A Comunicação e a Socialização Política Intervenientes e formação da opinião política nos indivíduos mais jovens ISCSP-ULISBOA – Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas Ana Rita Rogado n.218083 (ritarogado96@gmail.com) Carla Nunes n. 218092 (nunescarla6@gmail.com) Cátia Rosa n. 218093 (cmbrosa@hotmail.com) Patrícia Nogueira n.218067 (pa-tri-cia-4@hotmail.com)
Palavras-chave: Segmentação de Mercados; Variáveis de Segmentação; Solução de Segmentação; Socialização Política; Jovens; Formação da opinião política; Comunicação.
Introdução Este artigo, que tem como tema “A Comunicação e a Socialização Política” e como subtema “Intervenientes e formação da opinião política nos indivíduos mais jovens”, pretende analisar o percurso dos jovens na participação política, uma vez que ao longo dos anos o critério de socialização política, correspondente a funções políticas governamentais ou partidárias formais, evoluiu para atividades menos formais, como o voluntariado comunitário e a participação em jornais escolares (McLeod & Ph, 2000). A relevância deste estudo prende-se ao facto de o desenvolvimento da opinião política dos jovens ser influenciado por outros factores, como a família, o género, a participação social e cívica de cada um, os critérios sociodemográficos e o tipo de escola que frequentam (Cicognani, Zani, Fournier, Gavray & Born, 2012). Neste sentido, vamos analisar os diversos factores que podem, ou não, influenciar a tomada de decisões dos jovens na atividade política e averiguar se são fornecidas, ou não, as informações necessárias, por parte da comunicação social, das juventudes partidárias e dos próprios partidos para a introdução dos jovens, e a consequente participação na atividade política. Assim sendo, partindo da pergunta “Como é construída e influenciada a opinião política nas camadas mais jovens?”, foram fixados os seguintes objetivos: avaliar a importância/ influência da família, escola e das novas tecnologias para a formação política dos jovens, bem como outros fatores que o possam influenciar; delinear a média da idade em que os jovens começam a ter opinião política; averiguar as razões pela qual os jovens não têm opinião política/ partido político; e analisar de que forma os jovens acompanham a campanha eleitoral.
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1. Revisão da Literatura A importância da segmentação de mercados como uma ideia e prática tem sido muito discutida ao longo dos anos, sendo que a afirmação feita por Frank, Massy e Vento (1972) permanece, ainda hoje, relevante, tornando-se um dos temas mais debatidos na área de marketing (Tonks, 2009). No artigo A survey of the challenges and pitfalls of cluster analysis application in market segmentation a importância desta técnica é realçada para distinguir grupos homogéneos de indivíduos que podem ser orientados na mesma maneira porque têm necessidades e preferências dos semelhantes (Tuna, Decker, Scholz, 2011). Numa primeira fase a segmentação de mercados está definida “como a identificação de grupos (…) com características similares ou necessidades que exibem comportamentos semelhantes (Pires, Staton & Staton, 2010). Já David Graham Tonks (2009) afirma que a segmentação de mercados pode ser vista como redundante nos extremos de marketing de massa e personalização em massa. No entanto, a maioria dos mercados de consumo e dos gerentes de marketing situam a realidade de trabalho entre esses extremos. Em última análise, a segmentação do mercado é, por conseguinte, uma atividade de gestão instrumental com base no conceito de um mercado. Atualmente, as empresas reconhecem que o cliente é único, possui características distintas tornando essencial alterar a forma como se dirigem a cada um, para isso, divide-se em subgrupos relativamente homogêneos (Fonseca, 2011). A segmentação de mercados fornece uma capacidade de identificar e explorar novas oportunidades de mercado para benefício comercial (Fonseca & Cardoso, 2007) e para simplificar mercados de modo a melhorar a satisfação do cliente efetivamente e eficientemente (Tonks, 2009). No entanto, este processo não é “igualmente aplicável a todos os sectores e indústrias” (Fonseca, 2011). A identificação das necessidades de consumo, preferências e encontrar novas oportunidades de marketing só é possível devido à segmentação de mercados. (Fonseca, 2011). Neste sentido, os profissionais de marketing necessitam de identificar os diferentes segmentos de clientes. Para isso recorrem a um conjunto de variáveis de marketing, designadas de variáveis de base segmentação (Fonseca, 2011). Algumas variáveis de segmentação são diretamente observáveis e medidas, enquanto outras não são observáveis diretamente e necessitam de ser inferidas (Cataluña,Franco & Ramos, 2009). A escolha do tipo de variáveis de segmentação deve ser baseada no julgamento do investigador, de acordo com a sua relevância para o tipo de segmentos em estudo. No entanto, as questões conceptuais e os aspectos metodológicos são igualmente importantes para averiguar o significado e a validade do produto final (Tuna, Decker, Scholz, 2011). Inicialmente, alguns investigadores privilegiaram as variáveis socioeconómicas, visto que as pessoas tendem a viver em áreas habitadas por moradores que são semelhantes entre si (condição socioeconómica, etnia, nível educacional etc), tornando assim possível agrupar os indivíduos num só segmento (Cataluña, Franco & Ramos, 2009). No entanto, uma combinação de variáveis psicológicas e variáveis demográficas também fornecem bons resultados para definir um público-alvo, pois delineiam as
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preferências e comportamentos do consumidor (Fonseca, 2011). Por outro lado, Kotler (1976) difere quatro tipos de variáveis de base segmentação: geográficas, demográficas, psicográficas e behaviorista. No entanto, não existe uma única forma de segmentar mercados. Apesar disso, é universalmente aceite que “quanto mais gerais as bases utilizadas em segmentação, mais estáveis são os segmentos daí derivados”. Para tal, deve-se utilizar critérios gerais que defendem o uso de variáveis de segmentação observáveis (Fonseca & Cardoso, 2007). Tabela 1 - Tipos de Variáveis, adaptado do artigo Why does Segmentation Matter?
Identifying market segments through a mixed methodology de Jaime R.S Fonseca Tipo de Variavéis de Base de Segmentação:
Descrição:
Demográficas
Agrupa-se os indivíduos conforme características tais como a idade ou a composição dos agregados familiares;
Socioeconómicas
Agrupa-se os indivíduos conforme características como rendimento, ocupação e educação;
Uso do Produto
Usar o produto da empresa como uma base de segmentação; Gastos em produtos da organização, frequência de deslocação;
Psicológicas
Agrupa-se os indivíduos conforme personalidade, atitudes, opiniões e estilos de vida;
Geração
Refere-se a pessoas nascidas no mesmo período de tempo; idade semelhante, influências económicas, culturais e políticas idênticas.
“A segmentação é, principalmente, uma ferramenta de agrupamento, para a qual estão disponíveis uma grande variedade de métodos”, tais como a análise de clusters, o modelo de classes latentes, a análise conjunta, tipologia, a análise de discriminação e a análise de factores” (Rondan-Cataluña, Sanchez-Franco & Villarejo-Ramos, 2010). No que diz respeito às técnicas de segmentação, a análise de agrupamento, ou cluster analysis, “é um dos métodos mais amplamente utilizados para segmentar mercados” (Wedel & Kamakura, 2000). Para além disto,“cada um [dos métodos] pode ser implementado através de vários procedimentos, portanto, há um grande número de possibilidades de escolha de um método de segmentação para uma aplicação particular. Por essa razão, identificar os melhores procedimentos e ferramentas é extremamente importante, de forma a facilitar o trabalho dos profissionais e pesquisadores interessados em segmentação” (Rondan-Cataluña, Sanchez-Franco & Villarejo-Ramos, 2010). Estes métodos podem ser classificados em abordagens à priori e post hoc. As primeiras são induzidas quando o tipo e o número de segmentos são predeterminados pelo pesquisador. As últimas são induzidas quando o tipo e número de segmentos são determinados com base nos resultados da análise de dados (Rondan-Cataluña, SanchezFranco & Villarejo-Ramos, 2010).
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As abordagens mais utilizadas para a segmentação post hoc são os métodos de agrupamento e os modelos de mistura. A principal distinção entre métodos de agrupamento reside na natureza dos clusters formados: (1) não se sobrepõem; (2) sobrepõem-se ou (3) são difusos. Nos métodos não sobrepostos, cada participante só pertence a um único segmento. Em sobreposição de clustering um sujeito pode pertencer a vários segmentos e em métodos difusos a adesão absoluta ou não-adesão de um sujeito em um ou vários clusters passa a ter o grau de pertinência em cada segmento (Rondan-Cataluña, Sanchez-Franco & Villarejo-Ramos, 2010). O modelo de classes latentes tenta “explicar as associações observadas entre os fatores que compõem a tabela através da introdução de aulas subjacentes não observáveis ou clusters” (Wedel & Kamakura, 2000). Este tipo de modelos referem-se a procedimentos para lidar com a heterogeneidade nos parâmetros de um determinado modelo de toda a população, através da imposição de uma distribuição de mistura parâmetros desse modelo. Pode-se assumir que os parâmetros de um modelo são heterogéneos entre consumidores, seguindo uma certa distribuição (continua ou discreta) entre a população (Wedel & Kamakura, 2000). O procedimento da análise de cluster de duas etapas é uma ferramenta exploratória concebida para revelar agrupamentos naturais (ou clusters) dentro de um conjunto de dados que de outra forma não seria aparente. O algoritmo empregado por este procedimento tem várias caraterísticas desejáveis que o diferenciam de técnicas de agrupamento tradicionais, tais como: manipulação de variáveis categóricas e contínuas - ao assumir que as variáveis são independentes; uma distribuição normal multinominal conjunta pode ser colocada sobre as variáveis categóricas e contínuas; seleção automática do número de clusters - ao comparar os valores de um critério da escolha de um modelo, através de soluções de clusters diferentes, o procedimento pode determinar automaticamente o número ideal de clusters; escalabilidade ao construir uma árvore de recursos de cluster (CF) que resume os registos. O algoritmo de dois passos permite analisar grandes volumes de dados (Rondan-Cataluña, Sanchez-Franco & Villarejo-Ramos, 2010). Por outro lado, o método de análise de clusters de duas etapas é um algoritmo de análise de escala projetado para lidar com grandes conjuntos de dados. Na primeira etapa, pré-agrupa os casos (ou registos) em pequenos sub-grupos, enquanto que na segunda aglomera os subgrupos resultantes da etapa de préclusters para o número desejado de clusters. O número de grupos também podem ser selecionados automaticamente: a etapa de pré-cluster usa uma abordagem de agrupamento sequencial, varrendo todos os registos de dados um por um, decidindo depois se o registo atual deve ser mesclado com os agrupamentos previamente formados ou se inicia um novo cluster com base nos critérios de distância; a etapa de cluster pega nos sub-grupos resultantes da etapa de pré-cluster como base e, em seguida, agrupa-os para o número desejado de clusters. Uma vez que o número de subgrupos é muito menor do que o número de documentos originais, os métodos tradicionais de agrupamento podem ser utilizados de forma eficaz (Rondan-Cataluña, Sanchez-Franco & Villarejo-Ramos, 2010).
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No que toca a determinar o número de grupos automaticamente, existe o método two-step, que utiliza um processo de duas fases: na primeira etapa, o critério de informação Bayesiano (BIC) para cada número de aglomerados dentro de uma gama especificada é calculada e utilizada para encontrar a estimativa inicial para o número de grupos. Na segunda etapa, a estimativa inicial é refinada, ao encontrar o maior aumento relativo da distância entre os dois clusters mais próximos em cada etapa de agrupamento hierárquico eficaz (Rondan-Cataluña, Sanchez-Franco & Villarejo-Ramos, 2010). Por outro lado, a medida de distância probabilidade assume que as variáveis no modelo de conjunto são independentes. Além disso, cada variável contínua é assumida para ter uma distribuição normal (Gaussiana), e cada variável categórica é assumida como tendo uma distribuição multinominal. Testes internos empíricos indicam que o procedimento é bastante robusto contra violações de ambos os pressupostos (Rondan-Cataluña, Sanchez-Franco & Villarejo-Ramos, 2010). Vários investigadores discutem uma possível solução para a segmentação de mercados. Uma solução para esta técnica deve ser proporcionada pela seleção das variáveis base de segmentação de mercado e de um processo específico. Deve-se considerar as variáveis específicas do produto, juntamente com um conjunto de variáveis potenciais. Em relação ao procedimento de segmentação, este deve ser escolhido e justificado conforme o estudo em caso. Por outras palavras, existem quatro passos essenciais: 1- Determinar os limites do mercado selecionando um mercado ou uma categoria de produtos para estudo; 2 - Seleção das variáveis base de segmentação; 3 - Seleção da técnica de segmentação; 4 - Perfis de cada segmento (Fonseca & Cardoso, 2005). No que diz respeito a assuntos políticos, o meio mediático utilizado pelos indivíduos para se informarem, quer de forma voluntária ou involuntária, pode influenciar a sua participação na vida política, sendo fulcral analisar os vários tipos de meio de comunicação. Pesquisas realizadas na área da comunicação de massas provam que o efeito dos mass media na transmissão de mensagens políticas aumenta a lacuna no conhecimento entre os leitores da classe alta e baixa, evidenciando cada vez mais as diferenças entre eles - conceito de “knowledge-gap” (Moore, 1987). No final de uma campanha eleitoral, os eleitores menos informados estão menos aptos a votar confirme os seus próprios interesses, o que comprova que “a privação relativa ao conhecimento pode traduzir-se numa privação relativa de poder” (Moore, 1987). Vários investigadores desta área defendem também que as pessoas com um estatuto económico mais elevado estão mais informadas e propensas a participar na vida política, em comparação às pessoas com um estatuto mais baixo (Moore, 1987). Relativamente aos meios de comunicação, a televisão é geralmente o meio mais estudado na socialização política, utilizando como unidade de medida “o tempo despendido na visualização de conteúdos televisivos, em vez da exposição e da atenção a determinados conteúdos” (McLeodc, 2000). No entanto, as pesquisas realizadas ao longo de quarenta anos de estudo na área de comunicação de massas demonstram a importância da examinação de outros tipos de média juntamente com a televisão, bem como a utilização de uma unidade de medida que abranja o conteúdo específico que é absorvido pelo
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indivíduo (McLeodc, 2000). Ainda neste tipo de meio, “o conteúdo faz a diferença: assistir a notícias tem efeitos benéficos, enquanto que assistir a programas de entretenimento (os mais presentes no horário televisivo) tem uma influência negativa no conhecimento cívico” (McLeodc, 2000). Markus Prior é dos autores que, em parte, partilha desta opinião, depois de constatar que apesar da informação política estar cada vez mais presente nos meios televisivos, esta não altera de forma considerável a participação política dos indivíduos. De forma a explicar este paradoxo, o autor argumenta que “quem gosta de notícias toma proveito da informação política abundante de forma a ter mais conhecimentos e uma participação política mais ativa. Pelo contrário, quem prefere entretenimento abandona o consumo de notícias, tornando-se menos provável que aprenda algo acerca de política” (Prior, 2005). Tendo isto em conta, torna-se importante reter que “o conteúdo, e não o meio em si, é a chave para a influência dos media no comportamento político” (McLeodc, 2000), sendo que “num ambiente com muitas escolhas de conteúdo a falta de motivação, não a falta de conhecimentos ou recursos, constitui o principal obstáculo para um eleitorado bem informado” (Prior, 2005). Tendo em conta que os membros da audiência se encontram, na maioria das vezes, desatentos ao conteúdo e informação transmitidos pelos meios de comunicação, por estarem ocupados com outras atividades, é crucial medir o fator de atenção do público (McLeodc, 2000). Quando exposto a um determinado assunto, o indivíduo é guiado segundo certas orientações de pré-exposição, ou seja, este já tem uma ideia pré-formada do assunto, segundo a visão que este tem do mundo, face às suas crenças, valores e perceções. Este facto “pode afetar a forma como o indivíduo utiliza o conteúdo dos media e retira dele significado” (McLeodc, 2000). No entanto, são as orientações de pós exposição que “mediam o efeito da utilização dos media no comportamento político.” (McLeodc, 2000). Em relação à recolha de informação, transmitida através de debates e dos mass media (formas de exposição indireta), há meios mais credíveis que outros. Os debates e discussões entre políticos são fontes mais fidedignas, constituindo a forma mais direta de obter informações, em comparação com os indivíduos que recebem a informação em segunda mão (Holbrook, 1999). No que toca à Internet, e como esta é utilizada pelas campanhas políticas, esta desempenha um papel fundamental na participação política dos indivíduos. Dê-se como exemplo as campanhas presidenciais de 2008 nos EUA, disputadas entre McCain e Obama. Ambas possuíam sites que convidavam os voluntários a agir, a McCain Nation (http://www.mccainnation.com) e a MyBarackObama.com (http://my. barackobama.com), no entanto, “as diferenças entre os componentes específicos dos sites teve efeitos sobre a sua funcionalidade e utilização” (Fisher, 2012). O site de Obama era mais “user friendly” e transparente para os utilizadores: quem estivesse interessado em participar num evento relacionado com a campanha de Obama poderia aceder a todos os eventos que tivessem lugar num raio de cinco milhas do seu local, obter informações acerca do organizador e registar-se para participar no evento, sendo que estes receberiam, posteriormente, um e-mail automático a confirmar a sua inscrição e a organização entraria em contato pessoalmente com cada indivíduo. Por outro lado, para quem quisesse
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estar envolvido num evento relacionado com a campanha de McCain o processo era diferente: os participantes só podiam aceder a eventos a nível nacional e quando estes tentavam inscrever-se para um evento em particular, o pedido era enviado para o ciberespaço, sendo que raramente os organizadores respondiam aos pedidos dos apoiantes para participar nos eventos (Fisher, 2012). Isto veio a diferenciar o tipo de indivíduos envolvidos em cada campanha: “apesar dos participantes dos eventos de McCain se encontrarem já civicamente envolvidos, e de a maioria já ter participado em eleições anteriores”, a campanha de Obama “foi bem sucedida em conseguir envolver na campanha indivíduos menos envolvidos civicamente e jovens” (Fisher, 2012). Acrescente-se ainda que cada vez mais estudos “sugerem que a geração mais nova pode ter uma relação qualitativamente diferente com os media em comparação à geração anterior, pois as crianças crescem numa realidade totalmente mediada, o que as vai ajudar a compreender as coisas melhor do que os seus pais compreendem. Em vez de serem receptores passivos, a nova geração mostra uma maior facilidade no uso de tecnologias, o que os torna ativos” (Dunsmore & Lagos, 2008). A cidadania ativa pode ser vista como um resultado das atividades cognitivas aprendidas: com o uso dos media, a comunicação interpessoal, a participação ativa nas atividades escolares e o voluntariado na comunidade (McLeod, 2000). Por outro lado, a internet tem aumentado o interesse dos jovens pela política, sendo considerada por alguns investigadores como um complemento à informação tradicional dos media (McLeod 2000). As redes sociais são como uma “rede pública”, onde o conteúdo pode ser visível por qualquer pessoa. No facebook, por exemplo, os utilizadores estão em contacto com amigos e conhecidos de diferentes esferas sociais, o que faz com que surjam opiniões distintas (McLeod 2000). A procura criativa, no contexto online no âmbito sociopolítico, propõe um aparecimento de um novo paradigma social: comunicativo e interventivo desenvolvido em rede. Isto porque os indivíduos, através das páginas de perfis, mantêm relações diretas e indiretas, bem como em comunidades de temáticas variadas, nas quais existem fóruns de discussão (Santos, 2012). Na adolescência, o clima político é heterogéneo e potencialmente hostil, o que os cativa para o envolvimento político neste espaço social (Vraga, Kjerstin, Vilenchik, Gee, 2015). A imediaticidade e a interatividade das ferramentas do facebook são úteis para o processo de mobilização para ações políticas e sociais (Santos, 2012). Neste sentido, as novas formas de expressão política através das redes sociais online, blogs, vídeos e fóruns de participação são maneiras de fazer com que as propostas de muitos jovens se deem a conhecer (Santos, 2012). Depois de avaliarmos o papel dos media na área da política, torna-se importante avaliar a influência de outros factores (como a família, variáveis demográficas e os estabelecimentos de ensino) no processo de participação polícia dos jovens, mais concretamente, no envolvimento em mecanismos tradicionais no sistema político, como votar em eleições e aderir a organizações políticas (Diemer, 2012). Os cidadãos de países democráticos carecem de informações básicas sobre política, o que faz com que muitas pessoas não
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compreendam coisas fundamentais como o conhecimento sobre leis, princípios políticos e posições de casa partido (McCann & Lawson, 2006). Neste sentido, é inevitável não associarmos o conceito de socialização politica aos adolescentes, uma vez que se refere ao “processo de preparação necessário para que os jovens possam participar na atividade política (Castro, 2009). A participação política tradicional assenta no pressuposto de que uma voz política será ouvida e os interesses políticos serão demonstrados no processo eleitoral (Diemer, 2012). Ao longo dos anos, a socialização política “mudou de figura”, expandindo-se “do foco tradicional de funções políticas governamentais ou partidárias para atividades políticas menos formais, como voluntariado comunitário e participação nos jornais escolares” (McLeodc, 2000). O conceito da eficácia pessoal e confiança interpessoal substituíram a anterior concepção da confiança global no sistema político, uma vez que os indivíduos consideram necessário agir de determinada forma tendo em conta a sua participação cívica no futuro, dirigindo a atenção para o desenvolvimento de capacidades como estratégias para o processamento de informação proveniente dos media, formulação e expressão de opiniões, aceitar pontos de vista diferentes e decisões de grupo (McLeodc, 2000). A adolescência constitui um importante período de desenvolvimento da opinião política de cada pessoa, onde a participação social e cívica melhora positivamente o interesse, participação e intenções de voto nos jovens. A envolvência dos adolescentes em atividades sociais e cívicas aumenta formas mais convencionais de participação política, ao alargar o vínculo de ligação com a comunidade (Cicognani, Zani, Fournier, Gavray & Born, 2012). Nesta fase, a família é o principal agente de socialização (Pacheco, 2008). Contudo, há que destacar as leitura de jornais e, consequentemente, a apreensão de informações fornecidas nas notícias, a influencia o conhecimento político do indivíduo e só depois as variáveis demográficas e a influência dos pais (McLeodc, 2000). No caso da influência da família, são especialmente as raparigas as mais influenciadas e “quando os pais são percepcionados como tendo altos níveis de participação (social, cívica e política), também os seus filhos adolescentes se envolvem mais nas mesmas formas de participação” (Cicognani, Zani, Fournier, Gavray & Born, 2012). O estado socioeconómico da família também influencia, direta e indiretamente, o desenvolvimento político dos adolescentes (Pacheco, 2008). As campanhas têm um enorme impacto no conhecimento político e podem agravar as disparidades, uma vez que os que têm mais recursos sociais e económicos são capazes de absorver melhor informação política e prestar atenção aos novos estímulos (McCann & Lawson, 2006). No entanto, McLeod (2000), contrapõe-se, afirmando que existem “níveis relativamente altos de mobilidade de cidadania: muitos pais pertencentes à classe média, que têm uma boa educação e se encontram bem informados, não criam cidadãos adolescentes politicamente sofisticados”. Esta falha nos adolescentes adotarem a sofisticação política dos seus pais reflete a tendência de muitos pais encararem a cidadania como algo natural, não precisando de ser lecionada, ou vista como como uma responsabilidade exclusiva das escolas (McLeod, 2000).
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Relativamente ao género de cada pessoa, os rapazes adolescentes têm resultados mais altos de interesse político, quando comparados às raparigas. Contudo, os níveis de participação social foram mais altos nas raparigas. Ou seja, os homens preferem a participação política e as mulheres o envolvimento cívico (Cicognani, Zani, Fournier, Gavray & Born, 2012). Através de dois estudos, o “National Education Longitudinal Study of 1988” (NELS), aplicado nas duas primeiras eleições presidenciais e intercalares e através de dados contextuais derivados do “Record of American Democracy”, Pacheco (2008) analisou a forma como o local de residência dos jovens pode influenciar a participação política. O estudo concluiu que os adolescentes que residem em locais ou estados politicamente competitivos, por serem ensinados relativamente aos valores do voto e por testemunharem os benefícios de votar nas eleições, estão sob uma maior afluência, anos mais tarde, quando comparados com aqueles que viviam em sítios não competitivos, onde até podem estar politicamente interessados, mas têm poucas razões para a participação nas eleições. Proporcionar aos adolescentes um ambiente válido para que possam construir conteúdos e opiniões políticas, dando-lhes a conhecer os media para se auto expressarem pode ser uma abordagem útil (Dunsmore & Lagos, 2008). Um estudo realizado em 2011, a 1025 jovens de 18 anos (por terem uma experiência mínima de participação política ao votar e por serem menos propensos a terem pontos de vista profundamente arraigados nesta área), incluindo tanto os que votaram nas eleições de 2010 como os que não votaram, incidiu nas seguintes problemáticas: os níveis de interesse dos jovens e a compreensão política e das eleições; atitudes dos jovens com vista ao processo político e às instituições democráticas na GrãBretanha; e o grau de fé que os jovens têm nos partidos e nos políticos. Os resultados revelam que os jovens reconhecem um compromisso com a política, mas consideraram que há relativamente poucas oportunidades disponíveis para interferir eficazmente na vida política e que nesta geração o envolvimento com a política é complexo e matizado (Henn & Foard, 2013). As escolas que frequentam e o ambiente escolar também influenciam a participação política dos jovens, incluindo discussões entre colegas ao reunirem-se em grupos de discussão (Yates & Youniss, 1998). Os estudantes do ensino regular apresentam resultados mais elevados em todas as formas de participação do que estudantes de cursos vocacionais (Cicognani, Zani, Fournier, Gavrayn & Born, 2012). É também falado na eficiência e poder dos meios de comunicação social na educação (eficácia triangular das instituições), abrangendo assim os pais, a escola e os media. Os professores do ensino básico (do 5º ao 9º ano) explicam aos alunos conhecimentos políticos básicos, normalmente alguns meses antes de uma eleição, com o objetivo de aumentar o número de eleitores, porque mesmo que os alunos não tenham idade para votar, podem incutir esse valor nos pais ou em qualquer outro adulto (McLeod, 2000). Nas salas de aulas, os professores começaram a apostar em programas de comunicação mais eficazes, prestando mais atenção à leitura de jornais, às notícias relacionadas com campanhas e as discussões sobre política fora das aulas tornaram-se cada vez mais frequentes (McLeod, 2000). Os estudantes começaram a
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processar notícias de forma mais ativa, ao identificarem enviesamentos nas notícias e pensando na informação adquirida nas notícias (McLeod, 2000).
2. Metodologia Para responder aos objetivos traçados, indicados na introdução, delineámos uma metodologia quantitativa, que consiste na recolha e análise de dados obtidos através de um questionário aplicado online. O questionário foi apresentado a uma amostra de jovens, com idades compreendidas entre os 15 e os 35 anos. A recolha de dados prolongou-se por 29 dias, desde o dia 27 de Outubro ao dia 24 de Novembro. O inquérito teve por base uma amostra de 708 indivíduos, sendo composto por 608 indivíduos do sexo feminino, 99 do sexo masculino e 1 que não respondeu. Este questionário foi, essencialmente, divulgado através de sites de redes sociais. No que diz respeito à análise de dados, foi realizada através do programa Latent GOLD, recorrendo ao modelo de classes latentes, visto que agrupa indivíduos através de variáveis nominais, ordinais e contínuas (ver tabela 2) e do IBM SPSS Statistics 22, recorrendo à análise de frequência simples. Tabela 2 - Listagem da recolha e análise de cada objectivo Objetivos
1
2
3
4
Descrição
Recolha
Avaliar a importância/ influência da família, escola e das novas tecnologias para a formação política dos jovens, bem como outros fatores que o possam influenciar. Delinear a média da idade em que os jovens começam a ter opinião política. Averiguar as razões pela qual os jovens não têm opinião política/ partido político. Analisar de que forma os jovens acompanham a campanha eleitoral.
Análise
Análise de frequência simples e Modelo classes latentes
Inquérito por questionário aplicado online (anexo 2)
Análise de frequência simples
Modelo classes latentes
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Tabela 3 - Variáveis utilizadas e respetiva escala Variável:
Escala
1. Sexo
Nominal
2. Idade
Contínua
3. Estado Civil
Nominal
4. Habilitações (nível completo)
Ordinal (1- 1.º ciclo do Ensino Básico; 8 Doutoramento)
5. Força partidária
Nominal
6. Partidarismo partilhado (pai/mãe/filho(a) são do mesmo partido)
Nominal
7. Licenciatura (mãe)
Nominal
8. Licenciatura (pai)
Nominal
19. Em sala de aula discutem-se/ debatem-se questões políticas ou sociais
Ordinal (1- Nunca; 5- Muito Frequentemente)
25. Com que frequência assiste, na televisão, a debates de caráter político?
Ordinal (1- Nunca; 5- Muito Frequentemente)
26. Numa semana típica, quantos dias acede a sites de jornais nacionais?
Ordinal (1- Zero dias; 5 - Sete dias)
27. Numa semana típica, quantos dias acede a sites de notícias de TV?
Ordinal (1- Zero dias; 5 - Sete dias)
32. Considerando informações políticas online não convencionais, consulta sites dos candidatos políticos?
Nominal
35. No último mês falou com os amigos, cara a cara, sobre notícias e eventos atuais?
Ordinal (1- Nunca; 5- Muito Frequentemente)
43. A sua opinião é influenciada por conteúdos políticos presentes nas redes sociais?
Ordinal (1- Nunca; 5- Muito Frequentemente)
46. Considera-se uma pessoa informada sobre assuntos políticos?
55. Com que idade se começou a interessar por política?
56. Na sua opinião, porque é que os jovens não se interessam por política?
Ordinal (1-Nada Informado; 4-Muito Informado) Ordinal (1- Menos de 15; 6 - Nunca me interessei por política) Nominal
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3. Resultados e Discussão Tabela 4- Valor de BIC e AIC3 Gráfico 5- Valores de AIC
LL
BIC
AIC3
1-Cluster
-10980,6
22236,7
22087,13
2-Cluster
-10321,5
21121,97
20862,02
3-Cluster
-10167,4
21017,25
20646,9
4-Cluster
-10080,7
21047,21
20566,47
Segundo a tabela 4, podemos verificar que a partir do cluster 2 existe uma estagnação dos valores de BIC e é verificado uma diminuição nos valores de AIC. No gráfico 5, verifica-se um cotovelo, no ponto de abcissa 2, logo, a utilização do Modelo de Classes Latentes sugere assim a existência de dois clusters. O cluster 1 engloba 64% enquanto que o cluster 2 integra 36% dos indivíduos. Tabela 6- Perfis dos indíviduos Nome da variável:
Cluster1:
Cluster2:
Sexo
Feminino
Masculino
EstadoCivil
União de Facto/Casado/a; Separado/a ou Divorciado/a
Solteiro/a
Habilitações
3.º Ciclo do Ensino Básico; Licenciatura; Doutoramento
2.º Ciclo do Ensino Básico; Ensino Secundário; Mestrado;
Idade
Até aos 16; 17 anos
18-19; Mais de 19;
Força Partidária
Não responde
Independente; Direita; Esquerda
Partidarismo Partilhado
Não
Sim
LicMãe
Sim
Não
LicPai
Não
Sim
Questões Políticas Sala de Aula
Nunca; vezes;
TvDebates
Zero dias; Entre um e dois dias
Entre três e quatro dias; Entre cinco e seis dias; Sete dias
SitesJornaisNacionaisSemanalmente
Zero Dias; Entre um e dois dias
Entre três e quatro dias; Entre cinco e seis dias; Sete dias
SitesTvSemanalmente
Zero dias; Entre um e dois dias
Entre três e quatro dias; Entre cinco e seis dias; Sete dias
BlogPoliticasNaoConvencionais
Não
Sim
Raramente;
Algumas
Frequentemente; Frequentemente
Muito
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No cluster 1, os indivíduos afirmam que a mãe tem licenciatura enquanto que o pai não a tem. Já no cluster 2, acontece a situação inversa. Como abrange mais indivíduos, o cluster 1 comprova a emancipação da mulher na educação (Associação de Professores de História, s.d). Para além disso, um artigo online da Educare comprova que os jovens com baixos níveis de escolaridade têm mães e pais com baixo nível de instrução, profissões pouco qualificadas e baixos rendimentos. Em relação ao impacto do meio escolar na formação da opinião politica, podemos comprovar que no cluster 1 as questões desta natureza são discutidas poucas vezes (“Nunca; Raramente; Algumas vezes”). No que diz respeito ao cluster 2, esta situação ocorre “frequentemente” e “muito frequentemente”. Estes resultados confirmam que as escolas portuguesas não abordam esta temática, apresentando pouca relevância para a integração dos jovens no mundo político, o que contraria a ideia de que “os professores prestam mais atenção à leitura de jornais, às notícias relacionadas com campanhas e as discussões sobre política fora das aulas tornaram-se cada vez mais frequentes” (McLeod, 2000). No que diz respeito às novas tecnologias, os jovens podem ser influenciados pela televisão e internet. No cluster 1, os jovens inquiridos afirmam que “nunca” assistem a debates televisivos ou veem apenas “entre um e dois dias” por semana. Quanto ao cluster 2, este fenómeno ocorre mais frequentemente (“Entre três e quatro dias”; “Entre cinco e seis dias”; “Sete dias”). Estes dados vão ao encontro da constatação de Markus Prior (2005), na qual refere que apesar da informação estar cada vez mais presente nos meios televisivos, esta não altera de forma considerável a participação política dos indivíduos. Em suma, “o conteúdo, e não o meio em si, é a chave para a influência dos media no comportamento político” (McLeodc, 2000). Fisher (2012) defende que a internet desempenha um papel essencial nas campanhas políticas. No entanto, os nossos resultados contrariam esta hipótese: os jovens inquiridos afirmaram que ainda não recorrem a este meio. Em relação aos Sites de Jornais Nacionais e sites televisivos, os indivíduos do cluster 1, consultam “Zero Dias” e “Entre um e dois dias” numa semana. Apesar de ser em menor percentagem, os indivíduos do cluster 2 optam por utilizar a internet “Entre três e quatro dias”, “Entre cinco e seis dias”
e
“Sete
dias”.
Ainda
relativamente
à
internet,
recorrendo
à
variável
“BlogPoliticasNaoConvencionais”, os indivíduos do cluster 1 não recorrem a blogs para obter informações políticas online não convencionais. Para responder aos objetivos não concretizados com o modelo de classes latentes, segue-se a análise de frequência simples, com as seguintes variáveis: “NotíciasAmigosCaraCara”, “IdadePolitica”, “OpiniaoInfluenciadaRedesSociais”, “PessoaInformada” e “DesinteressePolitico”.
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Gráfico 6 - Conversas cara a cara com amigos sobre notícias e eventos atuais
Como podemos observar com este gráfico, 32,5% dos inquiridos afirma falar “frequentemente” cara a cara com amigos sobre notícias e eventos atuais no último mês. Com resultados muito próximos, estão 30, 5 % dos inquiridos que o afirmam fazer “algumas vezes” e ainda 26,7% que o fazem “muito frequentemente”. Com valores muito baixos tempos 8,7% e 1,7%, com “raramente” e “nunca”, respetivamente. É importante referir que mais de metade (59,2%, ou seja, 32,5% juntamente a 26,7%) dos nossos inquiridos têm conversas frequentes com amigos cara a cara sobre o que se está a passar no mundo e que há uma percentagem muito baixa para quem não o faz. Este facto complementa o que Yares e Youniss (1998) disseram: as discussões entre colegas e amigos, as escolas e o ambiente escolar influenciam a participação política dos mais novos. Quanto maior a participação social e cívica, maior é o interesse, intenção e participação política (Cicognani, Zani, Fournier, Gavray & Born, 2012). Gráfico 7 - Idade com que os inquiridos se começaram a interessar por política
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Como se pode verificar no gráfico 7, uma proporção considerável (43,4%) dos inquiridos afirma nunca se ter interessado por política. Henn e Foard (2013) defendem que os jovens só se se interessam por assuntos políticos quando assumem experiência mínima de participação política ao votar (18 anos). No entanto, os resultados obtidos indicam que, dos intervalos de idades considerados, mais de um quarto dos jovens inquiridos admite ter começado a interessar-se por política entre os 15 e os 17 anos, numa percentagem de 28,7%. A partir daqui, as restantes idades adotam valores significativamente mais baixos, com os inquiridos a afirmar que a sua opinião política surgiu entre os 18 e os 19 anos numa percentagem de 13,9% e com menos de 15 anos numa percentagem de 12,3%. As idades compreendidas entre os 21 e os 25 anos revelam ser menos propícias para o surgimento de opinião política, visto que estas contemplarem uma percentagem de apenas 1,7%. Gráfico 8 - Influência das redes sociais nas opiniões políticas
A grande maioria dos inquiridos afirma que a sua opinião não é influenciada pelos conteúdos políticos presentes nas redes sociais, sendo que as respostas “Nunca”, “Raramente” e “Algumas vezes” prefizeram, em conjunto, uma percentagem de 95,6%. Por outro lado, poucos são os que declaram que a sua opinião é influenciada pelas redes sociais, já que as respostas “Frequentemente” e “Muito Frequentemente” adotam, juntas, uma percentagem de 4,4%. Posto isto, apesar da geração mais nova ter mais facilidade em lidar com as redes sociais e com as novas tecnologias em relação à geração anterior (Dunsmore & Lagos, 2008), os indivíduos inquiridos consideram que estes factores não são decisivos para a formação da opinião política.
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Gráfico 9 - Informação política detida pelos inquiridos
No que diz respeito ao conhecimento sobre assuntos políticos, 42% dos indivíduos que afirmam ter uma percepção mediana deste tipo de matéria e os que declaram estar muito ou nada informados acerca deste tipo de assuntos. As respostas mais obtidas nesta variável foram “Pouco informada” e “Razoavelmente informada” com percentagens de 42% e 33,8%, respectivamente, seguidas de “Nada informada” e “Muito informada”, as quais adotam percentagens de 18,3% e 6%, respectivamente. Denota-se, assim, uma tendência para a compreensão parcial dos assuntos políticos, ao invés de uma compreensão total. Isto acaba por sublinhar a ideia de que, em alguns casos, “os cidadãos de países democráticos carecem de informações básicas sobre política, o que faz com que muitas pessoas não compreendam coisas fundamentais como o conhecimento sobre leis, princípios políticos e posições de casa partido” (McCann & Lawson, 2006).
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Gráfico 10 - Razão pela qual os jovens não se interessam por política
Tendo em conta o gráfico, podemos afirmar que a razão pela qual os jovens não se interessam por política é devida ao descontentamento com a atual crise (33,9%), seguida pelo facto de estes não serem estimulados pela família e/ou amigos (20,9%). Por outro lado, as razões que menos contribuem para o desinteresse político nas camadas mais jovens são a “Falta de informação” (16,7%), o que pode ser explicado pelos media e a internet serem considerados um complemento à informação tradicional (McLeod, 2000), e a falta de identificação com um partido (13,2%). Este gráfico vai de acordo ao já afirmado anteriormente: “quando os pais estão percepcionados como tento altos níveis de participação (social, cívica e política), também os seus filhos adolescentes se envolvem nas mesmas”(Cicognani, Zani, Fournier, Gavray & Born, 2012).
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Conclusão O estudo realizado a partir deste trabalho permitiu compreender a formação da opinião e participação política nas camadas mais jovens. É consensual que os mais jovens estão descontentes com a situação política do país, afirmando nunca se terem interessado por política. Contudo, os que o fizeram começaram a interessar-se numa idade entre os 15 e 17 anos, ou seja, na habitual transição do ensino básico para o ensino secundário. Por outro lado, a percentagem de indivíduos que se considera muito informados em relação a assuntos políticos é muito pequena, considerando que as principais razões derivam do descontentamento com a atual crise e por não serem estimulados pela família e pelos amigos. Relativamente à influência das novas tecnologias, apesar da televisão e a internet estarem presentes na vida de qualquer pessoa, os jovens assistem “muito pouco” a debates televisivos, consultam “muito pouco” sites de jornais nacionais e sites televisivos e não recorrem a blogs para obter informações. Os inquiridos afirmam também que a opinião política não é influenciada pelos conteúdos das redes sociais. No entanto, a família, os amigos e a escola têm um grande peso na influência e participação política. Grande parte dos nossos inquiridos afirma falarem frequentemente com amigos cara a cara sobre o que se está a passar na atualidade. Em relação ao paradigma familiar, a escolaridade elevada dos pais contribui mais para que os filhos não queiram ter uma escolaridade inferior à dos progenitores. Os nossos resultados comprovaram mais concretamente que a mãe licenciada tem maior influência do que o pai. Por fim, os nossos inquiridos afirmam que as questões políticas são pouco abordadas no local de ensino, o que mostra que as escolas portuguesas não têm contribuído para a formação política dos jovens.
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Referências Bibliográficas:
1. Cicognani, E; Zani, B; Fournier, B; Gavray, C; Born, M (2012), Gender differences in youth’s political engagement and participation. The role of parents and of adolescents’ social and civic participation, Journal of Adolescence, pp. 561 – 576 2. Diemer A. M (2012), Fostering Marginalized Youths’ Political Participation: Longitudinal Roles of Parental Political Socialization and Youth Sociopolitical Development, Am J Community Psychol, pp. 246 – 256 3. Dunsmore, K.; Lagos, T. G. (2008) Politics, media and youth: understanding political socialization via video production in secondary schools, Learning, Media and Technology Vol. 33, No. 1, pp. 110 4. Fisher, D. R. (2012), Youth Political Participation: Bridging Activism and Electoral Politics, The Annual Review of Sociology, pp. 119 – 137 5. Fonseca, J. R. S; (2011) Why does Segmentation Matter? Identifying market segments through a mixed methodology: European Retail Research 25 pp 1-25 6. Fonseca, J. R. S., & Cardoso, M. G. M. S. (2007). Supermarket Customers Segments Stability. Journal of Targeting, Measurement and Analysis for Marketing, 15, 4, 213–215 7. Fonseca, J. R. S., & Cardoso, M. G. M. S. (2005). Retail Clients Latent Segments In Bento, C., Cardoso, A. & Dias, G. (Eds.), Progress in Artificial Intelligence pp. 348-358: Springer 8. Henn, M; Ford N (2014), Social differentiation in young people's political participation: the impact of social and educational factors on youth political engagement in Britain, Journal of Youth Studies, 360 – 380 9. Holbrook, T.M. (1999), Political Learning from Presidential Debates, Political Behavior, Vol. 21, No. 1, pp 67-89 10. Kotler , P . ( 1976 ) ‘ Marketing Management: Analysis, Planning, and Control ’ , 3rd edn, PrenticeHall, Inc., Englewood Cliffs, NJ . 11. McCann, J. A.; Lawson C. (2006) Presidential Campaigns and the Knowledge Gap in Three Transitional Democracies, Political Research Quarterly, Vol. 59, No. , pp 13-22 12. McLeodc, J. M. (2000), Media and Civic Socialization of Youth, Journal Of Adolescent Health, Vol. 27S, No. 2, pp. 45–51
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13. Moore, D; (1987) Political Campaigns and The Knowledge-Gap Hypothesis; Vol 51, No 2 pp 186200. 14. Pacheco, J. S. (2008), Political Socialization in Context: The Effect of Political Competition on Youth Voter Turnout, Springer Science+Business Media, pp. 415-434 15. Pires, G. D.; Stanton J.; Stanton P. (2010), Revisiting the substantiality criterion: From ethnic marketing to market segmentation; Journal of Business Research 64, pp. 988–996 16. Prior, M. (2005), News vs. Entertainment: How Increasing Media Choice Widens Gaps in Political Knowledge and Turnout, American Journal of Political Science, Vol. 49, No. 3, pp. 577, 578, 587,589 17. Rondan-Cataluña, F.; Sanchez-Franco, M. & Villarejo-Ramos, A. (2010); Searching for latent class segments in technological services; Routledge Taylor & Francis Group, volume 30, Issue 6, pp. 836-839 18. Santos, F. (2012), Juventudes partidárias e mobilização cívica on-line: o caso das eleições presidenciais em Portugal em 2011, volume 15, nº1 pp. 40-48 19. Tonks, D.; (2009) Validity and the design of market segments; Journal of Marketing Management, Volume 25, Issue 3-4 pp 341-353 20. Tuna, M; Decker, R; Scholz, S. (2011) A survey of tbe challenges and pitfalls of cluster analysis application in market segmentation; International Journal of Market Research Vol. 53 pp. 391-414 21. Vraga, E.; Thorson, K.; Kligler-Vilenchik, N.; Gee, E. (2015), How individual sensitivities to disagreement shape youth political expression on Facebook, Volume 45, April 2015, Pages 281–289 22. Wedel, M., & Kamakura, W.A. (2000). Market segmentation: Conceptual and methodological foundations (2nd ed.). Boston: Kluwer Academic. 23. Yates, M; Youniss, James (1998), Community Service and Political Identity Development in Adolescence, Journal of Social Issues, Vol. 54, No.3 pp 499 – 500 Webgrafia 1.
Associação de Professores de História. (s.d). As origens da emancipação feminina em Portugal Retirado de: http://www.aph.pt/ex_assPropFeminina4.php (consultado 8/12/2015)
2. Oliveira, S. (2015) Educare.pt - Escolaridade dos pais influencia percurso dos filhos Retirado de: http://www.educare.pt/noticias/noticia/ver/?id=80463 (consultado 8/12/2015)
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Anexos Anexo 1: Tabela adaptada dos autores Michael N. Tuma, Reinhold Decker and Sören W. Scholz Etapa do processo de agrupamento
Recolha de dados
Seleção da variável e tamanho da amostra
Dados do consumidor (variáveis de segmentação); número de variáveis usadas no agrupamento; tamanho da amostra.
Pré-processamento dos dados
Dados pré-processados antes de serem agrupados; método de dados pré-processados; número de variáveis antes e depois do pré-processamento dos dados; razões para o pré-processamento dos dados.
Seleção do algoritmo de agrupamento apropriado
Métodos de agrupamento utilizados; razões para o uso do método de agrupamento; metodologia utilizada; coeficiente de semelhança; medida de distância; paradigma de pesquisa; razões para as várias decisões CA.
Determinar o número de agrupamentos
Número de agrupamentos extraídos; procedimentos usados para determinar o número de agrupamentos; tamanho dos agrupamentos.
Validação e estabilidade Interpretação e descrição dos clusters
Avaliação de estabilidade e validade; métodos utilizados. Sem descrição; descrição parcial; descrição completa.
Anexo 2: Questionário aplicado online Saudações! Somos alunos de Ciências da Comunicação, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e estamos a desenvolver um estudo sobre o tema “Processos de Socialização Política”. O questionário demora cerca de 15 minutos a responder. Agradecemos que responda com sinceridade, certos de que não existem respostas certas ou erradas. Todos os dados recolhidos serão utilizados meramente para fins académicos e a sua identidade ficará no anonimato. Ficamos muito gratos pela sua generosa contribuição. 1. Sexo Feminino Masculino
1 2
2. Idade ____ anos 3. Estado Civil Solteiro/a União de Facto/Casado/a Separado/a ou Divorciado/a Viúvo/a
1 2 3 4
4. Habilitações (nível completo) 1.º ciclo do Ensino Básico 2.º ciclo do Ensino Básico 3.º ciclo do Ensino Básico
1 2 3
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Ensino Secundário Bacharelato Licenciatura Mestrado Doutoramento 5. Força partidária Independente Direita Esquerda Não responde
4 5 6 7 8 1 2 3 4
Histórico familiar 6. Partidarismo partilhado (pai/mãe/filho(a) são do mesmo partido) Não Sim Não sabe/ não responde
1 2 3
7. Licenciatura (mãe) Não Sim
1 2
8. Licenciatura (pai) Não Sim
1 2
9. Divorciados ou separados (pais) Não Sim
1 2
10. Tem multicanais pagos? Não Sim
1 2
11. Total do rendimento familiar (líquido mensal) Até 505 € Entre 506 e 1000 € Entre 1001 e 1500€ Entre 1501 e 2000 € Entre 2001 e 2500 € Entre 2501 e 3000 € Mais de 3000 €
1 2 3 4 5 6 7
12. Tem Internet em casa? Não Sim
1 2
Integração Social 13. Há quanto tempo vive na sua residência atual? ____ anos
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14. Nos últimos 6 meses frequentou igreja ou lugar de culto? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
Comunicação familiar e escolar 15. Atualmente, quantos amigos ou pessoas próximas tem com quem se sinta à vontade para falar sobre assuntos privados? Nenhum, não me sinto à vontade com ninguém 1 1-5 2 6-10 3 Mais de 10 4 16. Em sua casa, as crianças são frequentemente convidadas a emitir as suas opiniões sobre as decisões familiares Discordo completamente 1 Discordo 2 Concordo 3 Concordo completamente 4 17. Na sua família, as crianças aprendem que não há problema em discordar das ideias dos adultos sobre o mundo Discordo completamente 1 Discordo 2 Concordo 3 Concordo completamente 4 18. Entre os meus amigos, é importante saber o que está a acontecer no mundo Discordo completamente Discordo Concordo Concordo completamente
1 2 3 4
19. Em sala de aula discutem-se / debatem-se questões políticas ou sociais Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
20. Em sala de aula, por vezes desempenho papéis políticos, em jogos como simulações de julgamentos, eleições, etc. Nunca 1 Raramente 2 Algumas vezes 3 Frequentemente 4 Muito frequentemente 5
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21. Em sala de aula, os alunos são incentivados a dar a sua própria opinião sobre diversos problemas Nunca 1 Raramente 2 Algumas vezes 3 Frequentemente 4 Muito frequentemente 5
Consumo de notícias 22. Numa semana típica, quantos dias assiste (TV) ao noticiário nacional da noite? Zero dias Entre um e dois dias Entre três e quatro dias Entre cinco e seis dias Sete dias
1 2 3 4 5
23. Numa semana típica, quantos dias assiste (TV) a noticiários locais? Zero dias Entre um e dois dias Entre três e quatro dias Entre cinco e seis dias Sete dias
1 2 3 4 5
24. Numa semana típica, quantos dias lê uma cópia impressa de um jornal local? Zero dias Entre um e dois dias Entre três e quatro dias Entre cinco e seis dias Sete dias
1 2 3 4 5
25. Com que frequência assiste, na televisão, a debates de caráter político? Nunca Raramente (Apenas no período eleitoral) Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
Notícias on-line convencionais 26. Numa semana típica, quantos dias acede a sites de jornais nacionais? Zero dias Entre um e dois dias Entre três e quatro dias Entre cinco e seis dias Sete dias 27. Numa semana típica, quantos dias acede a sites de notícias de TV? Zero dias Entre um e dois dias Entre três e quatro dias Entre cinco e seis dias
1 2 3 4 5 1 2 3 4
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Sete dias 28. Numa semana típica, quantos dias acede a sites de jornais locais? Zero dias Entre um e dois dias Entre três e quatro dias Entre cinco e seis dias Sete dias
5 1 2 3 4 5
Informações políticas online não convencionais 29. Considerando informações políticas online não convencionais, consulta blogs políticos independentes ou outras redes sociais? Não 1 Sim 2 30. Considerando informações políticas online não convencionais, consulta blogs políticos de direita ou outras redes sociais? Não 1 Sim 2 31. Considerando informações políticas online não convencionais, consulta blogs políticos de esquerda ou outras redes sociais? Não 1 Sim 2 32. Considerando informações políticas online não convencionais, consulta sites dos candidatos políticos Não 1 Sim 2
Comunicação entre cidadãos 33. Utiliza redes sociais e blogs, entre outros sites? Não Sim
1 2
34. A comunicação privilegiada é cara a cara Discordo completamente Discordo Concordo Concordo completamente
1 2 3 4
35. No último mês falou com os amigos, cara a cara, sobre notícias e eventos atuais? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
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36. No último mês enviou mensagens políticas online? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
37. No último mês trocou E-mails políticos com amigos e família? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
38. No último mês encaminhou links para vídeos políticos ou artigos noticiosos? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente 39. No último mês recebeu links para vídeos políticos ou artigos noticiosos? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente 40. No último mês enviou ou recebeu mensagens de texto sobre política? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
41. No último mês trocou pontos de vista políticos num fórum de discussão ou mural (de um site de rede social)? Nunca 1 Raramente 2 Algumas vezes 3 Frequentemente 4 Muito frequentemente 5 42. Considera as atividades descritas nas perguntas 35 a 40 como ativismo político? Não Sim
1 2
43. A sua opinião é influenciada por conteúdos políticos presentes nas redes sociais? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
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44. Qual o seu grau de interesse em relação ao que lê nas redes sociais sobre política? Muito desinteressado Desinteressado Interessado Muito interessado
1 2 3 4
45. A presença dos partidos políticos nas redes sociais influencia o seu comportamento na vida política? Não influencia nada 1 Influencia um pouco 2 Influencia muito 3 46. Considera-se uma pessoa informada sobre assuntos políticos? Nada informado Pouco informado Informado Muito Informado
1 2 3 4
Participação cívica 47. Alguma vez doou dinheiro para causas de caridade? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
48. Alguma vez realizou trabalho voluntário? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
49. Alguma vez trabalhou em projetos comunitários? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
Participação Política 50. Alguma vez contribuiu com dinheiro para campanhas políticas? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente 51. Alguma vez participou de reuniões políticas, comícios, discursos? Nunca Raramente
1 2 3 4 5 1 2
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Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
3 4 5
52. Alguma vez trabalhou para um partido político ou candidato? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
53. Alguma vez exibiu símbolos de campanha política? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
54. Participa em manifestações políticas com que frequência? Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Muito frequentemente
1 2 3 4 5
55. Com que idade começou a interessar-se por política? Menos 15 15 -17 18 - 20 21 - 25 26 - 30 Nunca me interessei por política
1 2 3 4 5 6
56. Na sua opinião, porque é que os jovens não se interessam por política? Falta de informação Não são estimulados pela família e/ou amigos Não se identificam com nenhum partido Devido ao descontentamento com a actual crise Outro 57. Votou nas últimas eleições legislativas (dia 04 de Outubro de 2015)? Não, por não ter idade Não, por não ter interesse Sim
1 2 3 4 5 1 2 3
58. Está filiado em algum partido político? Não Sim
1 2
59. Está filiado em alguma juventude partidária? Não Sim
1 2
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60. Considera-se uma pessoa informada sobre assuntos políticos? Nada informada Pouco informada Razoavelmente informada Muito informada
1 2 3 4
61. Considera que a política é uma atividade bem vista pela sociedade? Não Sim Não sabe/não responde
1 2 3
62. Sabe quais são as principais figuras políticas do país no panorama actual? Não Sim
1 2