Título: "A Lenda da Menina Lua" conto de Rosa Maria Santos, Abril 2021

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A Lenda da Menina Lua

Conto

Rosa Maria Santos 2


Ficha Técnica

Título A Lenda da Menina Lua Tema Conto Autora Rosa Maria Santos. Capa Arranjo de José Sepúlveda Ilustrações Rosa Maria Santos Revisão de textos e Formatação José Sepúlveda Publicado por Rosa Jasmim Edições

Editado em E-book em Abril 2021 https://issuu.com/rosammrs/docs 3


Rosa Maria Santos Naturalidade – S. Martinho de Dume, Braga. Muito pequena, foi viver para a freguesia de Maximinos. A base do seu equilíbrio emocional está no seio familiar. É na família que encontra a alegria de viver. Viveu na Costa Litoral Alentejana, em Sines, trinta e um anos, tendo regressado em 2017, à cidade que a viu nascer, Braga. Participou em diversas coletâneas de Poesia, portuguesas, italianas e brasileiras. É Colunista no site Divulga Escritor, possuindo também uma rubrica na Revista com o mesmo nome. Foi assistente de produção e recolha na coletânea de postais do grupo Solar de Poetas, Poeta Sou…Viva a Poesia; participou nas coletâneas de poemas e postais de Natal do mesmo grupo: Era uma vez… um Menino; Nasceu, É Natal; Não Havia Lugar para Ele; Vale do Varosa: Uma Tela, um Poema, do Solar de Poetas, para promoção do Evento: Tarouca Vale a Pena; Belém Efrata; Então, Será Natal; Vi Uma Estrela, todas editadas em e-Book; O Presépio de Marco – inspirado nas imagens do presépio de Natal 2019, elaborado por Marco Penna e seus familiares; Quando o Menino Chegar – Coletânea de Poesia de Natal de 2020. 4


É Administradora dos grupos: Solar de Poetas, onde coordena também a equipa de Comentadores; Solarte – a Arte no Solar; SoLar-Si-Dó - A Música no Solar; Canal de Divulgação do Solar, Casa do Poeta; SolarTV Online; Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa; Hora do Conto e O Melhor do Mundo, todos do grupo Solar de Poetas. A escrita é uma das suas paixões… Não se considera escritora nem poetisa, mas uma alma poética a vaguear pelo mundo... Se um dia deixar de sonhar, diz, deixa de existir. Livros editados: Rosa Jasmim (poesia), Capa do Mestre Adelino Ângelo – Julho 2018.

E-Books - Poesia Cantam os Anjos (poesia de Natal) – Capa de Adias Machado – Natal 2017; - Ucanha terra de encanto Poesia) - Capa: Glória Costa – Maio 2018; - Sinos de Natal, Natal de 2018; - Glosa, Arte e Poesia, Pinturas de Glória Costa, poesia da autora, Agosto 2019; - Entre Barros, Arte e Poesia Bordadas à Mão – pinturas de Bárbara Santos, poesia da autora, Outubro 2019; - Maviosa poesia, a arte de rialantero" Pintura de Silvana Violante; poesia da autora; Em Palhas Deitado – Poesia de Natal, Dezembro 2020.

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E-Books - Contos Pétalas de Azul (contos) – Fevereiro 2019; - Estórias em Tons de Rosa (contos) Abril 2019; - Pena Rosada, Crónicas do Quotidiano, Julho 2019; - 12 Contos de Natal, capa de Madalena Macedo - imagens com arranjos da autora, Natal 2019; - O Veado Solitário, na Aldeia do Chefe Lyn - Edição bilingue (português/italiano), Janeiro 2020; - Esperança no País do Arco Íris – Edição bilingue (português/italiano), Abril 2020; - O Menino da Lagoa - Edição bilingue (português/inglês), Abril 2020; - A Menina Raposa, capa de Ana Cristina Dias; - Rufo, o Cãozinho desaparecido – Edição bilingue (português/espanhol), Abril 2020; - Ana Rita e o fascínio dos ovos – Maio 2020; - Milú, o Chapeuzinho que gostava de cirandar, Maio 2020; - Contos ao Luar, Maio de 2020; - Patusca, no Reino Misterioso - Edição bilingue (português/italiano), Maio 2020;- O bolo na casa da Avó Doroteia, Junho 2020; - Sonega, o Coelho Mandrião, Julho 2020; - Rosalina e a Sombra Rebelde, Julho 2020; - O Jardim em Festa, Julho 2020; - Ritinha, salva a Sereia Serena, Julho 2020; - Ana Clara, em tempos de pandemia, Novembro 2020; - Josefina, a menina que veio do mar, Novembro 2020; - Luizinho, protetor do ambiente, Novembro 2020; - A Girafa Alongadinha e a Pulga Salomé, Novembro 2020; O Dia de Natal, Dezembro de 2020; O Natal de Afonso; Dezembro de 2020; Um Milagre na Ilha Paraíso, Dezembro de 2020; Ventos de Mudança, Dezembro de 2020; Gisela e a Prenda de Reis, Janeiro de 2021; Dany, o 6


Menino que queria sorrir – Janeiro 2021; Marquito, o menino irrequieto – Janeiro 2021; Joaninha, a menina que vendia balões – Janeiro 2021; Vicentina, uma avó aventureira – Fevereiro 2021; Juliana e os sapatinhos encarnados – Fevereiro 2021; Tomás, o Pinguim Desastrado – Fevereiro 2021; Silas e o Triunfo do Amor – Fevereiro 2021, Bogalha, a macaquinha irreverente – Março 2021; Janota, a guardiã do ervilhal – Março 2021, Zâmbia, a macaquinha que queria casar – Março 2021; Tuly e o cavalinho de baloiço – Março de 2021, Maria, a menina que não conseguia dormir – Abril 2021; A Lenda da Menina Lua – Abril 2021.

Histórias da Bolachinha Bolachinha em Tarouca (prosa e poesia) - Capa: Glória Costa - Maio 2018; - Bolachinha vai à Hora de Poesia - Edição bilingue (português/ francês), Outubro 2018; - Bolachinha vai à Casa Museu Mestre Adelino Ângelo - Novembro 2018; - O Natal de Bolachinha, Natal 2018 Bolachinha e a Hora de Poesia, a visita de Teresa Subtil - Edição bilingue (português/Mirandês), Fevereiro 2020; - Bolachinha e a Hora de Poesia, a visita de José Sepúlveda - Edição bilingue (português/francês), Julho 2020.

Aventuras de Maria Laura Maria Laura, a Menina da Página dezasseis, Agosto 2020; - Aventura no Castelo sem nome, Agosto 2020.

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Distinções 2º Prémio de Poeti Internazionali. Poema Rosa de Saron, no Concorso Artemozioni, Cantico dei Cantici In Valle d’Itria, Itália; Maio 2017. 3º Prémio de Poeti Internazional - Itália. Com o poema “Violino”; 5° Biennale del Festival Internazionale Delle Emozioni, Itália - Maio 2019. 10° Edizione Del Concorso Di Poesia e Narrativa: Prémio d’Onore Concurso de Premio Letterario Internazionale di Poesia “Gocce di Memoria“, Itália, Junho 2019 con la poesia Sfera di cristallo (Bola de Cristal). Concorso “Il Meleto di Guido Gozzano” Sezione Autori di lingua straniera - ATTESTATO DI MERITO, 14 settembre 2019 com la poesia Assenza (Ausência). Itália, agosto de 2019. Jogos Florais Vale do Varosa 2019 – Concurso Literário Tarouca - “O rio, o vale e as gentes”: Menção Honrosa, categoria de Poema. Concorso di Poesia Internazionale " Gocce di Memoria" VI edizione 2020. Menzione d'onore con la poesie “Il mio quadro” – (Meu quadro). Itália julho 2020. Segunda Classificada no Prémio Poeti Internazionali 11ª. Edizione del Concorso Internazionale di Poesiavideopoesia e racconti dal titolo: Poesia Esteri “Ouve” (Ascolta) dezembro 2020. Menzione di Merito de poeti Internazionali 11ª. Edizione del Concorso Internazionale di Poesia8


videopoesia e racconti dal titolo: Racconti “Esmeralda” dezembro 2020. Ebook: https://issuu.com/rosammrs/docs

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A Lenda da Menina Lua

Os animais da Floresta Lifonema, atravessavam momentos muito difíceis. A natureza estava envolta numa profunda crise: os regatos secaram, a vegetação ficara moribunda, a seca assolou a região e desde há meses nem uma pequena gota de água caía, os animais quando viam uma pequena nuvem cruzar o céu, debruçavam-se sobre o solo como que suplicando com fervor que ela caísse. Mas, desalentados, logo a viam dissipar-se no infinito.

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- Nuvem, tem pena de nós, Traz-nos, chuva por favor Clamavam em alta voz, Com tristeza, com temor. O desalento era enorme Quando a viam lá no céu Dissipar-se desconforme Como um ar que se lhe deu. Os animais suplicavam, Ninguém queria saber, E confiantes aguardavam Alguém para lhes valer.

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Na noite daquele dia Com a lua a aparecer, Lembravam a profecia Que os viria socorrer. As flores teriam cor, A erva mais verdejante, Só então a sua dor Findaria num instante. A nuvem desapareceu Sem qualquer rasto deixar Mas por detrás desse véu O sol iria brilhar. Era grande a correria Nesse dia especial Que mais tarde lhes traria Um pôr do sol divinal. E quando ao tombar da noite Um manto breu se chegou, O vento soprou afoite Com a natureza acordou.

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- Finalmente! – gritavam – Chegou o vinte de outubro, o dia da liberdade! Para eles, aquela não era uma noite qualquer, era a noite da profecia tanto esperada e havia festa na Floresta Lifonema. O Sol desapareceu no horizonte, trazendo consigo a escuridão que logo se apoderou de todo o espaço. Os animais estavam agora radiantes de alegria, mas simultaneamente apreensivos e receosos. Uma réstia de esperança pairava no horizonte. Era tempo de esperar um pouco mais e confiar, talvez os seus ancestrais tivessem razão, tudo iria ser melhor a partir de então.

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Contavam os mais velhos que nessa noite as flores mostrariam o seu brilho e cor, as verdes folhas seriam tenras e viçosas, da terra brotaria a vida com todo o seu vigor, os rios e regatos seriam um manancial de frescas águas. Como seria diferente! Na verdade, desde há muito que os habitantes da Floresta Lifonema tinham vivido um momento assim, só mesmo a Sábia Coruja Sardina. Mas essa desde há muito tinha desaparecido não se sabe para onde e por lá vivia recatada. Mas nesse dia, até ela apareceu bem cedo, pela manhã. Sobrevoou toda a Floresta Lifonema e subiu ao cume da montanha, em busca duma planta 14


muito rara que só brotava nesse dia. Era ela que proporcionaria a transformação da vida e o fim da provação de todos os seus habitantes.

Quando os animais se aperceberam da coruja a sobrevoar a sua Floresta, olharam-se interrogativos e questionavam-se sobre os motivos da sua chegada. O que traria até ali a Sábia Coruja Sardina? Mas não obtinham resposta. Foi então que Martola, a Toupeira, desabafou: - Deve ter a ver com a profecia! Não fiquem temerosos, deixem-na voar. 15


- Esta quase a escurecer Dizia um Grilo p’ró outro O sol vai adormecer, Esperemos mais um pouco. Irá ser bom, com certeza, O que a lua vai trazer, Não só para a natureza Mas para o nosso viver. O povo bem precisava De esperança no futuro E eis que a lua chegava E tornava o ar mais puro. 16


As flores iam brotar, O alimento crescer E suas vidas transformar Em alegre e bom viver.

Conforme as horas iam correndo na Floresta Lifonema, os habitantes do parque esperavam confiantes a chegada da Menina Lua. Até o coelho Leopoldo e a coelhinha Galhofa, ao contrário de todos os dias, quando percorriam a floresta à procura de alimentos 17


para as suas crias, tinham ali chegado para assistir a tão ansiado acontecimento. Era a noite de todas as surpresas, há tanto ansiada, a noite do renascer da vida. Reunidos na clareira, com o olhar elevado aos céus, esperavam pacientemente o seu aparecimento triunfante. Dizia-se entre os animais que a profecia seria cumprida quando se ouvissem as vinte e duas badaladas lá longe, no sino aldeia. Por isso, ninguém arredava pé até que chegasse a almejada Menina Lua. Então, o milagre havia de acontecer. Era grande a escassez de alimento lá na floresta, a seca desde há muito transformara aquele solo antes verdejante num terreno árido, infértil, sequioso de água.

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- Minha terra tão amada, Outrora tão verdejante, Estás árida, sem nada, Que estado preocupante. Assim que a noite chegar E a lua aparecer, De novo, com seu luar, A vai fazer renascer.

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É esta a nossa esperança, Um milagre acontecer, E ver de novo a abundância Na nossa terra aparecer.

Como contava a lenda, quando tudo escurecesse, a Menina Lua viria com sua luz iluminar a noite, como numa manhã de sol. E acrescentavam que quando assim acontecesse, não mais haveria fome nem doença na Floresta Lifonema. Terminariam também os momentos de conflito entre os animais porque haveria alimento em abundância para todos. Os prados tornar-se-iam de novo verdejantes, os frutos silvestres abundariam por toda a parte e entre todos os animais 20


haveria paz e concórdia. Era um momento de esperança, tudo ia acontecer.

Na noite mais esperada A lua ia aparecer Na clareira abençoada E todos queriam ver. O estar nesse lugar Presságio bom lhes seria, E lhes havia de dar Regozijo e alegria. 21


Nessa vigília ao luar, Aguardavam pacientes Pela lua que ao chegar Alegrava essas gentes. Com os olhos bem erguidos Para o seu manto de breu, Se ouviram alguns gemidos: - O que foi que aconteceu?

- O que aconteceu? Será que chegou o momento? De novo se espalharam pelo espaço novos gemidos, arrepiantes, acutilantes. O fenómeno provocou inquietação e insegurança. - O que será? 22


Num gesto instintivo, todos se juntaram. Seria algum predador que andava por ali? Nos longos minutos que se sucederam, os gemidos foram-se sucedendo. Logo, os mais velhos do grupo cuidaram de proteger as suas crias. Eles eram a esperança da floresta. Caberlhes-ia proteger a Floresta Lifonema e dar-lhes vida no futuro. Graçola, o texugo, apressou-se a correr ao encontro dos ruídos. Mas nada encontrou. Com apreensão, todos se mantinham na clareira, trocando impressões e aguardando pacientemente que a lua aparecesse, tinham a certeza que seria nesse dia. O tempo ia-se passando e nada, nem lua, nem luar.

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De olhos postos no céu, Já cansados de esperar, A lua não apareceu E o dia a clarear. Será que era mentira Desses seus antepassados? E cada qual se retira Com todos muito calados. O Sapinho chega ao rio E vê algo muito estranho, Um barquinho em desvario De pequenino tamanho! Carolina e Antonino Com essa Menina Lua Presa lá no seu barquinho Como se ela fosse sua. - Vou chamar os animais, Vamos libertá-la já Antes que tarde de mais E vá chegando a manhã. E o Sapinho, a correr, Chamou todos os amigos E com todo o seu querer Foram sobre os inimigos 24


- Ó, um casal de castores! Nem qu’riam acreditar Foram eles os raptores Da Lua e do seu luar.

Ao constatarem quem eram os raptores, os animais estavam desiludidos, nem queriam acreditar no que havia sucedido. Não seria grande a demora, iam ver a surpresa que os esperava. Como é possível ser tão egoísta, querer a Menina Lua apenas para eles? E logo se dirigiram a casa de Carolina e Antonino, os castores. Esconderam-se entre os canaviais e esperaram em silêncio absoluto, até que o casal chegou. 25


A Menina Lua, muito pálida, estava ali prostrada, quase sem forças. Precisava que a colocassem no seu devido lugar muito rapidamente, não fosse desfalecer.

Os castores Carolina e Antonino retiraram-na do pequeno barco, sem se aperceberem da presença dos restantes animais e dirigiram-se para casa, com o propósito de esconderem a Menina Lua. Nem raciocinaram que ela depressa sucumbiria, caso não voltasse ao seu habitat natural, seria o seu fim. Na verdade, esses castorzinhos duma figa estavam a precisar duma grande lição. E se assim o pensaram, melhor o fizeram: 26


- Aonde pensam que vão com a Menina Lua, seus bandalhos? – gritou a Lebre Artolas - Que ideia foi essa de a Menina Lua ser apenas vossa? – acrescentou o Lobo Farimpa. – Não veem o estado debilitado em que a puseram? – retorquiu com voz preocupada, Rabina, a Raposa.

- Aonde iam, batoteiros, Com nossa Menina Lua? Vejam todos, companheiros, - Vamos vesti-la, está nua!

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Trouxeram a pobrezinha Do seu palácio real Mas não vai ficar sozinha Nesta noite especial. Coloquemo-la no céu Para se manifestar E esse negro e denso véu Possa enfim iluminar Não viram na profecia O que ia acontecer E que a vossa rebeldia Quase a faziam morrer? - Só a quisemos ajudar Metemo-la no barquinho Para um pouco descansar Aqui no nosso cantinho.

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Mas os animais da floresta não foram na cantiga. Debilitada como estava, necessitavam de a recolocar lá no alto, no seu lugar, para se recompor e assim se cumprisse a profecia. - Menina Lua, vem connosco – chamava carinhosamente a Constelação Ursa Maior. - Percorremos todo o firmamento ao longo do hemisfério Sul e nada, princesa, não te encontrámos. – acrescentava a Constelação Cruzeiro do Sul. - E sabermos que esta noite a Menina Lua tinha de cumprir o seu papel - replicou angustiada a Constelação Ursa Menor. 29


E uma a uma, todas as constelações se aproximaram para levarem consigo a Menina Lua. Coitada, como estava debilitada. A incúria do casal de castores quase a fizeram desaparecer. Por sua vez, Carolina e Antonino, os castores, mostravam-se agora arrependidos e procuravam ajudar no que sabiam.

Agora, de mão na mão, Correram p’la clareira, Num trabalho em união, Até junto da azinheira.

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Balançaram-na no ar E no espaço se estendeu E lá no céu, a brilhar, O seu luar ofereceu. E os animais decidiram Da lua ser guardiões E os castores proibiram De ter novas delações. A partir daquele instante, Teriam que a merecer, Perto de si, não distante, Aonde os pudessem ver.

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E foi assim que viram cumprida a profecia. A Floresta Lifonena estava agora viçosa e ali havia comida em abundância. A vegetação tornara-se verdejante, abundavam os frutos silvestres e por toda a parte proliferavam regatos e rios de água cristalina aonde cada um podia saciar a sua sede. A Sábia Coruja Sardina, atenta e ágil, espalhou pela floresta o elixir da amizade, prosperidade, felicidade e camaradagem. Lá junto ao rio, na casa dos castores, Carolina e Antonino, viviam agora, quais prisioneiros de si mesmo, sob a vigilância dos restantes animais, como castigo pelo egoísmo e ganância. Fora esse o veredito da Sábia Coruja 32


Sardina, até que um dia pudessem merecer de novo a confiança de toda a comunidade e houvesse paz na Floresta Lifonema.

Quem tudo quer, tudo perde, Diz o povo e com razão Vem a fome, vem a sede E tudo tem seu senão. Ser egoísta é maldade, Repartir, é obrigação E a maior felicidade É ter paz no coração. 33


Os castores se arrependeram E para obterem perdão Aos seus demais prometeram Não mais prevaricarão. Viver em comunidade, Foi essa a grande lição, Alcançar felicidade Em paz e em união.

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