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rtro magazine nยบ25


Janeiro é o mês das resoluções, do novo ciclo, do “este ano é que é”. É curioso – apesar de experiências passadas, e da própria ciência, atestarem que as resoluções não funcionam – que as pessoas continuem a precisar de rituais e de um marco cronológico que lhes comunique a necessidade de se renovarem. A ciência diz que as resoluções estão condenadas a falhar por serem genéricas e não partirem de uma genuína vontade de mudar: as pessoas estão demasiado afeiçoadas aos seus velhos hábitos. Mas também pode ser outra coisa: se calhar essas motivações que julgamos nossas mais não são do que uma compilação de expectativas externas, do que é suposto sermos, em vez do que queremos ser. E se não conseguirmos mudar porque no fundo já somos o que queremos ser? Bem, isso poria em causa quase todo o sistema de consumo – que se alimenta precisamente das nossas aspirações a versões melhoradas de nós mesmos: mais magros, mais ricos, mais sexys, mais confiantes, mais extrovertidos, etc.

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Com o fim do mês de Janeiro já ao virar da esquina – e com os bolsos consideravelmente mais vazios – as boas intenções vão-se perdendo e as rotinas vão voltando a instalar-se.

Uma que esperamos que se mantenha é a leitura da RTRO. Podemos dar uns retoques em alguns aspectos e acrescentar isto ou aquilo. Mas a essência RTRO não se perde. Esperamos que com vocês funcione da mesma forma. Bom Ano :)

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Editorial

Margarida Cunha Editora


rtro staff

editora Margarida Cunha redactores Ana Rodrigues Ana Cristina Silva Catarina Oliveira Beatriz Subtil Helena Martins Margarida Cunha Mariana Sá Pedro Resende layout / paginação Manuel Costa fotografia Ricardo Costa foto de capa Andreia Saraiva

A rtro está sempre à procura de modelos, fotógrafos,stylists, maquilhadores, designers, que queiram colaborar, expor os seus trabalhos, se achas que tens o que é preciso contactanos para o nosso email.

geral@rtromagazine.com


INDÍCE

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Focus on Designer Giambattista Valli

Color me Lilás

Blogger Chat Mafalda Castro

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It Boy From It to Sexiest

Smells Like Manifesto by Yves Saint Laurent

Romance e mistério: Era uma vez um bad boy…


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30

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Sess達o Hotel Room

Street Style

XX British Fashion Awards

It Girl From Russia with style

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Ler. Vet. Ouvir

Wishlist


Focus on Designers por Pedro Resende


Giambattista Valli 6 – 7 | rtro


Focus on designers

Chegar a meio da carreira e ser descrito por um escritor Vogue como Plum Sykes como fabricante de vestidos que são "o mais próximo da Alta Costura que o pronto-a-vestir pode produzir" é mais do que qualquer pessoa poderá provavelmente dizer um dia. Mas há muito mais que Giambattista Valli pode dizer que muito poucos comuns mortais podem. Por exemplo, pode dizer que nasceu em 1966 em Roma. Ok, até aqui muitos mortais poderão dizer o mesmo! Mas quantos desses poderão dizer que apresentam há várias estações as suas colecções de pronto a vestir e Alta Costura, naquela que será a eterna semana de moda, a parisiense? Quantos se podem gabaritar de ter conseguido um primeiro emprego com um dos mestres, Roberto Capucci, ou ter seguido da criatividade deste para os génios de Fendi ou Krizia? Giambattista não perdeu nada ao longo do seu percurso. Destes trabalhos, parte em 1997 para a Ungaro onde, segundo o próprio, "descobriu a linguagem parisiense" e em 2005 aventura-se no lançamento da sua marca própria, homónima, e singular na forma como aborda a criatividade e o vestir. O objectivo inicial mantém-se intacto. "Eu


quero que a mulher sinta o corte da tesoura nas roupas" dizia Giambattista algures no tempo... e assim continua. Um corte refinado, completado com cores intensas e estampados refinados que complementam o corpo feminino como uma cápsula de beleza e eteriedade. "Peças que não se sabe se são do passado, do presente ou do futuro" mas que de qualquer forma conseguem criar silhueta, proporção, cor e detalhe para uma mulher quotidiana que não o quer parecer. Giambattista soube encontrar a fórmula do sucesso, na captação do look parisiense e na adopção do mesmo como estilo pessoal. Da Central Saint Martins (onde estudou ilustração já em 1987) para o mundo, Giambattista Valli é, hoje e provavelmente para sempre, um dos senhores elegância, severo nas formas, subtil no styling, até quando coloca borboletas cobrindo os lábios de modelos já por si envoltas em véus de rede negra e vermelha.

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Color me

por Catarina Oliveira

Quando está frio apetece imenso que a Primavera chegue, quase que se tem uma fantasia surreal de correr num campo de flores de lavanda, numa tentativa de bloquear o vento que nos congela as orelhas. A moda impulsiona-nos a imaginar o calor que aí vem por nos trazer uma cor imensamente primaveril, o lilás. Podemos já começar a pintar as unhas desta cor, é o mínimo que se pode fazer para compensar o desejo de calor numa altura tão fria. A frescura da cor aparece em todos os canais de beleza, como é o caso da maquilhagem. Impossível ficar indiferente a um batom cor lilás, um toque subtil que pode chegar em tonalidades mais rosa ou mais arroxeada, complementando desta forma todos os tons de pele, sem ninguém ficar de fora. Revlon sugere este subtil gloss, extremamente apetecível. A pop culture prepara-se para o verão e Lady Gaga surge com ar etéreo neste vestido Versace, provando que esta cor pastel é uma boa opção de red carpet. Quanto à semana da moda Primavera-Verão 2013, as sugestões para a próxima estação são imensas. Zac Posen apresenta-nos um vestido fluido, fazendo jus ao lilás

na sua forma mais convencional. Promove a beleza natural da cor e apela ao sol. Wes Gordon cria-nos um contraste estimulante, ao juntar o preto, num resultado tanto primaveril como adaptado ao frio, já que o negro é intemporal. Burberry chega com um look total em lilás, que resulta lindamente. Não se torna excessivo, mas a transparência e o rendado fazem as delícias de quem vê. Por fim, Rag and Bone cria um sapato arrojado, usando a cor como o chamamento final para o adquirir, custe o que custar. As nossas sugestões não se ficam pelo desejo de Primavera. É possível usar lilás agora, e alegrar um pouco o Inverno.


10 – 11 | rtro


Color me

jades24.com 330â‚Ź

flannels.com 95â‚Ź aprox.


asos.com 34.25€

yoox.com 147€ aprox.

dorothyperkins.com 3.60€ aprox.

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Blogger Chat por Helena Martins

Mafalda Castro é a blogger por detrás do Last Time Around. Foi há dois anos que começou a partilhar a sua visão da moda na internet e desde então o seu blog não tem parado de crescer, o que não é de admirar, visto que o seu estilo com influências boho é admirado por muitos. Fomos falar com ela, para mais uma edição do “Blogger Chat”.


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Blogger chat

1. Quando é que te apercebeste que querias criar um blog e que querias ter a tua própria voz no mundo da moda? Já muito antes de o criar, era uma vontade já de há bastante tempo. O mundo da moda sempre foi algo que me apaixonou e o meu lado criativo tinha muita vontade de ter um sítio que me pudesse "fazer ouvir", mostrar o que mais gosto. 2. Porque escolheste o nome “Last Time Around” para o teu blog? Para ser sincera não me lembro bem, ahah Acho que foi pelo facto de já ter criado vários blogs, mas acabava sempre por desistir deles, não tinha paciência para continuar, e quando criei este pensei "bem, esta é a última vez". Deve ter sido por algum pensamento desse género. 3. O que procuras num blog de moda, o que te faz tornar seguidora dessa blogger? O que me faz ser seguidora de um blog de moda é sem dúvida o estilo da pessoa, mas também quando noto que o blog é feito com paixão, não por obrigação (como muitos blogs por aí). Gosto de coisas com alma, originais e de qualidade. Ligo imenso às fotografias e toda a parte criativa. 4. Achas que tens isso? Eu gosto de pensar que tenho, sou muito apaixonada por tudo o que faço e ponho um bocado de mim no blog por isso acho que sim. 5. Em apenas três palavras como definirias o teu blog? O meu diário. 6. Qual foi a melhor experiência que o teu blog já te proporcionou? Já proporcionou muitas, uma delas é a quantidade de pessoas que seguem o meu blog e que falam comigo, acho fantástico poder falar e conhecer quem me segue. Já conheci imensas pessoas através do blog, como algumas bloggers que adoro, e já tive experiências diferentes que sem o blog não teria. 7. A blogosfera cada vez cresce mais e de certa forma se torna mais poderosa no mundo da moda. Achas que a blogosfera portuguesa se assemelha ao que acontece lá fora? Acho que começa a ter cada vez mais importância cá em Portugal. Acho que antes de os blogs terem o peso que têm lá fora é preciso uma ligeira mudança de mentalidade e de abertura em relação ao mundo da moda, mas acho que estamos no bom caminho.


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Blogger chat

8. Onde encontras inspiração para os teus outfits? Em todo o lado: na rua, na música, revistas e outros blogs. 9. Como defines o teu estilo? Bastante descontraído e, basicamente, indefinido. Estou sempre a mudar o meu estilo, tanto passo de boho para rocker numa semana. Gosto de variar e no geral uso o que gosto. 10. O que estás a vestir neste momento? Calças de cabedal e uma camisola de malha com um statment necklace. 11. Qual foi a última peça de roupa que compraste? A peça de roupa não me lembro, tenho comprado mais acessórios do que roupa. Uns óculos fantásticos da Partyglasses e um colar prateado super giro (que é o que estou a usar agora). 12. Quais são as peças de roupa sem as quais não conseguirias viver? Calças de cabedal, botas pretas e o meu casaco de cabedal. 13. O que gostavas de dizer aquelas pessoas que seguem o teu blog diariamente? Gostava de lhes agradecer a todas, sei que sem elas o blog não tinha sentido e adoro o apoio que me dão. Gostava de conhecer toda a gente que me segue. 14. As pessoas reconhecem-te na rua? Ah ah, não diariamente, mas já aconteceu algumas vezes principalmente quando estou a passear na baixa ou em algum evento de moda. 15. Onde te vês daqui a 10 anos? Não sei, nem gosto muito de pensar no que vai acontecer daqui a tanto tempo. Sou daquelas pessoas que gosta de viver o momento, mas o que gostaria de estar a fazer era sem dúvida estar ligada ao mundo da moda, continuar com o blog e viajar muito! 16. A nossa revista chama-se RTRO. O que é para ti ser “retro”? Para mim ser retro é estar ligado ao passado, inspirar-se no que já passou no mundo da moda e acho isso fantástico. Inspiro-me imenso em revistas antigas, e acho que não há nada melhor do que reinventar tendências.


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Hotel Room Fotografia: Ricardo Costa (ricardocosta.org)

Modelo: Andreia Saraiva Makeup & Hairstyle: Filipa Oliveira (filipaoliveiramakeup.blogspot.pt/)

Roupa: Newlook Agradecimentos: Hotel ParaĂ­so (Oliveira do Bairro)

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Hotel Room


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Hotel Room


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Hotel Room


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Hotel Room


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str sty Ana Rodrigues


reet yle 30 – 31 | rtro


StreetStyle

V창nia Ferreira Casaco, leggins e sapatilhas de loja local Bolsa Parfois.


Mariana Machado Casaco Massimo Dutti Bolsa e camisola Zara Botas Stradivarius

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XX_British Fashion Awards por Catarina Oliveira

O vigésimo quinto British Fashion Awards fica marcado por vencedores merecidos e é reconhecido como um importante marco na moda e impulsionador de novos talentos. Entre os prémios atribuídos destacam-se os de Christopher Kane, vencedor na categoria Womenswear Designer of the Year, e Kate Moss, que levou para casa o Special Recognition Award, pela sua longa e notável carreira. Já a marca Burberry foi eleita Designer Brand of the Year. Mas foquemo-nos na passadeira vermelha, onde a simplicidade é rainha da noite, num tom muito sofisticado. Aqui ficam os melhores e piores da noite, na opinião da RTRO.


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British Fashion Awards 2013

Alexa Chung: A it girl aparece num mini vestido sem alças que parece criar uma nova tendência. O strapless chega em força para o verão e Alexa sabe-o bem. A cor branca resulta perfeitamente, e os sapatos são outro ponto alto do conjunto.

Poppy Delevingne: Vestida por Emilia Wickstead, Poppy destaca-se pelo padrão arrojado e musical e pela escolha de um vestido camisa. Não fica atrás na elegância, e a opção pouco usual para passadeira vermelha resulta lindamente. Os sapatos brancos complementam o visual da maneira mais perfeita possível.

Portia Freeman: Uma escolha segura, com o já ícone mostrar de perna que Angelina Jolie patenteou. Portia acaba por ficar nas melhores vestidas por causa do topo do vestido, o decote arrojado e ao mesmo tempo com imensa classe. O cabelo platinado acentua a graciosidade do look.


Hayley Atwell: A actriz escolhe Holly Fulton para o evento, mas o vestido acaba por se perder, com demasiado a acontecer no topo. Quase que engole Hayley, que parece perdida com tanta cor e padrão.

Rita Ora: Apesar do cabelo impecável, o vestido Vivianne We s t w o o d escolhido pela cantora demonstra-se como um fiasco. O decote acaba por se acentuar demasiado, pelas piores razões. O vestido parece prestes a cair, e Rita não fica de todo favorecida.

Jodie Kidd: Vestida Marios Schwab, a modelo perde-se no meio dos outros convidados. Demasiado conservadora, parece ficar mais baixa num visual que não promove a sua forma.

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it girl

From Russia with style por Pedro Resende

Seria de esperar que a filha de um senador russo tivesse poder em qualquer área na qual escolhesse trabalhar ou exercer a sua influência. Mas que o poder lhe venha sob a forma expressiva em palavras como It Girl, Trendsetter ou Someone to Watch já é um passo um pouco distante do esperado. Mas é o que acontece com Miroslava Mikheeva-Duma. Miroslava Duma (não pela amizade que possibilita um tratamento mais simplificado mas porque a simplicidade de facto a caracteriza) é ex-editora da Harper’s Bazaar russa, destacando-se desde os tempos de juventude por, mais do que seguir tendências a um termo quotidiano e ordinário, se adiantar às mesmas ou adequá-las num vanguardismo composto de detalhes, combinações de cor e uso de acessórios. O resultado? Um estilo inspirador de milhões, idolatrado por um semelhante número mas respeitado por todos. Num look clássico tão contemporâneo como futurista (o que quer que se entenda por esta miscelânea), esta princesa russa da moda alia o seu conteúdo estético ao papel de mãe, a nível pessoal, aos papéis profissionais de escritora freelancer e fundadora do portal de estilo e entretenimento Buro 24/7. Reza a lenda que, algures no início dos anos 2000, quando os cintos de franjas surgiram como tendência e cada menina feliz se dedicava a usá-los como marcador de estilos, Miroslava caminhou pelos corredores da escola com um cinto cujas franjas por pouco não tocavam o chão. Rebeldia? Chamar-lhe-emos atrevimento. E desse, uma It Girl tem que perceber. Entre Miu Miu, Chanel, Saint Laurent, Alexander Wang ou Prada, os gostos são tão variados como os looks compostos, o que resulta numa surpresa constante quando o nome Miroslava Duma surge numa lista de convidados ou num qualquer evento. E, agora sim, a pergunta formula-se com exatidão e respeito: se isto não é uma It Girl, o que será???!!! 38 – 39 | rtro


It girl


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it boy!

From It to Sexiest por Pedro Resende

Homem mais sexy do mundo do ano de 2013. Título estranho para se atribuir a um humano, considerando os biliões de homens que habitam esta estranha bola azul a que chamamos Terra. Mas Adam Levine conseguiu. Pelo menos de acordo com a revista People (apesar de a decisão ter sido contestada quer pelo público quer pelos media) o vocalista dos Maroon 5 é o homem mais sexy do mundo, vivo! Porque esta última palavrinha faz toda a diferença neste tipo de julgamentos. Factos consumados: Nasceu a 18 de Março de 1979, em Los Angeles. Começou a banda Kara’s Flowers, projecto que veio a dar origem ao papel pelo qual é mais conhecido. Esse papel é o de vocalista da banda POP Maroon5. Esta última obteve um sucesso espontâneo com o primeiro álbum, Songs about Jane. Desde 2011, está presente no programa The Voice americano. Já colaborou com pelo menos duas marcas de moda. E ainda possui a sua própria editora, a 222 Records. Factos que o podem ter levado ao posto de Sexiest Man Alive? Esses são sem dúvida subjectivos. Mas pode ter ajudado o facto de possuir a magreza subtil que o mundo da moda e da beleza parecem apregoar este ano. Ou ainda a sua voz melódica em baladas como “She Will be Loved”. Ou a relação com Behati Prinsloo, da qual se separou este ano e com a qual se reconciliou, protagonizando no intermédio um beijo no rosto que marcou o desfile da Victoria’s Secret de 2012? Enfim... muitos são os factos consumados, muitas são as escolhas de factores a considerar quando se atribui um título como o homem mais sexy do mundo, mas um título que encaixa perfeitamente em Adam Levine é, sem dúvida, o de It Boy. Claro que uma reacção como “Isso não é real!” à notícia dada por Carson Daly era de esperar, mas o que era de esperar era que, mais cedo ou mais tarde, o cantor de agora 34 anos recebesse um título que o põe quase taco a taco com a namorada, um anjinho da marca de lingerie mais cobiçada do mundo. Afinal, o ditado já diz que “por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher”. E um It Boy não é excepção. 42 – 43 | rtro


It boy!


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Smells like…

Manifesto

by Yves Saint Laurent por Margarida Cunha

Poucas coisas me deixam uma primeira impressão marcante. Sobretudo perfumes – a oferta é praticamente infinita, o que faz com que as inevitáveis semelhanças entre fragrâncias dificultem a emergência de um produto realmente distinto. Manifesto é uma rara excepção: uma hipnótica fragrância que me envolveu desde o primeiro minuto. Há algo de particularmente viciante neste perfume, sendo fácil perceber porquê: a sua assinatura é descrita pela marca como sendo “ um bouquet de jasmim pontuado por notas verdes e um rasto arrojado que combina madeira, baunilha e tonca”. Uma combinação que pretende invocar a feminilidade e capacidade de reinvenção das mulheres – materializada no slogan: “Provocar é uma arte”. A celebridade eleita para divulgar o Manifesto foi Jessica Chastain. A actriz é o rosto de um perfume cuja cor associada é o roxo – descrita pelo senhor Saint Laurent como a cor da sedução absoluta. A embalagem do perfume é de uma simplicidade sedutora: um frasco ligeiramente dourado com a cintura abraçada por uma ametista. Disponível nos seguintes formatos: Eau de Parfum (30ml, 50ml e 90ml), Eau de Parfum Intense, Desodorizante (100ml), Leite de Corpo (200ml), Gel Duche (200ml) e em coffret (Eau de Parfum 30ml + Leite de Corpo 50ml).


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ROMANCE E MISTÉRIO:

ERA UMA VEZ UM BAD BOY… por Ana Cristina Silva

Título: A caminhar para o desastre Título original: Walking Disaster Autora: Jamie McGuire Editora: Planeta Editora Edição: Novembro de 2013 Páginas: 404 Género: Romance (New Adult)

Depois de autopublicar «Um Desastre Maravilhoso», best-seller do New York Times e do USA Today, Jamie McGuire presenteou-nos com este «A caminhar para o desastre». Ao contrário do que o nome parece indicar, não se trata de um prólogo do anterior, mas sim, da mesma história contada do ponto de vista do protagonista masculino. O romance conta a história de Abby Abernathy e Travis Maddox que se conhecem na Universidade através dos seus melhores amigos, America e Shepley. Travis é um bad boy que possui um lado selvagem e impulsivo. Além disso, participa num submundo universitário de lutas e apostas. Acrescentando finalmente a cereja no topo do bolo, está o facto de ter casos de uma

noite… praticamente todas as noites! No entanto, ele é uma personagem impossível de odiar: cativa e emociona o leitor, passa aquele sentimento de ser capaz de fazer qualquer coisa pela mulher que realmente ama: Abby. Ela está no primeiro ano da faculdade, não bebe, não fuma, nem se relaciona facilmente com rapazes. Travis é tudo que Abby quer evitar, tudo o que ela deixou para trás: estamos mais uma vez perante dois opostos que se atraem. Ela é uma incógnita para ele, uma rapariga diferente das outras que não sucumbe aos seus encantos, e isso é o que inicialmente lhe desperta a atenção. Travis e Abby acabam por ter um relacionamento baseado na necessidade dele em tê-la ao seu lado; algo em linha com o facto


de ele ser extremamente protector e possessivo. Mas a autora torna possível que o leitor compreenda o motivo de ele cometer inúmeras falhas diante de tantas emoções e pensamentos, muitas vezes, irracionais. Ela não o retrata como um homem perfeito, mas como um jovem que enfrentou muita coisa na vida e que não consegue lidar com uma paixão, algo completamente novo para ele. No decorrer da narrativa, somos todos testemunhas da evolução de seus sentimentos, da sua luta em busca da redenção, das suas tentativas de ser merecedor de Abby. Sendo a história narrada inteiramente sob o ponto de vista de Travis, conhecemos Abby apenas através dos olhos dele, ficando se calhar muito por perceber acerca das motivações e sentimentos da protagonista feminina. Assim, aconselho a ler «Um desastre maravilhoso», o livro anterior da autora, e garanto que não se sentirão entediados com a sequência, pois existe muito material inédito que faz com que um livro seja o complemento do outro. O casal vive drama após drama e confesso que em alguns momentos me questionei se eles seriam capaz de resistir a tantos altos e baixos. Digamos que a parte mais apaixonante do livro é mesmo o presenciar a fase da conquista e como os dois se apaixonam e não as imensas “lutas” que depois se seguem. Preparem-se para uma narrativa cheia de reviravoltas no campo afectivo, uma verdadeira montanha-russa de sentimentos. A questão é que provavelmente apenas no mundo dos sonhos e do romance idílico tudo acabaria por funcionar perfeitamente; na vida real muito dificil-

mente um final feliz seria expectável (mas não é afinal para fugir à realidade que lemos romances?!). Além do casal, outro ponto muito positivo do romance é a intensidade dos acontecimentos e o contributo que dão para a “formação” dos personagens. São vários os tramas e isso até poderia ter deixado a história menos interessante se eles não tivessem sido tão bem expressados pelos personagens. A sensação de estar a experienciar tudo com eles é bastante vívida. E se isso tudo não fosse suficiente a autora ainda escreve um prólogo e um epílogo a roçar a perfeição. A obra enquadra-se num fenómeno novo na literatura do género, de acrescentar um toque sexy e uma pitada de romantismo a uma história que possui várias características de um Young Adult. De ressalvar que este romance é somente sensual, não é erótico, nem explícito. Um livro muito intenso, envolvente e pouco politicamente correto devido ao seu herói: um bad boy selvagem e impulsivo, porém totalmente vulnerável ao amor. Quando mergulhamos no mundo de «A caminhar para o desastre» ficamos irremediavelmente seduzidos por uma história que pode ser doce e romântica, mas que é, ao mesmo tempo, obsessiva e um tanto disfuncional. “Encontrei finalmente uma rapariga por quem vale a pena lutar…e não a mereço.” Jamie McGuire in «A caminhar para o desastre»

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Ler. Ver. Ouvir. por Mariana Sá

Ler A Porta dos Infernos Autor: Laurent Gaudé Editora: Porto Editora Ano: 2009 Género: Romance A Porta dos Infernos conta a história de uma família italiana, em Nápoles, nos anos 80. Um cenário perfeitamente normal, até que, a caminho da escola, levado pela mão do pai, Pippo é atingido por uma bala perdida. Foram apanhados no meio de tiroteio entre a máfia de Nápoles. O filho morre nos braços do pai. A partir daí, Matteo e Giuliana (os pais), passam a viver obcecados pela vingança - mas Matteo não consegue a coragem necessária para matar Cullaccio, o responsável pela morte do seu filho. O efeito desta morte trágica é devastador, tanto nele como na mulher. Esta não o perdoa por não ter coragem de vingar o filho. Então, atormentado pela morte do filho e pela desilusão de Giuliana, Matteo vagueia pela noite de Nápoles à procura de uma solução. Esta aparece por indicação do velho padre Mazerotti e o professor Provolone. São estas duas personagens curiosas que lhe falam da possibilidade de descer aos infernos para resgatar o filho. Até lhe indicam onde fica a porta do inferno, precisamente em Nápoles. E é isso mesmo que ele faz. Abre a porta, desce até às profundezas da terra e a partir de aí, acompanhamos a aventura de Matteo pelas entranhas do Reino dos Mortos em busca do filho perdido.


Ver

Ouvir

Golpada Americana (American Hustle)

Claridão

Realização: David O'Russel

Autor: Lúcio Silva

Elenco: Christian Bale, Amy Adams

Editora: Som Livre

Ano: 2014

Ano: 2012

Género: Drama/ Histórico/ Thriller

Género: Pop

Os filmes com estreia marcada para esta altura do ano, costumam ser os maiores candidatos aos Óscares, Globos, Baftas, etc.

Lúcio Silva usa o apelido como forma de apresentação. O disco de estreia vem com 12 temas, com melodias e letras brilhantes. A música de Silva lembra uma mistura de MPB com pop-introspectiva e algumas pinceladas electrónicas. Soa a Rodrigo Amarante (sobretudo em Little Joy) com um toque de Twin Shadows.

Este é precisamente um dos grandes concorrentes este ano. Aliás, até agora, 'American Hustle', realizado por David O. Russel, já tem sido muito bem falado. Não bastasse ter um elenco repleto estrelas: Christian Bale; Amy Adams; Bradley Cooper; Jennifer Lawrence; Jeremy Renner, este filme já está nomeado para 7 Globos de Ouro. Com estreia marcada para dia 23 de Janeiro, espera-se muito deste filme. Entretanto, já arrecadou 3 prémios atribuídos pelo círculo de críticos de cinema de Nova Iorque. Melhor filme do ano; melhor argumento, assinado por David O. Russel e Eric Singer; e de melhor atriz secundária, Jennifer Lawrence. O filme, uma aventura policial no mundo da máfia de New Jersey mostra-nos a vida de Irving Rosenfeld (Christian Bale que mais uma vez se transfigura para uma personagem). Um vigarista que trabalha com a sócia e amante Sydney Prosser (Amy Adams). A dada altura, ambos são forçados a colaborar com um agente do FBI (Bradley Cooper). A missão passa por se infiltrarem no mundo da máfia.

Com 23 anos este brasileiro conseguiu que o primeiro álbum fosse editado em Portugal graças à enorme partilha que aconteceu na internet. E ainda bem que isso aconteceu. É bom quando chega mais música brasileira de qualidade a Portugal. Há mais géneros para além do forró ou funk. A popularidade da música de Silva permitiu que tenha andado em tournée por Portugal, durante o final do ano passado. Este, aproveitou e ficou por cá a gravar o segundo álbum, que entretanto já terminou. O anuncio foi feito pelo próprio no Instagram e até já adiantou, que o próximo álbum já tem título: "vista para o mar". Quem sabe, inspirado pela nossa costa portuguesa. Enquanto esse não chega, recomenda-se a escuta de "Claridão". Provavelmente, as músicas "2012", "A visita" e "Moleton" não te serão desconhecidas.

Como se não bastasse esta confusão, este trio envolve-se na política, através do candidato Carmine Polito (Jeremy Renner). Até a uma certa altura as coisas até parecem encaminhadas, mas a esposa de Irving, Rosalyn (Jennifer Lawrence), aparece e decide mudar as regras do jogo. Será que a esperteza e os truques vão conseguir safá-los em momentos de aperto. Ficamos à espera!

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Wishlist por Ana Rodrigues

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COS, 190€

Zara, aprox. 80€

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Topshop, 170€

Edie Parker, 1270€

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Chic 3

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v


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Stella Mccartney, 775€

Persunmall, aprox. 12€

T by Alexander Wang, 322€

8 Monki, 20€

vs

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Cheap! 4

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