As Escolhas Académicas e Profissionais dos Estudantes do Ensino Secundário Motivações e influências sobre as escolhas académicas
Ana Rita Neves Rogado nº 218083
Licenciatura: Ciências da Comunicação
Carla Marisa Barata Nunes nº 218092 Docente: Célia Belim Cátia Maria Batista Rosa nº 218093
Unidade Curricular: Inquéritos e Sondagens à Iara Filipa Mendes Tavares nº 218050 Opinião Pública
João Miguel Moteiro Braz nº 218044
Ano-letivo: 2015/ 2016
RESUMO: Este estudo pretende compreender as escolhas académicas e profissionais dos estudantes do ensino secundário, se estes pretendem entrar no ensino superior, prosseguindo estudos, ou se preferem ingressar diretamente no mundo do trabalho. Isto é averiguado através da análise de variáveis como o que é que os estudantes pretendem fazer depois do secundário, e se estes são influenciados pela família, amigos e respetiva entidade de ensino. Os resultados foram obtidos através de inquéritos online, dirigidos aos estudantes do ensino secundário, principalmente aqueles que frequentam os dois últimos anos deste tipo de ensino. Concluiu-se que a maioria dos indivíduos pretendem ingressar no Ensino Superior. A maior parte destes advém de cursos de Ciências e Tecnologias, preferindo as áreas de Direito, Ciências Sociais e Serviços. Por fim, verifica-se que estes não são influenciados nas suas escolhas, nem consoante a idade ou o género PALAVRAS-CHAVE: escolhas; académicas; influência; profissionais; estudantes; ensino. ABSTRACT: This study aims to understand the academic and professional choices of high school students, whether they intend to go to college, pursuing their studies, or to leave school and start to work. We examine this through the analysis of variables like what do students intend to do after highschool and if their family, friends and school afects their choices. The results were obtained through online surveys sent to high school students, particulary to the ones attending the last two years of highscool. Subsequently, they were analyzed by the software SPSS Statistics 22. It was concluded that the majoroty of individuals intend to go to college. The majority comes from cience courses, prefering the areas concerning Law and Social Sciences. Finally, it is verified that students are not induced in their choices. Key words: choices; academics; influences; professional; students; education
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ÍNDICE INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 4 1. NOTA METODOLÓGICA ............................................................................................................. 5 1.1. AMOSTRA ............................................................................................................................... 8 2. ESTADO DA ARTE ....................................................................................................................... 9 3. ANÁLISE ESTATÍSTICA E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................. 27 WEBGRAFIA/ BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 28
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INTRODUÇÃO A problemática da transição do ensino secundário para o ensino superior tem vindo a ser desenvolvida por investigadores nas duas últimas décadas (Azevedo & Faria, s.d.). Esta mudança é vista como a mais importante de todo o ciclo de vivências académicas, quer para o estudante, quer para os seus familiares e amigos (Gonçalves, s.d.). Neste sentido, este artigo, realizado no âmbito da Unidade Curricular de Inquéritos e Sondagens à Opinião Pública, pretende estudar as escolhas académicas e profissionais dos estudantes do ensino secundário, numa fase em que pensar no futuro se torna fulcral. As transformações sociais, as incertezas económicas e os avanços tecnológicos tornam, nos dias de hoje, as escolhas dos estudantes do ensino secundário particularmente difíceis (Oliveira, Pinto & Souza, 2003). Esta transição é marcada por situações complexas, como critérios de seleção (média e exames nacionais), expectativas de emprego negativas e frustrantes e adaptação ao novo ambiente (Azevedo & Faria, s.d.), que levam a que a decisão seja ponderada. Por outro lado, a frequência do ensino superior marca o início da transição para o mundo do trabalho e para a autonomia própria do jovem adulto (Gonçalves, s.d.). A profissão deixou de ser encarada como o que se quer fazer, e passou a ser vista como aquilo que se deseja ser, resultante de amplos fatores, como por exemplo o meio social, a família e a cultura (Oliveira, Pinto & Souza, 2003). Neste sentido, partindo da pergunta “quais as motivações/influências sobre as escolhas académicas?“, foram definidos os seguintes objetivos de pesquisa: conhecer as intenções dos estudantes após a conclusão do Ensino Secundário; perceber os motivos dos estudantes em relação às escolhas após o ensino secundário; verificar a influência do curso do Ensino Secundário em relação ao tipo de Ensino Superior que quer frequentar; identificar a primeira escolha dos estudantes consoante as áreas de estudo do Ensino Superior; e analisar a influência dos pais, amigos e familiares na escolha académica e profissional.
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1. NOTA METODOLÓGICA Para o presente estudo, torna-se necessário operacionalizar o conceito-chave, ou seja, “traduzi-lo em eventos ou fenômenos observáveis” (Mota, Cruz & Pimenta, 2005), do artigo: escolhas. Tabela 1 - Operacionalização do conceito “escolhas” Conceito ·
Dimensão
Componentes
Liberdades/ Influências
Escolhas
Fim/ Objectivos
Tempo
Liberdade na Escolha
Liberdade na escolha
Condicionamento escolha
Família; Amigos; Média; Fatores Económicos
da
Objectivo Pessoal
Prestígio/reputação; pessoal
Objectivo Económica
Estabilidade financeira
Objectivo Contratual
Estabilidade contratual;
Duração
Moral/Ética
Indicador
realização
profissional
e
Escolhas a curto, médio e longo prazo -
Escolhas boas Escolhas más
A população-alvo constituiu-se por alunos do ensino secundário de várias escolas do país e a dimensão da amostra foi de 1216 indivíduos. A metodologia utilizada foi quantitativa, uma vez que se procedeu à recolha de dados através de questionários online, partilhados nas redes sociais e enviados via e-mail às escolas. Utilizou-se também a metodologia qualitativa, através de uma pesquisa de artigos relacionados com o tema. Os questionários foram partilhados de dia 15 de Abril a 7 de Maio. Dados os objetivos traçados, procedeu-se à análise das variáveis (tabela 2) através do programa SPSS Statistics 22.
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Tabela 2 – Questões usadas e respetivas categorias Pergunta
Categorias
Tipo de Variável:
2. O que pretendes fazer imediatamente após a conclusão do Ensino Secundário?
1. Ano de pausa nos estudos (“gap year”) 2.Conciliação de estudo e trabalho (trabalhador-estudante) 3.Ingresso no ensino superior 4.Ingresso no mercado de trabalho 5.Ingresso num curso profissional 6. Outra escolha. Qual?
Nominal
3. Quais os principais motivos que te levam a fazer esta escolha? Seleciona, no máximo, 2 respostas.
1. Desempenho escolar (média obtida no secundário) 2. Dinheiro despendido no curso 3. Estabilidade contratual 4. Influência de amigos 5. Influência de familiares 6. InIfluência de gabinetes e feiras de orientação vocacional 7. Influência dos media 8. Influência dos professores 9. Motivação pessoal 10. Pressão social 11. Qualidade de vida 12. Remuneração 13.Vontade em adquirir independência financeira 14. Outro motivo. Qual?
Nominal
4. Sentes-te influenciado(a) na tua escolha? *
1. Totalmente 2. Muito 3. Pouco 4. Nada
Ordinal
6. Qual o tipo de Ensino Superior que queres frequentar?
1. Ensino superior privado politécnico 2.Ensino superior privado universitário 3.Ensino superior público militar e policial 4.Ensino superior público politécnico 5.Ensino superior público universitário
Nominal
8. Qual(is) a(s) área(s) de estudos na(s) qual(is) tens interesse? Utiliza os números de 1 a 3, sendo que 1 corresponde à tua primeira escolha, o 2 à segunda e o 3 a uma eventual terceira.
Agricultura e Recursos Naturais (ex.: Agronomia, Enologia, Veterinária, Zootecnia) Arquitectura, Artes Plásticas e Design (ex.: Escultura, Fotografia, Pintura, Urbanismo) Ciências da Educação e Formação de Professores (ex.: Ciências da Educação, Ciências do Desporto e da Actividade Física, Educação Ambiental, Educação Básica) Ciências Exactas e Naturais (ex.: Biologia, Estatística, Física, Matemática, Química) Direito, Ciências Sociais e Serviços (ex.: Ciências da Comunicação, Serviço Social, Sociologia) Economia, Gestão e Contabilidade (ex.: Administração Pública, Ciências Empresariais, Finanças, Gestão Hoteleira) Educação Física, Desporto e Artes do Espectáculo (ex.: Artes performativas,
Nominal
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Ciências do Desporto, Ciências Musicais, Motricidade Humana) Humanidades, Secretariado e Tradução (ex.: Arqueologia, Filosofia, História, Tradução) Saúde (Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina) Tecnologias (ex.: Biotecnologia, Ciência de Computadores, Engenharias, Informática) Outra. Qual? 10. Qual o grau académico que ambicionas
1. Licenciatura 2. Mestrado 3. Doutoramento
Ordinal
Sexo
1.Masculino 2. Feminino
Nominal
Ano que frequenta
1. 10ºAno 2. 11ºAno 3. 12ºAno
Ordinal
Curso do Secundário que frequenta
1. Artes Visuais 2. Ciências e Tecnologias 3. Ciências Socioeconómicas 4. Línguas e Humanidades 5. Curso com planos próprios 6. Curso Artístico Especializado (ANQEP) 7. Curso Profissional (ANQEP) 8. Ensino Secundário na Modalidade de Ensino Recorrente 9. Curso Vocacional 10. Outro. Qual?
Nominal
Distrito ou região autónoma de residência
1. Açores. Passa para a pergunta 25. 2. Aveiro. Passa para a pergunta 25. 3. Beja. Passa para a pergunta 25. 4. Braga. Passa para a pergunta 25. 5. Bragança. Passa para a pergunta 25. 6. Castelo Branco. Passa para a pergunta 25. 7.Coimbra. Passa para a pergunta 25. 8. Évora. Passa para a pergunta 25. 9. Faro. Passa para a pergunta 25. 10. Guarda. Passa para a pergunta 25. 11. Leiria. Passa para a pergunta 25. 12. Lisboa 13. Madeira. Passa para a pergunta 25. 14. Portalegre. Passa para a pergunta 25. 15. Porto. Passa para a pergunta 25. 16. Santarém. Passa para a pergunta 25. 17. Setúbal. Passa para a pergunta 25. 18. Viana do Castelo. Passa para a pergunta 25. 19. Vila Real. Passa para a pergunta 25. 20. Viseu. Passa para a pergunta 25.
Nominal
obter?
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Tabela 3 - Objetivos e análise utilizada Objetivos
Descrição
Análise
Conhecer as intenções dos estudantes após a conclusão do Ensino Secundário
Análise Bivariada (Análise Univariada para cada variável)
2
Perceber os motivos dos estudantes em relação às escolhas após o ensino secundário
Análise Univariada
3
Verificar a influência do curso do Ensino Secundário em relação ao tipo de Ensino Superior que quer frequentar
Teste de dependência Qui-Quadrado (Análise Univariada para cada variável)
4
Identificar a primeira escolha dos estudantes consoante as áreas de estudo do Ensino Superior
Análise Univariada Análise Bivariada
5
Analisar a influência do sexo e do ano que frequenta na escolha académica e profissional
Análise Multivariada (Análise Univariada para cada variável)
1
1.1. AMOSTRA Um dos tipos de amostras que utilizamos foi a aleatória simples probabilística, através de um sorteiro de 13 escolas secundárias do município de Lisboa, partindo do universo de 22 escolas. Este tipo de amostra anula a equação subjetiva do investigador e permite que qualquer adição dentro dos limites temporais beneficie, por via das leis da aleatoriedade, de idêntica probabilidade de vir a ser selecionada (Nick & Kellner, 1971, p. 270). Por outro lado, os métodos aleatórios são, teoricamente, “os únicos válidos” para aferir as caraterísticas do todo (universo) a partir das partes (unidades analisadas) (Sousa, 2004, p. 51). Posteriormente, cobriu-se todo o país com uma amostra não probabilística de conveniências, composta por escolas dos distritos de todo o país e regiões autónomas, tendo-nos sido atribuído o distrito de Évora. Assim, cada grupo fez uma pesquisa em plataformas na internet e endereçou e-mails aos diretores das escolas do distrito correspondente. Para ampliar o tamanho de amostra, foram usadas redes de contactos dos estudantes-inquiridos. Da amostra de 1216 indivíduos, 734 (60,4%) são sexo masculino e 482 do sexo feminino (39,6 %). Em relação à idade, 382 (31,4%) têm 17 anos, representando o valor mais expressivo, 335 (27,5%) têm 16 anos e 248 (20,4%) têm 18 anos. No que diz respeito à área de estudo, as mais expressivas foram os Cursos Cientifico-Humanísticos de Ciências e Tecnologias e Línguas e Humanidades, com 518 (42,6%) e 343 inquiridos (28,2%), respetivamente. O curso profissional (ANQEP) tem o terceiro valor mais Página 8 de 29
expressivo, com 147 inquiridos (12,1 %). A nível distrital, Viana do Castelo é o distrito com mais inquiridos (539, que corresponde a 44,3%), seguindo-se Lisboa (166 respostas, correspondentes a 13,7%) e Madeira (128 respostas, que dizem respeito a 10,5% da amostra).
2. ESTADO DA ARTE A frequência do ensino superior marca o final da “escolaridade obrigatória” para muitos jovens (Oliveira, Pinto & Souza, 2003). Ao entrarem na universidade, os estudantes encontram um ambiente diferente do que conheceram durante todo o seu percurso escolar, sendo as diferenças assinaláveis no que diz respeito à relação pedagógica que se estabelece entre professores e alunos, às formas de avaliação e à ausência de estrutura do contexto. Assim, o estudante encara este período com apreensão e ansiedade (Gonçalves, s.d.), o que pode provocar desadaptações que se traduzem em baixo investimento e consequente insucesso académico (Azevedo & Faria, s.d.). Neste sentido, torna-se importante que as escolas abram espaço para o amplo debate acerca da transição do ensino secundário para o superior, para que os adolescentes e oiçam uns aos outros e dissipem dúvidas (Oliveira, Pinto & Souza, 2003). O facto de os estudantes decidirem não prosseguir estudos nem sempre está relacionado com as suas capacidades académicas. Fatores da vida pessoal dos indivíduos, como a família, as comunidades e as escolas em que estão inseridos, têm influência na capacidade do jovem em terminar o Ensino Secundário (Sanders, Munford & Tewaporn, 2016) e ingressar no Superior. No que diz respeito à família, esta “pode exercer um grande impacto na inclinação profissional do adolescente, guiando as suas escolhas na direção daquilo que converge com as crenças e valores familiares” (Oliveira, Pinto & Souza, 2003). Consequentemente, o jovem tem dificuldades em “conciliar as diferentes expectativas familiares” (Oliveira, Pinto & Souza, 2003) com aquilo que ambiciona, sendo assim difícil fazer escolhas conscientes. Muitas das vezes, o estudante encontra-se “integrado numa instituição e curso do Ensino Superior que desconhece, mas do qual se foram construindo imagens através de relatos de familiares, amigos, professores e conselheiros de educação” (Silva & Almeida, 2001). Página 9 de 29
Por outro lado, “consoante os diferentes contextos socioeconómicos, identificam-se diferenças significativas quanto às perspetivas de futuro dos jovens” (Oliveira, Pinto & Souza, 2003). No seu artigo, Shefi (2015) defende que “os estudantes com falta de hábitos de aprendizagem básicos não experienciaram sucesso nos primeiros anos escolares e sentem a falta da confiança dos professores nas suas habilidades”. Segundo a autora, estes provêm de um nível socioeconómico baixo, em que os seus pais são habitualmente disfuncionais, desempregados ou fazem uso dos serviços sociais. Do lado oposto, encontramos os jovens provenientes de famílias com um estatuto socioeconómico elevado. Para McDill e Coleman (1965), esta situação “parece ser a maior causa para a assiduidade no ensino superior”. Devido à forte devoção parental na cultura ocidental, a influência dos pais é altamente significativa. Os efeitos da socialização no ensino secundário, em certa medida, neutralizam a influência da família, aumentando ou diminuindo o desejo de prosseguir estudos no ensino superior (McDill & Coleman, 1965). Em relação ao contexto escolar, a escola tem representado uma importante fonte de referência, principalmente quando as políticas educacionais têm como objetivo preparar o ingresso no Ensino Superior (Oliveira, Pinto & Souza, 2003). O ambiente que se vive no estabelecimento de ensino é determinante para o sucesso dos estudantes que podem ser, ou não, apoiados, motivados e encorajados pelos seus professores (Messacar & Oreopoulos, 2013). Segundo Shefi (2015), os professores cultivam a experiência e convencem os alunos que são capazes e aprender e atingir os objetivos, incentivando-os a prosseguir os estudos para o Ensino Superior. Atualmente, verificamos uma procura crescente pelo Ensino Superior, que se tem refletido na alteração das principais motivações e expetativas de ingresso dos estudantes. Cada vez mais jovens acedem a este nível educativo com objetivos claramente vocacionais: ingressar numa formação que os prepare ou lhes dê as credenciais para o exercício de uma atividade profissional específica (Oliveira, Amaral & Sarmento, 2002). Neste sentido, os jovens desejam ingressar no ensino superior, inserindo-se no mundo do trabalho em profissões que tragam satisfação pessoal e que lhes permitam condições financeiras para constituir família (Oliveira, Pinto & Souza, 2003).
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3. ANÁLISE ESTATÍSTICA E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Objetivo 1 - Conhecer as intenções dos estudantes após a conclusão do Ensino Secundário Tabela 4 – Pretensões sobre o que fazer imediatamente após o Secundário Statistics Valid
1216
N Missing
0
Mode
3
Tabela 5 - Pretensões sobre o que fazer imediatamente após o Secundário (%) Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Ano de pausa nos estudos (“gap year”)
79
6,5
6,5
6,5
150
12,3
12,3
18,8
845
69,5
69,5
88,3
88
7,2
7,2
95,6
34
2,8
2,8
98,4
20
1,6
1,6
100,0
1216
100,0
100,0
Conciliação de estudo e trabalho (trabalhadorestudante) Ingresso no Ensino Superior Valid
Ingresso no mercado de trabalho Ingresso num curso profissional Outra escolha. Qual? Total
Em relação à variável “Pretensões sobre o que fazer imediatamente após o Secundário” a maioria dos inquiridos pretende ingressar no ensino superior (69,5%), sendo por isso a moda. O segundo valor mais expressivo é 12,3% que corresponde à categoria “Conciliação de estudo e trabalho”. Por outro lado, 7,2% ingressará no mercado de trabalho sem continuar a estudar e 6,5% deseja fazer um ano de pausa nos estudos. Oliveira, Pinto e Souza (2003) justificam as diferentes pretensões “consoante os diferentes contextos socioeconómicos”, identificando-se assim diferenças significativas quando às perspetivas futuras dos jovens. Tabela 6 – Curso do secundário que frequenta Valid
1216
Missing
0
N Mode
2
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Tabela 7 - Curso do secundário que frequenta (%) Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Artes Visuais
74
6,1
6,1
6,1
Ciências e Tecnologias
518
42,6
42,6
48,7
Ciências Socioeconómicas
125
10,3
10,3
59,0
Línguas e Humanidades
343
28,2
28,2
87,2
1
,1
,1
87,3
2
,2
,2
87,4
147
12,1
12,1
99,5
2
,2
,2
99,7
Curso Vocacional
1
,1
,1
99,8
Outro. Qual?
3
,2
,2
100,0
1216
100,0
100,0
Curso com planos próprios Curso Artístico Valid
Especializado (ANQEP) Curso Profissional (ANQEP) Ensino Secundário na Modalidade de Ensino Recorrente
Total
Os cursos de Ensino Secundário mais frequentes na nossa amostra são Ciências e Tecnologias (42,6%), sendo por isso a moda. O segundo valor mais expressivo é “Línguas e Humanidades” (28,2%). Os cursos profissionais (12,1%), Ciências Socioeconómicas (10,3%) e Artes Visuais (6,1%) são também cursos relevantes para a análise. Gráfico 1 – Curso do Secundário que frequenta
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Os estudantes de línguas e humanidades são os que mais respondem que pretendem conciliar um curso superior com um emprego, seguidos de ciências e tecnologias e cursos profissionais. Em relação ao acesso ao ensino superior sem entrada no mercado de trabalho, os resultados estão de acordo com as frequências de cursos do secundário, exceto os alunos do ensino profissionais que estão abaixo das intenções dos quatro cursos cientifico-humanísticos. Oliveira, Pinto e Souza (2003) afirmam que os interesses dos jovens são resultado de variáveis como “o meio social, o grupo familiar e as identificações pessoais”, não se podendo estabelecer um modo preciso de como cada um investe na estruturação da sua identidade ocupacional. Tabela 8 – Teste qui-quadrado do cruzamento “curso do secundário” e “pretensões sobre o que fazer imediatamente após o Secundário” Sig. Monte Carlo (2 lados)
Sig. Monte Carlo (1 lado)
Intervalo de Confiança
Intervalo de
95%
Confiança 95%
Significân
Limite
cia Sig. (2 Valor Qui-quadrado de Pearson Razão de verossimilhança Teste Exato de Fisher Associação Linear por Linear N de Casos Válidos
df
lados)
Sig.
Limite
Limite
inferior
superior
242,994a
45
,000
,000b
,000
,002
198,996
45
,000
,000b
,000
,002
,000b
,000
,002
,016b
,009
,023
219,020 6,206c
1
,013
Sig.
,007 b
Limite
superi
inferior
or
,002
1216
a. 37 células (61,7%) esperavam uma contagem menor que 5. A contagem mínima esperada é ,02. b. Baseado em 1216 tabelas de amostra com o valor inicial 2000000. c. A estatística padronizada é 2,491.
Para testar a dependência entre estas duas variáveis, pedimos em primeiro lugar o resultado exato do teste qui-quadrado. Uma vez que não foi possível (“b. Cannot be computed because there is insufficient memory”), utilizámos o teste de Monte Carlo, usando nível de confiança de 95% e usamos como número da amostra 1216. Definimos como hipóteses: H0: O curso de ensino secundário não influencia as pretensões do que fazer depois do curso. H1: O curso de ensino secundário influencia as pretensões do que fazer depois do curso.
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,011
Considerando o valor de α é igual a 0,05 e o valor sig 0,00, rejeita-se H0 e aceita-se H1, pois sig < α. Assim sendo, pode-se concluir que as pretensões sobre o que fazer depois do secundário dependem do curso. Oliveira, Pinto e Souza (2003), justificam este resultado afirmando que a escola é uma “fonte de referência para o adolescente”, isto é, quando o Ensino Secundário define como objetivo a preparação para o ingresso no Ensino Superior ou alternativas ocupacionais, limitam a busca de atividades alternativas aos jovens. Tabela 9 - Qual o grau académico que ambicionas obter Valid
1104
N Missing
112
Median
2,00
Mode
2
Percentiles
25
1,00
50
2,00
75
2,00
Tabela 10 - Qual o grau académico que ambicionas obter (%) Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Licenciatura
361
29,7
32,7
32,7
Mestrado
513
42,2
46,5
79,2
Doutoramento
230
18,9
20,8
100,0
1104
90,8
100,0
112
9,2
1216
100,0
Valid Total Missing Total
System
Em relação ao grau académico que os candidatos ao ensino superior pretendem obter, a moda corresponde à categoria “Mestrado”. 25% dos indivíduos da amostras responderam no máximo “Licenciatura”, 50% dos nossos inquiridos responderam no máximo “Mestrado” (mediana) tal como 75%. 112 Inquiridos não responderam a esta questão. Em relação ao grau académico que os candidatos ao ensino superior pretendem obter, o mais frequente é mestrado (42,2%), seguido de licenciatura (29,7%) e doutoramento é variável menos escolhida por 18,9% da amostra. Estas conclusões indicam que os “jovens desejam ingressar no Ensino Superior”, entrar no mercado de trabalho de modo a alcançar satisfação pessoal (Oliveira, Pinto & Souza, 2003).
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Tabela 11 - Sexo N
Valid
1216
Missing
0
Mode
1
Tabela 12 – Sexo (%) Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Masculino
734
60,4
60,4
60,4
Feminino
482
39,6
39,6
100,0
1216
100,0
100,0
Total
A amostra é constituída por 734 indivíduos do sexo masculino (60,4%) e 482 do sexo feminino (39,6%). Gráfico 2 – Cruzamento da variável “grau académico que ambiciona obter” e “sexo”
Ao cruzar a variável “Grau Académico que ambiciona obter” com a variável “Sexo”, verificamos que 30% dos indivíduos do sexo masculino pretender frequentar o “Mestrado”. Já os indivíduos do sexo feminino, 16,5% pretende obter este mesmo grau. O valor menos expressivo diz respeito ao “Doutoramento” que obteve as seguintes percentagens: 13,3% dos indivíduos masculinos e 7,5% dos indivíduos femininos. No entanto, os resultados deste cruzamento não são conclusivos, porque a amostra não é representativa, pois inclui muito mais homens que mulheres. De acordo com Página 15 de 29
Oliveira, C., Amaral, J. & Sarmento, T. (2002) isto deve-se a um “aumento do movimento e de procura e heterogeneização crescente” da população. Tabela 14 – Teste qui-quadrado do cruzamento “sexo” e “grau académico que pretende obter”
Valor
df
Significância
Sig exata
Sig exata
Probabilidad
Sig. (2 lados)
(2 lados)
(1 lado)
e de ponto
Qui-quadrado de Pearson
9,772a
2
,008
,008
Razão de verossimilhança
9,695
2
,008
,008
Teste Exato de Fisher
9,676
Associação Linear por Linear N de Casos Válidos
6,619b
,008 1
,010
,010
,006
,001
1104
a. 0 células (0,0%) esperavam uma contagem menor que 5. A contagem mínima esperada é 89,38. b. A estatística padronizada é -2,573.
Para testar a dependência entre estas duas variáveis, usou-se o resultado exato do teste qui-quadrado. Para isso, definiu-se como hipóteses: H0: O sexo não influencia o grau académico que se pretende obter H1: O sexo influencia o grau académico que se pretende obter Admitindo que α = 0,05, aceita-se H0, porque sig > α Logo podemos concluir que o grau académico que se pretende obter não depende do sexo. Objetivo 2 – Perceber os motivos dos estudantes em relação às escolhas após o ensino secundário Gráfico 3 – Principais motivos que te levam a fazer esta escolha
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Em relação aos principais motivos que levam às pretensões sobre o que fazer após o secundário, os inquiridos responderam que a motivação pessoal é a principal causa (33%), seguindo-se a qualidade de vida (21,6%) e a vontade de adquirir independência financeira (15,6%). Estes resultados fazem sentido com as conclusões de Oliveira, Amaral e Sarmento (2002), que indicam como principais razões a existência de um curso que vá de encontro aos seus interesses (motivação) e facilidades de inserção na vida profissional. Para os inquiridos, a influência dos professores (0,4%) e a influência de gabinetes e feiras de orientação vocacional (0,4%) são as razões que menos os motivam a tomar esta decisão. Este resultado não corresponde ao que Shefi (2015) concluiu, uma vez que afirmou que os professores são os principais responsáveis pelas relações que criam com os estudantes e, consequentemente, fazem com que os alunos criem objetivos e influenciam-nos na decisão final. Tabela 15 - Tipo de Ensino Superior que quer frequentar
Valid
1120
Missing
96
N Mode
5
Tabela 16 - Tipo de Ensino Superior que quer frequentar (%) Frequency Ensino superior privado politécnico Ensino superior privado universitário Ensino superior público militar e Valid
policial Ensino superior público politécnico Ensino superior público universitário Total
Missing Total
System
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
18
1,5
1,6
1,6
73
6,0
6,5
8,1
62
5,1
5,5
13,7
126
10,4
11,3
24,9
841
69,2
75,1
100,0
1120
92,1
100,0
96
7,9
1216
100,0
Página 17 de 29
Quanto ao tipo de ensino que os estudantes querem frequentar, 96 dos inquiridos não responderam. Em relação às categorias desta variável, o ensino superior público universitário é a resposta mais frequente (69,2%), sendo, por isso, a moda. O valor menos expressivo reflete-se no ensino superior privado politécnico (1,5%). Para as gerações de educadores e líderes de opinião, a escolha entre público ou privado recai no estabelecimento que fornece uma igualdade de oportunidades. No entanto, o ensino privado é mais prestigiado (Silver, 2005). Objetivo 3 - Verificar a influência do curso do Ensino Secundário em relação ao tipo de Ensino Superior que quer frequentar Tabela 17 - Testes qui-quadrado com “curso
de secundário que frequenta” e “tipo de ensino superior que quer frequentar” Sig. Monte Carlo (2 lados) Intervalo de Confiança
Intervalo de
95%
Confiança 95%
Significânci a Sig. (2 Valor Qui-quadrado de Pearson Razão de verossimilhança Teste Exato de Fisher Associação Linear por Linear N de Casos Válidos
df
lados)
Sig.
Limite
Limite
inferior
superior
200,003a
32
,000
,000b
,000
,002
147,156
32
,000
,000b
,000
,002
,000b
,000
,002
,000b
,000
,002
155,671 27,650c
1
,000
Sig. Monte Carlo (1 lado)
Sig.
,000b
Limite
Limite
inferior
superior
,000
1120
a. 26 células (57,8%) esperavam uma contagem menor que 5. A contagem mínima esperada é ,02. b. Baseado em 1216 tabelas de amostra com o valor inicial 2000000. c. A estatística padronizada é -5,258.
Para realizar o teste qui-quadrado é necessário formular a hipótese nula e a hipótese alternativa. H0: o curso de secundário que frequenta e o tipo de ensino superior que quer frequentar são independentes (não estão relacionados) H1: o curso de secundário que frequenta e o tipo de ensino superior que quer frequentar não são independentes (estão relacionados)
Página 18 de 29
,002
Tendo em conta que o α = 0,05 devemos rejeitar H0 e aceitar H1. Com isto podemos concluir que as duas variáveis estão relacionadas. Objetivo 4- Identificar a primeira escolha dos estudantes consoante as áreas de estudo do Ensino Superior Tabela 18 – Áreas de estudo do Ensino Superior com interesse Cases Valid N $areasa a.
1106
Missing
Percent
N
91,0%
Total
Percent 110
9,0%
N
Percent
1216
100,0%
Dichotomy group tabulated at value 1. Gráfico 4 – Áreas de estudo do Ensino Superior com interesse
As áreas de estudo do Direito, Ciências Sociais e Serviços apresentam-se como as mais desejadas pelos alunos do secundário (16,3%), seguidas pela área da Saúde (14,1). Paralelamente, as áreas de estudo referentes à Agricultura e Recursos Naturais e às Ciências da Educação e Formação de Professores são as menos escolhidas, adquirindo percentagens de 2,8% e 4%, respetivamente. Isto corrobora, em parte, a ideia de Oliveira, Pinto e Souza (2003) de que “os jovens desejam ingressar no ensino superior, inserindo-se no mundo do trabalho em profissões que tragam satisfação pessoal e que lhes permitam condições financeiras para constituir família”.
Página 19 de 29
Tabela 19 – Análise bivariada entre “Primeira Escolha” (variável de escolha múltipla “áreas de estudo de interesse”) e “Sexo” Sexo Masculino PrimeiraEscolhaa
Áreas de estudo de interesse Contagem
Feminino
24
16
60,0%
40,0%
Total 40
- Agricultura e Recursos
% em $PrimeiraEscolha
Naturais
% em q19.Sexo
2,7%
3,1%
% do Total
1,7%
1,1%
2,8%
Áreas de estudo de interesse Contagem
67
32
99
67,7%
32,3%
% em q19.Sexo
7,5%
6,1%
% do Total
4,7%
2,3%
7,0%
Áreas de estudo de interesse Contagem
40
17
57
70,2%
29,8%
- Arquitectura, Artes Plásticas % em $PrimeiraEscolha e Design
- Ciências da Educação e
% em $PrimeiraEscolha
Formação de Professores
% em q19.Sexo
4,5%
3,3%
% do Total
2,8%
1,2%
4,0%
Áreas de estudo de interesse Contagem
83
55
138
60,1%
39,9%
% em q19.Sexo
9,3%
10,5%
% do Total
5,9%
3,9%
9,8%
Áreas de estudo de interesse Contagem
193
38
231
- Ciências Exactas e Naturais % em $PrimeiraEscolha
- Direito, Ciências Sociais e
% em $PrimeiraEscolha
83,5%
16,5%
Serviços
% em q19.Sexo
21,7%
7,3%
% do Total
13,6%
2,7%
16,3%
Áreas de estudo de interesse Contagem
91
58
149
- Economia, Gestão e
% em $PrimeiraEscolha
61,1%
38,9%
Contabilidade
% em q19.Sexo
10,2%
11,1%
% do Total
6,4%
4,1%
10,5%
Áreas de estudo de interesse Contagem
50
68
118
42,4%
57,6%
- Educação Física, Desporto
% em $PrimeiraEscolha
e Artes do Espectáculo
% em q19.Sexo
5,6%
13,0%
% do Total
3,5%
4,8%
8,3%
Áreas de estudo de interesse Contagem
79
26
105
75,2%
24,8%
% em q19.Sexo
8,9%
5,0%
% do Total
5,6%
1,8%
7,4%
Áreas de estudo de interesse Contagem
162
37
199
81,4%
18,6%
- Humanidades, Secretariado % em $PrimeiraEscolha e Tradução
- Saúde
% em $PrimeiraEscolha
Página 20 de 29
% em q19.Sexo
18,2%
7,1%
% do Total
11,5%
2,6%
14,1%
Áreas de estudo de interesse Contagem
36
139
175
20,6%
79,4%
% em q19.Sexo
4,0%
26,6%
% do Total
2,5%
9,8%
12,4%
Áreas de estudo de interesse Contagem
66
37
103
64,1%
35,9%
% em q19.Sexo
7,4%
7,1%
% do Total
4,7%
2,6%
7,3%
Contagem
891
523
1414
% do Total
63,0%
37,0%
100,0%
- Tecnologias
- Outra. Qual?
Total
% em $PrimeiraEscolha
% em $PrimeiraEscolha
Porcentagens e totais têm respostas como base. a. Grupo de dicotomia tabulado no valor 1.
Para este cruzamento foi utilizado a variável de resposta múltipla ” Áreas de estudo de interesse”, tendo em conta apenas a primeira escolha, com a variável nominal “Sexo”. No primeiro valor mais expressivo em relação à primeira escolha, 83,5% dos respondentes são do sexo masculino e 16,5% do sexo feminino. Dentro da variável “Sexo”, 21,7% dos indivíduos masculinos selecionou esta área como a sua primeira escolha, enquanto nos indivíduos do sexo feminino verificamos uma percentagem de apenas 7,3%. Quanto ao segundo valor mais expressivo em relação à primeira escolha, 81,4% dos respondentes pertencem ao sexo masculino e 18,6% ao sexo feminino. Dentro da variável “Sexo”, 18,2% dos respondentes do sexo masculino afirma que a área da saúde é a sua primeira escolha, enquanto do sexo feminino verificamos uma percentagem de 7,1%. No que toca ao primeiro valor menos expressivo em relação à primeira escolha, 60% são indivíduos são do sexo masculino e 40% do sexo feminino. Dentro da variável “Sexo” 2,7% dos respondentes pertencem ao sexo masculino, enquanto 3,1% fazem parte do sexo feminino. Já no segundo valor menos expressivo em relação à primeira escolha, 70,2% pertencem ao sexo masculino e 29,8% ao sexo feminino. Dentro da variável do “Sexo”, 4,5% das respostas pertencem a indivíduos do sexo masculino e 3,3% a pessoas do sexo feminino. Página 21 de 29
Objetivo 5 - Analisar a influência do sexo e do ano que frequenta na escolha académica e profissional Tabela 20 - Ano que frequenta Valid
1216
N Missing
0
Median
2,00
Mode
3
Percentiles
25
1,00
50
2,00
75
3,00
Tabela 21 – Ano que frequenta (%) Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
10.º ano
378
31,1
31,1
31,1
11.º ano
400
32,9
32,9
64,0
12.º ano
438
36,0
36,0
100,0
1216
100,0
100,0
Valid Total
Relativamente à variável “ano que frequenta”, podemos concluir que 25% (1ºquartil) dos inquiridos responderam que pertenciam no máximo ao 10º ano, 50% (2º quartil) dos indivíduos declaram que frequentavam no máximo ao 11º ano (mediana) e 75% (3ºquartil) dos inquiridos replicaram que pertenciam no máximo ao 12ºano. Concluímos, também, que o 10ºano é constituído por 378 indivíduos (31,1%), o 11º ano é representado por 400 inquiridos (32,9%) e o 12º ano é composto por 438 alunos do Ensino secundário (36%). Tabela 22 – Análise multivariada entre “Sentimento de influência na escolha”, “Ano que frequenta” e “Sexo” Ano que frequenta 10.º Sexo
ano
Masculin
Sentimento de
Totalment
Contagem
o
influência na escolha
e
% em Sentimento de
Total
8
5
9
22
36,4%
22,7%
40,9%
100,0%
% em Ano que frequenta
3,7%
2,0%
3,3%
3,0%
% do Total
1,1%
0,7%
1,2%
3,0%
Contagem
27
31
47
105
25,7%
29,5%
44,8%
100,0%
influência na escolha
Muito
11.º ano 12.º ano
% em Sentimento de influência na escolha
Página 22 de 29
% em Ano que frequenta
Pouco
12,6%
12,4%
17,3%
14,3%
% do Total
3,7%
4,2%
6,4%
14,3%
Contagem
93
117
135
345
27,0%
33,9%
39,1%
100,0%
% em Ano que frequenta
43,5%
47,0%
49,8%
47,0%
% do Total
12,7%
15,9%
18,4%
47,0%
Contagem
86
96
80
262
32,8%
36,6%
30,5%
100,0%
% em Ano que frequenta
40,2%
38,6%
29,5%
35,7%
% do Total
11,7%
13,1%
10,9%
35,7%
Contagem
214
249
271
734
29,2%
33,9%
36,9%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
% em Sentimento de influência na escolha
Nada
% em Sentimento de influência na escolha
Total
% em Sentimento de influência na escolha % em Ano que frequenta
100,0 %
Feminino
% do Total
29,2%
33,9%
36,9%
100,0%
10
3
8
21
47,6%
14,3%
38,1%
100,0%
% em Ano que frequenta
6,1%
2,0%
4,8%
4,4%
% do Total
2,1%
0,6%
1,7%
4,4%
Contagem
29
19
24
72
40,3%
26,4%
33,3%
100,0%
17,7%
12,6%
14,4%
14,9%
% do Total
6,0%
3,9%
5,0%
14,9%
Contagem
58
70
71
199
29,1%
35,2%
35,7%
100,0%
% em Ano que frequenta
35,4%
46,4%
42,5%
41,3%
% do Total
12,0%
14,5%
14,7%
41,3%
Contagem
67
59
64
190
35,3%
31,1%
33,7%
100,0%
% em Ano que frequenta
40,9%
39,1%
38,3%
39,4%
% do Total
13,9%
12,2%
13,3%
39,4%
Contagem
164
151
167
482
Sentimento de
Totalment
Contagem
influência na escolha
e
% em Sentimento de influência na escolha
Muito
% em Sentimento de influência na escolha % em Ano que frequenta
Pouco
% em Sentimento de influência na escolha
Nada
% em Sentimento de influência na escolha
Total
Página 23 de 29
% em Sentimento de influência na escolha % em Ano que frequenta
34,0% 100,0 %
Total
100,0%
100,0%
34,6%
100,0%
18
8
17
43
41,9%
18,6%
39,5%
100,0%
% em Ano que frequenta
4,8%
2,0%
3,9%
3,5%
% do Total
1,5%
0,7%
1,4%
3,5%
Contagem
56
50
71
177
31,6%
28,2%
40,1%
100,0%
14,8%
12,5%
16,2%
14,6%
% do Total
4,6%
4,1%
5,8%
14,6%
Contagem
151
187
206
544
27,8%
34,4%
37,9%
100,0%
% em Ano que frequenta
39,9%
46,8%
47,0%
44,7%
% do Total
12,4%
15,4%
16,9%
44,7%
Contagem
153
155
144
452
33,8%
34,3%
31,9%
100,0%
% em Ano que frequenta
40,5%
38,8%
32,9%
37,2%
% do Total
12,6%
12,7%
11,8%
37,2%
Contagem
378
400
438
1216
31,1%
32,9%
36,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
32,9%
36,0%
100,0%
influência na escolha
e
% em Sentimento de influência na escolha
% em Sentimento de influência na escolha % em Ano que frequenta
% em Sentimento de influência na escolha
% em Sentimento de influência na escolha
Total
100,0% 31,3%
Contagem
Nada
100,0%
34,0%
Totalment
Pouco
34,6%
% do Total Sentimento de
Muito
31,3%
% em Sentimento de influência na escolha % em Ano que frequenta
100,0 %
% do Total
31,1%
Em relação aos indivíduos do sexo masculino a frequentar o 10º ano, onde se registaram 214 respostas, a mais considerada foi “pouco influenciado” com 93 inquiridos, o que corresponde a 43,5% das respostas dentro do 10º ano e 12,7% do total de inquiridos. Já a resposta menos apreciada foi “totalmente influenciado” com apenas 8 indivíduos a selecionar esta opção, correspondendo a 3,7% dentro do 10º ano e 1,1% do total de inquiridos. Página 24 de 29
Já em relação aos inquiridos do sexo masculino a frequentar o 12ºano, onde foram registadas 271 respostas, a mais apreciada foi, também, “pouco influenciado” com 135 respostas, equivalente a 49,8% dentro do 12º ano e 18,4% do total de respostas obtidas. A menos apreciada foi “totalmente influenciado” com 9 de indivíduos a selecionarem esta opção, o que equivale a 3,3% dentro do 12º ano e 1,3% do total de resposta conseguidas. Não é notada grande variância no número e na qualidade das respostas conseguidas, não havendo discrepância nos valores apresentados. Concluímos que 22 dos 734 indivíduos do sexo masculino são “totalmente influenciados” (sendo que 36,4% frequentam o 10ºano, 22,7% o 11ºano e 40,9% o 12º ano) e 345 do total de inquiridos do mesmo sexo são “pouco influenciados” (uma vez que 27% pertencem ao 10ºano, 33,9% ao 11ºano e 39,1% ao 12ºano). Relativamente aos indivíduos do sexo feminino a frequentar o 11º ano, onde foram registadas 151 respostas, a mais selecionada foi “pouco influenciado” com 70 inquiridos, o que corresponde a 46,4% dentro do 10º ano e 14,5% do total de respostas. A resposta menos considerada foi “totalmente influenciado” com apenas 3 indivíduos a selecionar esta opção, equivalendo a 2% dentro do 10º ano e 0,6% do total de inquiridos. Analisando os indivíduos inquiridos do sexo feminino a frequentar o 12º ano, foram registadas um total de 482 respostas, a mais apreciada foi “pouco influenciada” com 71 indivíduos a considerar esta opção, o que equivale a 42,5% dentro do 12ºano e 14,7% do total. Já a menos escolhida foi “totalmente influenciado” com 8 respostas, correspondendo a 4,8% dentro do 12ºano e 1,7% do total de inquiridos. Notamos diferença na qualidade das respostas conseguidas, visto que a mais considerada nos indivíduos do sexo feminino a frequentar o 10º ano foi “nada influenciado”, sendo este o único segmento a apresentar esta hipótese de resposta. Concluímos que apenas 21 dos 482 indivíduos do sexo feminino são “totalmente influenciados” (dado que 47,6% pertencem ao 10ºano, 14,3% ao 11ºano e 38,1% ao 12ºano) e 199 e 190 dos 482 indivíduos são “pouco” (visto que 29,1% são alunos do 10ºano, 35,2% do 11ºano e 35,7% do 12ºano) e “nada influenciados” (pertencendo 35,3% ao 10ºano, 31,1% ao 11ºano e 33,7% ao 12ºano), respetivamente. O resultado da análise indica que os jovens se consideram “pouco” ou “nada influenciados” o que não se mostra em conformidade com a teoria de Sanders, Munford Página 25 de 29
& Tewaporn (2016) que defendem que “ a família, as comunidades e as escolas” em que estão inseridos, têm influência no ingresso ao Ensino Superior, ou seja, na escolha académica e profissional dos jovens. Destas influências, Oliveira, Pinto e Souza (2003) afirmam que esta “pode exercer um grande impacto na inclinação profissional do adolescente, guiando as suas escolhas na direção daquilo que converge com as crenças e valores familiares”, dificultando escolhas conscientes por parte dos jovens. Já Shevi (2005), acredita que os professores incentivam os alunos a prosseguir os estudos para o Ensino Superior e, desta forma, influenciam-nos.
Página 26 de 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS Os objetivos principais do nosso trabalho eram verificar se os estudantes pretendem ou não prosseguir os estudos do ensino superior e as suas influências nessa decisão. Para além disso, analisámos a influência da família, amigos e escolas nas escolhas dos estudantes. A revisão bibliográfica revelou que o ambiente que rodeia o estudante é crucial na sua tomada de decisões, no entanto, os resultados do nosso estudo mostraram-nos o contrário. A maioria dos estudantes do secundário pretende ingressar no ensino superior, mais especificamente em instituições públicas universitárias. Alguns deles pretendem conciliar os estudos com um emprego, sendo que grande parte dos alunos da nossa amostra frequenta o curso de ciências e tecnologias no ensino secundário. Os nossos resultados mostram não existir qualquer tipo de influências da família, amigos e estabelecimento de ensino nas escolhas dos estudantes - a maioria respondeu que estas são feitas tendo em conta a motivação pessoal, a qualidade de vida e a vontade de adquirir independência financeira. Por outro lado, a influência de gabinetes e feiras de orientação vocacional são os que menos contribuem para as escolhas dos estudantes. A escolha de ingressar no ensino superior é ainda influenciada pelo curso que os estudantes frequentam - as análises mostram, por exemplo, que os estudantes de línguas e humanidades são os que mais respondem que pretendem conciliar um curso superior com um emprego. Em relação às áreas de estudo do Ensino Superior, focámo-nos na primeira escolha dos nossos inquiridos. De acordo com estes resultados, as áreas mais desejadas são direito, ciências sociais, serviços e saúde. Em oposição, as áreas relacionadas com a agricultura e a educação são as que menos atraem os estudantes. No que diz respeito à influência do sexo e do ano que frequenta na escolha académica e profissional, verificámos que estas variáveis não estão relacionadas. Em ambos os sexos, os alunos inquiridos do 10º, 11º e 12º afirmaram que são pouco ou nada influenciados. Ainda no que diz respeito ao sexo, concluiu-se que o grau académico que os estudantes ambicionam obter, no futuro, não varia consoante o género.
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