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Alimentação | Vacas de leite

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ALIMENTAÇÃO | VACAS DE LEITE A GORDURA DO LEITE E A ALIMENTAÇÃO DAS VACAS

A INDUÇÃO DO SÍNDROME DA DEPRESSÃO DO TEOR DE GORDURA DO LEITE (SDG) PODE SER UMA BOA TÉCNICA DE MANEIO SOB DETERMINADAS CONDIÇÕES. CONTUDO, FREQUENTEMENTE, A INCIDÊNCIA DO SDG REPRESENTA UMA DIMINUIÇÃO DA VALORIZAÇÃO ECONÓMICA DO LEITE E UMA PERDA DE RENDIMENTO PARA A EXPLORAÇÃO. POR ESSA RAZÃO, TODAS AS ESTRATÉGIAS QUE POSSAM SER DESENVOLVIDAS PARA EVITÁ-LO SÃO IMPORTANTES E APRECIADAS PELOS PRODUTORES DE LEITE.

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MANUEL D. SALGUEIRO

Engenheiro Zootécnico Cevargado - Alimentos Compostos Unipessoal, Lda. diogo.salgueiro@cevargado.pt Provavelmente, de todos os constituintes do leite, a gordura será o mais controverso. Sendo a sua principal fonte de energia (Bauman & Griinari, 2003), foi dos primeiros a ser utilizado no fabrico de vários derivados lácteos (Gerbault, et al., 2013). No entanto, também é o que mais tem contribuído para a controvérsia da influência negativa do leite e produtos lácteos na saúde dos consumidores (Lordan, et al., 2018; Huth & Park, 2012). Essa controvérsia provém de investigações passadas, relacionando o teor elevado de ácidos gordos saturados do leite com o possível aumento do colesterol LDL e, por isso, com um maior risco de incidência de doenças cardiovasculares (Lordan, et al., 2018). Além disso, as recomendações alimentares provenientes de instituições de vários países, na segunda metade do séc. XX, aconselhando diminuir a ingestão de lípidos saturados e colesterol total, abalaram fortemente a confiança dos consumidores neste alimento e seus derivados (Jenkins & McGuire, 2006). Contudo, investigações recentes têm vindo a comprovar os benefícios do consumo de leite e produtos lácteos, bem como a

"(…) NOS ÚLTIMOS 20 ANOS A PRODUTIVIDADE DAS VACAS NACIONAIS AUMENTOU QUASE 30%."

falta de causalidade entre a ingestão da gordura saturada do leite e a ocorrência de várias doenças, erradamente atribuídas ao seu consumo (Lordan, et al., 2018; Lordan & Zabetakis, 2017; Thorning, et al., 2016). Certamente será um dos motivos da recuperação do consumo de produtos lácteos, em especial no caso da manteiga e do queijo (FAO, 2020).

Obviamente que a valorização dos constituintes do leite na fixação do preço à produção está dependente da sua procura no mercado. Por isso, a maior procura gera incentivos para a venda de leite com mais gordura. Deste modo, os produtores de leite conseguem um preço mais atrativo pelo produto e melhoram a rentabilidade económica da sua atividade. No entanto, outro fator que afeta fortemente a rentabilidade económica é a produtividade das vacas. Por isso, o seu aumento é um desafio diário comum a todas as explorações leiteiras, procurando diluir os custos de produção e manter, ou aumentar, a margem do negócio. No Gráfico 1 podemos observar que, nos últimos 20 anos, a produtividade das vacas nacionais aumentou quase 30% (ANABLE, 2020). Assim sendo, os criadores, bem como os nutricionistas que os aconselham, enfrentam dois objetivos que, sendo economicamente importantes, nem sempre são compatíveis.

A GORDURA DO LEITE E A ALIMENTAÇÃO DA VACA LEITEIRA

O aumento da produtividade exige uma maior ingestão de nutrientes para satisfazer as necessidades nutricionais acrescidas. Uma vez que a capacidade de ingestão das vacas é limitada, os nutricionistas têm vindo a aumentar a densidade nutricional das dietas. Contudo, essas dietas também apresentam um potencial mais elevado para afetarem o padrão da fermentação ruminal e as populações microbianas presentes no rúmen (Dewanckele, et al., 2020). Por isso, a alimentação das vacas exerce um efeito marcante na quantidade e qualidade da gordura do leite (Bauman & Griinari, 2003). Um dos exemplos mais estudados deste efeito é o Síndrome da Depressão do Teor de Gordura do Leite (SDG). Bauman & Griinari (2001) definiram o SDG como uma redução na produção e teor de gordura do leite, bem como uma alteração na sua composição em ácidos gordos, mantendo inalterada a quantidade de leite produzida. A primeira comunicação do SDG foi há mais de 175 anos, quando o investigador francês Jean Baptiste Boussingault (1845), ao fornecer exclusivamente beterrabas a uma vaca, observou uma diminuição significativa no teor de gordura do leite produzido. No início do século XX, com o começo da alimentação das vacas baseada em princípios científicos, o SDG foi comunicado várias vezes (Bauman & Griinari, 2003). E em 1939, pela primeira vez, foi intencionalmente provocado num lote de vacas, manipulando a quantidade e o tamanho de partícula da fração grosseira da dieta (Powell, 1939). Desde a publicação desse trabalho muita investigação foi realizada permitindo, atualmente, prever as condições alimentares que estão na sua origem.

Dois tipos de dietas são consistentemente associados à indução do SDG (Dewanckele, et al., 2020), e promovem a alteração das populações microbianas do rúmen (Fuentes, et al., 2009; Maia, et al., 2010; Rico, et al., 2015; Pitta, et al., 2018): - o primeiro tipo é constituído por dietas ricas em amido ou açúcares rapidamente fermentescíveis, e/ou com um teor baixo de fibra (NDF), ou de fibra fisicamente efetiva (peNDF). Nas atuais condições de alimentação das nossas vacas leiteiras, em que a forragem mais utilizada é a silagem de milho, este tipo de dietas é frequente. Esta forragem tem vindo a ser melhorada ao longo dos últimos 20 anos, apresentando hoje um teor de amido elevado (Lage & Salgueiro, 2019). Este facto, associado à diminuição da incorporação de palha ou outras fontes de fibra longa, com o objetivo de aumentar a densidade energética e a ingestão de nutrientes necessários ao suporte da produção, poderão ser os fatores indutores do SDG. De salientar que estas dietas também poderão induzir situações de acidose ruminal nas vacas, originando a alteração do padrão da fermentação ruminal e o aparecimento do SDG. Contudo, a acidose ruminal não é condição necessária na indução do SDG, o qual pode manifestar-se mesmo quando o pH do ambiente ruminal está em valores normais (Dewanckele, et al., 2020). O SDG também pode ocorrer com o fornecimento de erva verde, em particular com as ervas jovens de primavera, ricas em açúcares e ácidos gordos insaturados e com um teor baixo de peNDF. Poderá ser uma situação com maior incidência nas vacas que se alimentam nos pastos luxuriantes dos Açores; - o segundo tipo é constituído por dietas suplementadas com gordura, seja de origem vegetal, animal ou marinha. A gordura é utilizada nas dietas das vacas leiteiras de alta produção por várias razões, entre as quais aumentar a densidade energética e, nalguns casos,

Produção 305 d (kg) GRÁFICO 1 EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE MÉDIA AOS 305 DIAS (ANABLE, 2020)

10500

10000

9500

9000

8500

8000

7500

7000

6500

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Ano

TABELA 1 UTILIZAÇÃO E BENEFÍCIOS DOS SUPLEMENTOS DE GORDURA (JENKINS & HARVATINE, 2014)

Utilização de gordura Benefício

Aumenta a densidade energética da dieta Aumenta a produção de carne e leite e aumenta a condição corporal

Reduz a pulverulência e a separação das partículas nas misturas de matérias-primas Altera o perfil de ácidos gordos da carne e do leite Melhora o manuseamento dos alimentos e a segurança Adequando-os às orientações nutricionais publicadas para os humanos e aumentando o seu consumo

Melhora a entrega de ácidos gordos insaturados aos tecidos

Aumenta a gordura do leite Melhora o funcionamento metabólico e fisiológico, assim como melhora o desempenho reprodutivo e a imunidade Aumenta a quantidade de sólidos do leite

melhorar a eficiência reprodutiva e a imunidade (Tabela 1). As gorduras podem ser divididas em dois grupos (Jenkins & Harvatine, 2014); as gorduras inertes no rúmen, como sejam os sabões cálcicos de ácidos gordos e a gordura hidrogenada, e as gorduras com potencial para afetar o ambiente ruminal, como sejam os óleos de origem vegetal (óleo de soja, de colza, de palmiste, etc.), as sementes integrais de oleaginosas (semente de algodão, semente de soja, etc.) e as gorduras de origem animal (sebo, banha, etc.). Mais recentemente, a inclusão de óleos e suplementos marinhos nas dietas das vacas leiteiras tem vindo a ganhar interesse (Nguyen, et al., 2019; Dewanckele, et al. 2020). O objetivo é aumentar a concentração de ácidos gordos polinsaturados no leite e produtos lácteos, por serem promotores da saúde humana. Aparentemente, estas gorduras exercem um efeito ainda mais acentuado do que as anteriores na indução do SDG (Dewanckele, et al., 2020).

MECANISMO DE INDUÇÃO DO SDG

Apesar de a investigação científica ter mostrado, com enorme clareza, quais as dietas que provocam o SDG, o mecanismo através do qual ele aparece permaneceu difícil de compreender. Para explicar a sua origem foram avançadas várias teorias, apontando o défice de percursores ou de compostos que intervinham no metabolismo da síntese de gordura do leite (Boussingault, 1845; Tyznik & Allen, 1951; Van Soest & Allen, 1959; McClymont & Vallance, 1962; Frobish & Davies, 1977). No entanto, todas elas foram sendo rejeitadas pela investigação que se seguia. Mais recentemente, foi apresentada uma teoria que tem vindo a receber bastante apoio da ciência.

A Teoria da biohidrogenação

Os alimentos que fornecemos na dieta das vacas, possuem uma quantidade variável de gordura na sua composição. Esta fração do alimento, que é extraída com solventes orgânicos, é denominada de Gordura Bruta. Uma parte dela é constituída por lípidos à base de glicerol (triglicéridos, glicolípidos e fosfolípidos) que incluem na sua estrutura química uma molécula de glicerol à qual se ligam até três moléculas de ácidos gordos. Após a ingestão dos alimentos, alguns microrganismos do rúmen libertam enzimas, as lípases, que separam os ácidos gordos do glicerol. Os ácidos gordos predominantes nas forragens e concentrados utilizados na dieta das vacas são três, todos com 18 átomos de carbono na sua composição: 1) o ácido oleico, predominante em alguns óleos de plantas como o óleo de colza 2) o ácido linoleico, predominante em muitos óleos de plantas como o óleo de semente de algodão, o óleo de soja e o óleo de milho, 3) o ácido linolénico encontrado na maior parte das espécies de plantas de pastagem (Jenkins & Harvatine, 2014). Estes ácidos gordos dizem-se insaturados porque possuem ligações duplas entre os átomos de carbono da sua estrutura e, quando presentes no rúmen, são tóxicos para as bactérias que nele coexistem (Perfield II & Bauman, 2005). Por isso, as bactérias rapidamente alteram a forma estrutural dessas moléculas e destroem as ligações duplas, substituindo-as por ligações simples, “saturando” os átomos de carbono com átomos de hidrogénio. O ácido gordo final é o ácido esteárico, predominante na gordura dos ruminantes, que é um ácido gordo saturado porque não possui ligações duplas entre os átomos de carbono presentes na sua estrutura (Jenkins & Harvatine, 2014). Ao processo de alteração da estrutura molecular, quebra das ligações duplas entre os átomos de carbono e saturação dos mesmos com hidrogénio chama-se biohidrogenação (Dewanckele, et al., 2020).

A teoria da biohidrogenação estabelece que a alteração do padrão da fermentação ruminal, provocada pela dieta, altera a via da biohidrogenação, favorecendo a produção de isómeros intermédios que atuam ao nível da glândula mamária, promovendo a inibição da síntese de ácidos gordos (Bauman & Griinari, 2003). Na Figura 1 podemos observar um esquema da biohidrogenação do ácido linoleico. Se o padrão da fermentação ruminal for normal, o ácido linoleico é transformado em ácido esteárico, passando pela formação de trans-11 18:1. No entanto, a dieta fornecida às vacas pode determinar a alteração do padrão da fermentação ruminal, mudando a via seguida pela biohidrogenação. Na via alterada são formados isómeros

FIGURA 1 VIA NORMAL E ALTERADA DA BIOHIDROGENAÇÃO DO ÁCIDO LINOLEICO NO RÚMEN (ADAPTADO DE JENKINS & HARVATINE, 2014)

VIA ALTERADA SDG

trans-10, cis-12 CLA trans-10 18:1

Ácido linoleico (18:2)

VIA NORMAL cis-9, trans-11 CLA trans-11 18:1 Ácido Esteárico (18:0)

intermediários que levam à formação do trans-10 18:1, o que é conhecido vulgarmente como “mudança trans-11 para trans-10” (Dewanckele, et al., 2020). Alguma quantidade desses intermediários é absorvida no duodeno, e alguns deles atuam ao nível da glândula mamária inibindo a síntese de novo de ácidos gordos. Aproximadamente metade dos ácidos gordos presentes na gordura do leite de vaca provêm desta síntese (Bauman & Griinari, 2003), por isso a sua inibição leva à diminuição do teor de gordura do leite.

ESTRATÉGIAS ALIMENTARES PARA CONTROLAR A INCIDÊNCIA DO SDG

A indução do SDG pode ser uma boa técnica de maneio sob determinadas condições. As vacas leiteiras no pós-parto encontram-se em balanço energético negativo, isto é, a quantidade de energia que ingerem é inferior à quantidade de energia que gastam para manter a produção e todas as funções vitais. Durante este período, a diminuição da produção de gordura para incorporação no leite permitiria poupar energia que poderia ser utilizada para outras necessidades do seu organismo. Contudo, frequentemente, a incidência do SDG representa uma diminuição da valorização económica do leite e uma perda de rendimento para as explorações. Por essa razão, todas as estratégias que possam ser desenvolvidas para evitar o SDG são importantes e apreciadas pelos produtores de leite.

Como foi referido atrás, o excesso de gordura insaturada na dieta das vacas é um fator de risco. É uma boa prática evitar dietas com um teor de gordura excessivo, tendo especial cuidado com a concentração de ácidos gordos insaturados. A utilização de matérias-primas provenientes da indústria da destilação apresenta riscos acrescidos devido ao elevado teor destes constituintes. A incorporação destas matérias-primas nas dietas deve ser criteriosa e sujeita a um controlo apertado devido à variabilidade da composição, dependente largamente da sua origem (Tjardes & Wright, 2002). Também as forragens poderão ser uma fonte importante de ácidos gordos insaturados. As ervas jovens e, por vezes, a silagem de milho podem conter uma quantidade elevada destes compostos (Jenkins & Harvatine, 2014). Seria útil existir entre nós apoio laboratorial na determinação da concentração de ácidos gordos nestes alimentos. Deste modo, os nutricionistas poderiam calcular a RUFAL (Carga de Ácidos Gordos Insaturados no Rúmen) tendo em consideração a contribuição de todos os alimentos utilizados, evitando ultrapassar os 3,5% na matéria seca da dieta.

Qualquer nutricionista reconhece que o aumento da incorporação de alimentos concentrados em substituição dos alimentos grosseiros, para além do recomendado, resulta no aparecimento de acidose generalizada na manada. As causas para a acidose podem ser várias, desde a produção deficiente de tamponizantes salivares até à digestibilidade excessiva da dieta ou ao teor elevado de energia fermentável, resultando numa excessiva produção e acumulação de ácidos no ambiente ruminal. Esta diminuição do pH do ambiente ruminal provoca mudanças nas populações microbianas do rúmen, induzindo a alteração para a via alternativa da biohidrogenação (Jenkins & Harvatine, 2014). O respeito pelos valores mínimos recomendados de NDF e peNDF na dieta permite manter a produção de percursores da gordura do leite e a ruminação. A formulação com uma concentração de amido elevada requer a atenção para a rapidez com que a energia fermentável daí proveniente fica disponível. Não é indiferente utilizar amido proveniente do milho ou amido proveniente de outros cereais, pois as suas características diferem (Ferrareto, et al., 2013). Além disso, a mudança de silos pode alterar os parâmetros de degradabilidade do amido da silagem de milho o que, só por si, pode representar uma alteração significativa no equilíbrio da dieta (Newbold, et al., 2006).

Atualmente, a utilização de aditivos para estabilizar o ambiente ruminal é uma prática corrente nas dietas das vacas leiteiras de alta produção. A investigação demonstrou que a utilização de leveduras é eficaz na prevenção do SDG, em especial na adaptação das vacas à dieta de pósparto (Longuski, et al., 2009), e estimula as populações bacterianas celulolíticas (Newbold, et al., 1996) e utilizadoras do lactato (Vohra, et al., 2016). Mais recentemente têm sido estudados alguns aditivos que promovem a estabilização da biohidrogenação ruminal (Baldin, et al., 2018; Pitta, et al., 2020; Copelin, et al., 2021; Lee, et al., 2021), provavelmente aumentando a quantidade e a diversidade de bactérias ruminais e favorecendo, deste modo, a capacidade de biohidrogenação.

O esforço colocado no desenvolvimento de dietas equilibradas, e tirando partido de soluções tecnologicamente avançadas, necessita de um maneio apurado para obter os resultados pretendidos. É de evitar a utilização de silagens mal fermentadas, com teor elevado de fungos e leveduras (> 10x106 CFU/g), que afetam a ingestão e são um risco para a incidência do SDG (Jenkins & Harvatine, 2014). Não devem ficar restos de silagem no silo, após o carregamento do reboque misturador. Esta silagem fermentará e, quando for carregada, contaminará toda a dieta preparada. Devem ser respeitados os tempos corretos de mistura para a preparação de uma dieta homogénea. Uma dieta com partículas demasiado grandes permite a escolha pelas vacas, enquanto o contrário prejudica a função ruminal (Trillo, et al., 2017). A dieta deverá ser distribuída mais do que uma vez ao dia, e empurrada frequentemente para a manjedoura. Isso encoraja as vacas a comerem pequenas quantidades, e mais vezes, permitindo maior estabilidade do pH ruminal (DeVries, et al., 2005). O espaço de manjedoura deve ser suficiente para que todas as vacas se alimentem ao mesmo tempo, e sem competição. Deste modo, o stress é diminuído melhorando a alimentação, em especial das vacas primíparas e das que apresentam a hierarquia mais baixa na manada (Humer, et al., 2018).

Atualmente, a alimentação das vacas leiteiras de alta produção é um desafio que coloca à prova o profissionalismo dos seus tratadores. É necessária uma atenção constante aos pormenores porque até as mais pequenas alterações podem gerar grandes reações. Quando nos deparamos com um caso de SDG, deveremos analisar o que mudou, uma a duas semanas antes, para definirmos a correção. Após implementar a correção, também teremos de aguardar duas a três semanas até que a produção de gordura volte ao normal (Rico & Harvatine, 2013). Além disso, frequentemente o SDG tem uma origem multifatorial. A alteração ocorrida poderá ter despoletado todo o processo. Contudo, ao definir a correção deverá ser feita uma análise abrangente para detetar todos os outros fatores que, podendo estar envolvidos, foram escapando à nossa observação ao longo do tempo.

Nota: a bibliografia referida no texto poderá ser solicitada ao autor através do email: diogo.salgueiro@ cevargado.pt.

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