EDIÇÃO #6 // LIGA DA JUSTIÇA NOVEMBRO 2017
NA EDIÇÃO agath a c hr istie; aladdin ; black sails, cam ila cabello ; dr ag q u eens; f r o n tier ; gam e o f thr o n es; gr ey’s an ato m y; k evin spac ey; liga da justiça; o utlan der ; taylo r swift; teen w o l f ; ti m bur to n ; the last k in gdo m ; the tudo r s; vik in gs
editorial;
A sexta edição da revista fala sobre um dos filmes mais esperados do ano: Liga da Justiça, que reune seis dos mais importantes do universo de quadrinhos da DC. Nesse mês, o capítulo de Fotografia vem bem recheado com dois ensaios incríveis. E claro, temos a companhia das Tirinhas, Indicações e (novas) Playlists. A ZINT #6 conta com matérias sobre o universo das Drag Queens, o novo álbum da Taylor Swift e Camila Cabello oh na na. O Guia do Entretenimento figura mais uma vez na revista com três novas palavras pra você aprender. E o mês de dezembro conta com 40 grandes lançamentos, como os filmes Extraordinário e Star Wars: Os Últimos Jedi, e os próximos álbuns de Miguel e Linkin Park.. Unam-se à Liga e aproveitem!
A ZINT é uma revista mensal e gratuita voltada às áreas de Arte, Entretenimento e Cultura, em formato de publicação digital. Acreditamos na nossa independência editorial e esperamos que, dentro dos mais variados formatos de textos, possamos trazer alguma abordagem inventiva ou inédita aos assuntos que permeiam o campo do jornalismo cultural.
João Dicker & vics
Editores-chefes e idealizadores da ZINT
O QUê QUE A ZINT TEM? Aproveitando das possibilidades de uma publicação online, a revista conta com algumas interações bem legais. Para que nenhum leitor fique sem usufruir 100% do oferecemos, um manual de como funciona a ZINT.
Com uma publicação online, as possibilidades de interações são promissoras. Usando a plataforma digital ao nosso alcance, a revista pode sempre vir acompanhada de objetos interativos. A ZINT aproveita de todos esses recursos, e você pode usufruir de tudo de uma forma bastante simples e rápida. Capítulos
Em primeiro lugar, é interessante apontar que a revista funciona por Capítulos. As barras laterais correspondem ao capítulo correspondente: Azul-Céu para Séries, Verde-Grama para Filmes, Roxo para Música, Laranja para Literatura, Salmão para Fotografia, Azul-Marinho para Tirinhas, Magenta para Indicações, Verde Água para Playlists, e, claro, Amarelo para Capa e/ou Especial. Assim, fica fácil identificar o tipo de conteúdo em que você se encontra.
Vídeo e Áudio
Com uma revista de Entrenimento e Cultura em mãos, é simplesmente impossível não relacionar as matérias com um conteúdo digital. Um vídeo, um filme, uma música, uma playlist. No papel físico, tais interações são impossíveis de serem atingidas por motivos óbvios. Mas digitalmente, tudo é muito fácil. Toda vez que um matéria vier com qualquer tipo de conteúdo de Vídeo/Áudio, a imagem de destaque virá acompanhada de ícones correspondentes, como a ícone vermelha do Youtube. Se a matéria tiver mais de um conteúdio audiovisual, cada imagem disponível ao longo da matéria terá os mesmos ícones. Basta passar o mouse ou o dedo por cima da imagem, que ela se mostrará como um link. Clique, e seja redirecionado para o conteúdo! No caso de vídeos únicos (e não em playlist), o player será aberto dentro da própria revista, não interferindo na sua experiência.
Links
Além do conteúdo audiovisual principal, as vezes as matérias contém inúmeros outros links de Vídeo/ Áudio, tornando difícil colocar ícones para todos. Também acontece de uma matéria ter um link para outra matéria. Para isso, foi criado uma forma bem fácil de identifica-los: todos os links são sublinhados. O sublinhamento tem o efeito do marca-texto, parecendo que aquela parte do texto foi, de fato, destacada por um. Esta é a identificação de um link; uma linha grossa em Amarelo, a cor oficial da revista. Rodapé
O easter-egg da revista. No rodapé de cada página de matéria, no mesmo lugar da paginação, o zint. online sublinhado também é um link. Neste caso, ele leva para a versão correspondente da matéria no site, em formato blog. //
IDEALIZADORES
colab
DESENHO
colab
DIAGRAMAÇÃO
LI GA DO S S U PEr AMIGOS
|
colab
FOTOGRAFIA
colabs
TEXTO
idealizadores; joão dicker, vics
em ordem alfabética, da esquerda para a direita
eq uipe da edição
desenho; rafael rallo diagramação; maria nagib fotografia; ana luisa santos, victor piroli texto; bárbara lima, bruna curi, carolina cassese, laísa santos, laura michell, marcelo tosi, stephanie torres, sylvia amorim, victoria cunha
CALENDÁRIO CULTURAL sex.
01
DOOM VFR
ter.
War & Leisure
qua.
para pc,
The Walking Dead: The Telltale Series Collection para playstation
05
playstation 4
Knightfall
06
álbum de miguel
ESTREIA DA 1 a Temporada
Shut Eye
qua.
06 sex.
01 Songs of Experience
sex.
Xenoblade Chronicles 2
sex.
Beerbongs & Bentleys
ter.
Braco Team
01 01
Apenas um Garoto em Nova York
qui.
Duda e os Gnomos
01
álbum de POST
05
The Only Living Boy In New York
07
álbum de u2
para NINTENDO
ESTREIA DA 2 a Temporada
qui.
07
sex.
4, xbox one
Gnome Alone
EXTRAORDINÁRIO WONDER
SWITCH
MALONE
para playstation
qui.
07
4
ter.
Dead Rising 4: Frank’s Big Package
qui.
ter.
Horizon Zero Dawn Complete Edition
qui.
Yakuza Kiwami 2
ter.
Space Hulk: Deathwing
qui.
Perfeita é a Mãe 2
ter.
Steep: Winder Games Edition
qui.
O Jogo do Amor - Ódio
05
para playstation
05
para playstation
05 05
para playstation
2017
para PC,
4
07
4
FEV
para playstation
07
4, xbox one
07
Playstation 4, Xbox One
JAN
Encantados
07
MAR
4
A Bad Moms Christmas
livro de Sally
ABR
MAI
Thorne
JUN
a agenda traz as datas dos principais lançamentos do mês de DEZEMBRO para as áreas de FILMES, MÚSICA, SÉRIES, JOGOS e LITERATURA.
THE CROWN
sex.
No_One Ever Really Dies
Tokyo Xanadu Ex+
sex.
Divina Essência
Hello Neighbor
sex.
One More Light: Live
Vegas Party
sex.
Jean-Claude Van Johnson
LocoRoco 2 Remastered
sex.
The Beautiful & Damned
sex.
08 sex.
08
para pc,
sex.
08 sex.
08 sáb.
09
para Nintendo
ter.
12 qui.
14 qui.
14
para PC,
15
Switch, Ps 4, Ps Vita
15
4
álbum de g-eazy
Suburbicon: Bem-vindos ao Paraíso
Playerrunknow’s Battlegrounds
Suburbicon
One
qui.
Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas Professor Marston & The Wonder Women
21
O Poder e o Impossível
O Rei do Show
qui.
21
6 Below: Miracle On The Mountain
The Greatest Showman
qui.
Submersão
qui.
Roda Gigante
21
Star Wars: Episode VIII The Last Jedi
Submergence
28
qui.
14
Wonder Wheel
fala sério, mãe!
qui.
28 AGO
SET
park
estreia da 1 a temporada
Okami HD para Xbox
Andrade
álbum de linkin
Playstation 4, Xbox One
Star Wars: Os Últimos Jedi
JUL
livro de Helena
15
xbox one
para playstation
álbum de n.e.r.d
15
playstation 4
para pc,
ter.
12
15
ESTREIA DA 2a TEMPORADA
OUT
nov
dez
2018
dicionário // guia do entretenimento
Não é todo mundo que está imerso no mundo do entretenimento, ficando sem entender alguns (ou vários) dos termos utilizados pelas pessoas da área. E as vezes, até mesmo quem está inteirado, pode acabar desconhecendo alguma palavra do meio. Por essa e outras, a ZINT se prontificou a explicar alguns dos termos utilizados no mundo do entretenimento, em todas as áreas que a revista cobre. Mês a mês, novas palavras irão figurar por aqui, de acordo com as matérias que forem publicadas e os termos que as mesmas apresentarem. Ficar fora da conversa? Nunca mais!
l iv e-ac tion carne-e-osso // a tradução para esse termo é bastante argilosa, e é complicado encontrar algo que dê um bom significado. no entanto, LIVE-ACTION é utilizado para designar um filme (ou série) que será feito com atores reais em tela, originário de algo que era, de alguma forma, feito atráves de animação
<< Liga da Justiça (2017) é um filme live-action baseado nos famosos quadrinhos e série animada de mesmo nome, produzidos pela DC Comics. >>
d e but single música de estreia // como já estabelecido pela tradução, o debut SINGLE é a primeira faixa lançada por um artista, de forma oficial, como o pontapé de sua carreira.
<< O primeiro single lançado por Camila Cabello foi a faixa “Crying in the Club”, sendo o debut single de sua carreira solo, pós-Fifth Harmony. >>
spin-off
derivado // o sPIN-OFF é utilizado para designar séries que derivam de uma outra; filhos de suas mães. geralmente, são criados a partir de um personagem pequeno da “série-mãe”. pode acontecer, no entanto, que um spin-off derive de um dos personagens principais. << Grey’s Anatomy ganhará sua segunda série spin-off, esta focada nos bombeiros de Seatle. A personagem Ben Warren ( Jason Winston George) será a ligação entre as séries, encabeçando o spin-off. >>
SUMÁRIO [ filmes ] p.16
Os 25 anos de Aladdin Bruna Curi p.20
O estranho mundo de Tim Burton Bruna Curi
[ sé ries ] p.30
300 episódios de Grey’s Anatomy Victoria Cunha p.36
A trajetória de Teen Wolf e o final que deixa dúvidas Sylvia Amorim
[
]
música p.44
a nova taylor Stephanie Torres p.48
Coração em Havana Carol Cassese p.50
Drag, Diversão e Diversidade Marcelo Tosi
[
especial p.56
]
O legado sombrio de Kevin Spacey Barbara Lima
[
capa p.62
]
pág.
62
Liga da Justiça vics
pág.
30
pág.
48
[
]
literatura p.88
A Rainha do Crime Laísa Santos
[
]
indicações p.92
Séries de época: Aventura Laura Michell
[
tirinhas p.98
]
Mortadela Rafael Rallo p.99
Memória Rafael Rallo
[
fotografia p.102
]
Ensaio
Victor Piroli p.110
(Re)existência Ana Luisa Santos
[
playlists p.138
]
Todas
Equipe ZINT
SUMÁRIO
[
filmes
]
Os 25 anos // TEX TO
“A
Bruna Curi
noite da Arábia e o dia também. É sempre tão quente. Que faz com que a gente se sinta tão bem”. Se você cresceu assistindo às animações clássicas da Disney no cinema ou em casa através do VHS, é provável que você conheça esse trecho 16| zint.online
// d i ag ra mação
Maria Nagib
da música Noites da Arábia, que faz parte da trilha sonora de Aladdin. Há 25 anos, a animação estava chegando aos cinemas, arrecadando aproximadamente US$ 19,2 milhões na primeira semana, ficando em segundo lugar nas bilheterias, perdendo apenas para
de Aladdin Esqueceram de Mim 2 – Perdido em Nova York. O filme teve uma boa recepção pela crítica especializada: sua aprovação no agregador de críticas Rotten Tomatoes é de 94%. Aladdin foi um dos filmes mais bem-sucedidos de 1992, marcando uma geração. A trama foi baseada no conto “Aladim e a Lâmpada Mágica”, do livro As Mil e Uma Noites, e adaptada para se tornar mais atraente para o público infantil. A história gira em torno de Aladdin (Scott
Weinger), um jovem ladrão que vive nas ruas de Agrabah, que precisa roubar para sobreviver e se mete em diversas confusões ao lado de seu fiel companheiro macaco Abu. Cansado de roubar e com os sonhos de levar uma vida melhor no futuro, Aladdin decide arriscar sua vida ao entrar na Caverna das Maravilhas, um local que só pode ser adentrado por alguém que tenha um coração puro, um verdadeiro diamante bruto. Tudo zint.online | 17
isso faz parte do plano do maligno Jafar (Jonathan Freeman), o vizir do palácio de Agrabag, que pretende colocar suas mãos na lâmpada mágica, que se encontra na Caverna das Maravilhas. Porém, diferente do plano inicial do vilão, Aladdin consegue pegar a lâmpada para si. Uma vida de luxo tem seu preço, assim como a magia tem suas consequências. Essas são algumas das lições que Aladdin aprende ao longo da trama. Com o objetivo de conquistar o coração da princesa Jasmine (Linda Larkin) e a aprovação do sultão (Douglas Seale), Aladdin decide usar a mágica do Gênio da lâmpada mágica (Robin Williams) para ficar rico, se tornar verdadeiro príncipe. É assim que nasce Ali Ababwa, um pretendente que está disposto a conquistar o coração da princesa de Agrabah.
18|
zint.online
Trata-se de um filme recheado de vários momentos engraçados, a maioria deles graças ao Gênio – o icônico personagem foi escrito pensando em Robin Williams, com a possibilidade de o ator usar todo o seu talento de improvisação, e assim foi feito. Além disso, Jafar consegue sustentar o seu papel de vilão durante a trama, mostrando-se realmente maléfico em determinados momentos, podendo ser considerado como um dos mais temíveis vilões do universo da Disney. Outro fator que se destaca no filme é sua trilha sonora, recheada de canções inesquecíveis. A maioria dos prêmios e indicações que o filme recebeu foram para suas músicas. Aladdin ganhou dois Oscar pela melhor trilha sonora e pela melhor canção original por A Whole New World e, ainda, recebeu indicações pela melhor canção Friend Like Me.
Essa animação da Disney é um verdadeiro clássico, daqueles que jamais envelhece. Aladdin foi um filme que marcou a vida de inúmeras pessoas devido a sua história repleta de aventuras e personagens cativantes, sendo capaz de continuar emocionando as pessoas mesmo após 25 anos de seu lançamento. Live-action
Durante a D23 Expo, a Disney anunciou o elenco oficial responsável por vida aos personagens da versão live-action de Alladin, que já está sendo produzida e que tem previsão de estreia para 24 de maio de 2019. Marwan Kenzari será o vilão Jafar, Naomi Scott será Jasmine, Mena Massoud interpretará Aladdin e Will Smith fará o Gênio da Lâmpada. Durante
a exposição, a Disney também revelou o nome de outros personagens e atores que também vão estar presentes na trama, podendo diferenciar-se em alguns aspectos do clássico de 1992: Navid Negahban dará vida ao Sultão, Nasim Pedrad será Dalia, Billy Magnussen será o príncipe Anders e Numan Acar fará Hakim. Apesar de já ter todo seu elenco principal anunciado, assim como o diretor, Guy Ritchie (Sherlock Homes e Rei Arthur: A Lenda da Espada), não se tem muitas informações a respeito do filme. Para mais informações sobre o filme é preciso esperar por mais um tempo, mas uma coisa é certa: esse live-action tem grandes chances de ser um grande sucesso e um grande marco para inúmeras pessoas, assim como aconteceu com a animação de 1992. //
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O estranho mundo de Tim Burton // T E XT O
20
Bruna Curi
// d i ag ra mação
Maria Nagib
P
eculiar, imaginativo e perdido em seus próprios pensamentos. Essas são algumas palavras que servem para descrever o diretor, produtor e roteirista Tim Burton, que além de contar com mais de 20 filmes em sua filmografia, completa 35 anos de carreira em 2017. Timothy “Tim” Willian Burton nasceu em 1958 na cidade de Burbank, Califórnia. Ele é o filho mais velho de Bill Burton e Jean
Erickson, mas mesmo tendo um irmão mais novo, Tim podia ser considerado um garoto solitário, durante sua infância. Ele também tinha dificuldades em sua vida escolar e como forma de fugir da realidade gostava de ler os clássicos sombrios de Edgar Allan Poe e de assistir filmes de terror de baixo orçamento. O pequeno Tim também tinha afinidade pelos desenhos e, após terminar o colegial, ganhou uma bolsa da Disney para estudar no Instituto das Artes da Califórnia na cidade de Valencia, na Califórnia. Estudou animação zint.online | 21
por três anos e depois foi contratado como aprendiz de animador pelo Walt Disney Studios. Burton chegou a trabalhar na equipe técnica do filme O Cão e a Raposa (1981), mas ficou insatisfeito com a direção artística do filme. Foi durante esse período que o cineasta fez seus três primeiros curtas metragens: a animação em stop-motion Vincent (1982) e dois live-actions João e Maria (1983) e Frankenweenie (1984). Esse último contava a estória de um cachorro que foi morto em um atropelamento e que acaba sendo ressuscitado, em uma analogia ao mostro Frankenstein. Contudo, Frankenweenie foi considerado muito sombrio para os padrões da Disney, o que acarretou na demissão de Tim. Fora do Walt Disney Studios, Burton passou a ter maior liberdade de criação e aos poucos foi se transformando em um dos cineastas mais inventivos de sua geração.
Influências Filmes como Edward Mãos de Tesoura (1990), Batman: O Retorno (1992), A Fantástica Fabrica de Chocolate (2005) e Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007) apresentam algumas características em comum: os roteiros abordam os medos humanos; os cenários se deformam; os ambientes são obscuros e os atores trabalham com expressões exageradas. Essas são características do Expressionismo Alemão, movimento cinematográfico que se deu na Alemanha no inicio do século XX, e que é uma das grandes influências de Tim Burton. Outra forte influência do diretor é o escritor Edgar Allan Poe. Os filmes de Tim quase sempre trazem universos macabros, em que o mundo dos mortos é mais interessante do que o mundo dos vivos. Em alguns filmes é perceptível a cena de criaturas mortas tirando suas cabeças para recitar
Um do s per so n agen s m ais m ar can tes de M ichael K eato n fo i co m o o per so n agem -título de “Beetlejuice”
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zint.online
Bur to n dur an te a pr o dução de “Batm an ” ( 19 8 9 ) , ao lado de M ichael K eato n ( Batm an ) e Jack N icho lso n ( Co r in ga)
Shakespeare no Halloween, o assassinato de uma jovem noiva e até mesmo crianças revivendo um cachorro no estilo Frankenstein. Toda essa atmosfera sombria e a obsessão por narrativas macabras apenas reforça o quão grande é a influência, direta ou indireta, de Poe na carreira de Burton e isso foi um fato importante para formar a identidade do diretor, que é conhecido por seus filmes peculiares. A figura cinematográfica do ator Vincent Price também teve uma grande importância durante a infância de Tim Burton. Anos mais tarde isso se tornou evidente no curta Vincent, que conta a infância do jovem e excêntrico Vincent Malloy. O filme é em forma de poema, escrito por Burton e narrado por Price, o que reforça a admiração do diretor pelo ator. Principais Trabalhos Tim Burton é um cineasta que soube, em sua carreira, transitar entre os filmes autorais, como Edward Mãos de Tesoura (1990), e alguns blockbusters ou filmes de estúdios, como Alice no País das Maravilhas (2010). Sendo assim, durante seus 35 anos de carreira, atuando como diretor, produtor, roteirista e com uma filmografia de mais de 20 filmes, existem alguns trabalhos que se destacaram. Os Fantasmas se Divertem (1988) foi o primeiro sucesso da carreira do diretor. O filme reúne com humor, os delírios e a estética que seguiria. Os pontos altos e que se destacam são: as piadas ágeis, a música do final e a maquiagem carregada no rosto de Michael Keaton. Atualmente, há quem diga que o
diretor seja um dos responsáveis pelo atual subgênero de super-heróis no cinema, devido a seu filme Batman (1989). Com uma construção de atmosfera impressionante, dando vida a uma Gotham City esfumaçada e soturna, uma representação poderosa do consagrado vilão, Coringa, e uma direção consistente, o longa alcançou sucesso de público e crítica. O filme Edward Mãos de Tesoura pode ser considerado um dos trabalhos mais populares de Tim. Neste filme acompanhamos a trajetória de Edward (Johnny Depp), uma figura atormentada que simbolizava e causava medo das pessoas, mas depois gerava um encantamento. Existe certa poética no filme, que fica mais evidenciada no final do longa, o que aumenta a mitologia em torno de um homem com mãos de tesoura. O stop-motion O Estranho Mundo de Jack (1993) também foi um filme que marcou a carreira do diretor, podendo ser considerado uma das mais inventivas animações de todos os tempos, no aspecto da narrativa e cinematógrafo. O filme conta a história de Jack Skellington (Chris Sarandon), que é considerado o “Rei das Abóboras” na cidadezinha de Halloween Town. Porém, tudo toma um rumo diferente quando Jack acaba indo parar na Cidade do Natal, um lugar alegre, maravilhoso e extremamente colorido, totalmente o oposto de Halloween Town. A partir desse momento, Jack resolve levar o “Natal” para sua cidade o que desencadeia inúmeras confusões. A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999), por sua vez, é um filme em que Burton consegue criar zint.online | 23
" O Estr an h o M un do de Jac k" to r no u - se u m dos m ai ore s cl ás s i co s d e H a l l o w een, marcan do o ci n e m a c om o u m to d o
um cinema fantástico, que transita entre a fantasia, o delírio, o sonho infantil e o terror gótico. As florestas com árvores retorcidas, um fantasma movido por um desejo e uma fotografia gélida conseguem criar um dos trabalhos mais góticos de toda a carreira do diretor. O alívio cômico do filme está presente no personagem Ichabod Crane (Johnny Depp), mas isso não muda o fato de que é uma história de terror. Em Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003) o diretor consegue reunir o humor, o drama, grandes personagens e o equilíbrio visual em uma só obra. Na trama acompanhamos a tentativa de William (Ewan McGregor) reconstruir a história de seu pai: Edward Bloom (Albert Finney). Como não possui muitas informações, ele acaba completando os espaços vazios com histórias maravilhosas que dão nome ao filme. Nesta obra, Tim Burton consegue criar uma ambiguidade entre a realidade e a fantasia, é a química perfeita. Fantástica Fábrica Uma característica marcante do diretor é o seu gosto por releituras. Burton não faz refilmagens, ele dá a sua própria visão sobre a outra obra. Um dos casos mais famosos foi o filme A Fantástica Fábrica de Chocolate, inspirada na obra do escritor britânico Roald Dahl. A primeira versão, dirigida por Mel Stuart em 1971, se tornou um 24| zint.online
clássico rapidamente, tornando a missão de refilmar um clássico do cinema não é uma tarefa fácil e aí está o ponto central da questão: A Fantástica Fábrica de Chocolate, de Tim Burton, não é uma refilmagem. O filme é uma versão cinematográfica da história criada por Dahl, mas com o olhar específico de Burton em relação à obra. A trama gira em torno de Charlie Bucket (Freddie Highmore), um garoto pobre que leva uma vida simples e humilde ao lado de sua família. A casa onde moram é pequena e torta e na maioria dos dias só tem sopa de repolho para o jantar. A família do garoto é composta por seus pais (interpretados por Helena Boham Carter e Noah Taylor) e seus quatro avós doentes, que não saem da cama – um deles é o vovô Joe (David Kelly), que já trabalhou para o mais excêntrico e famoso fabricante de doces: Willy Wonka (Johnny Depp). Um dos maiores sonhos de Charlie era conhecer Willy Wonka, mas ele sabe que isso dificilmente aconteceria já que há anos ninguém o via sair da sua fábrica, apenas os chocolates saíam de lá. Porém, essa situação muda quando o chocolateiro lança um concurso mundial: cinco barras de chocolate, o Wonka Bar, vem premiados com um tíquete dourado que dá ao premiado o direito de visitar a fábrica e de conhecer o tão famoso Willy Wonka em pessoa. Enquanto milhares de crianças ao redor do mundo compram as barras na tentativa
de encontrar as barras premiadas, Charlie tem poucas chances de encontrar o tíquete dourado uma vez que a condição financeira de sua família é difícil e ele não tem como comprar várias barras. Porém, devido a um tremendo golpe de sorte do destino, Charlie se torna uma das cinco crianças sortudas que terá a chance de conhecer a fábrica, juntamente de seu grande ídolo: Willy Wonka. O telespectador passa a acompanhar a trajetória de Charlie, ao lado do vovô Joe, na fantástica fábrica de chocolate. Além deles, as outras quatro crianças acompanhadas de seus pais: Augustus Gloop (Philip Wiegratz) um garoto da Alemanha que é apaixonado por chocolate; Veruca Salt (Julia Winter) uma menina extremamente mimada por seus pais; Violet Beauregarde (AnnaSophia Robb) que foi criada por sua mãe para ser uma vencedora, de forma que é uma garota extremamente competitiva e por último temos Mike Tavee (Jordan Fry) que é o tradicional “pirralho chato”, um menino viciado em videoga-
“A Fan tást i ca Fábri ca de Ch oco lat e ” é a qui n ta colaboraç ão e n t re T i m B urton e Joh n n y De p p
me, que odeia chocolate e que acha que sabe de tudo. Para Burton, Roald Dahl foi um dos primeiros escritores que conseguiu captar bem a combinação de luz e escuridão, além de ter certo humor, ser politicamente incorreto e conseguir unir todas as coisas que adoramos quando crianças e adultos. Durante o longa é difícil dizer onde Roald acaba e Tim começa, os dois conseguem formar uma ótima combinação. Tim Burton consegue transformar A Fantástica Fábrica de Chocolates em parte dos filmes que compõe o seu universo. Mesmo se tratando de uma história criada por Roald Dahl, o diretor conseguiu deixar sua marca. Os cenários são fenomenais, algo que se deve aos efeitos digitais utilizados e a equipe do designer de produção Alex McDowell, que fez um trabalho fabuloso ao recriar o jardim comestível e a cascata de chocolate. Além disso, Tim também incluiu trechos do livro de Dahl, expandindo assim o mundo fantasioso de Wonka. //
Jo hn n y Depp, Helen a Bo n ham Car ter e Tim Bur to n dur an te as film agen s de “Sween ey To dd: O Bar beir o Dem o n íaco da R ua Fleet”
Johnny, Tim e Helena
O diretor também é conhecido por suas parcerias com os atores Johnny Depp e Helena Boham Carter que, na maioria das vezes, estão presentes em seus filmes. Ao todo são seis trabalhos envolvendo a dupla: A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), A Noiva Cadáver (2005), Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007), Alice no País das Maravilhas (2010), Sombras da Noite (2012) e Alice Através do Espelho (2016). Foi através de Edward Mãos de Tesoura (1990) – que mais tarde viria a se tornar um dos clássicos do cinema – que a dupla Burton e Depp se uniu. Johnny foi escalado para o papel principal do filme: Edward. Com roupas pretas, uma maquiagem bastante carregada e poucas falas o ator tornou sua interpretação memorável ao criar um personagem que conseguia transmitir sua inocência através de um simples olhar. Foi após este trabalho que se iniciou a amizade duradoura e a parceria profissional entre o diretor e o ator. 26| zint.online
Já a trajetória de Tim e Helena Boham Carter se deu através do filme Planeta dos Macacos (2001), onde a atriz interpretou Ari, uma chimpanzé fêmea que protesta contra o modo como os humanos são tratados. Ao longo da trama ela ajuda Leo (Mark Wahlberg) a liderar a rebelião, além de desenvolver uma atração romântica pelo mesmo. Os dois se conheceram nos bastidores do filme e não demorou muito para que eles se envolvessem, contudo o relacionamento chegou ao fim em 2014 quando eles anunciaram a separação. O Mundo de Burton em BH No início de outubro, Belo Horizonte recebeu a exposição Tim Burton e Suas Histórias Peculiares. O projeto foi realizado no Sesc Palladium, que fica na região Central da capital mineira, fez um verdadeiro mergulho – através de filmes, palestras e atividades variadas – na vida e no estilo peculiar do diretor. O primeiro dia da atração contou com a exibição de três filmes famosos de Tim: O Estranho
Mundo de Jack, Os Fantasmas de Divertem e Batman. O responsável por trás dessa escolha foi Breno Lira Gomes, o curador da exposição. Em entrevista para o jornal O Tempo, Gomes explicou que não foi uma escolha fácil decidir quais filmes seriam exibidos: “Optei por filmes que uma geração mais nova de fãs do Burton pode não ter visto no cinema. Eu tenho 38 anos, cresci no interior e nunca os vi na tela grande. Pensei em pais que viram esses títulos quando jovens e vão levar seus filhos agora”. O objetivo da exposição foi mostrar a trajetória de um dos cineastas mais importantes de Hollywood, que tem sua carreira marcada por suas ideias peculiares, personagens estranhos e
“T i m Burt on e Su a s H i stó r i a s P e c ul i a re s” f i c o u em e xp os i ção d u r a nte u m m ês no S e s c Pal l a d i u m , m esm o sem a p re s e n ç a de seu i nsp i r a d o r
uma grande originalidade. Por mais que Burton esteja passando por certo declínio criativo, não há como não valorizar a importância do diretor para o cinema norte-americano, uma vez que ele já foi considerado uma das mentes mais inventivas e originais. O Rei das Abóboras querendo substituir o Papai Noel. Uma noiva assassinada. Um cavaleiro sem cabeça. Um barbeiro demoníaco. Um cachorro ressuscitado. Todas essas são algumas das marcas criadas por Tim Burton: um verdadeiro sonhador que prefere o mundo dos mortos, que se inclina para o gótico, dá vida a personagens estranhos e cria filmes memoráveis com seu olhar. //
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[
sĂŠries
]
300 episódios de
Grey's Anatomy VICTORIA CUNHA // d iagra m ação VICS // T E XT O
Alguns acham que já passou da hora da série acabar, enquanto outros batem na tecla de que Grey’s Anatomy só chegará ao fim quando Ellen Pompeo, atriz que carrega a vida da guerreira cirurgiã Meredith Grey, morrer. De qualquer forma, o fato é A Anatomia de Grey, título brasileiro que recebeu no país, está no ar há 12 anos e segue firme na sua 14ª temporada, mesmo que grande parte do elenco não seja o mesmo desde seu lançamento. Mas como, após tanto tempo de trama, Grey’s Anatomy consegue fazer tanto sucesso? A receita é bem simples: a série conta com os mais diferentes dramas, como uma bomba no hospital, tiroteio, sequestro, incêndio, afogamento, acidente de avião, acidente de carro, acidente de trem, acidente de carro com trem, dramas familiares, e, last but not least, morte de colegas e entes queridos. Shonda Rhimes, criadora e produtora da série, é conhecida pelos dramas e pela sutileza de levar uma surpresa ao público, sendo GA a porta de abertura para todos esses choques. A diretora executiva da famosa revista Entertainment Weekly, Lori Majewski, comenta que “Grey’s Anatomy não é apenas um show, é um fenômeno. Quando a final vai ao ar, Nova Iorque inteira fica vazia. É uma ótima noite para conseguir mesas nos restaurantes mais badalados, inclusive”. No primeiro episódio, participamos do primeiro dia de estágio dos cinco internos Meredith Grey, Cristina Yang (Sandra Oh), George O’Malley (T. R. Knight), Izzie Stevens (Katherine Heigl) e Alex Karev (Justin Chambers) no hospital Seattle Grace (ou Seattle Grace Mercy West, atual Grey Sloan Memorial), um dos
ATENÇÃO! O texto contém sérios spoilers e é indicado apenas para aqueles que querem reaver os sofrimentos que passaram ao longo dessas 14 temporadas
M er edith co m em o r a a m aio r co n quista que um m édico po de ter den tr o do un iver so Gr ey' s: seu pr êm io do Har per Avery Awar d ( S14E0 7)
mais famosos dos Estados Unidos. Durante as temporadas, é possível acompanhar o desenvolvimento dos personagens, tanto como médicos quanto como adultos, tendo que lidar com problemas cada vez mais importantes, como preconceitos, justiça e família. Desde o começo da série, é possível detectar um grande foco ao desenvolvimento de cada personagem, coisa que Shonda Rhimes sempre fez questão de exaltar. Meredith, por exemplo, se mostra uma pessoa traumatizada, sistemática e de muito foco, algo que é justificado ao explicar a história com sua mãe, famosa cirurgiã Ellis Grey (Kate Burton). Além de Mer, o personagem de Alex também demonstra grande mudança durante os mais de 10 anos de história no hospital: no início da trama, o então interno era considerado o “hétero top”, que se envolvia com várias mulheres e não se apegava a nenhuma, além de ser preconceituoso e fazer piadas de mau gosto. Hoje em dia, já na 14ª temporada, a personagem de Alex é o que mais capta a atenção dos espectadores, com seu amor pela medicina pediátrica e seu desenvolvimento pessoal e respeitoso. Por se tratar de um drama médico, é inevitável que tenhamos que assistir pacientes morrendo e sofrendo com cirurgias e doenças das mais inusitadas possíveis, mas ver os personagens principais morrendo e sofrendo não era tão esperado assim. Da longa 32| zint.online
lista de personagens mortos que já passaram pela série, que conta com mais de 15, sendo cinco delas incrivelmente doloridas (veja o box). Como se não bastasse, GA fez tanto sucesso que Shonda decidiu investir em spin-offs – Private Practice foi o primeiro a ser lançado, em 2007, para focar na vida pessoal de Addison Montgomery (Kate Walsh), primeira mulher de Derek Shepherd (Patrick Dempsey). Addison participa de Grey’s como cirurgiã obstetra no hospital Seattle Grace até a terceira temporada, e então se muda para Los Angeles para trabalhar em uma clínica privada, sendo então a protagonista de Private. No spin-off, também é possível conhecer mais da história de Amelia Shepherd (Caterina Scorsone), melhor amiga de Addison e irmã de Derek, que entra para o elenco fixo de Grey’s Anatomy na 9ª temporada. Além de Private, Rhimes e o canal norte-americano ABC, que produz e exibe a série, já encomendaram um novo spin-off com o foco no corpo de bombeiros de Seattle. Ainda sem nome, a série terá o personagem fixo de Grey's Ben Warren (Jason George) no comando do núcleo de bombeiros, mas já sabemos que um grande drama familiar vem por aí, já que sua mulher Miranda Bailey (Chandra Wilson), Cirurgiã-Chefe do hospital, não está gostando da história de ele treinar para se tornar um bombeiro. //
O s úni cos r eman escen tes d o e len co o r iginal de int e rn os do hosp ital, Alex e Me redi th p ossu em u ma das ami zades mais fortes da t e le vi são
PLAYLIST temática
» me lhore s e p i s ód i os #1 // S06E23 & S06E24 “Sanctuary” e “Death and All His Friends”,
» p i o r es m o r t es #1; S05E24 George O’Malley
#2; S08E24 “Flight”
#2; S08E24 Lexie Grey
#3; S02E17 “As We Know It”
#2; S09E01 Mark Sloan
#4; S05E24 “Now or Never”
#4; S11E21 Derek Shepherd
#5; S02E06 “Into You Like a Train”
#5; S02E27 Denny Duquette
» me lhor e s ca s a i s #1; MerDer Meredith Grey &
» P I O R ES c asai s
Derek Shepherd
#1; Meredith Grey & George O’Malley
#2; Slexie Lexie Grey & Mark Sloan
#2; Izzie Stevens & George O’Malley
#3; Calzona Callie Torres & Arizona Robbin
#3; Jackson Avery & Maggie Pierce
#4; Jolex Alex Karev & Jo Wilson
#4; Owen Hunt & Teddy Altman
#5; Japril April Kepner & Jackson Avery
#5; Alex Karev & Ava/Rebecca Pope
A trajetória de
Teen Wolf e o final que deixa dúvidas
// T E XT O
sylvia amorim
// d i ag ra mação
ATENÇÃO! O texto contém fortes spoilers. Se você não assistiu à temporada final e não gosta de informações estraga-prazer, aconselho a não seguir com a leitura.
VICS
N
No dia 5 de junho de 2011, o primeiro episódio de Teen Wolf ia ao ar pelo canal norte-americano MTV. Intitulado Wolf Moon, o capítulo marcou o início da série criada por Jeff Davis, apresentando o mundo sobrenatural e misterioso da fictícia Beacon Hills. A série acabou no dia 24 de setembro desse ano, em seu 100º episódio, após seis anos de sucesso e de conquistar fãs no mundo todo. O episódio final, que gerou grande ansiedade e curiosidade a respeito de seu desfecho, acabou por deixar muitas possibilidades em aberto. Apesar disso, o legado que a história desse mundo sobrenatural deixou será sempre lembrado por muitos fãs. A evolução da série ao longo dos anos é nítida. A primeira temporada se ateve ao drama dos lobisomens, mas durante os anos seguintes, o mundo sobrenatural vai ficando muito mais extenso. Inicialmente, a história gira em torno de Scott McCall (Tyler Posey), um adolescente normal que tem sua vida transformada após ser mordido por um lobisomem, o que o leva a entrar em contato com um mundo desconhecido e uma parte aterrorizante de Beacon Hills. Mais forte, rápido e ágil, a vida de Scott muda também com a chegada de uma nova garota, Allison Argent (Crystal Reed), à cidade, por quem acaba se apaixonando. As coisas se complicam
ainda mais quando ele descobre que o pai de Allison, Chris (JR Bourne), é um caçador de lobisomens. Com o desenrolar da trama, descobrimos que a cidade carrega o segredo obscuro da presença de seres sobrenaturais há muito tempo, como é o caso de Derek Hale (Tyler Hoechlin), um lobisomem mais velho e mentor de Scott, e um dos personagens mais marcantes da série. As criaturas sobrenaturais, no entanto, não param em apenas lobisomens. Jackson Whitemore (Colton Haynes), atleta do time de lacrosse da Beacon Hills High School e o garoto mais popular do colégio, é um kanima, criatura metamorfa de forma reptiliana. Lydia Martin (Holland Roden), “rainha” da escola, é uma banshee, tornando-a capaz de prever quando uma morte vai acontecer e tem poderes extraordinários com as ondas sonoras de sua voz. A série é marcada, no início, por um Scott cheio de dificuldades para se controlar durante a lua cheia, levando bom tempo da trama para se desenvolver e acabar se tornando um "alpha genuíno". Na mitologia de Teen Wolf, o alpha é a posição mais alta da hierarquia de lobisomens e pode ser alcançada de duas maneiras: matando outro da espécie, ou por meio de ações e escolhas justas. O segundo caso é a forma para virar um alpha genuíno. Na missão de proteger a cidade, Scott contou com a ajuda de seu melhor amigo, Stiles (Dylan O’Brien), o personagem mais querido pelos fãs da série. Stiles é engraçado, inteligente e desastrado. A amizade entre os dois é um dos pontos fortes da série; mais que amigos, ao longo dos anos eles se tornaram irmãos, encontrando, um no outro, o apoio que precisavam. Stiles também é apaixonado por investigações e mistérios, e auxilia o amigo a descobrir quem o mordeu, além de ser responsável pela resolução de diversos conflitos ao longo das temporadas. Com seu jeito “bobão”, ele alegrava a trama, trazendo a dose certa de humor. Sempre foi apaixonado por Lydia, mas o casal, mesmo fortemente incentivado pelos fãs, só aconteceu no sexto ano. Além deles, muitas pessoas ajudam Scott em sua jornada. Sua mãe, Melissa McCall (Melissa Ponzio), eventualmente descobre o segredo do filho e passa a lutar com garra para o proteger, mesmo sendo mortal. T y l er p o sey c o m o s co tt m ccall
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Da esq uer da par a dir eita: Ly d i a , J ac kso n, Der ek , Stiles, Alliso n e Sco tt
O pai de Stiles, xerife Stilinski (Linden Ashby), é outro importante personagem ao longo da trama. Após descobrir da existência do mundo sobrenatural, o xerife também passa a auxiliar os adolescentes da maneira que pode, encobrindo alguns acontecimentos a fim de manter o segredo obscuro escondido. Na mesma linha de importância, estão os vilões. Em cada temporada, Scott e seu bando enfrentam um antagonista poderoso, cuja identidade permanece secreta e é o mistério principal do ano em questão. Alguns vilões, ao longo da série, se redimiram, e acabaram virando favoritos entre os fãs. É o caso de
“Th e Fi n al S e as on ”: B an n er pr om oci on a l ofi ci al da s e xta e últi ma tem p orada de Teen Wol f
Peter Hale (Ian Bohen), tio de Derek, lobisomem e antagonista da primeira temporada, ou de Theo Raeken (Cody Christian), lobisomem e vilão da quinta. À primeira vista, Teen Wolf pode parecer uma típica série de adolescentes, o que de fato aparenta ao longo de sua primeira temporada. Mas é com seu desenvolvimento, no entanto, que é possível perceber a abordagem de temas mais tensos e complicados (como foi com o caso do Void Stiles), a melhora nos efeitos visuais e na atuação dos atores. Misturando na dose certa humor e mistério, a série é capaz de entreter o espectador por horas. A lealdade, o com-
promisso com a justiça e a defesa dos amigos são os elementos que caracterizam os “mocinhos” da série e nos fazem torcer por sua vitória. tem Por seis temporadas, conhecemos, amamos e odiamos os personagens, vibrando e torcendo pela vitória do bando de Scott no final. Muitos personagens passaram pela cidade de Beacon Hills e muitas perdas levaram os fãs ao choro. Scott venceu desafios incríveis e Stiles resolve inúmeros enigmas. Diante disso, a expectativa para o final da série estava muito alta. A ausência de Stiles marcou a primeira parte da sexta temporada, e o retorno do personagem prometido no episódio final da série animou muitas pessoas. Apesar de terem cumprido a promessa, os produtores deixaram a desejar em Wolves of War, o series finale. A última temporada abordava um novo vilão, Anikute, sendo capaz de instalar um medo profundo e avassalador. A ameaça do monstro se
soma ao retorno do vilão Gerard Argent (Michael Hogan), famoso caçador de lobisomens, e sua pupila Monroe (Sibongile Milambo). A dupla pretende desmascarar Scott e seu bando, bem como todos os seres sobrenaturais em Beacon Hills, dizendo a população que são perigosos e precisam ser parados. O medo causado pelo Anukite e a influência dos caçadores leva a população a se voltar contra o bando, e uma verdadeira “caça ás bruxas” se inicia. Scott deve então derrotar o monstro e parar a dupla, enquanto protege seus amigos e impede que eles sejam assassinados pela população. O enredo é interessante e abre portas para desenvolvimentos surpreendentes. No entanto, o ritmo dos acontecimentos foi mal distribuído ao longo dos episódios, fazendo com que o último capítulo estivesse carregado de problemas a serem resolvidos. A expectativa criada para a derrota do Anukite foi
Still ( im agem pr o m o cio n al de episó dio ) da tem po r ada fin al, co m Lydia, Sco tt e M alia ( da esq. pr a dir . )
imensa, descrevendo a criatura como um ser quase indestrutível, e contraditoriamente , em poucos minutos, o monstro é derrotado facilmente. Monroe, personagem que gerou muito ódio, não teve final definido e permaneceu livre. Na última temporada, apesar de ter conquistado respeito e se tornado um líder, Scott parece ter perdido seu espírito de luta. Mesmo com diversos ataques aos seus amigos, ele não revidou ou mostrou a força que exibiu durante as outras cinco temporadas. zint.online | 39
im agem prom oc i on a l da qu arta t e m p ora da
O desenvolvimento amoroso da trama também gerou algumas controvérsias. O romance de Stiles e Lydia era muito desejado pelos espectadores e finalmente, na sexta temporada, os dois ficam juntos. Apesar disso, com a saída de Stiles para trabalhar no FBI no final da quinta temporada, em nenhum momento é esclarecido se eles ainda são um casal, ou se separaram. O par amoroso de Scott também gerou algumas polêmicas. Depois
da perda de seu interesse romântico principal, o lobisomem teve outra namorada, mas que por não agradar o público, saiu da série. Na tentativa de dar a Scott um “desfecho” feliz no amor, os produtores o juntaram a Malia Hale (Shelley Henning), loba, membro do bando e ex-namorada de Stiles. A união poderia, de fato, ser harmoniosa, não fosse o tempo corrido e a falta de uma construção de química entre os personagens; tudo pareceu
muito forçado e apressado. Um ponto positivo no series finale foi o retorno de personagens como Derek e Jackson. Apesar de rápidas, as aparições resgataram um pouco do clima divertido da série em seu início. A redenção do vilão Theo Raeken também foi um ponto positivo. Após ser derrotado na quinta temporada, o rapaz continua em Beacon Hills, gerando a desconfiança do bando. Ele, então, passa a querer se redi-
mir, e tenta, discretamente, fazer parte do grupo de Scott. Finalmente, no final da trama, ele consegue atingir o seu objetivo ao usar seus poderes para curar um caçador. A relação dos personagens, no entanto, foi pouco explorada. Muitos personagens saíram, e tantos outros passaram pela história e se tornaram inesquecíveis. Durante toda a trama, as amizades foram fortemente construídas, e a falta de emoção do episódio final surpreendeu. O afeto entre os personagens e seus esforços para se protegerem sempre emocionou o público, mas diante de tantos problemas a serem resolvidos nos momentos finais, não sobrou tempo para desenvolver esse aspecto. Esperávamos cenas de luta, ação e emoção, mas o final que vimos foi passivo e monótono, se comparado aos outros season finales da série. Na cena final do episódio, o bando de Scott acolhe Alec (Benjamin Wadsworth), um novo lobisomem, em seu grupo. Nessa cena, o amadurecimento do protagonista, como lobisomem e homem, se faz presente e marca o final da série com uma última frase impactante: “Você não é um monstro. Você é um lobisomem, como eu”. Jeff Davis, criador da série, explicou que a ideia era mostrar que a história ainda não acabou, e que os personagens ainda tem algumas batalhas para lutar e momentos para viver. O produtor fala ainda sobre a possibilidade de um spin off da série futuramente; dessa forma, o final indefinido possibilitaria a continuidade da história sem grandes problemas. Somos deixados a imaginar os acontecimentos posteriores: Scott conseguirá derrotar Monroe? O bando continuará unido? Ainda há seres sobrenaturais por aí? Não sabemos. Enquanto isso não acontece, podemos lembrar de Scott e seus amigos a cada lua cheia. //
[
música
]
a nova taylor // T E XT O
stephanie torres
// diagr a m aç ão
E
VICS
ESTREAR NO TOPO DAS PARADAS , vender mais de um milhão de cópias na semana do lançamento, atingir a primeira posição na iTunes Store de 110 países, se tornar o álbum mais vendido do ano nos Estados Unidos apenas sete dias após ser lançado; nada disso é novo para um disco de Taylor Swift. Os números, que seriam impressionantes para outros artistas, são apenas o esperado para a cantora de 27 anos que após deixar o Country dominou o mercado de música Pop. Porém, reputation, sexto álbum de Swift, prometia novidades. A letra do primeiro single do projeto, Look What You Made Me Do, lançado em agosto, anunciava que a velha Taylor estava morta. A frase encheu os fãs de expectativa (e também os não tão fãs assim) para conferir como seria essa suposta a nova versão da artista. E finalmente, no dia 10 de novembro, com o lançamento oficial do disco, pudemos conhecê-la. Quer dizer, não todos nós. 44| zint.online
reputation não foi automaticamente disponibilizado para streaming, embora a cantora aparentemente tenha feito as pazes com os serviços e disponibilizado, recentemente, toda a sua discografia nas plataformas. Mas a “nova Taylor” é bem parecida com a antiga, ao mesmo tempo em que é completamente diferente. Relacionamentos amorosos continuam sendo seu tema favorito para compor e cantar. As indiretas, tanto para os amados quanto para os desafetos, continuam presentes em suas letras. Já a sonoridade se distancia completamente do country do início da carreira e reputation consolida o que o 1989 começou: Taylor Swift é uma cantora pop. Porém, sua habilidade de composição, que garantiu a ela 10 Grammy Awards ao longo da carreira, continua a mesma. O álbum é claramente dividido em duas partes. A primeira conta com uma produção mais pesada e um som bem pop. Nessa metade, que começa com ...Ready For It e termina com So It Goes..., Swift divide a composição com os produtores Shellback e Max Martin (que já trabalharam com artistas como Britney Spears, P!nk, Adele e Cristina Aguilera). Nas canções, Taylor entrega o que o título do projeto promete e assume a reputação que ganhou nos últimos anos. As letras brincam com as “famas” que ela tem: em Look What You Made Me Do ela assume sua imagem de vingativa; em I Did Something Bad fala sobre ser uma “namoradora em série” que sempre está procurando sua próxima vítima do sexo masculino; já em Don’t Blame a cantora fala sobre ser uma louca apaixonada – e estar bem com isso.
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Já a segunda metade soa mais sincera. Aqui não é sobre o que dizem sobre Taylor Swift, mas sim sobre quem ela quer que saibamos que ela é. Não mais a doce e inocente garota do início da carreira, mas também não a mulher que estampa a capa das revistas de fofoca. A maior parte das músicas é sobre um relacionamento que acontece longe dos olhos do público, que só ela e seu amado conhecem. A única música que destoa do tema é This Is Why We Can’t Have Nice Things, que fala sobre as amizades que a cantora perdeu (provavelmente a do rapper Kanye West), mas ao contrário do início do álbum, dessa vez ela soa mais natural. Nessas canções, a produção fica principalmente por conta de Jack Antonoff (vocalista da banda Bleachers, que também já trabalhou com Sia e Lorde) e o som também se aproxima mais do que Taylor costuma fazer. New Years Day é a última faixa do trabalho e a única balada no piano, encerrando o compilado da forma mais Taylor Swift possível. Assim, reputation é marcado por primeiras vezes. É a primeira vez que Swift arrisca algo próximo ao rap: End Game é uma colaboração com o cantor Ed Sheeran e o rapper Future. É a primeira vez que ela encara o pop moderno (no trabalho 1989, primeiro álbum da cantora classificado como pop, a sonoridade faz referência aos anos 80). É também é a primeira vez que ela fala palavrão, menciona bebidas e trata de sexo abertamente em suas letras (nas canções I Did Something Bad, Gorgeous e Dress, respectivamente). Com isso, Taylor traz mudança na sua imagem e amadurecimento da sua música, ao mesmo tempo em que tenta não perder sua essência. //
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Coração em Havana // TEXTO
Carolina Cassese
“F
oi aterrorizante, pois sentia que as chances de dar errado eram maiores. Depois, passei a me perguntar: para quem estou vivendo minha vida? Pelos outros? Estou vivendo minha vida pelas vendas? Pelas pessoas de terno?”. No último dia 03, Camila Cabello deu uma entrevista para o programa espanhol LOS40. A cantora, que no último mês alcançou visibilidade midiática expressiva por conta do seu novo hit Havana, falou sobre a vida nos EUA, suas influência musicais, e, claro, sua saída do grupo Fifth Harmony. Para quem guarda a imagem da garota brincalhona da época do programa The X Factor USA, onde o grupo foi formado, Camila surpreende com um jeito mais maduro e articulado. 48| zint.online
// d i ag ra mação
Identidade
Maria Nagib
Camila Cabello nasceu em 03 de março de 1997, na cidade de Cojimar, Cuba. Junto com seus pais, se mudou para o México aos cinco anos de idade, onde ficou por alguns meses até se mudar permanentemente para os Estados Unidos. Diante da atual conjuntura política dos EUA, com o presidente Donald Trump promovendo ações discriminatórias contra imigrantes, Camila faz questão de se posicionar: “Depois da eleição de Trump, tive a certeza que os EUA são um país muito racista. Em Cuba, não percebo tanto preconceito, e sinto que lá é um lugar mais tolerante”, afirmou. A artista também procura retratar a identidade latina em suas canções. “A música latina está em alta nesse momento. Cantores como Beyoncé e Justin Bieber querem cantar em espanhol. É irônico que, politicamente, estamos construindo muitos muros, mas culturalmente
estamos nos unindo cada vez mais”, ressaltou na entrevista dada aos LOS40. Lançada em 03 de agosto, Havana chegou aos topos das paradas do EUA e da Inglaterra no último mês. A música rendeu para Cabello o prêmio musical LOS40 Music Awards 2017, na categoria Melhor Artista. Na premiação Europe Music Awards, da MTV, a cantora foi escolhida como Melhor Artista Pop do Ano, desbancando nomes grandes da indústria como Miley Cyrus, Demi Lovato e Taylor Swift. Após conquistar o topo do iTunes US, ela conseguiu também o segundo lugar na lista da Billboard Hot 100. Fifth Harmony O grupo Fifth Harmony foi formado na segunda temporada do The X Factor USA, em 2012. Além de Cabello, a formação inicial contava com Ally Brooke, Normani Kordei, Lauren Jauregui e Dinah Jane. Em 2015, as garotas emplacaram o hit Worth It, que conquistou a certificação de Platina Tripla nos Estados Unidos. Em dezembro de 2016, Camila anunciou que deixaria o grupo. A decisão, refutada pelas outras integrantes do Fifth Harmony, pegou os Harmonizeres, como são conhecidos seus fãs, de surpresa. Camila nunca entrou em detalhes sobre a saída, mas chegou a declarar que tinha problemas com o processo criativo do trabalho do grupo. “Nós não escrevíamos nossos álbuns. Estávamos interpretando a história de outra pessoa. Fifth Harmony é uma enti-
dade ou identidade fora de todos nós, e eu não acho que nenhuma de nós se sente individualmente representada pelo som”. Agora um quarteto, as garotas remanescentes do Fifth Harmony permaneceram unidas e estão em turnê ao redor do mundo (o show no Brasil aconteceu no começo de outubro) . Paralelamente, as integrantes Dinah Jane e Lauren Jauregui desenvolvem projetos solo. Planos Em maio deste ano, Cabello foi escolhida como garota propaganda da marca de moda Guess. Paul Marciano, chefe criativo da marca, declarou: “A confiança, a força e a beleza de Camila refletem as qualidades que eu procuro em uma Guess Girl”. As fotos compuseram o catálogo de outono da marca. Inicialmente, Camila pretendia lançar seu primeiro álbum intitulado The Hurting. The Healing. The Loving ainda em 2017. Porém, em conjunto com sua gravadora, tomou a decisão de adiar a estreia para o ano que vem. No momento, a cantora aproveita o sucesso de: o clipe, que em vários aspectos lembra uma novela mexicana, alcançou mais de 164 milhões de visualizações. A música tem um refrão chiclete e dominou as rádios no último mês. Agora, para os fãs, resta aguardar os próximos passos da cantora e torcer para que sua identidade latina se mantenha firme dentro do tão padronizado universo Hollywoodiano. //
I m age m p rom oc i o na l d o á l b u m “ 7 / 27 ” , ú lti m o á l bum da FIfth Har m o n y co m Cam ila Cabello
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// TEX TO
MARCELO tosi
// di ag r amaç ão
VICS
Drag, Diversão e Diversidade
PLAYLIST temática
As Drag Queens têm ganhado cada vez mais espaço na cultura pop e no entretenimento mundial. Mas se você acha que isso é coisa da atualidade, você está muito enganado! zint.online | 51
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xistem muitas divergências em relação à história do nascimento do Movimento Drag, porém constata-se que ele surgiu há muito tempo atrás, por volta do ano de 1800 na Europa, através de encenações de peças teatrais. Isso tudo aconteceu porque os homens precisavam se vestir de mulher para representar personagens femininas, já que as mulheres ainda não tinham espaço no mercado de trabalho. E observa-se que, desde seu início, esse tipo de arte era subjugada e olhada de forma depreciativa. Mas, foi em 1900 que essa arte começou a realmente se associar ao movimento LGBTQ+. Os espetáculos, feitos pelas pessoas que se vestiam do gênero oposto, agora eram feitos apenas à noite e em áreas consideradas como de periferia e má reputação. Isso se atrelou à grande aceitação que as pessoas queer tinham nesses lugares e o movimento começou a se aproximar cada vez mais dessa minoria, sendo usado inclusive como forma de resistência. Muitos anos depois, nos anos 80 e na cidade de Nova York, um outro movimento se iniciou com as raves e ajudou a cultura drag a crescer no ocidente - os Club Kids. Os participantes desse movimento com mesmo nome, se encontravam nessas festas de música eletrônica de estilo único e incomum. Eles se vestiam de forma diferente e abusavam do glitter, das cores, das maquiagens, e exploravam um lado da androgenia e do irreverente. Eles mesmo faziam as suas roupas
e criavam um tipo de personagem para incorporar durante as festas, bem parecido com o que as Drags fazem hoje em dia, com a única diferença de que estes faziam para a sua própria diversão, enquanto aquelas fazem isso para entreter. Sendo assim, as Drags foram muito bem recebidas dentro do movimento “Club Kid”, onde elas poderiam se expressar e explorar cada vez mais os personagens criados. Foi a partir daí que essa cultura começou a crescer e a se diversificar. Uma das Drag Queens mais conhecidas do mundo, RuPaul Andre Charles – conhecida apenas como RuPaul, era um membro do grupo dos Club Kids. Inclusive, foi ela, com seus álbuns, aparições na mídia e seu reality show RuPaul’s Drag Race, estreado em 2009, que popularizou essa arte e ajudou a inseri-la na cultura pop atual. O reality show celebra as diferenças e explora de forma cômica e dramática a realidade das Queens, colocando-as para competir umas com as outras, em desafios de passarela, costura, canto, dança, maquiagem, atuação, criatividade e, é claro, de lip sync - a famosa dublagem feita pelas drags em seus shows, com muita dança, interpretação e glamour. RuPaul tem sempre a palavra final no programa, valoriza a individualidade de cada uma e elimina uma a uma toda semana com a ajuda de uma banca de jurados, até que ela decida, ao final, quem é a próxima America’s Drag Superstar. O programa fez com que muitas delas ganhassem fama, mesmo aquelas que não chegaram a vencer. Entre as mais relevantes e que obtiveram mais
Pa b l l o V i t ta r é u m a da s drag s b ra s i l ei ra s m a i s c o n hec i da s, j á t en do s u a fa m a rec o n hec i da i nt ern ac i o n a l m en t e ( i nc l u s i v e p o r drag s do Drag Rac e) . N o B ra s i l , el a é a do na do s h i t s “ T o do Di a” , “ K .O” e “C o rp o S en s u a l”
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Mais voltada para o R ap e H ip - Hop, Gl or ia Groove alcançou fama nacional e m 2 01 6 . “Império”, um dos s e us s in gl e s, já conta com mais de 5 milhõe s d e vis ual iz açõe s, assim como sua par ce r ia com Ar e t uz a L ovi
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sucesso está Adore Delano, considerada a Drag Queen mais promissora do programa, já tendo ultrapassando a própria RuPaul em seguidores nas redes sociais, por exemplo. A participante da sexta temporada esteve no American Idol, desmontado, mas acabou ganhando a sua fama após a participação no Drag Race, quando lançou o álbum intitulado Til Death Do Us Party, vendendo 5.000 cópias em sua semana de estreia. Além dela, muitas outras participantes do reality lançaram músicas e saíram em turnês, sendo Sharon Needles, Courtney Act e Alaska Thunderfuck alguns dos nomes mais conhecidos entre os fãs. A cultura drag se espalhou pelo mundo todo e essa representação chegou com toda força até o Brasil. Pabllo Vittar é o maior exemplo disso, sendo uma das artistas brasileiras atualmente com mais relevância, não só nesse tipo de arte, mas também no cenário musical. Pabllo chegou, inclusive, a ganhar o título de "Clipe Original de uma Drag Queen mais visto do Youtube", por Todo Dia, uma dos maiores sucessos do Carnaval 2017. O vídeo, no entanto, foi retirado do Youtube (assim como o single, de todas as plataformas de streaming) devido uma batalha referente aos direitos autorais de Rico Dalasam, que participa da música como featuring. Antes, no entatno, o título era de ninguém menos que RuPaul, com Sissy That Walk. Além dela, que possui um dos álbuns mais ouvidos do ano de 2017, também temos outras Queens que vem
se destacando no cenário nacional: Aretuza Lovi e Gloria Groove, por exemplo, são duas artistas que ganharam relevância após a aparição no programa Amor e Sexo, da Rede Globo, na qual Pabllo Vittar também participava. Ambas são cantoras e tem uma canção juntas intitulada Catuaba, que ultrapassa cinco milhões de visualizações no Youtube. Um outro nome que vem tomando os holofotes é Lia Clark, que possui um vídeo com mais de seis milhões de visualizações em parceria com a Mulher Pepita, intitulado Chifrudo. O movimento Drag é muito diverso e se mostra muito maior do que música, maquiagem e roupas. As expressões e estilos são incontáveis e cada uma dessas artistas, em sua individualidade, representam em sua personagem algum conceito e pensamento a ser passado. A cultura drag, mesmo que atrelada aos movimentos LGBTQ+ e muito usada para resistência e visibilidade dessa minoria, não é exclusiva a ela. A maior confusão feita é na questão de identidade de gênero, que não tem nada a ver com a arte, que não se associa a nenhuma questão de sexualidade ou mesmo de gênero. Ou seja, qualquer um pode ser uma Drag Queen! Basta apenas ter muita criatividade, tempo para aprender e algo a dizer com essa personagem. A cultura é um enaltecimento à diversidade, à felicidade e à possibilidade de cada um fazer aquilo que bem entende, justamente para ser feliz e para fazer os outros a sua volta se divertirem. //
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kevin spacey
O legado sombrio de
Kevin Spacey // TEX TO
E
Bárbara Lima
ra uma noite fria de um domingo qualquer. Eu navegava na internet sem me deparar com nenhuma notícia bombástica, até que um post no site BuzzFeed News foi publicado às onze e trinta e dois da noite, com o título “Actor Anthony Rapp: Kevin Spacey Made A Sexual Advance Toward Me When I Was 14”. E de repente, a matéria se expandiu para outros sites de notícia e de comunicação. Em questão de horas, estavam subindo hashtags no Twitter, alcançando uma das maiores visualizações nos trends. A ficha demorou a cair para entender a gravidade da notícia, e para associa-la a Kevin Spacey. Os filmes em que atuou passavam por minha cabeça: Beleza Americana (1999), Seven: Sete Crimes Capitais (1995), O Preço da Ambição (1994), Os Suspeitos (1995). Depois de ler a matéria inteira, eu entendi: Kevin Spacey foi denunciado por ter abusado um adolescente de 14 anos. Para quem não conhece, Spacey é um ator Hollywoodiano, de 58 anos, que possui personagens marcantes em sua carreira como Lesther Burnham, personagem do filme Beleza Americana e que rendeu um Oscar ao ator; Keyser Soize, do clássico policial Os Suspeitos, e o mais recente Frank Underwood na famosa série House of Cards, da Netflix. Em todos seus trabalhos, o ator conseguia transmitir um carisma e uma amplitude dramática impressionantes, capazes de criar uma identidade com seus personagens, mas fora das telas, Spacey sempre manteve a sua intimidade e as suas relações pessoais em sigilo. No final de outubro de 2017, algumas de suas particularidades foram reveladas à mídia. A primei-
// d i ag ra mação
Maria Nagib
ra, a respeito de sua orientação sexual, situação em que o ator se assumiu homossexual, depois de anos de especulações na internet. Em seguida, a segunda revelação foi de um nível muito grave: há 30 anos atrás, Spacey assediou o ator Anthony Rapp, que na época tinha 14 anos. O Estopim O começo de toda essa história que está movimentando a mídia internacional foi uma publicação no jornal The New York Times no dia 5 de outubro, tratando de denúncias de assédio sexual do produtor Harvey Weinstein à diversas atrizes hollywoodianas. Com a divulgação desta notícia, os relatos começaram a se multiplicar, e grande nomes da indústria cinematográfica, como Angelina Jolie, Lea Seydoux e Rosanna Arquette, passaram a dividir as histórias dos episódios de assédios, dando ainda mais visibilidade ao tema. A partir dos relatos das atrizes, tornou-se claro que Weinstein focava suas atitudes grotescas em mulheres jovens, que almejavam uma carreira na indústria cinematográfica. O produtor, de acordo com os relatos, usava de um mesmo discurso: as convidava para o seu apartamento fingindo ser algo relacionado ao trabalho, pedia uma aproximação mais intima, e quando elas recusavam, ou eram ameaçadas a terem a carreira destruída, ou ele se dava o direito de violenta-las sexualmente. Entre os casos, a atriz americana Paz de la Huerta afirmou que Weinstein a estuprou duas vezes. O sindicato dos produtores cinematográficos dos Estados Unidos já se posicionou com a expulsão do produtor, afirmando que assédio sexual não será mais tolerado na organização, assim como a Acadêmia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo prêmio Oscar, que expulsou o produtor de seus quadros. zint.online | 59
Sen do o po n ta p é do “Caç a ao s Assedi ado re s”, H arv e y W e i n stei n é u m dos produt ore s de m ai o r p eso n a i ndús t ri a de H ol ly w o o d, sen do co -fun da dor do e s t úd i o T h e Wei n ste i n Com pa n y
Logo após as inúmeras denúncias contra Weinstein, o ator e cantor norte-americano, Anthony Rapp, de 46 anos, um dos primeiros homens a levantar bandeiras a respeito da homossexualidade no circuito teatral da Broadway, se sentiu motivado a trazer à mídia o seu episódio. Quando tinha 14 anos, participou de uma festa no apartamento de Kevin Spacey e, durante a comemoração, foi abordado pelo ator, que aparentava estar alcoolizado, e forçado fisicamente a ter contatos mais íntimos. Em resposta, Spacey deu uma declaração se desculpando pelo ocorrido e alegando que não se lembra do ocorrido, além de utilizar a ocasião para assumir sua homossexualidade. A atitude do ator de ter assumido a sua sexualidade justamente na mesma época em que foi denunciado por Rapp, levantou suspeitas de que o ator estava tentando “encobrir” o ocorrido com a notícia sobre a sua sexualidade. Em House of Cards, primeira série original da Netflix e um dos carros chefes da gigante de streaming, Spacey interpretava Frank Underwood, um político estado-unidense ambicioso, calculista, inteligente, e que utiliza de artimanhas políticas para melhorar a sua imagem, mesmo quando comete crimes ou ações moralmente questionáveis. Desta forma, a vida pessoal do ator pode ser comparada com a de 60| zint.online
seu personagem, visto que, Spacey tentou contornar o ocorrido com uma resposta que atrai a atenção da mídia, para manter a sua imagem intacta. Contudo, em menos de uma semana oito profissionais que trabalharam na produção de House of Cards relataram a CNN que o ator transformou o set de gravação em um palco de assédio sexual. O ator foi alvo de outras acusações nas últimas duas semanas, entre elas está a da jornalista Heather Unruh, que anunciou em entrevista coletiva, que Spacey pegou no órgão genital do seu filho, depois de lhe dar bebida alcoólica em 2006. A jornalista afirmou que o seu filho entregou à polícia de Nantucket, nos EUA, evidências do suposto assédio e que uma investigação criminal foi iniciada. O ator Roberto Cavazos também fez acusações contra Kevin, e publicou em sua página do Facebook “parece que a única exigência era ser um homem com menos de 30 anos para que o sr. Spacey sentisse que estava livre para nos tocar”. Os dois se encontraram em Londres, quando o ator de House of Cards era diretor artístico do teatro Old Vic. Após o depoimento de Cavazos, as investigações começaram no teatro, e de acordo com o jornal inglês The Guardian, o Old Vic recebeu mais 20 testemunhos de comportamento inadequado do ator norte-americano. Em seu tempo no cargo, Spacey ficou à frente do grupo entre 2004 e 2015, sendo que a maioria dos assédios aconteceu antes de 2009. Nick Clarry, presidente da companhia, disse que é inaceitável esse comportamento de qualquer um que trabalhe no Old Vic. O diretor artístico do Teatro, Matthew Warchus, também se pronunciou afirmando que tem uma simpatia muito grande pelas testemunhas que denunciaram Spacey, e completou declarando que todos têm o direito de trabalhar em um ambiente livre de assédio e intimidação. Em comunicado oficial, a Netflix rompeu seu contrato com o ator, tirando-o da produção de House of Cards, além de cancelar o lançamento do filme Gore, produzido por Spacey. Anteriormente, no site da Netflix, era mostrado como catálogo principal da série House of Cards a foto de Frank Underwood, agora, a equipe também alterou para a foto da personagem Claire, vivida por Robin Wright. Até decidirem qual será o desfecho de Underwood em House of Cards, as gravações estarão suspensas. O ator também foi retirado do longa-metragem Todo Dinheiro do Mundo, dirigido por Ridley Scott, sendo substituído por Christopher Plummer. No filme, Kevin Spacey protagonizaria a película
vivendo J. Paul Getty, um magnata do petróleo que se recusou a pagar resgate de seu neto sequestrado. Após a recusa os sequestradores enviaram uma suposta orelha do neto à imprensa. A Sony Pictures, estúdio que produz e distribui o longa, retirou o filme do festival anual do Instituto Americano de Cinema em Los Angeles, que aconteceu no dia 16 de novembro, mas manterá o lançamento do filme nos cinemas norte-americanos para dezembro. Depois de todo o período conturbado na carreira e vida pessoal, Kevin Spacey está internado em uma clínica para se tratar. Repercussões
As denúncias não terminaram com Harvey Weinstein e Kevin Spacey, já que outros casos de assédios foram revelados no início de novembro. Alguns nomes de peso de Hollywood, Dustin Hoffman, Richard Dreyfuss, Ed Westwick e Louis C.K. entraram para a lista. Todos foram acusados e já estão sendo tomadas medidas cabíveis para cada caso. Infelizmente, a cada dia tem sido exposto como esses crimes são comuns em uma indústria cinematográfica, em que mulheres são objetificadas e subordinadas a situações deploráveis para conseguir
um reconhecimento, além de que a maioria delas não são escutadas quando resolvem denunciar esses casos. Por exemplo, o galã dos filmes de Tim Burton, Johnny Depp, foi denunciado em 2016 pela ex-companheira por agressão, sendo que, na época, o ator não passou por nenhum repúdio profissional. Mesmo com todas essas notícias, David Yates, o diretor de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald, confirmou a participação de Depp como antagonista do longa que será lançado em 2018. Entretanto, os fãs da saga que expande a franquia Harry Potter nos cinemas estão protestando nas redes sociais pedindo a demissão do ator. Após 30 anos de silêncio, assegurados por uma indústria que nunca demonstrou espaço e proteção para as vítimas de situações tão agressivas, colocando-as em uma posição de impotência perante o sistema a qual Hollywood é sustentado, Kevin Spacey teve a sua penalidade. Resta esperar e observar se os acontecimentos dos últimos meses significaram uma mudança no encobertamento das situações recentemente denunciadas, uma vez que muitos casos de assédios em Hollywood ainda podem estar ocultos, devido à demora que ganham visibilidade e, principalmente, pela falta de problematização. //
Apó s as acusaçõ es de assédio co n tr a K evin Spacey, a N etflix dem itiu o ato r da sér ie “Ho use o f Car ds”, co r tan do as ligaçõ es que po ssuía co m ele
LIGA DA JUSTIÃ&#x2021;A
United We Stand, United We Fall Um dos filmes mais esperados do ano, Liga da Justiça finalmente estreou nos cinemas de todo o mundo. Porém, enquanto a crítica norte-americana não gostou da película, o público tem sido bastante caloroso quanto à união de um dos times de super-heróis mais conhecidos do mundo. // T E XT O & diagr a mação
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Atenção! O Especial a seguir contém muitos spoilers!
V [] V i s tA p e l a p r i m e i r a v e z e m 1 9 6 0 ,
a Liga da Justiça é uma das mais famosas equipes de super herói do mundo. Criada pela DC Comics durante a conhecida "Era de Prata" dos quadrinhos, a Liga é constituída por diversos personagens dos quadrinhos, tendo Super Homem, Mulher-Maravilha e Batman como os membros honorários (e capitães) do time. Ao longo de seus mais de 50 anos de existência, a Liga já teve diferentes formações, desenhos animados, animações, séries de tv em live-action e, em 2017, o seu primeiro filme com atores reais, como parte do Universo da DC. Bem-vindos à Terra-1
Quando apareceu nos quadrinhos, em 1960, na edição #28 da série de quadrinhos O Bravo e o Audaz, a Liga da Justiça da América (LJA) nasceu como uma versão Terra-1 de uma outra equipe de heróis conhecida como a Sociedade da Justiça da América, que patrulhada o mundo na Terra-2. A "versão alternativa" original reunia versões originais de personagens como o Lanterna Verde e o Flash, enquanto os outros membros eram heróis como Sr. Destino, Homem-Hora, Gavião Negro e Espec66| zint.online
tro. Os quadrinhos, embora populares durante seus anos iniciais, em 1940, acabaram sendo cancelados em 1951, colocando um fim na equipe, que dez anos depois teve alguns de seus membros repaginados e colocados como parte da Liga, na Terra-1. Com a sua primeira aparição, a Liga foi então formada pela Mulher-Maravilha, Superman, Batman, Flash, Aquaman, Lanterna Verde e Ajax, o Caçador de Marte, fazendo deles os “Sete Magníficos” e vindo a ganhar o primeiro volume de sua série de quadrinhos já em novembro de 1960. É, entre eles, que está a famosa Trindade, formada pelos três super-heróis mais famosos da DC como um todo: Maravilha, Super e Bat. Embora tenha diferentes origens da Justice League of America, no original ( JLA), a primeira é datada de 1962, estabelecendo uma união entre os heróis após a invasão da raça alienígena Appelaxianos na Terra. Em 1977, no entanto, um dos quadrinhos mostra que o Arqueiro Verde encontra certas inconsistências na História da LJA, descobrindo, assim, que a união só aconteceu realmente quando os membros do time foram à Marte resgatar Ajax. Desde então, a LdJ contou com diversos membros, como o Ciborgue, Arqueiro Verde, Canário
Negro, Gavião Negro, Mulher-Gavião, Zatanna, Homem-Elástico e Shazam (originalmente conhecido como Capitão Marvel). Durante a sua trajetória, a equipe contava, principalmente, com dois quartéis-generais: o Hall da Justiça e a Torre de Vigilância. Superamigos
Um dos desenhos animados de super-heróis mais famosos do mundo real é Superamigos. Criado pela Hanna-Barbera, o piloto foi ao ar em 1973 pelo canal norte-americano ABC. O desenho aproveitava do sucesso da equipe e trazia diversos membros da Liga em aventuras semanais , que duraram 109 episódios e nove temporadas, exibidas ao longo de 13 anos. A série animada trouxe os Sete Magníficos ao lado de personagens como a Mulher-Gavião, os icônicos Supergêmeos e Arqueiro Verde, além da super-equipe de vilões conhecida como Legião do Mal. Entre os seus membros malígnos estavam Lex Luthor, Gorilla Grodd, Brainiac, Charada, Espantalho, Bizarro e Solomon Grundy, misturando, assim, os antagonistas dos diferentes arcos de personagens que se uniam aos Superamigos.
os h erói s de “l i ga da ju sti ça” ( de s e n h o) reu n i dos. da e s que rda para a di re i ta: a ja x, l an tern a v e rde , m u lh er m arav i l h a, su perman, bat m a n , flash e m ul h e r-gav i ão.
Sem Limites
Foi apenas em 2001 que a Liga voltou a ganhar um desenho animado próprio, 15 anos após o fim do Superamigos. Liga da Justiça foi ao ar pelo Cartoon Network até 2004, durando duas temporadas e contendo 52 episódios semanais e de duração de 20 minutos cada. Na série, a Liga se une após a invasão de uma raça alienígena vagamente baseada nos Marcianos Brancos. O episódio triplo de estreia contou com a presença do Super-Homem, Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Lanterna Verde, Mulher-Gavião e Ajax. A formação quase que original dos heróis permaneceu intacta até o final da série, trazendo também sua própria versão da Torre de Vigilância, que, neste caso, ficava em órbita próximo à Terra. Com o fim de Liga da Justiça, a Cartoon começou a exibir, no mesmo ano, Liga da Justiça Sem Limites, numa mistura entre spin-off e continuação. Com três temporadas e 39 episódios, essa versão trouxe uma JLA maior, com heróis como Aquaman, Mera, Supergirl, Arqueiro Verde, Senhor Destino e Zatanna, além dos super-vilões Lex Luthor, Dark-
seid, Brainiac, Lobo da Estepe e Coringa. O ciclo Sem Limites terminou em 2006, sendo bem recebida pela crítica e pelo público. Os desenhos também abriram porta para o que ficou conhecido como o Universo Animado da DC. Universo Animado
Enquanto o universo cinematográfico da DC não aparecia, a empresa começou um universo animado de seus personagens, focando, especialmente, na Liga e em seus membros. O primeiro filme animado do Universo foi em 2008, com o Liga da Justiça: A Nova Fronteira, adaptado de um quadrinho de mesmo nome, sendo bem recebido pela crítica. Logo em seguida, em 2010, veio o Liga da Justiça: Crise em Duas Terras. A animação tinha surgido, inicialmente, em 2004, como uma ponte de acontecimentos entre as séries animadas Liga da Justiça e Liga da Justiça Sem Limites, sendo então retrabalhado para retirar as referências, devido à grande demora de lançamento. Também baseado em um quadrinho, o filme ganhou críticas positivas e ganhou uma sequência intitulada Liga da Justiça: A Legião do Mal, em 2012. A franquia animada seguiu com Liga da Justiça: A Guerra (2011) e a sequência Liga da Justiça: O Trono de Atlantis (2015), Liga da Justiça: Ponto de Ignição (2013), Liga da Justiça: Deuses e Monstros (2015) e Liga da Justiça vs. Jovens Titãs (2016).
pô ster de “liga da justiça: a n ova fr o n teir a”
Smallville
Embora não seja um dos mais amados produtos live-action dos fãs, a série Smallville, da The CW, é uma importante marca para a adaptação da Super Equipe (e do Superman) para o mundo de carne osso. Com Tom Welling no corpo de Clark Kent, o Superboy, o programa seguia a adolescência do kryptoniano. A nomeclatura “Super Homem” nunca chegou a ser usada para designar Clark, uma vez que a história era focada no background do heróis antes de tornar o fio de esperança da humanidade. Invés disso, o super-nome dado ao herói foi The Blur. Com 10 temporadas, uma versão da Liga da Justiça começou a ser formada mais para a segunda metade do seriado. O episódio 6x11, Justice, por exemplo, trouxe Clark ao lado de Oliver Queen (Arqueiro Verde), Arthur Curry (Aquaman), Bart Allen (uma espécie de Flash) e Victor Stone (Ciborgue) trabalhando juntos parar com um dos 68| zint.online
P Ô STER DE PAR TE DA LIGA DE SM ALLVILLE R EUN IDO S. DA ESQUER DA PAR A A DIR EITA: AQUAM AN , SUP ER M AN , AR QUEIR O VER DE E CAN ÁR IO - N EGR O
laboratórios de experimentos secretos/ilegais da LuthorCorp, do vilão Lex Luthor. Em As Aventuras do Superboy, como era conhecido no Brasil, os personagens foram interpretados, respectivamente, por Justin Hartley, Alan Ritchson, Kyle Gallner, Lee Thompson Young e Michael Rosenbaum. A Liga de Smallville ainda contou com aparições da Supergirl (Laura Vandervoort), Canário Negro (Alaina Huffman), uma versão adaptada do Ajax conhecido como John Jones (Phil Morris), Gavião Negro (Michael Shanks), Stargirl (Britt Irvin) e o Gladiador Dourado (Eric Martsolf). A série também trabalhou com uma versão inicial da Torre da Vigilância, como um quartel general super-tecnológico comandando pela melhor amiga da Clark, Chloe Sullivan (Allison Mack). O QG foi visto mais para o final da série, quando Clark começa a aceitar o seu destino de super-herói e, assim, o seu papel como líder da equipe. O time, inclusive, quase ganhou uma versão televisiva da Mulher-Maravilha, mas devido aos planejamentos iniciais para um filme da Liga e uma série solo da super-heroína, a CW teve que desistir da ideia e apenas citar a personagem em uma fala, atribuindo sua existência no universo. O momento icônico acontece quando Chloe conta à Clark que durante suas buscas por outros meta-humanos pela Terra, ela se depara com uma "mulher maravilhosa" em sua jornada.
os p ôs t e re s d e “ l i ga da jus t i ç a : m orta l” fo r a m l i be ra dos e m 20 1 5 a fi m de a n unc i a r o docum e n tá r i o que fal ari a s o b r e a p roduç ão d o fi l m e c a n c e l a d o de m i l l er
Mortal
Um ano antes da Marvel Studios dar o pontapé em seu próprio Universo Extendido Cinematográfico, a DC deu início à produção de Justice League: Mortal. O filme seria dirigido por George Miller, responsável pela franquia Mad Max, e traria, pela primeira vez na história, toda a JLA reunida. De todas as produções da DC que acabaram sendo canceladas, este foi o filme que chegou mais perto de ser filmado, tendo reunido todo o seu elenco para uma foto épica pouco tempo antes do início das filmagens. A película contava com D. J. Cotrona como o Super-Homem, Megan Gale como a Mulher-Maravilha, Armie Hammer como Batman, Adam Brody como o Flash, Commom como o Lanterna Verde, Santiago Cabrera como Aquaman e Hugh Keays-Byrne como o Caçador de Marte, Ajax. Vale também lembrar que ideia do filme era um tanto polêmica. A Warner Bros. queria que a película fosse toda filmada através do processo de captura de movimentos, que resultou no bem recebido Beowulf (2007), gerando um orçamento de US$ 200 milhões. Enquanto isso, a história seria envolta na fúria de Batman com os meta-humanos, levando-o a construir um exército de robôs para ficarem no lugar dos membros da Liga da Justiça. Seu plano dá errado, e ele acaba criando em uma Legião do Mal de Inteligências Artificias, precisando da ajuda da Liga para detê-los.
Com a Greve dos Roteiristas em 2008, a Warner precisou dar um pause na produção, vendo que o roteiro precisava de ser aperfeiçoado e a greve não deixava ninguém trabalhar. Com o seu fim, o estúdio retornou a produção do filme, agora indo para o Canadá. O filme, no entanto, foi cancelado logo depois. Um documentário sobre a turbulenta produção do filme, com filmagens exclusivas da pré-produção e todas as artes conceituais que foram usadas para projetar o filme, foi anunciado para 2016, mas nunca chegou a ser lançado. Pôsteres de divulgações foram liberados ainda em 2015.
dos para produção até o ano de 2020, foi impossível não se animar com as informações reveladas. Apesar de, até aquele momento (e talvez até hoje), a Marvel estar nadando de braçadas no mercado, os anúncios da Warner prometiam uma construção de universo compartilhado com os maiores heróis da editora, sendo que alguns deles são os personagens mais conhecidos da história. Passados três anos, em que vimos as produções conturbadas e os criticados lançamentos de Batman v Superman: A Origem da Justiça (2016) e Esquadrão Suicida (2016), além da estreia do esperançoso e melhor filme da DC Comics, Mulher-Maravilha (2017), reencontramos este universo em seu momento mais importante: a união da Liga da Justiça.
Action!
Foram necessários 10 anos para a Liga voltar para a televisão. Com episódios de PARTE DA JUS T I C E LEAGU E A CT I ON , DA ESQU ERDA PARA A DI REI TA : CON S TA N T I N E , MU LH ER-M ARAV I L H A, SH AZAM , S UP E RM A N , CAÇADOR DE M A RT E E ARQU EI RO V E RDE
15 minutos, Justice League Action estreou em 2016 na Cartoon Network. Com uma temporada até então, a série animada já conta com 45 episódios exibidos (o último irá ao ar em janeiro de 2018), exibidos semanalmente pelo canal norte-americano. Nessa versão da Liga, a Trindade retorno ao lado de Arqueiro Verde, Ajax, Lanterna Verde, Shazam, Gavião-Negro, Zatanna, entre outros. Vilões como Lex Luthor, Coringa, General Zod, Adão Negro e Lobo da Estepe também retornam em arcos. No Brasil, a série estreou em janeiro de 2017. Junte-se à Liga
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Quando em 2014 o CEO da Warner Bros. Kevin Tsujihara confirmou a lista de filmes da DC Comics marca-
Com o Universo estabelecido com Homem de Aço (2013), após a invasão e derrota do General Zod (Michael Shannon), o mundo conhece e se apaixona pelo Superman (Henry Cavill), tratando-o como uma espécie de deus. O status do alter-ego de Clark Kent incomoda Bruce Wayne (Ben Affleck), o Batman, que vê o herói como uma grande ameaça para o mundo, além de uma pessoa desprovida de sendo de responsabilidade, uma vez que seu duelo contra Zod destrói boa parte de Metrópolis e Gotham City. Com o duelo entre os dois heróis terminando com o ame-ou-odeie "Save Martha", Batman e Superman se unem para derrotar Darkseid, uma criação abominável de Lex Luthor (Jesse Eisenberg), nascido a partir do corpo de Zod. O duelo também conta com a presença de Diana (Gal Gadot), que após décadas nas sombras, finalmente volta a reaparecer como a Mulher-Maravilha, formando assim os primórdios da Trindade. A batalha, no entanto, acaba causando a morte de Clark e, com um sentimento de culpa, Bruce pede a ajuda de Diana para ir atrás de meta-humanos dispostos a formar uma super equipe para defender a Terra de futuros ataques. E assim, dá-se o pontapé para o começo da Liga no cinema. O filme, que é o quinto do Universo DC, teve o inicio de sua produção em 2016, dois anos após o anúncio. Nas mãos de Zack Snyder, as filmagens aconteceram ao longo de todo o ano, já estabelecendo que a película teria uma abordagem mais leve do que HdA ou BvS, afim de aquietar o público que não estava comprando muito a ideia de um universo mais sombrio, que buscava se distanciar dos filmes coloridos e família da Marvel. O ano de 2017 foi marcado de novidades para o filme, boas e ruins. O marketing de Liga da Justiça girou todo em torno da ausência do Superman, criando o clímax para o filme. As artes de divulgação omitiam a presença de Clark, que foi visto, oficialmente, em apenas uma ou duas peças publicitárias. Até mesmo os trailers trabalhavam com uma ideia obtusa sobre o esperado retorno do herói, que ganhou uma abordagem diferente do que a explorada nos vídeos. Junto, as frases de efeito mais usadas eram o “Una(-se) a Liga” e “Você Não Pode Salvar O Mundo Sozinho”, este último trocando algumas das letras pelos símbolos oficiais de cada um dos cinco personagens principais. O momento pré estreia de Liga também foi marcado pelo anúncio mais chocante da franquia:
devido o suicídio de sua filha, Zack Snyder se distanciou da pós-produção do filme, colocando-os na mão de Joss Whedon. A notícia pegou o mundo de surpresa, tanto pela tragédia familiar dos Snyder quanto pela presença de Whedon no Universo DC, uma vez que o cineasta foi responsável por estabelecer o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla original), e ter dirigido Os Vingadores (2012). Na época, a DC garantiu que a presença do ex-Marvel não era tão nova assim dentro do Universo. O diretor já estava envolvido com o filme antes do anúncio, trabalhando lado a lado com Snyder na produção do filme. É devido essa proximidade que Zack escolheu, pessoalmente, Joss para seguir com a pós-produção e realizar as refilmagens, que seriam iniciadas em poucos meses. Assim, o filme acabou ganhando duas abordagens diferentes: a de Snyder, e a de Whedon. A diferença criativa é perceptível já nos trailers: enquanto o primeiro lançado é mais escuro e mais parecido com o color visual de Snyder (embora mais claro), enquanto o último é muito mais vívido e colorido, com um filtro que destaca as cores. A direção, no entanto, ficou oficialmente creditada apenas à Snyder, enquanto Whedon levou o crédito de roteirista, ao lado de Chris Terrio, também responsável por BvS. Terrio também divide a concepção/ideia do filme com Snyder. E então veio o lançamento da película e a polêmica seguiu. Fãs e críticos ficaram divididos em determinar o quanto do filme é de Snyder e o quanto é de Whedon, uma vez que o produto final se assemelha mais à visão de Joss (uma vez que ele ficou responsável pela pós-produção), supostamente passando por cima de decisões feitas por Zack; como o esquema de cores, a constância de piadas e o desenvolvimento narrativo. A insatisfação foi tamanha que uma petição online foi criada pedindo que a Warner libere oficialmente uma versão "do diretor", mostrando a visão de Snyder para Liga da Justiça, com a trilha-sonora original de Junkie XL, que havia sido substituído por Danny Elfman com a saída do então diretor. A decisão, é claro, fica de responsabilidade da Warner. Mas é bom relembrar que tal decisão não chega a ser impossível uma vez que tanto BvS quanto Esquadrão ganharam versões estendidas quando lançadas em home media (DVD/BluRay/streaming), com 30 e 14 minutos adicionais, respectivamente. zint.online | 71
COME TOGETHER
A e s ta a lt ura d o ca m pe on at o , é impossível negar que o Universo da DC vem sendo problemático. Independente de gostar ou não dos filmes, a franquia tem sido um grande divisor de águas, beirando mais para o lado negativo. Homem de Aço foi recebido de forma mista, Batman v Superman mais morno, enquanto Esquadrão Suicida foi massacrado. Mas então veio Mulher-Maravilha e as coisas pareciam estar caminhando para um horizonte mais claro, uma vez que o filme foi recebido de forma bastante positiva, tanto pela crítica quanto pelo público. O longa acabou tornando-se o filme de origem de super-herói mais lucrativo de todos os tempos, nos EUA. 50 pontos para Temíscira! A expectativa por Liga da Justiça já era naturalmente grande, uma vez que o longa representa a primeira adaptação da equipe de heróis mais famosa do mundo. Mesmo não sendo assíduo do mundo do entretenimento, é difícil encontrar alguém que não conheça, pelo menos, o Superman. Com a qualidade apresentada por Mulher-Maravilha, as expectativas diante ao Universo DC mudaram um pouco, com as pessoas tendo um fio de esperança que a Warner/DC acertariam o tom e trariam um filme mais consistente e digno.
Liga da Justiça não demora um minuto para estabelecer as mudanças de direção. A primeira cena traz um par de crianças fazendo um Q&A (Pergunta & Resposta, na tradução) com o Superman, lançando a seguinte pergunta: o que você mais gosta na Terra? Em um primeiro momento, Clark (Henry Cavill) leva alguns segundos para pensar em sua resposta, fazendo uma pose digna de super-herói, soltando um grande sorriso quando está prestes a soltar sua resposta. O vlog, então, é terminando abruptamente e a pergunta fica em aberto. Seria Lois o que ele mais gosta na Terra? Ou talvez os próprios humanos?
É então que somos apresentados ao contínuo luto do Planeta Terra diante à morte do herói. O memorial em Metrópolis continua erguido e recebendo flores, os jornais questionam se Superman de repente não retornou à Krypton, Londres apresenta um gigantesco pano preto com o símbolo do Homem de Aço (o mais próximo que temos de um vislumbre da versão preta do uniforme do herói), enquanto, ao fundo, a trilha sonora traz a melancólica música Everybody Knows, da cantora norueguesa Sigrid. O filme gasta o seu primeiro ato para estabelecer o que os nossos futuros heróis estão fazendo,
além da jornada de Bruce Wayne (Ben Affleck) em recrutar os meta-humanos. Mas enquanto o Batman consegue fazer alguns avanços na sua pesquisa sobre os Parademônios e o que eles representam, Bruce Wayne vem tendo problemas para convencer Arthur Curry (Jason Momoa), o Aquaman, à ajudá-lo, enquanto Diana (Gal Gadot) sofre da mesma prerrogativa com Victor Stone (Ray Fisher), o Ciborgue. Na contra mão, o serelepe Barry Allen (Ezra Miller), o Flash, aceita o convite antes mesmo dele ser finalizando, alegando que ele “precisa de amigos”. Fica bastante claro, logo de cara, que Barry é a alma da equipe, e sua forma personalidade ágil e dinâmica fazem parte de todo o alívio cômico do filme. Meio como um puro “crianção” e até mesmo sem um filtro de relevância, as vezes, o Flash 74| zint.online
fica responsável pela maioria dos momentos engraçados do filme, não se distanciando muito de seu cânone dos quadrinhos ou animações. E, é claro, que grande responsabilidade disso está a cargo de Ezra Miller, que entrega as melhores reações possíveis, principalmente quando ele banca o fanboy. Enquanto isso, o longa apresenta um Ciborgue mais obscuro, ressentido por parecer um “monstro” com o seu corpo metálico e tecnológico, formado a partir do poder de uma das Caixas Maternas (uma espécie de super-computador que É poder/vida). Se o Batman fica mais leve e “piadista” nesse filme, é o Ciborgue que toma para si o manto do super-herói sombrio e amargurado, seguindo a linha do “lobo solitário”. É ele, também, que ganha menos tempo em tela
e sofre mais com o corte final, tendo quase que todo o seu background apagado da linha temporal do filme. Liga da Justiça é trabalhado de um forma bem mais leve que os capítulos antecessores do Universo da DC (com excessão, é claro, de Mulher-Maravilha), o que acaba gerando mudanças um tanto radicais, como é o citado caso do Batman. Se em BvS, Bruce Wayne era um cara bastante solitário, nas margens do heroísmo, cansado e um tanto desapontado com o que a humanidade pode fazer, a morte do Superman e o seu sentimento de culpa diante do acontecimento parecem ter gerado um efeito profundo no herói, que muda a sua postura. O novo Bruce Wayne é perceptivelmente mais alegre, tendo algumas frases de efeitos e momentos cômicos, como a cena
em que ele responde à Barry que o seu super-poder é “ser rico”. Este Batman também é mais focado em estabelecer um vínculo com a sua equipe e servir como uma espécie de mentor para todos eles, principalmente quando se trata de Diana. Ainda que, particularmente, eu não consiga engolir a tal da “tensão sexual” que os dois compartilham dentro da película, Bruce trabalha bastante para abaixar um pouco as guardas de Diana (e, consequentemente, as duas próprias), tentando vender a ideia de que as margens do heroismo só precisam dele, e que, se ela quiser, a Mulher-Maravilha poder ser uma líder e ter tanto peso no mundo quanto o Superman teve. Diana, por outro lado, não gosta da ideia. Mesmo tendo sido a sua esperança na humanizint.online | 75
dade o que a motivou a encarar o mundo dos homens, a Amazona se intimida em ser uma líder, uma vez que “líderes fazem com que as pessoas sejam mortas”, uma responsabilidade que ela prefere não ter. É claro que, mesmo após 100 anos, a morte de Steve Trevor (Chris Pine) ainda mecha bastante com ela, tendo ele sido o seu primeiro (e possivelmente único) amor. Assim como a personagem foi retratada em Mulher-Maravilha, Gal Gadot continua a disparar o seu charme em tela, se consagrando como uma excelente Diana, graças ao conforto que a atriz tem tela e dentro da personagem. A heroína até ganha alguns momentos para sorrir e ser mais receptiva, algo que não aconteceu em BvS, sendo responsável por apresentar uma Diana misteriosa e seguindo um estilo mais femme fatale. É, então, que chegamos em um dos personagens
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mais esperado para ganhar o seu debut: o Aquaman. Sofrendo de uma reprovação quase que massiva, o personagem era constantemente ridicularizado, raramente sendo levado a sério pelos fãs da Liga da Justiça, principalmente ao seu uniforme e suas habilidades de falar com peixes. Mas o Aquaman de Liga é completamente oposto ao Aquaman habitual, à começar pelo o seu estilo mais voltado para o lumberjack. Arthur Cury, interpretado pelo carismático Jason Momoa, é um cara que adora beber e tem poucas responsabilidades para com o mundo, mesmo que constantemente mostre que tem um coração puro por estar se preocupando com as pessoas de um pequeno vilarejo. Cury também carrega consigo um cabelão num tom marrom escuro com mechas loiras, tatuagens escamadas pelo corpo todo, uma barba grande e o famoso corte na
sobrancelha. Um visual pessoal de Momoa, mas que foi incorporado ao personagem à fim de dar uma roupagem nova ao Aquaman e mostrar ao público que ele não é tão “bananão” assim, mesmo com o seu super-poder de se comunicar com peixes. Uma piada, inclusive, que é levantada duas vezes por Bruce. A personagem acaba sendo a que mais tem abertura, dentro do filme, para estabelecer um caminho para o seu filme solo, sendo rapidamente seguido por Barry. Liga da Justiça gasta alguns minutos para apresentar o Reino submerso de Atlântida, estabelecendo que o Arthur Curry que vemos no filme antecede àquele que vai se estabelecer, futuramente, como o Rei. A percepção é bastante clara quando o herói se depara com a Caixa Materna sendo roubada pelo vilão Lobo da Estepe (totalmente feito através de computação gráfica, sendo zint.online | 77
dublado por Ciarán Hinds), tendo o seu heroísmo logo repreendido por Mera (Amber Heard), que dispensa a ajuda de Curry, uma vez que ele se recusa a tomar responsabilidade de Atlantis após a morte de sua mãe biológica, na qual ele nunca conheceu (a Rainha Atlanna, mãe de Arthur, será interpretada,
da fatídica “bolha de ar para conversas”, James Wan, diretor de Aquaman, já garantiu que tal coisa não irá acontecer em seu filme. Porém, o que fica mais na incógnita, para mim, é qual o favor Curry pede para Mera, afim dele ir tentar recuperar a Caixa. Seria o Tridente?
em Aquaman, por Nicole Kidman). O longa abre o leque do que podemos ver no filme solo do atlantes, com um visual bastante interessante e bem trabalhado, principalmente por ser um filme com atores reais e ter boa parte dele acontecendo debaixo d’água. Ainda que Liga tenha utilizado
Nessa mesma linha de mudanças, o Superman é também um que sofre positivamente com isso. Se em HdA e BvS, Clark parece carregar o peso do mundo em suas costas e tem uma abordagem mais melancólica, o Clark de Liga da Justiça é muito mais leve, ficando mais próximo do canon dos quadrinhos. Aqui,
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o primeiro momento de retorno à vida do Superman é marcado por uma crise de identidade, que leva o herói a lutar contra os seus amigos. É também uma das sequências mais interessantes do filme inteiro (talvez a melhor), explorando um pouco da ideia que carrega o jogo Injustice, onde o Superman torna-se
por dois momentos: o primeiro, é a cena principal em que as pessoas percebem o CGI no bigode de Cavill, causando o desconforto e a deformação no rosto do herói; é também nessa hora que Clark utiliza uma das frases de efeito falados pelo Batman em BvS, questionando Bruce se ele sangra, antes de
um tirano e um vilão, aproveitando de seus poderes que lhe dão o famoso título de “deus”. A cena é marcada por um Clark ressentido de ser trazido de volta à vida, principalmente por aquele que foi o motivo que o levou à morte em primeiro lugar: Bruce Wayne. A sequência também é responsável
simplesmente arremessá-lo para o outro lado quando a “grande arma” Lois Lane (Amy Adams) aparece em cena, implorando à Clark que eles dois possam simplesmente ir embora dali. É graças a esse click que o Superman ganha seu lado humano de volta, recebendo junto uma leveza zint.online | 79
inédita dentro do Universo da DC. Agora noivo, Clark já entende de sua responsabilidade como herói e volta a vestir o traje de Super Homem e ajudar os seus amigos a derrotar o Lobo da Estepe, que até aquele momento demonstra uma grande vantagem diante à Liga sem o herói. Para mim, é interessante analisar algo: embora a personagem de Henry seja a mais importante e poderosa da DC, não é ele o responsável total pela destruição do Lobo, principalmente quando não houve, de fato, uma destruição. Sim, sem dúvidas o Super é uma peça fundamental para a suposta derrota do vilão, mas ele só chega na batalha para lançar o golpe que será responsável pelo golpe final, que fica a cargo de Diana. Com a Matadora de Deuses (que, inclusive, é uma pergunta entre os fãs em como ela consegue a espada de volta, uma vez que ela é destruída em seu filme solo), ela destrói o cajado do Lobo,
que parece ser todo o centro de seu poder. Assim, o vilão perde o seu status e é atacado por uma horda de Parademônios, fazendo-o retrair de volta à nave/ planeta/buraco negro de onde veio, deixando no ar se ele, de fato, morreu ou não (o que, na minha opinião, é facilmente um “não”). É interessante pensar também que ao longo da película, o filme, em momento algum, estabelece aquela “reunião” de super-heróis como A Liga. Para
efeito de conversa, é apenas um encontro ocasional entre três meta-humanos, uma deusa, um kriptoniano e um humano. Na mesma linha seguem os títulos de heróis e até mesmo os nomes dos alter-egos para alguns deles. Barry nunca é chamado de Flash, assim como Victor nunca é chamado de Ciborgue. E, se me recordo bem, Diana nunca é chamada de Mulher-Maravilha (mas, nesse caso, posso estar errado). O único vislumbre que temos de que aquelas
seis pessoas irão, em algum ponto, se tornar a Liga da Justiça da América é quando Bruce e Alfred (Jeremy Irons) retornam à Mansão Wayne e, juntos à Diana, estabelecem que ali será o quartel general da equipe, com uma mesa redonda no centro “com espaço para mais [gente]”, dando à entender que o local será utilizado como os primórdios (ou até mesmo como O) do Hall da Justiça. Ainda que o filme possa sim ser inconstante ao longo de suas duas horas de duração, ele dificilmente é tão ruim quanto a crítica especializada norte-americana vem apontando, principalmente com personagens tão bem trabalhados pelos seus respectivos atores. É fato que o longa não é nenhuma Mulher-Maravilha, mas também não é nenhum BvS. É uma espécie de meio-termo entre os dois, colocando, a meu ver, um crédito positivo no Universo da DC.
» e a s t e r - eg g s
Como todo filme de super herói, Liga da Justiça está recheado de easter eggs com referências e homenagens ao universo DC Comics dos quadrinhos, do cinema e de outros artistas parte da cultura pop. Aqui vai uma lista com alguns destes.
EE #1 //
Em dado momento do longa, vemos a manchete do Metrolis Post “Será que eles retornaram aos seus planetas?” e com um destaque das fotos do Super-Homem e dos cantores David Bowie e Prince. Este momento, provavelmente, é uma homenagem aos artistas que faleceram em 2017. Ainda, a música Heroes, de Bowie, compõe a trilha sonora do filme, enquanto Prince participou das composições originais do primeiro filme do Batman, em 1989.
EE #2 //
Na primeira cena de recrutamento, quando Batman vai atrás do Aquaman, fácil perceber o easter-egg, como alívio cômico. Nesta ocasião, Bruce Wayne faz uma piada à Arthur Curry, dizendo que ele “ouviu falar que ele [Aquaman] consegue falar com peixes”. Esse diálogo faz referência ao desenho animado do Aquaman que foi ao ar na televisão no fim dos anos 70.
EE #3 // Em uma cena de diálogo entre
Bruce e Alfred, o mordomo brinca que as dificuldades encontradas pela dupla estão fora do padrão do que estão acostumados, como quando suas "maiores preocupações eram pinguins com explosivos". Essa frase faz referência não só ao vilão Pinguim, mas também ao filme Batman: O Retorno.
EE #4 // Na cena em que o Batman
tenta recrutar o Flash para se juntar a Liga, vemos Barry Allen negar ser o Flash. Quando está enunciando suas habilidades, o personagem diz que uma delas é "ter conhecimento das linguagens de sinais para gorilas". Essa frase, remete ao vilão Gorila Grodd, um dos principais e consagrados antagonistas do velocista escarlate.
EE 5 //
Em uma cena de flashback que explica o passado do vilão Lobo da Estepe, vemos uma enorme batalha pela salvação do planeta terra. Nessa batalha, além da aparição dos deuses do Olimpo, personagens ligados à origem da Mulher-Maravilha, vemos um Lanterna Verde ser assassinado durante a luta. Apesar de ser um pequeno vislumbre, o easter egg é muito animador para os fãs do personagem que aguardam por um reboot desde o longa-metragem estrelado por Ryan Reynolds.
EE 6 //
O retorno de Clark por sí só já é um baita easter-egg. O icônico momento é uma referência ao arco conhecido como A Morte e o Retorno do Superman, da HQ “A Morte do Superman”, que em 2017 completa 25 anos. E ainda que Clark não tenha usando o famoso uniforme preto dos quadrinhos, o herói volta com uma breve amnésia, tornando-o o tirano super-poderoso que muitos temiam acontecer, lembrando um pouco o plot do jogo Injustice: Gods Among Us.
EE #7 //
Ao final do longa, vemos Bruce, Alfred e Diana discutindo a respeito das reformas que precisarão ser feitas na Mansão Wayne para transforma-la em nada mais do que a Sala da Justiça, consagrado quartel general da equipe.
EE #8 //
Na primeira cena pós créditos, vemos o Superman e o Flash se preparando para apostar uma corrida, afim de determinar qual deles é o “homem mais rápido do mundo”. O momento é um easter-egg para os quadrinhos, onde Clark e Barry já apostaram corrida diversas vezes.
EE #9 //
Na cena segunda cena pós créditos, o público se depara com a aparição do Exterminador, interpretado por Joe Manganiello, além do retorno de Lex Luthor, vivido por Jesse Eisenberg. Além de os próprios personagens estarem na cena já funcionar como um easter egg, Luthor está vestindo o mesmo terno que Gene Hackman vestiu quando interpretou o vilão no longa do Superman protagonizado por Christopher Reeve. Lex ainda sugere a criação de uma equipe de super-vilões, referência à Legião do Mal.
O Futuro
Agora, resta esperar pelos próximos capítulos da novela, que ano que vem já conta com o filme solo do Aquaman, além do início de produção do filme solo do Flash, que deve ficar pra 2020. Um filme para Ciborgue e um para a Tropa dos Lanterna Verdes também estão nos planos, mas apenas Lanterna contava com um previsão de lançamento para 2020, estando agora mais próximo da incógnita. Batman também já tem confirmado o seu filme solo, que já está pré-estabelecido como uma trilogia. A direção fica a cargo de Matt Reeves (Planeta dos Macacos: A Guerra), e tem o retorno de Ben Affleck um tanto "incerto", assim como o de Joe Manganiello como o vilão Exterminador. J.K. Simmons permanece confirmado como o Comissário Gordon, e até mesmo já foi introduzido no universo. Mulher-Maravilha já teve a sua sequência garantida, com o retorno de Patty Jenkins na direção e Gal Gadot na personagem-título. Em conversas preliminares à imprensa, Patty já contou que a sua ideia é levar Diana aos Estados Unidos e até mesmo mostrar o icônico Jato Invisível. Quanto à cronologia, o filme deve se passar durante a Guerra Fria. Mulher-Maravilha 2 (ainda sem título oficial) tem estreia marcada para 13 de dezembro de 2019. Por último, Clark também está nos planos para ganhar um novo filme. Uma sequência para Homem de Aço já foi confirmada, mas ainda está em um estágio muito inicial de conversas, e deve demorar para sair. Entre os rumores estão a presença de Matthew Vaughn (Kingsman: O Serviço Secreto) como o diretor. Enquanto isso, rumores apontam que Zack Snyder não deve mais retornar para o Universo da DC. Uma coisa é certa, no entanto: a DC já anunciou que seus filmes não serão tão conectados, funcionando de forma mais soltas. Além disso, o Universo terá uma franquia secundária, com filmes solos de outros personagens, como o do Coringa jovem (sem Jared Leto), o Sereias de Gotham (reunindo Harley Quinn, Hera Venenosa e Mulher-Gato), um da relação do Coringa com a Harley, um solo para Harley e até mesmo um do Exterminador. Mesmo o Universo da DC estando um tanto sombrio em sua cronologia e a ligação entre películas, podemos afirmar que este não é o fim da Liga. //
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literatura
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A Rainha do Crime Autora inglesa que mudou o rumo dos gêneros literários comemora 97 anos de história e crimes bem solucionados // T E XT O
H
laísa santos
á muitos anos as mulheres buscam reconhecimento, respeito e igualdade tanto na vida pessoal, quanto no trabalho e perante a sociedade. Então, quando alguma consegue se destacar e estar à frente de seu tempo é preciso elogiar e buscar entender como tal feito aconteceu. Esse é justamente o caso de Agatha Christie. A escritora inglesa nasceu em 1890. Desde a sua primeira publicação, Agatha já foi responsável por muito rebuliço no meio literário conservador justamente por ir além do que as pessoas conheciam e esperavam. Ela sempre propôs uma experiência diferenciada e misteriosa ao leitor, que a cada história precisava se tornar o próprio detetive que protagonizava as narrativas para descobrir quem era o responsável pelo crime horrendo que acabara de acontecer. Os livros de Agatha Christie já foram relançados diversas vezes, ganhando diferentes capas e edições ao longo dos anos, além de ter suas várias de suas obras adaptadas para o meio cinematográfico e televisivo. A história E Não Sobrou Nenhum é uma das mais famosa em vários quesitos, ganhando dois filmes, dois telefilmes e, recentemente, uma série produzida pela BBC UK, considerada a melhor adaptação da autora já feita para a televisão. O primeiro livro dela foi lançado há 97 anos e marcou um aspecto muito importante da carreira da autora, uma vez que serviu para introduzir e apresentar personagens que retornariam para diversos de seus próximos livros. O senhor Hercule Poirot e o capitão Arthur Hastings foram os pioneiros nos mistérios criados pela britânica, que ainda acrescentou Miss Marple e Ariadne Oliver à sua coleção de enredos criminais. Ao longo de sua carreira, a escritora já publicou mais de 80 livros, sendo a maioria deles dentro do gênero de romances policiais. Ao todo, já foram mais de quatro bilhões de exemplares vendidos no mundo todo, fazendo de Christie um importante símbolo feminino na literatura e uma referência em termos de qualidade de escrita.
// d i ag ra mação
Maria Nagib
“Assassin ato n o expr esso do o r ien te” é o m ais r ecen te livr o de agatha à gan har um a ver são adaptada par a o cin em a. n o br asil, o film e estr eia n o fin al de n ovem br o
Lançamento
Agatha é a mente responsável por criar os enredos de alguns romances policiais clássicos como, Assassinato Na Casa do Pastor, Os Crimes ABC, O caso do Hotel Bertram e claro, Assassinato no Expresso do Oriente. Este último ganhou, em 23 de novembro, um longa-metragem dirigido por Kenneth Branagh e estrelado por Penélope Cruz, Johnny Depp, Judi Dench, Michelle Pfeiffer, entre outros nomes conhecidos da indústria cinematográfica. A narrativa gira em torno de um misterioso assassinato que aconteceu dentro de um trem em que o famoso detetive Hercule Poirot, interpretado pelo também diretor Kenneth Branagh, se encontrava. A bordo desta mesma viagem está um grupo de pessoas com personalidades bem diferentes que vão se mostrar suspeitas e passíveis de cometer um crime. A grande questão é encontrar o assassino em meio ao caos de mentiras e desavenças. // zint.online | 89
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INDICAÇÕES
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séries de época: aventura
No ultimo dia 13, o anuncio de que a Amazon Studios adquiriu os direitos da franquia O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, e já encomendou uma série de TV sobre os livros do autor, sacudiu o mundo do entretenimento. Com isso tema em mente, confira a seguir sete must watch séries de época que vão te deixar ansiando para voltar à Terra-Média.
// T E XT O
laura michell
// Diagr a mação
» The Tudors A série que estreou em 2007 narra o reinado de Henrique VIII na gloriosa Inglaterra do século XVI. Com quatro temporadas, o seriado mescla realidade e ficção com muito drama, romance e vingança, conseguindo retratar com perfeição, um dos maiores e mais emblemáticos monarcas da história. Insatisfeito com seu casamento com Catarina de Aragão, e impedido pelo Papa de se obter um divórcio, Henrique ficou conhecido por romper relações com a Igreja Católica e fundar a Igreja Anglicana para se casar com Ana Bolena.
VICS
» outlander Baseada na série literária de mesmo nome, de Diana Gabaldon, o seriado, atualmente na terceira temporada, conta a história da inglesa Claire Beauchamp, enfermeira na Segunda Guerra Mundial e casada com o historiador e professor Frank Randall. Após anos separados pela guerra, o casal viaja para as Terras Altas da Escócia a fim de restabelecer o relacionamento, porém, Claire é subitamente tele transportada 200 anos no passado, para 1743. Sozinha, em meio ao levante jacobita, Claire precisa aprender os costumes da época para sua sobrevivência, e descobrir uma forma de voltar ao seu tempo.
» game of thrones Uma das maiores febres da atualidade, Game of Thrones é baseado na série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin. Em um tempo muito distante, os sete reinos de Westeros viviam em paz, até a fome pelo poder falar mais alto. Conspirações e rivalidades misturadas as mais diversas alianças políticas formam o jogo pelo Trono de Ferro, símbolo do poder absoluto. Se não bastasse isso, forças sobrenaturais ameaçam a segurança de todos do continente e a Patrulha da Noite, organização responsável pela proteção dele, já não possuí as armas necessárias para combater o mal que há de vir. Com sete temporadas na conta, a oitava e última estreia em 2019.
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» vikings Do mesmo criador de The Tudors, a série conta a história de Ragnar Lothbrok, herói nórdico e lendário líder Viking. O seriado possuí cinco temporadas, sendo que a última será lançada dia 29 de novembro, já tendo sido renovada para mais uma. Com muitas batalhas e reviravoltas, a série é inspirada nas invasões comerciais e exploratórias dos nórdicos da Escandinávia na Era Viking.
» The last kingdom A série é baseada nos livros Crônicas Saxônicas, de Bernard Cornwell, e se passa no século IX, quando a Inglaterra é invadida pelos Vikings. O seriado é contado pelo ponto de vista de Uhtred, um jovem saxão que perdeu os pais quando criança em um ataque dos Vikings e foi levado por eles para ser criado como nórdico. Ao se tornar um guerreiro, sua lealdade é constantemente questionada quando se tem que escolher entre o seu país de nascimento ou o país das pessoas que o acolheram. Com duas temporadas, a série tem seu terceiro ano sendo negociado pela a BBC e a Netflix.
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» BLACK SAILS Ambientada 20 anos antes do livro A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson, a série apresenta as aventuras de Capitão Flint, um dos piratas mais temidos dos mares, em suas batalhas para proteger seu estilo de vida e seu refúgio, a ilha de New Providence, da marinha britânica. A série se passa no Caribe entre os séculos XVII e XVIII, na chamada Era de Ouro da pirataria. Com produção de Michael Bay, diretor dos filmes Transformers, a série teve quatro temporadas e se encerrou nesse ano.
» frontier No final do século XVIII, a luta pelo controle das rotas de peles nos Estados Unidos e Canadá era puramente um jogo de interesses. A série explora a vida dos comerciantes nativo-americanos do couro animal na primeira exploração da América do Norte e a tentativa de dominação dos europeus tanto territorial quanto por mercadorias. A segunda temporada da produção acabou no final de novembro desse ano, sendo renovada para uma terceira.
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tirinhas
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tirinha um;
Mortadela Rafael Rallo
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tirinha dois;
Memรณria Rafael Rallo
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FOTOGRAFIA
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ensaio um;
fotรณgrafo; victor piroli, 22 anos belo horizonte, minas gerais portfรณlio; victorpiroli.com
zint.online 102 | zint.online
“
Com uma matéria sobre drag queens nesta edição da ZINT, achei que precisávamos de um ensaio fotográfico. Para a minha sorte, Victor Piroli tem em portfólio um ensaio com algumas drags de Belo Horizonte. Então, nada melhor do quê pedir que ele colocasse em exposição alguma dessas fotografias aqui na Z. Shantay, you slay! - vics.
uma das mais famosas drag queens do mundo é RuPaul, responsável por dar vida ao famoso reality show RuPaul’s Drag Race. o programa caminha para sua décima temporada, com dois spinoffs e quatro Primetime Emmy Award (dois deles para Ru, como “Melhor Host de Reality”).
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modelo; bettie adams
modelo; bettie adams
modelo; amber ives
modelo; amber ives
modelo; made in line
modelo; made in line
(re)existĂŞncia;
fotĂłgrafa; ana luisa santos, 21 anos belo horizonte, minas gerais portfĂłlio; flickr.com/fotografar-te instagram.com/analuisa.fotografa/
zint.online 110 | zint.online
A exposição (Re)existência fez parte do evento AfroPUC, uma ação do coletivo de estudantes negras da PUC Minas “Abayomi Entre Nós”. O evento marcou o mês da Consciência Negra e tratase da importância de discutir questões raciais diariamente. O coletivo continuará agindo a fim de levar a discussão racial às pessoas, principalmente do meio acadêmico e agir contra o racismo em todos os meses do ano, não só em novembro.
a palavra abayomi tem origem iorubá, e costuma a ser uma boneca negra, significando aquele que traz felicidade ou alegria. abayomi quer dizer encontro precioso; abay = encontro omi = precioso
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fotรณgrafa; ana luisa santos
modelo; alexandre franรงa
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modelo; erica mendes
modelo; gabriella figueiredo
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modelo; jĂŠssica sudrĂŠ
modelo; joĂŠrica oliveira
modelo; lucas gomes
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