zint edição #23: Vingadores: Ultimato
ABR. 2019
e di to ri al
Avante Vingadores! A Edição #23 está com tudo e traz na Capa a crítica do absolutamente aguardado Vingadores: Ultimato. Nas Highlights temos a análise da segunda temporada de Star Trek: Discovery e falamos do mais novo álbum de Lizzo! A publicação ainda traz matérias sobre o refrescante Shazam!, o documentário de Beyoncé, o aniversário de 15 anos de Meninas Malvadas e a nova temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina! O Guia do Entretenimento traz novas três palavras para você aprender. E esperamos que você tenha dinheiro esse mês, porque o Calendário Cultural lembra que teremos as estreia de Pokémon: Detetive Pikachu, Hellboy, John Wick 3: Parabellum, Aladdin e Godzilla II: Rei dos Monstros. Satisfeitos? Porque ainda temos muitas outros lançamentos, como um novo álbum de Ciara e o retorno de Ashley Tisdale para a música, além de novas temporadas de Lúcifer e Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. e a estreia de Swamp Thing! Entre outros... Ufa. Cansamos. Mas avante e boa leitura! <3
O QUê A ZINT TEM?
como uma publicação digital, as possibilidades de interações são promissoras. usando a plataforma ao nosso alcance, a revista sempre vem acompanhada de interatividade. aproveitamos de todos esses recursos e você pode usufruir de tudo sem muito mistério. »
paleta de cores;
para ficar fácil diferenciar as áreas de cobertura, cada uma delas possuem suas próprias cores, que ficam visíveis nas barras laterais da revista
vídeo;
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com uma revista de Cultura & Entretenimento, estamos sempre escrevendo sobre algo que possui um trailer ou um videoclipe, por exemplo. o ícone do Youtube é sempre visível para encontrar esse conteúdo audivisual. ao clicar na imagem, uma janela com o player será aberto e você poderá assistir ao vídeo!
se você está pelo app Issuu, é possível ler as principais matérias da Edição em versão “Stories”. na parte superior direita você pode ver um ícone de barras; basta clicar nele para ser levado para a área onde o conteúdo está em um formato de texto corrido
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além do conteúdo audiovisual principal, as matérias contém outros tipos de links, como para páginas da internet, ou até mesmo outros vídeos e áudios. toda vez que essa identificação visual aparecer saiba que ela corresponde a um link. é só clicar!
rodapé;
o easter-egg da revista. no rodapé de cada página de matéria, no mesmo lugar da paginação, o zint.online sublinhado também é um link. neste caso, ele leva para a versão correspondente da matéria no site, em formato blog
colabs da edição a cada publicação, o nosso time de colaboradores muda um pouco
joão
vics
criador da revista; editor de conteúdo
criador da revista; diretor de arte
8 colaboradores participam dessa edição, com matérias sobre filmes, música e televisão!
clique aqui para ver todos nossos colabs
agnes nobre
bruna curi
carolina cassese
deborah almeida
joĂŁo dicker
mike faria
rafael bonanno
vics
agenda cultural as principais datas de estreias e lançamentos de maio [veja o calendário completo clicando aqui]
01
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billboard music awards
a sombra do pai
03
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tuca & bertie
father of the bride
symptoms
vampire weekend
ashley tisdale
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06
Disque Amiga para Matar
tuca & bertie
chernobyl
08
09
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lucifer
cemitério maldito
life is strange 2
estreia da 1ªT
estreia da 1ªT
izombie
estreia da 5ªT
estreia da 1ªT
estreia da 1ªT
estreia da 4ªt
PC, PS4, Xbox One
09
10
10
pokémon: detetive pikachu
beauty marks
the society
10
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Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D.
l.a.’s finest
ciara
estreia da 1ªT
estreia da 1ªT
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hellboy
estreia da 6ªT
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o sol também é uma estrela
uglydolls
john wick 3: parabellum
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dedicated
the rain
team sonic racing
carly rae jepsen
estreia da 2ªT
Nintendo Switch, pc, ps4, Xbox One
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23
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aladdin
brightburn: filho das trelas
godzilla ii: rei dos monstros
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rocketman
swamp thing
good omens
estreia da 1ªT
estreia da 1ªT
guia do en tre te ni men to
não é todo mundo que está imerso no mundo do entretenimento, podendo ficar sem entender alguns (ou vários) dos termos utilizados na área. por essa e outras, mês a mês, nos prontificamos a trazer três palavras, traduzidas, explicadas e exemplificadas
veja o dicionário completo
fillers fillers é um termo utilizado para designar aqueles episódios cujo único propósito é “encher linguiça”. nestes casos, a trama dificilmente complementa em algo no todo ou trazem algo relevante para a série. traduzindo, fillers são “enchimentos”.
Top 40 antes de conseguir chegar ao topo das paradas, o Top 40 é um ponto de grande estratégia para o artista. estar entre as “40 mais tocadas” de um local significa estar em um meio de grande relevância, com a faixa ou disco aproveitando de grandes chances de continuar escalando os charts e chegar, quem sabe, no topo.
clímax o clímax é o ponto alto de tensão de um filme. é o preciso momento em que a trama chega no ponto em que dará início à parte mais importante da narrativa: seu fechamento. portanto, um clímax costuma estar na segunda metade do longa.
filmes
CONTEÚDO Vingadores: Ultimato João Dicker
16 p.24
p.32
p.36
Giulio Bonanno
Deborah Almeida
Deborah Almeida
p.28
p.34
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Duas Rainhas
Meninas Malvadas
Mike Faria
Bruna Curi
Carolina Cassese, com Bruna Curi
Shazam!
Beyoncé
O Date Perfeito
A Maldição de Chorona
música
NA EDIÇÃO
Lizzo vics
televisão
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Star Trek vics
50 p.58
p.62
Carolina Cassese
Agnes Nobre
O Mundo Sombrio de Sabrina
playlists
Good Trouble
p.68
Todas as nossas listas musicais [ +1 ]
[
filmes
]
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por
jOão dicker
diagramação
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O MAIOR FENÔMENO CULTURAL E CINEMATOGRÁFICO DO SÉCULO
N
o dia 28 de dezembro de 1895, o Grand Café de Paris recebeu o que é considerada a primeira exibição pública de um filme, acontecimento calcado como o nascimento do Cinema. Apesar de restrita a poucas pessoas, a exibição proposta pelos irmãos Auguste e Louis Lumière tornou-se um marco inegável e memorável para o mundo e, obviamente, para a Sétima Arte. O que se conta desta ocasião é que durante a exibição do filme A Chegada de um Trem à Estação, o público se desesperou com a imagem de um trem se movimentando em direção à tela, levando-os a histeria coletiva. Com o passar do tempo, o Cinema se tornou não só uma forma de arte reconhecida, mas uma das principais expressões artísticas e culturais da contemporaneidade, se afirmando como uma das mais universais e populares no mundo. Alguns filmes e franquias específicos alcançaram o posto de fenômenos geracionais, trouxeram avanços na linguagem da Sétima Arte, revelaram nomes de grandes cineastas ou então reinventaram o
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próprio exercício do “fazer cinema”, marcando a história e contribuindo para o desenvolvimento desta forma de expressão. Passados mais de 120 anos, é poético, e um tanto quanto romântico, perceber que um dos maiores acontecimentos cinematográficos da história desta ainda jovem arte também tem a assinatura de dois irmãos. Desta vez, Hollywood é o palco deste evento, capaz de proporcionar uma experiência catártica tão rica em sensações, emoções e impactante quanto à projeção do trem da dupla Lumière. Sob o comando dos diretores Joe e Anthony Russo, além do trabalho criativo impressionante de Kevin Feige (presidente da Marvel Studios), VINGADORES: ULTIMATO chega aos cinemas para muito mais do que encerrar os 11 anos de empreitada da Marvel nas telonas, mas entregar este desfecho como uma épica celebração do que foi toda esta constru-
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ção deste Universo. Realizado com maestria, o filme crava sua importância como um dos acontecimentos históricos da Sétima Arte e um dos mais marcantes da cultura pop como um todo, devolvendo aos fãs todo o investimento emocional dado nos últimos anos. A tarefa de falar a respeito de Ultimato é ao mesmo tempo prazerosa e muito difícil. Segurar a vontade de discutir os inúmeros momentos emocionantes,
Nós já escrevemos algumas vezes sobre Os Vingadores e a Marvel Studios. Para ler todas as nossas matérias relacionadas, basta clicar aqui!
cenas hilárias, sequências envolventes e encontros empolgantes é imprescindível para não atrapalhar a experiência de quem assistirá ao filme pela primeira vez. Contudo, é absolutamente certeiro afirmar que independentemente de quantas teorias você leu, conjecturou, estudou e tentou procurar sobre a trama do longa, você será surpreendido. É verdade, sim, que o roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely conta em sua estrutura narrativa com teorias e suposições levantadas por fãs, assim como algumas esco-
lhas batidas como solução para o principal conflito vivido pelos heróis. Mas, as surpresas que a dupla e os irmãos Russo preparam ao longo da projeção variam do chocante ao hilário, do emocionante ao melancólico, do violento ao fofo e da realização ao estado de êxtase. Assim, o roteiro parte quase que imediatamente do ponto em que deixamos os personagens em Vingadores: Guerra Infinita (2018), acompanhando os sobreviventes
do estalar de dedos de Thanos (Josh Brolin) tentando encontrar caminhos para seguir em frente ou para perceber uma alternativa de como reverter à situação. É interessante como o texto parte do “lidar com as consequências” como ponto de partida e como meio para desenvolver todos os arcos de personagens ao longo da projeção. É do último fio de esperança e da sensação melancólica de impossibilidade de seguir em frente que o roteiro encontra três temáticas para desenvolver em suas camadas: a imagem do herói clássico americano, a possibilidade de uma segunda chance e a noção
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de família como pertencimento de um grupo unido e afetuoso. Os dois primeiros temas estão presentes no universo Marvel desde o começo, com Capitão América (Chris Evans) e Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) sendo as personificações destes conceitos. Enquanto Steve Rogers sempre representou o herói clássico americano, virtuoso e símbolo dos valores de uma cultura e de uma nação, o segundo sempre foi lembrado por ser o playboy filantropo e milio-
temos o desenvolvimento da temática familiar neste quarto capítulo dos Vingadores. Uma família que se expande para além da tela e envolve os fãs; o espectador engajado e investido na jornada de 10 anos que enuncia um fim nas telas. É muito importante dizer que para além de toda a celebração autorreferente proposta, extrapolando também os easter-eggs, referências, resgate de momentos marcantes do passado e subversões hilárias de alguns perso-
nário que ganha uma segunda chance para se reinventar e mudar. Em Ultimato, estes temas retornam para ambos os personagens de forma marcante, mas são expandidos também para todos os integrantes do grupo que ganham uma nova oportunidade para agirem e corrigirem erros ou reviverem seus sentimentos quanto às consequências do encontro com Thanos. E é da dor de perder pessoas próximas, sejam entes queridos ou também por laços de sangue, que
nagens, Vingadores: Ultimato é um excelente filme. Somando-se a tudo que já foi dito, os roteiristas mantém a qualidade com que criam as dinâmicas de personagens pautadas no humor e química entre os atores, mas desta vez ainda tem um quê de melancolia e uma áurea mais pesada que torna estas relações ainda mais interessantes. As soluções para os arcos dos Vingadores originais fazem jus a tudo aquilo que eles representam para o público e para a Marvel, além de trazer
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mais peso para a narrativa, elevando a emoção que transborda das telas. Outro ponto positivo a destacar é como o ritmo da narrativa é muito bem construído. Com um inicio melancólico, a trama se desenrola a partir da dinâmica de personagens com suspiros de humor e uma construção de drama verdadeiramente tangível, algo que em muitos dos filmes solos da Casa das Ideias não acontecia. As três horas de projeção passam com leveza e envolvem o espectador com uma apreensão magnética, subvertendo batidas esperadas da trama e levando para uma grande batalha que não se enuncia, mas que quando chega toma para si todos os cantos da tela do cinema. Quando o grande clímax 22 | zint.online
se apresenta frente ao público e aos heróis, a forma surpreendente como é preparado torna a experiência de acompanhar o embate entre os Vingadores e Thanos ainda mais especial. Neste momento, os irmãos Russo criam uma batalha nunca antes vista no MCU, com um escopo épico e glorioso antes inimaginável para um filme de super-herói. Direção e roteiro se unem para entregar aos fãs, possivelmente, a maior sequência de momentos grandiosos e capazes de aquecer o coração, arrancar lágrimas de satisfação, realização e, claro, emoção de qualquer um que esteja assistindo. Junto disso, vêm toda a carga dramática e o peso da longa história que a Marvel construiu ao longo de 22 filmes. Juntos, culminam em um desfecho apoteótico, repleto de personagens, cores, texturas e poderes dos mais variados, todos perfeitamente trabalhados graças ao uso impecável da computação gráfica e do domínio em como usar os heróis em combate juntos, para progredir a narrativa.
Se dentro da temática e do próprio gênero existem heróis, o rosto de quem os vive também é importante na equação – e, neste sentido, a Marvel sempre teve sucesso em como escalar suas personagens. Chega a ser repetitivo enaltecer os trabalhos de nomes como Robert Downey Jr., Chris Evans, Scarlett Johansson, Chris Hemsworth e Mark Rufallo em seus papéis, mas o que cada um encontra para fazer com o fechamento dos arcos e das profundas marcações emocionais que cada um de seus heróis passa é fenomenal. Downey Jr. e Evans, particularmente, seguram a barra do drama principal desta década de Marvel Studios, como os dois heróis que dividiram o epicentro deste universo. Hemsworth retorna a um Thor que continua abraçando sua caricatura e desconstrução desde Thor: Ragnarok (2017), enquanto Rufallo dá vida a versão mais interessante e engraçada do Hulk já vista nas telas. Scarlett Johansson ganha consideravelmente mais espaço para atuar neste filme e assegura alguns dos momentos mais fortes
e marcantes do longa. Elogio este que se estende igualmente a Jeremy Renner e na sua penetrante, intensa e surpreendente versão do Gavião Arqueiro. Para aqueles que não configuram a formação original da equipe, tem-se uma interessante dinâmica entre o Thanos de Josh Brolin e a Nebulosa de Karen Gillan, que se destaca ao trazer peso, traumas e cicatrizes emocionais profundas à personagem. Paull Rudd também merece elogios por escapar da zona de conforto do enorme carisma que emana, trazendo mais nuances e sentimentos mais sóbrios para o Homem-Formiga. O grande desfecho proposto para o ciclo de 11 anos é lindo. As soluções e destinos dados a cada personagem fazem jus à essência de cada um, à suas identidades, personalidades e trajetórias como heróis e, porque não, pessoas que estão por baixo do manto. É inegável que Ultimato simboliza todo o fenômeno cultural que a marca Vingadores se tornou ao longo dos últimos anos, sendo um forte e importante marco para toda uma geração, para a Cultura Pop e para o Cinema. //
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Um herói digno de ser super
por
rafael bonanno
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Você se transforma ao dizer Shazam! O que é a dignidade humana? Pensar que há um único exemplo de ser humano ideal é tão antiquado quanto limitado. As grandes mitologias que criamos, no entanto, sempre buscaram expandir a concepção idealizada da dignidade humana por meio de virtudes e qualidades inerentes ao ser. Essa reflexão me tomou por completo logo no começo da projeção de SHAZAM!, quando presenciamos o encontro sobrenatural do jovem Thaddeus Sivana (Mark Strong) com um mago ancião. “Você é digno?”, a pergunta emblemática feita pelo mago, estabelece um dos principais temas da trama, que ousa em apresentar uma resposta contemporânea e relevante. Com direção de David F. Sandberg, a adaptação da herói dos quadrinhos, criado em 1940 por Bill Parker e C. C. Beck, mescla tradição com quebra de padrões para contar uma história de origem pouco pedante e que trabalha a construção do herói de maneira lúdica e extravagante. Diferente do óbvio clichê de “não se levar a sério” frequente nas adaptações recentes de Deadpool (2016) e Guardiões da Galáxia (2014), percebemos que a provocação feita pelo
mago no começo do filme é levada para frente não em tom de deboche, mas sim a partir do ponto de vista de um adolescente. Sendo assim, não é errado rotular Shazam! como uma história sobre amadurecimento. Na sequência inicial, observamos um jovem e frágil Sivana lidar com a aceitação do pai e do irmão durante uma viagem de carro quando, de repente, o garoto é transportado para um lugar sombrio e misterioso. Lá, o mago ancião (Djimon Hounsou), de aparência exausta e decrépita, confronta o garoto de maneira semelhante, porém com outro intuito: encontrar um herdeiro para os seus poderes. Um herdeiro que seja digno o bastante para não cair nas tentações dos sete pecados capitais e sirva de modelo de exemplo para a humanidade. Ao perceber que Thaddeus Sivana não era digno, o mago, em tom de rejeição, o envia de volta para a realidade e, assustado, o garoto acaba provocando um acidente do qual, de início, não sabemos exatamente as consequências além do desprezo imediato de seus familiares. Após a breve introdução, somos apresentados a Billy Batson (Asher Angel), em uma sequência que visualmente já diz bastante sobre o menino de 14 anos enquanto ele prepara uma emboscada para os policiais com o objetivo de encontrar um endereço no banco de dados com base no sobrenome de sua mãe. Com o uso de flashbacks, conhecemos o passado do garoto e o que o motiva: aos três anos de idade, se perdeu da mãe em um parque de diversões e nunca mais a encontrou. Notamos que a busca é frequente e, novamente, o endereço encontrado não o levava até sua verdadeira mãe. Abordado pela polícia, o garoto é informado a respeito do interesse de uma nova família adotiva.
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MINORIAS! SHAZAM! TRAZ CONSIGO UM DIVERSO GRUPO DE ÓRFÃOS, QUE DÃO REPRESENTATIVIDADE PARA O FILME.
Com dois núcleos narrativos estabelecidos, o roteirista Harry Gayden não inova radicalmente a estrutura de filmes de origem, mas consegue explorar bem os temas que movimentam a história. Há um desenvolvimento realmente especial no relacionamento de Billy com a nova família adotiva que define muito bem a progressão dramática do personagem. À medida que os núcleos se convergem de maneira cômica no momento em que o mago acaba convocando Batson como última esperança para assumir os seus poderes, acompanhamos a constante transformação e descoberta do garoto em sua “melhor versão possível”. Ao proferir “Shazam”, as perspectivas mudam e Zachary Levi dá vida a um
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protagonista heroico e musculoso transformado pelos poderes do Mago. A dinâmica entre Angel e Levi tinha que estar extremamente bem alinhada para que as alternâncias entre Batson/Shazam estivessem perfeitas. E, com méritos, é exatamente o que acontece aqui. Ainda sobre o elenco, Jack Dylan Grazer entrega uma ótima e difícil atuação, bastante cômica, dando vida a Freddy Freeman, irmão de Batson na família adotiva.
Freddy, que representa a figura do nerd franzino, também entra na divertida jornada de compreender e descobrir os poderes do Batson/Shazam com referências ao universo da DC Comics e a filmes dos anos 70 e 80. Além de Freddy, a família que abriga o protagonista é integrada pelos parentes adotivos Victor e Rosa Vasquez (Cooper An-
drews e Marta Milans, respectivamente), a dedicada Mary (Grace Fulton), o caladão Pedro (Jovan Armand), o pequeno gamer Eugene (Ian Chen) e a hiperativa Darla (Faithe Herman). Apesar da quantidade de integrantes, o filme consegue enaltecer a importância dessa família para a trama central. Billy, sempre em busca da mãe e de sua família de sangue, acaba encontrando na família adotiva carinho, amor, amizade e novas motivações. O avanço da narrativa resgata a figura de Thaddeus Sivana como o vilão do filme: uma vez rejeitado pelo Mago e por sua família, ele viveu uma vida amarga em busca de vingança. Apesar da boa interpretação de Mark Strong, a construção de Sivana como vilão chega a ser problemática e óbvia demais. Ainda sobre a questão da dignidade, o filme trabalha um conceito frequente de que a realidade não é, de maneira alguma, somente bem e mal ou preto e branco. Fugindo, então, deste maniqueísmo, e trazendo a figura acinzentada e jovial de Billy Batson como última opção ao Mago, que por muitos anos buscou um sucessor iluminado, ideal e digno, Shazam! nos lembra que, assim como Batson, também estamos em constante desenvolvimento, aprendendo, descobrindo e encontrando o nosso lugar de dignidade no mundo. // 27
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um a m at é r ia d e mike faria
MAIS DO QUE O SHOW, UM ESPETÁCULO DE ENCORAJAMENTO E ENTREGA diagramação
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Se você render-se ao ar, poderá voar” – assim inicia o documentário HOMECOMING: A FILM BY BEYONCÉ, da Netflix, lançado por BEYONCÉ na quarta-feira, 17 de abril, com cenas da apresentação e ensaios para o histórico show no festival Coachella, realizado em abril do ano passado. O filme registra o retorno da artista após dar à luz aos gêmeos Sir e Rumi, mostrando os preparativos e bastidores para o espetáculo, além de confissões pessoais sobre a gravidez de risco e recuperação do corpo. Reconhecida como a primeira mulher afro-americana a ser atração principal do evento, Beyoncé vai além disso e consegue, apostando em um discurso sincero e emotivo, trans-
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formar o show em uma celebração da cultura africana e da liberdade. Seu set no Coachella aposta em várias referências, como, por exemplo, os figurinos usados remetendo a guerreiras, rainhas e sobreviventes e parte do discurso de Malcom X, importante líder da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, tocado em meio aos hits. Um conjunto de dançarinos e músicos negros posicionados em uma estrutura de formato parecido com pirâmide compõem e dão vida ao espetáculo, imortalizado em Homecoming, lembrando os grupos marciais de universidades americanas. Por vezes, coreografias fortes e discursos sugestivos se misturam as músicas, construindo uma narrativa sólida de encorajamento e legitimação, das mulheres, negros, enfim, dos
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OUÇA O ÁLBUM
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Deezer
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indivíduos que já se sentiram desprezados por algum motivo. Para completar a proposta e deixar a experimentação ainda mais abrangente, Beyoncé compartilhou nas plataformas digitais o áudio do show, ao vivo, com 40 faixas – sendo duas bônus. Homecoming: The Live Album estreou em sétimo lugar no Top 10 da Billboard, com 38 mil unidades equivalentes, sendo 14 mil destas em vendas puras. Esta é a oitava vez que a artista participa do top da Billboard 200 como artista solo. Com a apresentação no Coachella, a cantora demonstra a preocupação de trazer sua cultura para o show, ao invés de usar coroa de flores apenas, item marcante do visual hippie californiano do festival, transformando em um momento de orgulho no palco, capaz de levar energia e identificação para as pessoas que, por exemplo, já foram rejeitadas por causa da aparência. Assim, Beyoncé consolida um movimento cultural, expressado por meio do Beychella, nome declarado em um momento do show e sustentado com a ajuda dos fãs, que eleva um conceito criativo e torna a performance mais que apenas um show, mas sim, uma afirmação da igualdade e do autoconhecimento.
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“Era importante para mim que todos que nunca se viram representados se sentissem no palco com a gente. Como negra, eu sentia que o mundo queria que eu ficasse no meu cantinho. E mulheres negras muitas vezes se sentem subestimadas”, diz ela, em um dos tantos discursos poderosos que trazem tons imponentes para o documentário Homecoming. Ela coloca realmente sua carreira de 22 anos no palco, desfilando no total 80 músicas representadas, sejam instrumentais ou versos cantados, entre eles sucessos como Formation, Single Ladies, Diva e Love on Top. A setlist conta ainda com participações especiais do marido JAY-Z em Déjà Vu, da irmã Solange, em Get Me Bodied (Extended Mix), e de Kelly Rowland e Michelle Williams, que formaram com a senhora Knowles-Carter o trio Destiny’s Child, numa lembrança surpresa que anima e contagia a multidão presente e a de casa. Este último, evidencia a consideração com as raízes e as experiências que contribuíram para o potencial
artístico que ela tem hoje, uma escola do grupo, da vida, que a capacitou para produzir todo o espetáculo. Dessa forma, com uma aposta audiovisual inovadora que mistura partes da icônica apresentação, bastidores e fatos da vida da artista, ela consegue tornar a cultura, em especial, a africana, mais democrática, agora capaz de ser reproduzida e vista em qualquer lugar, a qualquer hora. Assim, impulsiona a entrada dos negros nas casas das pessoas, inclusive dos brancos, seja para entreter, conscientizar, ou apenas saber mais da vida e obra da artista. Ao ver o Homecoming, revela-se ao espectador a essência do show, isto é, o ensaio das músicas e das vozes, elementos que junto a dança e os ritmos explorados, formam o espetáculo visual comandado por Beyoncé junto a seu grupo de sobreviventes, resistentes e talentosos artistas. Além disso, a personalidade da cantora dá vida a coreografia, leva emoção aos movimentos e mostra o esforço e o comprometimento dela com o retorno aos palcos após a gravidez. Uma fase delicada de sua vida, pelo
risco da gestação e também a responsabilidade de aliar a preparação com os cuidados com os filhos e o marido. Um recomeço, esta nova fase está à altura do show entregue ao público e agora, aos assinantes e fãs, haja visto o nome dado ao projeto, intitulado Homecoming: o regresso a casa. É uma volta para dentro de si mesmo, suas raízes e costumes mais profundos que formam o seu ser, suas particularidades e heranças, incluindo também, o lar, a família, o refúgio fora dos palcos. Uma montagem incrível e completa que expressa o estilo da artista, talvez seja esta a maior riqueza do show, que revela o orgulho também do processo de criação e tomada de decisões para levar ao público, uma experiência rica que ultrapassa apenas os ritmos e letras consistentes. Certamente, Homecoming mostra por que Beyoncé é a maior show-woman e performer feminina da atualidade, uma artista completa que, além de cantar, dançar, interagir com o público, mostra suas vulnerabilidades e fragilidades, na busca de melhorar cada vez mais seu empenho e reforçar os posicionamentos em que acredita. Além disso, mostra uma profissional e mulher que quase ninguém tinha visto até agora, transparente, fora das posturas confiantes e passos bem preparados. Afinal, com essa produção Beyoncé comprova sua grandeza, mostra que é real, inspira e reafirma sua força e talento. Definitivamente, com Homecoming sua liderança e potencial não podem ser questionados. //
HOMECOMING: A FILM BY BEYONCÉ DISPONÍVEL PARA STREAMING NA NETFLIX. 2019; 2h17; Documentário zint.online | 31
O Noah Centineo que elas querem namorar por
DEBORAH ALMEIDA
APÓS CONQUISTAR NOSSOS CORAÇÕES em Para Todos Os Garotos Que Já Amei e Siera Burgess É Uma Loser, o queridinho Noah Centineo ganhou um filme para chamar de seu. Em O DATE PERFEITO, Centineo não está mais renegado a interpretar apenas um “crush” ou namorado, mas sim o personagem principal da trama.
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No filme, original da Netflix, ele vive Brooks Rattigan, um adolescente que sonha em entrar para a universidade de Yale. Apesar de ter boas notas, seu currículo não é bom o suficiente para conseguir uma bolsa na prestigiada instituição, o que dificulta a situação já que ele precisa dar um jeito de arcar com os custos que esse sonho terá. Depois de receber uma proposta em ser pago para levar Celia (Laura Marano), a prima de um colega de sala, a um baile da escola, ele decide que esse pode ser seu ganha-pão.
Junto com seu melhor amigo Murph (Odiseas Georgiadis), ele cria um aplicativo chamado “The Stand-In” para prestar serviços de acompanhante nas mais diversas situações – claro, da forma mais inocente que um filme com classificação para 12 anos pode explorar. Nessa plataforma, a garota insere a ocasião e quais características deve ter para comportar-se como o melhor par possível. Por um acaso do destino, graças aos filmes clichês, acaba aproximando-se bastante de Celia, que torna-se uma boa amiga. E é através dela que conhece Shelby (Camila Mendes), a garota mais popular e bonita da escola. Assim, Brooks percebe que além de ir para Yale, namorar Shelby seria outro sonho da vida perfeita que ele quer levar. Como toda boa comédia romântica adolescente, O Date Perfeito segue à risca a receita certa para ter um bom clichê. Levemente previsível, não tem reviravoltas e nem causa grandes reflexões, mas é gostoso de ver mesmo assim. Além disso, quem acompanha as rom-coms do momento sabe
que qualquer filme com Centineo num contexto adolescente já é um bom motivo para assistir. Ainda que já espera-se não ser um filme tão elaborado, a Netflix vendeu bem mais do que tinha. Camila Mendes é muito conhecida pelo seu papel de Veronica Lodge, na série Riverdale. Como a série tem um público relativamente similar ao do filme, é certo que a a aposta na atriz para interpretar Shelby chamou bastante atenção do público. É uma pena que sua participação seja mínima. A personagem não faz muita diferença na construção da história e isso é bem decepcionante, pois o trailer dá a entender que ela e Brooks teriam um romance (e os fãs já piraram só de pensar em Mendes com Centineo, bem couple goals). Na verdade, a relação que eles têm acontece de forma bem jogada e rápida, como se tivesse sido mencionada no roteiro apenas por obrigação. Tirando essa frustração, o filme é bem interessante de ver. A Netflix segue está investindo no quesito representatividade e, desta vez, colocou Murph como um personagem gay, negro e nerd. Celia, que tem um quê de garota rebelde, é a responsável pelas pequenas lições de vida que aparecem ao longo da trama e mostra a importância de valorizar e aceitar quem você é. E Brooks, claro, como todo bom personagem de Noah Centineo, é cheio de carisma e riso fácil. Que me perdoem pelo trocadilho, mas qualquer filme com ele já é um date perfeito. //
O DATE PERFEITO DISPONÍVEL PARA STREAMING NA NETFLIX.
2019; 1h30; Comédia Romântica zint.online | 33
p or bruna curi diagramação
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LONG MAY SHE REIGN 34 | zint.online
A
s histórias de vida de Mary Stuart, a Rainha da Escócia e de Elizabeth I, a monarca da Inglaterra, sempre causaram muita curiosidade nas pessoas, levando a indústria audiovisuar a realizar diversas produções audiovisuais que retratam a vida dessas duas mulheres poderosas. Desde a primeira metade do século passado, como em Mary Stuart, Rainha da Escócia (1936), passando por Mary Stuart, Rainha da Escócia (1971), Elizabeth (1998), e chegando no século XXI com Elizabeth: A Era de Ouro (2007), a conjuntura histórica que envolvia essas duas figuras sempre esteve presente no imaginário popular. Agora, em abril, chegou ao Brasil a película DUAS RAINHAS (2018), baseada no livro de John Guy, Queen of Scots: The True Life of Mary Stuart, que retrata a vida de Mary (Saoirse Ronan) e Elizabeth (Margot Robbie), duas rainhas que, por coincidência do destino, também são primas. Depois da morte de seu marido, Francis II, o rei da França, Mary decide voltar à Escócia, sua terra natal, que estava sob o governo provisório de seu meio-irmão Jaime Stuart (James McArdle). Ao ficar sabendo dessa notícia, Elizabeth sente um leve temor, já que ela não foi capaz de gerar um herdeiro e sua prima também é herdeira do trono inglês. A ameaça de Mary se torna ainda maior quando Elizabeth propõe um casamento entre sua prima e um inglês, como forma de agradar aos ingleses cristãos uma vez que ela é uma rainha protestante. A ameaça que Mary representa à rainha Elizabeth aumenta após ela engravidar e declarar a criança herdeira das terras escocesas e inglesas, deitando Elizabeth e sua coroa em uma posição arriscada. O filme evidencia todo o drama, traição e conspiração presentes no mundo da monarquia, dando um enfoque maior na rivalidade estabelecida entre Mary e Elizabeth,
duas mulheres em um mundo dominado por homens. Inicialmente, Duas Rainhas cria um paralelismo entre as rainhas Mary e Elizabeth, mas acaba indo além do que apenas traçar uma comparação entre as duas. Baseado em fatos históricos, a produção mostra uma sucessão de eventos trágicos que envolvem as protagonistas, além de ressaltar a importância de duas mulheres ocuparem posições de poder que, normalmente, são ocupados pelo sexo oposto. As atrizes Saoirse Ronan e Margot Robbie se destacaram com suas performances, dando vida à Mary e Elizabeth, respectivamente. Ronan consegue transparecer a imagem de uma jovem rainha, obrigada a amadurecer devido às adversidades da vida; seus olhares e linguagem corporal ajudam a transmitir todos esses sentimentos e sensações. Já Robbie, uma atriz bastante versátil, causa uma forte impressão toda vez que entra em cena. Apesar de terem apenas uma cena juntas ao longo do filme, tanto a atuação de Saoirse quanto a de Margot conseguem tornar o momento impactante e significante. Além das performances consistentes, Duas Rainhas demonstra grande preocupação com o cenário e figurino, resutando a duas indicações ao Oscar 2019, de Melhor Figurino e Melhor Maquiagem e Penteado. Essa questão estética alinhada com a fotografia naturalista ajuda a recriar um ambiente fiel ao período elisabetano. Outro ponto interessante do filme é a retratação do cortesão italiano David Rizzio (Ismael Cruz Córdova) como homossexual, que, embora não seja um fato confirmado historicamente, contribui para a carga dramática do longa. Apesar dos aspectos positivos, Duas Rainhas apresenta incoerências em seu roteiro que atrapalha no desenvolver da trama. Seu grande potencial acaba sendo pouco explorado e trabalhado, mas é salvo por uma história envolvente e com um leve toque feminista. //
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A maldição da franquia Invocação do Mal por
DEBORAH ALMEIDA
O Universo construído ao redor de Invocação do Mal lançou seu sexto filme, A MALDIÇÃO DA CHORONA, e trouxe para a franquia um folclore mexicano. A maldição da Chorona é uma lenda mexicana sobre uma mulher que, ao ser traída pelo marido, afoga os dois filhos por vingança. Arrependida do ato, ela vaga pelo mundo para pegar os filhos de outras pessoas, para que tornem seus.
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diagramação
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No longa, a assistente social Anna (Linda Cardellini), percebe que está acontecendo algo bem esquisito no caso que está investigando. Logo, ela e seus filhos, Sam (Jaynee-Lynne Kinchen) e Chris (Roman Christou), começam a ser atormentados por esse espírito do mal. Para salvar sua família, ela busca a ajuda de um ex-padre, Rafael (Raymond Cruz), que é especialista em situações envolvendo seres sobrenaturais.
A Maldição da Chorona segue a mesma fórmula típica de terror. Uma família relativamente comum começa a passar por situações sobrenaturais e busca ajuda em alguma instituição religiosa para solucionar. Essa estrutura de roteiro não é novidade e a receita em si não é ruim, o problema é o desgaste do quanto ela já foi usada, até mesmo dentro o próprio universo de Invocação do Mal, chegando a beirar o óbvio. Com isso, alguns dos sustos já são pré-determinados pela iluminação ou trilha sonora, mas ainda assim é possível sentir fortes palpitações com algumas da aparições da Chorona. Ainda salva um tempinho para uma referência à Annabelle, visto que o padre Perez (Ricardo Mamood-Vega), que “salva” a família da boneca, aparece e faz uma menção ao assunto. Sem dúvidas, o longa como um todo não é a melhor produção do Universo Invocação do Mal. Para quem acompanha os filmes, deve ter percebido que a qualidade foi caindo desde o primeiro filme, e o lançamento anterior (A Freira), foi um dos mais decepcionantes. Contudo, A Maldição da Chorona supera seu antecessor e deixa, ao final, a dúvida quanto a possibilidade de uma sequência do mesmo filme ou somente da franquia. Agora, resta esperar e que, nos próximos, venham boas novidades. // zint.online | 37
MENINAS MALVADAS
OS 15 ANOS DE 38 | zint.online
por
carolina cassese
po r bruna curi diagramação
vics
Qual é o diferencial
de MENINAS MALVADAS e por que o filme continua sendo tão popular? O longa, que completou 15 anos em abril, se tornou um verdadeiro clássico do ambiente high school, conseguindo a proeza de, mesmo depois de tantos anos, continuar agradar públicos diversos. Baseado no livro Queen Bees and Wannabes, de Rosalind Wiseman, e nas experiências escolares da roteirista Tina Fey, o filme gira em torno da vida de Cady Heron (Lindsay Lohan), uma adolescente que passou boa parte de sua vida morando na África junto de seus pais, um casal de zoólogos e pesquisadores. Por conta do estilo de vida de sua família, o crescimento e a educação de Cady foi diferente de outros jovens; ao invés de frequentar uma escola, ela era educada em casa por seus pais. Porém, essa situação muda quando sua família retorna para os Estados Unidos. A adolescente é matriculada no Colégio North Shore e vai frequentar a escola pela primeira vez na vida. Ao mesmo tempo que isso parece empolgante, o ensino médio também pode ser aterrorizante. O primeiro dia de Cady no novo colégio não é um dos melhores, mas não demora muito para ela torna-se amiga de Janis Ian (Lizzy Caplan) e Damian (Daniel Franzese), que são “excluídos” na hierarquia social da escola. Além disso, ela também conhece as Plásticas, o grupo das garotas mais populares da escola. O grupo é formado por: Gretchen Wieners (Lacey Chabert), Karen Smith (Amanda Seyfried) e Regina George (Rachel McAdams). Regina George é conhecida como a “abelha rainha” e pelo seu comportamento malvado com os outros alunos. Apesar de ser amada por uns e odiada por outros, todos falam e fofocam a respeito de sua vida, como é demonstrado em uma cena do longa:
“Regina George, como é que eu posso começar a explicar Regina George? A Regina George é perfeita. Ela tem duas bolsas de pele e um carro importado prateado. O cabelo dela está no seguro por US$10.000,00. Soube que ela faz comerciais de carro… no Japão. O filme que ela mais gosta é Marcação Cerrada. Ela até conheceu o John Stamos no avião e ele disse que ela era linda. Um dia, ela me socou no rosto… isso foi irado”. Dirigido por Mark Waters, Meninas Malvadas retrata o dia a dia dos adolescentes no ensino médio. Em uma das cenas, há, inclusive, uma comparação entre o ambiente escolar com a perigosa savana africana. O fato do filme ser contado por meio do olhar de Cady, uma garota que não está acostumada com o ambiente high school, faz com que o espectador compartilhe de sua estranheza. São representadas confusões entre os alunos, a busca pela popularidade e outros “problemas” que envolvem essa fase da vida. De alguma maneira, a savana africana parece mais civilizada do que esse ambiente repleto de egos inflados e competições supérfluas. O longa se desenrola a partir de vários arquétipos – o que de maneira nenhuma significa que ele é pouco inventivo. zint.online | 39
IMPORTÂNCIA É inegável que o longa também tem uma importância social e dá uma verdadeira aula de sororidade. O chamado Livro do Arraso, em que as garotas escrevem comentários maldosos sobre outras meninas, representa perfeitamente a nossa sociedade competitiva e sexista. A frase “Vocês precisam parar de se chamar de piranhas e vadias. Isso incentiva os homens a fazerem o mesmo”, proferida pela professora de matemática Sharon Norburie (Tina Fey), é incrivelmente atual e faz alusão a um dos principais comportamentos machistas: o slut shaming, estima social direcionado à mulheres que rompem com as expectativas tradicionais de comportamento sexual. Além de ilustrar a maneira que meninas podem ser hostis umas com as outras, Meninas Malvadas retrata a forma distorcida com que lidamos com nossos corpos. Em uma cena, Cady está na casa de Regina e todas as garotas passam a listar seus próprios defeitos (“Meus poros estão horríveis”, “Meu cabelo é tão estranho…”). A personagem principal não lida de forma natural com a situação, pois não está acostumada a se auto-depreciar. A única coisa que consegue dizer é: “Não tenho um hálito bom pela manhã”. Fica claro que as garotas que são mais cruéis com as outras também não consegue ter um olhar generoso com elas mesmas. Em uma das cenas finais, Cady finalmente se dá conta: “Chamar outra pessoa de gorda não te faz mais magra. Chamar alguém de estúpido não te faz mais inteligente. Estragar a vida da Regina George não me fez mais feliz. O que podemos fazer na vida é resolver os problemas que surgem”. 40 | zint.online
LEGADO Mesmo depois de 15 anos, Meninas Malvadas continua sendo relembrado pelos fãs e é um marco da cultura pop. A Netflix, inclusive, classifica o filme como “cult”. O longa também serviu de inspiração para o clipe de um dos mais novos hits da cantora Ariana Grande, thank u, next. O vídeo começa com depoimentos sobre a cantora, uma clara alusão à cena em que os alunos descrevem Regina George. O Livro do Arraso também está presente no clipe, além da icônica apresentação de Natal das Plásticas. No single Look What You Made Me Do, Taylor Swift utiliza uma batida idêntica à canção tema de Meninas Malvadas, fazendo referência justamente às rivalidades abordadas no filme (tema recorrente na música de Swift). Outra forma de celebrar o legado desse filme é a adaptação de Meninas Malvadas para a Broadway. Os boatos sobre a produção do musical surgiram no dia 3 de outubro de 2016, data conhecida pelos fãs como o Dia das Meninas Malvadas, em referência a cena em que Aaron Samuels (Jonathan Bennett) pergunta à Cady o dia – era dia 3 de outubro. Mean Girls, o musical, estreou na Broadway em abril do ano passado, sendo dividido em dois atos e com 25 números musicais, que conseguem transparecer a essência icônica de Meninas Malvadas. E nunca se esqueçam: às quartas-feiras, nós usamos rosa! // zint.online | 41
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música
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O EMPODERADO MUNDO DE
t e xt o e diagramação por vics
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OUÇA O ÁLBUM
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O
número musical que abriu a turnê de HAIM e Florence + the Machine. A convidada especial de Janelle Monáe no set do Coachella 2019. Nos palcos, Melissa Viviane Jefferson adota o nome artístico LIZZO, uma cantora-compositora, rapper e flautista de 30 anos, nascida em Houston, no Texas. Apostando em uma mistura de hip-hop, R&B e pop, a artista já possui dois álbuns lançados, com o terceiro saindo sob o selo da Atlantic Records. Um figura relativamente conhecida da música alternativa, Lizzo estabeleceu sua força na internet, com uma base de fãs sólida e algumas músicas famosas – como é o caso de Fitness. Com dois discos até então, sua fama foi o suficiente para dar a ela a oportunidade de entrar em tour com grandes nomes da música, e até ser convidada como jurada da décima temporada de um de seus programas favoritos: RuPaul’s Drag Race. Em 2019, a cantora chega com seu mais novo carro-chefe, apresentando o tão esperando terceiro álbum de trabalho (em produção por três anos). Juice abre o ano com uma batida nostálgica, simulando umas década de 70 cheia de
funk e pop, cuja letra fala sobre auto-aceitação. Lizzo é uma mulher negra plus-size. Mas você está 100% enganado se acha que isso a impede de, por exemplo, exibir seu corpo e suas dobras na internet. A cantora advoga ativamente sobre o seu peso e sua cor, mostrando e vendendo confiança, não se deixando abalar pelas críticas de que “ninguém quer ver aquilo”. E é essa vibe que segue não só no single em questão, mas também em todo no conceito de seu álbum – e na capa, onde a cantora posa sentada no chão, completamente nua. Com uma boa recepção da crítica especializada e conseguindo entrar no almejado Top 40 de algumas influentes listas da Billboard (além do UK Singles), a artista canta majoritamente sobre auto-confiança. Ainda, ela está preocupada em levantar o espírito de si mesma e das pessoas ao seu redor, explicitado nos versos “Se eu estou brilhando, todos vão brilhar” e “Não, eu não sou um lanchinho / Veja, baby, eu sou o prato completo”.
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Juice é a escolha perfeita para apresentar um álbum que tanto promete. E é dito e feito: CUZ I LOVE YOU chegou às lojas e plataformas digitais no dia 19 de abril, recebendo a aclamação da mídia e dos fãs. O disco é aberto pela faixa-título, já apresentada ao público. Nela, Lizzo canta sobre estar apaixonada após passar tanto tempo “piranhando” por aí. Amor é um tema recorrente no álbum, as vezes em forma de amar uma pessoa e as vezes na forma de amar a si mesma. A cantora é bastante vocal sobre o que realmente importa para ela,
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escrevendo músicas que ressoam com a sua personalidade e com o que os seus fãs procuram ouvir. Lizzo passa por Cuz I Love You e Juice e entra em músicas como Like a Girl e Better In Color. Se Like a Girl é um hino de empoderamento para as mulheres como um todo, Better In Color está focada principalmente nas mulheres de cor. No primeiro caso, ela entoa versos sobre precisar fazer tudo (amar, chorar,
cair, andar, correr, brigar) como uma garota, sem se importar em se provar para os outros, mas sempre mostrando como é que se faz. No segundo, ela canta que “o amor parece melhor em cores” – big dick energy. A cantora também traz algumas faixas mais descompromissadas e divertidas (mas ainda carregadas de sentido), seguindo uma linha parecida com Juice. Tempo é o exemplo perfeito, em uma participação com a lendária Missy Elliott. Aqui, Lizzo traz uma faixa de batida forte, que segue um liricismo sobre a cantora precisar de um instrumental mais poderoso para mostrar o que ela tem a oferecer (“Músicas lentas, elas são para garotas magras / Não posso me mexer tudo isso com uma dessas / Eu sou uma mulher grande, eu preciso de um tempo / Manda ver com esse tempo“). Missy se encaixa perfeitamente na faixa, relembrando muito algo que poderia ser facilmente de seu repertório. Tempo é divertida e dançante, pronta para as pistas de
dança. Não é para menos que o lançamento do single trouxe um processo de marketing, onde os fãs mostram clipes de suas coreografias para a música, com Lizzo compartilhando alguma destas – em sua maioria, são homens e mulheres negras plus-size mostrando como é que se faz. Cuz I Love You é um álbum sólido, cheio de força e divertido, para uma cantora cuja carreira tem muito a oferecer e que claramente está explorando seu potencial. E Lizzo está crescendo de forma rápida no mercado fonográfico, ganhando cada vez mais notoriedade. Desde o lançamento de seu carro-chefe, a cantora já apareceu em alguns programas matinais e noturnos (como o talk show de Ellen DeGeneres e o programa de mesmo formato de Jimmy Fallon), além de ter a sua primeira entrada na Billboard Hot 100 com Tempo. Lizzo veio para ficar, e ninguém vai tirar isso dela! //
PLAYLIST TEMÁTICA
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televisĂŁo
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NOTA DO COLAB: ESTE TEXTO CONTÃ&#x2030;M LEVES SPOILERS. 50
Star Trek: Uma Nova Fronteira
STAR TREK é, possivelmente, a série de ficção científica mais famosa e cultuada ao redor do mundo. Frases como “Vida longa e próspera” e “Espaço, a última fronteira” são facilmente reconhecíveis entre as pessoas – mas se isso não for o suficiente, tente fazer a Saudação Vulcana (aquele símbolo feito com a mão). As aventuras da tripulação da espaçonave USS Enterprise fizeram história, dando início a uma lucrativa e importante franquia capaz de se reinventar e permanecer atual ao longo das décadas. Jornada nas Estrelas, em seu título nacional, estreou em 1966 na CBS, apresentado a tripulação liderada pelo Capitão James T. Kirk (William Shatner). A bordo da Enterprise, ele e sua equipe viajam pela Via Láctea explorando a galáxia, lidando com novos planetas e culturas, sempre em missão de paz. Ao lado de Kirk está Spock (Leonard Nimoy), seu Primeiro Oficial Comandante, e Leonard McCoy (DeForest Kelley), o Oficial Médico Chefe.
tex to e di ag ra m aç ão p or vics 51
A JAULA Renomeada ao longo dos anos como Jornada nas Estrelas: A Série Original (ou apenas TOS, na sigla original), o programa foi originalmente pensado de uma forma ligeriamente diferente. Durante sua produção inicial, em 1964, um piloto foi produzido e gravado para avaliação. Em The Cage (A Jaula, em tradução livre), James T. Kirk não existe, dando lugar ao Capitão Christopher Pike (Jeffrey Hunter), que tem como braço direito Spock (Nimoy) e a Número Um (Majel Barrett). Embora o episódio tenha sido rejeitado por ser “muito cerebral” e “devagar”, o arco é uma importante parte da história de Star Trek e foi exibido integralmente em 1988, 20 anos após o fim do programa. Cenas do capítulo, no entanto, foram adaptadas e exibidas como um episódio duplo da primeira temporada da série original, intitulado The Menagerie (S01E11 e S01E12).
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Com 53 anos de historia, Star Trek deu origem a seis séries spin-offs e 13 filmes, além de inúmeros quadrinhos, livros, jogos e revistas oficiais, que servem de combustível para uma legião de fãs conhecida como Trekkers. A produção criada por Gene Roddenberry é conhecida e amada, principalmente, por seu teor crítico e social, além do aspecto fictício e fantasioso. Jornada nas Estrelas conta histórias que, em seu cerne, falam sobre igualdade, inclusão e diversidade, usando o espaço para fazer paralelos com os Estados Unidos dos anos 60, pontuando críticas contra a guerra, nacionalismo, sexismo e racismo. Com um lacuna de uma década desde o fim da última série Star Trek (Star Trek: Enterprise, exibida entre 2001 em 2005, mostra os momentos iniciais que dão o pontapé para a Federação dos Planetas Unidos, organização cerne da mitologia Trekker) e um bem estabelecido reboot nos cinemas (ini-
ciado em 2009 com Star Trek, dirigido por J.J. Abrams, em uma linha temporal paralela), uma nova série do universo começou a ser produzida pela CBS, contínua detentora dos direitos da franquia. Em 2017, STAR TREK: DISCOVERY (STD) estreou sua primeira temporada no serviço de streaming do canal, o CBS All Access. DESCOBERTAS NAS ESTRELAS Estrelado por Sonequa Martin-Green e com o conceito criado por Bryan Fuller (que começou sua carreira como roteirista das séries Star Trek: Deep Space Nine e Star Trek: Voyager), o programa se passa entre a linha cronológica de Enterprise e TOS – aproximadamente 10 anos antes dos eventos da série original. Michael Burnham (Sonequa) é a Primeira Oficial da USS Shenzhou, comandada por Philippa Georgiou (Michelle Yeoh). Após um conflito, Burnham se vê em uma situação de perigo e decide tomar uma decisão que resulta na morte de sua Capitã e dá início a uma guerra
NA IMAGEM, DA ESQUERDA PRA DIREITA, O KELPIANO SARU, A PRIMEIRA OFICIAL MICHAEL, E A CAPITÃ PHILIPPA.
contra a vil raça Klingon. Acusada de Traição pela Federação, Michael é presa, mas eventos a colocam a bordo da tecnológica USS Discovery, formada por antigos amigos de tripulação, como o Kelpiano Saru (Doug Jones), Primeiro Oficial da espaçonave. No meio de um ambiente onde todos conhecem sua história e desconfiam de suas ações, Burnham precisa provar seu valor e reconquistar a confiança da tripulação. SAUDAÇÕES VULCANAS A primeira temporada da série tem como panos de fundo a guerra contra os Klingon, com a nave Discovery a frente das pesquisam que buscam uma forma de derrotar o sanguinário império inimigo. O grande trunfo do transporte está no que é conhecimento como Motor de Esporos, capaz de teletransporte e se manter indectável, viajando a velocidades superiores à Dobra – no universo, é a força de propulsão que as USS usam para se locomover no espaço, sendo mais rápida que a luz.
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Com 15 episódios em seu primeiro ano, Star Trek: Discovery sofreu com muitas críticas dos fãs, contrariando a boa recepção que recebeu da mídia especializada. A produção muito bem feita (principalmente no setor de efeitos especiais e fotografia) e a atuação sólida não foram suficiente para uma sonora parte dos Trekkers, que criticavam a trama e as grandes disparidades com a série original, como o Motor de Esporos, nunca antes citado na mitologia. Ainda, Michael é introduzida com a irmã adotiva de Spock, também nunca mencionada. Outros descontestamentos giravam em torno do próprio setor visual, que apresentam uma USS muito avançada tecnologicamente, considerando o que antes era visto na Enterprise. Mesmo com as referências e compartilhando do mesmo universo, a série parecia não atingir o nível esperado pelos fãs, enquanto a recepção da indústria mostrava-se contrária: STD recebeu indicações de importantes premiações, como o Saturn e o Hugo Awards (ambos premiam o melhor da ficção científica), e até mesmo do Emmy de Artes Criativas. Discovery, mesmo com a resistência inicial dos Trekkers, acabou conseguindo se consolidar e dar o pontapé necessário para dar continuidade à sua história. Com a segunda temporada aprovada, a produção preparou o Star Trek: Short Treks, uma compilação de quatro curtas de 15 minutos cada, que estendem o universo e, de alguma forma, se encaixariam ao futuro do programa. No terceiro capítulo vemos, por exemplo, como Saru adquiriu o conhecimento da Federação e saiu de uma civilização Pré-Dobra (na mitologia, a Primeira Diretriz diz que é contra a lei interferir nestas culturas, e estas sociedades devem seguir seu curso natural até atingirem capacidade de adquirirem por sí mesmos o conhecimento da tecologia de propulsão), tornando-se o primeiro e único Kelpiano parte da
Frota Estelar. Bem produzidos, os curtas mostram um cuidado ainda mais apurado para desenvolver tramas e conexões neste novo mundo. Nas entrelinhas, a produção mostra sua força e avisa, aos fãs mais difíceis, que eles estão prontos para trazerem uma segunda temporada (muito) interessante. REENCONTRANDO JORNADAS A USS Discovery retorna para a sua segunda temporada em janeiro de 2019, dando continuidade imediata aos eventos vistos no ano anterior. Nos segundos finais da primeira temporada, a nave recebe uma Saudação de ninguém menos que a USS Enterprise. Mas sem a presença de seu fiél escudeiro Spock (Ethan Peck), o público dá as boas vindas ao Capitão Christopher Pike (Anson Mount) e a seu fiél escudeira Número Um (Rebecca Romijn), em uma referência e homanegm direta ao episódio piloto descartado The Cage, citado anteriormente. Pike recebe da Federação a incubência de desvendar os mistério de misteriosos sinais vermelhos que apareceram ao longo da galáxia, tomando temporariamente a liderança da Discovery. Fica claro, de cara, que o novo ano da série evoluiu de forma exponencial. Enquanto a fotografia e os efeitos especiais se mantém sólidos e continuam a encher os olhos dos telespectadores, o roteiro e atuação tomam um passo adiante, entregando uma Jornada nas Estrelas carregada de drama e complexidade. Após brincar um pouco com a existência do Universo Espelho (já conhecida pelos fãs) e até mesmo de trazer uma nova versão da Capitã Philippa Georgiou, STD está determinada em entrar de cabeça na mitologia, ao mesmo tempo em que tece o seu próprio caminho. Com a trama girando em torno dos tais misteriosos sinais, a tripulação da Discovery é levada a diferentes (e conhecidos) locais do universo. É entre essas locações que a série se liga ao Short Treks, indo ao planeta natal de Saru e ao planeta de um
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velha amiga da cadete Sylvia Tilly (Mary Wiseman), arco que é foco no primeiro curta. Não só isso, os Trekkers tem a oportunidade de reviverem The Cage mais inteiramente, com Pike retornando à Talos para uma missão – e reencontrando, no processo, Vina (interpretada no original por Susan Oliver, e em Discovery por Melissa George). Este, inclusive, é um dos muitos pontos positivos do novo ano: STD faz um excelente trabalho com as referências, que as vezes aparecem de forma escancarada ou singela. De uma forma ou de outra, a produção encaixa-as perfeitamente ao longo de seus 14 episódios para qualquer um que conheça do universo ou gaste alguns minutos indo no Reddit ou na sessão de comentários do TV Time. PONTOS DE LUZ Aprofundando ainda mais na carga dramática, no desenvolvimento do roteiro e na expansão da mitologia, os fãs recebem mais camadas de seus personagens enquanto podem conhecem mais de perto outros – até mesmo a rede micelial, que dá carga ao Motor de Esporo, tem a oportunidade de ganhar protagonismo. Michael Burnham cede um pouco de seu papel primário, mas Sonequa ainda entrega uma sólida performance com uma personagem dura e cheia de certeza, mas abalada por seu recente e distante passado, batalhando para tentar manter seu lado humano e emocional ao mesmo tempo que exerce seu lado racional Vulcano. Saru tem a oportunidade de expandir sua histó56 | zint.online
ria, evoluindo de forma figurativa e literal, em um episódio emocional e cheio de significado. Temos até mesmo a chance de conhecer personagens antes não explorados pela série, como é o caso da ciborgue Airiam (Hannah Cheesman), que tem um arco inteiro para si, fundamental para o quebra-cabeça dos sinais misteriosos. O grande trunfo da segunda temporada de Star
Trek: Discovery fica, no entanto, com Anson Mount e seu Christopher Pike. Sendo um personagem pouco explorado da mitologia, os roteiristas preenchem as lacunas narrativas de uma forma brilhante, carregada pela carga dramática de Mount. Pike torna-se, rapidamente, amado pelo público, graças ao seu carisma, em uma personalidade que contrasta bastante com a de Burnham, por exemplo. Enquanto ela é mais reclusa, com uma barreira emocional em torno de sí, Pike é convidativo, leve e facilmente confiável, mesmo embalado dentro do decoro que seu cargo de Capitão exige. O personagem de Anson é responsável por um arco redondo na temporada, ainda servindo de ponte conectiva com outro mistério: o desaparecimento e fuga de Spock, que eles logo descobrirão estar diretamente ligado à sua missão de entender a origem e significado dos pontos vermelhos. Ethan Peck, inclusive, entrega um Spock capaz de balancear bem o maquineísmo do personagem imortalizado por Nimoy e trazer sua sua própria identidade ao icônico personagem.
Star Trek: Discovery entrega uma temporada de arcos bem amarrados, aventuras instigantes e momentos geniais, com visuais incríveis e uma trama sólida – inclusive respondendo perguntas levantadas pelos fãs que questionavam a discrepância entre esta narrativa e o original. Ainda, o seu completo senso de nostalgia não vem apenas das referências e homenagens, mas também pela construção de seu conceito, iniciada já na primeira temporada. O exemplo mais fiél disto é a sua tripulação diversa, simulando o conceito de/do mundo real: temos três negros (duas mulheres e um homem), um espécime único de sua cultura, uma ciborgue, seres com aspectos mais “alienígenas”, humanos, humanos com implementações robóticas/tecnológicas e um casal de médicos/cientistas gays. E alguns desses personagens exercem cargos de alto nível, enquanto outros tomam cargos que geralmente são interpretados pelo seu sexo oposto. Só na primeira temporada temos, por exemplo, uma atriz malasiana como a Capitã de uma USS e uma negra como Primeira Oficial, enquanto duas mulheres pilotam a Discovery (uma delas negra) e homens abertamente gays são os chefes dos departamentos Médico (este, negro) e Científico. Se isso não é Jornada nas Estrelas, só nos resta uma coisa: vida longa, próspera e paciência. //
ASSISTA
STAR TREK: DISCOVERY NA NETLIX.
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NOTA DO COLAB: ESTE TEXTO CONTÉM LEVES SPOILERS.
O mais novo mundo de Sabrina por
carolina cassese
SEXY E DIVERTIDA. Foi dessa maneira que o showrunner Roberto Aguirre-Sacasa definiu a segunda temporada de O MUNDO SOMBRIO DE SABRINA, original da Netflix. E é desse jeito, com muito mais humor e autoconfiança, que a personagem principal da série aparece logo nas primeiras cenas da segunda parte. Nessa temporada, cabe a Sabrina Spellman desafiar boa parte das normas estabelecidas pelo conservador Faustos Blackwood (Richard Coyle), Sumo Sacerdote da Igreja da Noite e Decano da Academia das Artes Ocultas.
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diagramação
vics
Para quem ainda não está familiarizado com o universo da série, vale lembrar que O Mundo Sombrio de Sabrina é inspirada nos quadrinhos homônimos, publicados pela Archie Horror. A primeira temporada, lançada em outubro de 2018, é extremamente eficiente ao realizar uma construção de mundo inventiva e apresentar bons personagens, que conseguem cativar o público.
Desta forma, ainda em dezembro do ano passado, a Netflix anunciou que a produção teria pelo menos mais duas temporadas. A mais nova, lançada no dia 5 deste mês, apresenta a nova fase de Sabrina Spellman (Kiernan Shipka), que assinou o Livro das Trevas e precisa ainda se dividir entre o mundo mortal e a Academia das Artes Ocultas. Depois do término com Harvey Kinkle (Ross Lynch), Sabrina dá cada vez mais atenção à Academia e ao mundo bruxo em geral. Logo no primeiro episódio, é possível perceber que a desigualdade de gênero será uma das principais pautas abordadas no decorrer dos episódios. Enquanto Sabrina, agora muito mais confiante, rompe com as expectativas por ser a primeira mulher a participar de uma emblemática eleição na Academia das Artes Ocultas, sua tia
Nós já escrevemos algumas vezes sobre O Mundo Sombrio de Sabrina. Para ler todas as nossas matérias relacionadas, basta clicar aqui!
Zelda (Miranda Otto) busca sair de um relacionamento abusivo e Theo (Lachlan Watson), um dos melhores amigos da protagonista, se assume como um homem transexual, lutando pelo direito de frequentar espaços masculinos na Baxter High, a escola de Greendale. Destaca-se também a naturalidade com
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TRIÂNGULO AMOROSO? NA NOVA TEMPORADA, SABRINA SE DIVIDE ENTRE OS PRETENDENTES HARVEY E NICHOLAS.
que a produção aborda a bissexualidade de Ambrose (Chance Perdomo). É interessante perceber o
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paralelo em que O Mundo Sombrio de Sabrina estabelece entre a Igreja da Noite e as religiões mais
tradicionais, dos “mortais”. Em diversos momentos, podemos perceber que os adoradores de Satã podem ser tão conservadores quanto alguns católicos ou protestantes. Personagens do mundo bruxo muitas
vezes são tão preconceituosos quanto os bullies de Baxter High. As mais variadas crenças podem se tornar extremamente dogmáticas e excludentes. A direção de arte se destaca em todos os seus detalhes em cena, bem pensados e combinando com a atmosfera de cada espaço. A técnica de embaçamento das imagens (muito presente na primeira temporada) é utilizada de maneira mais pontual e continua marcando a identidade visual da série. Outro ponto forte da produção é o desenvolvimento dos personagens: em muitos momentos, personagens secundários (como as tias Zelda e Hilda, Ambrose, Prudence e Mary Wardwell) roubam a cena – o que de maneira nenhuma desmerece a protagonista, que é bem construída e evoluí ao longo dos episódios. Sabrina está longe de ser perfeita e é passível de identificação.
No contraposto, O Mundo Sombrio de Sabrina peca em seu ritmo. Fica a sensação de que alguns episódios são meros fillers, tendo apenas a função de preencher espaço, sem acrescentar muito à trama. Assim, alguns dos seus nove capítulos parecem demasiadamente longos – em muitos, 30 minutos seriam mais do que suficientes para apresentar toda a história. Mas, em geral, as subtramas dos personagens bruxos são mais interessantes e se destacam mais do que as dos mortais. Apesar de apostar na criação de uma atmosfera sombria (como o próprio nome da série indica), a série é um entretenimento leve e ideal para todos os públicos, definitivamente fugindo de qualquer tentativa de rotula-lá apenas como “teen”. Se os episódios fossem mais curtos, mais espectadores conseguiriam se envolver de forma profunda com a trama. Fica a torcida para que as próximas temporadas de O Mundo Sombrio de Sabrina sejam mais dinâmicas, já que a riqueza deste universo permite que muitas boas histórias ainda sejam contadas. //
ASSISTA
O MUNDO SOMBRIO DE SABRINA NA NETLIX.
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Adams Foster buscam por novos problemas
AGNES NOBRE diagramação vics por
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G GOOD TROUBLE é uma série da emissora Freeform, lançada em janeiro de 2019 como spin-off de The Fosters. A produção traz de volta Callie (Maia Mitchell) e Mariana Adams Foster (Cierra Ramirez), personagens de sucesso da série-mãe, que agora, após se formarem na faculdade, decidem começar a vida adulta em Los Angeles. Elas deixam as fraternidades acadêmicas e seguem em um mini caminhão diretamente para o Coterie, uma república repleta de lofts em um teatro na cidade californiana. Assim como The Fosters, Good Trouble coloca em pauta assuntos sociais importantes, como questões raciais, imigração e LGBTfobia, desta vez deixando de lado as dificuldades da adoção e lares adotivos. No seriado que deu origem ao novo programa, cancelado após cinco temporadas, acompanhamos a história de Lena (Sherri Saum) e Stef Adams Foster (Teri Polo), um casal homossexual e mães adotivas dos gêmeos Jesus (interpretado por Jake T. Austin e posteriormente substituído por Noah Centineo) e Mariana (Cierra Ramirez), e de Brendon, filho do casamento anterior de Stef com Mike Foster (Danny Nucci). Stef e Lena se sensibilizam com a trágica vida da delinquente Callie Jacob, que passou por inúmeros
problemas em vários lares adotivos, consequentemente a levando para o reformatório. O casal decide adota-la, assim como seu irmão Jude Jacob. A produção então segue o conturbado processo de adoção e amadurecimento da garota, conhecendo o mundo real e vivendo em um ambiente familiar acolhedor, onde passa a ser compreendida. Cada membro da amada família Adams Foster ganha seus próprios aspectos pessoais e espaço para desenvolvimento, fazendo com que os espectadores sofram com seus sofrimentos, vibrem com suas conquistas e se irritem com suas ideias ruins. Um pouco inconsequentes e ainda em fase de transição da adolescência para jovens adultas, Mariana e Callie vivem conflitos profissionais de quem acabou de se formar e, ainda, aprendem a lidar com a independência financeira ao se mudarem. Os principais momentos de Good Trouble acontecem no escritório judicial onde Callie trabalha como escriturária do conservador juiz Wilson (Roger Bart) e passa por divergências todos os dias, visto que seu posicionamento político sempre bate de frente com o do chefe. Por outro lado, a outra Adams Foster trabalha na agência Speckulate como engenheira de software, enfrentando os obstáculos de um ambiente de trabalho machista, dominado por homens, em uma indústria onde a mulher é completamente desvalorizada. Mas ambas usufruem de tais situações para se destacarem e tentar mudar a realidade. Com a ausência dos outros membros da família Adams Foster, Good Trouble vai além de suas protagonistas, contando com personagens
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NA IMAGEM ACIMA, OS PERSONAGENS PRINCIPAIS DE GOOD TROUBLE
secundários bastante marcantes. Um destes exemplos é Alice (Sherry Cola), dona do Coterie, uma asiática engraçada mas que se cobra bastante para manter todos os inquilinos confortáveis e a casa em ordem. Ela vive as inseguranças da superação de um relacionamento que terminou bem até demais, gerando uma amizade com sua ex namorada, Sumi (Kara Wang). Davia (Emma Hunton), muito segura de si e seu corpo, apesar de lutar contra a gordofobia e os padrões da sociedade, mostra que é normal uma mulher forte ter seus momentos de fraqueza e ainda estar em fase de desconstrução e aprender a se valorizar. Dennis (Josh Pence), o mais velho da casa, um musico frustrado, visto por todos como um daddy galanteador que leva sempre uma companhia diferente
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para casa. É aquele quem ninguém sabe da historia, ninguém quer ouvi-lo, mas é imprevisível e se mostra sábio em suas decisões, se importando com todos – quem sabe ouvi-lo, sempre extrai algo bom. Malika (Zuri Adele), negra e militante, tem papel bastante notável, sendo o espelho de uma mulher de cor na contemporaneidade. Mesmo sofrendo por conta de seu tom pele e por ser mulher em vários aspectos (como nos relacionamentos e frustrações familiares), é capaz de se mostrar forte e bem decidida quanto seus objetivos, nunca negando ou renegando sua luta. Por fim, Gael (Tommy Martinez) é um artista plástico e designer latino que trabalha na mesma empresa que Mariana, estando em uma fase de bloqueios criativos e indecisões pessoais e profissionais. Good Trouble faz jus ao nome (tradução livre para Bom Problema), uma vez que todos os personagens tomam
decisões que, mesmo sendo bastante impulsivas, têm algum impacto, não só para si mesmos, mas para o coletivo. Apesar da impulsividade de seus atos, a racionalidade sempre vem à tona, deixando em evidência que cada um dos personagem é um trabalho em progresso. Cada um, inclusive, faz um paralelo com a nossa sociedade, adotando algumas características que faz com que a série se enquadre bastante no mundo real e atual. Não só uma série problematizadora e de cunho empoderador, Good Trouble tem uma trilha sonora bastante envolvente e sensual, adicionando à sua narração. Ainda, a produção tem como diferencial o seu enredo mutável, já que a trama não é linear em sua sequência cronológica, causando desconforto, mistério e intrigas. A primeira temporada traz 13 episódios, com a segunda já confirmada para estrear em junho deste ano, prometendo trazer mais problemas dos jovens moradores do Coterie. //
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