Tio Patinhas, 70 anos Renato Quintino
C
omo está escrito na contracapa da edição comemorativa de seus 70 anos, lançado pela editora Abril, Tio Patinhas é mais rico que Bruce Wayne e Tony Stark, inspirou Georges Lucas no roteiro de Os Caçadores da Arca Perdida e Indiana Jones no Templo da Perdição e ainda detém, até hoje, o recorde de maior venda de quadrinhos em uma única edição no mercado brasileiro. Em um cenário em que quadrinhos já alcançaram status de obras de arte – o que de fato são – o foco do momento está na Marvel, na DC Comics e nas dezenas de variações de estilos do Mangá Japonês. Livrarias tem hoje seu espaço Geek , ser nerd deixou de ser pejorativo, a indústria dos quadrinhos movimenta bilhões em produtos licenciados e o sucesso comercial 18 | zint.online
passou a ser vinculado à qualidade artística. Mas os quadrinhos de Tio Patinhas e família, incluindo Pato Donald e seus sobrinhos, seus rivais e inimigos como Maga Patalógica, Madame Min, Patacôncio e outros personagens como Margarida e suas sobrinhas, o primo “hippie-jornalista” Peninha (a alcunha fazia sentido entre os anos 60 e 70), o outro jornalista Mickey, Pateta, João Bafo de Onça e tantos outros são clássicos mas que não foram alçados ao universo Geek e não conseguiram até agora o status de cool e cult. É verdade que os roteiros das histórias mais antigas são previsíveis, as situações são mirabolantes (o que inclusive é divertido, a imaginação dos roteiristas não é contida), há muitos quadrinhos numa página, o texto é tão importante quanto o desenho (ao