Revista Conviver #10

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Janeiro de 2010

Campina Grande

ISSN 1983-1102

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www.cg.unimed.com.br




UNIMED: UMA MARCA NO SEU TEMPO

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• Dr. clovis borges • uma escolha a altura da decisão •a excelência que nos une • redenção pelo conhecimento

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

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• um novo olhar

ARTES EM MOVIMENTO PONTO DE VISTA - A VIDA EM DEBATE

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• a nós, que somos instante, que somos eternos • edificar a paz mundial • um comovente adeus ao doutor ulisses pinto • convivência, tolerância, diferença e alteridade

NOSSO PATRIMÔNIO • Dr. frasncisco vieira

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MEDICINA PREVENTIVA

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• hiperidrose • olhos • postura para a vida • vida em cada gota • beleza é fundamental

• a segunda abertura do mar vermelho para o povo judeu • saudades do futuro • o terceiro quirodáctilo do dr. josé alves • no tempo da delicadeza • o poeta não cala

CIDADE - QUE GRANDE CAMPINA • ordem no progresso

SAÚDE AUTO ASTRAL

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• o humor em alta • traço de humor • CONVIVA!


COLUNISTAS UMA MARCA NO SEU TEMPO

SENSIBILIDADE CRÔNICA

DR.JOSÉ MORAIS LUCAS Médico Anestesiologista, Cooperado da Unimed Campina Grande, Membro da Academia Campinense de Letras.

MICA GUIMARÃES Jornalista, Professor do Curso de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba, Radialista.

O RISO E O SISO DR. EDMUNDO DE OLIVEIRA GAUDÊnCIO Médico Psiquiatra, Cooperado da Unimed Campina Grande, Professor de Psiquiatria da UFCG.

NATUREZA MÉDICA DR. FLAWBER ANTONIO CRUZ Perito médico do INSS - Especialista em Pediatria - Membro do Conselho Regional de Medicina.

ECOSCIENTE ROSÂNGELA ALVES DE SOUTO Graduada em Ciências Biológicas, Mestre em agronomia, Doutoranda em Recursos Naturais.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

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HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DR.JOSÉ ALVES NETO Médico Ultrassonografista, Cooperado da Unimed Campina Grande.

TRAÇO DE HUMOR FRED OZANAN Jornalista, chargista, design gráfico, sócio fundador da Fundação Nacional do Humor (PI), membro da Associação dos Cartunistas do Brasil (SP).

CONVIVA! ALINE FERREIRA DURÃES Jornalista pela Universidade Estadual da Paraíba, Graduanda em Letras - Língua Inglesa pela Universidade Estadual da Paraíba e cursando especialização em Mídia e Assessoria de Comunicação.

DRª Alana Agra do Ó Graduada em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba. Especialista em Saúde Pública pela Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas (2004) e residência médica pela Universidade Federal da Paraíba (2001).

DILMA dantas Jornalista pela UEPB, Teóloga pesquisadora da cultura judáica. Estudou na Escola Metivyah em Jerusálem. Atualmente coordena o PBprev em Campina Grande.

JOSé otÁVIO DE AGUIAR Doutor em História e Culturas Políticas pela UFMG, Pós Doutorando em História pela UFPE. Professor do Curso de Mestrado em História UAHG/UFCG, Professor do Curso de Mestrado e Doutorado em Recursos Naturais/UFCG.

DRª ALCIONE FARIAS Fisioterapeuta pela Universidade Estadual da Paraíba, Especialista em Reeducação Postural Global (RPG), pelo Instituto Philippe Emmanuel Souchard de Reeducação Postural Global e em Terapia Manual, pela Escola de Terapia Manual e Postural Afonso Salgado.

DR. EVALDO DANTAS NÓBREGA Membro da Academia de Letras de Campina Grande. Cirurgião Coloproctologista. Ex-Superintendente e Diretor do HUCG.

PE PAULO SÉRGIO ARAÚJO GOUVEIA Pároco e Administrador da Paróquia de São Judas Tadeu.

ALÍPIO HORTINS Jornalista Graduado pela Universidade Estadual da Paraíba UEPB, Assessor de Comunicação, Geógrafo e Especialista em Educação Ambiental na gestão currículo e ensino.

DR. EVERALDO LOPES Médico em Ginecologia Oncológica; Um dos fundadores da Faculdade de Medicina de Campina Grande; Professor Aposentado e Escritor.

ROSSANDRO KLINJEY Graduado em Psicologia pela Universidade Estadual da Paraíba (1998) e mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual da Paraíba (2002). Atua como Psicólogo Clínico na Clínica Reabilitar, professor da Facisa e FCM.

DRA. ANA CECÍLIA Graduada em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba, especializada em dermatologia pelo Centro de Estudos Dermatológicos do Recife (CEDER).

Dr. Flávio Ventura Pinto de Oliveira Médico Oftalmologista Título de Especialista em Oftalmologia pelo CBO; Residência Médica na Santa Casa de Misericórdia de SP; Fellow em Retina e Vítreo na Santa Casa de Misericórdia de SP.

Dr. Rivaldo Fernandes Filho Médico Cirurgião Torácico – Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica – Professor de Cirurgia da UFCG.

DIANA REIS Graduada em Comunicação Social - Habilitação Rádio e Tv - pela Universidade Federal da Paraíba (2007). Pós-graduanda em Mídia e Assessoria de Comunicação pela Faculdade Cesrei. Servidora federal do INSS. Desenvolve atividade de Assessoria de Comunicação e produção de vídeos.



Espaço doLeitor CARTAS

EDIÇÃO ANTERIOR

A leitura da revista Conviver é uma união literal do útil ao agradável. A publicação consegue trazer reportagens com dicas de saúde, história e variedades com inteligência, leveza e qualidade. Parabéns a toda equipe!. Fernanda Souza - Chefe de Reportagem do Jornal Correio da Paraíba - CG

Li a Revista Conviver e gostaria de parabenizar a toda Unimed, em especial o corpo de editoria da revista pela iniciativa de disponibilizar a Campina Grande mais uma ferramenta de comunicação para o público médico. Destaco os artigos de conteúdo médico-científico e também os artigos do professor Edmundo Gaudêncio, que nos fazem refletir de forma edificante. Um abraço a todos. Saulo Magalhães - Médico

CoNVIVeNdo Com VOCÊ CONFRATERNIZAÇÃO UNIVERSAL

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DR EVERALDO LOPES

discurso democrático inspira-se no ideal de uma sociedade justa e igualitária. Seguramente, a convivência comunitária é a única salvação para a humanidade! Porém é chocante e desolador o contraste entre a proposta verbalizada e a prática social... a explicação recai na resistência do egoísmo humano às exigências do vínculo solidário. Os indivíduos aderem sem esforço aos empreendimentos que satisfazem suas ambições imediatas... mas não investem com o mesmo ardor em ações que a todos contemplem indistintamente. Todo mundo deseja sentir a alegria de satisfazer carências pessoais, ambiciona experimentar algo prazeroso... mas a satisfação indisciplinada desses desejos a longo prazo se torna letal para o equilíbrio comunitário. Viver em comunidade implica impor limites às demandas egóicas. Isto tem um preço cobrado antecipadamente sob a forma de autoconhecimento,

disciplina emocional, espírito de justiça e tolerância. Nesta perspectiva, a harmonia social é sempre o resultado de uma realização coletiva que supõe esforço convergente de todos e cada um dos membros do grupo. A fraternidade baseada na adesão à verdade e na prática da Justiça é o cerne da caminhada humanitarista. Nesta campanha, o pensamento ilumina os caminhos, mas é o sentimento que dá conteúdo à existência, conferindo um sentido à vida. Não há como induzir as pessoas à prática da solidariedade, podemos apenas dar o exemplo. Cada um precisa resgatar em si mesmo potencialidades soterradas pelo exclusivismo egóico... tarefa para toda uma vida, que

exige disciplina e persistência. Sobretudo é preciso estar imbuído de que nunca se alcançará a realização pessoal, negando o respeito ao “outro”. Celebremos, pois, o Dia da Confraternização Universal, confirmando o compromisso pessoal de disciplinar o egoísmo atávico adverso à solidariedade e à cooperação, nas nossas ações sociais, econômicas e políticas.


Unicred


Da Unimed

É TEMPO DE FICAR ACORDADO

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mportada e incorporada por vários países a palavra francesa Réveillon tem origem no verbo réveiller, que muito mais do que uma festa significa despertar, “ficar acordado”. Impossível dissociar a palavra Réveillon dos festejos de fim de ano, uma celebração que pode ser interpretada como um ritual de passagem, afinal, todas as culturas do mundo, independente do tempo em que se situem, celebram a renovação como elo de ligação entre dois ciclos, o que passou e o que se apresenta. Para nós que fazemos a Unimed Campina Grande, 2009 foi o ano da certificação. A comprovação pela Agência Nacional de Saúde Suplementar de que todo o empenho voltado para a qualidade do nosso trabalho e credibilidade junto a você ecoa positivamente, nos dando a certeza de que este é o caminho. No último trimestre de 2009 dois importantes momentos serviram de referência para a nossa história. Através do Programa de Qualificação das Operadoras de Planos de Saúde desenvolvido pelo nosso órgão regulador, ANS, a Unimed Campina Grande dentre as 1.707 operadoras atualmente ativas e com beneficiários no Brasil conquistou o importante índice de 86% de satisfação do beneficiário no ranking do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar - IDSS. Para se ter uma ideia o IDSS é uma informação importante para o consumidor na hora de contratar um plano de saúde. A partir dele, é possível conhecer o nível de qualidade das operadoras e fazer uma melhor escolha. Coroando nossas conquistas em 2009, a Unimed Campina Grande recebeu no último mês do ano, o seu Registro Definitivo junto a ANS. Uma certificação do alcance da excelência e do cumprimento das normas estabelecidas pelo Governo Federal para uma operadora. Para se ter uma ideia deste momento, basta avaliarmos que atualmente no Brasil das mais de mil e setecentas operadoras que atuam nesta área no País, 55% delas ainda não alcançaram o seu registro definitivo. Isto significa, segundo dados do Globo Online, que aproximadamente 15,7 milhões de brasileiros possuem planos de saúde de operadoras que não têm autorização definitiva de funcionamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Todas estas vitórias são justificadas na união de médicos cooperados, colaboradores, clientes e não clientes, na intenção em sermos mais, quando o assunto é servir com verdade e transparência, afinal já se vão 38 anos de uma vitoriosa união entre a Unimed e a cidade de Campina Grande. Para o ano que se inicia, o tempo será de contínuo Reveillon, não no sentido de eterna comemoração, mas do dinâmico exercício do despertar. Um “estar acordado” para o futuro que nos convida a viver novas experiências, onde nelas poderemos burilar o contínuo aprimoramento que faz de cada um de nós eternos aprendizes na prática do conviver.

Dr. Francisco Vieira de Oliveira presidente da unimed


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Janeiro de 2010

Campina Grande

DIRETORIA 2006/2010 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO presidente: dr. francisco Vieira de oliveira diretoria administrativo – financeira: dr. alexandre de Castro batista leite diretoria médico – operacional: dr. Noberto josé da silva Neto diretoria de mercado: dra. teresa Cristina mayer Ventura da Nóbrega VOGAIS dr. emílio de farias júnior dr. giovannini César a. l. de figueiredo dr. josé moisés medeiros Neto dr. josé tadeu pereira Vitorino dra. maria das graças l. Chagas CONSELHO TÉCNICO E DE ÉTICA dr. aurélio josé gonçalves m. Ventura dr. Carlos roberto de s. oliveira dra. deborah rose galvão dantas dra. gesira soares de a. florentino dr. josé protássio de Vieira dra. mônica loureiro C. rodrigues CONSELHO FISCAL 2009 dr. antonio dimas Cabral dr. ericsson albuquerque marques dr.gladstone botto de almeida dr. henrique César feitosa pereira dra. jimena lacerda C. ribeiro dr. saulo gaudêncio de brito ASSESSORIA JURÍDICA dr. giovanni bosco dantas medeiros dra. maria rodrigues sampaio COMITÊ DE COMUNICAÇÃO dr. evaldo dantas Nóbrega dr. joaquim monteiro franca filho dr. josé morais lucas dr. josé moisés medeiros Neto dr. josé alves Neto DIREÇÃO/EDIÇÃO drª. teresa Cristina m. V. da Nóbrega alice rosane Correia aline durães ribamildo bezerra de lima ulisses praxedes JORNALISTA RESPONSÁVEL ribamildo bezerra - drt 625/99 REDAÇÃO ulisses praxedes – drt 2787/08 FOTOGRAFIA leonardo dos santos silva ASSESSORIA DE MARKETING alice rosane Correia REVISÃO erika Castro DIREÇÃO DE ARTE E VISUAL 9Ideia Comunicação www.9ideia.com.br IMPRESSÃO gráfica moura ramos CIRCULAÇÃO 2.000 exemplares distribuição gratuita edição trimestral

ESPAÇO DO LEITOR ATENDIMENTO (83) 2101.6576 / 2101.6580 revistaconviver@ymail.com PARA ANUNCIAR LIGUE: (83) 2101.6580 (alice) alice@cg.unimed.com.br

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Da Redação

VIVER O NOVO dez?

O que seria para você viver um ano

Este número pode ser muito mais do que imaginamos. Constitui-se em um decálogo, um número completo. Nele fecha-se um ciclo. Na matemática todos os números são agrupados em conjuntos de dez, sendo este a junção do início (1) e do fim (0). É também o número da perfeição das obras e da plenitude dos santos no sentido bíblico. Portanto, não há como fugir: é um ano de bastante significado para nossas vidas! Há quem diga que viver um ano dez é aproveitar festas, é viver intensamente cada minuto e se importar apenas com o presente. Passado e futuro não existem. É, viver um ano dez é vivê-lo intensamente sim, só que com algumas diferenças. Não se trata apenas de freqüentar festas, mas de divertir-se nos grandes e singelos momentos da vida. Ver um pôr-do-sol, observar a natureza, brincar com seu filho... É também lembrar-se do passado e tê-lo como lição para o presente. É importar-se com suas ações hoje que trarão conseqüências no futuro. Pensar no amanhã também é saudável. E com o intuito de provocar uma maior reflexão e entrarmos em 2010 com saúde no corpo e no espírito é que vem a edição número dez da Conviver! Fundamentada na nossa história e vivendo o presente para construir um futuro melhor, trazemos nosso rol de matérias e artigos. Dr. Everaldo vem mais uma vez abrilhantar o espaço “Convivendo com Você” falando sobre a confraternização universal e a necessidade do homem de viver tal momento. O médico

e pesquisador Dr. José Morais Lucas nesta edição fala sobre o pioneirismo na anestesia em Campina Grande na pessoa do Dr. Cloves Borges. Seguem-se então um conjunto de artigos e reportagens que nos levam à reflexões sobre o homem, a paz mundial e a convivência e tolerância. Todos escritos por nomes que agregam mais valor à Conviver, como Dr. Flawber Cruz e os Professores Rossandro Klinjey e José Otávio de Aguiar. Nas páginas verdes, o presidente da Unimed Campina Grande, Dr. Francisco Vieira de Oliveira nos fala sobre os desafios enfrentados pela cooperativa e as conquistas que trazem o reconhecimento de um trabalho árduo porém não menos prazeroso de médicos que tem como filosofia de trabalho e de vida o cooperativismo. A Medicina Preventiva também está em evidência, trazendo assuntos atuais como Hiperidrose, Degeneração Macular, Reeducação Postural e a influência da dermatologia e da estética nos dias de hoje. São muitas outras estrelas-matérias que iluminam este ano novo, trazendo saúde, esperança e a motivação de que um ano dez não aparece do nada. Nós podemos e devemos construir este ano dez em nossas vidas fazendo valer uma pertinente frase do poeta Fernando Pessoa: “Sinto-me nascido a cada momento, para a eterna novidade do Mundo...” Boa Leitura e Viva um ano dez! Equipe Conviver.

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DR. CLOVIS BORGES

PIONEIRO DA ANESTESIA EM CAMPINA GRANDE

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intercâmbio médico Campina Grande-Recife, ainda hoje muito grande, foi consideravelmente maior nas décadas de 30, 40 e 50, quando aproximadamente 90% dos profissionais desta área que se instalaram para trabalhar em nossa cidade, vieram da capital pernambucana, após se formarem na tradicional Faculdade de Medicina do Recife, a segunda Escola Médica mais antiga do Nordeste, fundada em 1915. A explicação lógica desta preferência era, sem dúvida, pela proximidade territorial entre as duas cidades. Tanto os jovens da Paraíba e particularmente de Campina, eram atraídos para cursarem medicina no Recife, como no sentido inverso do vetor, jovens médicos formados no Recife – paraibanos e muitos pernambucanos, para cá vieram se instalar, ora retornando à terra natal, ora por conta do mercado promissor da progressista cidade “Rainha da Borborema”. Aqui é oportuno lembrar que, no período supracitado, o nosso Estado ainda não dispunha de nenhuma Faculdade de Medicina, pois a de João Pessoa (UFPB), pioneira na Paraíba, formou a sua primeira turma em 1957; mais distante ainda foi a formatura da primeira turma da Faculdade de Medicina de Campina Grande,

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também da UFPB, hoje UFCG, que aconteceu em 1973. Foram muitos os médicos pernambucanos que vieram para Campina Grande naquele período áureo da nossa cidade e entre eles o Dr. Clovis da Silva Borges, formado em Recife na turma de 1946, aqui chegando como ginecologista em 1947. Para cá, também da sua turma, vieram os doutores João Caetano dos Santos e Ubaldino Souto Maior, ambos paraibanos. O Dr. Clovis, filho de José da Silva Borges e de Jacinta Borges, teve outras motivações para escolher a nossa cidade, pois era um pernambucano de Taquaritinga do Norte, cidade próxima de Campina Grande. Por outro lado, o seu tio Dario Borges, também de Taquaritinga, na época já era um empresário bem sucedido em Campina Grande, onde havia constituído uma cooperativa bancária, que funcionou por muitos anos. A presença e o sucesso do tio Dario Borges em Campina, foi mais uma motivação para que o Dr. Clovis viesse se instalar como médico em nossa cidade. Cidade onde viveu durante 50 anos, onde se casou e constituiu família,

estando aqui os seus restos mortais. Sobre o Dr. Clovis Borges, décimo médico a ser homenageado por esta revista, por quem devotei admiração e respeito, falo e escrevo com muita convicção, pois o conheci por muitos anos e de muito perto, já que sou casado há 39 anos com Valeria, a sua filha primogênita. Para aqueles com quem conviveu, o Dr. Clovis foi um chefe de família exemplar, sendo ainda hoje citado pelos que o conheceram, pois teve uma conduta de vida pautada inteiramente para a família e o trabalho. A década de 50 veio para


José Morais Lucas

mudar radicalmente a sua vida, pois, exatamente em 1950, quando o modelar Hospital Alcides Carneiro (IPASE), estava para ser concluído e inaugurado, recebeu convite para ser o primeiro anestesista daquela instituição federal de saúde. Ao aceitar, foi obrigado a mudar de especialidade, tendo que fazer curso de especialização no Hospital dos Servidores do Estado, no Rio de Janeiro, também pertencente ao IPASE, constituindo-se desta maneira, não só como o primeiro anestesiologista do Hospital Alcides Carneiro, hoje Hospital Universitário, como também passou a ser o primeiro especialista em anestesia de Campina Grande. Está nos anais da Sociedade Brasileira de Anestesiologia a sua inscrição como o sócio nº 146. Após a inauguração do hospital em 10 de dezembro de 1950, passou a exercer suas funções na nova especialidade, tendo que prestar concurso e ser aprovado, para validar a sua nomeação como servidor público federal do IPASE. Somente um ano e meio depois chegaria o Dr. Antonio Arruda para ser o segundo médico anestesista do Hospital do IPASE e consequentemente o segundo especialista na cidade. Em 1951, mas precisamente no dia 20 de dezembro, o Dr. Clovis Borges casou-se com uma jovem que tinha apenas 16 anos de idade. Berenice, sua esposa, filha do médico Honor Marcelino de Oliveira e de dona Maria José Lins Marcelino,

de tradicional família do Recife. O casamento durou até a sua morte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 1998, quando contava com 81 anos de idade, pois havia nascido no dia 20 de agosto de 1917. Apesar de ter se casado muito jovem, quando apenas tinha concluído o curso ginasial, Berenice, por quem tenho muita estima e estreitos laços familiares, voltou a estudar anos depois, fazendo vestibular juntamente com a filha Valéria. Com uma inteligência acima da média, além de muita força de vontade, num mesmo ano, minha sogra Berenice fez os três anos do curso científico, pois existia uma lei que permitia esta proeza, além de ter passado no vestibular. Em matéria de estudo deu a volta por cima, pois, concluiu três cursos na FURNE, hoje UEPB (Pedagogia, bacharelado em Bioestatística e Psicologia) além da Pós-Graduação. Foi professora universitária da UEPB em vários cursos, com maior dedicação para Bioestatística, onde publicou um livro sobre esta matéria de muita importância e complexidade. Foi eleita pela comunidade acadêmica para exercer o mandato de vice-reitora na primeira gestão do reitor Sebastião Vieira. Além

da vice-reitoria, com inúmeras passagens pela Reitoria como substituta eventual do titular, exerceu outros cargos na diretoria da instituição. Até pouco tempo, após sua aposentadoria da UEPB, a professora Berenice esteve prestando os seus serviços na Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Campina Grande, como Coordenadora de Educação, trabalhando ao lado do Secretário Flávio Romero.

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O casal Clovis-Berenice teve cinco filhos. Pela ordem, Valéria, Pedagoga e ProfessoraMestra do Centro de Educação (CEDUC) da UEPB, mãe de três filhas. Micheline, médica oftalmologista e Diretora do Banco de Olhos do Distrito Federal, que é casada com Fernando Betty Cresta, Doutor em Oftalmologia pela USP e médico do Hospital das Clínicas de São Paulo; Rosália, casada com Herbert (Juka) Victor Soares, ambos com o curso de Direito e especialistas em Marketing, desenvolvendo suas atividades através das empresas Criare (propaganda) e Ampliar (imóveis). Rosália e Juka são os pais de Camila e Caio; Marcela, a caçula de Valéria, é Pedagoga, mestranda em Educação, professora do Seminário de Campina Grande e Diretora-Adjunta do Colégio Padre Antonino, da rede pública municipal. Está se preparando para o casamento com Roberto Bruno Pereira de Araújo, profissional da área de comunicação visual e informática. Vera Lucia, segunda filha do casal Clovis-Berenice, é médica dermatologista em Aracaju, exercendo também Medicina do Trabalho e Perícia Médica. A Dra. Vera é mãe dos médicos Ana Claudia (Gastroenterologia Infantil) e Clovis Augusto (Cirurgia Geral); Ana Cláudia é casada com o Professor-Mestre Eduardo Gonçalves, Coordenador de Ensino do Colégio e Faculdade Amadeus em Aracaju; Eduardo e Ana Cláudia são os pais de Yasmin e Gabriela. O médico anestesiologista e que também se dedica ao tratamento da dor – Clovis José da Silva Borges, conhecido entre familiares e colegas como Dr. Clovinho, deu continuidade a especialidade do pai, Dr. Clovis

da Silva Borges. O José foi uma homenagem ao avô. Clovis José é pai de Ednaldo (Edinho), que está concluindo o curso de Direito na UEPB; de Tarsila, formada em Arte e Mídia pela UFCG, além de Taís e Luana; filhas do seu segundo casamento, com Márcia Pontes Cavalcanti Borges, Artista Plástica e Mestra em Engenharia Biomédica. Na sequência está Vânia, Assistente Social com MBA em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, atualmente exercendo a chefia do núcleo de Recursos Humanos do Hospital Regional de Campina Grande. Vânia é mãe de três filhos. Juliana, estudante do curso de Enfermagem, já tendo concluído o curso supe-

Para aqueles com quem conviveu, o Dr. Clovis foi um chefe de família exemplar, pois teve uma conduta de vida pautada inteiramente para a família e o trabalho. rior de Publicidade e Comunicação; Vitor, cursando atualmente Direito na Universidade Federal do Piauí, além de Jaqueline, que recentemente completou seus quinze anos de idade. O caçula da família é José Flávio Marcelino Borges, Professor Doutor em Física, atualmente Coordenador do Curso na Universidade de Ponta Grossa no Paraná. Recentemente esteve em nossa cidade, pois estava retornando de Fortaleza, onde proferiu três palestras na UFCE, sobre temas do seu domínio científico. Flávio tem uma filha de três anos

que se chama Narayana. Finalizando, lembro que o Dr. Clovis, por ter participado da Sociedade de Anestesia prestadora de serviços e que se chamava CRALL, trabalhou em todos os hospitais da cidade, onde sempre foi muito respeitado. Porém, pela maior convivência, o que ele gostava mesmo era de trabalhar no Hospital Alcides Carneiro (IPASE), onde era funcionário federal, bem como no Hospital Pedro I, onde tinha a preferência dos cirurgiões-médicos Gilvan Barbosa, Aroldo Cruz e Antonio Mesquita. Um fato marcante na sua vida, é que, mesmo aposentado, fazia questão de fazer anestesias para cirurgias realizadas no Hospital do IPASE (hoje HU), sem nenhuma remuneração. Fez isso por muitos anos, fazendo jus ao que a Professora Berenice me falou ao dizer, “Clovis gostava muito de trabalhar, não era acomodado, cumpria com os seus deveres e os seus horários, porém não era ganancioso. Neste ritmo de vida, educamos todos os filhos, fizemos muitas viagens de lazer, dentro e fora do país, como países da Europa e América do Sul. Além disso, gostávamos de curtir as ferias, geralmente no mês de janeiro, principalmente quando os filhos eram menores, na maioria das vezes em Recife, onde tínhamos um apartamento em Boa Viagem”. O Dr. Clovis Borges, realmente marcou forte presença em Campina Grande, cidade que ele muito amava. Para cá também vieram morar os seus pais e as irmãs Lourdes, Luzia, Zélia, Ivonete e Mirian. Hoje, a família Borges de Taquaritinga está ampliada e muito ramificada em Campina Grande, tendo se unido por laços matrimoniais a outras importantes famílias.

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UMA ESCOLHA a ALTURA DA DECISÃO

A Unimed Campina Grande se torna ainda maior com a entrada de novos médicos cooperados, que só reafirmam o compromisso e a força que o sistema cooperativista possui como filosofia de vida e de trabalho.

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ais do que um negócio, uma escolha de vida. Este foi o sentimento que inundou o dia 07 de novembro, no Curso de Fundamentação dos Princípios Cooperativistas. Etapa que faz parte de todo processo de entrada de novos médicos na Unimed Campina Grande. O evento ocorreu no Hotel Village e contou com a presença de cerca de dezoito candidatos a ingressarem na cooperativa. O dia de atividades se iniciou com a fala do Presidente da Unimed Campina Grande, o Dr. Francisco Vieira de Oliveira, que realizou um panorama do cooperativismo no mundo, afunilando as explanações até a nossa cooperativa local. Ele também frisou o importante momento que estamos

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vivendo de consolidação financeira depois da crise que atingiu todo o mundo. Logo em seguida, o jornalista e assessor de imprensa da Unimed Campina Grande, Ri-bamildo Bezerra proferiu a palestra “Cooperativismo: uma escolha a altura da decisão”, abordando a origem do cooperativismo no mundo, as especificidades do cooperativismo médico e, acima de tudo, falou sobre a importância desta escolha dos médicos em se integrar a uma cooperativa. Destacou que não é apenas escolher uma forma de trabalho mas também um estilo de vida, pautado nos princípios de: Livre acesso, adesão voluntária; Controle, organização e gestão democrática; Participação econômica dos seus associados;

Autonomia e independência; Educação, capacitação e informação; Cooperação entre cooperativas e Compromisso com a comunidade. A interação entre os novos cooperados também foi um aspecto bastante valorizado neste treinamento. Para tanto foi realizada a Dinâmica Interativa “Atitude de cooperação”. Na mesma, os médicos foram orientados a formarem duplas e escolherem casos cotidianos em que eles tiveram que usar do princípio da cooperação para solucionar situações. Consistiu em um momento de grande edificação para todos e de reafirmação da importância do cooperativismo no dia-a-dia. O psicólogo Prof. Rossandro Klinjey ministrou a palestra “Individualismo x o Cole-


Cooperado tivo” e tratou de vários aspectos da vida humana em que se é preciso atentar para a coletividade e para o trabalho em equipe. Falou também sobre casos na história da sociedade de atitudes cooperativas e a necessidade do homem em estar em grupo. O momento Unimed também foi algo marcante neste curso. Dr. Norberto – Diretor Médico Operacional; Dra. Elizabeth Me-

nezes – Gerente de Administração de Contratos; Dra. Ana Cantalice – Gerente de Produção Médica e Márcia Carvalho – Gerente de Tecnologia da Informática falaram sobre o cotidiano da Unimed Campina Grande, os desafios diários e as normatizações de serviços designadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Em suma, contextualizaram todos os novos cooperados à realidade da

Cooperativa e os deixaram a par de todas as conquistas e desafios. A Unimed Campina Grande se torna ainda maior com a entrada destes novos cooperados pois, acredita-se que, com a soma de forças, o trabalho conjunto pode fazer mais e as conquistas serão cada vez mais frequentes. Munidos de um único espírito, de uma só vontade e seguindo uma só meta: o bem comum.

LISTA DE NOVOS MÉDICOS COOPERADOS AMAURI PEREIRA DA SILVA FILHO ......................................................................... NEUROCIRURGIA/NEUROLOGIA DANIEL PEREIRA DEAN RAMOS ..................................................................................................... NEUROCIRURGIA DANILO NÓBREGA DE SIQUEIRA ..................................................................................................... OFTALMOLOGIA DENISE DE LIMA E MELO ................................................................................................................. DERMATOLOGIA EDUARDO OTAVIO BRAGA MORAIS ..................................................................... ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA ELMO MORAIS FIRMINO .................................................................................................................... ACUPUNTURA FÁBIO DE MOURA SPA ........................................................................................... ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA FATIMA CRISTINA SANTOS ................................................................................................................ MASTOLOGIA FELIPE GUSTAVO CORDEIRO FEITOZA ................................................................................................ MASTOLOGIA GLENNY BRASIL GURGEL .............................................................................. PEDIATRIA/NEUROLOGIA PEDIÁTRICA HUMBERTO RAMOS DE LIMA .......................................................................................................... OFTALMOLOGIA ISAAC NEWTON GUIMARÃES ANDRADE ................................................................. CIRURGIA CARDIOVASCULAR IVO MARQUIS BESERRA JUINIOR ......................................................... CIRUR CABEÇA E PESCOÇO/CIRUR GERAL JOSE WENDYSON BARBOSA DE SOUZA .................................................................................................. UROLOGIA LEONARDO PORTELA RABELLO ....................................................................................................... OFTALMOLOGIA MAX JOFFILY DE SOUZA ................................................................................................................ CIRURGIA GERAL RICARDO AMORIM GUEDES FILHO ....................................................................... ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA ROGÉRIO WANDERLEY PINTO BRANDÃO ....................................................................... OTORRINOLARINGOLOGIA RENATA SILVA DE CARVALHO GURGEL ........................................................................... ONCOLOGIA PEDIÁTRICA VALERIA WANDERLEY PINTO B MARQUIS ..................................................................... OTORRINOLARINGOLOGIA

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Colaborador

A EXCELÊNCIA QUE NOS UNE A cada ano que se passa a busca pela excelência no trabalho aumenta cada vez mais. O espírito de equipe se fortalece e construímos uma cooperativa maior e mais forte.

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Marconi Gomes, Maria José, Antônio Leopoldino, Betania Lira, Leonel Rodrigues

omo realizado todos os meses, a reunião do colaborador Unimed reuniu todos em volta de um único objetivo: o crescimento conjunto e o compartilhamento de saberes para edificação e melhoria do trabalho. Na edição de dezembro o encontro antes chamado de “Unidos pela excelência” passou a ser denominado “A excelência que nos une” tirando a excelência como consequência da união e apontando-a como causa. O presidente da Unimed Campina Grande Dr. Francisco Vieira de Oliveira iniciou a reunião falando sobre os desafios superados no ano de 2009. Ele destacou a cooperação como ponto imprescindível para conquistas como o

reconhecimento de grande parte dos tributos e o registro definitivo da Cooperativa perante a ANS, que nos assegura maior credibilidade junto aos nossos clientes. A diretora de Mercado, Dra. Teresa Cristina Mayer, também parabenizou a todos pelos esforços que resultaram em um fechamento de ano singular e em seguida apresentou um vídeo falando sobre a necessidade do trabalho em equipe e de se ter metas para chegar no objetivo desejado. Uma apresentação com fotos dos colaboradores foi realizada provendo um momento de descontração onde todos se viram e se identificaram no ambiente de trabalho. Logo após, o ponto alto:

a entrega do prêmio “Colaborador destaque 2009”. Baseado na ideia de que destaque é parte de um todo que merece atenção particular, que serve de referência ou possui mérito por ação realizada, foram escolhidos colaboradores para cinco quesitos analisados: superação, responsabilidade, profissionalismo, proatividade e compromisso. No quesito superação o colaborador destaque foi Antonio Leopoldino; já quando se fala de responsabilidade o nome escolhido foi Betânia Lira; Profissionalismo: Marconi Gomes; Proatividade: Maria José (Zélia) e Compromisso: Leonel Rodrigues. Vale ressaltar que os nomes foram votados pelas gerências exceto o quesito compromisso que teve votação de todos os colaboradores. A Unimed Campina Grande reforçou seus pilares de união, confiança, diversidade e felicidade, fazendo valer momentos de crescimento e aprendizado, onde a valorização do colaborador se dá juntamente com a reflexão e o reconhecimento daqueles que mantém este movimento contínuo impulsionado pela cooperação.

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REDENÇÃO PELO CONHECIMENTO

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dentramos em um lugar sereno, muito embora alguns alunos ainda estivessem eufóricos pelo resultado de suas últimas notas. Em essência o local guarda a tranquilidade remanescente de suas origens. Não é de se estranhar, afinal a Escola Técnica Redentorista (ETER), localizada no bairro de Bodocongó, em Campina Grande, surgiu da transformação do Seminário Redentorista em colégio, como ginásio científico. Somente em 1974, através de seu fundador o Padre Edelzino de Araújo Pitiá, sob o lema “Educar é Libertar” a ETER apresentou os cursos pioneiros de eletrônica

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e telecomunicações, tendo como missão a formação humana e profissional de jovens das classes sociais menos favorecidas, qualificando-os como profissionais de nível técnico para o mercado de trabalho. Atualmente são oferecidos sete cursos técnicos (Eletrônica, Equipamentos Biomédicos, Informática, Telecomunicações, Guia de Turismo, Segurança do Trabalho e Reabilitação em Dependentes Químicos), nos turnos da manhã e tarde. Em sua trajetória a escola já formou mais de 5 mil técnicos, com média de dezentos a duzentos e trinta por ano. Recentemente foi reconhe-

cida pelo Ministério da Educação (MEC) como uma das três escolas no país, e a única no Norte/ Nordeste, do segmento comunitário que realizaram de forma bem sucedida o Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep/ MEC), tendo como principal objetivo a reforma e crescimento da educação profissional no país. Para o diretor da escola, o padre Tiago de Melo, o reconhecimento vem fortalecer os 34 anos de história e atividades dessa instituição que visa beneficiar os jovens carentes da Paraíba. “Temos a certeza que estamos no caminho certo, caminho onde o conhecimento é a base da mudança, onde o cidadão pode


Maria de Fátima (vice-diretora) e Padre Tiago de Melo (diretor)

se emancipar através da educação”, frisou. Para a estudante Aparecida Oliveira, a oportunidade de estudar na ETER, faz acreditar em um futuro melhor. “Irei seguir os passos do meu irmão que se formou em Eletrônica em 2007 e hoje já está empregado na área”. Estas são razões que consolidam a imagem da escola, em média 70% dos alunos que passaram pelo Redentorista estão exercendo a profissão. Enquanto estávamos fazendo essa reportagem, uma equipe da empresa Vale do Rio Doce, rea-lizava entrevistas com alunos para o preenchimento de 17 vagas. “Muitas empresas renomadas procuram mão-de-obra na Eter, pois encontram aqui alunos capacitados com uma ótima formação técnica e acima de tudo humanística”, frisou a vice-diretora, Maria de Fátima Cavalcante. Para garantir o desenvolvimento das atividades a instituição precisa contar com a parceria de empresas fornecedoras de bolsas de estudos que atendam a jovens estudantes reconhecidamente carentes de Campina Grande e de muitos outros municípios. O pro-

cesso para bolsista consiste em entrevista com assistente social, preenchimento de um questionário sócio-econômico e posteriormente a visita in loco na residência do aspirante, assim todo relatório passa por uma comissão que fornecerá o parecer. “Encontramos dificuldade pela falta de recursos. Existe sempre uma grande demanda, mas precisamos também aumentar o número de empresas parceiras, pois a grande maioria dos nossos estudantes são bolsistas, seja integral ou parcialmente”, afirmou o diretor. Como a ETER comemora 35 anos em 2010, uma das novidades diz respeito a exposição que será montada, com o objetivo de comemorar seu aniversário, contando toda a história da escola expondo fotos, posteres e as diferentes tecnologias utilizadas na ministração das aulas da origem dos cursos até agora. Outra boa

Cliente

nova será o funcionamento da instituição também no período noturno, estendendo assim a possibilidade das pessoas que trabalham durante o dia obterem formação, além da melhoria dos laboratórios. Para vice-diretora da ETER, com 15 anos trabalhando nesse segmento educacional, esse é um dos momentos mais propícios aos cursos técnicos, em se tratando do curso de Guia de Turismo o futuro é ainda mais promissor, tendo em vista a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, ambas sediadas no Brasil. “O nosso trabalho é sempre pautado na qualidade, seguindo as orientações do Ministério da Educação (MEC) e em sintonia com as tendências do mercado. Sempre observando às demandas, pois não adianta só formar, o mercado de trabalho precisa absorver. Assim conseguiremos a redenção pelo conhecimento que é libertador”, frisou o Padre Tiago de Melo.

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“Noite estrelada sobre ródano”, Vicent Van Gogh, 1888 - óleo sobre tela

A NÓS,

QUE SOMOS INSTANTE, QUE SOMOS ETERNOS Dr. Flawber antônio Cruz

O

que buscamos? Ou ainda, numa incursão filosófica breve, o que esperamos da vida, que sentido a vida detém em nós? Afinal, é de querer que se alongam as horas de nossos dias. Do mais fugaz querer, ao mais inatingível. Da fome à compreensão do que nos rodeia, estamos

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sempre querendo. Se não neste instante, há pouco, ou num tempo longínquo, somos feitos de vontades que se perderam, ou que retornam invisíveis aos nossos sentidos, de forma que o nosso passado, já lembrança, atinge o ponto em que o presente ainda não se fez história, e lembrança e espera confundemse numa linha que imaginamos

ser a que norteia a vida. Tal como ocorre com a ficção dos mitos e a razão dos homens, que, ambos eternos, percorrem o tempo até o ponto em que verdade e ficção entrecruzam-se, assemelhando-se sobremaneira. A verdade dos mitos consiste em narrar o sonho dos homens, e o sonho dos homens narra as vontades de seus dias.


Natureza MÉDICA

Há em cada homem um resquício de mito. Há em cada homem uma vontade de superar o que o subjuga. Tal como Prometeu, o homem-deus que roubou o fogo, cuja chama acendia nos deuses o gênio da criação, para presenteá-lo aos mortais homens, o fogo que seria fonte de toda a razão e de toda a arte. Há em cada homem a vontade da chama, a súplica pelo que ilumina, a urgência pelo que aquece, queima, instiga. Cada homem implora ao mundo a cota de fogo que lhe entusiasme, que lhe inspire, que lhe supere a sombra, o frio, do destino errante, que lhe acenda a paixão. O que buscamos? Estar vivos. Afinal, ninguém tem um filho, ninguém compra uma casa, ninguém escolhe uma roupa, ninguém muda de canal de televisão, esperando morrer em seguida. Queremos vida. Que, tal qual o fogo roubado por Prometeu, percorre nosso mundo de mortais desde quando a língua dos homens era o grito, feito da mesma chama, do mesmo calor. Que se repete e se revigora ao longo dos séculos, ao longo das guerras e festas dos homens. Que é única, e não obstante também de cada um, que resplandece em cada átomo, que reverbera em cada som. Cada homem espera do mundo, grita ao mundo, desde que nasce, a sua cota de vida, a

sua parcela de energia e luz que lhe movimente o corpo, que lhe surpreenda a alma. Medicina, feita do que dos homens é Arte e Ciência, Mito e Razão, perpassa o tecido do tempo, o novelo de medo e esperança, o entremeado de erros e hipóteses, para, como as mãos de um Prometeu ainda ousado, capturar do mundo o tanto de vida para dá-la aos que a recorrem. As mãos da Medicina, que se estendem solícitas sobre

A Medicina preserva o tempo dos homens, para que estes tracejem seu destino, para que estes experimentem o tanto de dias a fim de restarem, quando a vida se esvair, como as lembranças de quem fora surpreendentemente único quem sofre, derrama o tanto de vida que lhe cabe carregar ante do tanto que o tempo fustigou sobre cada um. Prometeu, acorrentado por castigo dos deuses, esbraveja que é inútil lutar contra a fatalidade. Seria inútil lutar contra o tempo, até para os que ousam? Se as mãos da Medicina suportam entre seus dedos um tanto de vida, o tempo abate-as

com o rigor de ventanias. Se as mãos da Medicina resguardam o fogo do que recupera, do que preserva, o tempo obscurece-as de lembranças desfeitas, ou mal queridas, ou saudades partidas. Entretanto, Medicina, em sendo Arte, e Tempo, em sendo Verdade, ambos eternos, tal como a memória e o presente, o mito e a razão, percorrem a história dos homens até o ponto em que se reconciliam. Até o ponto em que a cura, em que o alívio, delineados pelas zelosas mãos da Medicina, encontram o esboço do destino, que de cada um o tempo conduz. Assim, a Medicina preserva o tempo dos homens, para que estes tracejem seu destino, para que estes experimentem o tanto de dias a fim de restarem, quando a vida se esvair, como as lembranças de quem fora surpreendentemente único. Há em cada homem o ímpeto de ser mito. Há em cada médico a ousadia de superar a Natureza, e assim permitir aos homens ímpeto, e sonhos. Por fim, somos todos em parte instante, em parte eternos, feitos da mesma matéria dos que já partiram, e dos que virão. Como na “Canção de mim mesmo”, do poeta Walt Whitman, “Eu celebro a mim mesmo/e o que festejo você festejará/pois cada átomo que pertence a mim pertence a você”. Celebremos então o que buscamos. Revista Conviver | 23


EDIFICAR A PAZ MUNDIAL estamos vivendo um momento de reflexão sobre os feitos do ano que passou e a necessidade de auspicioso planejamento para viver o renascer de um novo ano. Nessa ótica e sempre no início de cada ano, nós reafirmamos o desejo de paz e fazemos o compromisso de viver em paz uns com os outros, fraternalmente. almejamos intensamente está em paz interior e que a sociedade em que vivemos seja um lugar de tranqüilidade. pe. paulo sergIo araÚjo gouVeIa

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D

De modo geral, nós vivemos em uma sociedade extremamente violenta e esta violência não está apenas nas ruas. Ela começa em nós mesmos, nas divisões que se alojam na interioridade da nossa pessoa, nos conflitos pessoais que não conseguimos resolver, na busca desenfreada do poder, do ter e do prazer, fazendo com que tudo isso tenha um reflexo negativo na convivência com os outros. O primeiro núcleo atingido por essa discórdia será a família. Toda esta desarmonia que conhecemos na nossa experiência cotidiana e através dos meios de comunicação é a ponta do iceberg de uma desarmonia muito mais profunda. Precisamos ter consciência de que a paz não é algo dado aprioristicamente, ela exige o empenho de todos nós. Tornase necessário que todos nós nos u-namos na edificação de um mundo de paz. A palavra paz vem do latim pax, cujo verbo é pactus. Esta palavra surgiu do pacto feito entre as partes que se encontravam em estado de guerra. Não menos diferente da origem da palavra paz é a sua concretização, teremos paz quando todos nós fizermos um acordo para um mundo de harmonia. É importante que nos empenhemos em

criar uma cultura de paz, que ela não seja apenas um desejo, mas que se torne uma realidade. E para que isto aconteça todos nós temos que dar as mãos. O esforço que cada um fizer, a pequena contribuição de cada um no processo de efetivação da paz se tornará um grande oceano de luz que terá a força de destruir todas as nuvens negras da violência. E para que este processo seja viável é imprescindível desenvolvermos a capacidade de perdoar. Aprender a lidar com os fracassos, com as perdas. Saber que se o meu irmão, vizinho, colega, amigo, seja quem for, cometer um erro, não devo jogar a primeira pedra, que errar é humano, e temos a capacidade de

Precisamos ter consciência de que a paz não é algo dado aprioristicamente, ela exige o empenho de todos nós.

sempre recomeçar. A paz começa quando aprendemos a estender a mão amiga e solidária para todos. A paz é fruto da justiça e uma sociedade violenta reflete ser uma sociedade injusta que não respeita o ser humano e não consegue criar condições dignas para a vida de seus habitantes. Criar estruturas justas é também um dado importantíssimo na estabilização da paz. Fazendo com que todos tenham condições de desenvolverem as suas potencialidades humanas dentro de um ambiente que respeite desde o feto até o ancião. Na verdade não nascemos para a guerra, a discórdia ou o ódio. Estes sentimentos são estranhos à nossa vocação de pessoa humana. Se eles estão presentes em nós temos a certeza de que não vieram para ficar, não fazem parte da nossa realidade mais profunda, não são imprescindíveis para a vida. Aliás, são eles quem nos desumanizam, nos fazendo ser menos. É na construção de um mundo de paz, é nas ações pacificadoras que nós somos chamados a sermos pessoas e parte importante da nossa sociedade. Que todos nós, independente do seu credo religioso, assumamos o propósito de estar em paz, de viver a paz.

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UM COMOVENTE ADEUS AO DOUTOR ULISSES PINTO Dr. Evaldo Dantas Da Nóbrega

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inda transcorria a cerimônia do velório do doutor Ulisses Pinto Brandão, nas dependências da Associação Médica de Campina Grande, quando a mim coube a árdua missão de levar a informação da repentina morte deste nosso conceituadíssimo colega – uma extraordinária criatura humana e de uma afabilidade singular - à médica psiquiatra e integrante da Academia Paraibana de Medicina doutora Maria de Lourdes Brito Pessoa, que reside lá na cidade das Acácias. Saibam todos vocês, pois, que a dita tarefa foi cumprida, mas lhes garanto que o pranto rolou aos montes na face daquela que, há alguns anos, juntamente com ele, Déborah Rose Galvão Dantas e eu próprio participamos da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, a conhecida SOBRAMES. Desde logo, lembramos aqui que a sua ancestralidade advém e enraizou-se nas redondezas das antigas terras em que se ergueu a heróica e histórica cidade de Misericórdia, hoje, portanto, nacionalmente conhecida como Itaporanga, no sertão paraibano. Na verdade, foi ali mesmo que, sob um sol deveras estorricante e inclemente, não somente nasceu como também se desenvolveu um extraordinário clã familiar denominado de Pinto Brandão. E de cuja

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descendência referida família, efetivamente, lutou bravamente pelo desenvolvimento de toda aquela micro-região paraibana, através de uma forte e exemplar formação religiosa e política, além de uma reluzente e excepcional formação que fora alicerçada nos aspectos sócio-cultural-econômico.

10 de janeiro 1923 28 de dezembro 2009 Assim sendo, no dia 10 de janeiro de 1923, foi a cidade de Itaporanga, o berço de nascimento daquela criança que depois fora batizada pelo nome de Ulisses Pinto Brandão, o primogênito da família de 10 filhos do casal Belmiro Pinto Brandão e Antônia Pinto de Sousa. Cabe aqui, realmente, uma citação do grande orador, notável

poeta e competente administrador Alcides Vieira Carneiro, que com especial carinho repetimos também em relação ao doutor Ulisses Pinto: “...as duas qualidades que lhes davam enormes alegrias, portanto, eram amar enternecidamente os seus respectivos berços de nascimento e eles, igualmente, eram muito dedicados aos seus verdadeiros amigos!” Diante de uma enorme e enternecida multidão que lhe foi dar o último adeus, observavase que naquele seu descimento à sua sepultura - que fora edificada no Mausoléu da Família Pinto Brandão, no cemitério Mãe de Misericórdia, na sua cidade natal -, o nosso querido colega e amigo deixou para trás, com efeito, um maravilhoso legado de imensurável qualificação. Foram muitas as suas obras na medicina paraibana, muito especialmente nesta cidade de Campina Grande, uma delas o importante Centro de Cancerologia do Hospital da FAP, construído nas culminarias do tradicional bairro de Bodocongó. Como me disse o amigo e admirável colega doutor Virgílio Brasileiro, por ocasião do velório do doutor Ulisses Pinto Brandão: “ele era uma pessoa muito especial. Mesmo discreto, ele apresentava-se com forte poderio de sociabilidade, era nato


“Posse do Dr. Ulisses Pinto BrandÃo na Academia Paraibana de Medicina em 23 de julho de 1998”

na sua lhaneza, além de que também conseguia uma exemplar relação médico-paciente. Enfim, viase que todos que lhe conheciam não somente o respeitavam, mas, principalmente, viam nele um extraordinário humanista!” Historicamente falando, ele se formou pela Faculdade de Medicina de Recife, em 1953; Fez curso de Pós-Graduação em Otorrinolaringologia no Hospital do Servidor Público, no Rio de Janeiro, tendo sido admitido (matrícula: 33.306-7) como Funcionário Público Federal – amparado oficialmente pela estatutária Lei no. 1.711/52, aqui no Antigo Hospital do IPASE, nesta cidade de Campina Grande (PB), em 24 de maio de 1958, onde trabalhou até a data de 14 de julho de 1986, quando se aposentou. Nessa Casa hospitalar, ainda na década de 1960, chegou ao cargo de Diretor Geral. De forma um tanto resumida, ainda poderemos citar como cargos e

funções outras exercidas pelo Dr. Ulisses Pinto Brandão: - Membro da Academia Paraibana de Medicina; Um dos Fundadores da Unimed Campina Grande; Edificou juntamente com o seu colega doutor Miltom Medeiros, então, a Clínica Santa Clara; Diretor Presidente da Clínica São Lucas; Ex-Presidente da Antiga Sociedade Médica de Campina Grande; Ex-Presidente do Conselho Administrativo da Fundação Assistencial da Paraíba e também por muitos anos Diretor Geral do Hospital Escola da FAP; um dos importantes criadores e Diretores da Mantenedora Faculdade de Medicina de Campina Grande, na década de 1960, onde, inclusive, foi o professor titular da especialidade de Otorrinolaringologia. Com efeito, é impossível se escrever aqui neste espaço jornalístico tudo aquilo que foi e representou o respeitado e dinâmico médico doutor Ulisses Pinto

Brandão, para a medicina paraibana, e mais especificamente para o grande Compartimento da Serra da Borborema. Ainda agora, gostaria de aqui deixar bem registrado, portanto, uma citação do ícone da literatura brasileira, Machado de Assis, a qual nos lembrou muito mesmo a pessoa do nosso afável amigo doutor Ulisses Pinto, a quem sempre depositamos uma profunda e respeitos amizade: “...Quando a morte encontra um Goethe ou um Voltaire, parece que esses grandes homens, na idade extrema a que chegaram, precisam entrar na eternidade e no infinito, sem nada mais dever à terra que os viu e os admirou!”. Por fim, verdadeiramente, é dessa mesma maneira que vimos - e ainda vemos, espiritualmente -, o exemplo de um magnífico e singular legado que aqui foi deveras deixado pelo já saudoso amigo e eterno mestre da medicina paraibana doutor Ulisses Pinto Brandão!

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CONVIVÊNCIA, TOLERÂNCIA, DIFERENÇA E ALTERIDADE: REFLEXÕES SOBRE OS HOMENS, EM MEMÓRIA DE CLAUDE-LÉVI STRAUSS. josé otáVIo aguIar e rossaNdro KlINjeY IrINeu

“Como etnólogo, só posso constatar que o mundo contemporâneo perdeu a fé em seus próprios valores. sei que este não é nem o nosso problema principal, mas todos sabemos que, no final das contas, nenhuma civilização pode se desenvolver se não possui valores aos quais se agarrar profundamente. acredito, por sinal, que nenhuma civilização possa sequer se manter na situação em que a nossa se encontra.” - Claude lévi-strauss entrevista à “Veja”, 2003.

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aleceu, dia 31 de outubro de 2009, o antropólogo Claude Lévi-Strauss. Ele foi um dos fundadores da USP e visitou, durante sua profícua estada em nosso país, tribos indígenas nos Estados de Mato Grosso e Amazonas.

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Lévi-Strauss, que foi discípulo de Émile Durkheim e Marcel Mauss, era considerado o maior intelectual de cultura francesa vivo, por ter exercido uma importante presença nos esquemas de interpretação próprios dos saberes das ciências do homem,

na segunda metade do século XX. Ele foi um dos fundadores do pensamento estruturalista, para o qual os processos sociais são originários de estruturas fundamentais frequentemente não-conscientes. Suas reflexões foram, entretanto, particularmente importantes para


que se questionassem as ideias darwinistas sociais, predominantes na segunda metade do século XIX e na primeira do século XX. Em seu clássico Raça e História, Levi-Strauss discutia a impossibilidade de se hierarquizarem as culturas humanas, subdividindo-

da história recente. Sabemos hoje que as culturas humanas não podem ser diferenciadas por comparação, em termos de valoração positiva ou negativa, sem o perigo de incorrermos em grandes erros de parcialidade afetiva ou etnocêntrica. Sabemos, também, que não há diferenças biológicas que permitam a utilização do conceito de raça, uma vez que convivemos há mais de 10.000 anos com uma única espécie, o homo-sapiens-sapiens, espécie essa da qual, mesmo em se considerando as subdiferenciações genotípicas e fenotípicas, todos fazemos parte. Seu legado teve papel essencial na desconstrução de ideologias de dominação política que garantiam a manutenção de regimes como o Aparteid, na África do Sul. Quando consideramos a diferença, sempre sobra espaço para que procedamos a hierarquizações. A antropologia, entretanto nos convida a partirmos de nosso paradigma em direção as em uma escala evolucionis- à tentativa de enxergarmos o dos ta como, por exemplo, nações outros. A noção de diferença só se desenvolvidas, em desenvolvi- constitui com base em padrões de mento e subdesenvolvidas. Suas comparação. Eu não existo sem reflexões foram essenciais para o outro, ele é a marca da minha que se relativizassem os paradig- alteridade, da minha identidade. mas a partir dos quais a Europa Minhas crenças religiosas, meus afirmava sua superioridade, e que saberes qualificados, minhas prena Alemanha nazista, levada ao tensões de verdade são histórica extremo a ideia de superioridade, e socialmente situadas, portanto, nos legou um capítulo lamentável relativas. Revista Conviver | 31


DR. FRANCISCO VIEIRA

IDENTIDADE, EQUILÍBRIO E POSTURA rIbamIldo bezerra

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ão são apenas os ossos do ofício que fazem do médico Francisco Vieira um profissional múltiplo, pode-se contar em sua história com os “ossos e ofício”. Explica-se: Este ortopedista de formação, contrariando as estatísticas traduz de forma fiel o perfil do médico contemporâneo que não vê no consultório a sua última parada. “O consultório é inegavelmente uma forte referência como realidade profissional, mas é possível ir além”. O ir além, leia-se, é ampliar as possibilidades que a área médica pode oferecer como contribuição social para uma comunidade. Além de médico Dr. Francisco Vieira abraça seu bom combate nas trincheiras acadêmicas, procurando solidificar os pilares da ciência e da ética. Como Presidente da Unimed Campina Grande, em seu segundo mandato, tem na filosofia Cooperativista uma prática possível de ser comungada com os 579 médicos cooperados. E para quem acha que sua opção de vida seja cem por cento trabalho, engana-se. Em entrevista a Revista Conviver declarou que é na família onde tudo começa e termina, pois segundo Dr. Francisco Vieira é possível conciliar aquilo que fazemos e amamos. “Na verdade tudo requer uma boa dose de identidade, equilíbrio e postura”, declara. Con-

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fira a entrevista na íntegra: CONVIVER • Sendo o senhor natural de Vieiropólis, região que se caracteriza pela força e pela resistência as adversidades naturais, quais as principais referências da região e da família que o senhor carrega e que define o seu perfil? DR VIEIRA • A cidade Vieirópolis localizada a 440Km de João Pessoa, faz parte de um dos principais pólos intelectuais, agrícolas e pecuário do semiárido nordestino, tendo Sousa como cidade pólo, onde pude iniciar a minha formação educacional. Por se tratar de uma região onde o baixo índice pluviométrico, o alto índice de aridez e a seca presente se tornam desafios na formação dos seus habitantes, em alguns casos chegando ao comprometimento de toda uma existência. Sentimentos como a superação constante, a fé, o credo no núcleo familiar, e a garra para o trabalho acabam sendo importantes eixos que definem e fortalecem todos os que nascem naquela região.

CONVIVER • O que lhe despertou para a vocação de ser médico? DR VIEIRA • Dentro do mesmo contexto de superação dos desafios da região onde nasci, a necessidade de uma maior presença de profissionais de saúde sempre foi evidente. Por outro lado, alguns


familiares e amigos já abraçavam o oficio da medicina na grande região de Sousa. CONVIVER • Como professor de medicina na Universidade Federal de Campina Grande, que análise o senhor faz da formação dos futuros médicos em nosso país? DR VIEIRA • Creio que o médico em sua formação atual viva um dos maiores paradigmas da nossa profissão. Ao seu favor o novo médico encontra-se contextualizado na era da tecnologia, onde a disseminação de informações favorece ainda mais a construção de um profissional atualizado com as novas descobertas e pesquisas. Por outro lado, o estudante de medicina tem buscado cada vez mais subespecializar-se de forma precoce, logo aos primeiros anos de faculdade. Na prática estamos perdendo a figura do antigo médico generalista, ou seja, aquele profissional que possuía uma visão mais ampla do todo antes de buscar o seu caminho como especialista. Creio que a opção pelo estreitamento da perspectiva prática na área de medicina enquanto formação dos novos profissionais, trará um déficit a médio ou a longo prazo. Os pilares do conhecimento generalista farão uma grande diferença num futuro não muito distante. CONVIVER • O cooperativismo parece ser uma filosofia que esteve presente em sua vida desde muito cedo, quais foram os primeiros contatos com esta prática de trabalho?

DR VIEIRA • Logo quando retornei da minha residência médica do Rio de Janeiro em 1991 optei por me cooperativar em João Pessoa, atitude que muito me orgulho, tanto é que continuo a ser cooperado na Unimed pessoense. Pouco tempo depois passei a atender em Campina Grande pela Fundação Assistencial da Paraíba – Hospital da FAP, e não demorei para me cooperativar na Unimed Campina Grande. Em todo este tempo como cooperado afirmo que sempre esta prática de trabalho solidário tem

Insisto em que as cooperativas são sociedades de pessoas e não de capital me mostrado algo novo, por isso não me arrisco a dizer que o cooperativismo não se trata apenas de uma filosofia, mas sim de uma prática, de uma vivência, de um aprendizado constante. CONVIVER • Em sua opinião por que o cooperativismo apesar de sua força, ainda não é bem compreendido por algumas entidades públicas do nosso país? DR VIEIRA • É preciso reconhecer que não só a Unimed como outras cooperativas representam exemplos de correção econômica pelo viés social em nosso País. As cooperativas no sentido de organização de grupo, ou valorização

de classe de trabalho, em muito tem contribuído para história desse país seja no setor agrícola, de crédito, de serviços ou de saúde como é o nosso caso. Segundo a Organização de Cooperativas Brasileiras (OCB) representamos aproximadamente 7% do PIB, só no ano de 2008 todas estas cooperativas obtiveram uma produção em torno de 90 bilhões de reais, assegurando mais de 30 milhões de empregos no país. Pelos sete princípios que envolvem a nossa filosofia de trabalho, destacando a educação, formação, informação e intercooperação, fica claro que nem em essência temos força para ser uma empresa de capital especulativo. Insisto em que as cooperativas são sociedades de pessoas e não de capital, sem interesse lucrativo e com fins econômicos sociais. A ausência dessa percepção por parte de algumas autoridades tem trazido sérios desafios para a existência e preservação dos pilares cooperativistas em nosso país. CONVIVER • Na sua opinião, que tipo de conquistas e desafios o processo de regulamentação dos planos de saúde trouxe nas relações entre governo, operadoras e clientes ? DR VIEIRA • É necessário partir do principio que os mais de 40 milhões de brasileiros que optaram pelos serviços da saúde suplementar, escolheram um serviço adicional, um suplemento e não um substitutivo as prerrogativas presentes em nossa Constituição Brasileira que destaca a saúde como direito

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de todos e dever do Estado. A regulamentação dos planos de saúde no ano de 1998 através da Lei No. 9.656, veio trazer equilíbrio para um campo que precisava de fronteiras. Somos regidos por um órgão federal, a Agência Nacional De Saúde Suplementar – ANS, que dispõe e demarca muito bem nossa área de atuação. Acontece que desde a regulamentação passamos a trabalhar com dois tipos de clientes. Clientes possuidores dos planos não regulamentados, ou seja, planos com coberturas limitadas anteriores a regulamentação, assim como temos os clientes de planos regulamentados, adquiridos a partir da nova Lei, cujas coberturas estão adequadas ao Rol de Procedimentos estabelecido pela ANS. A harmonização que buscamos constantemente está voltada para os clientes de planos não regulamentados que buscam concessões não regidas em contrato. A justiça em muitos casos pondo o humanismo em detrimento a relação de equilíbrio estabelecido em contrato, se mostra a favor do solicitante através da força de uma liminar, mesmo reconhecendo que esta decisão não é definitiva.

satisfação pelos serviços prestados na somatória dos parâmetros estabelecidos pela ANS, principalmente no que refere ao quesito satisfação do cliente. Este índice alcançado é resultado de um trabalho sério e ético, dirigido a todos cooperados, clientes e prestadores que acreditam no valor da nossa marca, o que não diminui a nossa responsabilidade a partir deste momento. No tocante a comunidade é bom ressaltar que somos a primeira

É agradável saber que atingimos o índice de 86% de satisfação pelos serviços prestados na somatória dos parâmetros estabelecidos pela ANS operadora de planos de saúde na Paraíba que implantou uma Ouvidoria como materialização do compromisso de respeito e diálogo junto ao nosso público. Um dos exemplos de que a transparência e a verdade são práticas que nos levaram ao alcance deste indicador referendado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.

CONVIVER • A ANS divulgou através seu programa de qualificação o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar - IDSS, o ranking das operadoras e o seu grau de satisfação junto ao mercado e aos clientes. Em que contexto se encontra a Unimed CONVIVER • A carga tributária é um dos pontos de bastante disCampina Grande? cussão entre as Cooperativas no DR VIEIRA • É agradável saber Brasil já que em tese as mesmas que atingimos o índice de 86% de seriam isentas dessas tributa-

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ções. Por outro lado este é um dos parâmetros importantes no que diz respeito à saúde financeira de uma operadora. Como a Unimed tem se portado diante desta questão? Questionar os tributos ou honrá-los? DR VIEIRA • Parto do princípio de que determinação legal se cumpre antes de mais nada, por mais que questionemos o tratamento generalizado entre cooperativas e empresas S/A. Em outras instâncias, não podemos acumular obrigações tributárias com risco ao comprometimento da nossa saúde financeira. Somos uma Cooperativa que busca estar em dia com suas obrigações sociais e econômicas. É essa segurança e confiança que podemos oferecer aos nossos cooperados, prestadores e clientes além das singulares Unimed que fazem parte do nosso sistema. Essa linha de trabalho tem sido nosso melhor cartão de visitas. Recentemente conseguimos, graças a um bom canal de diálogo e relacionamento junto a Procuradoria da Fazenda, quitar obrigações com a União na ordem de mais de 35 milhões de reais. Este é um passo de valor significativo para a instituição que demonstra ter solidez para continuar se adequando às normas cada vez mais exigentes do mercado da saúde suplementar. CONVIVER • Recentemente a Unimed Campina Grande conquistou por parte da ANS o seu registro definitivo. Qual o valor deste novo momento para a Cooperativa?


DR VIEIRA • A conquista do registro definitivo por parte da ANS é na verdade um certificado de que cumprimos plenamente as normas estabelecidas para que uma operadora seja referendada em nosso mercado. O alcance deste grau de excelência por parte do nosso órgão regulador é a chancela necessária para consolidarmos a segurança e a credibilidade em serviços prestados a nossa comunidade. O alcance deste objetivo é fruto de um trabalho focado no cumprimento das normas estabelecidas pelo Governo Federal, que tem elevado o nível de exigências para que uma operadora possa continuar existindo no mercado. Para se ter uma ideia deste momento, basta avaliarmos que atualmente no Brasil das mais de mil e setecentas operadoras que atuam nesta área, 55% delas ainda não alcançaram o seu registro definitivo segundo dados do Globo Online, significando que aproximadamente 15,7 milhões de brasileiros possuem planos de saúde de operadoras que não têm autorização definitiva de funcionamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Por isso ressalto que esta conquista é uma soma de ações convergentes realizada por cada cooperado, colaborador, prestador e cada beneficiário Unimed. Um compromisso de seriedade, ética e trabalho que só aumenta a partir de agora. CONVIVER • Na sua opinião, qual seria o diferencial oferecido pela Unimed numa trajetória de quase quatro décadas?

DR VIEIRA • Ressalto que por não sermos uma instituição de capital especulativo já nos diferenciamos em nossa filosofia de trabalho. Se estamos hoje no mercado com grandes condições de competitividade é porque fazemos jus a esta filosofia, dando cumprimento aos quesitos mais básicos e essenciais que tangenciam os parâmetros de qualidade em tudo que fazemos, o respeito a quem acredita na marca Unimed, a verdade e o diálogo

Consigo não só vislumbrar, mas acreditar que a Unimed Campina Grande possa dar a sua contribuição para que nossa região se torne um pólo de referência na medicina da Região Nordeste como laços a estreitar caminhos de confiança. Isto muito mais do que um discurso, é prática presente a cada dia em nossa dinâmica de trabalho. CONVIVER • Em que contexto o senhor vislumbra a Unimed Campina Grande daqui a alguns anos? DR VIEIRA • Consigo não só vislumbrar, mas acreditar que a

Unimed Campina Grande possa dar a sua contribuição para que nossa região se torne um pólo de referência na medicina da Região Nordeste. Onde nosso cidadão não tenha que se deslocar para outros centros, distantes das suas famílias em busca de tratamento. Que a Unimed seja ainda mais motivo de orgulho para seu cooperado lhe dando condições para que o mesmo exerça seu trabalho dignamente na terra onde escolheu viver. Que a nossa cooperativa esteja sempre presente de forma positiva junto à comunidade a qual se prestou servir. E que com o passar dos anos, a história de nossa cidade já não possa mais ser contada sem que tenhamos que citar a nossa cooperativa médica. CONVIVER • Diante de uma dinâmica profissional tão pluralizada - consultório, cooperativa, universidade - como fica a família neste contexto? DR VIEIRA • Afirmo que é nela que recarrego minhas baterias. Numa alusão a minha especialidade como ortopedista digo que a minha família é a espinha dorsal para que todas as demais coisas aconteçam. É no meu lar que recebo o apoio maior para os desafios que tenho pela frente, a compreensão de minha esposa que também é medica, conjuntamente com os meus filhos é o sinal verde de que ainda posso continuar seguindo em frente, representando as causas que abracei como missão de vida.

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HIPERIDROSE

SÍNDROME DO SUOR EXCESSIVO Dr. Rivaldo Fernandes Filho

O ato de suar é um fenômeno natural e essencial ao organismo, sendo responsável pela regulação da temperatura do corpo e pela eliminação do excesso de sais minerais circulantes. O excesso de suor constitui uma patologia sobre a qual iremos discorrer a seguir.

A

Hiperidrose Primária ou sudorese excessiva é uma disfunção do sistema sudomotor do cérebro caracterizada por uma produção exagerada de suor, devido a uma grande estimulação das glândulas sudoríparas pelo sistema nervoso autônomo simpático. Geralmente acomete mãos, pés, axilas e face, isoladamente ou em associação, e se manifesta em 1% a 2% da população mundial. Pode ocorrer sem uma causa identificável, sem que nada o possa impedir, brotando nas horas mais incertas e delicadas, causando grande incômodo e enormes constrangimentos. Os sintomas podem surgir na infância e continuar pelo resto da vida. Na sudorese excessiva das mãos os sintomas comprometem o manuseio de papéis, digitações ou mesmo o cumprimento e/ou contato afetivo com as pessoas. Já os portadores de hiperidrose axilar se queixam de que as roupas

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estão sempre molhadas e com manchas que frequentemente as danificam, gerando um aspecto de má higiene e mau cheiro constante.

Muitos ainda desconhecem que este problema pode ser resolvido eficaz e definitivamente e estas pessoas deverão ser estimuladas a procurar ajuda de especialistas. A hiperidrose plantar predispõe o paciente à aquisição de micoses dos pés (frieira) além de permitir que os sapatos, sandálias e chinelos escorreguem ou caiam dos pés frequentemente. O rosto molhado e vermelho dos portadores de hiperdrose crânio-facial causa uma impressão de insegu-

rança, constrangendo enormemente aquele que fala em público. Por conseguinte, fica fácil entender que o desempenho de determinadas profissões são dificultadas e oportunidades profissionais poderão ser perdidas ou recusadas, gerando prejuízos sociais, psicológicos e financeiros. Na infância, poderão dificultar todo o processo de alfabetização e socialização das crianças. Dessa forma, podemos ressaltar que trabalhos recentes na literatura têm destacado a importância de se tratar precocemente os pacientes com hiperidrose antes da adolescência, fase da vida onde as manifestações psicossomáticas tendem a se agravar. Os sintomas costumam melhorar durante o sono e observa-se uma importante relação com o estresse. Recentes descobertas indicam que metade dos casos está associada ao Diabetes


Mellitus e que pessoas com excesso de peso apresentam piores sintomas. Além disso, a questão da hereditariedade é significativa, pois alguém na família do doente também sofre ou sofreu com o suor excessivo em partes do corpo atingidas pela doença. Infelizmente, muitos ainda desconhecem que este problema pode ser resolvido eficaz e definitivamente e estas pessoas deverão ser estimuladas a procurar ajuda de especialistas. Nesse aspecto, podemos citar

Tratamento Existem basicamente duas modalidades de tratamento eficazes. O primeiro é clínico por meio da aplicação da Toxina Botulínica (Botox) nas áreas afetadas. Geralmente são realizadas 30 a 40 aplicações em cada região por sessão que terá um efeito durante seis meses em média. Trata-se de um método temporário e caro. O segundo é cirúrgico, através da Simpatectomia Videotoracoscópica que consiste na secção da cadeia simpática no interior da cavidade torácica, bloqueando a hiperestimulação das glândulas do suor. Este procedimento é realizado sob anestesia geral através de duas incisões de

0,5 a 1,0 cm para a passagem dos instrumentos e dura em média 30 minutos. O resultado é imediato e definitivo, podendo ser constatado na própria sala de cirurgia. O paciente poderá receber alta no mesmo dia e sua recuperação e retorno as atividades são breves. As complicações aparecem em menos de 1% dos pacientes e os resultados alcançam índices pró-ximos de 100% de eficácia para a hiperidrose palmar; 90% para a hiperidrose axilar e 98% para hi-peridrose crâniofacial. Cerca da metade dos pacientes apresentam melhora dos sintomas da hiperidrose plantar.

como exemplo a jornalista Regina Lunkes Diehl autora do livro “Suando em Bicas: os constrangimentos causados pela hiperidrose”, onde ela relata toda a sua convivência com a doença durante três décadas e dá informações necessárias sobre as possibilidades de cura.

Os resultados são permanentes e o progresso da qualidade de vida é indiscutível. O principal efeito adverso da cirurgia é a hiperidrose compensatória, um aumento exagerado do suor em determinadas regiões do corpo, como o abdômem, coxas e dorso. Aparece em 20% a 30% dos casos, sendo que a maioria refere apenas a sintomas mínimos. Um percentual de 4% apresentarão hiperidrose severa. O grau de satisfação dos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico graduados como Excelente ou Bom é de 99% para hiperidrose palmar; 85% para crânio-facial; 75% para axilar e de 40% para a plantar.

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OLHOS:

CUIDADO REDOBRADO NA TERCEIRA IDADE dr. fláVIo VeNtura pINto de olIVeIra

A

Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma condição frequentemente associada ao envelhecimento, de causa desconhecida, na qual ocorre crescimento anormal dos vasos sanguíneos sob a retina, especificamente sob o tecido da coróide. A mácula é afetada e o resultado é a baixa súbita ou progressiva da visão central. É comum em pacientes com mais de 50 anos e chega a atingir, em todas as suas formas, mais de 30% dos pacientes acima de 80 anos. A falta de tratamento adequado pode levar a cegueira legal. A principal causa é a Revista Conviver | 38

idade. Também um histórico familiar positivo significa maior risco de desenvolvimento da doença. Foram identificados vários fatores de risco incidindo tanto sobre o desenvolvimento da doença como no surgimento de complicações neovasculares. A exposição excessiva à luz solar foi associada, de forma significativa à DMRI. A cor clara da íris (azul ou verde) está fortemente associada ao desenvolvimento da doença, o que sugere que a cor escura (marrom ou negra) seja fator de proteção para essa patologia. A falta de antioxidantes no organismo, como zinco, cobre, selênio e vitaminas C e A também

pode induzir ao envelhecimento precoce da retina além da doença ser um pouco mais frequente em fumantes. Durante anos a DMRI pode ter uma evolução silenciosa com formação das primeiras alterações degenerativas maculares, sem que o paciente detecte alterações visuais perceptíveis. Só o oftalmologista detecta as alterações precoces. Daí a importância da realização regular de consulta oftalmológica em todas as pessoas com mais de 50 anos. Na consulta, a observação do fundo do olho permite identificar os olhos com risco de desenvolvimento das formas avançadas da

!


doença. A DMRI ocorre de duas formas: a exsudativa (ou úmida) e atrófica (ou seca). Ainda que em sua manifestação atrófica (cerca de 85 a 90% dos casos) a doença não possa ser tratada, geralmente não provoca grandes danos a visão. Já a forma exsudativa (10 a 15% dos casos), causa vazamentos de líquidos e, em alguns casos, hemorragias sob a retina, chegando até mesmo a descolála. Esta forma de doença é a mais grave e pode levar a perda total da visão central, o que obriga o portador de DMRI a parar de ler, dirigir e outras atividades que dependam de visão apurada. Para o tratamento correto da forma exsudativa se faz necessário a realização de dois exames: angiofluoresceinografia digital computadorizada e vi-

deoangiografia digital computadorizada com indocianina verde para caracterizar as lesões e OCT (tomografia de coerência óptica) para detectar sinais de atividade de neovasos em fases precoces, por vezes dificilmente diagnosticáveis por outros métodos. A forma atrófica da DMRI não é tratável, apenas se pode fazer suplementação com vitaminas e antioxidantes, que podem diminuir o risco de evolução para as formas avançadas da doença. Para a forma exsudativa há tratamento, que deve ser iniciado o mais cedo possível. Até o ano 2000 o único tratamento para a DMRI exsudativa era o laser, que só permitia tratar um pequeno número de pacientes. Em 2000 surgiu a terapia fotodinâmica com verteporfina (visudyne®)

– o primeiro tratamento seletivo que permitia destruir os neovasos com relativa preservação da retina adjacente. Contudo não permitia tratar todas as lesões e apesar do tratamento a visão dos pacientes continuava a diminuir. Em 2004 surgiram novos tratamentos com injeções intra-vítreas de medicamentos anti-angiogênicos. São injeções realizadas em cavidade vítrea que permitem inibir o crescimento de neovasos. Neste momento no Brasil existe apenas um medicamento aprovado para o tratamento da DMRI exsudativa – Ranibizumabe – Lucentis®. O uso dessa medicação mostrou em vários estudos estabilização da visão em 90% dos pacientes e melhora da visão em 60% dos casos.

CASO CLÍNICO

! ! PACIENTE 72 ANOS, FEMININO, COM ACUIDADE VISUAL MENOR QUE 5% PRÉ-TRATAMENTO E MELHORA PARA 30% DE ACUIDADE VISUAL APÓS QUATRO (04) INJEÇÕES DE RANIBIZUMABE. Revista Conviver | 39


POSTURA PARA A VIDA Drª Alcione Farias

A Reeducação Postural Global, frequentemente designada por suas iniciais RPG, é um método original e revolucionário criado por Philippe Emmanuel Souchard em 1981, na França, após quinze anos de pesquisas no domínio da biomecânica. A RPG se aplica a todas as patologias que requerem fisioterapia: problemas morfológicos, articulares, neurológicos, traumáticos, respiratórios e esportivos.

O

papel da RPG é corrigir a má postura, cada vez mais frequente nos trabalhadores e também nos adolescentes, por causa do computador. Não vivemos mais do modo natural. Hoje estamos sempre sentados e as causas das lesões posturais são a repetição das mesmas posições, a tensão muscular e o sedentarismo. Corrigindo a postura, podemos tratar as patologias de desvio da coluna vertebral - escolioses, hipercifoses, hiperlordoses - e ainda problemas como a hérnia de disco, entre outros. A postura incorreta, infelizmente, não dá sinais. Mesmo olhando-se no espelho, as pessoas não percebem que estão “tortas”, apenas quando surge a dor é que se percebe que algo vai mal. É por isso que não se deve “fazer calar” uma dor sem investigar a sua causa, pois a dor é o sinal de alarme do corpo para mostrar

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ATENÇÃO

que há alguma coisa “fora do eixo” e grande parte das dores é resultado de má postura. Geralmente, quem mais sofre de dores na coluna são as pessoas que têm um trabalho duro, que levantam peso, mas também aquelas que possuem um trabalho aparentemente mais leve. Ficar em frente ao computador com tensão na nuca e ombros curvados, o dia todo, também causa dores na coluna. Para iniciar o tratamento, recomendamos no mínimo uma sessão semanal; depois que o problema é controlado, pode acontecer de espaçarmos as sessões até a suspensão total, que seria a alta do paciente. O tratamento é feito em consultas de aproximadamente uma hora, em geral uma vez por semana, e, quando necessário, duas vezes por semana nas escolioses graves, dores em situações agudas, pes-

soas frágeis, enfim, adaptando o tratamento ao paciente. Em uma lesão recente, apenas uma sessão pode amenizar a dor, já na escoliose infantil é necessário fazer o acompanhamento durante toda a fase do crescimento ósseo. A duração do tratamento também varia muito, pois depende do que há para corrigir. Após a primeira sessão da RPG já observamos mudança na postura do paciente, perceptível nas fotos retiradas no decorrer do tratamento:

ANTES

Se pudermos identificar e eliminar as causas do problema, os efeitos serão definitivos. É evidente que, se as causas estão no modo de vida das pessoas não poderemos, na maioria das vezes, eliminá-las e nem mesmo mudá-las, pois pode se tratar de um ofício ou de uma paixão, um esporte ou um hobby. Mesmo nestes casos, um bom trabalho em RPG pode ter um efeito bastante durável, pois

NA FOTO ABAIXO: DIMINUIÇÃO DA ANTERIORIZAÇÃO DA CABEÇA. DIMINUIÇÃO DA HIPERCIFOSE DORSAL DIMINUIÇÃO DA HIPERLORDOSE LOMBAR

DEPOIS

será integrado nos automatismos do corpo. De qualquer forma, não costumamos proibir nenhuma atividade aos nossos pacientes, mas aconselhamos que as realize de forma prudente, mantendo contato com o fisioterapeuta, a título de prevenção, e eventualmente fazendo uma consulta, caso haja alguma dor. Poucas sessões bastarão para voltar à calma, sem dores. Revista Conviver | 41


VIDA EM CADA GOTA alINe durães

fazer ao próximo um bem que em situações adversas nós mesmos estaríamos precisando. doar um pouco do muito que temos e que por vezes no corre-corre das atribuições diárias acaba não ganhando o seu real valor. Valor de vida. Valor de sangue. Valor de esperança.

O

Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado em 25 de Novembro foi criado como forma de homenagear e destacar o importante papel que os doadores desempenham na vida de milhões de pessoas. Para festejar essa data que marca o amor ao próximo o Hemocentro Regional de Campina Grande, preparou uma programação especial que contou também com o apoio da Unimed Campina Grande para valorizar esse gesto solidário. O Hemocentro abastece hospitais públicos e privados da região de Campina Grande desde 2000, com um estoque de bolsas de sangue em torno de 1.400 e uma saída média de 30 bolsas diárias. Mas é importante destacarmos que a máxima que prevalece a esse respeito é: “Quanto mais melhor”, tendo em vista casos de acidentes ou outras situações sempre sujeitas ao acaso. “O estoque precisa estar disponível, principalmente por sermos o único banco de sangue da cidade. Precisamos ter respeito com a população e compromisso

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com os hospitais porque o sangue é insubstituível e até agora o Hemocentro vem cumprindo na íntegra a responsabilidade de ser centro de hemoterapia e hematologia”, afirmou a coordenadora do serviço social, Júnia Villarim. A dificuldade que a instituição enfrenta ainda diz respeito ao preconceito e desconfiança da população sobre a verdadeira importância da doação de sangue. Por isso, existe uma luta incansável para romper com os mitos e crendices existentes no imaginário popular com muita informação através de campanhas, palestras, coletas externas e panfletagens durante todo o ano para que se possam desmistificar esses tabus. Para ser um doador é simples, é só obedecer algumas etapas como o check-up médico antes de ser encaminhado para a doação, incluindo a entrevista, que é feita com um médico responsável, onde o doador pode tirar suas dúvidas. Apesar da rapidez desse processo de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 1,8% da popula-

ção brasileira é doadora, enquanto o ideal seria de 3% a 5%. Diariamente o Hemocentro de Campina Grande recebe, em sua sede, 80 pessoas para doação. Muitos casos como o do senhor Carlos Antônio, agente de serviços gerais, que começou a doar em 1980 quando um amigo de trabalho estava com a filha doente e lhe pediu esse favor. Desde então essa prática é uma constante na vida dele que foi facilitada com a instalação de um centro de hemoterapia na cidade. Já o doador Denilson Rocha, funcionário público, foi movido pela


o sr. Carlos antônio é doador desde de 1980

curiosidade despertada pela unidade móvel de coleta que estava em seu bairro em uma das campanhas. “Na primeira doação me aproximei pela curiosidade de saber o meu tipo sanguíneo, só depois descobri a importância desse gesto simples que é tão importante na vida de muitas pessoas”, afirmou Denilson Rocha. Uma bolsa pode beneficiar até três pessoas, já que os componentes do sangue são usados de forma específica. As hemácias são usadas no caso de hemorragia e no tratamento de anemia. As plaquetas em substituição a sua falta; e o plasma é dado a pacientes com ausência de fatores de coagulação do sangue, ou fracionado em hemoderivados para tratamentos diversos. O Hemocentro de Campina Grande é a casa de todos os portadores de doenças hematológicas, em especial os hemofílicos, além de portadores de leucemia e anemia, beneficiados com tratamentos clínico, odontológico e fisioterápico. Contando com uma equipe de médicos, enfermeiros, bioquímicos, odontólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas e outros profissionais. Nesse novo ano que está apenas começando, doe um pouco de si e lembre-se: O sangue é essencial à vida. Ainda não se

sala de doação de sangue no hemocentro Cg

equipe de funcionários do hemocentro

descobriu um substituto para ele, por isso é necessário a doação de forma voluntária e contínua. Mulheres podem doar três vezes ao ano de quatro em quatro meses e homens quatro vezes ao ano de três em três meses. “Deve-se doar com a alma livre, simples, apenas por amor, espontaneamente!” - Martinho Lutero.

o funcionário denilson rocha em doação

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“BELEZA É FUNDAMENTAL” dra. aNa CeCílIa

a cada dia os processos e tratamentos para a beleza avançam mais e causam um maior impacto no cotidiano de todos. hoje em dia é comum vermos necessáries abarrotadas de cremes, maquiagens e os mais diversos produtos.

D

esde muito cedo, podemos observar a preocupação do homem com a estética. Ao compartilhar o contexto histórico vemos que segundo Weinberg, físico e estudioso da simetria, no século XX estes princípios passaram a ocupar um lugar central, pois permitem ditar a própria existência de todas as conhecidas forças da natureza. Eles conferem uma rigidez que se assemelha à de uma obra de arte, que nunca desejaríamos retocar. Atualmente nossa sociedade tem estabelecido padrões de beleza que demandam uma eterna busca pela juventude; pelo bemestar estético que vem influenciando tanto homens quanto mulheres. Há maneiras diversas de transformação que atendem a todas as expectativas financeiras, sendo praticamente impossível não se cuidar

hoje em dia. Então hoje, o conceito de belo é totalmente relativo. Aliás, quando falamos no início deste texto em necessáries, queremos ressaltar que este não é mais um utilitário exclusivo da bolsa feminina. Já é comum em

Atualmente nossa sociedade tem estabelecido padrões de beleza que demandam uma eterna busca pela juventude banheiros masculinos homens com seus produtos específicos para cuidados pessoais. Há quem os chame de “metrossexuais” e há apenas quem diga que são “homens que se cuidam”.

Os métodos de embelezamento são os mais variados, mas aqueles que apresentam retorno imediato são os mais procurados como as terapias a laser, as aplicações de toxina botulínica e preenchedores e os peelings mecânicos e químicos. Esses também são procedimentos rápidos e que se adequam ao cotidiano daqueles que apresentam horários limitados. O objetivo maior daqueles que realizam tais métodos é a atenuação das marcas de expressão, e finalmente, livrar-se de uma intervenção mais invasiva como a cirurgia plástica. A chegada da Cosmetologia veio nos auxiliar, do ponto de vista de otimização dos métodos estéticos e sua adequação a esse segmento da Dermatologia, validando cada vez mais essa ciência tão bela na sua essência.

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um novo olhar

REFLEXÃO SOBRE A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DO INDIVÍDUO COMO AGENTE TRANSFORMADOR DA QUALIDADE DE VIDA Rosângela souto

Quanto mais for possível acelerar o processo de transformação comportamental com relação ao meio ambiente, menor será o lamento, quando vierem a ocorrer as catástrofes engatilhadas, por não terem sido evitadas a tempo (Zulauf, 2000). A passagem do ano velho para o ano novo é uma data que nos remete a um momento de reflexão e aflora o nosso espírito de renovação e otimismo estimulando cada um de nós a planejar um futuro melhor. Pensamos em muitas coisas: um melhor emprego, mais sucesso, saúde, paz e que estejamos sempre perto dos familiares e das pessoas que amamos. Mas dificilmente lembramos que todos esses fatores dependem de um ambiente mais equilibrado e harmônico no qual estamos inseridos, pois o que vemos na atualidade são desordens sociais e ambientais que crescem assustadoramente e que nos deixam muitas vezes descrentes da possibilidade de mudanças. Problemas como miséria, desigualdade social, violência, consumismo desenfreado, falta de política publica, corrupção, des-

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matamento, contaminação ambiental, aquecimento global, dentre outros fatores igualmente importantes, tem trazido danos muitas vezes irreparáveis ao meio ambiente e a sociedade em geral. É constante o desabafo da população mundial so-

bre os problemas de ordem ambiental e a necessidade de um mundo “ecologicamente correto”, assim como é corriqueiro as acusações sobre a falta de governância nos países em desenvolvimento. Mesmo assim ainda são poucas as pessoas que demonstram uma mudança de atitude que venha contribuir para uma transformação paradigmática que vislumbre um mundo mais sustentável na ótica socioambiental. Sem deixar de lado a necessidade de uma modificação na conjuntura política do nosso país, assim como no modo de produção capitalista que ainda vigora e determina todos os demais setores da nossa sociedade, não podemos nos esquivar da nossa responsabilidade como atores nesse processo de permanência ou transformação no quadro político, social, econômico e ambiental do lugar onde vivemos e criamos os nossos


ECOsciente

!

filhos. Como bem dizia o sábio indiano Mahatma Gandi “Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo”. Já temos experiência suficiente para encararmos o fato de que não há paz e felicidade numa sociedade baseada no consumo, pois além de excluir uma grande parte da sociedade ao acesso aos bens materiais, acaba por exaurir os nossos recursos naturais. Algumas pessoas desfavorecidas do poder de compra, para garantir o consumismo, acabam por procurar caminhos que levam à violência. Se analisarmos a violência no Brasil há poucos casos que o indivíduo rouba, assalta, furta e mata para suprir as suas necessidades básicas, como comer, vestir-se com roupas comuns ou mesmo comprar remédios. Hoje a violência existe para garantir o tênis importado, a roupa de grife, o celular moderno, o carro, os vícios e claro, as drogas. Em suma, o consumismo, a ganância e a carência pelo supérfluo tira a paz da sociedade. Somado a isso tem o marketing que cria um apetite de consumo onde não há poder aquisitivo pra tanto e diante disso vem a frustração de não poder consumir e consequentemente surge a violência. Manter esse marketing é manter uma lógica de mercado que vem a tempo destruindo as condições sociais e ambientais do nosso planeta. Para tanto é necessário cobrarmos dos nossos governantes por educação de qualidade para formação de futuros cidadãos cons-

cientes com seus deveres e direitos e não seguidores patológicos do consumo que manipulados pelo sistema econômico vigente acabam sendo escravos e vitimas do “ter”. É preciso também valorizar pequenas atitudes que somando forças podem gerar uma nova sociedade que respeita a natureza. Ações simples como: denunciar aos órgãos competentes as empresas ou pessoas que estejam emitindo poluição sem licença ambiental ou de maneira descontrolada; preferir alimentos cultivados organicamente;

Temos experiência suficiente para encararmos o fato de que não há felicidade numa sociedade baseada no consumo exigir medidas ao seu governante que vislumbrem a melhoria das condições ambientais como a implantação de uma usina de reciclagem de lixo; separar o lixo reciclável e reaproveitável e levá-los aos locais de entrega voluntária; evitar excesso de embalagens, principalmente plásticos; e outras inúmeras iniciativas que podemos incorporar em nosso dia a dia que diminuirá a sobrecarga nos nossos recursos naturais. O indivíduo deve ser capaz de se sentir sujeito e não objeto de seu contexto (com consciência crítica), consciente que a sua atitude interfere no seu con-

texto de vida. Muitos autores renomados afirmam que a questão ambiental envolve muito mais do que “pessoas físicas” e atitudes individuais, mas que essas são importantes na medida em que mudam padrões de consumo e forçam as empresas, que criam os bens de consumo, a melhorar os seus processos. Mas devemos lembrar que a sustentabilidade do meio ambiente depende de fatores multicausais e que se interrelacionam, para tanto é indiscutível que mudanças significativas só ocorrerão frente a transformações em diversas dimensões – social, ecológica, econômica, política, cultural, ética, dentre outras – porém, não devemos nos esquivar da nossa responsabilidade como cidadão que faz escolhas, seja na hora da compra de um produto que muitas vezes não se procura a origem mercadológica do mesmo ou até mesmo pela opção do seu futuro governante que muitas vezes é fundamentada em razões individuais e pessoais. Portanto cabe a nós moradores desse planeta nos desprendermos do individualismo, do conformismo, da imparcialidade e da ganância para alcançarmos um futuro melhor habitável com mais verde e justiça social. Saiba que somos nós os verdadeiros responsáveis pela divulgação dos bons exemplos, pela cobrança dos nossos direitos, pela exigência por uma política pública transformadora e não puramente assistencial, e por fim, pela educação dos nossos filhos.

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BRASIL,

A SEGUNDA ABERTURA DO MAR VERMELHO PARA O POVO JUDEU dIlma daNtas

sai da tua terra, da tua parentela e da casa do teu pai e farei de ti uma grande nação, promessa feita por deus ao grande patriarca abraão. (genesis.12.1)

I

negável é a presença e a grande contribuição da cultura judaica entre nós, algo já tão enraizado em nosso cotidiano que por isso se faz necessário voltarmos os olhos para o passado, e entendermos o que representou a origem do povo judeu e a sua dispersão pelo mundo (diáspora). Os judeus que pelo mundo atravessaram a península ibérica, conhecidos como os sefarad (judeus espanhóis), sofreram com os progons (caça e perseguição a comunidade judaica) na Espanha e em Portugal pela inquisição, se mostraram fiéis a promessa que o Deus (IAVÉ) certificou junto ao patriarca Abraão, onde teria firmado a promessa de que os seus descendentes seriam tais quais

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as estrelas que povoam o céu. Do povo que teria atravessado o mar vermelho fugindo da escravidão do Egito, foi o mesmo em sua descendência, que na busca de superar problemas de ordem políticas, religiosas e de segregação, atravessaram o mar das Américas vindo aportar em terras brasileiras a partir de 1507. Trazendo consigo crenças e costumes que aqui no Brasil se arraigaram em nossa genética cultural. Destaca-se que com a perseguição


do santo ofício, os judeus foram desenvolvendo estratégicas para não só sobreviverem, como também deixarem latentes suas frases (tradição oral) e seus costumes. A Carne de Sol, por exemplo, prato típico mais conhecido no Brasil, principalmente no Nordeste, traz a grande influência dos Judeus que habitaram o Rio Grande do Norte, precisamente em Caicó, Acari e toda região do Seridó, não sendo a toa que Seridó seja uma palavra hebraica que significa o sobrevivente d’ELE’’. Geralmente o gado morto para consumo tinha seu sangue retirado, já que o povo judeu não

consome sangue, e ficava com suas carnes expostas ao sol cerca de três dias até que não houvesse uma só gota de sangue. Logo em seguida a carne era salgada, fatiada e guardada em baús com fins de conservação. Em plena corrida ao ouro e a madeira, os hebreus não tardariam a se relacionar com os índios e no campo gastronômico, no casamento entre a carne de sol com a farinha pilada e a rapadura, logo surgiria a paçoca que viria a alimentar gerações e gerações. Outra delícia da Gastronomia Judaica presente entre nós está o Requeijão. A prática da coalhada escorrida e lavada ao leite e misturada a manteiga trazia o sabor do creme mais cobiçado em nosso café da manhã. Além do queijo de coalho, também uma importante variante deste processo e símbolo presente na obra da teatróloga Lourdes Ramalho quando a mesma traz à tona as lembranças de sua mãe no feitio desta iguaria em sua fazenda. Para quem trabalha com Gado, muitos que utilizam o berrante mal sabem que o fazem por causa do toque do Shofar. Estes instrumentos feitos de chifre de carneiro ou antílope tem registro bíblico e são considerados puros, geralmente usados para convocar as tribos para se reunirem. Na

Bíblia o Shofar recebe o nome de Trombeta, e o mesmo está presente em muitas passagens a exemplo das Derrubadas dos Muros de Jericó. Dentro do exercício lúdico, a nossa ciranda possui sim raízes com o folclore israelita, não sendo a toa que a mesma se fez presente de forma tão marcante em Pernambuco, na ilha de Itamaracá, onde lá aportaram judeus vítimas da diáspora no ano de 1944. Longe de sua pátria, viram na ciranda um modo de unir as pessoas, uma dança que tornou-se praticamente a dança nacional da Romênia. Feitas com mãos unidas, pés descalços e roupas coloridas, com brilhos, babados, faixas e aventais, mangas ciganas bem largas, aos ombros dos vizinhos, era a expressão mais próxima da união do relacionamento humano de um povo de uma só raiz, mas disperso pelo mundo. As nossas crianças também acabaram recebendo forte influência judaica, pois após a diáspora as comunidades distribuídas em acampamentos, tratavam de repassar seus conhecimentos para os mais novos através da oralidade. Os ensinamentos da Torá eram repassados pelos mais velhos que em círculos uniam-se as crianças e enquanto a transmissão era feita, todos fingiam estar atentos a um instrumento de madeira chamado “Dreidel” Revista Conviver | 49


que rodava com as letras do alfabeto hebraico. Lá estavam escritas os seguintes dizeres “Num, Guimel, Hêi e Shin”: iniciais da frase Nés Gadol Haia, Shâm que quer dizer “Um Grande Milagre Ocorreu Lá”. Aos olhos dos soldados Sírio-Gregos tudo aquilo não passava de uma brincadeira. A tradição do Dreidel acabou chegando ao Brasil vinda através dos novos cristãos judeus recém convertidos, que cedeu espaço ao pião que conhecemos hoje. E para quem acha que nos festejos de fim de ano estamos livres das influências culturais judaicas deixo aqui alguns exemplos de que estamos mais próximos do que nunca. Os costumes que temos em pleno Natal de enfeitarmos nossas casas equivale na comunidade judaica ao que chamamos de as “Festas

das Luzes”, onde cada família ornamenta a sua casa com a força da sua criatividade. Sobre o ato de enviarmos cartões natalinos aqui no Brasil, em Israel também envia-se cartão nessa época como felicitações pela passagem do HANUKÁ. Até mesmo em fim e inicio de ciclo, o ano novo para os ocidentais e o ano novo judaico ( Hosh Hashaná) tem em comum gostar de utilizar roupas brancas. Assim como enxergamos semelhanças nas comidas para esta celebração, é de costume comer maçã com mel (aqui transformou-se na maçã do amor), pão com mel, arroz doce com lentilhas, em suma tudo que possa simbolizar um ano doce e afortunado. A forte influência judaica entre nós é um exemplo prático do quanto o Brasil é terra fértil e

receptiva, aos costumes de outros povos. Uma lição para o mundo sobre exercício de aprendizado na convivência e recepção para uma cultura que precisa ainda de mais compreensão ao invés de discriminação.


seNsIbIlIdade CrôNICa

SAUDADES DO FUTURO mICa guImarães

M

Menino ainda, eu tinha saudades da minha adolescência. Passei por ela e não me encontrei lá. Hoje, eu só tenho expectativa de saudades. Saudades do futuro, que já é amanhã. Quando jovem, sempre acreditei no agora; o usufruto do momento, pelo simples direito de vê-lo transformar-se em antes, como se eu tivesse todo tempo necessário, para quê? O tempo é a mais genial prisão. Nela, o homem se sente livre, por trás de grades que não vê. Se tenho saudades do futuro, é por que nele só há anseio, algo que não se pode apalpar. Não há ainda grades no futuro. Logo, estou livre. O futuro é o habeas-corpus do presente. O passado é cúmplice; deve ser preso. Deixar que só haja futuro. Era preciso abolir o tempo.

Imaginem, por exemplo, o homem só presente. Sem direito a recordações. Sem registros do que se passou. Também sem a angústia do que poderá vir-a-ser. Só hoje, nada mais. Mas eu tenho saudades do futuro. Das pessoas que eu não conhecerei. Dos instantes que não viverei. Das risadas contra o mundo que eu não darei. Decerto que eu gostaria de abraçar meu bisneto e dizer-lhe que o tempo é ingrato e fugidio. Gostaria de colocá-lo no colo e dar-lhe uma lição: estamos fadados à guilhotina inexorável do tempo, sob a qual toda passagem se elimina. Será que o futuro vai ter direito a passado. Ter de olhar para trás e ver o hoje, ali, lhe cobrando caminho que se esconde além

do além. Tempo, tempo, espelho da humanidade, por que o tridimensional tem que obrigatoriamente abrigar-se em teu seio murcho de depois? Ninguém pode garantir que viveu o passado, como não pode garantir que viverá o futuro. O hoje nunca existiu. O hoje a que me refiro agora já não é o hoje da frase passada. Passado, presente, futuro: a ilusão dos sentidos. Em outros parâmetros existenciais, não há o tempo. O tempo é a gaiola que impede a vida de voar. Do outro lado, há vida em abundância. Lá o tempo é inócuo. Tenho saudades do futuro, daquele que se esconde por trás do horizonte, temendo tornar-se ontem. Parem o tempo. Não deve o homem estar preocupado com os grilhões dele. Eles não existem. Talvez eu já esteja no futuro e não me lembre. Se estiver, com certeza, vou conversar comigo e dizer que tenho saudades do futuro.

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O TERCEIRO QUIRODÁCTILO DO DR. JOSÉ MOYSÉS dr. josé alVes Neto

histórias ou estórias? algumas são verídicas, outras são causos estóricos. Independente de relatos reais ou ficcionais, o fato é que há muito tempo esses episódios contados tem alimentado sonhos, provocado risadas, lágrimas e narrado, acima de tudo, a trajetória de um povo difundindo a criativa cultura nordestina. o médico ultrassonografista dr. josé alves Neto nos presenteia contando fatos ou retratando pessoas que fazem nossa história maior. Confira!

N

Nasceu no sopé da Serra do Cabaço, antiga Serra da Viração, atualmente Serra de Santa Luzia que serve de escada para o Planalto da Borborema, em 1º de outubro de 1932. A cidade de Santa Luzia, alcunhada de Veneza Paraibana, fica incrustada na região do Seridó Paraibano, útero que gerou muita gente que a fez valorizada pe-

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los seus filhos notáveis: Dr. José Peregrino de Araújo - Presidente da Parahyba, de 1900 a 1904; Dr. Jader Silva de Medeiros – deputado federal - responsável pela mudança no traçado da BR 230 para Santa Luzia – 1960; Dr. José Flósculo da Nóbrega - jurista, considerado uma das figuras mais expressivas do Direito da Paraíba; Francisco Seráfico da Nóbrega deputado federal e ex-governador

da Paraíba; Dr. João Maurício de Medeiros - Ministro da Agricultura do governo de Getúlio Vargas; o ex-deputado federal e atual senador Efraim Morais; os meus amigos, médicos: Valdir Cesarino; Verônica Cesarino; Expedito Medeiros, Conceição Medeiros, João Bosco Pereira, Martinho Nóbrega, o engenheiro Hamurabi Medeiros, o jornalista Rubens Nóbrega e tantos outros...


HISTÓRIA OU ESTÓRIA?

O meu amigo José Moysés de Medeiros Neto, ascendeu à Chapada da Borborema, para realizar seu curso secundário, em dezembro de 1945. Posteriormente, indo concluir o seu curso superior na Faculdade de Medicina da UFPE, cidade do Recife/PE, em dezembro de 1962. Volta para o “Piemonte da Borborema”, Campina Grande/ PB, como médico, escolhendo a especialidade de “Amansa Homens” (Urologia), aqui, casandose e constituindo sua prole. O que acho interessante na sua pessoa e como médico é sua maneira gentil de tratar a todos, das diversas classes sociais, sem distinção. Nele você encontra uma capacidade de trabalho imensa, que mesmo como aposentado, está na ativa, dinâmico e incentivador dos mais jovens. Há uma coisa que temos em comum: é o gosto pela música. Ele, indo mais longe, porque é compositor. Aproveito este espaço, para fazer ciente aos que não sabem: tem músicas gravadas por João Gonçalves, Os 3 do Nordeste, Amazan, Francinaldo, Gaviões da Serra, Luan, Kátia Virgínia, Adauto Ferreira, Abdias do Acordeom, Verônica Rios, Klévia Katt e outros mais. Ao todo, são 38 músicas gravadas. Fazendo menção que o João Gonçalves já fez estúdio de duas músicas para seu CD deste ano. Os 3 do Nordeste estão com duas músicas para o CD de 2010. Mas, o bom mesmo,

é que o nosso colega se enveredou pelo aprendizado de tocador de sax, que se intitula soprador, e péssimo, mas, como é meu amigo, e amigo meu não tem defeito, eu o considero melhor que Bob Fleming e Serginho do Sax. De tudo isto, o que mais me chama a atenção é o 3º quirodáctilo (maior de todos) da mão direita do Dr. José Moysés que usava para realizar o toque para exame da próstata. Imenso, afrontoso, uma verdadeira baqueta de tocar surdo. Diz o piadista, Tonho dos Couros, que o dedo de toque tem mais de 20 cm. Um certo dia, fez uma consulta médica, quando enfiou o dedo em seu anel corrugado, a fim de realizar o toque prostático, para a palpação da glândula; virou os olhos, que ficaram esbugalhados, olhou para o Dr José Moysés e disse: - Dr Jooosé, dêêê-me um beijo... Atualmente, para não mais causar medo aos seus clientes, só está fazendo o toque com o 2º quirodáctilo da mão direita (dedo indicador). Houve outra ocasião que ele inventou de chamar vários músicos para compor uma banda, onde ele seria o primeiro saxofonista do conjunto. Juntou todos, alguns violonistas, bateristas, trombonistas, guitarristas... Depois de uma pequena preleção, levantouse e disse: - Agora irei escolher um a um, a dedo! Neste momento, um a um, também, foram inventando

desculpas diversas. Um: - Dr. José, estou tendo que ir, pois tenho que levar meu menino ao colégio. Outro: - Estou atrasado, tenho que levar minha esposa à consulta de vista. Mais um: - Tenho que sair rápido, já que tenho uma promissória que se vence hoje, e o banco está próximo de fechar suas portas. O restante:- Dr. José Moysés... E todos foram escafedendo-se do recinto, o mais rapidamente possível. Atualmente, nem o mais dos incautos instrumentistas, quando se ouve falar que ele quer formar uma banda, nem lá vão mais. Olhem, tudo isto vendi a preço de custo, talvez sejam até estórias, nem mesmo ele relatou tais fatos para mim. Contudo, eu só sei dizer que este homem, com um buril, gravou seu nome na sociedade de Campina Grande e no meio médico, como: um bom médico, honesto, ético, um cara de ações irreprocháveis, louco por música, doido por dança, e acima de tudo: Um puto-de-um-amigo! Pessoa pela qual deduzimos que ainda dentro da classe médica, tem muita gente de valor admirável. Sua felicidade consiste em distribuir seus conhecimentos, suas ajudas, sua alegria, sua vitalidade, sem fazer mal a quem quer que seja; em todas as ocasiões que se façam necessárias.

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NO TEMPO DA DELICADEZA dra. alaNa agra

quem assiste à atual novela das oito vê a cada final de capítulo o relato de pessoas que, a partir de eventos dolorosos ou até trágicos, resolveram mudar sua forma de viver a vida, de se relacionarem com os outros e consigo mesmas. são histórias emocionantes e belas, em seu exemplo de superação de dificuldades. mas será que sempre são necessários momentos de dor e tragédia para que se possa reavaliar a vida, as atitudes?

O

exemplo dos outros, um livro marcante, um filme que nos fale mais à emoção, uma conversa podem levar a mudar sua vida, se você se dispuser a isso. Quando se está aberto para a vida, até uma caixinha antiga de brinquedos pode ter esse efeito, como acontece a Amélie Poulain, a protagonista de “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” (Le Fabuleux Destin d’ Amélie Poulain, 2001), um dos filmes europeus de maior sucesso desta década – e um caso de filme francês sem melancolia e sem elucubrações filosóficas maçantes, algo que tanto impregnam o cinema da França. Solitária desde a infância, Revista Conviver | 54

mas nunca amarga ou triste, a doce Amélie (Audrey Tautou, que se tornou estrela com o filme) resolve procurar o dono da caixinha e devolvê-la, o que consegue depois de uma investigação de métodos bem próprios e reveladores de sua personalidade generosa e inventiva. Ao ver a felicidade do dono dos brinquedos, Amélie encontra um novo sentido em sua vida


– que parecia sem maiores propósitos: ela resolve procurar fazer com que as pessoas ao seu redor vivam um pouco melhor, usando sempre estratégias originais e encantadoras. Parece pouco? É pouco, sim. Porque Amélie parece compreender que, de uma maneira geral, são os pequenos detalhes que determinam o grau de satisfação com que levamos nossa vida; que prazeres triviais e contratempos rotineiros quase sempre definem o que consideramos um bom ou um mau dia, uma vida feliz ou infeliz. Ao prestar mais atenção às pessoas próximas e às suas peculiaridades, sempre de uma forma generosa, a vida da própria Amélie é transformada, tanto pela felicidade que consegue ao fazer algo bom a alguém, como pela descoberta do amor – em um personagem tão solitário e tímido quanto ela (o ator e diretor Mathieu Kassovitz), um dos romances mais cativantes do cinema recente. Uma espécie de feed back positivo, ao voltar para ela o bem que fazia a outros. Não é um filme que pretenda ser revolucionário, nem tem a pretensão de servir como lição de vida, mas mesmo assim o filme do francês Jean-Pierre Jeunet consegue exatamente as duas coisas. É revolucionário no sentido em que traz uma personagem generosa e positiva, num momento que o indivi-

dualismo e a desesperança parecem tão mais valorizados. E serve como lição de vida – sem qualquer conotação autoritária ou maçante que tem essa idéia de “lição”- ao mostrar que pequenos gestos, pequenas delicadezas podem ser tão mobilizantes quanto grandes eventos. E que mudanças podem vir de acontecimentos felizes, não só do sofrimento. Num momento em que especialmente nos vemos frente ao consumismo exagerado dos presentes de Natal e às “decisões de final de ano”, pode ser um bom primeiro passo vermos a oportunidade de nos sentirmos mais felizes e fazermos felizes outros com algumas coisas simples da vida. Porque, afinal de contas, o que acaba ficando em nossa vida são os momentos, as atitudes e as pessoas especiais no dia a dia, os presentes realmente imperecíveis e não os perecíveis, mesmo que mais caros e chamativos. O que fica e importa é o que nos faz melhores, como bons filmes. Revista Conviver | 55


O poeta não cala Homenagem ao mestre José Alves Sobrinho diana reis

A voz do passado que segue no vento O vento que traz essa voz do passado É o mesmo que embala a folia das ondas E segue entre as ruas fazendo mil rondas Refrescando a noite num leve bailado Aquele que ouve o seu canto encantado Um jovem poeta a improvisar Jamais se esquece e se põe a chorar Mesmo que acompanhe só por um segundo Quem sente esse vento em silêncio profundo Ouve o seu galope na beira do mar E assim esse vento que passa por mim Se afasta tranquilo com seu testemunho Se fazendo brisa, tufão, ‘redemunho’ Arrastando nuvens, beijando o capim Por mais que procure, jamais chega ao fim Nenhum muro impede o seu galopar Repetindo a voz do poeta ao voar A voz que se vai pelo oco do mundo Quem sente esse vento em silêncio profundo Ouve o seu galope na beira do mar Jonathas Falcão Revista Conviver | 56


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O poeta José Clementino de Souto é o nome dele. Nasceu em junho de 1921, em Pedra Lavrada/PB. Aos seis anos de idade, começou a frequentar a escola, “escola do mato”, já que na região onde ele morava não existia uma estrutura de ensino, então a cada ano, um dos proprietários de terras da região, juntava as crianças que moravam próximo a sua propriedade e contratava um professor para que lhes ensinasse as lições. Em uma dessas aulas, o professor de Clementino, João Quinto Sobrinho ensinou aos alunos como fazer um quadra na poesia popular. Pediu que os alunos trouxessem de casa um verso em quadra, dando-lhes um tema, José Clementino ficou com a tarefa de versejar sobre o tema: mãe, e assim ele fez: Como eu não tenho mãe Como todo mundo tem Minha mãe é mãe Dionísia Que me beija e me quer bem. O verso foi muito elogiado pelo professor que garantiu, “esse menino é um poeta, ele vai longe” Aos 11 anos de idade, José Clementino foi assistir pela primeira vez uma cantoria, e segundo ele mesmo fala, “foi a coisa mais bonita que eu vi em minha vida”. Depois desse dia de cantoria, Clementino não esqueceu a melodia que ouviu, o que o levou a construir uma violinha a partir de uma caixa de charuto para ficar tocando na “toada” que aprendeu. Tempos depois, ganhou de um vizinho uma viola de verdade, e aos 13 anos ele já fazia cantorias pela região. Mas como seu pai não aprovava ter um cantador na famí-

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lia, e já havia quebrado uma viola em sua cabeça para tentar impedílo de seguir adiante com esse desejo de ser cantador, José Clementino de Souto precisou mudar seu nome para seguir a carreira de cantador. Assim, seu tio, José Alves, ao seu favor, aconselhou que ele passasse a assinar como José Alves Sobrinho. Aos 15 anos, já com este nome artístico, fugiu de casa para viver de cantoria. José Alves foi um dos maiores catadores de sua época. Levou a poesia popular para o Rádio, cantou na Rádio Clube de Pernambuco, na Rádio Tabajara; cantou para Assis Chateubriand, José Lins do Rego; cantou com 91 cantadores, mas aos 38 perdeu a voz. Abaixo trecho do poema dele “Quando eu deixei de cantar”, publicado no livro Matulão de um Andarilho, pág. 25.

“Sem voz, sem som, nu e cru, Fui forçado a abandonar A profissão popular De cantar para viver! Como é triste não poder Cantar, sabendo cantar.”

A voz O fato de Zé Alves ter perdido a voz aos 38 anos de idade, por motivo incerto já que nenhum médico emitiu um diagnóstico definitivo, não impediu que ele desse vazão a sua paixão pela poesia popular. José Alves Sobrinho é um grande nome da Cultura Popular Nordestina, se tornou escritor, pesquisador e mestre popular. Entre anotações e lembranças, livros e fotografias, José Alves possui um dos maiores acervos de Cultura Popular do Brasil, como ratifica o depoimento de Bráulio Tavares: “o


arquivo de um cantador como José Alves é tão valioso quanto os tesouros do rei Salomão”. José Alves Sobrinho marca a história da Cultura Popular Nordestina, não só por sua maestria nos jogos de improviso do repente, nos áureos tempos em que cantava, mas também por sua força enquanto pesquisador.

O pesquisador e escritor Em 1977, Zé Alves entrou para Universidade Federal da Paraíba como pesquisador a convite do professor Átila Almeida. Juntos publicaram: o dicionário Bio-bibliográfico de Repentistas e Poetas de Bancada (1980) e Marcos e Vantagens (1982) Publicou 26 folhetos de cordéis, escreveu 7 livros, cinco publicados e dois inéditos.. Em

1975 publicou seu primeiro livro Sabedoria de Caboco, depois vieram: Glossário da Poesia Popular (1982), Matulão de um Andarilho (1994) e Cantadores, Repentistas e Poetas Populares (2003). Recentemente, em dezembro de 2009, publicou “Cantadores com quem cantei” pela Editora Bagagem com o apoio da UFCG. José Alves ganhou o Prêmio Leandro Gomes de Barros pela Secretaria de Educação e Cultura do Município do Recife (1970), foi Sócio Fundador da Associação de Poetas e Folcloristas do Brasil (1972), Cidadão da Poesia pela Ordem Brasileira de Literatura de Cordel (1978), Membro Fundador da Comissão Paraibana de Folclore (1994), Correspondente do Acervo Raymond Cantel - França (1998). Em 2004, Zé Alves recebeu a Medalha Honra ao Mérito Cel. Elísio Sobreira e em 2006 assumiu a cadeira de número um da Academia Paraibana de Literatura de Cordel (2006).

O filme Reconhecendo a história do poeta José Alves Sobrinho, que se entrelaça com a história da cantoria e da poesia popular do Nordeste, e encantada com o seu carisma e paixão pela Cultura Popular, resolvi pesquisá-lo mais profundamente. Foi a partir de uma entrevista dele para a jornalista Katiúscia Formiga, em julho de 2006, no Jornal Correio da Paraíba, que o conheci pela primeira vez. Daí em diante, estabeleci um contato inicial com o poeta e decidi fazer do meu projeto de conclusão de curso (Comunicação Social - UFPB), um vídeo documentário sobre José

Alves Sobrinho. Essa experiência certamente foi um divisor de águas em minha vida. Não só pelo aperfeiçoamento técnico na produção de vídeo, mas principalmente pela convivência e aprendizado ao lado do poeta. O documentário “A Voz do Poeta” foi finalizado em maio de 2007, com 26 min de duração. Ao todo foram nove meses de pesquisas sistemáticas com visitas periódicas à casa do poeta e 14 horas de captação de imagens de material bruto. A Voz do Poeta é uma homenagem e registra a existência desse grande nome da Cultura Popular do Nordeste, que no auge da sua carreira de cantador, perde a voz; mas não deixa morrer a poesia dentro dele. O filme é um recorte de um homem de muitas facetas e alma grande.

Ficha Técnica

Diana Reis - Produção e Direção Jonathas Falcão - Montagem e Trilha Kleyton Panda - Fotografia Rodrigo Cesar Reis - Still

PRÊMIOS DO FILME A VOZ DO POETA Troféu Rodrigo Rocha - Melhor Vídeo documentário paraibano 2007 Troféu Cabeçote de Melhor Documentário Paraibano - Prêmio Especial da ABD/PB 2007 Troféu Machado Bittencourt – Melhor vídeo documentário – Júri oficial - 2007 Overdose 2008

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Cidade: que

Grande Campina

ORDEM NO PROGRESSO

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO URBANO NAS MÉDIAS CIDADES BRASILEIRAS Alípio Hortins

Atualmente observa-se um grande esforço no enfrentamento das questões referentes ao planejamento urbano nas cidades brasileiras. Notadamente, naquelas consideradas de médio porte, a exemplo de Campina Grande. Os municípios são autônomos, político e administrativamente para realizar esse planejamento urbano. Entretanto, ainda existe uma certa fragilidade de recursos humanos e financeiros.

C

om o intenso processo de urbanização ocorrido a partir dos anos de 1960, a ocupação das cidades brasileiras se deu de maneira bastante acelerada. Assim, muitas cidades cresceram de forma desordenada, com uma expansão urbana em direção às suas áreas periféricas, que passaram a se caracterizar com um tipo de ocupação irregular e espontânea, em locais ambientalmente frágeis, com péssimas condições de habitação, e de acesso a infraestrutura urbana e serviços essenciais de qualidade. Diante desse contexto, surge a necessidade de planejar o Revista Conviver | 60

ral dos centros urbanos nacionais. Surge o planejamento urbano, Surge a necessidade que pode ser definido como um de planejar o cresci- processo de idealização, criação e desenvolvimento de soluções mento das cidades, criando mecanismos que visam melhorar ou revitalizar certos aspectos dentro de uma e ferramentas para determinada área urbana, ou do tentar solucionar ou planejamento de uma nova área pelo menos estancar em um espaço segregado, tendo como objetivo principal proporo desequilíbrio escionar aos habitantes uma melhotrutural dos centros ria na qualidade de vida. urbanos nacionais. Em Campina Grande, existem alguns órgãos que lidam crescimento das cidades, criando com a problemática do planejamecanismos e ferramentas para mento urbano, com destaque para tentar solucionar ou pelo menos a SEPLAM (Secretaria de Planeestancar o desequilíbrio estrutu- jamento Urbano e Meio Ambi-


ente). Essa secretaria desenvolve estudos, diagnósticos e projetos com vistas a acompanhar os diferentes usos da cidade, relacionando-os a um planejamento e gestão dos problemas urbanos que incidam sobre a inclusão territorial e a melhoria do ambiente urbano em nossa cidade. Recentemente, o poder público municipal realizou nos dias 27 e 28 de novembro, a 4ª Conferência da Cidade de Campina Grande, com a finalidade de propor a interlocução entre os diversos atores da sociedade campinense, sobretudo com relação às temáticas relacionadas à Política Nacional do Desenvolvimento Urbano. Esse evento abre caminhos para possibilitar o avanço

na consolidação de um sistema de desenvolvimento urbano que tem como foco prioritário, enfrentar e interromper um processo de urbanização excludente, buscando fortalecer o controle social e alavancar as políticas públicas que promovam um planejamento harmônico da cidade, desde que todos os projetos e encaminhamentos discutidos nessa conferência saiam da teoria e tornem-se ações efetivas. Considerando que diante das dificuldades financeiras pela qual passa a maioria dos pequenos e médios municípios brasileiros, que não tem fontes de receita própria, e contam com escassos recursos para se planejar e atender às demandas da sociedade, torna-se um grande desafio

se colocar diante das exigências legais, a exemplo do Estatuto da Cidade. Certamente, esta lei traz evidente contribuição para uma política urbana voltada para a função social da propriedade, mas que exige uma estrutura administrativa e recursos para o cumprimento de suas exigências legais, a partir de dotações orçamentárias tão escassas e muitas vezes mal distribuídas, que se observa nos municípios brasileiros de pequeno e médio porte. Existe uma preocupação crescente com a competência dos municípios para tratar dessas questões, pois é o poder público municipal o mais próximo da realidade e também das cobranças da população local, além de ser o principal responsável pelo planejamento urbano, junto a todos os segmentos da comunidade local. O planejamento urbano no Brasil e, particularmente, no nordeste, tem introduzido novos parâmetros de análises, dando realce ao modelo de desenvolvimento sustentável, como principal referência para o desenvolvimento das sociedades, seja no nível local, regional e nacional. Revista Conviver | 61


o humor em alta CARTUNISTA RECEBE HOMENAGEM DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA RIBAMILDO BEZERRA E ULISSES PRAXEDES

O

dia 14 de dezembro de 2009 certamente entrou para os anais da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba de forma inusitada. É que é a primeira vez que se tem notícia que um homenageado não emitiu um único convite e foi, sozinho receber uma comenda oficial, a Medalha Augusto dos Anjos, fruto do projeto de resolução nº 1.348/2008 do Deputado Estadual Carlos Marques Dunga Júnior. Pode parecer estranho mas quando se trata do cartunista Fred Ozanan tudo isso faz parte de uma rotina que marca toda uma consagrada trajetória, cujos prêmios se sucederam com a mesma naturalidade com que ele encara a missão de difundir o humor. Se um dia está dormindo num posto de gasolina no interior da Paraíba e no outro repousa num confortável hotel cinco estrelas em Foz do Iguaçu, não importa, o que para ele interessa é colocar a sua arte como alternativa cultural e educacional em qualquer canto do Brasil. É levar o humor aonde o povo está. É popu-

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larizar a charge e difundí-la como forte instrumento de comunicação. Assim sempre fez, independentemente de apoio de qualquer natureza que jamais recebeu na Paraíba, externando em seu discurso a sua gratidão a um imenso público invisível que o apóia, o acompanha, o estimula e lhe dá força para ser um instrumento de denúncia social através do humor gráfico usando a charge e a carticatura. Para ele, que

já alcançou quase sessenta prêmios em todos os níveis na área do humor gráfico no Brasil, “o fato de jamais ter sido acompanhado nas solenidades não me decepciona. Não me frusta. Pelo contrário, vejo sempre ao meu lado um público invisível e a ele dedico esta Medalha!”- completa. O interessante é que no dia seguinte, com a maior naturalidade possível, o cartunista saiu às ruas agradecendo ao povo a


honraria concedida pela Assembleia Legislativa, inclusive na redação da revista Conviver. O autor da propositura, deputado Dunga Júnior, se mostrou surpreso ao mesmo tempo em que entendeu a dimensão do gesto do cartunista em relação a homenagem a partir do grande número de e-mails recebidos pós-solenidade. “O que mais uma vez se constata é que, Fred Ozanan é possuidor de

um humor extremamente popular, Fred encara com seriedade a tarefa de mostrar que em tudo há graça e desenvolve com maestria a sua missão que extrapola o limite da publicação imediatista comum a charge e invade o precioso espaço da história através da memória e do tempo, escancarando as portas para a charge política, denunciando as desigualdades sociais, a in-

justiça, a repressão e tantos outras formas de coação existentes numa estrutura de poder. O interessante é que dentro de uma homenagem que recebia da Assembleia, o cartunista a redimensionou para tantos outros anônimos que admiram o seu trabalho. Foi uma atitude democrática, respeitosa e abrangente que em muito valoriza o conceito cultural e artístico da Medalha Augusto dos Anjos. Ele com um simples ato de reconhecimento superou as raízes personalistas, individualistas e emocionais que muitas vezes envolvem esse tipo de homenagem” disse o deputado Dunga Júnior. Em outro trecho do seu discurso, o cartunista enfatiza a sua gratidão a Assembleia Legislativa, em particular ao deputado estadual Dunga Júnior e, falando da transformação que a arte imprimiu em sua existência. “Ao longo da carreira, a arte me deu o poder de vislumbrar novos horizontes, de viver dezenas de vidas em uma só existência. De sentir na alma a dor do desprezo, do descaso, da humilhação e, ainda assim, ter a capacidade de anestesiar sentimentos através do riso, do humor, da ironia e da graça. Não faço um humor rancoroso. Não sou favorável ao humor revanchista, covarde e ferino no ponto de vista pessoal. Faço humor

pelo humor, com consciência de que posso errar por não observar, não ouvir, não se preocupar. Levo o humor a sério. Levo a vida a sério e, não por falsa modéstia, tenho orgulho do imenso patrimônio que Deus me deu que foi a competência, a ética e o humanismo, valores que não se compram mas que são ensinados pela vida.” O que se pode notar neste episódio é o comprometimento do artista com o seu público. É o zelo e o respeito por uma profissão. É saber que um trabalho voluntário, mesmo que silencioso pode render frutos. E no caso de Fred Ozanan é assim. Há anos desenvolve atividades voluntárias que vão desde as crianças portadoras de câncer do Lar de Maria, na distante Teresina, no Piauí, às escolas da periferia de Campina Grande, passando por universidades do Nordeste e exposições no exterior. Neste caso o que não falta é identidade com o seu público. Ele se constitui realmente num multiplicador de ideias, num estimulador de talentos. A sua missão em busca de um leitor crítico através da interpretação de fatos e de imagens se consolida a cada dia e este reconhecimento da Assembleia Legislativa da Paraíba reforça a certeza de que temos que ter fé acima de tudo. De que é necessário impor um amor sem limites a profissão que abraçamos para, assim a exemplo do cartunista Fred, chegar um dia e alcançar uma nova fase em sua carreira: a fase do reconhecimento também em seu estado de origem.

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ALINE DUrÃes

Histórias de sucesso

No curso de Formação Cooperativista, realizado como parte constituinte do processo de admissão dos novos médicos na Unimed Campina Grande, a programação contou com a dinâmica “Atitude de cooperação”, elaborada tendo como base o método de investigação apreciativa que é uma busca cooperativa do melhor das pessoas e das organizações. Nessa dinâmicas todos compartilharam uma atitude, fruto de ajuda mútua, que gerou resultados positivos. Pelas histórias contadas, percebemos que mais uma vez, uma nova turma veio com o diferencial de engajamento sempre necessário à consolidação da medicina solidária.

Colaboradores Unimed CG: Comemorando um ano de excelência! O Encontro Anual dos Colaboradores Unimed Campina Grande que, este ano teve como tema “A Excelência que nos une”, foi marcado pelas palavras alegria e convivência. A animação da festa ficou a cargo da cantora Verônica Rios que contextualizou todo evento de acordo com os pilares conceituais da Unimed firmados na união, felicidade, confiança e diversidade. Além de brincadeiras e muita música, os colaboradores também participaram de vários sorteios de brindes e assim se despediram de 2009, mas já com os braços abertos para um novo ano que em tudo será 10!

Campanha Natal pela Vida União e solidariedade marcaram a campanha Natal pela Vida. A Unimed Campina Grande em mobilização com a CLIPSI, Hospital Pedro I, cooperados, prestadores, colaboradores e clientes conseguiram mais de uma tonelada em alimentos que foram doados à Casa da Criança Dr. João Moura e Rede Feminina de Combate ao Câncer de Campina Grande. A campanha é uma iniciativa do Movimento Nós Podemos Paraíba em busca do cumprimento dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM’s).

Revista Conviver | 65





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