Fórmula 1 2010

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Fórmula1

2010

Curitiba, quinta-feira, 11 de março de 2010

GAZETA DO POVO

Josep Lago / AFP

Ele ainda sonha com

títulos

Aos 41 anos, Michael Schumacher volta à Fórmula 1 disposto a conquistar o oitavo Mundial. Mas a tarefa não será nada fácil, já que a temporada 2010 terá pilotos jovens, mas com bastante experiência, incluindo outros três campeões mundiais Páginas 4 e 5

n o va s r e g r a s d a d i s p u ta – pá g i n a 3

os pilotos bra sileiros–página s 6 e 7


Fórmula1 2 0 1 0

M r

Artigo

O peso de Schumacher na disputa título da temporada 2010 da Fórmula 1 terá um peso todo especial ao vencedor. Há tempos a categoria não contava com tantos pilotos com chances de ganhar, em uma disputa nivelada por cima, com nomes expe­ rientes, dispostos a travarem emba­ tes como há muito não se via. Há também as mudanças técnicas, tan­ to no sistema de pontuação quanto na mecânica dos carros, além da proibição de reabastecimento, que trarão ainda mais emoção à compe­ tição. Mas o que realmente marcará a disputa da temporada 2010 é o retorno de Michael Schumacher. Antes de mais nada, é preciso dei­ xar uma coisa muito clara: Schumi voltou para vencer. Que ninguém se

iluda que o retorno do alemão é meramente uma jogada de mídia, um impulso para atrair patrocina­ dores e agradar aos milhares de fãs do automobilismo espalhados pelo mundo todo. Anunciantes e público serão sim devidamente recompen­ sados pela volta do alemão às pistas. Mas a real intenção de Schumacher é agradar a si mesmo, mostrar a todos que mesmo mais velho con­ tinua sendo o obstinado Schu­ macher de sempre, o homem que cravou seu nome na história do automobilismo com sete títulos mundiais. E a volta de Schummacher não mexe apenas com auto-estima do próprio alemão. Mexe também com a de todos os outros pilotos da Fórmula 1, cientes do valor de um pódio disputado com o maior de

todos os tempos. Não há dúvida de que qualquer piloto que conse­ guir ficar à frente dele no decorrer das provas terá motivos extras para comemorar, esteja ou não entre os três primeiros do pódio. Presenciei uma amostra disso na disputa do Desaf io das Estrelas, em novembro do ano passado, em Florianópolis (SC), disputa de kart que reúne os principais nomes do automobi­ lismo. Por natureza, o piloto de automobilismo entra para ven­ cer qualquer prova de que parti­ cipe – seja a disputa do Mundial de construtores, seja uma corrida de kart. Mas a presença de Schumi nas últimas edições do Desafio das Estrelas seguramen­ te deu à competição uma conota­ ção maior do que uma simples

brincadeira entre amigos. Na confraternização entre os participantes, brinquei com Schumacher dizendo que após levar o bicampeonato do Desafio das Estrelas ele deveria voltar à Fórmula 1. Schumi me respondeu que se sentia um pouco velho, que não saberia se teria o mesmo pique de antes. Respondi que ele não deveria se preocupar, pois continuava a ser o Schumacher de sempre. Uma coisa completamente des­ necessária de ser dita, já que todos sabem muito bem disso. Principal­ mente ele mesmo.

Patrick Hertzog / AFP

Antonio Scorza / AFP

Kieran Doherty / Reuters

Balint Porneczi / AFP

Ricardo Zonta

“Que ninguém se iluda que o retorno do alemão é meramente uma jogada de mídia. A real intenção de Schumacher é agradar a si mesmo, mostrar a todos que mesmo mais velho continua sendo o obstinado campeão de sempre.”

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Eugene Hoshiko / Reuters

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O reabastecimento está proibido e o sistema de pontuação tem nova regra .

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O heptacampeão Michael Schumacher está de volta à Fórmula 1 e com vontade de vencer.

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As chances dos pilotos brasileiros: Massa (foto), Barrichello, Senna e Grassi

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Hilton e Button (foto), Alonso e Massa: as duplas que prometem esquentar a competição.

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Ricardo Zonta, 33 anos, é piloto de Stock Car da equipe Corinthians RZM Motor Sport e disputou 36 grandes prêmios de Fórmula 1 entre 1999 e 2004 pelas escuderias BAR, Jordan e Toyota.

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O legado de Max Mosley e o futuro da categoria sob o comando do francês Jean Todt (foto).

Expediente Caderno Fórmula 1 2010 é um suplemento es­pecial da Gazeta do Povo de­senvolvido pela editoria de Esportes. Diretor de Redação: Nel­son Souza Fi­lho. Editor Exe­cutivo: Eduardo Aguiar. Edição: Marcos Xavier Vicente. Diagra­ma­ção: Dino R. Pezzole e Rodrigo Montanari Bento. Re­da­ção: (41) 3321-5408. Fax: (41) 3321-5472. Co­mer­cial: (41) 3321-5291. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: esportes@gazeta­do­povo.­com.br.­Ende­re­ço: R. Pedro Ivo, 459. Curi­tiba-PR. CEP: 80.010-020. Não pode ser vendido separadamente.

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).

Mudanças na regra do jogo Proibição do reabastecimento após 15 anos e novo sistema de pontuação, que valoriza ainda mais os primeiros colocados, devem trazer mais emoção às corridas COMO ERA 1 Quando o carro parava, a equipe se movimentava para reabastecer e trocar os pneus.

Integrante da equipe fazia sinal para o piloto parar ou acelerar

2 Ao menos trĂŞs pessoas reabasteciam o carro. O combustĂ­vel era bombeado a 12 litros por segundo. Um integrante suportava o peso da mangueira de reabastecimento.

Outro segurava o bocal da mangueira no lugar

Outro se posicionava perto do botĂŁo que corta o combustĂ­vel

3 O bocal era removido e o carro disparava. IncĂŞndios podiam ocorrer quando o combustĂ­vel residual do bocal caĂ­a sobre o escapamento.

vier e­ço:

Fonte: Reuters.

Infografia: Reuters.

Samuel Estavam Reuse, especial para a Gazeta do Povo, e agĂŞncias

A

s regras do jogo mudaram. Em 2010, os fĂŁs da FĂłrmula 1 nĂŁo verĂŁo mais uma cena com a qual se acostumaram nos Ăşltimos 15 anos: carros sendo reabastecidos nos boxes. Nos pit stops, agora, sĂł troca de pneus. E essa nĂŁo ĂŠ a Ăşnica novidade. O sistema de pontuação tambĂŠm foi modificado. Com o aumento da diferença de pontos entre o primeiro e o segundo colocado (25 a 18), as vitĂłrias terĂŁo um valor maior. Tudo para trazer mais emoção Ă s corridas. Quem gosta da F1 provavelmen­ te jĂĄ deve ter visto a forte imagem de Nigel Mansell, em 1984, empurran­ do a Lotus, no GP dos Estados Unidos, em Dallas, e, exausto, perder os sen­ tidos. O inglĂŞs liderava a prova e ficou sem combustĂ­vel metros antes da bandeirada. Pois cenas como essa, a chamada pane seca, podem voltar a acontecer esse ano com a proibição do reabastecimento A diferença ĂŠ que as regras nĂŁo permitem mais empurrar o carro. “Os testes mostra­ ram que em alguns circuitos os pilo­ tos nĂŁo poderĂŁo exigir tudo do bĂłli­ do a fim de reduzir o consumo de gasolina para receber a bandeiradaâ€?, diz o piloto brasileiro Rubens Barrichello, da Williams. Na prĂŠ-temporada, as 11 equipes que colocaram seus carros na pista realizaram o mais elementar teste prĂĄtico de consumo: mantiveram seus pilotos dando voltas atĂŠ acabar o combustĂ­vel. O objetivo era conhe­ cer o consumo preciso para aquela condição e verificar com quanta gasolina no tanque o pescador (vĂĄl­ vula que suga o combustĂ­vel) ainda mantinha o motor funcionando. “Em circuitos como o de Bahrein, do CanadĂĄ, ValĂŞncia, Monza, Cingapura, hĂĄ mesmo possibilidade de pane secaâ€?, comenta o diretor esportivo da Renault, Steve Nielsen. “Hoje nossa capacidade de monito­ rar o carro na pista ĂŠ muito maior do que antes. Por isso pode ser que os pilotos nĂŁo fiquem sem gasolina, mas por que serĂŁo orientados pelas equipes a administrar seu ritmoâ€?.

REABASTECIMENTO PROIBIDO Uma das maiores mudanças na Fórmula-1 2010 Ê a proibição do reabastecimento , medida que exigiu mudanças no design dos carros para acomodar um tanque de combustível maior, com o dobro de capacidade, chegando a 250 litros: TANQUES DE COMBUST�VEL MAIORES

HISTĂ“RICO DE ACIDENTES

Em 1998, o tanque de óleo foi redesenhado e a posição permaneceu em uso atÊ o ano passado. As novas regras estabelecem que ele volte à sua antiga posição.

Posição do tanque antes de 1998

Posição atual do tanque

Tanque de óleo localizado atrås da caixa de câmbio.

Tanque de Ăłleo localizado diretamente atrĂĄs do cockpit.

Apesar de raros, o reabastecimento podia causar acidentes graves, que ocorrim com maior frequência quando o combustível respingava da mangueira e era incendiado pelo calor do motor. O reabastecimento Ê reintroduzido após proibição inicial em 1984.

Jos Verstappen, GP da Alemanha A explosĂŁo do combustĂ­vel da mangueira causa incĂŞndio. Piloto escapa com queimaduras leves.

Radiador

Tanque de Ăłleo

Tanque de Ăłleo

Base das rodas

os m Ăłs io Ă eu o, mo ele ois de

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Caixa de câmbio

Vantagens da posição atual do tanque • o tanque estĂĄ posicionado prĂłximo ao centro de gravidade do carro • redução da tubulação do radiador diminuĂ­ o peso do carro *Atuais regras da FIA permitem que o tanque de Ăłleo esteja situado em qualquer local entre o eixo da rodas dianteiras e atrĂĄs da caixa de câmbio e entre as extremidades laterais da cela de proteção do piloto.

• a base das rodas do carro serå mais longa para acomodar o tanque maior

Algumas outras opçþes • mover o cockpit levemente para a frente • diminuir o tamanho da caixa de câmbio

Tanque de Ăłleo* Tanque de combustĂ­vel

Michael Schumacher, GP da Ă ustria

Pequeno vazamento causa incĂŞndio, que ĂŠ rapidamente apagado.

Vazamento da mangueira de combustĂ­vel causado por desconexĂŁo.

Jarno Trulli, GP da Espanha Problema com equipamento de perfuração de óleo causa vazamento de combustível. O fogo se apaga sozinho.

Felipe Massa, GP da Espanha

Motor Caixa de câmbio

GP da Hungria: uma sÊrie de incêndios relâmpagos. Três incêndios simultâneos durante o Grande Prêmio chamam a atenção e colocam em dúvida a segurança do reabastecimento durante as corridas.

Fonte: Reuters.

Outras mudanças estĂŁo confirma­ das para 2010. HaverĂĄ, por exemplo, uma redução do nĂşmero de jogos de pneus de pista seca de 14 para 11 por corrida. E os pilotos que participa­ rem do Q3 (Ăşltima fase do treino qualificatĂłrio, com os 10 mais rĂĄpi­ dos) serĂŁo obrigados a usar o mesmo pneu no inĂ­cio da corrida. Promessa de emoção. “As condiçþes variarĂŁo demais ao longo das provas, por cau­ sa das diferenças de condiçþes dos pneus e de peso do carroâ€?, afirma o piloto Bruno Senna, da HRT.

Pontuação A partir desse ano, o vencedor pas­ sarå a receber 25 pontos; o segun­ do, 18; o terceiro, 15; o quarto, 12; o quinto, 10; o sexto, 8; o sÊtimo, 6;

VĂĄlvula de combustĂ­vel com defeito causa vazamento de combustĂ­vel.

Pequeno incĂŞndio, mas o carro nĂŁo sofre danos.

Piloto

Eddie Irvine, GP da Ă ustria

Gianmaria Bruni, GP da ItĂĄlia

Desvantagens da nova posição do tanque

Infografia: Reuters.

25 pontos É quanto ganharĂĄ cada piloto que vencer uma corrida em 2010. Para valorizar o pĂłdio, a diferença entre o terceiro e o quarto colocado aumentou de 1 para 3 pontos.

o oitavo, 4; o nono, 2; e, finalmen­ te, o dÊcimo terå 1. Equipes e pilo­ tos foram praticamente unânimes em aprovar a mudança, dizendo que acirrarå a luta por vitórias. AlÊm de aumentar o peso da pri­ meira colocação, a nova pontuação premiarå quem chegar ao pódio: enquanto a diferença entre o tercei­ ro e o quarto colocado era de apenas um ponto atÊ o ano passado, passarå a ser de três pontos em 2010. Outro

aspecto interessante Ê o fato dos dez primeiros pontuarem. Com um grid de 24 carros, a mudança facilita para equipes intermediårias e pequenas atingirem à zona de pontuação. Críticos defendem que ele acaba­ rå com as estatísticas históricas de pontos. Desde 1950, a pontuação måxima sempre variou entre 8 e 10 pontos. Agora, com 25, não serå mais possível comparar pilotos e equipes de diferentes Êpocas.

Curitiba, quinta-feira, 11 de março de 2010

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Confronto de gerações e Schumacher volta à F1 aos 41 anos para pagar dívida de gratidão com Mercedes e disposto a vencer o oitavo Mundial. Mas terá pela frente um cenário muito diferente do qual estava acostumado

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Da redação, com Agência Estado

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partir das 9 horas desta sexta-feira (horário de Brasília), no Circuito de Sakhir, no Bahrein, um espetacular e imprevisível con­ fronto entre duas gerações de grandes talentos terá início na Fórmula 1. De um lado, o maior campeão de todos os tempos, um Michael Schumacher de 41 anos, mas ainda disposto a engrossar a lista de títulos que já conta com sete conquistas mundiais. Do outro, um time de pilotos jovens, experientes e com vontade de vencer. Três, inclusive, já detento­ res de títulos: o espanhol bicam­ peão Fernando Alonso, 28 anos, o britânico Lewis Hamilton, 25 anos, e Jenson Button, 30 anos. Sem contar Felipe Massa, que completa 28 anos em abril e que após o vice de 2008 e do acidente que o impossibilitou de seguir na disputa em 2009 chega a 2010 dis­ posto a colocar o Brasil novamen­ te no lugar mais alto do pódio. O retorno de Schumacher pode ser considerado um ato de grati­ dão à Mercedes-Benz, que retorna à categoria após adquirir a Brawn, campeã de construtores e pilotos em 2009. Já em outubro de 1995, poucos dias depois de conquistar o bicampeonato mundial pela Benetton no Circuito de Suzuka, no Japão, um Schumacher ainda novo sentenciou seu futuro. “Um dia vou agradecer a Mercedes, só não sei quando. Devo a eles o fato de hoje poder comemorar dois títulos mundiais”, disse Schumi na oportunidade, prometendo recompensar a montadora alemã pelo apoio financeiro que recebeu no começo da carreira. E em agosto do ano passado, durante a disputa do GP da Europa, em Valência, na Espanha, o piloto deu o primeiro sinal de que estava disposto a voltar à F1 após ter declarado a aposentadoria em 2006. “Hoje vejo que parei um pouco cedo demais. Para aquele momento (fim da temporada de 2006), o que desejava era isso mes­

mo, deixar a Fórmula 1, por não ter vida pessoal há tempos”, comentou em uma conversa infor­ mal com a imprensa brasileira. Ao ser questionado se pensava em retornar após três anos parado, o alemão deixou a coisa no ar: “Quem sabe...” Mas dois dias antes do Natal do ano passado o que era possibilida­ de virou fato e a Mercedes anun­ ciou a volta de Michael Schumacher à competição. Dessa forma, o pilo­ to uniu o desejo de retornar à Fórmula 1 com a dívida de gratidão com a montadora alemã.

Causas impossíveis E o que a Fórmula 1 ganha com a volta de um piloto como Schumacher? Para começar, alguém que vença o campeonato sete vezes é, por si só, uma grande atração. Quem teve a oportunida­ de de acompanhar a trajetória desse notável alemão nas suas 15 temporadas na categoria – de 1991 ao final de 2006, em 250 GPs – guarda para si uma carac­ terística em especial: o piloto das causas impossíveis. Ross Brawn, o eterno diretortécnico de suas equipes – Benetton, Ferrari e agora na Mercedes –, costuma dizer que há coisas que só Schumacher é capaz de fazer nas pistas. “Certa vez, disse a Michael pelo rádio que para sair dos boxes à frente de Kimi Raikkonen ele precisaria abrir 19 segundos de vantagem em 23 voltas. Não vejo ninguém, além dele, capaz de fazer isso”, ressalta Brawn. Para os pilotos mais jovens e que até já venceram Schumacher, como o espanhol Fernando Alonso, campeão do mundo em 2005 e 2006 pela Renault, o maior de todos os tempos está de volta a uma F1 bastante diferente. “Ele vai enfrentar dificuldades muito maiores das que estava acostuma­ do. Hoje há uma geração de jovens e talentosos pilotos, já campeões do mundo ou com importantes vitórias. E todos terão que assumir riscos”, disse Alonso.

“Certa vez, disse a Michael que para sair dos boxes à frente de Raikkonen precisaria abrir 19 segundos de vantagem em 23 voltas. Não vejo ninguém, além dele, capaz de fazer isso.” Ross Brawn, diretor-técnico da Mercedes que também trabalhou com Schumacher na Benetton e Ferrari.

“Ele vai enfrentar dificuldades muito maiores das que estava acostumado. Hoje há uma geração de jovens e talentosos pilotos, inclusive campeões do mundo.” Fernando Alonso, piloto da Ferrari que foi bicampeão mundial quando Schumacher ainda não havia se despedido das pistas.


GAZETA DO POVO

s e talentos Patrick Hertzog / AFP

Schumacher de volta à Fórmula 1: aos 41 anos, alemão garante que voltou para vencer novamente.

Temporada como há muito tempo não se via

uma disputa especial para o Brasil

São Paulo

São Paulo

Agência Estado

Agência Estado

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temporada 2010 é especial para o Brasil. O país terá quatro pilo­ tos na Fórmula 1: os experientes Felipe Massa (Ferrari) e Rubens Barrichello (Williams), além dos estreantes Bruno Senna (HTR) e Lucas di Grassi (Virgin Racing). O país perde apenas para a Alemanha no número de pilotos, que contará com Michael Schumacher e Nico Rosberg (ambos na Mercedes), Sebastian Vettel (Red Bull), Nico Hulkenberg (Williams), Adrian Sutil (Force India) e Timo Glock (Virgin Racing). Essa não é a primeira vez que o país dos campeões Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna inicia o Mundial de Fórmula 1 com quatro pilotos. Na tempora­ da de 2004, em alguns momentos do campeonato o Brasil também teve quatro representes: Rubens Barrichello (Ferrari), Felipe Massa (Sauber), Cristiano da Matta (Toyota) e Antonio Pizzonia (Williams). Antes disso, o Brasil também teve quatro pilotos em 2001: Rubens Barrichello (Ferrari), Enrique Bernoldi (Arrows), Luciano Burti (Jaguar) e Tarso Marques (Minardi). Mais para trás no tempo, em 1991, quatro brasi­ leiros começaram a temporada: Ayrton Senna (McLaren), Nelson Piquet e Roberto Moreno (ambos na Benetton) e Mauricio Gugelmin (Leyton House).

ãs ou não da Fórmula 1 não podem reclamar de falta de atrações na temporada que come­ ça neste f im de semana, no Bahrein. A primeira delas é a volta do maior piloto de todos os tem­ pos, ao menos nas estatísticas: o alemão Michael Schumacher, que vai competir pela Mercedes. Depois, como há muito tempo não se via, quatro times, a princí­ pio, se apresentam para a disputa da abertura do campeonato em condições de vencer: Ferrari, McLaren, Red Bull e Mercedes. E, claro, sempre há espaço para sur­ presas. Nessas quatro escuderias que partem como favoritas há quatro campeões do mundo, com 11 títu­ los no total. Schumacher já ganhou sete vezes e o espanhol Fernando Alonso, agora na Ferrari, venceu duas. Enquanto isso, os dois últimos campeões, os ingleses Jenson Button e Lewis Hamilton, estarão juntos na McLaren. A chegada de pilotos e equipes estreantes também é uma amostra de como a Fórmula 1 se renova. A 61ª temporada assistirá à estreia de três equipes – Lotus (que retor­ na após 15 anos), Virgin e HTR - e cinco pilotos – os brasileiros Lucas di Grassi (Virgin Racing) e Bruno Senna (HTR), o russo Vitaly Petrov (Renault), o alemão Nico Hulkenberg (Williams) e o indiano Karun Chandhok (HTR).

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4 campeões estarão na temporada 2010 da Fórmula 1. Juntos, Schumacher, Alonso, Hamilton e Button somam 11 títulos mundiais.

4 pilotos brasileiros disputarão a temporada 2010 da Fórmula 1. Mesmo número nas temporadas de 1991, 2001 e 2004. Curitiba, quinta-feira, 11 de março de 2010

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Dois experientes e dois n z

Dois vice-campeões do mundo, já experientes e em equipes de muitos títulos: Felipe Massa (Ferrari)

Bruno Senna

Sobrenome de peso e uma incógnita

e Rubens Barrichello (Williams). E dois jovens talentos estreantes, ávidos por mostrar o que sabem: Lucas Di Grassi e Bruno Senna, nas também estreantes Virgin e Hispania. Esse é o o Brasil na Fórmula 1 nessa temporada Franciele Bueno, especial para a Gazeta do Povo, e Agência Estado

Felipe Massa começa a temporada 2010 disposto a apagar as frustrações de perder o título de 2008 na última volta da última prova, no Brasil, e de 2009, quando foi impedido de seguir na disputa por conta do acidente nos treinos classificatórios do GP da Hungria, em julho, quando uma mola do carro de Rubens Barrichello se soltou e atingiu a cabeça do piloto da Ferrari. E pelo que apresentou na prétemporada, o brasileiro está mesmo disposto a realizar o sonho. Mas sabe muito bem que a disputa será acirrada – a começar pela própria equipe, que contratou para esta temporada o bicampeão mundial Fernando Alonso, antigo sonho da Ferrari. “Vou lutar pelas vitórias, pelo título, sem dúvida. A Ferrari fez um grande carro, mas as outras equipes também têm bons carros”, disse o piloto brasileiro no último dos testes da pré-temporada em Barcelona, Espanha, já vislumbrando a disputa na etapa de abertura, que acontece neste domingo. A expectativa é de que Massa faça muito mais nas provas do que na pré-temporada.

Josep Lago / AFP

Para apagar as frustrações das duas últimas temporadas

Bruno Senna larga atrás na disputa por não ter feito pré-temporada.

Albert Gea / Reuters

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Felipe Massa

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Felipe Massa é o brasileiro com mais chances de conquistar o título.

Até porque acredita-se que a Ferrari tenha corrido com 30 quilos a mais de gasolina na simulação de classificação, a fim de não expor todo o potencial do modelo F10 da equipe. E a forma equilibrada e previsível

de como o carro se comporta, bem ao estilo Massa, reforça a ideia de que o brasileiro pode disputar um grande campeonato neste ano. Assim, Felipe Massa é a principal aposta brasileira para a conquista do título.

Bruno Senna chega à Fórmula 1 carregando um sobrenome de peso (é sobrinho do tricampeão Ayrton Senna), mas por uma equipe que é uma incógnita, a espanhola Hispania Racing Team (HRT), que inicialmente participaria com o nome Campos Meta. A escuderia, estreante no circuito F1, não participou de nenhum teste na pré-temporada, feita coincidentemente na Espanha, por problemas financeiros. O primeiro contato do carro de Bruno com uma pista será apenas na próxima sexta-feira, quando acontece o primeiro treino livre do GP de Bahrein. Situação complicada para uma equipe e para um piloto estreantes. “Eu gostaria muito de estar treinando, como a maioria, mas não é possí-

vel. Considero, sim, a possibilidade de a equipe utilizar as primeiras etapas do campeonato para desenvolver o carro”, chegou a declarar o piloto brasileiro no período de pré-temporada. Senna e a equipe garantem que mesmo sem nenhum quilômetro rodado, o carro tem condições de ser o melhor entre as equipes menores e que pode brigar por pontos no Mundial. “Seremos um segundo mais rápido do que a Virgin e a Lotus”, aposta Bruno, citando as outras duas escuderias novatas. O que pode ajudar o piloto brasileiro e a escuderia espanhola a alcançar esse objetivo é que o modelo HRT01-Cosworth conta com o motor Dallara, marca italiana capaz de produzir bons carros.


GAZETA DO POVO

s novatos nas pistas

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Experiência a favor

Lucas di Grassi

Estreia sem pressão por resultados

Felipe Massa, piloto da Ferrari.

“Disponho de um carro confiável. Mas só conhecerei o quão bom ele realmente está depois da primeira corrida.” Rubens Barrichello, piloto da Williams.

“Temos condições de ser a melhor entre as equipes menores. Seremos um segundo mais rápido do que a Virgin e a Lotus.” Bruno Senna, pilto da HRT.

“A base do projeto é boa. Agora temos de tornar o carro mais confiável e resistente ao longo das provas.” Lucas di Grassi, piloto da Virgin Racing.

A experiência será a principal vantagem de Rubens Barrichello na disputa da temporada 2010. Terceiro colocado em 2009 correndo pela iniciante Brawn, o piloto brasileiro soma dois vices, nas temporadas de 2002 e 2004, quando era companheiro de Schumacher na Ferrari. Dos 24 pilotos que participarão da F1, Barrichello também é o recordista de grandes prêmios: no total, foram 268 provas desde a estreia em 1993. Barrichello começou os testes para a temporada 2010 questionando a atual escuderia, Williams. No primeiro ensaio, em Valência, Espanha, tanto o modelo FW32 como o motor Cosworth, que ainda necessitavam de desenvolvimento primário, apresentaram desempenho bastante inferior aos concorrentes. Mas ao longo dos testes Rubinho

se surpreendeu com a evolução da Williams, mas ainda com ressalvas. “Tendo como base o carro do ano passado, a equipe evoluiu bem. Mas não sabemos ao certo o quanto os adversários cresceram”, explica o piloto brasileiro. Assim como Felipe Massa, Barrichello também não foi ao limite do carro nos testes na Espanha. “Poderia ter sido o herói dos treinos, se quisesse. Bastava treinar com pouca gasolina”, disse o piloto. O que deixa uma ponta de suspeita de que Rubinho pode voltar a surpreender com a Williams, assim como em 2009, quando muitos apostavam que as chances dele seriam poucas em uma equipe estreante. “O que eu afirmo é que disponho de um carro confiável. Mas só conhecerei o quão bom ele realmente está depois da primeira corrida.”

Divulgação

Como na Brawn, Rubinho confia em um bom desempenho na Williams.

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Rubens Barrichello

Josep Lago / AFP

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“Vou lutar pelas vitórias, pelo título, sem dúvida. A Ferrari fez um grande carro para essa temporada.”

Lucas di Grassi percorreu só 1,8 mil quilômetros com o carro na pré-temporada.

Após passar pelo kart, Fórmula Renault, Fórmula 3 e GP2 e de ser piloto de testes da escuderia Renault na Fórmula 1 por três anos, o paulistano Lucas di Grassi, de 26 anos, estreia na categoria pela mais bem-estruturada das três equipes novatas, a Virgin Racing. Mesmo assim, o piloto brasileiro precisará de tempo para desenvolver o modelo VR01-Cosworth com o qual correrá a temporada, já que o carro percorreu apenas 1,8 mil quilômetros, aproximadamente, nos testes, ficando com os piores resultados entre as equipes na pré-temporada na Espanha. “A base do projeto é boa. Agora temos de torná-lo mais confiável e resistente”, afirma Grassi. Nos testes, entretanto, o carro

demonstrou lentidão. “O início de campeonato será para todos nós aprendermos, nos entrosarmos, nada mais do que isso”, conforta-se. E se não foi devidamente testado nas pistas, o carro ao menos conta com uma novidade tecnológica: foi testado pelo sistema CFD, tecnologia que simula no computador os testes de túneis de vento. O que pesa a favor de Grassi é que, ao contrário do outro brasileiro estreante, Bruno Senna, sobrinho do tricampeão Ayrton Senna, não carrega a pressão por resultados. O que pode fazer a diferença para que o piloto faça boas provas e chamar a atenção de escuderias maiores para a próxima temporada.

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quem estará no grid de larg

Com 12 equipes na disputa – duas a mais do que ano passado –, o circuito da Fórmula 1 verá neste ano a reestreia da escuderia Mer

Mclaren

Criada em 1963 pelo piloto neozelandês Bruce McLaren, que faleceu em acidente em 1970, aos 33 anos. A equipe permaneceu na categoria por ter boa estrutura, sendo comandada pelo empresário Teddy Mayer por 10 anos. Depois, Ron Dennis assumiu a equipe. Recentemente, tornaram-se seus sócios o empresário saudita Mansour Ojjeh e a MercedesBenz, que saiu da sociedade no fim de 2009 para montar a própria equipe.

País de origem: Grã-Bretanha. Corridas: 666. Títulos de construtores: 8 Títulos de pilotos: 12 Vitórias: 164 Pole positions: 144 Grandes pilotos: Emerson Fittipaldi, Niki Lauda, Alain Prost, Ayrton Senna, Mika Hakkinen e Lewis Hamilton

Jenson Button

Teve equipe própria entre 1954 e 1955. Mas a escuderia atual tem outra origem: nasceu Tyrrell, nos anos 1960, passou a BAR nos anos 1990 e virou Honda em 2006. Como Honda, sobreviveu até 2008, quando a montadora japonesa abandonou a F1. O espólio foi adquirido por Ross Brawn. Em 2009, na única temporada como Brawn GP, ganhou o Mundial de construtores e de pilotos, chamando a atenção da Mercedes, que comprou o time.

País de origem: Alemanha Corridas: 12 Títulos de construtores: 0 Títulos de pilotos: 2 Vitórias: 9 Pole positions: 8 Grandes pilotos: Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher

Michael Schumacher

07/01/1985 (ING) 1,74 m, 68 kg GPs disputados 35

Red Bull

Carro para 2010: Mercedes W01

É mais uma equipe que já mudou de nome e proprietário várias vezes. A história do time começou em 1997, quando o tricampeão mundial Jackie Stewart fundou a escuderia com seu sobrenome, que durou até 1999. Em 2000, foi comprada pela Ford e mudou o nome para Jaguar, fase que durou até 2004. Em 2005, a Red Bull, empresa fabricante de produtos energéticos do milionário austríaco Dietrich Mateschitz, assumiu o controle.

Carro para 2010: Red Bull RB6 Renault País de origem: Áustria Corridas: 88 Títulos de construtores: 0 Títulos de pilotos: 0 Vitórias: 6 Pole positions: 5 Grandes pilotos: David Coulthard e Sebastian Vettel

Única tempo em 19 cenár após o entrad elite d 1950, equip impor piloto positi

*Números como Mercedes

Lewis Hamilton

19/01/1980 (ING) 1,82 m, 70.5 kg GPs disputados 170

Mercedes

Carro para 2010: Mclaren MP 4-25 Mercedes-Benz

Nico Rosberg

03/01/1969 (ALE) 1,74 m, 68 kg

GPs disputados 250

Sebastian Vettel

27/06/1985 (ALE) 1,78 m, 67 kg GPs disputados 70

Mark Webber

03/07/1987 (ALE) 1,74 m, 64 kg

GPs disputados 43

27/08/1976 (AUS) 1,83 m, 74kg

GPs disputados 140

GPs d

Pontos

327

Pontos

207

Pontos

1.369

Pontos

75,5

Pontos

124

Pontos

169,5

Ponto

Vitórias

7

Vitórias

11

Vitórias

91

Vitórias

0

Vitórias

5

Vitórias

2

Vitóri

Poles positions 7

Poles positions 13

Poles positions 68

Poles positions 0

Poles positions 5

Poles positions 1

Poles

Voltas rápidas 2

Voltas rápidas 3

Voltas rápidas 76

Voltas rápidas 2

Voltas rápidas 3

Voltas rápidas 2

Volta

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24

Pódios

22

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154

Pódios

2

Pódios

9

Pódios

0

Pódio

GP de estreia

Austrália (2000)

GP de estreia

Austrália (2007)

GP de estreia

Bélgica (1991)

GP de estreia

Bahrein (2006)

GP de estreia

EUA (2007)

GP de estreia

Austrália (2002)

GP de

Force India

A origem remonta à Jordan, que correu nos anos 1990 e 2000 com relativo sucesso. Em 2005, a Jordan foi vendida e virou Midland. Acabou repassada no fim de 2006 ao grupo automotivo Spyker, que também teve vida curta. Em 2008, o empresário indiano Vijay Mallya, dono de cervejarias e companhias aéreas, assumiu a equipe e a rebatizou de Force India. Atualmente, mantém parceria com a Mclaren, de quem recebe apoio técnico.

Adrian Sutil

11/01/1983 (ALE) 1,83 m, 75 kg GPs disputados 55 Pontos 6

Toro Rosso

Carro para 2010: VJM03 Mercedes-Benz País de origem: Índia Corridas: 35 Títulos de construtores: 0 Títulos de pilotos: 0 Vitórias: 0 Pole positions: 1 Grandes pilotos: -

Vitantonio Liuzzi

Sébastien Buemi

Corridas: 69 Títulos de construtores: 0 Títulos de pilotos: 0 Vitórias: 1 Pole positions: 1 Grandes pilotos: Sebastian Vettel

Jaime Alguersuari

Jarno Trulli

0

Pódios

0

Pódios

0

Pódios

0

GP de estreia

Austrália (2007)

GP de estreia

San Marino (2005)

GP de estreia

Austrália (2009)

GP de estreia

Hungria (2009)

GP de estreia

Vitórias

0

Vitórias

0

23/03/1990 (ESP) 1,80 m, 65 kg GPs disputados 8 Pontos 5

Após 15 anos, a lendária Lotus volta à F1. De origem britânica, foi fundada pelo visionário Colin Chapman e correu entre 1958 e 1994. Foi por anos sinônimo de inovação e arrojo graças aos carros revolucionários. Mesmo com o longo período de inatividade, é uma das maiores vencedoras da categoria. A nova Lotus é apoiada por companhias e pelo governo da Malásia e é comandada pelo empresário do ramo aéreo Tony Fernandes.

Pódios

0

31/10/1988 (SUI) 1,75 m, 63 kg GPs disputados 17 Pontos 6

Lotus

País de origem: Itália

13/07/1974 (ITA) 1,73 m, 60 kg GPs disputados 219 Pontos 246.5 Vitórias 1 Poles positions 4 Voltas rápidas 1 Pódios 11

Vitórias

06/08/1981 (ITA) 1,68 m, 65 kg GPs disputados 44 Pontos 5

É o time B da Red Bull. Nasceu em 2006, com a compra da Minardi, tradicional equipe italiana que correu entre 1985 e 2005 e notabilizou-se por ocupar com freqüência as últimas posições nas provas. O objetivo da empresa de energéticos com a criação da Toro Rosso era dar chance ao aparecimento de jovens talentos. Deu certo. Em 2008, revelou o garotoprodígio Sebastian Vettel, que conquistou a primeira vitória da equipe.

Carro para 2010: STR5 Ferrari

Vitórias

0

Poles positions 0

Poles positions 0

Poles positions 0

Poles positions 0

Voltas rápidas 1

Voltas rápidas 0

Voltas rápidas 0

Voltas rápidas 0

8

Austrália (1997)

Carro para 2010: T127 Cosworth País de origem: Malásia Corridas: 489 Títulos de construtores: 7 Títulos de pilotos: 6 Vitórias: 73 Pole positions: 102 Grandes pilotos: Emerson Fittipaldi, Jim Clark, Graham Hill, Jochen Rindt, Mario Andretti, Ayrton Senna, Nelson Piquet, Ronnie Peterson, Nigel Mansell e Mika Hakkinen

Caso ú antes eleita cesso estrea cham socied e o em Proble do ne equip Hispa

Heikki Kovalainen

19/10/1981 (FIN) 1,72 m, 66 kg GPs disputados 52 Pontos 105 Vitórias 1 Poles positions 1 Voltas rápidas 2 Pódios 4 GP de estreia

Austrália (2007)

GPs d

Ponto

Vitóri

Poles

Volta

Pódio

GP de


GAZETA DO POVO

rgada na temporada 2010

uderia Mercedes (que adquiriu a campeã de 2009, Brawn GP), o retorno da lendária Lotus e a estreia da espanhola HRT

Títulos de construtores: 16 Títulos de pilotos: 15 Vitórias: 210 Pole positions: 203 Grandes pilotos: Gilles Villeneuve, Juan Manuel Fangio, Alberto Ascari, Niki Lauda e Michael Schumacher

Fundada em 1977 por Frank Williams e Patrick Head, teve várias parceiras ao longo dos anos. Destaque para a BMW, que esteve no time entre 2000 e 2005. O fim do casamento foi conturbado e os alemães saíram reclamando de ingerência da dupla Head-Williams, que nunca abriu mão da palavra final na equipe. Nenhuma parceira entrou no lugar da BMW e a Williams vive uma fase de decadência: não vence uma prova desde 2004.

Fernando Alonso

25/04/1981 (BRA) 1,66 m, 59 kg

Corridas: 533 Títulos de construtores: 9 Títulos de pilotos: 7 Vitórias: 113 Pole positions: 125 Grandes pilotos: Alan Jones, Keke Rosberg, Nigel Mansell, Nelson Piquet, Alain Prost e Ayrton Senna

Rubens Barrichello

29/07/1981 (ESP) 1,70 m, 68kg

GPs disputados 140

País de origem: Grã-Bretanha

Nico Hülkenberg

23/05/1972 (BRA) 1,72 m, 70 kg

GPs disputados 288

Renault

Estreou em 1977. Foi a primeira equipe a usar motores turbo, que dominaram a F1 nos anos 1980. Ficou até 1985, conquistando algumas vitórias. Retornou com equipe própria em 2000, ao comprar a Benetton. Foi bicampeã de construtores e pilotos (Fernando Alonso) em 2005 e 2006. No fim de 2009, a Renault vendeu a parte majoritária da equipe a um grupo de Luxemburgo, mas ainda fornece motores e empresta o nome ao time.

País de origem: França Corridas: 264 Títulos de construtores: 2 Títulos de pilotos: 2 Vitórias: 35 Pole positions: 51 Grandes pilotos: Alain Prost, René Arnoux e Fernando Alonso

Robert Kubica

19/08/1987 (ALE) 1,84 m, 74kg

GPs disputados 0

Carro para 2010: Renault R30

Vitaly Petrov

07/12/1984 (POL) 1,85 m, 74 kg

GPs disputados 57

08/09/1984 (RUS) 1,85 m, 75 kg

GPs disputados 0

Pontos

320

Pontos

577

Pontos

607

Pontos

0

Pontos

137

Pontos

0

Vitórias

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Vitórias

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Vitórias

11

Vitórias

0

Vitórias

1

Vitórias

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Poles positions 15

Poles positions 18

Poles positions 14

Poles positions 0

Poles positions 1

Poles positions 0

Voltas rápidas 12

Voltas rápidas 13

Voltas rápidas 17

Voltas rápidas 0

Voltas rápidas 0

Voltas rápidas 0

Pódios

28

Pódios

53

Pódios

68

Pódios

0

Pódios

9

Pódios

0

GP de estreia

Austrália (2002)

GP de estreia

Austrália (2001)

GP de estreia

África do Sul (1993)

GP de estreia

Bahrein (2010)

GP de estreia

Hungria (2006)

GP de estreia

Bahrein (2010)

HTR HRT

th

till, tti, et,

Corridas: 793

Felipe Massa GPs disputados 116

Williams

País de origem: Itália

Carro para 2010: Williams FW 32 Cosworth

Caso único na F1: mudou de nome antes de estrear. A equipe foi uma das eleitas pela FIA ano passado no processo de seleção que escolheu quatro estreantes para 2010. À época era chamada de Campos Meta e tinha na sociedade o ex-piloto Adrián Campos e o empresário José Ramón Carabante. Problemas financeiros tiraram Campos do negócio. Carabante assumiu a equipe sozinho e trocou o nome para Hispania Racing Team (HRT).

en

País de origem: Espanha Corridas: 0 Títulos de construtores: 0 Títulos de pilotos: 0 Vitórias: 0 Pole positions: 0 Grandes pilotos: -

Karun Chandhok

Tem origem na equipe Sauber, que correu entre 1993 e 2005, sempre no pelotão intermediário. Os alemães assumiram o controle em 2006 e mudaram o nome para BMW-Sauber. Com os pesados investimentos da montadora, a equipe chegou a ser vice de construtores em 2007. Em dezembro, a BMW devolveu a equipe ao fundador, Peter Sauber. Apesar de não ter mais nenhuma ligação com a montadora, a sigla BMW continua no nome.

Bruno Senna

19/01/1984 (IND) 1,74 m, 62 kg GPs disputados 0

BMW-Sauber

Carro para 2010: HRT 01 Cosworth

GPs disputados 0

País de origem: Suíça Corridas: 70 Títulos de construtores: 0 Títulos de pilotos: 0 Vitórias: 1 Pole positions: 1 Grandes pilotos: *Números como BMW-Sauber

Pedro de la Rosa

15/10/1983 (BRA) 1,80 m, 69kg

É o resultado da colaboração entre a Manor Motorsport (equipe que disputa a F3 e foi uma das escolhidas pela FIA no processo de seleção dos estreantes de 2010) e o empresário Richard Branson, proprietário do Virgin Group, que atua em setores variados – de aviação à música. O carro é o primeiro inteiramente criado usando o CFD, tecnologia de simulação computacional que substitui os testes em túneis de vento.

Kamui Kobayashi

24/02/1971 (ESP) 1,77 m, 74 kg

GPs disputados 71

Virgin

Carro para 2010: BMW Sauber C29 Ferrari

País de origem: Grã-Bretanha Corridas: 0 Títulos de construtores: 0 Títulos de pilotos: 0 Vitórias: 0 Pole positions: 0 Grandes pilotos: -

Timo Glock

13/09/1986 (JAP) 1,70 m, 63kg

GPs disputados 2

Carro para 2010: Virgin VR01 Cosworth

Lucas di Grassi

18/03/1982 (ALE) 1,68 m, 64 kg

GPs disputados 36

11/08/1984 (BRA) 1,79 m, 74kg

GPs disputados 0

Pontos

0

Pontos

0

Pontos

29

Pontos

3

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Pontos

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Vitórias

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Vitórias

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Vitórias

0

Vitórias

0

Vitórias

0

Poles positions 0

Poles positions 0

Poles positions 0

Poles positions 0

Poles positions 0

Poles positions 0

Voltas rápidas 1

Voltas rápidas 0

Voltas rápidas 0

Voltas rápidas 0

Voltas rápidas 1

Voltas rápidas 0

Pódios

0

Pódios

0

Pódios

1

Pódios

0

Pódios

0

Pódios

0

GP de estreia

Bahrein (2010)

GP de estreia

Bahrein (2010)

GP de estreia

Austrália (1999)

GP de estreia

Brasil (2009)

GP de estreia

Canadá (2004)

GP de estreia

Bahrein (2010)

Curitiba, quinta-feira, 11 de março de 2010

Infografia: Reuters, AFP e Leandro S./GP

tel

Única equipe a participar de todas as temporadas. Fundada por Enzo Ferrari em 1929, apareceu com destaque no cenário dos grandes prêmios europeus após o fim da II Guerra Mundial. A entrada na F1, que surgiu para reunir a elite do automobilismo mundial em 1950, deu-se de forma natural. Hoje a equipe detém os recordes mais importantes da categoria: títulos de pilotos e construtores, vitórias e pole positions.

Carro para 2010: Ferrari F-10

Fonte: Redação e Reuters

Ferrari

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9


Fórmula1 2 0 1 0

o preço da F1 mais barata

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F e

bandeiras da FIA nas últimas temporadas, a redução de custos por parte das equipes não agrada a todos na categoria

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São Paulo Agência Estado

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U

ma das principais bandeiras da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) desde a temporada passada, a redução de custos por parte das equipes não têm sido bem vista por alguns integrantes do circo da Fórmula 1. Um dos envolvidos que demonstrou um certo descontenta­ mento com as equipes mais modes­ tas é o piloto brasileiro Felipe Massa. No último final de semana, quando esteve em um evento da no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, o piloto da Ferrari vol­ tou a manifestar seu receio quan­ to ao desempenho das três estre­ antes: Lotus, Virgin Racing e HRT. O tom de Massa é de preocupação com o resultado técnico desses times na temporada 2010.

B

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Lucas di Grassi

Uma das principais

Virgin Racing, do piloto brasileiro Lucas di Grassi, uma das três escuderias que estreia na Fórmula 1 em 2010.

A polêmica envolvendo o brasi­ leiro começou após declaração ao jornal italiano Corriere della Serra em que o piloto teria questionado o desempenho dos novos carros nos testes coletivos. A repercus­ são da entrevista não foi nada boa

para o brasileiro. “Não falei mal delas (das novas equipes). Mas se você olhar o traba­ lho até o momento, a diferença de tempo é muito grande, são quase três segundos. Isso é ruim para eles, não é bom para ninguém. Não

é bom para o esporte, não é bom para a competição”, disse Massa. Por problemas financeiros, a escuderia americana USF1 atrasou sua estreia na F1 para 2011. Pelo mesmo motivo, a espanhola HRT, não participou da pré-temporada.

Artigo

A matemática da temporada 2010 Cassiano Mariani

“Somando proibição do reabastecimento, aumento no entre eixos e um pneu dianteiro mais estreito, vamos ver que os carros terão desempenho bem distinto durante a corrida.”

10

A

temporada 2010 de Fórmula 1 inicia com mudanças no regulamen­ to. A principal delas é a proibição do reabastecimento durante as corridas. Com isso, todas as equipes tiveram que projetar seus modelos 2010 com tanque de combustível e entre eixos maiores. Ano passado, cada um tinha uma estratégia de fazer uma ou duas paradas em cada GP e pilota­ vam quase como em uma classifica­ ção. 2010 será diferente. Todos esta­ rão pesados e farão apenas uma parada (às vezes duas) nos boxes para trocar de pneus. Então a corrida será dividida em seis partes diferen­ tes. Explico: largando com todos os carros lotados de combustível e pneus novos, veremos um ritmo

mais suave para não comprometer o desgaste da borracha. Depois de alguns pares de voltas os pilotos vão começar a andar mais forte. O tercei­ ro trecho será aquele que todos terão os pneus já desgastados e passarão a fazer voltas mais rápidas porque já está chegando a hora do pit stop e o carro tendo algo como meio tanque! Depois desta parada tudo se repete, mas com o carro ficando mais e mais leve. Acredito que as voltas mais rápidas de cada corrida sejam mar­ cadas depois da parada. A segunda mudança importan­ te é que a largura dos pneus dian­ teiros foi reduzida, fazendo com que todos os carros perdessem ade­ rência dianteira e, com isso, ganhando tendência de sair de frente nas curvas. Acredito que já no primeiro GP a maioria dos times tenham solucionado este

problema ou a maior parte dele. Somando proibição do reabaste­ cimento, aumento no entre eixos e um pneu dianteiro mais estreito, vamos ver que os carros terão desempenho bem distinto durante a corrida. As voltas poderão ser até seis segundos mais lentas no inicio. Outro item importante nesta conta é a formação de bolhas nos pneus (que estão aparecendo depois das 10 primeiras voltas e permanecem por umas 10, 15 em cada jogo de goma). Explicado isso, posso afirmar categoricamente que quem tiver projetado um carro constante e rápido durante toda a corrida é séria candidata à vitória. Porque de nada adianta ter um chassi muito veloz em cinco voltas e depois o desempe­ nho começar a cair brutalmente. O contrario também não adianta. Outra mudança que chamou a

atenção de todos foi na pontua­ ção. Agora 10 carros marcam pon­ tos. Com 25 para o primeiro; 18; 15; 12; 10; 8; 6; 4; 2 e 1 para o déci­ mo colocado. A vitória será um pouco mais valorizada, mas tam­ bém não inf luenciará tanto assim. Então se um piloto X vence a primeira corrida e não pontua na seguinte ficaria com 25. Agora, se o piloto Y chega em segundo ou terceiro nas duas aquela diferença da vitória já se foi. Com um grid que, pelo menos, oito pilotos podem lutar pelo titulo, a vitória não chega a ser tão importante. Valerá muito a regularidade de permanecer entre os três primei­ ros e vencer uma corrida ou outra. Isto sim pode dar o titulo. Cassiano Mariani é jornalista especializado em automobilismo.

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GAZETA DO POVO

Duplas do barulho e Fernando Alonso na Ferrari, Lewis Hamilton e Jenson Button na Mclaren: vem briga boa por aí

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ua­ n­ 18; ci­ m m­ to ce ua ra, ou ça id os ria te. de ei­ ra.

“Hoje os times são bem preparados para lidar com os duelos entre seus pilotos. Tendo um carro rápido, com certeza os quatro vão andar muito bem e brigar pelo título” Ricardo Zonta, ex-piloto da F1 que atualmente concorre na Stock Car.

z

Samuel Estevam Reuse, especial para a Gazeta do Povo

N

ão vai ser por falta de competição interna que a Fórmula 1 terá uma tem­ porada ruim em 2010. A concorrência dentro das próprias equipes promete ser forte. Duas duplas, em especial, chamam a atenção: Fernando Alonso e Felipe Massa, da Ferrari, e Lewis Hamilton e Jenson Button, da Mclaren. “São sem dúvida as duas par­ cerias mais fortes do grid”, afir­ ma o piloto Luciano Burti, que já passou pela Fórmula 1 e hoje é comentarista da categoria na Rede Globo. “Na Mclaren temos os dois últimos campeões mun­ diais. E na Ferrari está o piloto que muitos consideram o mais talentoso da atualidade, o Alonso, e outro que cresceu mui­ to recentemente, o Massa”. É na equipe italiana, aliás, que Burti acredita em uma disputa mais igual. “O equilíbrio será mui­ to grande e não vejo o time dando preferência para alguém”. Já na Mclaren, segundo ele, Hamilton, um dos maiores nomes da nova geração e com mais tempo de equipe, deve levar uma pequena vantagem sobre Button. “Mas também será um excelente due­ lo”, destaca, ressaltando que a Fórmula 1 é o topo do automobi­ lismo e todos os pilotos da catego­ ria são de altíssimo nível.

Wrooom Handout / RT

Felipe Massa

Fernando Alonso e Felipe Massa na Ferrari: resta saber se a escuderia dará privilégio a um deles ao longo da temporada.

Burti lembra que as disputas duras são um padrão na Fórmula 1. “Nos times grandes mais ain­ da.” E considera que a concorrên­ cia interna chama a atenção da torcida e é saudável, desde que as equipes controlem bem as suas duplas. O piloto Ricardo Zonta, que também já passou pela Fórmula 1, concorda. “Hoje os times são bem preparados para lidar com os due­ los entre seus pilotos. Tendo um carro rápido, com certeza os qua­ tro vão andar muito bem e brigar pelo título”, garante. “Tanto na Ferrari quanto na Mclaren a dis­ puta será muito equilibrada, não vejo favoritos”, fala Zonta. Ele arrisca dizer que a temporada

2010 será a mais disputada dos últimos 10 anos.

Investimento Ferrari e Mclaren apostam alto nos seus pilotos. O presidente da equipe italiana, Luca di Montezemolo, não esconde de ninguém que buscava ter Fernando Alonso desde 2006. Conseguiu apenas esse ano e ago­ ra não se cansa de repetir que a melhor dupla de pilotos do mun­ do está na Ferrari. Montezemolo assegura ainda que não tem nenhuma preocupa­ ção por contar com dois corredo­ res latinos, conhecidos pelo san­ gue quente, lado a lado. “Isso não me preocupa, apesar de ser, prova­

velmente, a primeira vez que acontece conosco. Ambos sabem que, em primeiro lugar, correm pela Ferrari”, afirmou durante a apresentação do modelo da equi­ pe para a temporada 2010, o F10. O discurso otimista da Ferrari é bem parecido com o da Mclaren. Logo após a confirmação da con­ tratação de Jenson Button, o chefe da escuderia inglesa, Martin Whitmarsh, apressou-se em pro­ clamar a parceria da equipe como a mais forte do grid em 2010. “Sempre buscamos ter os dois melhores pilotos disponíveis e, com Jenson e Lewis, teremos não apenas a dupla mais rápida do Mundial, mas também a mais pro­ fissional e dedicada.”

Rixas Ao longo da história, a Fórmula 1 reservou grandes embates entre pilotos. Confira as principais disputas: Fangio x Moss

Villeneuve x Pironi

Piquet x Mansell

Senna x Prost

Hamilton x Alonso

Primeira grande rivalidade da F1. Em 1955, a Mercedes tinha o melhor carro e o então bicampeão, o argentino Juan Manuel Fangio. Não satisfeita, trouxe o talentoso inglês Stirling Moss. Os dois disputaram corridas e o título de maneira ferrenha, mas leal. Fangio levou a melhor e, ao contrário da maioria das outras rivalidades, os dois se tornaram amigos.

Companheiros de Ferrari, Gilles Villeneuve e Didier Pironi eram amigos até o GP de San Marino de 1982. Acreditando ser o primeiro piloto do time, Villeneuve deixou Pironi passar, certo de que ele abriria passagem depois. Mas Pironi manteve a posição e venceu. Semanas depois, Villeneuve morreria no treino do GP da Bélgica ao tentar fazer um tempo melhor do que o de Pironi.

Piquet e Mansell foram companheiros na Williams em 1986 e 1987. No primeiro ano, mesmo com o melhor carro, a disputa interna levou a dupla a perder o título para Alain Prost na última corrida. Em 1987, a superioridade era tamanha que nem mesmo a rivalidade impediu os dois de disputarem o campeonato entre si. Melhor para Piquet, que conquistou o terceiro título, com Mansell como vice.

A maior rivalidade da F1 começou em 1988, quando Ayrton Senna foi para a Mclaren ser companheiro de Alain Prost. Senna foi campeão na penúltima prova, no Japão. Em 1989, novamente em Suzuka, os dois estavam na briga pelo título e o francês conquistou o campeonato provocando um acidente com o brasileiro. Em 1990, com Prost já na Ferrari, o troco: Senna bate no carro do francês e foi bicampeão .

A maior disputa interna da F1 nos últimos anos. Ambos dividiram a Mclaren em 2007. Depois da guerra de palavras e da briga na pista, os dois viram escapar o título para o azarão Kimi Raikkonen, da Ferrari. Na última corrida da temporada, no Brasil, o retrato da disputa: Alonso, que ficou com o vice, comemorava a derrota de Hamilton.

Curitiba, quinta-feira, 11 de março de 2010

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Fórmula1 2 0 1 0

circuito globalizado A disputa da Fórmula 1 em 2010 terá mais nacionalidades. E poderia ser ainda mais variada, se não fossem os problemas

Velho Parceiro indiano nas pistas

C

participação de outras equipes e pilotos

Não chores por mim, Argentina

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om a US-F1 fora, a Argentina também está fora da F1. Uma das apostas da equipe era o pilo­ to José Maria López, que seria o 24º argentino a disputar a F1, cujo principal representante foi Juan Manuel Fangio, maior campeão da categoria por 43 anos, até a conquista do sexto título de Schumacher em 2003. A esperança em López era tanta que a própria presidente Cristina Kirchner fez anúncio oficial na Casa Rosada (sede do governo argentino) de que ele participaria da F1. Os herma­ nosnãocontamcomumrepresentan­ te na categoria desde 2001, quando Gaston Mazzacane correu pela Prost.

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O

ompanheiro do brasileiro Bruno Senna em 2008, quando corria pela iSport na GP2, o indiano Karun Chandhok chega à disputa da Fórmula 1 para refazer a parceria agora na HRT, novo nome da equi­ pe espanhola Campos. Karun será o segundo piloto indiano a dispu­ tar a categoria, após Narain Karthikeyan ter pilotado o carro da equipe Jordan no ano de 2005. Já em relação aos circuitos, a Índia deve entrar no calendário ano que vem, com a conclusão do Autódromo de Nova Délhi.

que impediram a

endividado utro piloto saído da GP2 que agora chega à F1 é o russo Vitaly Petrov, contratado pela Renault. Atrás do cock­ pit da equipe francesa, Petrov traz a experiência de quem terminou a GP2 de 2009 em segundo lugar, com 11 pódios. No entanto, para estrear na F1 o piloto de 25 anos precisou desembolsar uma quantia próxima a 15 milhões de euros angariados por empréstimo que agora tem difi­ culdades para quitar. Para que Petrov seguisse na Fórmula 1, o pri­ meiro-ministro russo, Vladimir Putin, chegou a propor de o governo patrociná-lo, usando o logotipo da marca Lada no carro da Renault.

Fórmula 1 com duas novas casas

O

campeonato de 2010 retorna ao Canadá, no circuito de Montreal, e ganha sua sétima casa no continente asiático, mais especificamente na Coreia do Sul. Para sair do papel, o novo circuito sul-coreano, em Yeongam, contou com investi­ mento de US$ 264 milhões. O circuito será o mais longo do continente, com 5,6 quilôme­ tros de extensão e terá capacida­ de para 135 mil pessoas.

Faltou grana

A

americana USF1 tentou estrear nesta temporada, mas a escuderia de Charlotte, na Carolina do Norte, terá que adiar suas ambições para 2011 por problemas financeiros. No Twitter, alguns fãs torciam com mensagens de “Never give up” (Nunca desistam) e até um “We want to show the rest of the world that motorsports in the USA is not only Nascar!” (Nós queremos mostrar para o resto do mundo que esporte de velocidade nos EUA não é somen­ te a Nascar!). Caso reverta a situação, a USF1 será a primeira equipe de F1 dos EUA em mais de 40 anos.

Barrada no baile

A

escuderia sérvia Stefan GP pleiteou a vaga aberta pela USF1, mas teve o pedido negado pela FIA. A alegação da entidade máxima do automobilismo para negar a soli­ citação foi o prazo curto para ins­ crição da nova escuderia. A Stefan GP chegou a adquirir chassis, motor e instalações da Toyota e pretendia correr com o piloto japonês Kazuki Nakajima e che­ gou a entrar em contato com o canadense Jacques Villeneuve, campeão mundial em 1997.

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GAZETA DO POVO

Sob nova direção Durante 18 anos à frente da FIA, o inglês Max Mosley criou polêmicas e bagunçou regulamentos. Agora, a responsabilidade de administrar a principal prova do automobilismo está nas mãos do francês Jean Todt “Elas (as montadoras) não dependem da Fórmula 1 para sobreviver e vão embora na primeira dificuldade.” Max Mosley, ex-presidente da FIA, defendendo a redução de custos nas escuderias.

Samuel Estevam Reuse, especial para a Gazeta do Povo

J

ean Todt assumiu a presidên­ cia da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) em outubro do ano passado com a difícil missão de conciliar interes­ ses f inanceiros e esportivos. Herança do seu antecessor, o inglês Max Mosley. Nos últimos anos de sua gestão, Mosley promoveu uma grande cruzada a favor das equipes independentes e da redução de cus­ tos na categoria que é a menina dos olhos da FIA. Ganhou inimigos de peso: as montadoras e seus times de orçamentos milionários. A briga quase resultou na criação de uma categoria paralela. Todt, que já comandou a Ferrari, foi eleito com o apoio de Mosley, derrotando o ex-piloto de rali Ari Vatanen. Ao contrário do antigo presidente, no entanto, é visto com bons olhos até pelas grandes equipes. E deve usar a sim­ patia que tem tanto do ex-presi­ dente quanto das montadoras para evitar conflitos. Uma vitória, aliás, ele já conquistou: a briga FIA contra as equipes esfriou, ao menos temporariamente. O francês representa também

uma renovação na principal federa­ ção do automobilismo mundial. Após 18 anos no poder, Max Mosley deixou a FIA bastante desgastado em função das brigas que comprou e dos escândalos na sua vida pessoal. A história do inglês como princi­ pal mandatário da organização começou em 1991, quando a FIA ainda se chamava Fisa (mudou de nome em 1993). Os primeiros anos do dirigente foram marca­ dos por vários acidentes violen­ tos na F1, especialmente em 1994. Após as mortes do austría­ co Roland Ratzenberger e do bra­ sileiro Ayrton Senna, Mosley ini­ ciou uma forte campanha pela segurança na categoria. E atingiu seu objetivo: os carros atuais são muito mais seguros que os de 16 anos atrás. Com o passar dos anos, várias regras impostas por Mosley e sua equipe provocaram polêmica. O dirigente é culpado por muitos especialistas e fãs por ter tornado a categoria desinteressante. Foi dele, por exemplo, a ideia de que pneus frisados melhorariam o espetáculo, algo que não se confir­ mou. Também introduziu, em 1994, o reabastecimento obrigató­ rio, que reduziu drasticamente as ultrapassagens e transformou a categoria em um jogo de estratégia – bastante previsível, diga-se. As disputas na pista ficaram ainda mais difíceis, pois pouco a pouco os regulamentos da FIA aboliram

a aderência mecânica dos carros, deixando-os totalmente depen­ dentes de ar limpo (leia-se uma distância razoável dos outros bóli­ dos) para serem estáveis. Mais recentemente, Mosley atuou com entusiasmo no uso de tecnologias ecológicas nos espor­ tes automobilísticos. Nem todas tiveram sucesso. Na Fórmula 1, um exemplo de fracasso é o Sistema de Reaproveitamento de Energia Cinética (KERS), imposto às equipes no ano passado. O resultado não poderia ter sido pior: o sistema revelou-se proble­ mático e a maioria dos times abriu mão do seu uso, mesmo depois de terem gasto milhões de dólares no seu desenvolvimento.

Escândalos Os últimos dias da gestão Mosley destacaram-se pelos escândalos na vida pessoal (foi f lagrado com várias mulheres em uma festa com temas nazistas) e pela sua jor­ nada a favor das equipes indepen­ dentes e da redução de custos, con­ trariando o interesse de várias montadoras. “Elas não dependem da Fórmula 1 para sobreviver e vão embora na primeira dificuldade”, disse repetidas vezes. Ao menos nesse ponto, Mosley parece ter acertado. Do ano passado para cá, BMW e Toyota deixaram a catego­ ria e a Renault vendeu 75% da sua equipe para um grupo de investi­ mentos de Luxemburgo.

O homem que reergueu a Ferrari

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ascido em 25 de fevereiro de 1946 em Pierrefort, Sul da França, Jean Todt tem uma vida dedicada à velocidade. Iniciou no automobilismo como piloto de ralis e foi vice-campeão do mundo em 1981 como co-piloto de Guy Fréquelin. Diretor da Peugeot Sport entre 1982 e 1993, Todt foi um dos responsáveis pelos quatro títulos mundiais (dois de pilotos e dois de construtores) conquista­ dos pela montadora. Em seguida foi contratado pela Ferrari com a missão de reerguer a equipe, que vivia longo período de jejum. Sob seu comando, a escuderia italiana conseguiu 98 vitórias em Grandes Prêmios e 13 títulos mundiais da Fórmula 1 (seis de pilotos –cinco com Michael Schumacher e um com Kimi Raikkonen - e sete de construtores). Ao c ontrário do antigo presidente da FIA, Jean Todt conta com a simpatia das escuderias, o que pode ser decisivo para evitar os conflitos como os enfrentados por Mosley nos últimos anos.

Balint Porneczi / AFP

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Um toque retrô Nas pistas

“Existe hoje uma mistura muito grande de cores para valorizar os patrocinadores, o que faz com que o carro e a equipe percam um pouco da sua identidade.”

Antigas equipes retornam ao Mundial com velhas cores, mas novos tons. Até a Ferrari permitiu

Lúcio de Oliveira, designer e restaurador de carros antigos.

mudança em seu tradicional lay out, abrindo espaço para o branco do patrocinador nas asas dianteiras e traseiras

Marcelo del Pozo / RT

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a Dâmaris Thomazini, especial para a Gazeta do Povo

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elhas cores com novos tons constroem a identidade da F1 em 2010. Desfilando pelo asfalto com direito a um toque retrô na carroceria, Renault e Lotus revivem o passado. Na equipe francesa, o R30 surge com predominância do amarelo e diversas linhas pretas numa clara tentativa de relembrar o modelo com o qual a equipe estreou na categoria, em 1978. Para os saudo­ sistas de Ayrton Senna e Nelson Piquet ao volante da Lotus, a equi­ pe retorna depois de 16 anos com seu verde musgo, ou British Green, e linhas amarelas. “A Renault está muito fantasio­ sa: o amarelo predominante deve­ ria ser mais destacado, pois do jeito que está o carro ficou muito poluí­

do. Eu utilizaria a segunda cor ape­ nas para ressaltar detalhes da car­ roceria”, observa Lúcio de Oliveira, designer que trabalha como res­ taurador de carros antigos. “Existe hoje uma mistura muito grande de cores para valorizar os patrocina­ dores, o que faz com que o carro e a equipe percam um pouco da sua identidade. A Lotus e a Renault ousaram em excesso nas cores”, complementa. Mas o que é excesso para alguns, é beleza para outros. “Na Fórmula1 não existe exagero. Digamos que tudo pode. Com linhas mais retas e com a combina­ ção de preto e amarelo, a Renault ficou muito linda e se destaca”, contrapõe o aerografista e desig­ ner Gustavo Telles. Com toques de modernidade, a Virgin Racing, equipe do piloto brasileiro Lucas di Grassi, surge rubro-negra, com um design

inteiramente estruturado por computador. “Essa mistura que deu certo porque o preto é uma cor base que aceita bem qualquer outra”, afirma Telles. Já a Ferrari segue com seu vermelho tradicio­ nal, mas abre espaço para o bran­ co de um dos patrocinadores nas asas traseisa e dianteira. “Ainda que ocupe um espaço pequeno, isso descaracteriza o carro. Eles poderiam ter ousado mais com o vermelho, por exemplo, nas rodas”, opina Oliveira. De volta às pistas da F1, o hep­ tacampeão Michael Schumacher será visto no prata clássico da Mercedes com a tradicional estrela de três pontas no bico dianteiro e linhas verdes laterais em referên­ cia ao patrocinador. “Prata é uma cor que identifica a equipe com os espectadores. A mesma coisa acontece na Williams, que mante­

ve o azul e branco. Isso sempre agrada”, opina o designer Oliveira. “Mercedes, Ferrari e Williams têm uma identidade muito tradicional que limita as inovações, dando às equipes novas vantagens criati­ vas”, aponta Telles.

Branco Já a BMW-Sauber aparece no grid sem muitos detalhes, em um carro em que o branco predomina e no qual foi sentido a ausência de patrocinadores. “É um carro dife­ rente. Bonito, mas, por ser uma equipe não muito expressiva, não é muito notada. Eu não diria que a BMW-Sauber possua uma identi­ dade visual forte”, obser va Oliveira. “A BMW-Sauber vem um pouco apagada, mas, em cima do asfalto, o carro branco vai criar um contraste e aparecer bastante”, aposta o aerografista Telles.

A Renault foi a equipe que mais mudou, adotando o amarelo e o preto com o qual estreou há 32 anos.

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as equipes Mercedes e Lotus retornam à Fórmula 1: a primeira para vencer, a segunda, apenas para disputar

Samuel Estevam Reuse e Franciele Bueno, especial para a Gazeta do Povo

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heptcampeão mundial Michael Schumacher não é o único retorno de peso à Fórmula 1 em 2010. Duas equipes que fizeram história na categoria também voltam às pistas no dia 14, na estreia da disputa no Bahrein, mas em situações bem diferentes. Enquanto a Mercedes retorna disposta a brigar pelo títu­ lo com o próprio Schumi e outro alemão talentoso, Nico Rosberg, a Lotus, com a experiente dupla for­ mada pelo italiano Jarno Trulli e o finlandês Heikki Kovalainen, está longe de ser a equipe arrojada e inovadora que marcou sua trajetó­ ria ao longo da Fórmula 1. O retorno da Mercedes como equipe vai na contramão da ten­ dência das grandes montadoras de abandonar a categoria. Do ano passado para cá, BMW e Toyota deixaram a F1 e a Renault vendeu 75% da sua equipe para um grupo de investimentos de Luxemburgo. Os alemães, no entanto, não só continuaram no grid como desfi­ zeram uma parceria de anos com a Mclaren para remontar a sua própria equipe. O objetivo é repe­ tir o sucesso do passado – a Mercedes correu na Fórmula 1 entre 1954 e 1955, conquistando

dois títulos de pilotos com o argen­ tino Juan Manuel Fangio e soman­ do 12 vitórias. A escolha para a volta não pode­ ria ser mais propícia. Para não começar um trabalho do zero, os alemães compraram a Brawn, campeã mundial de construtores e pilotos no ano passado. E não para­ ram por aí: ainda tiraram da apo­ sentadoria o maior vencedor da categoria, Michael Schumacher. Ele formará com Nico Rosberg uma das duplas mais fortes do grid. No comando do time está o estrate­ gista Ross Brawn, considerado até pela concorrência como o melhor chefe de equipe da atualidade. Brawn, por sinal, não tem pudor em admitir que as expectativas da Mercedes são altas e incluem a luta por vitórias e títulos. Metas bem mais modestas tem a Lotus, dona de sete campeonatos de construtores e seis de pilotos. Entre as últimas colocadas nos tes­ tes da pré-temporada da categoria, a escuderia volta depois de 16 anos afastada da Fórmula 1 (correu entre 1958 e 1994) tentando resga­ tar o espírito de quem já foi sinôni­ mo de inovação graças aos carros revolucionários construídos por seu fundador, Colin Chapman. Da antiga Lotus, no entanto, sobrou apenas o nome. Ao contrá­ rio da Mercedes, o novo dono da

Arquivo / Agêncio O Globo

Campeãs no passado,

equipe, o empresário malaio Tony Fernandes, optou por come­ çar um projeto do zero. Por isso o caminho para a Lotus, que já reve­ lou pilotos como Jim Clark, Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna, voltar a ser grande é longo e planejado com cautela. O obje­ tivo para o ano de reestreia, segundo Fernandes, passa longe das vitórias e pódios. O objetivo inicial é terminar corridas e, depois, chegar à zona de pontua­ ção com alguma frequência.

Escuderia histórica: acima, em 1972, Emerson Fitipaldi venceu o primeiro de seus dois mundiais pela Lotus. Pela mesma equipe, Ayrton Senna (ao centro) conquistou a primeira vitória em GPs em 1985. Abaixo, o modelo atual da Lotus, conduzido pelo piloto italiano Jarno Trulli.

Albert Gea / Reuters

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Duas gigantes voltam ao circo

Arquivo / Agêncio O Globo

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GAZETA DO POVO

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por onde as máquinas passarão nesse ano * Horário oficial de Brasília

A tradicional prova de Montreal, no Canadá, volta ao calendário da Fórmula 1 na temporada 2010. Além disso, um novo país asiático foi incorporado às provas: a Coreia do Sul.

5 Espanha

1 Bahrein

2 Austrália

3 Malásia

Melbourne

Sakhir

14 Mar / 9h 49 6.299 km 308.405 km

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

6 Mônaco

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

4 China

Sepang

28 Mar / 3h 58 5.303 km 307.574 km

7 Turquia

Shangai Int’l Circuit

4 Abr / 5h 56 5.543 km 310.408 km

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

8 Canadá

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

18 Abr / 4h 56 5.451 km 305.066 km

9 Europa Valência

Catalunha

Istambul Monte Carlo

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

9 Mai / 9h 66 4.655 km 307.104 km

10 Grã-Bretanha

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

16 Mai / 9h 78 3.340 km 260.520 km

11 Alemanha

Silverstone

Hockenheim

Gilles-Villeneuve Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

30 Mai / 9h 58 5.338 km 309.396 km

12 Hungria

13 Jun / 13h 70 4.361 km 305.270 km

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

13 Bélgica

27 Jun/ 9h 57 5.419 km 308.883 km

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

14 Itália

Hungaroring Monza

Spa-Francorchamps Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

11 Jul / 9h 60 5.141 km 308.355 km

15 Cingapura

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

25 Jul / 9h 67 4.574 km 306.458 km

16 Japão

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

1º Ago/ 9h 70 4.381 km 306.630 km

17 Coreia do Sul

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

18 Brasil

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

12 Set / 9h 53 5.793 km 306.720 km

19 Abu Dhabi

Yas Marina

Interlagos

Marina Bay 26 Set / 9h 61 5.073 km 309.316 km

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

Yeongam

Suzuka

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

29 Ago / 9h 44 7.004 km 308.052 km

10 Out / 3h 53 5.807 km 307.471 km

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

24 Out / 3h 55 5.621 km 309.155 km

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

7 Nov / 14h 71 4.309 km 305.909 km

Dia e hora Voltas Comprimento Total percorrido

14 Nov/ 11h 55 5.554 km 305.361 km Infografia: Gazeta do Povo

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