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Dimensão II – O saber disciplinar em xeque problematização do isolamento disciplinar Dimensão III – Área de conhecimento em foco
by rhjeditorial
A partir do que considera serem as cinquenta competências cruciais para a profi ssão de educador, este autor descreve 10 grandes “famílias”. São elas:
1. Organizar e estimular situações de aprendizagem. 2. Gerar a progressão das aprendizagens. 3. Conceber e fazer com que os dispositivos de diferenciação evoluam. 4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e no trabalho. 5. Trabalhar em equipe. 6. Participar da gestão da escola. 7. Informar e envolver os pais. 8. Utilizar as novas tecnologias. 9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profi ssão. 10. Gerar sua própria formação contínua. Considerando essas 10 grandes famílias de competências a serem desenvolvidas, podemos vislumbrar algumas outras questões que o nortearão na construção do seu projeto de vida:
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• Qual o meu objetivo enquanto professor? • Quais as características e demandas do público para quem eu irei lecionar? • Até que ponto as minhas condições pessoais afetam minha atuação profi ssional, ou seja, minha prática docente? • Quais são as minhas necessidades para atingir os meus objetivos enquanto professor? • O que devo fazer para suprir essas necessidades? • Quais etapas eu preciso cumprir de forma otimizada? • Quais demandas são exigidas para que eu possa cumprir cada etapa? • Qual o prazo que necessito para o cumprimento de cada etapa? • Esses prazos atenderão às demandas que terei durante a minha prática pedagógica?
DIMENSÃO II – O SABER DISCIPLINAR EM XEQUE (PROBLEMATIZAÇÃO DO ISOLAMENTO DISCIPLINAR)
Porque[,] num mundo em que ninguém mais parece entender ninguém, torna-se imprescindível que abandonemos a rotinização e as falsas seguranças de que ainda se vangloriam nossas disciplinas isoladas e nos entreguemos ao sonho da aventura transdisciplinar concertativa[,] apresentando-se como um meio de compensar as lacunas de um pensamento científi co mutilado pela especialização e exigindo a restauração de um pensamento globalizante em busca de unidade, por mais utópica que possa parecer. (JAPIASSU, 2006, p. 17).
Como dominar os objetos do conhecimento de nosso respectivo componente curricular ou campo de saber no que se refere à BNCC para o Ensino Médio?
Dominar os objetos de conhecimento do campo de saber é algo que requer atualização constante e uma visão para além de nossa área. Corroborando Moreto:
Conhecer os conteúdos signifi ca conhecer não apenas conceitos, defi nições ou fórmulas, mas também as relações que ligam esses conteúdos conceituais às experiências vividas pelos alunos em seu dia a dia. É preciso desenvolver procedimentos que demonstrem aos alunos as relações existentes e permitam que eles adquiram atitudes pertinentes com o desenvolvimento pleno da cidadania (MORETO, 2003, p. 115).
Não tem como dominar os objetos de conhecimento de sua área sem conhecer o que dos outros objetos de conhecimento das outras áreas infl uencia o entendimento do conteúdo em estudo. Por exemplo, para desenvolver a competência CNT101:
Analisar e representar, com ou sem o uso de dispositivos e de aplicativos digitais específi cos, as transformações e conservações em sistemas que envolvam quantidade de matéria, de energia e de movimento para realizar previsões sobre seus comportamentos em situações cotidianas e em processos produtivos que priorizem o desenvolvimento sustentável, o uso consciente dos recursos naturais e a preservação da vida em todas as suas formas. (BRASIL, 2018, p. 557).
Primeiramente precisamos dominar o conceito de matéria e energia. O que é matéria? Como pode se transformar? Quais são os componentes da matéria? Qual a relação entre matéria e energia? Reparem que os objetos de conhecimento das áreas de química e física estão completamente intricados na compreensão desse contexto. Além disso, precisamos defi nir o que são fenômenos, o que e quais são os processos tecnológicos e como analisar os impactos socioambientais destes. Como fazer isso sem conhecer e entender a dinâmica ambiental e as infl uências das ações humanas sobre esse ambiente? É importante perceber que trabalhar por competência não permite fi car preso a uma única área do conhecimento. No caso, os objetos de conhecimento da área da biologia exemplifi cados, como interações entre os fatores abióticos e os seres vivos, interações entre os seres vivos, cadeias e teias alimentares, cadeia energética, produção primária e secundária, curvas de crescimento e sobrevivência, potencial biótico etc. revelam a intricada relação e dinâmica da matéria e da energia. Assim, os objetos de conhecimento da física e da química contribuem para a explicação da existência e das alterações dessa matéria e energia. Ou seja, não tem como desenvolver as competências com os conhecimentos de uma única área.
Como se estruturam, em uma hierarquia, esses objetos de conhecimento? Quanto à hierarquização dos objetos de conhecimento, ela estará muito relacionada com o modelo epistemológico e o modelo pedagógico utilizado. Se for o modelo diretivo, essa hierarquia será determinada pelo professor. O que vem primeiro? Geralmente, os professores da escola que segue esse modelo afi rmam que, se determinado conteúdo não for dado primeiro, o estudante não conseguirá entender o próximo, e a quantidade de conteúdo também é determinada por eles. Caso o modelo seja construtivista, a hierarquia dos objetos de conhecimento poderá ser determinada a partir do diálogo e do interesse de nossos estudantes. Pode-se partir do macro para o micro, ou seja, de algo palpável para algo que ele tenha de abstrair, ou vice-versa, de forma contextualizada.
Muitas vezes, nós nos perguntamos: como posso representar, formular e expor esses objetos de conhecimento, de modo a torná-los compreensíveis para os estudantes? Primeiramente, precisamos trazer esses objetos para dentro de um contexto de interesse para os estudantes. Um exemplo seria entender o contexto de uma reportagem