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Caminho de Sucesso O EMPRESÁRIO MARCELO MUNIZ TRILHOU UM CAMINHO DE MUITA DEDICAÇÃO PARA ATINGIR O SUCESSO
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ICH REPORT DÁ CONTINUIDADE ao pro-
grama de entrevistas com empreendedores da gastronomia, garimpando bons nomes do setor para provar que, mesmo em um cenário não tão favorável economicamente, o nicho premium segue em alta. Para esta edição, falamos com Marcelo Muniz, 35 anos, que é sócio proprietário do italiano Nonna Rosa e do espanhol MeVá, restaurantes que estão fazendo muito sucesso em São Paulo. Aqui, Marcelo fala de sua trajetória e dá dicas para empreender com segurança. Sua trajetória foi de muito aprendizado no setor até chegar ao Nonna Rosa, quais os passos fundamentais que deu para chegar até aqui? Comecei numa lanchonete aos 13 anos como lavador de copo, na qual fiquei até os 15. Sai de lá para ser cumim no restaurante O Garimpo, em Embu das Artes. Foi ali que eu comecei a me interessar pelo serviço do salão. Quando subi para o cargo de gerente, vi ali a oportunidade de estar mais próximo ao cliente. Então eu dava sugestões, sempre fazia o impossível para ser algo a mais. Cheguei ao cargo de chefe de fila (a pessoa que organiza o salão, faz a organização da praça, escala de folga). Do Garimpo já foi direto pro Grupo Fasano? Sim, saí do Garimpo e fui pro Gero. Eu achava que era garçom, mas quando cheguei ao Gero, percebi que não sabia de nada. E posso dizer que foi lá que aprendi a atender o cliente como se deve. Entrei com cumim e fiquei no cargo por apenas quatro meses – ninguém antes foi promovido de forma tão rápida. Ali eu aprendi que o serviço do garçom não era apenas por ou tirar o prato da mesa. Mas eu tinha que saber harmonizar os pratos entre si, com vinhos, drinques. No grupo Fasano, quando você é cumim, não encosta na mesa. O garçom só coloca vinho na taça e não sugere nada, nem tira pedido. Quem faz esse trabalho é o gerente ou o maître. Era muita pressão, e confesso que pensei em desistir. Mas ser bom nisso era algo que estava além da minha vontade apenas. Fui aprender inglês para melhorar, eu fazia tudo que ia me deixar melhor profissional. Na sequência, fui para a Tratoria Fasano ser maître. E eu tinha tanta curiosidade pela gastronomia italiana que quan-
do era minha folga, eu ia fazer estágio na cozinha para aprender mais. Novos desafios vieram? Eu saí do Fasano para trabalhar no Nino, com o Rodolfo de Santis. E foi um processo interessante porque no Fasano tinha uma estrutura, um staff forte, e lá no Nino era tudo um desafio novo. Eu já estava acomodado no Fasano e no Nino seria uma oportunidade para me destacar e crescer. E o Rodolfo era o chef do momento. Era interessante estar próximo de pessoas como ele, como foi para mim com o Rogério Fasano. No Nino eu cuidava da operação toda: entrei como gerente, comecei a entender sobre custos e estratégias. Com o Rodolfo eu fiz uma RAUL DA MOTA inauguração – ou seja, implantação de tudo – a do Damarino. Teve alguém que o impulsionou para deixar de ser funcionário e tornar-se empreendedor? Sempre tive um cliente que me ajudou em tudo, ele apostava em mim, desde o Fasano. Foi então que esse cliente estava abrindo um restaurante e queria que eu fosse sócio. Daí que nasceu o Nonna Rosa, meu primeiro restaurante. Após um ano e meio de sucesso do Nonna – eu sempre pensando em expandir, minha cabeça não para – foi que resolvi abrir o MeVá um restaurante com alma espanhola, com uma coquetelaria bem presente, ali no Baixo Pinheiros. Adicionalmente a tudo isso, eu tenho um projeto que chama Bandeco. Todo dono de restaurante tem uma dificuldade real com a comida dos funcionários e poucos colocam isso como prioridade. Foi então que eu montei uma cozinha que envia todos os dias as refeições para os funcionários, refeições balanceadas. Hoje já abastemos diversos restaurantes em SP. Para encerrar, o que pretende daqui para frente? Novas casas virão? O meu plano é estruturar bem as duas casas – ainda estamos lidando com os estragos da pandemia, e principalmente quero fazer o MeVá acontecer. Quero mesmo fazer o Bandeco ser sucesso, porque a intenção é a de que todos também olhem para o funcionário de uma maneira verdadeira.
Marcelo Muniz é sócio proprietário dos restaurantes Nonna Rosa e MeVá, em São Paulo
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