março 2012 | ano 03 | #06
MUNDO CaNA A palha, seus desafios e o controle ideal COCAL Valorização do trabalho feminino na usina
aplique certo Orientação na aplicação de defensivos
Entrevista
Rodolfo Geraldi, diretor agrícola do Grupo Cosan Raízen:
“Lideranças inteligentes e novas tecnologias, eis o futuro da atividade”
Tebutiurom
MUNDO CANA
5 14
MUNDO CANA ANO 03 - NÚMERO 06 MARÇO DE 2012 A revista Mundo Cana é o veículo de comunicação oficial da Arysta LifeScience para o mercado sucroalcooleiro. Coordenação Geral Antonio Carlos Costa Adriana Taguchi Caio Giusti
26 Editorial Daniel Forlivio Gerente de Marketing Brasil da Arysta LifeScience pág.
4
pesquisa Weber Valério Aplicação sequencial no controle de plantas daninhas pág.
8
USINA Usina São Luiz (SP) Gestão familiar de sucesso pág.
12
USINA Usina Barralcool (MT) Resultados de destaque em MT pág.
16
TOP DEPOIMENTOS José Moreira e Jair Carvalho, Dante Hugo e Carlomberto Alves Mudança de tratos culturais devido à palha pág.
21
ARTIGO Caio Carbonari e Edivaldo Velini Comportamento do Dinamic em cana crua pág.
26
Produção Texto Assessoria de Comunicações
Entrevista Rodolfo Geraldi “Valorizar o profissional de base” pág.
5
PROJETOS EM CANA Projeto Aplique Certo Coplana Investe em Orientação pág.
10
FORNECEDOR Cocal Valorização do trabalho feminino pág.
14
parceria Defenor (PE) Produtos de alta performance pág.
18
Jornalista Responsável Altair Albuquerque (MTb 17.291) Redação Nadia Andrade Alexandre Franco Fotos Texto Assessoria de Comunicações Arquivo Arysta Projeto Gráfico e Design Ronaldo Albuquerque Tiragem 2.000 exemplares Arysta LifeScience do Brasil Rua Jundiaí, 50 – 4º andar São Paulo/SP – Brasil CEP.: 04001-904 Telefone: 55 11 3054-5000 Fax: 55 11 3057-0525 www.arystalifescience.com.br mundocana@arysta.com.br
resultados Desafios no Nordeste: Dinamic Desempenho Biozyme em SP e MG pág.
24
manejo Nova dinâmica de plantas daninhas pág.
28
TECnologia Etanol de 2ª geração CTC pág.
30
03
Editorial Estratégias para acompanhar com sucesso a mudança no sistema de produção
S
abemos que a mudança em um sistema de produção acarreta igual mudança no agrossistema. Basicamente, esse é o tema que permeia as matérias que preparamos para a sexta edição da Revista Mundo Cana. Ao deixarmos
para trás o ambiente de cana queimada ampliando cada vez mais as áreas de cana
Daniel Forlivio, Gerente de Marketing Brasil da Arysta LifeScience
crua, passamos a contar com a presença da palha sobre o solo. E se por um lado, muitos acreditavam na redução ou não utilização de herbicidas, por outro, o sistema de cana crua causou mudanças na flora das plantas daninhas predominantes nos canaviais, como vocês verão na matéria sobre a nova dinâmica de plantas daninhas
#06
na cultura da cana, e no artigo de Caio Carbonari e Edivaldo Vellini, da Unesp. As diferentes estratégias utilizadas pelas usinas para simplificar o manejo e garantir resultados satisfatórios nesse novo cenário podem ser lidas na seção Depoimentos, assim como o artigo do especialista Weber Valério traz importantes recomendações para o sucesso do controle das plantas daninhas, a começar pelo mais fundamental: introduzir controles preventivos ao invés de realizar aplicações curativas. Na excelente entrevista concedida à Mundo Cana, Rodolfo Geraldi, diretor agrícola do Grupo Cosan Raízen vai além e afirma que, nesse cenário de mudança causado pelo processo de mecanização, estamos subutilizando a palha que deveria ter uso mais nobre e ser mais aproveitável. O executivo da Cosan Raízen também dá uma aula sobre liderança e gestão de pessoas no mercado sucroalcooleiro, em linha com as iniciativas inteligentes de capacitação profissional como o Programa Aplique Certo da Cooperativa Coplana, a valorização do trabalho feminino na Usina Cocal ou os treinamentos em parceria oferecidos pela Usina Barralcool aos colaboradores que até então trabalhavam na colheita manual e agora avançam rumo a outras atividades dentro da Usina. Aliás, mostraremos que gestão adequada de pessoas e profissionalismo podem ser encontrados inclusive em grandes grupos familiares, como é o caso da Usina São Luiz e sua rica história de 60 anos ! Enfim, os desafios são muitos e procuramos trazer exemplos, estudos, experimentos, recomendações, análises para que você tenha a mão um vasto conhecimento e diferentes experiências para manter o equilíbrio da atividade, utilizando ferramentas inteligentes, capazes de melhorar o manejo, os processos e a produtividade.
04
Entrevista
Rodolfo Geraldi
Lideranças inteligentes e novas tecnologias, eis o futuro da atividade Um líder que conhece muito sobre o mercado de cana e preza pela qualificação de profissionais que possam trilhar o mesmo caminho agrícola do grupo Cosan Raízen, uma
“
texto
Rodolfo Norivaldo Geraldi é diretor das maiores companhias produto-
A atividade tem muito a progredir e para isso é preciso oferecer suporte à qualificação de jovens profissionais”
ras de açúcar, etanol e bioenergia do mundo. Geraldi é formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), turma de Agronomia de 1974, e acumula 37 anos de experiências no setor sucroalcooleiro. Ele iniciou a carreira em 1975, na Usina Costa Pinto (Piracicaba/SP), pertencente à família Ometto. Desde cedo, notabilizou-se como um jovem
atividades a campo; e formar o “ho-
agrônomo que valorizava a presença
mem profissional”. Na Cosan Raízen temos um programa de qualificação
do profissional no campo por defender que não se consegue administrar
Como líder de longa carreira no
acelerada para gerar maior capacita-
uma empresa somente por relatórios:
setor sucroalcooleiro, que garga-
ção e ter profissionais que trilhem o
é preciso acompanhar o desenvolvi-
lo você cita como urgente para
caminho da liderança. São recém-for-
ser equacionado? Sem dúvida, a
mados contratados exatamente para
atividade evoluiu muito e tem muito
serem preparados para o futuro. A
ainda a progredir. Porém, essa evolu-
intenção é trabalhar de uma maneira
ção somente será possível se colo-
diferente, estimulando a formação
carmos em prática uma ação impor-
de novos líderes, que efetivamente
tante: oferecer suporte à qualificação
comandem os colaboradores. Recen-
de jovens profissionais. Claramente
temente, quando precisei contratar
houve um vácuo no caminho e não
um gerente de área, percebi o quanto
mento das ações na lavoura também, postura que manteve em todos os postos que assumiu. Geraldi ganhou respeito e reconhecimento no agronegócio da cana devido ao seu bem sucedido estilo de liderança ao longo destas quase quatro décadas de trabalho, durante as
foi preparada, suficientemente, novas
esse processo se tornou urgente para
quais presenciou fases de crescimento
lideranças que entendam do setor
o setor sucroalcooleiro como um
e transições importantes do grupo
como um todo. É necessário preparar
todo, porque me sugeriram apenas
e do setor sucroalcooleiro. Ele falou
lideranças que exerçam o seu tra-
nomes de profissionais que conheço
sobre sua experiência e conceitos à
balho de uma forma mais firme na
há 10 ou 15 anos e que, em geral, já
revista Mundo Cana.
relação entre o trabalho técnico e as
estão colocados no mercado. Assim, 05
>
não tenho dúvidas da importância em valorizar a formação do profissio-
texto
MUNDO CANA
nal desde a base. O que significa, na prática, essa falta de líderes? Quando falo nesse assunto me lembro de uma expressão muito antiga que é ‘enxerga, mas não vê’. É uma metáfora daquele profissional que está ao lado do problema ou vê diante de si o problema e não consegue enxergar uma ação útil para saná-lo. A culpa não é só dele. O tempo das coisas hoje em dia é muito diferente. O fato é que essa situação se reflete no dia a dia do trabalho, porque as agroindústrias praticam um sistema administrativo mais ágil e dinâmico, voltado ao atendimento das necessidades imediatas, o que tem exigido presença mais intensa dos profissionais no escritório. Ou seja, eles estão mais longe do campo e isso não é bom. Na
Considero isso fundamental para o
que ainda não estão totalmente pre-
prática, muitas decisões importantes
sucesso da estrutura de gestão.
parados. Eu não digo tecnicamente,
no âmbito de supervisão ou gerência
mas sim na gestão das pessoas, do
são deixadas para os encarregados e,
A Cosan Raízen preserva uma re-
conhecimento, de competências que
eventualmente, não potencializando
putação muito valiosa a respeito
impactam diretamente no resultado
os melhores resultados.
do aproveitamento de pessoal da
do negócio. Eu demorei anos para
base para assumir novos cargos...
avançar em cargos superiores. Hoje,
E o que fazer? Simples: ir a campo
Exatamente. Apenas formar o
parece que todos querem driblar o
com maior freqüência. Não consigo e
técnico na empresa não resolve.
tempo, assumir responsabilidades
não acredito ser possível administrar
É preciso valorizar e preservar o pro-
eliminando etapas importantes na
uma empresa sucroalcooleira só por
fissional que está apto para liderar.
formação profissional do ambiente
meio de relatórios. Eu preciso estar
Obviamente que isso não acontece
corporativo. A minha geração teve
no campo e ver o que está aconte-
do dia para noite, leva certo tem-
o privilégio de conviver com as
cendo in loco para aprimorar, corrigir
po. Atualmente é muito comum
pessoas do campo, vivenciando mais
ou sugerir ações que levem a resul-
ver nas empresas da agroindústria
intensamente a atividade no am-
tados cada vez melhores e mais atra-
jovens técnicos assumindo cargos
biente externo da usina. Trilhamos o
tivos para a companhia. Na verdade
relevantes, que demandam muita
ciclo completo.
temos de ser gerentes no campo,
responsabilidade. Projetam-se pro-
temos de ser parceiros dos demais
fissionalmente em curto espaço de
Como o senhor propõe que seja
colaboradores. Por isso, periodica-
tempo, porém, ao assumirem novas
feita a delegação de responsabi-
mente percorro nossos canaviais.
posições, eles próprios constatam
lidades, por exemplo? Sendo uma
06
MUNDO CANA empresa de grande porte, a Cosan
em áreas mais frias, passamos a en-
linha de cana por hectare e estudos
Raízen atua em vários segmentos
leirá-la. Outra prática muito eficien-
apontam que, no futuro, poderemos
(açúcar, álcool, bioenergia), o que
te é a trituração da palha. Quando
aumentar a produtividade no espa-
significa a existência de muitos
ela é triturada há menos problemas
ço alternado. Mais linhas de cana
assuntos e ações de ordem técnica
com brotação e facilidade para
permitem aumentar a longevidade
e operacional pendentes que preci-
decomposição. Acreditamos que
do canavial e, por isso, estamos tra-
sam de decisão. Considero que, em
mesmo nas regiões mais quentes a
balhando nessa técnica. Ainda não
geral, todas as decisões técnicas mais
palha não ficará totalmente esten-
fazemos plantio alternado em todas
relevantes devem ser coorporativas e
dida. E isso tem nos proporcionado
as áreas porque há muitos fatores de
tomadas por pessoas mais experien-
maior controle e baixa incidência de
produção a serem resolvidos. Mas é
tes, sendo – somente depois – repas-
infestações da cigarrinha.
questão de tempo.
sadas aos demais níveis hierárquicos.
“
O fato de a Cosan Raízen ser uma grande empresa exige padronização de procedimentos. Por exemplo: ter padrão para custos, outro para recursos humanos e assim por diante. Como o senhor avalia o processo de mecanização e uso da palha? A colheita mecanizada em nossas lavouras foi introduzida recentemente em função de aquisições de usinas exigindo ajustes importantes
Estamos empenhados em melhorar os resultados e ter uma lavoura mais consistente com melhor impacto econômico
Como está o processo de georreferenciamento das lavouras? Há dois anos optamos por transformar nossos canaviais em áreas georreferenciadas. Temos soqueiras no segundo e no terceiro cortes já com georreferenciamento. Esse procedimento nos permite trânsito mais controlado no canavial. A coleta de mais informações da linha de cana, o controle de produtividade individualizado por talhão, o melhor controle e a maior
nas novas áreas de operacionaliza-
eficiência na aplicação de defensivos
ção. As primeiras máquinas foram
agrícolas favorecem como um todo o trabalho. Entendo que é funda-
a campo somente a partir de 1995 e nos últimos cinco anos intensifica-
São ganhos realmente impor-
mental incorporar essa mudança em
mos as ações, atingindo atualmente
tantes... Estamos empenhados em
prática eficiente.
cerca de 85% da colheita mecânica.
melhorar muito os nossos resultados
Um novo aspecto a ser solucionado
nas próximas safras para ter uma
E quando você está fora do am-
diz respeito ao uso da palha. Em um
lavoura mais consistente e com me-
biente de trabalho quais são os
país como o nosso, ávido por cres-
lhor impacto econômico. Para isso,
seus hobbies? Sou filho de produtor
cimento econômico, com certeza,
estamos trabalhando com o plantio
de cana e toda a minha família é do
estamos subutilizando o potencial
alternado com espaçamento de 1,5
setor, o que me permitiu essa fami-
energético da palha, visto que a
m por 0,90 m onde conseguimos di-
liarização e vivência no campo desde
demanda por energia será cada vez
minuir o pisoteio, pois colhe-se duas
a infância; incorporei entre meus
maior. A palha da cana precisa ter
linhas ao mesmo tempo e o trânsi-
hobbies preferidos, fazer passeios a
uso mais nobre e ser melhor apro-
to das máquinas fica restrito a um
cavalo e pescaria. Além disto, gosto
veitada. Atualmente, mais de um
espaço único reduzindo pisoteio. Fe-
de jogar futebol e sou um inveterado
terço ainda fica no campo. É fato
lizmente, nossa experiência em cana
torcedor do XV de Piracicaba.
que tivemos que nos adaptar. Em
de 1 metro nos ajuda a entender
regiões mais quentes, por exemplo,
a problemática dos equipamentos.
deixamos a palha como cobertura e,
Com esse espaçamento temos mais
Colaborou nesta matéria Caio Giusti – Gerente de Vendas Centro de Negócios Cana 07
MUNDO CANA
Aplicação sequencial no controle de plantas daninhas é fundamental Controle químico com diferentes modalidades de aplicação, arações e assepsia das colhedoras são as recomendações tantes, proporciona a “inversão” de camadas, posicionando grande parte do banco de sementes das plantas invasoras em profundidade. O especialista Weber Geraldo Valério, técnico em Produção de Açúcar e Álcool e Diretor das consultorias Consult Agro e Agro Analítica também afirma que há fatores relativos a condições climáticas especialmente quanto à temperatura, situação que contribui mais facilmente para a ‘quebra’ da dormência dessas sementes, proporcionando grande quantidade de reservas no solo agricultável. “Citando três das principais espécies desta diversificada e complexa flora de plantas daninhas
Divulgação
perenes ou anuais, temos a jetirana cabeluda
>
Weber Valério: Plantas daninhas podem ser perfeitamente controladas se dispormos de bons produtos químicos (com elevada eficácia de controle). 08
A
Weber Valério em área infestada com corda-de-viola
ou de batata (Merremia aegyptia), a mucuna aterrima ou mucuna (Stizolobium aterrimum) e a mamona, entre as mais conhecidas (Ricinus communis)”, explica o especialista. Valério destaca que além dessas espécies, existem ainda outras não menos importantes, como as
presença de espécies de plantas dani-
Ipomoeas sp, (corda-de-viola) e, principalmente,
nhas de difícil controle, sem dúvida está
a Ipomoea hederifolia (corriola, amarra-amarra)
relacionada a alguns fatores que con-
que podem ser perfeitamente controladas, quan-
tribuíram ao longo do tempo para que fossem
do feita estrategicamente a aplicação sequencial,
inseridas na flora infestante atual das lavouras
por exemplo.
canavieiras. Entre esses fatores estão a colheita
É fato que, a recomendação de controle para es-
da cana crua, quando é verificada a presença da
tes tipos de plantas daninhas citados é a utiliza-
palha propiciando condições favoráveis de ger-
ção do manejo integrado com as práticas de con-
minação, além das máquinas colhedoras que
trole recorrentes na atualidade. Além de dispor
também contribuem para a disseminação.
de bons produtos químicos que proporcionam
O outro fator está relacionado à modalidade de
a melhor eficácia de controle, há no mercado
preparo de solo, especialmente a aração, que
outras práticas que também devem ser conside-
além de algumas vantagens agronômicas impor-
radas como opções aplicáveis, como por exem-
“
Precisamos deixar de fazer aplicações curativas e introduzir controles preventivos”
Divulgação
MUNDO CANA
plo, arações sempre que possível, considerando época do preparo, textura do solo, topografia da área ou outras variáveis importantes. Outro procedimento altamente recomendável é atentar sempre para a assepsia das colhedoras
Talhão de controle com aplicação do amicarbazone
como forma de evitar a disseminação e, finalmente, fazer o controle químico por meio de diferentes modalidades de aplicação: Pré-plantio Incorporado Permite redução do banco de sementes a partir da fundação do canavial, “aliviando” a pressão de infestação após o plantio e nos cortes subseqüentes. Combinações com amicarbazone incorporado e sulfentrazone após o plantio têm se mostrado bastante eficazes no controle dessas espécies. Visando ampliar o espectro, outros produtos de menor solubilidade podem ser adicionados ao amicarbazone. “Vale lembrar que as dosagens dependem de algumas variáveis importantes como época do plantio, textura do solo, porcentagem de matéria orgânica, variedade cultivada, modalidade de plantio e nível de infestação. É importante considerar que a solubilidade baixa dos outros produtos irá contribuir com a redução da lixiviação, possibilitando maior disponibilidade dos produ-
Fracionamento de doses: aplicações póscolheita (1ª aplicação) – período seco, as doses podem ser menores, principalmente em solos mais arenosos. Redução de custos: além da melhora de controle e seletividade, a modalidade seqüencial proporciona redução da mão-de-obra na catação. Atualmente, é comum verificar custos excessivos com essa prática. Mato-competição x aplicações aéreas: aplicações tardias e muitas vezes com controles indesejáveis, também podem ser evitados com a adoção da modalidade sequencial – extensora de residual, evitando em muitos casos reposição do banco de sementes. “O cenário atual precisa sofrer mudanças. É preciso deixar de fazer aplicações curativas também chamadas de repasses, e introduzir controles preventivos. No entanto, é necessário planejar com antecedência. Além de considerar
tos na superfície (0 – 10cm)”, acrescenta Weber.
que, no planejamento estratégico, as interven-
Aplicações Sequenciais - Extensores de Residual
específicos (produtos e doses), sempre conside-
Utilizados principalmente em soqueiras, essa
rando eficácia e segurança”, completa.
modalidade vem contribuindo com a melhora significativa de performance, trazendo algumas vantagens:
ções dependem da elaboração de tratamentos
Colaborou nesta matéria Caio Giusti – Gerente de Vendas Centro de Negócios Cana 09
MUNDO CANA
Calibrando a eficiência na aplicação de defensivos agrícolas
Aplique Certo da Coplana : Foi inspirado no programa Aplique Bem, iniciativa da Arysta para levar educação e treinamento aos produtores rurais de todo país.
A
Coplana – Cooperativa Agroindustrial com sede em Guariba (SP) reativou re-
texto
Projeto Aplique Certo auxilia o produtor quanto à aplicação mais adequada e dissemina a manutenção preventiva
centemente uma importante prestação
de serviço de manutenção e calibragem de pulverizadores com visitas a propriedades rurais e emissão de selos de aprovação de conformidade. Trata-se do Programa Aplique Certo, criado em 2005 pela cooperativa e que recebeu em meados de 2011 importante reformulação, para oferecer ainda melhores condições ao produtor na hora da aplicação de defensivos agrícolas, além de treinamento ao operador sobre o uso correto dos agroquímicos, assegurando maior proteção com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Amauri Asselli Frizzas, supervisor técnico da Coplana e coordenador do projeto, informa que este serviço é totalmente gratuito e faz parte do suporte técnico disponível para os
Amauri Frizzas coordena o programa Aplique Certo
>
1.200 produtores cooperados ativos. O atendimento abrange um raio de 100 quilômetros a partir da sede da Coplana, englobando uma
Para ser atendido nessa prestação de serviço,
área de 120 mil hectares apenas de cultivo
o produtor pode fazer a solicitação gratuitamen-
da cana-de-açúcar.
Dumond, Pradópolis e Taquaritinga), em pontos
tenção corretiva para a preventiva.
de vendas (Colina e Catanduva) ou mesmo en-
Assim, o Aplique Certo certifica na
trar em contato com o departamento técnico da
safra todos os pulverizadores de
cooperativa. Esse trabalho é ainda reforçado com
cooperados que receberem a de-
visitas frequentes de agrônomos da Coplana nas
vida calibração e manutenção pre-
propriedades cooperadas, o que auxilia a identifi-
ventiva, que será chancelada com selo de aprovação do equipamento válido por um ano”, destaca Frizzas.
10
te em uma das filiais da Coplana (Jaboticabal,
“Nossa proposta é partir da manu-
cação e o encaminhamento para atendimento. A operacionalização das visitas agendadas nas propriedades rurais é feita por uma unidade móvel e
dois técnicos agrícolas. O veículo é equipado com peças mais usuais de reposição, como bicos, pon-
texto
MUNDO CANA
tos de pulverização, filtros, antigotejadores, protetores de partes móveis e manômetros. Na propriedade, os técnicos preparam fichários contendo informações cadastrais, check-list do equipamento e dados de calibração do pulverizador avaliado. Em casos mais simples, a substituição de peças é feita no local, seguida de emissão do selo de aprovação. Nos casos de manutenção que exigem mais tempo de reparo – como barra quebrada, troca de mangueiras ou problema no controlador de barra e seções – a equipe técnica deixa uma lista das pendências e, posteriormente, retorna para verificar as trocas efetuadas. Somente depois do check-up valida e emite o certificado, que seguirá com relatório de recomendações. “Nesse projeto também está inserido o treinamento do operador do pulverizador para que ele obtenha o máximo de informações para melhorar o desempenho do equipamento. Nos-
Unidade móvel do projeto Aplique Certo
“
A meta para 2012 é calibrar 400 pulverizadores e treinar 600 operadores”
sa preocupação inclui o uso regular de equipamento de proteção individual (EPI) do opera-
tiver perda de 10% por descalibragem dos bi-
dor”, salienta o coordenador do projeto.
cos pulverizadores, apenas em uma área de 100
Segundo Frizzas, nas ações feitas nos três primei-
hectares o prejuízo será de R$ 20 mil.
ros meses (de setembro a dezembro de 2011)
Ednel Constant, gerente comercial da Coplana,
o Aplique Certo averiguou 34 pulverizadores e,
informa que o Aplique Certo – que recebe inves-
desse total, 20 receberam conformidade para o
timentos anuais estimados em R$ 150 mil – foi
selo de aprovação. Em relação ao treinamento,
inspirado no projeto Aplique Bem, da Arysta,
foram atendidos 35 operadores. A abrangência
que participa da iniciativa como parceira, forne-
do programa atingiu no trimestre área de nove
cendo o know-how nessa prestação de serviço.
mil hectares com pulverização em processo de
“Nosso programa foi reativado com a participa-
certificação. A meta para 2012 é calibrar 400
ção da Arysta e vem obtendo crescente aceitação
pulverizadores e treinar 600 operadores.
dos cooperados e colaboradores, além de apoio
Para Frizzas, outro ponto relevante do Aplique
dos órgãos ligados ao meio ambiente. O Apli-
Certo é o de ser um projeto de baixo custo em
que Certo oferece mais segurança e racionalida-
relação aos benefícios proporcionados aos pro-
de no uso de defensivos agrícolas”, comemora
dutores. “O benefício é muito compensador. A
Constant. “Afinal, um equipamento calibrado
manutenção feita com a troca de bicos, calibra-
proporciona mais qualidade na aplicação e uni-
ção e outros itens de manutenção corriqueiros
formidade na vazão de aplicação dos bicos, pos-
não ultrapassa R$ 500,00”.
sibilitando menores perdas ao produtor”.
Frizzas cita um exemplo simples para justificar o custo-benefício: as despesas com um herbicida para cana é de R$ 200,00 por hectare; se a usina
Colaborou nesta matéria Carlos Silvio Correa Jr. Consultor Técnico Comercial 11
MUNDO CANA
Organização e gestão familiar permeiam a história da Usina São Luiz
Orlando Quagliato: Fundador da Usina São Luiz, em 1951, na cidade de Ourinhos. Seu filho Fernando assumiu a presidência da Usina em 1960.
H
á pouco mais de seis décadas, o casal
to Neto, Francisco Eroides Quagliato e Roque
Orlando Quagliato e Rosa Angelieri
Quagliato, que tinham um pensamento oposto
resolveram buscar novos horizontes
da época, enquanto os usineiros tradicionais
na região de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) tra-
expandiam a industria antes de ter mais terras
zendo na bagagem o espírito empreendedor.
para o plantio, eles faziam exatamente o con-
O primeiro empreendimento do casal foi um
trário: adquiriam terras próprias, para depois
engenho de pinga chamado Pinga Leão. Quatro
ampliar a capacitação de produção da usina.
anos após, em setembro de 1951 esse engenho
Por isso a Usina São Luiz S/A está acima da
deu início à Usina São Luiz S/A em Ourinhos (SP).
média do mercado, em terras próprias adqui-
Para expandir os negócios, Orlando passou
ridas. Dos 30 mil hectares de área plantada
a contar com a ajuda de seus quatro filhos,
atualmente, apenas 12% são arrendadas.
Fernando Luiz Quagliato, João Luiz Quaglia-
Com o falecimento precoce de Orlando em 1960, a Usina São Luiz S/A passou a ser administrada pelos quatro filhos, formando a diretoria estatutária.
texto
divulgação
Em seis décadas de muito trabalho, Usina São Luiz tornou–se referência no segmento sucroalcooleiro
Segundo Fernando Luiz Quagliato Filho, conhecido como Neco, os sucessores preservaram o estilo familiar de gestão do avô. “Felizmente, ao longo dos anos, trabalham com respeito mútuo, um dos mais importantes pilares da relação entre eles. Isso tem feito a diferença para manter a família estruturada e em harmonia com tanta longevidade” afirma Neco, lembrando o legado do pai, que por 51 anos presidiu a Usina e faleceu aos 83 anos, em 2011. Em decorrência ao falecimento de Fernando Luiz Quagliato, a presidência foi assumida por João Luiz Quagliato Neto (Luizito). “Este é outro diferencial da família Quagliato, pois o sucessor do conselho administrativo da >
12
Fernando Luiz Quagliato Filho (Neco), diretor agrícola da São Luiz
MUNDO CANA
“
Usina é, preferencialmente, o mais velho da segunda geração da família”, destaca Neco. Atualmente a Usina São Luiz S/A é administrada
Organização da Usina salta aos olhos. Cada membro da família atua em uma área específica. Nada é terceirizado”
por 10 acionistas da segunda geração da família Quagliato. A diretoria estatutária é composta por João Luiz Quagliato Neto, Francisco Eroides Quagliato e Roque Quagliato, e a diretoria executiva é formada por seus filhos, netos e genros. A organização da empresa é outro fator claramente identificado para quem circula pela
Com foco em ações de caráter sócio ambiental, a
Usina, pois cada membro da família atua em
Usina desenvolveu um projeto de sustentabilida-
áreas específicas divididas em Diretoria Agrí-
de que exerce um interessante trabalho colabo-
cola, Automotiva, Administrativa, Financeira,
rativo de coleta seletiva de materiais recicláveis,
Industrial, Suplementos, Recursos Humanos e
conhecido na empresa como “Programa 3’R”.
uma divisão extensiva para a pecuária.
Todos os recursos arrecadados com a venda dos
Em seis décadas de muito trabalho, a empre-
materiais recicláveis são revertidos em benefícios
sa cresceu e evoluiu, tornando–se referência
dos funcionários na área da saúde e atendimen-
no segmento sucroalcooleiro, empenhando-se
to especial. Além de estar entre as melhores pro-
na transformação de uma Usina de Açúcar e
dutoras de açúcar e etanol do Brasil, a Usina São
Álcool em uma Indústria de Alimentos.
Luiz S/A investe na produção de novos talentos
Atualmente, trabalham na Usina cerca de
nas artes por meio do Centro Cultural Irmãos
2900 colaboradores por safra. A capacidade
Quagliato. O trabalho, elogiado no mundo todo,
instalada é para moagem de 2,3 milhões de
mostra a responsabilidade social de seus dirigen-
toneladas/safra, gerando 147 mil toneladas de
tes, com a inclusão de milhares de jovens.
açúcar bruto (cristal); 20,2 mil toneladas de
Colaborou nesta matéria Aristeu Doreto da Rocha Consultor Técnico Comercial
açúcar branco (refinado); 81,3 milhões de litros de etanol; 1,8 mil toneladas de levedura
geração de energia. Esse processo foi iniciado há apenas três anos, mas já está em estudo a
divulgação
mil toneladas de reserva de bagaço para a co-
>
e 73.056 megawatts (MW) de energia. São 30
Da esquerda para a direita - Gestão Quagliato: João Luiz, Fernando Luiz, Roque e Francisco.
ampliação da planta nos próximos anos. A Usina tem 100% de plantio e colheita mecanizada. Essa transformação começou na safra de 1998. “Nos orgulhamos em dizer que todo o serviço é próprio; não terceirizamos absolutamente nada. Entendemos que ter o domínio do negócio representa não só ter o controle tecnológico necessário como também é uma forma de otimizar os lucros da Usina São Luiz“, destaca Neco. Ele informa que a Usina busca melhor qualidade no plantio para próxima safra. “Na última safra, a produtividade registrada foi de 170 toneladas/hectare de cana-planta”, diz.
13
MUNDO CANA
Trabalho rústico também é tarefa de mulher
N
ão é de hoje que a valorização da mulher
Deolinda Pereira: As mulheres atuam em diferentes funções como: capina química, manutenção automotiva e laboratório industrial.
14
nas frentes de trabalho vem ganhando força em diversos setores profissionais.
divulgação
na cocal É crescente a valorização do trabalho feminino nas diferentes atividades da Usina
E não é diferente no setor sucroalcooleiro, cujas atividades tradicionalmente são mais rústicas. A Usina Cocal Energia Sustentável, instalada em Paraguaçu Paulista (SP), investe na contratação de mulheres nos mais variados setores. Deolinda Pereira Barbosa, supervisora de recursos humanos da usina, informa que a admissão feminina mais antiga da usina data de 1989,
Valdinéia Francisca de Souza, operadora de colhedora da Cocal
com outros movimentos importantes entre 1996 e 1998. “Desde 2006 os números tornam
ria e açúcar. Elas estão em busca de qualificação
-se cada vez mais representativos”, diz.
em nível técnico, oportunidades oferecidas por
Do quadro atual de 5.000 empregos diretos na
parceria entre a usina e entidades, como Senai,
usina, 20% deles – ou 1.054 cargos – são ocupa-
Sesi, Centro Paula Souza e outras de caráter par-
dos por mulheres, em sua maioria de Paraguaçu
ticular. Outras mulheres (6%) atuam em cargos
Paulista e Narandiba (SP), onde a usina possui
administrativos, como administração de pessoas,
outra unidade. Deolinda revela que predominam
recursos humanos, contabilidade, financeiro, TI,
no grupo mulheres na faixa dos 24 a 48 anos.
entre outros. E 2% estão em cargos de gestão.
“Deste total, 92% atuam em cargos operacionais,
Para o diretor de pessoas da usina, Carlos Fernan-
como capina química, laboratório de entomolo-
do Damberg, na maioria das vezes as mulheres
gia e industrial, manutenção automotiva, fiscali-
são mais dedicadas e fiéis ao trabalho. “A proposta
zação de turma, serviços de limpeza, ambulatório
é intensificar o papel social da usina, contribuin-
médico e corte manual de cana”, revela.
do para o crescimento das pessoas independente
Entre motoristas (caminhões de transbordo, re-
do sexo. Em relação à remuneração, trabalhamos
boque e tratores) e operadoras de máquinas
com a mesma política para todos os colaborado-
agrícolas (colhedoras) são 19 mulheres na lida.
res: não há diferenciação de faixas por gênero.
Outras três vagas são ocupadas por trainees na
São considerados os requisitos do cargo e as mu-
agronomia, indústria e processos e engenharia
lheres disputam as vagas em igualdade de condi-
de produção. Outras seis mulheres atuam como
ções com os homens”. Damberg observa que na
aprendizes em nível técnico, ocupação inédita
abertura de vagas para trabalhadoras já atuantes,
na usina, especialmente nos processos de destila-
o investimento é assegurado pois elas já conhe-
“
Já Marlene Chagas dos Santos da Silva, 39 anos, era empregada doméstica e em seu penúltimo
texto
MUNDO CANA
emprego atuava como auxiliar de serviços gerais
Mais antiga admissão feminina na Cocal é de 1989”
em uma pousada. Foi quando ficou sabendo do Projeto Solidário para formação de mão-de-obra para a Cocal, unidade de Narandiba. Marlene disputou a vaga com 270 candidatos e ficou entre os 40 selecionados, sendo que de 20 mulhe-
cem a empresa e o funcionamento do processo.
res inscritas ela foi a única que passou na prova
Já existem áreas na usina em que as mulheres têm
teórica. “Foram três meses de cursos com 500
a preferência. É o caso da área de entomologia,
horas de aulas teóricas e práticas. Fui contratada
composta por atividades minuciosas, que exi-
como auxiliar de mecânica automotiva, área em
gem muita paciência e cuidado. “Elas também se
que atuo com quatro colegas”. Além do curso de
sobressaem na capina química, por serem mais
auxiliar de mecânica, Marlene tem um curso de
detalhistas na aplicação das áreas de controle”,
soldadora e pretende se especializar como eletri-
observa o diretor de pessoas da Cocal.
cista para manutenção de colhedoras.
Ivone Duarte Moreira, 42 anos, de cortadora de
A agrônoma Inês Janegitz Pereira tem mais de 15
cana tornou-se técnica de segurança na unidade
anos de experiência exercendo funções de gerên-
de Narandiba. Ela foi contratada em 2007 para
cia e diretoria agrícola da usina. Ela destaca que a
o corte manual de cana, função que nunca ti-
valorização das mulheres na Cocal vem melhoran-
nha exercido. Até então, apenas auxiliava o pai
do vidas e o próprio ambiente de trabalho.
no manejo e na comercialização de pequeno re-
A diretora agrícola informa que a Cocal imple-
banho de gado de corte e de leite da família.
menta nova fase de crescimento da unidade de
“Comecei como bóia-fria e como queria aprender
Narandiba até 2015 e pretende intensificar a
mais, me qualificar e crescer profissionalmente fiz
oferta de mão-de-obra feminina. “O planeja-
treinamento e passei na prova teórica para atuar
mento é dobrar a produção de 3 para 6 milhões
como líder, trabalhando no suporte do pessoal
de toneladas e crescimento de 22 mil hectares
a campo, fiscalização e controle de entrega de
de área agrícola/ano”.
equipamentos de proteção individual (EPI). De-
Colaborou nesta matéria Aristeu Doreto da Rocha Consultor Técnico Comercial
pois, fiz curso para capina química, trabalhei no controle de pista e no controle de apontamentos
çar objetivos profissionais. Quando fui contratada pela Cocal voltei a estudar depois de 20 anos para
Equipe feminina de aplicação de herbicidas da Cocal
divulgação
abriu portas, me deu a oportunidade para alcan-
“É muito importante essa abertura de portas para a mulher que é batalhadora e quer conquistar o seu espaço”.
>
na área de pulverização aérea agrícola. A usina
Inês Janegitz:
completar o ensino básico e médio”. Em abril de 2010, Ivone finalmente se formou como técnica de segurança do trabalho, sua atual função. Ela é responsável pelo treinamento para integração, auditorias a campo, apontamentos e averiguação de EPI, treinamento de mão-de-obra rural e de transporte e treinamento para ocupantes admissionais. “Agarrei a oportunidade de me qualificar e tenho muito que agradecer à empresa, que ajudou a mudar minha vida”, reconhece.
15
MUNDO CANA
Modelo de gestão único traz resultados positivos
texto
Barralcool deve alcançar 85% de mecanização da colheita enquanto investe na capacitação da mão-de-obra advinda do processo manual
A
Usina Barralcool começou suas operações em setembro de 1980, inicialmente com um programa de produção de álco-
ol. Com o decorrer das décadas, seus controladores passaram a dedicar fortes investimentos
“Essa redução foi causada, principalmente, de-
na ampliação da estrutura da unidade sucroal-
vido ao clima muito seco, por causa da falta de
cooleira, partindo também para a produção de
chuva, que levou a um déficit hídrico importante
biodiesel e energia, sendo uma das primeiras no
e afetou ligeiramente a produção”, diz o geren-
Mato Grosso a vender excedente na cogeração
te agrícola da usina, Marco Antonio Beletti. Na
de energia a partir do bagaço da cana.
safra 2009/2010, foram cerca de 2,4 milhões de
Dante Petroni:
O seu modelo de gestão se consolidou nessa so-
toneladas processadas, com produtividade mé-
matória de experiências bem sucedidas graças
dia de 86,4 t/ha. Na última safra (2010/2011),
a um grupo de administração orquestrado por
foram 2,05 milhões de toneladas de cana esma-
Instituições como Sesi e Senai, e concessionárias agrícolas como Case e John Deere têm convênio com a Usina para realizar treinamento de mão-de-obra.
famílias parceiras.
gadas, com produtividade média de 73,3 t/ha.
“Este é um dos exemplos de gestão como poucos
Para a safra 2011/2012, a expectativa é recupe-
hoje em dia, tendo a felicidade de ter esse perfil
rar pelo menos o patamar de produção obtido
com diferentes vínculos familiares sem compro-
na penúltima safra, atingindo 2,4 milhões de
meter ou desvirtuar o sucesso administrativo”,
toneladas. Entre as estratégias para fomentar
diz o diretor executivo Dante Petroni Neto.
melhor resposta no desenvolvimento da cana, a
A Barralcool tem sua planta instalada em Barra
usina intensifica o uso da fertiirrigação (aduba-
do Bugres (MT). No total, são 2.900 funcioná-
ção via água) em parte de seus talhões, o que
rios divididos em quatro turnos na parte agríco-
projeta para a duplicação da área de abrangên-
la (2.100 colaboradores) e na parte industrial e
cia, passando dos atuais oito mil hectares para
administrativa, três turnos (outros 800 colabo-
15 mil hectares fertirrigados.
radores no complexo de produção de açúcar, ál-
O diretor executivo responsável pela área de ál-
cool, biodiesel e energia). A usina ocupa 35 mil
cool e açúcar Cidimar Luis Sansão, informa que a
hectares de área agrícola, sendo 28 mil hectares
usina vem passando por uma relevante mudança
de área de colheita.
estrutural, desde que iniciou a migração do corte
O histórico de produtividade registrado pela
manual para o mecanizado em 2008, com 27%
usina é de 98,3 t/ha em 2009; 86,3 t/ha em
da produção. No ano seguinte, o índice de meca-
2010 e na última safra foi de 74,3 t/ha. A ex-
nização saltou para 47% e em 2010 subiu para
pectativa é de voltar para as médias anteriores,
70%. No ano passado, o percentual chegou a
em torno de 90 t/ha.
80% e para a próxima safra a projeção é alcançar
16
85% de mecanização da colheita da cana crua. Segundo Sansão, o processo de mudança é con-
texto
MUNDO CANA
siderado positivo porque, se por um lado há perdas na força de trabalho manual, por outro há compensação com novas oportunidades em termos de oferta de mão-de-obra qualificada. “Por exemplo, temos muita gente em nosso quadro de funcionários que saiu do trabalho braçal, do corte de cana, para assumir funções mais atraentes em termos salariais, como o de operador de máquinas agrícolas ou auxiliar ou ajudante”, destaca o diretor agrícola. Para se ter uma ideia da nova investida no aprimoramento de mão-de-obra, ele revela que em 2011 a usina forneceu diferentes modalidades de cursos de capacitação tanto na área agrícola >
como na área industrial, somando ao todo 65 mil horas de treinamento no ano. Além disso,
30 megawatts/hora (MW); atualmente está en-
desde 2006, a usina desenvolve ações pedagógi-
tre 18 MW a 20 MW na cogeração de energia.
cas por meio do Projeto Social “Doce Vida” que
A produção é escoada para as regiões Centro-
já contabiliza 220 crianças e 30 adolescentes
Oeste e Norte, especialmente para Mato Grosso,
atendidos em contra turno escolar.
Rondônia, Acre e Amazonas.
A usina tem capacidade instalada para produção
Em relação aos tratos culturais, Dante Petroni
de 1,5 milhão de sacas de açúcar e vem traba-
Neto explica que a usina trabalha preventiva-
lhando a plena carga. Em álcool, a capacidade
mente nas áreas de reformas, com leve altera-
é de 180 milhões de litros e, na última safra,
ção no índice de ocupação de plantas daninhas
a produção alcançou 132 milhões de litros. Em
nos canaviais. “Tínhamos de 10% a 12% de
biodiesel a capacidade instalada é de 50 mi-
área de reformas inseridas em nosso plano de
lhões de litros e a produção no ano passado foi
controle. Agora passamos para 15% a 20%”,
de 18,3 milhões de litros. Em termos de energia
informa. Na safra 2010/2011 foram reforma-
com o uso do bagaço de cana, pode-se gerar até
dos 5 mil hectares e, na próxima colheita a pro-
“
Barralcool é a primeira empresa sucroalcooleira do MT a receber a certificação ISO 22.000 de gestão de segurança dos alimentos
Usina Barralcool em Barra do Bugres (MT): Safra 2011/2012 deverá atingir 2,4 milhões de toneladas
jeção é 5,6 mil hectares. A usina acaba de receber a certificação ISO 22.000, que trata da gestão na Segurança dos Alimentos, o que chancela a qualidade no processo de produção do açúcar da Barralcool – primeira empresa sucroalcooleira do Mato Grosso a receber essa certificação e uma das poucas do Brasil. A usina já é certificada com a ISO 9001 (Gestão da Qualidade). A meta é alcançar nos próximos anos a excelência na ISO 14.000 (Gestão Ambiental).
Colaborou nesta matéria Adriano Bastos Vieira Consultor Técnico Comercial 17
MUNDO CANA
Produtos de alta performance exigem parceiros comprometidos divulgação
Particularidades químicas do herbicida permitem maior resistência em condições de clima adverso cularidades químicas permite maior resistência às condições adversas do clima da região Nordeste do país. Afinal, sua ação ativa não é degradada nem por luz nem por temperatura. Temos longas épocas secas e bem determinadas. O período residual de controle oferecido pelo produto atende muito bem a essa necessidade”, destaca Hermano Brito, gerente comercial da Defenor Agrícola, em Recife (PE). Brito informa que nas usinas do Nordeste o herbicida Dinamic é o melhor pré-emergente para a época seca para controle de folhas largas (ex: mucuna, corda-de-viola, mamona, burra leiteira, vassoura de botão e melão de são caetano) e o produto padrão de controle em áreas irrigadas com vinhaça. “Nessas áreas, a pressão de brotação de ervas daninhas é muito elevada e não existe tratamento tão eficiente como Dinamic”, enfatiza o gerente da Defenor. Ele informa que já há produtos específicos de controle na época da seca
O 18
para folhas estreitas, “mas Dinamic mostra-se >
Da esquerda para a direita - Equipe da Defenor: Alberto, Waldy, Jaidson e Hermano
eficaz e dinâmico para folhas estreitas e excelente para folhas largas”, completa.
diagnóstico correto da realidade e da
“Seja a campo ou no atendimento na loja que-
necessidade do cliente é o principal
remos satisfazer a expectativa do cliente, cons-
argumento para oferecer boas alter-
tituindo uma relação de confiança, fornecendo
nativas para o controle de ervas daninhas em
soluções tecnológicas para o seu negócio acom-
áreas de cana-de-açúcar. Avalia-se desde o
panhadas de boa prestação de serviços. Esse é
estado e a capacidade atual de aplicação e a
o principal compromisso em termos de suporte
incidência das principais plantas invasoras no
técnico”, complementa Alberto Rodrigues da
canavial até a disponibilidade de recursos fi-
Silva, diretor financeiro da Defenor Agrícola.
nanceiros do setor de tratos.
Ele informa que graças à grande entrada da
“É fato que o herbicida Dinamic com suas parti-
Arysta no mercado de cana-de-açúcar com
“
divulgação
MUNDO CANA
Dinamic e Biozyme contribuem para a competitividade e a viabilidade da cana na região do Nordeste” Talhão aos 200 dias de aplicação do Dinamic
dou-se como a principal fornecedora da Defenor. Alberto reconhece a participação ativa da
divulgação
Dinamic, em pouco tempo a empresa consoli-
sua equipe nos primeiros ensaios, lançamento e desenvolvimento do herbicida, que ainda hoje surpreende em performance, fato comprovado pela crescente e sólida participação de mercado. “Biozyme é outra grata e grande aposta que surpreende e contribui para consolidar a Arysta como um fornecedor de produtos realmente especial”, acrescenta o diretor da Defenor. Sobre a evolução da colheita mecanizada e a intensificação dos problemas de ramas nas áreas canavieiras nordestinas, Hermano Brito informa que a mecanização tem crescido de forma substancial nas áreas de topografia adequada. “É um caminho sem volta. A palha mostrou uma nova situação de supressão das folhas es-
Talhão Testemunha com invasora Braquiária
treitas e predominância de folhas largas, principalmente ramas em que Dinamic não tem
condições edafoclimáticas adversas e, na maior
competidor nos resultados de campo”, constata
parte das localidades, potencial produtivo me-
Tarcizo Cavalcanti Pedrosa, diretor comercial da
nor que no Centro-Sul, o herbicida Dinamic mi-
Defenor Agrícola.
nimiza bastante a perda por competição. Esse
Segundo Pedrosa, em termos de ganho no resi-
fator, aliado ao ganho real de produção agrícola
dual do produto os clientes estão comprovando
e industrial pela fomentação da nutrição com
a campo um importante grau de eficiência no
Biozyme, faz com que esses produtos contribu-
controle, baixando significativamente o banco
am para a competitividade e a viabilidade da
de sementes. “Constatamos em anos seguintes
cana-de-açúcar na região.
um bom stand da cultura, mesmo alternando Dinamic e outros princípios ativos”, revela. Comparando a região Nordeste em termos de
Colaborou nesta matéria Diego Lima Representante Técnico Comercial 19
mudbum.com.br
MUNDO CANA
?
Top Depoimentos Qual a mudança de comportamento exigida pela palha em relação aos tratos culturais?
JOSÉ MOREIRA
Nas áreas de reforma com alta infes-
custos. Devido ao controle preventi-
Supervisor de tratos culturais da Usina Itamarati (Nova Olímpia, MT)
tação de plantas de difícil controle,
vo feito nas áreas com cana soca, in-
é crucial fazer o manejo de desin-
dependente da presença ou ausência
festação. Por isso, essa estratégia de
da mucuna, já conseguimos reduzir
manejo para combater essas plantas
satisfatoriamente o banco de semen-
“Aqui na Usina Itamarati as principais
invasoras em áreas de reforma, pas-
tes dessas plantas invasoras.
infestações de plantas daninhas de di-
sou a ser intensificada há dois anos
Outro fator importante é o fato de
fícil controle presentes nos canaviais
aqui nas Usinas Itamarati.
estarmos com 100% da colheita me-
são mucuna, bucha, soja perene e
Por exemplo, em áreas de reforma
canizada crua. Por isso, se não for
corda de viola, plantas invasoras que
onde havia mucuna e bucha opta-
feito o controle agora, a infestação se
possuem muita facilidade de germina-
mos em trabalhar desde a fase do
propagará, transformando-se em um
ção mesmo que haja o colchão de pa-
pré-plantio, para reduzir o banco de
fator limitante para colheita, além
lha no solo. São ervas infestantes que
sementes, agindo preventivamente
de causar perdas de produtividade.
independem dessa camada de palha
e, assim, pudemos obter o contro-
Verificamos que em áreas com rebo-
para se desenvolver, transpondo a su-
le esperado no canavial e redução
leiras a perda de produtividade pode
perfície sem maiores dificuldades.
gradual importante na planilha de
alcançar até 70%. Essa é a situação crítica que dificulta e aumenta o cus-
texto
to da colheita mecanizada. Por isso, a ação preventiva e os procedimentos de controle são fundamentais. Evidentemente, é claro que considerando prós e contras quanto ao uso dos restos da cultura como cobertura do solo, entendemos que há muito mais vantagens do que perdas, observando seus vários benefícios: aumento da matéria orgânica no solo, maior retenção de umidade, auxílio no controle da lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus), contenção de erosões, melhoria na composição da vida microbiana do solo e auxílio na
José Moreira e Jair Carvalho
supressão de algumas ervas daninhas 21
MUNDO CANA menos agressivas, além de liberação
semelhante à do ano passado ou no
se ajustam melhor à palhada. A usina
gradativa de alguns nutrientes essen-
máximo com ligeira variação.
vem praticando a colheita mecani-
ciais para a cultura.
Se continuarmos na mesma linha de
zada (cana crua) há apenas duas sa-
tratamento com os resultados a conten-
fras e os solos na grande maioria são
to, a tendência é de nos próximos anos
arenosos, com baixo teor de matéria
ocorrer diminuições significativas nessas
orgânica, altas temperaturas e baixa
áreas consideradas críticas, o que favo-
precipitação na época de colheita.
recerá naturalmente o bom desempe-
Também estamos observando o com-
nho da colheita mecanizada.
portamento dos produtos (ativos) re-
JAIR CARVALHO
Gerente Agrícola da Usina Itamarati (Nova Olímpia, MT)
A área de cultivo atual da Usina Itamarati é de 70 mil hectares e o registro de infestações de mucuna, bucha e soja perene gira em torno dos 1,5 mil hectares, especialmente de áreas de reformas que passam por desinfestação.
Colaborou nesta matéria Adriano Bastos Vieira - Consultor Técnico Comercial
DR. DANTE HUGO
comendados para uso em palha que melhor se adequam às nossas condições edafoclimáticas. Somente após essa análise definiremos os tratamentos-padrão para as áreas de palhada,
Gerente Agrícola da Usina Japungú (Santa Rita, PB)
observando sempre a matologia de
em 2010, em 164 hectares já na fase
No que diz respeito ao tipo de apli-
nos meses de outubro, novembro e
do pré-plantio incorporado (PPI). A
cação não houve mudança brusca.
dezembro, aplicávamos cerca de 70
segunda aplicação foi feita após o
Continuamos a utilizar como base as
a 80% de herbicida em pré emer-
quebra meia, que é realizado entre
aplicações aéreas e mecanizadas, tan-
gência total, colhendo e aplicando.
40 a 60 dias após o plantio. Ao re-
to na cana crua (40% socaria) quan-
Hoje, com a utilização da palha, in-
petir o procedimento com nova apli-
to na cana queimada (60% socaria).
dependente de chuvas ou sol, redu-
cação sequencial obtivemos ganhos
Houve, na realidade, a adaptação
zimos esse percentual para cerca de
relevantes no residual do produto. A
dos tratamentos utilizados. Por exem-
20% da área, deixando para fazer
maior infestação verificada na época
plo, estamos utilizando produtos que
uma “pré-pós” somente no mês de
A primeira aplicação com o herbicida Dinamic para desinfestação foi feita
foi com mucuna. Fazer o manejo bem feito nas duas
Divulgação
aplicações em áreas de plantio, permite uma grande redução no banco de sementes dessas invasoras. Já em 2011, a ação de controle foi ampliada para quatro blocos (total de 480 hectares), prevalecendo mais uma vez a infestação com mucuna e, em menores proporções, outras plantas daninhas, como bucha, mamona e soja perene. Para a safra de 2012 continuaremos nessa linha de trabalho de acordo com a renovação das áreas previstas e que estiverem com histórico de infestação. A área para desinfestação tende a ser 22
Dante Hugo
cada área. Outra mudança ocorrida foi que antes, em colheita manual,
MUNDO CANA janeiro, ganhando cerca de 60 dias a
fase de inovações tecnológicas, com
parte da palha para a produção de
mais de residual nas aplicações.
parcerias importantes com outras em-
bioenergia temos ainda um exceden-
Nessas aplicações de “pré-pós” utili-
presas do agronegócio em termos de
te que pode ser utilizado para outros
zamos o equipamento autopropelido
aproveitamento da palha da cana e
fins, como a produção do álcool de 2ª
com a utilização de pingentes, o que
cultivo de sorgo sacarino em área de
geração. Minha estimativa é que em
não nos deixa perder o “timing” da
600 hectares. A produção, por enquan-
quatro a cinco anos essa tecnologia
aplicação e traz excelentes resultados.
to, é experimental mas acredito que o
será economicamente viável – atual-
Sabemos que com a utilização da pa-
sorgo sacarino será uma interessante
mente, algumas empresas trabalham
lha aumentará a incidência de ervas
alternativa para a oferta de etanol no
no desenvolvimento de enzimas para
de difícil controle, como ramas, tiriri-
período da entressafra de cana, livran-
esta finalidade.
ca (Ciperáceas) e algumas gramíneas.
do a usina da ociosidade por falta de
O advento da palha na cana provoca
Por isso, estamos fazendo testes nes-
matéria-prima. Outra vantagem de se
situações novas, que nos faz repen-
se momento para que depois, com o aumento da área de palhada, não
sar a condução de diversos fatores texto
de produção: desde a introdução de
soframos as consequências ou prejuí-
variedades que se adaptam à palha,
zos causados por essas ervas.
os sistemas de adubação e um dos
Na nossa unidade, as principais er-
mais importantes, que é o controle
vas observadas são: gitirana (Merre-
de uma nova gama de ervas daninhas
mia), rabo de rato (Cipó), melão de
para tratamento prioritário (corda-
são caetano e tiririca.
de-viola, mamona e mucuna). Devido à crescente importância de tais
Colaborou nesta matéria Josias Pinheiro Gerente de Vendas - Centro de Negócios Nordeste
infestações, o manejo com herbicidas vem passando por alterações gradati-
Carlomberto Alves do Nascimento
vas, envolvendo o surgimento de novas moléculas ou novas formulações, como o Dinamic. Em cana planta, de dois anos para cá,
Diretor Agrícola da Usina Malosso (Itápolis, SP)
estamos aumentando a área de conCarlomberto Alves
Temos
vivenciado
um
trole. Dinamic vai bem com outras associações no campo. Toda a área de
contínuo
aprendizado no manejo da palha.
processar o colmo do sorgo, onde está
cana soca está sendo enleirada. Após
A Usina Malosso – empresa familiar
o açúcar, decorre dos poucos ajustes
a germinação da cultura – em torno
com gestão profissionalizada – ano
necessários no campo e na adaptação
de mil hectares – temos feito o en-
a ano aumenta a colheita com cana
zero na área industrial.
leiramento da palha visando o reco-
crua, com 85% da área mecanizada.
Inovações como essa visam ampliar o
lhimento em fardos e posterior apro-
Nossa meta é atingir os 100% nos
raio de atuação da empresa, tornan-
veitamento na indústria. Com isso,
próximos três anos.
do-a mais competitiva.
diminui a intensidade de infestações
A usina é especializada na produção
Outro exemplo é o recolhimento da
da cigarrinha. Entre 40% a 45% da
de álcool hidratado, com capacidade
palha, que será motivo de novos es-
palha são recolhidos, ou seja, menos
de moagem de 700 mil toneladas e
tudos devido à quantidade disponível
da metade é aproveitada.
produção de 60 milhões de litros. A
nas áreas de canaviais e o que ela pode
Malosso experimenta uma relevante
agregar como novo produto. Usando
Colaborou nesta matéria Bruno Arantes de Souza – Consultor Técnico Comercial 23
MUNDO CANA
“Desafios para o plantio de verão no Nordeste” Aplicação de herbicidas e irrigação são essenciais para o bom desempenho das safras
O
Nordeste tem como particu-
planejamento da equipe técnica para
controle de plantas daninhas com baixa
laridade seu clima definido,
realizar um excelente controle destas
umidade no solo, seu longo período re-
possibilitando
tra-
ervas. Um dos grandes desafios do Nor-
sidual que garante o controle das plan-
balhos na cultura da cana-de-açúcar,
deste no controle de plantas daninhas é
tas daninhas até a chegada das chuvas
como tratos culturais, plantio, prepa-
conseguir o melhor manejo das ramas
e, principalmente, o controle das ramas
ro de solo, colheita, carregamento e
e cipós (Ipomoea, Merremia, Momordica
como corda-de-viola, jetiranas e melão
transporte, facilitando assim um ex-
charantia), plantas daninhas com maior
de são caetano que causam grandes
celente planejamento das suas safras
dificuldade de controle na região. As
perdas nos canaviais.
anuais. Podemos destacar como par-
ramas causam grandes prejuízos no
O Dinamic também se destaca no con-
ticularidade do Nordeste o plantio de
plantio de verão, pois a região realiza
trole de gramíneas e folhas largas na
verão, que acontece entre os meses de
normalmente uma única aplicação de
região, sendo hoje líder no mercado
Agosto e Fevereiro, sendo a época mais
herbicida em seu plantio e geralmente
de soca seca do Nordeste, trazendo
seca do ano para a região, deixando
não necessitam de sistematização do
excelentes resultados de controle para
assim entraves para um bom desenvol-
solo (Quebra de lombo), principalmen-
os produtores de cana-de-açúcar. E no
vimento do plantio da cana-de-açúcar.
te devido ao seu tipo de solo e sua to-
plantio de verão também não é dife-
Os principais entraves deste tipo de
pografia, necessitando assim um longo
rente, mostrando seu diferencial no
plantio são a irrigação e aplicação de
residual do herbicida para o controle
manejo das plantas daninhas, observa-
herbicidas, sendo o último nosso foco
destas espécies.
do em diversos trabalhos técnicos e áre-
principal.
Devemos destacar o herbicida Dinamic
as comerciais nas unidades produtoras,
A aplicação de herbicidas na cana plan-
(amicarbazone) como o grande aliado
mesmo em situações adversas conforme
ta de verão do Nordeste é relativamen-
para o plantio de verão no Nordeste.
visualizado nas fotos.
te mais difícil devido às características
O Dinamic traz como benefícios neste
de solo, temperatura, umidade e das
tipo de plantio a grande resistência à
espécies de plantas daninhas infestan-
seca prolongada, a grande eficiência de
diversos
fotos: arquivo arysta
tes da região, necessitando trabalho e
“
Sérgio Barbalho, Especialista de Desenvolvimento de Produtos e Mercados da Arysta LifeScience do Brasil
Dinamic é um grande aliado no plantio de verão no Nordeste, época mais seca do ano na região Aplicação de herbicida
24
Cana planta 120 dias
MUNDO CANA
Desempenho de Biozyme na região de São Paulo e Minas Gerais novidade da arysta proporciona melhor condição de desenvolvimento ao canavial
A
Arysta desenvolveu um inova-
cionou. Assim, desde o início, apresentou
a metodologia de avaliação nas linhas
dor conceito na cultura da cana-
melhores condições de desenvolvimento
de cana-de-açúcar, desenvolvida no Ins-
de-açúcar, o Pro Nutiva Cana,
ao canavial, minimizando os riscos de as-
tituto Açúcar e Álcool (IAA) - Programa
aliando proteção e nutrição do canavial
soreamento do sulco de plantio.
Nacional de Melhoramento de Cana-de-
visando gerar condições mais favoráveis
Na figura 2, de um canavial em Gua-
Açúcar (Planalsucar) por Rubismar Stolf,
ao estabelecimento, desenvolvimento e
íra (SP), já com emergência finalizada e
houve uma significativa redução de fa-
longevidade. E, consequentemente, me-
stand estabelecido foram avaliados perfi-
lhas de plantio em 14% na área que
lhores rendimentos e produtividade.
lhamento e falhas no stand, que ocorrem
utilizou Biozyme, que pelos parâmetros
Dentro deste inovador conceito está o
naturalmente dentro do sistema de plan-
da metodologia e estimativa de produ-
Biozyme, um produto que melhora o
tio da cana-de-açúcar, mas todos procu-
tividade, representa uma produtividade
arranque inicial do canavial, perfilha-
ram utilizar ferramentas que diminuam as
5% maior na área com Biozyme já no
mentos, maior enraizamento e menores
falhas que impactam na produtividade.
primeiro corte, além de dar maior con-
falhas no plantio.
Em parte da área utilizou-se somen-
dição para longevidade do canavial.
Para demonstrar isso na prática foram
te a tecnologia tradicional de plantio,
Resultante de toda base de implemen-
realizadas dezenas de áreas nos cana-
em outra parte adicionou-se o Biozy-
tação do canavial proporcionado pelo
viais da região do estado de São Paulo
me. Na avaliação das falhas utilizando
Biozyme, o aumento nas produtividades foram frequentes nas áreas. Como mos-
e Minas Gerais. Todo processo, desde o colheita foi acompanhado pela equipe da Arysta e os clientes, a fim de verificar in loco todos os benefícios que Biozyme entrega ao produtor de cana-de-açúcar. Na figura 1, em uma área na região de São José do Rio Preto (SP) no plantio de inverno, podemos ver o melhor arranque inicial e uniforme que Biozyme propor-
Figura 1
120% 100%
113%
100% 110%
90%
mento da produtividade foi de 9,8%, e em Campo Florido (MG) 13%, além de um visível melhor arranque da soqueira,
60%
como na figura 3.
30% 0%
tra o gráfico, em Castilho (SP) o incre-
Castilho - SP
Jedir Fiorelli, Especialista de Desenvolvimento de Produtos e Mercados da Arysta LifeScience do Brasil
Campo Florido - MG
Sem Biozyme Com Biozyme
Figura 2
fotos: arquivo arysta
plantio, estabelecimento da cultura até
Figura 3
25
MUNDO CANA
Comportamento de Dinamic em áreas de cana crua divulgação
Palhada depositada sobre o solo interfere na comunidade infestante de planta daninha danças são muito específicas e dinâmicas, pois dependem da quantidade e uniformidade de distribuição da palha e, principalmente, da espécie infestante, que pode ser favorecida, ou não, pela cobertura morta. Em áreas de cana crua são observadas drásticas reduções na incidência de algumas plantas daninhas com elevada importância nas áreas com colheita de cana queimada e altas infestações com cordas-de-viola (Ipomoea spp), por exemplo, que passaram a ser algumas das espécies de plantas daninhas mais importantes na cultura da cana-de-açúcar neste novo sistema de produção. Estas espécies ainda proporcionam >
Área infestada com corda-de-viola
N
infestações tardias na cana, o que merece deso Brasil, a adoção de sistemas de pro-
taque, uma vez que podem prejudicar ou mes-
dução onde as culturas são implan-
mo impossibilitar a própria colheita mecaniza-
tadas sobre algum tipo de palhada,
da da cultura.
tem aumentado em diversas regiões em função
Assim como a dinâmica de ocorrência de plan-
de inúmeros benefícios atribuídos à cobertura
tas daninhas é afetada pela palhada, a utiliza-
vegetal morta. Entre exemplos típicos pode-se
ção de herbicidas aplicados em pré-emergência
mencionar o cultivo mínimo em áreas de reflo-
também sofre interferência direta pelo sistema
restamento, o plantio direto de culturas anuais
de cana crua em função da interceptação, re-
e o sistema de produção de cana crua, onde a
tenção e degradação dos herbicidas residuais
colheita sem queima deixa sobre o solo uma
na palha e dependência de chuvas para que o
espessa camada de palha que pode superar 20
herbicida chegue ao solo, onde irá atuar. Além
t ha , dependendo da variedade utilizada.
da interação com a palha na superfície do solo,
A palhada depositada sobre o solo interfere
a dinâmica de herbicidas no solo também é in-
diretamente na comunidade infestante, por
tensamente afetada no sistema de cana crua,
meio da liberação de compostos alelopáticos,
uma vez que os teores de matéria orgânica na
da mudança na quantidade e no balanço da
camada superficial e a umidade do solo são
radiação solar que atinge o solo, alterando o
alterados em função da presença da palha.
regime térmico e se constituindo em barreira
Nesse contexto, a Faculdade de Ciências Agro-
física à emergência. No entanto, essas mu-
nômicas da UNESP vem realizando diversos
-1
26
trabalhos para entender a dinâmica de passagem dos herbicidas pela palha e as perdas inerentes a este processo, assim como a dis-
divulgação
MUNDO CANA
ponibilidade e perdas dos herbicidas no solo após a passagem pela palha em áreas colhidas sem a queima. Dentre os diversos herbicidas avaliados para o sistema de cana crua, destaca-se o Dinamic (amicarbazone) com um grande número de estudos em cana crua, que compreendem desde a dinâmica de passagem pela palha em função de chuvas, períodos de seca, processos de perdas e a disponibilidade no solo associada à sensibilidade das principais espécies de plantas daninhas, em especial as cordas-de-viola. O amicarbazone apresenta
Aplicação do amicarbazone sobre diferentes quantidades de palha e simulação de diferentes lâminas de chuva em laboratório
características bastante desejáveis em relação às dificuldades que a aplicação em cana crua
do solo, com os níveis de controle observados
oferece, e apresenta uma boa dinâmica e altos
para diferentes espécies de plantas, estabele-
níveis de passagem pela palha em função de
cendo assim uma escala de sensibilidade das
lâminas de chuva inferiores a 20 mm, o que
principais espécies de plantas daninhas ao
pode ser facilmente alcançado pela própria
amicarbazone. Observam-se níveis bastante
aplicação da vinhaça. Outra característica inte-
satisfatórios do amicarbazone no solo em cana
ressante do amicarbazone é a possibilidade de
crua, quando comparado ao sistema de cana
absorção do produto pelo contato da planta
queimada, onde o produto é aplicado direta-
daninha com a palha, o que também contribui para a boa dinâmica do mesmo no sistema de cana crua em condições mínimas de umidade. Outro estudo importante que vem sendo realizado com o herbicida amicarba-
“
Observam-se níveis bastante satisfatórios do amicarbazone no solo em cana crua”
mente sobre o solo sem palha. No conjunto de vários ensaios instalados com a finalidade de comparar a dinâmica do amicarbazone no solo em cana crua e queimada, foram realizadas amostragens e a quantificação dos níveis
zone está relacionado
do produto disponível
à disponibilidade do
no solo em mais de
produto no solo em áreas com palha, o que
500 parcelas tratadas. Esta disponibilidade do
permite avaliar os efeitos desta na retenção do
amicarbazone no solo foi correlacionada com
produto, e também seus efeitos na quantidade
os níveis de controle de algumas das principais
de amicarbazone disponível na camada mais
plantas daninhas da cultura da cana-de-açúcar,
superficial do solo (zona de germinação das
o que permitiu observar um alto nível de sen-
plantas daninhas) e as perdas por lixiviação,
sibilidade destas espécies, com bons níveis de
quando comparada as áreas sem palha. Além
controle, principalmente das cordas-de-viola,
disso, este estudo possibilita a correlação dos
mesmo em concentrações bastante baixas do
níveis de amicarbazone disponível na solução
amicarbazone no solo.
Caio Antonio Carbonari e Edivaldo Domingues Velini: Professores Doutores, Universidade Estadual Paulista – UNESP, Faculdade de Ciências Agronômicas - FCA 27
MUNDO CANA
Nova Dinâmica de Plantas Daninhas na Cultura da Cana O caminho é dispor de ferramentas capazes de controlar as diferentes plantas daninhas ao mesmo tempo >
Três espécies diferentes de corda-de- viola numa mesma área
H
28
á alguns anos assistimos na agricultura
produtividade dos canaviais pela mato compe-
uma mudança no sistema de plantio
tição, além de impactar na colheita, causando
dos cereais, passando do convencional
elevados prejuízos operacionais.
para o plantio direto. Isso trouxe diversas mu-
É conhecido que há centenas de espécies da fa-
danças no agroecossistema de produção e, por
mília das cordas de viola - a convolvulaceae, e
conseqüência, novas necessidades de manejos e
muitas são consideradas plantas daninhas e estão
processos agrícolas. Esse cenário levou o Brasil a
presentes nos canaviais. Dessa forma, não pode-
uma posição de destaque mundial no equilíbrio
mos considerá-las como uma só corda de viola
de uma produção mais sustentável e competitiva.
ou cipó, são diversas espécies e cada uma com
Estamos em um processo semelhante na cultura
sua característica, adaptação e sensibilidade aos
da cana-de-açúcar, saindo de um ambiente de
diferentes processos de controle de plantas dani-
cana queimada para um ambiente de cana crua.
nhas, principalmente aos herbicidas. Um herbici-
Com o passar dos anos, a área de cana queimada
da que controla bem uma determinada espécie,
vem caindo significativamente enquanto acom-
não significa que tenha o mesmo controle para
panhamos o expressivo aumento da cana crua.
as demais, e que manterá o canavial no limpo.
Muitos acreditavam que com a presença da pa-
Diante desse cenário, é fundamental conhecer
lha sobre o solo não haveria mais a necessida-
as diferentes espécies presentes no canavial e
de de utilizar herbicidas, ou haveria uma forte
utilizar as ferramentas e o herbicida correto
redução, o que não ocorreu. Com a mudança
para a determinada espécie, ou dispor de um
para o sistema de cana crua houve uma mudan-
herbicida de ampla ação em muitas espécies de
ça na flora das plantas daninhas predominantes
cordas de viola.
nos canaviais, e isso não impactou no volume
Há algumas espécies que são consideradas
de herbicidas, mas sim na necessidade de mu-
importantes e mais frequentes como Ipomoea
dança do perfil técnico desses.
hederifolia; I. quamoclit; I. nil; I. grandifolia; I.
Espécies que anteriormente não tinham uma
purpurea; Merremia cissoides, Merremia aegiptya.
significativa importância dentro dos canaviais,
Um bom herbicida deve controlar bem todas
hoje têm. Um bom exemplo são as cordas de
essas espécies, além de outras ervas daninhas
viola, mucuna preta e mamona. Essas plantas
de outras famílias.
daninhas encontraram uma condição favorável
Além disso, algumas dessas espécies predomi-
no sistema de cana crua e estão interferindo na
nantes em ambientes específicos, podem estar
MUNDO CANA em outros ambientes também, porém com me-
colheita mecânica e causa falhas no canavial
nor freqüência. E o uso constante de um manejo
impactando nos cortes subsequentes. Suas se-
de controle falho em uma das espécies, como por
mentes podem permanecer viáveis no solo por
exemplo, o uso do mesmo herbicida ao longo dos
muitos anos até a quebra de dormência, o que
anos na mesma área, com o passar do tempo se-
faz com que a mucuna preta reapareça mesmo
leciona as espécies que deixam no escape e esta
muitos anos após deixar de ser cultivada na área.
passa a ser dominante na área. Por exemplo, em
Para combatê-la, hoje a alternativa é a atenção
áreas já tradicionais de plantio de cana-de-açúcar,
constante com entradas e intervenções sequen-
a Ipomoea hederifoliae e Merremia Aegyptia tem
ciais com as ferramentas disponíveis, desde o
“
uma maior frequên-cia de ocorrências, já a Merremia cissoides é muito frequente nas áreas de expansão sobre pastagem, e o uso adequado do manejo, incluindo o herbicida, é importante
preparo de solo para plantio do canavial até a última soca em qual-
Mudança para o sistema de cana crua exige mudança do perfil técnico do herbicida
quer época do ano. Não menos importante do que as cordas de viola e mucuna preta, a mamona também vem
para que não sejam se-
ganhando
lecionadas ao longo do
nas áreas de colheita de
proporções
tempo e se tornem um grande problema.
cana crua com a mesma capacidade de prejuízo
Além das cordas de viola, outras espécies vêm
que a mucuna preta causa em mato competição,
tirando o sono de quem quer colher seu cana-
além de dificuldades e impedimento da colhei-
vial no limpo. A mucuna preta (Mucuna aterri-
ta mecanizada e falhas no canavial. Por terem
ma), que por muito tempo foi cultivada como
sementes grandes, as cordas de viola, a mucuna
adubo verde nos pomares e cafezais paulistas,
preta e a mamona têm grande potencial de dis-
hoje é uma planta daninha extremamente da-
seminação pelas colhedoras e alta adaptação e
nosa, principalmente nos canaviais que foram
poder de germinação e emergência no sistema
plantados sobre estas culturas.
com palhada sobre o solo.
De alto poder de competição, por ser tolerante à seca e ao sombreamento e produzir um gran-
Colaborou nesta matéria Jedir Fiorelli - Especialista de Desenvolvimento de Produtos e Mercados divulgação
de número de sementes, a mucuna impede a
Outras plantas como LabLab tornaram-se daninhas em algumas regiões, e merecem igual atenção para evitar a disseminação.
Talhão com planta invasora: mamona
Área com presença acentuada de mucuna
29
MUNDO CANA
Mais eficiência na produção de biocombustível Etanol de segunda geração permite intensificar a produção de biocombustíveis
A
produção dos chamados com-
“As principais tecnologias utilizadas
Questionado sobre a viabilidade eco-
bustíveis de segunda geração
no desenvolvimento de processos,
nômica do processo, o especialista afir-
referem-se ao uso industrial do etanol
ma que o custo da produção precisa
celulósico o mais rápido possível, e en-
ser reduzido, assim como ocorreu na
cial da cana-de-açúcar, tem apresentado
volvem a caracterização dos diferentes
produção do etanol dos açúcares de
significativo avanço nos últimos anos.
materiais relacionados à biomassa da
cana, em que o Brasil é o líder mun-
O etanol de segunda geração é uma
cana, o pré-tratamento desta biomassa
dial. “Trata-se de ligar a ‘curva de
forma de intensificar a produção, ou
para facilitar a desmontagem do mate-
aprendizado’ onde sempre que a pro-
seja, produzir mais biocombustível
rial, a hidrólise enzimática, a separação
dução dobra, os custos caem de 10 a
sustentável na mesma área de cana, e,
de sólidos, a fermentação alcoólica e
20%. Os benefícios são não apenas o
portanto, tornando a produção mais
destilação, a disposição otimizada dos
aumento da produção, mas a capacita-
eficiente. “É uma necessidade e uma
resíduos, além da otimização energéti-
ção da indústria brasileira em uma área
oportunidade de crescimento signifi-
ca em todas as fases”, explica Jaime.
de ponta, com muito conhecimento e
cativo, algo semelhante ao que ocorre
A tecnologia CTC de etanol de segunda
muitos novos negócios sendo estabele-
com o pré-sal no caso do petróleo”,
geração pode ser usada e integrada em
cidos”, analisa.
compara Jaime Finguerut, gerente de
praticamente todas as usinas de cana-de-
desenvolvimento estratégico industrial
açúcar que gerem “sobras” de biomassa
do Centro de Tecnologia Canavieira
de cana. “Todos os processos atuais da
(CTC), de Piracicaba (SP).
usina serão usados e seu uso otimizado.
Jaime explica que o desenvolvimen-
Trata-se de um projeto inovador que será
to da tecnologia para a produção do
totalmente integrado com os processos
etanol celulósico do CTC começou em
de geração de etanol existentes das mais
1997. “Nesse período, operamos em
de 400 usinas que operam atualmente
conjunto com a Dedini, uma planta pi-
no Brasil”, afirma o especialista.
loto de hidrólise ácida do bagaço. Em
O processo desenvolvido já tem sua
seguida passamos a trabalhar com a
patente requerida junto aos órgãos do
hidrólise enzimática tendo como par-
governo e permitirá utilizar a biomassa
ceiro a maior empresa mundial de en-
da cana-de-açúcar de forma flexível,
zimas, a Novozymes”.
tanto para geração de etanol, como
Em 2007, o CTC iniciou o desenvolvi-
também de energia elétrica em função
mento do processo para obtenção do
das prioridades das usinas. “A expec-
etanol a partir da biomassa da cana-
tativa é termos a produção industrial
de-açúcar (bagaço e palha), e desde
sendo demonstrada em 2013 e a dis-
então está aumentando a escala de
ponibilidade comercial da tecnologia
experimentos.
em 2015”, afirma Jaime.
30
divulgação ctc
com a utilização da biomassa de
diferentes culturas agrícolas, em espe-
mudbum.com.br
* Conforme bula do produto.
Com DINAMIC a cana ca no LIMPO e sua produção TRANSBORDA.
www.arystalifescience.com.br