Matéria sobre crescimento do mercado de luxo em Curitiba

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Curitiba, domingo, 1º de agosto de 2010

Economia

CONSUMO

luxo

2010, o ano do

em Curitiba

Lojas miram Curitiba como potencial que já atuam no setor comemoram os bons

resultados alcançados Adriano Cesar Gomes z Para os lojistas e empresários do

setor, 2010 já é o melhor ano para o mercado de luxo em Curitiba. E, com a perspectiva da abertura de grandes lojas de grife a partir de 2011 na cidade, este é um segmento que ainda tem muito o que comemorar. Com um mercado forte que atrai con­ sumidores das demais regiões do estado e também de Santa Catarina, Curitiba surge como uma das grandes promessas para um segmento que não para de crescer mesmo sob forte pressão causada pela instabilidade eco­ nômica mundial. Em 2009 o faturamento do setor em todo o país foi de US$ 6,2 bilhões, um crescimento de 5% em relação ao ano anterior. Para 2010, a perspectiva é de uma aumento de 18% a 20% nas vendas – resultados que podem ser ainda melhores quando ana­ lisados apenas os números locais. Marcelo David Jansen é ge­­ rente comercial da Euroimport

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Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

mercado e empresários

Os preços dos produtos oferecidos no mercado de luxo podem até assustar, mas quem os consome garante eles valem cada dólar ou real investido na aquisição.

Karina Kulig gosta dos confortos oferecidos pelo mercado de luxo.

Land Rover e Volvo, loja especia­ lizada em carros de luxo, e se diz surpreso com o volume de ven­ das e o crescimento aferido no setor no último ano. “Hoje a quantidade de pessoas que têm um carro no valor de R$ 400 mil é muito maior do que era há um ano. O aumento das vendas nes­ se período foi absolutamente surpreendente, acima de qual­ quer perspectiva da empresa ou mesmo do setor”, revela. Jansen não quis abrir os números, mas afirma que, na comparação dos resultados do primeiro semestre deste ano frente ao mesmo perí­ odo de 2009, o crescimento nas vendas atingiu um patamar de três dígitos – ou seja, mais que dobrou. Para o doutor em Economia e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Fábio Dória Scatolin, o crescimento do

PERFILZ PERFIL

Idade média vai de 28 a 45 anos Curitiba não tem dados regionalizados sobre o setor, mas quem trabalha diretamente no segmento luxo sabe quem são esses clientes: empresários (homens e mulheres) com idade entre 28 e 45 anos, renda mensal superior a R$ 25 mil e que não se importam em pagar mais por um produto de marca. “Se ele gosta, ele compra. É um cliente que gosta de exclusividade, reconhece qualidade e exige atendimento e ambiente diferenciados”, revela ElianaVeiga, empresária e proprietária da Mantuanni Casa, loja especializada em decoração de alto padrão. Karina Kulig trabalha como estilista e se encaixa exatamente nesse perfil. Aprecia a qualidade dos produtos e diz que consome um pouquinho

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QUANTO CUSTA?

de cada coisa: roupas, cremes, cosméticos e objetos de decoração. Quando o assunto é luxo, Karina é pragmática: “Luxo para mim é tempo. É você ter facilidades na hora da compra, como receber os produtos em casa, por exemplo. Isso me ajuda a poupar tempo e facilita minha vida”, afirma. Como empresária, Karina também atende o mercado de luxo, produzindo vestidos de noivas e festas com tecidos importados e padrão internacional. “Hoje podemos trabalhar exclusivamente com luxo em Curitiba. Essas pessoas que moram em apartamentos de R$ 2 milhões consomem o tempo todo e estão acostumadas com o nível de sofisticação que a cidade passa agora a oferecer”, conclui. (ACG)

setor de luxo é fruto de um pro­ cesso econômico no qual o país vem se deliciando há alguns anos. “Estamos falando de um mercado promissor, beneficia­ do internamente pela melhor distribuição de renda e pelo aquecimento da economia nacional. À medida que o PIB cresce, aumenta também o potencial de consumo de toda a população”, explica o professor. Scatolin ainda destaca que Curitiba chega um pouco atrasa­ da nesse fenômeno do consumo de luxo, se comparada às demais metrópoles do país. “Se tomar­ mos o mercado imobiliário como exemplo, percebemos que outras metrópoles tiveram a valorização de seus ativos há mais tempo. Em Curitiba isso só aconteceu há cerca de três anos, uma amostra do tardio aqueci­ mento desse setor”, considera.

u Mini Cooper Cabrio (foto): R$ 122 mil na Euroimport

u Tecido Rubelli: R$ 25 mil por metro quadrado na Mantuanni Casa

u Vestido de festa: R$ 14 mil na Missoni

u Mala Titanium grande: R$ 4.760 na Rimowa

u Terno três botões: R$ 4,5 mil na Ermenegildo Zegna

u Champagne Cristal: R$ 1.699 na Louis Roederer

u Esmalte Particulière: R$ 92 na Chanel

u Batom Lady Gaga: R$ 69 na Sack’s Perfumaria

Mercado local em crescimento z Curitiba pode até ter demorado

para entrar na onda do luxo, mas agora parece querer tomar a fren­ te deste segmento no Sul do país. Recentemente foi anunciada a possível vinda da Rimowa, fabri­ cante alemã de malas e bagagens de alto luxo. Porto Alegre tam­ bém está no páreo para receber a nova loja, mas André Banwart Von Ah, diretor da Rimowa no Brasil, não esconde a inclinação pela capital paranaense. “Segundo os estudos da empresa, Curitiba é uma cidade comercial­ mente diferente e muito interes­ sante para nós. A previsão é de estar em Curitiba já em 2011”, explica. Além da Rimowa, outras duas outras grandes empresas podem chegar à cidade nos próximos

anos: a Bentley, marca inglesa de automóveis que inaugurou sua primeira loja brasileira em São Paulo, em março; e a Zegna, do estilista italiano Ermenegildo Zegna. Já estabelecida na cidade e com um público consumidor bastante cativo, a Capoani atende aos curi­ tibanos interessados nas últimas tendências de moda. “O mercado de Curitiba está recebendo um grande investimento no segmen­ to de luxo, seja no ramo da moda, imobiliário ou automobilistíco. Grandes marcas que até agora só atuavam em São Paulo estão vin­ do para Curitiba para atender um público que é exigente e tem um alto poder econômico”, revela Fernando Capoani, proprietário da loja. (ACG)

GAZETA DO POVO


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