragrâncias no mundo. E se o amor tem cheiro... Falo por mim, mas o mês de junho é, de longe, o mais bonito do ano. É um mês de dias mais ensola-
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rados (quentíssimos, inclementes) e de noites mais estreladas (e de fogueiras – pontuais – além das folias aos santos juninos). Se você duvida, vá em frente (mas só vale em junho, okay?) e sinta a diferença. “Porque é outono”, diriam os meteorologistas. Como por cá as diferentes estações são pouco perceptíveis, melhor deixar que o amazônida defina: quando não chove o dia todo, chove todo dia (por questões de etiqueta – gosto, jamais!) em lugares muito quentes, espera-se perfumes mais leves pela manhã. “Gostar muito de perfume é uma característica dos latino-americanos – enamorados ou não”, conta Marta Gomez. “Perfumes reagem de formas diferentes de acordo com a pele, alimentação, enfim, de acordo com o organismo da pessoa. Uma fragrância pode chegar ao olfato de várias maneiras diferentes, variando de acordo com a pele e com a rotina, se a pessoa pratica esportes etc.”, esclarece Lana Rodrigues. “Nem sempre a memória olfativa está relacionada unicamente ao aroma e sim em como a fragrância reage ao seu organismo. Há grandes marcas que investem pesadamente nesse aspecto: em garantir exclusividade no aroma final de uma determinada fragrância.” Lana e Marta confirmam minha suspeita: os franceses são mestres na perfumaria. “É um universo complexo, delicado e exigente. Os franceses o fazem melhor que ninguém; da mesma forma que o melhor futebol é o brasileiro”, compara Marta, entre gargalhadas. Nem só de embaixadinhas geniais e dribles surreais vivemos nós. E se você tinha dúvidas, creia, poucos falam de amor melhor do que o brasileiro. PARA FICAR EM ÊXTASE: www.topinternacional.com.br www.cartier.fr 57
Para ver, rememorar e ler
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1. Uma das cenas mais inesquecíveis do cinema envolve um perfume. Não um aroma qualquer, mas um sabonete – presente da avó à neta – no filme “Perfume de Mulher”, com Al Pacino. 2. Marylin Monroe, em uma entrevista coletiva, respondeu a um jornalista americano o que usava para dormir: “duas gotas de Chanel n.5”. Nascia uma expressão que elevou a diva à condição de garota-propaganda da marca. 3. O Perfume, de Patrick Süskind (particularmente, um dos meus livros prediletos) sobre a saga de um serial killer em coletar odores/ fragrâncias únicas dos corpos das mulheres.
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Pa ulo
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#autos
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Jeep Renegade Nos dias de hoje, o que é “Up” em termos de automóveis? Já houve tempo que não havia nada mais moderno do que os esportivos Gol GTI, Escort XR-3 e Kadett Gsi. Mas como a fila anda, hoje os carros mais cobiçados são os pequenos SUV, faixa de mercado criada pela Ford com seu Ecosport. Depois vieram o Renault Duster e o Chevrolet Tracker. Finalmente, em 2015, temos uma enxurrada de novidades com a chegada do Peugeot 2008, Honda HR-V, Jac T6 e Jeep Renegade. Todos com muitas semelhanças e também muitas diferenças entre si. Cada um com suas particularidades, como a vocação urbana dos modelos da Honda e da Peugeot e o jeito mais “parrudo” do Jeep. Jeito parrudo aliás, que está no DNA da marca Jeep, surgida nos EUA na década de 40 para produzir veículos militares, os chamados “General Purpose” (veículos de múltiplos usos, em tradução livre), ou simplesmente “GP”. Pela semelhança fonética, o termo “GP” se transformou em “Jeep” e virou uma 60
marca, mundialmente reconhecida pela capacidade de enfrentar as piores condições de terreno. O Grupo Chrysler, dono da marca Jeep, hoje faz parte do Grupo FCA (Fiat-Chrysler Automobiles) e acaba de inaugurar sua primeira fábrica em território nacional na cidade de Goiana, no Estado de Pernambuco. É de lá que sai o Renegade, primeiro legítimo Jeep nacional desde 1981, quando a Ford deixou de fabricar por aqui o histórico modelo CJ-5, por aqui conhecido como “Jipe”, o original. O Renegade chega com três versões de acabamento e duas de motores. É o primeiro veículo da sua categoria a ter opção de motor diesel. Um trem de força moderno, de origem Fiat, relativamente pequeno para um diesel (2.0), mas muito potente graças ao turbo (170cv) e, principalmente, com muita força (torque) para enfrentar dificuldades. Este motor turbo-diesel vem sempre acompanhado da tração 4x4 e do câmbio automático de 9 marchas. Isso mesmo: são 9 marchas para ter a força de um pequeno trator nas marchas
Paulo Bergamini é economista e apaixonado por carros desde os sete anos.
mais baixas e rodar com suavidade, silêncio e economia em uma estrada asfaltada nas marchas mais altas. Luxos como central multimídia, teto solar panorâmico, controles eletrônicos de estabilidade e tração e 6 airbags estão disponíveis nas três opções de acabamento. O espaço interno para os passageiros está acima da média dos concorrentes, mas onde o Jeep Renegade realmente se destaca dos demais é na sensação de solidez do veículo. Mesmo na versão 1.8 fex de 132cv de potência e tração 4x2, que deverá ser a mais vendida, esta sensação de carro valente está presente. Quando equipado com este motor, o Renegade pode vir com câmbio manual de 5 ou automático de 6 marchas. Vale citar ainda que, assim como o Honda HR-V, o Renegade chega ao Brasil simultaneamente ao seu lançamento nos EUA. Por aqui a Jeep está trabalhando arduamente na expansão e qualificação de sua rede de concessionários para atender à grande demanda que certamente o Renegade terá.
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#estilo
Lar, doce lar da redação | Fotos Dudu Maroja
Nada como chegar em casa e encontrar um espaço afeito ao reencontro
A
h, o lar. Esse microcosmo da realidade onde nos é permitido legislar sobre o belo, o bom e o útil. Aquele
lugar onde temos a oportunidade de recriar a realidade sob a perspectiva das próprias exigências e reflete, de
maneira muito particular, a existência de quem empresta vida ao espaço. Amplo ou pequeno, o canto onde descansamos o corpo e desligamos a mente é de vital importância para algo que, condensado em uma expressão simples, traz em si implicações profundas: o bem-estar. É de sentir-se bem, reconhecer e emprestar um pouco de si que tratamos quando o tema é um bom projeto para casas e apartamentos. Em um contexto que mistura personalidade, visão de mundo e idiossincrasias das mais diversas (afinal e contas, ninguém é de ferro), detalhes como a escolha das cores, iluminação adequada, o melhor aproveitamento do espaço e acabamentos utilizados fazem total e absoluta diferença. A consulta a profissionais do ramo e a busca por fornecedores de qualidade, na possibilidade de um orçamento que permita o investimento, são atalho certo na busca por resultados que combinem funcionalidade, conforto e design. Nisso a arquiteta paraense Heloísa Titan, parceira da Todeschini Planejados em diversos projetos, é especialista. Com centenas de ambientes assinados para residências, escritórios ou eventos, ela apresenta nas próximas páginas alguns conceitos que, bem aplicados, jogarão luz àquilo que talvez por enquanto exista aí, apenas no mundo das ideias. 62
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Sala de bem-estar Cada projeto, convém repetir, diz respeito aos gostos e preferências de cada um. Neste, Heloísa se baseou, a pedido dos clientes, na valorização de um espaço neutro que possibilitasse o aproveitamento de elementos marcantes na decoração. “Não queríamos muito elemento de cor. Aqui usamos papel de parede e nas cores puxamos para o caramelo, o bege, que são tons que não costumam cansar”, diz, dando sequência. “Seguimos a linha atual, com um painel que imita o aço, que requer quase zero de manutenção, junto com Espelho Bronze, que dá um aspecto mais aconchegante, bem moderno”, explica. O painel no centro da sala quebra o padrão e dá o contraste na medida certa, como reforça a arquiteta. “O uso do painel em ambientes como esse deixa uma impressão ao mesmo tempo de sofisticado e rústico, no tom perfeito.” 65
Confraternização Espaço para reunir familiares e amigos e confraternizar, a área de integração ideal deve aliar aconchego e praticidade na medida certa. Por ser uma área destinada ao prazer, seja na forma de comida ou de um descontraído bate-papo, permite a variação de tons e o uso de elementos mais alegres na escolha das cores. “Também é importante levar em consideração a escolha de móveis de fácil limpeza e funcionalidade. Aqui escolhemos granito preto pela durabilidade e resistência e por ser uma cor que facilita o reparo.” A churrasqueira Todeschini em inox casa bem com esse conceito, levando sofisticação e praticidade ao ambiente. O amarelo nos detalhes e o vermelho das luminárias servem como um elemento a mais de descontração, o que, Heloísa reforça, cai bem num espaço planejado para festa. “É bom se permitir brincar mais com as cores, usar tons mais alegres por ser uma área de reuniões com pessoas queridas.”
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EM TEMPO www.heloisatitan.com www.todeschinisa.com.br facebook.com/TodeschiniBelem
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Intimidade O espaço mais íntimo da casa e onde, por fim, nos recuperamos dos dias desgastantes e corridos da vida contemporânea, o quarto deve ser um templo dedicado ao descanso e ao bem-estar. “Aqui a escolha se baseou nas cores branca, espelho prata e cinza, pra trabalhar com peças avulsas e cores nos detalhes”, explica Heloísa. Tudo para dar a sensação de aconchego necessária para a reposição das energias. Se o espaço e o orçamento permitem, um bom closet cai bem para a sensação de privacidade e conforto. “Este aqui é bem amplo, de cor clara. Quanto mais luz, menos umidade. A divisão do ambiente vai de acordo com a preferência da pessoa, mas é importante para otimizar o espaço. Neste projeto a área de maquiagem ficou bem espaçosa, reforçando a ideia de muito conforto.”
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Brasil: uma biografia
#foxindica
Aliando texto acessível, vasta documentação original e rica iconografia, Lilia Moritz Schwarcz e Heloísa Starling propõem uma nova (e pouco convencional)
A Up Belém, em parceria com a Fox, oferece a você, leitor, um roteiro mensal com o que existe de mais novo e interessante da primeira à sétima arte. Dá uma olhada!
história do Brasil. Nessa travessia de mais de quinhentos anos, se debruçam não somente sobre a “grande história” mas também sobre o cotidiano, a expressão artística e a cultura, as minorias, os ciclos econômicos e os conflitos sociais (muitas vezes subvertendo as datas e eventos consagrados pela tradição). No fundo da cena, mantêm ainda
A herdeira
diálogo constante com aqueles
Vinte anos atrás, America
autores que, antes delas, se
Singer participou da Seleção e
lançaram na difícil empreitada de
conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da
Sonhos para colorir
princesa Eadlyn, filha do casal.
Este livro de colorir é ideal
Prestes a conhecer os trinta
para todas as idades. Vai ajudá-
e cinco pretendentes que irão
-lo a tranquilizar sua mente e seu
disputar sua mão numa nova
espírito. Acompanhadas de cita-
Seleção, ela não tem esperanças
ções inspiradoras, estas imagens
de viver um conto de fadas como
ajudam a focar os pensamentos
o de seus pais. Mas assim que
e as emoções por meio da arte,
a competição começa, ela per-
reduzindo a ansiedade e promo-
cebe que encontrar seu príncipe
vendo a paz interior. Diminua seu
encantado talvez não seja tão
nível de estresse, viva o presente
impossível quanto parecia.
e restaure seu bem-estar! Com um desenho por página, você pode criar imagens perfeitas para emoldurar e exibir.
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tentar interpretar ou, pelo menos, entender o Brasil. A história que surge dessas páginas é a de um longo processo de embates e avanços sociais inconclusos, em que a construção falhada da cidadania, a herança contraditória da mestiçagem e a violência aparecem como traços persistentes. Diverso e plural como o Brasil, o livro tem dez capas com diferentes combinações de cor.
Cássia Eller Cássia Rejane Eller. Cássia Eller. Cássia. Uma poderosa força inquieta no palco, a timidez em pessoa fora dele. Um dos grandes nomes da música brasileira, Cássia Eller marcou a década de 1990 e chocou o Birdman
país com sua morte precoce, em
No passado, Riggan Thom-
2001. Um filme sobre a cantora,
son (Michael Keaton) fez muito
a mãe, a mulher que expôs sua
sucesso interpretando o Birdman,
vida pessoal e rompeu barreiras,
um super-herói que se tornou um
deixando um belo legado social e
ícone cultural. Entretanto, desde
artístico.
que se recusou a estrelar o quar-
Na presença de um palhaço Outubro de 1925. O enge-
to filme com o personagem sua
nheiro Carl Åkerblom, fervoroso
carreira começou a decair. Em
admirador do compositor Franz
busca da fama perdida e também
Schubert, é internado em um
do reconhecimento como ator,
hospital psiquiátrico em Uppsala.
ele decide dirigir, roteirizar e
De seu quarto, ele alimenta o re-
estrelar a adaptação de um texto
volucionário projeto de inventar
consagrado para a Broadway.
o cinema falado. Com a ajuda do
Entretanto, em meio aos ensaios
professor “louco” Osvald Vogler,
com o elenco formado por Mike
o diretor Åkerblom improvisa
Shiner (Edward Norton), Lesley
uma história de amor contando
(Naomi Watts) e Laura (Andrea
os últimos dias de Schubert.
Riseborough), Riggan precisa
Realizado para a TV sueca e
lidar com seu agente Brandon
aclamado em sua exibição no
(Zach Galifianakis) e ainda uma
Festival de Cannes, “Na Presença
estranha voz que insiste em per-
de um Palhaço” é uma pequena
manecer em sua mente.
obra-prima de Bergman.
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#debobeira 72
Para colorir
Trabalhamos com ingredientes nobres. Amor ĂŠ o maior deles.
omnia
Salud Gourmet, apaixonadamente saudĂĄvel.
91 3038.3745 | 91 98355.6506 | deliverysalud@gmail.com @salud_gourmet
Salud Gourmet
Da ry
#retratosecanções
an
Do
es rnell
“Estar ao lado do Ney é estar junto a um dos homens mais corajosos da música brasileira. Ney é lindo!”
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Daryan Dornelles é fotógrafo, carioca, amante de vinis e de cliques memoráveis. A cada edição da Up Belém, ocupará este espaço para contar histórias sobre suas imagens favoritas. www.daryandornelles.com
R E U Q OMNIA TUDO DI R ZE
ressante, útil. Tudo que é inte dade. Tudo que é novi é feita por ra ito A Omnia Ed «DPDP« SUR¿«VVLRQDLV«TXH e se o que fazem e qu iro para te in r po entregam do mundo! aproximar você limitação. Informação sem quem tem Conteúdo para conteúdo.
azine.com.br revista@upmag ine.com.br www.upmagaz
8PDUL]DO
ISSN 2446-6328
ano 1 | #3
junho 2015
distribuição gratuita
ém l e B
#Tainá Müller Ela é várias mulheres em uma só
#Arthur Espíndola A cara do samba feito na Amazônia
#VOP2015
Chefs do mundo inteiro se rendem ao Ver-O-Peso
#Enoturismo Vinhos argentinos para esquecer a rivalidade