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Bovinos de leite

BOVINOS DE LEITE INVESTIGAÇÃO LEITEIRA O QUE HÁ DE NOVO?

NESTA RUBRICA APRESENTAMOS RESUMOS DOS TRABALHOS MAIS RECENTES PUBLICADOS NO JOURNAL OF DAIRY SCIENCE.

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Traduzido e adaptado por Pedro Nogueira, Engº zootécnico, Trouw Nutrition/Shur-Gain, e-mail: Pedro.Nogueira@trouwnutritioncom

“FATORES RELACIONADOS COM O MANEIO DAS VACAS SECAS E SUAS ASSOCIAÇÕES COM A QUANTIDADE E QUALIDADE DO COLOSTRO NUMA GRANDE EXPLORAÇÃO LEITEIRA COMERCIAL”

Journal of Dairy Science Vol. 105 nº 2, 2022

O objetivo deste estudo, realizado por investigadores da Universidade Freie de Berlim, foi avaliar a associação de fatores relacionados com o maneio de vacas secas e a quantidade (kg) e qualidade do colostro (% brix) em vacas Holstein, numa grande exploração leiteira comercial (2500 vacas Holstein, média de 11500 kg leite/ vaca), durante um período de 3 anos. Os empregados da exploração registaram a quantidade de colostro (n = 7567) e avaliaram a qualidade do colostro numa subamostra de animais (n = 2600) usando um refratómetro digital Brix.

Os autores explicam que a produção de colostro ocorre durante as últimas semanas de gestação. A nutrição materna pré-parto e o maneio nutricional podem afetar a produção de colostro. Vacas leiteiras no pré-parto têm uma maior necessidade de energia e proteína em resposta à síntese de tecido mamário e colostro, bem como exigências para o desenvolvimento uterino e fetal. Além da composição da ração, o maneio nutricional, como o tempo de exposição às dietas pré-parto, pode afetar a produção de colostro. Vários estudos relataram que a concentração de IgG no colostro é semelhante para vacas com períodos secos curtos em comparação com vacas com períodos secos convencionais. Vacas sem períodos secos, no entanto, tiveram menor qualidade de colostro comparativamente a períodos secos convencionais. Isto indica que o período de colostrogénese não foi suficiente para a acumulação de gamaglobulinas nessas vacas.

Neste estudo, a quantidade média de colostro foi de 4,0 kg, 5,1 kg e 5,5 kg para vacas na 1ª, 2ª e ≥ 3ª lactações, respetivamente. Na primeira lactação, a quantidade de colostro das novilhas foi afetada pelo mês de parto, sexo do vitelo e mortalidade perinatal (geralmente definida como a morte do vitelo antes, durante ou até 48 horas após o parto). A idade ao primeiro parto e a facilidade de parto tenderam a afetar a quantidade de colostro. A duração da gestação e os dias no parque de pré-parto não foram associados à quantidade de colostro. A quantidade de colostro em vacas primíparas foi maior em abril (4,1 kg) e menor em novembro (3,2 kg). O sexo do vitelo foi associado à quantidade de colostro (vitela= 3,50 ± 0,26 kg; vitelo = 3,76 ± 0,27 kg; gêmeos = 2,97 ± 0,66 kg). A mortalidade perinatal foi associada à redução da quantidade de colostro em vacas primíparas. Uma associação positiva tendeu a ocorrer entre a idade ao primeiro parto e a quantidade de colostro (+ 0,07 ± 0,04 kg para cada mês de aumento na idade ao primeiro parto).

Em vacas multíparas, a quantidade de colostro foi afetada pelo mês de parto, facilidade de parto, sexo do vitelo, mortalidade perinatal, produção de leite na lactação anterior e duração do tempo passado no parque de vacas secas e de préparto, embora isso tenha desempenhado um papel menor. A duração da gestação não foi associada à quantidade de colostro. A quantidade de colostro em vacas multíparas foi maior em maio (5,5 kg) e menor em outubro (3,8 kg). Houve um aumento linear na quantidade de colostro com a dificuldade de parto (facilidade de parto 0 = 4,23 ± 0,26 kg; nível 1 = 4,77 ± 0,21 kg; nível 2 = 4,98 ± 0,22 kg; nível 3 = 5,30 ± 0,22 kg). O sexo do vitelo foi associado à quantidade de colostro (vitela = 4,42 ± 0,21 kg; vitelo = 5,00 ± 0,21 kg; gêmeos = 5,03 ± 0,30 kg). A mortalidade perinatal foi associada à redução da quantidade de colostro em vacas multíparas. Houve uma associação positiva entre a produção de leite na lactação anterior e a quantidade de colostro. Um aumento na produção de leite na lactação anterior de 1000 kg foi associado a um aumento na quantidade de colostro de 0,1 kg. Vacas que permaneceram mais tempo no parque de vacas secas (0,05 ± 0,003 kg por dia) e de pré-parto (0,06 ± 0,010 kg por dia) tiveram um aumento linear na quantidade de colostro produzido.

Os autores concluem dizendo que a variação na produção de colostro ao longo do ano pode ter o potencial de afetar a morbilidade e a mortalidade dos vitelos devido ao fornecimento inadequado de colostro. O armazenamento de colostro de alta qualidade pode ser uma opção para lidar com estas flutuações.

“INSTALAÇÕES, NUTRIÇÃO E PRÁTICAS DE MANEIO PARA VACAS SECAS, VACAS EM PRÉ-PARTO E VACAS RECÉMPARIDAS EM EXPLORAÇÕES LEITEIRAS CANADIANAS – UM ESTUDO DESCRITIVO RETROSPETIVO”

Journal of Dairy Science Vol. 105 No. 2, 2022

Este artigo, de investigadores da Universidade de Guelph e Elanco Animal Health, teve como objetivo descrever as práticas de maneio das explorações leiteiras canadianas usando uma ferramenta de avaliação de risco

e de identificar e delinear potenciais oportunidades de maneio. Mediante solicitação dos veterinários ou dos produtores, uma avaliação de risco do maneio durante a transição do período seco para pós-parto (The Vital 90, Elanco) foi realizada por observadores treinados durante as visitas às explorações (74 explorações com Holsteins e 4 com Jerseys). A maioria das explorações eram do Ontário (n= 4), enquanto as restantes estavam em Alberta (n=5), Columbia Britânica (n=4), Manitoba (n=1), Ilha do Príncipe Eduardo (n=2), Newfoundland (n=1) e Saskatchewan (n=1). Os tipos de estabulação mais comuns observados eram estabulação livre (54%) e cama de palha (81%) nos períodos secos e de pré-parto, respetivamente.

Os autores resumem os principais objetivos do maneio do período de transição como sendo maximizar a ingestão de nutrientes e a disponibilidade de energia, controlar os equilíbrios minerais e otimizar a imunidade. Referem ainda que as melhores práticas de gestão, definidas por pesquisas e diretrizes organizacionais, nem sempre são as práticas observadas nas explorações. Um aspeto fundamental é que a melhoria da gestão da transição e a motivação para a mudança são normalmente promovidas através de referências de benchmarking e pela capacidade de detetar problemas, que não são possíveis sem bons registos e uma análise contínua da saúde e desempenho do rebanho.

O artigo explica que a ferramenta de avaliação de risco, Vital 90 dRisk, foi desenvolvida por um grupo de especialistas em produção de leite e foi criada para providenciar uma avaliação objetiva do maneio. Inclui 79 perguntas sobre nutrição, maneio das instalações e sobre o conforto das vacas secas, em pré-parto e vacas frescas. Os observadores preenchem cada inquérito em tempo real, na exploração, enquanto avaliam cada período (a ferramenta foi desenvolvida para iPad). O observador pergunta ao produtor, veterinário e nutricionista, questões para discutir os diferentes tópicos identificados (8 tópicos), mas o relatório final inclui apenas os 3 tópicos prioritários.

Embora os autores reconheçam que o resultado do estudo possa ser um pouco tendencioso, uma vez que as explorações que participaram podem ser mal geridas (sendo o processo iniciado frequentemente nestes casos pelo veterinário) ou excecionalmente geridas (muitas vezes iniciado pelo produtor), os resultados deste estudo indicam que há oportunidade de melhorar o maneio ao longo dos períodos secos (“far-off” e “close-up”) e de pós-parto. Entre os 3 períodos estudados, os parâmetros que mostraram maior potencial de melhoria estão ligados ao período seco (“far-off”). Os principais problemas destacados neste estudo (em todos os períodos) incluíram a densidade animal (sobrelotação nos períodos seco e pré-parto), falta de acesso e disponibilidade de água e falta de estratégias de redução de calor durante o período seco (“far-off” e “close-up”) e de pós-parto. Também foi identificado que as vacas conseguiam escolher a dieta (sorting) em 60% dos parques no período seco e em 31% dos parques de pós-parto. Além disso, em 73% das explorações, os protocolos de monitorização da saúde das vacas frescas não estavam em vigor. Os autores concluem dizendo que este trabalho identificou algumas áreas de oportunidade nas práticas de maneio das vacas em transição, que podem ajudar veterinários, consultores e produtores de leite a avaliar, identificar e definir problemas de maneio durante a transição nas explorações leiteiras.

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