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Produção | Bovinos de carne

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GENÉTIICA | BOVINOS DE CARNE A GENÉTICA DA PORTUGAL RURAL

"O OBJETIVO DE APOSTARMOS NA GENÉTICA FOI CRIAR UMA LINHA SUPERIOR PARA PODERMOS TER UM RETORNO MELHOR EM TERMOS DO PRODUTO QUE ESTAMOS A TRABALHAR, MESMO NO CRUZAMENTO INDUSTRIAL." FOI SOBRE A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DE MELHORAMENTO GENÉTICO NA PRODUÇÃO QUE ENTREVISTÁMOS HELENA LEÃO, MÉDICA VETERINÁRIA RESPONSÁVEL PELO NEGÓCIO DE PECUÁRIA DA PORTUGAL RURAL. Por RUMINANTES | Fotos FG, Pt Rural

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Helena Leão, médica veterinária, trabalha na Portugal Rural desde 2015 e é responsável pela administração com responsabilidade direta na pecuária.

Exemplo de um dos parques onde decorre um ensaio para avaliar o desempenho dos animais alimentados com suplemento de hidroponia.

Junto ao lago de Alqueva, entre a vila de Portel e a aldeia da Amieira, fica o conjunto de herdades que fazem parte da empresa Portugal Rural. No total são 2500 hectares dedicados à olivicultura em sistema intensivo e à produção de bovinos de carne maioritariamente da raça Limousine.

A natureza pobre e rochosa da maioria dos solos, com muitas zonas declivosas de difícil acesso, não permitia melhor aproveitamento do que a aposta na produção de gado bovino. A juntar às vacadas de cruzamento industrial “herdadas” na aquisição de algumas das propriedades, surgiu a ideia de criar uma vacada de linha pura Limousine com o objetivo de apuramento genético e de criação dos melhores reprodutores.

Hoje a Portugal Rural conta com um efetivo de 600 vacas reprodutoras, sendo cerca de 10% Limousine em linha pura e o restante em cruzamento industrial de carne para abate ou para venda ao desmame. A empresa trabalha quer com inseminação artificial (IA), quer com monta natural de touros Limousine e Angus.

Foi em maio passado que visitámos a Portugal Rural e entrevistámos Helena Leão, responsável pela administração com responsabilidade direta na pecuária. Desde a gestão do efetivo pecuário, aos serviços veterinários, alimentação e coordenação de trabalhos com o pessoal, Helena acompanha tudo o que se passa no dia-a-dia da empresa. Proveniente duma família de produtores de bovinos, trabalha na Portugal Rural desde 2015, após ter concluído a licenciatura em medicina veterinária e um estágio, na área da produção, no Hospital Veterinário Muralha de Évora.

Como foi o percurso desde que entrou?

Em 2015, quando ingressei na empresa havia uma vacada de cruzamento industrial de 100 vacas. Até 2018 fomos comprando grupos de novilhas, para iniciar a vacada com um efetivo novo, com uma percentagem grande de Limousine, por questões de mercado. Tínhamos, nessa altura, perto de 300 animais. Entretanto, surgiu a oportunidade de comprar mais duas herdades que também tinham vacadas, pelo que duplicámos o efetivo de vacas reprodutoras em 15 dias. Na altura foi complicado. Tudo o que tínhamos em termos de stocks de disponibilidade alimentar “estoirou”, para além de todo o trabalho que foi preciso pôr em dia (acertar épocas de cobrição, tirar touros, desmamar bezerros, fazer ecografias, refugar, etc.). Desde então, tem vindo a ser feito um acerto para chegar à nossa linha de trabalho e ao nosso objetivo.

Em 2020 estabilizámos em termos de efetivo. Da área total do Grupo, que são cerca de 2500 ha, definimos 1500 ha para as vacas e subdividimos essa área para o maneio rotacional em vários parques, com cerca de 30-40 ha cada, rede de abeberamento e instalámos prados permanentes. Estamos no segundo ano dessa instalação, fazemos 120 a 130 ha por ano e o objetivo é estendê-la a todas as parcelas trabalháveis em termos agrícolas. Queremos diminuir os custos de produção, para reduzir ao máximo a suplementação à mão e conseguir ter uma alimentação de melhor qualidade.

Atualmente, temos 600 vacas divididas por 4 vacadas principais de 120 a 130 vacas cada, à exceção das puras que têm um tratamento à parte. Cada uma destas vacadas tem uma área afeta para fazer o maneio rotacional.

O ano passado iniciámos a engorda. De 400 bezerros cruzados, de Angus ou Limousine, engordámos 100. Este ano estamos a fazer um ensaio só com cruzamento com Limousine, embora tenhamos Angus também noutro grupo de engorda. Quando introduzimos o Angus, foi com a ideia da facilidade de partos, só as novilhas de primeira barriga é que eram cobertas com Angus. Entretanto, começámos a engordar e percebemos a procura do Angus para carne. Por estratégia, acabámos por comprar mais touros Angus para cobrição e desde a época passada já temos vacas adultas a serem cobertas também com Angus. Portanto, nos bezerros da produção deste ano já vamos ter um número muito maior de Angus, que também vamos engordar.

Porque apostaram no negócio da genética, e na Limousine?

Na nossa perspetiva, pela forma como as coisas evoluíram, a exigência atualmente é tão grande que, ou nos profissionalizamos no que fazemos e nos diferenciamos por algum ponto, ou ficamos pelo caminho. Isso vê-se nos leilões, quem acompanha sabe que os animais que se diferenciam pela qualidade têm uma melhor valorização. Ainda não chegámos ao ponto de podermos ter algum tipo de majoração, de sermos premiados pela carne que estamos a produzir. Ainda não estamos lá, mas em termos de genética, na venda do animal vivo e tendo em conta aquilo que ele nos vai dar com o seu potencial genético, já há alguma diferenciação naquilo que recebemos por isso. O objetivo de apostarmos na genética foi esse: criar uma base de genética superior para podermos ter um retorno melhor em termos do produto que estamos a trabalhar. Mesmo no cruzamento industrial. Aliás, eu acho que o foco de trabalho do melhoramento genético não deve assentar exclusivamente na linha pura. Os cruzamentos sempre existiram, se temos boas vacas a serem inseminadas com bons touros, por consequência o produto vai ser muito melhor e por isso, se não é, devia ser mais valorizado.

O que pretendem conseguir com o melhoramento genético?

Animais adaptados ao campo, com rusticidade e bom desempenho. Numa vacada de carne há requisitos mínimos que são necessários para alcançarmos um bom resultado e nos diferenciarmos: as vacas devem ser boas mães, não ter problemas no parto e ter boas qualidades leiteiras. Todos estes critérios envolvem genética. Se estou a trabalhar para carne, procuro um bom desenvolvimento músculo-esquelético.

Qual é o percurso dos animais reprodutores desde que nascem até serem vendidos?

Os novilhos para cobrição são vendidos entre os 16 e os 18 meses. As novilhas, até à data, temos ficado com todas. Até serem desmamados, por volta dos 6-7 meses, andam com as mães a campo. Durante a fase de aleitamento, fazemos suplementação no campo com comedouros seletivos. Depois do desmame, separamos machos e fêmeas e fazemos uma pequena recria de 1 a 2 meses para adaptação após saída das mães. Em seguida, são transferidos para parques com alguma inclinação e com alguma pedra, que os obriga a desenvolver rusticidade. Estamos a fazer reprodutores para funcionarem como touros de cobrição de outras vacas, sem problemas de adaptação.

Que parâmetros regista para selecionar os animais?

O crescimento, ganhos médios diários, conformação (cárnicos, élevage. O acompanhamento e a avaliação morfológica são feitos também pela Associação, Em termos de fêmeas, não entrámos ainda em fase de seleção porque o nosso objetivo tem sido mantê-las. Nos reprodutores já temos animais com idade de começar a sair, e a avaliação que fazemos deles a nível interno passa muito pelo acompanhamento do seu desenvolvimento e tentar perceber a que se adaptam mais, para conseguirmos satisfazer os critérios dos nossos compradores.

A Limousine é uma raça tranquila, comparativamente com a Angus?

Os animais Angus parecem, a campo e na nossa interação com eles, mais calmos. Mas na manga e no curral são mais stressados que os Limousine, tornando-se mais defensivos.

Uma vantagem da raça Angus é não ter cornos. Fazem essa seleção na Limousine?

Ainda não fazemos essa seleção ao nível das características genéticas. Mas não tenho dúvidas de que representa uma vantagem não ter cornos em termos de maneio. Aliás, nós descornámos todos os animais nas vacadas cruzadas. Nas vacas puras, a presença dos cornos tem a ver com o lado estético e acabamos por deixar ficar, mas sobretudo na alimentação nos comedouros faz uma grande diferença. Os touros batem-se muito menos.

Onde alimenta a sua genética e a que olha quando vai comprar?

Compramos animais e sémen. Paralelamente, temos feito trabalhos na área da reprodução na exploração, nomeadamente transferência embrionária, superovulação e recolha de embriões.

Para o efetivo de linha pura, inicialmente comprávamos a criadores nacionais, mas posteriormente começámos a mandar

vir de França, para não correr riscos em termos de consanguinidade e diversificar o mais possível. Tivemos em conta a aptidão leiteira, o desenvolvimento músculoesquelético e os cuidados maternais. Em termos de touros para cobrir as vacadas cruzadas, temos comprado cá em Portugal.

Em termos de seleção, que objetivos tem para os próximos 5 anos?

Atualmente temos 40 reprodutoras puras, acho que podemos aumentar este número até 60 num futuro próximo. Pensamos vender reprodutores também para Espanha.

O negócio da genética requer muito conhecimento e leva o seu tempo. Como se gere um negócio destes?

É necessário fazer muita pesquisa, falar com muita gente da área, tentar absorver o máximo de informação possível, estudar a raça. E tentar perceber com os técnicos da associação que características têm mais procura, porque há clientes para tudo: uns preferem a linha Elevage, em que os animais são mais esqueléticos, mais altos e há quem prefira animais completamente cárnicos, ou animais mistos. O essencial é conhecer a raça e as suas características principais e o máximo de potencial que nos pode dar.

Para cada 100 animais puros que cria, qual é o objetivo de venda desejável?

O máximo possível, porque existe muita procura. A maioria das explorações que têm cruzados e que trabalham com carne já perceberam aquilo que falámos no início: se tiverem um touro bom para cobrir as vacas, aliado a uma boa nutrição e a uma condição corporal desejada, têm melhores resultados e o produto que retiram daqueles animais é muito mais valorizado.

De que forma se poderia incentivar os produtores a melhorarem a genética das suas vacadas?

Por exemplo, através de leilões das raças, como a Apormor faz em setembro, subvencionando a todos os sócios um montante em função do valor do animal. Sei de clientes de colegas nossos que compram animais puros para cruzamento industrial para carne, e que esperam pela altura do leilão para comprar exemplares mais diferenciados. De forma indireta, é um incentivo aos produtores a melhorarem a genética das suas vacadas. E são iniciativas independentes de publicidade. Acho que outras associações deviam fazer o mesmo. Outro exemplo, o governo dos Açores que promove o melhoramento genético dos seus animais ao ajudar os produtores na compra de exemplares de raça pura no Continente.

Eu acho que faz sentido trabalhar a genética, mesmo para carne. Por exemplo, quando se fala em Angus, a primeira ideia que nos vem à cabeça é carne, porque o Angus tem uma característica peculiar, intrínseca à raça, que é o marmoreio. Mas, na minha opinião, esta característica precisa de ser trabalhada. Acabamos por subaproveitar o valor que a raça nos pode dar. E isto porquê? Recebemos uma majoração por kg de carne na raça Angus, face a outras raças, mas temos custos de produção diferentes, porque o índice de conversão da raça Angus é diferente do da raça Limousine. Os rendimentos de carcaça são diferentes. Se fizermos as contas, no final o resultado líquido acaba por ser igual. O que é que nos pode dar a diferenciação? Trabalhar para conseguir obter o máximo de potencial da raça que, no caso da Angus, é o marmoreio da carne. Para criar carne com marmoreio não se pode tratar a engorda de maneira igual. A

Estufas para a produção de cevada em hidroponia e amostra da cevada germinada (foto de baixo). Confirmação do embrião na palhinha, parte do processo de transferência embrionária. Manga de tratamentos do curral anti-stress (foto abaixo).

gordura demora mais tempo e custa mais dinheiro a fazer. A alimentação deve ser afinada para conseguir tirar esse potencial da raça. Só que para fazermos esse trabalho precisamos de ter alguém que nos pague por isso. Eu acho que já há um nicho de mercado que valoriza esse tipo de produto. Mas podia ser muito mais explorado, e não só no que se refere ao Angus. Devia-se estimular os produtores a trabalharem de acordo com a procura que existe.

Porque é que tem a raça Limousine?

Por razões maioritariamente comerciais. É uma raça muito completa que consegue aliar várias qualidades. E em termos de procura. também tem muito interesse. Para carne, a Limousine apresenta um rendimento de carcaça excecional e um bom GMD. Bem trabalhados, os touros, são bons em termos de potencial como reprodutor, e as vacas são boas mães, têm facilidade de parto; em termos de criação dos vitelos não temos tido problemas. São animais dóceis, e geralmente fáceis de trabalhar.

Quando vai comprar um reprodutor, quais os primeiros critérios para que olha?

Perímetro escrotal, exame andrológico, controlo sanitário, performances do animal (GMD, peso, classificação e peso ao nascimento - 40 a 50 kg).

Em termos de saúde animal, há alguma coisa que a preocupe ou que deva preocupar quem anda no negócio?

A besnoitiose bovina. Preocupa-me porque já me debati com esse problema e porque me sinto impotente para conseguir controlar a doença. Sabemos que ela existe e que está a ganhar uma expressão cada vez maior no Alentejo. Se fizermos uma pesquisa de anticorpos nas vacadas do Alentejo, a maioria vai apresentar animais positivos. A besnoitiose bovina é uma doença silenciosa, e preocupa-me principalmente nos machos porque eles tornam-se inférteis. Representam um investimento brutal na genética e quando entram numa vacada que tem a doença instalada, pouco tempo depois deixam de cobrir. Na altura, resolvemos esse assunto eliminando os animais que tinham essa sintomatologia. Fizemos o mesmo nos touros da vacada industrial. A partir daí, fizemos pesquisa de anticorpos à besnoitiose a todas as vacas da exploração e tentámos fazer essa gestão de forma racional. Não é viável eliminar as vacas todas, até porque há umas que testam positivo à besnoitiose e não vêm a desenvolver a doença. O problema é que, se estão em contacto com os touros, acabam por passar-lhes. Acho que as maioria das pessoas ainda desvaloriza esta doença, que causa perdas económicas muito grandes na parte reprodutiva, e as únicas medidas de que eu tenho conhecimento para prevenir é evitar que o vetor ataque e fazer desparasitações mais frequentes.

Faz sentido existir um certificado de saúde animal ligado ao comércio de genética?

Acho que sim. O controlo sanitário é imperativo na venda de genética.

Têm épocas de cobrição quer na vacada industrial quer na pura. Os machos são sujeitos a algum exame prévio?

Sim, um exame andrológico, em todas as épocas, faz parte do protocolo.

Utiliza inseminação artificial e transferência de embriões. Porquê?

Sim, fazemos tudo na exploração. Falando da transferência de embriões, que é menos comum, a ideia de desenvolver essa biotecnologia aqui surgiu com o objetivo de conseguir o melhoramento genético das nossas vacas num espaço de tempo mais curto. Na altura, não era uma técnica comum de ser utilizada nas explorações, mas comprar um embrião congelado, para a dimensão que tínhamos, tinha um custo alto. Então, para perceber os resultados com a técnica, decidimos começar por fazer o trabalho em casa, em parceria com a Universidade de Lisboa, com o Dr. Nestor: superovulamos as vacas a que chamamos dadoras, inseminamos, e ao mesmo tempo preparamos recetoras na vacada industrial, por sincronização, para receber os embriões destas dadoras. Através de lavagem intra-uterina, fazemos recolha dos embriões. Já fizemos alguns protocolos. A percentagem de sucesso nos embriões tem sido muito variável. Trabalhamos sempre com 2 vacas por cada protocolo e é raro termos tido as 2 dadoras a responder bem. O máximo que conseguimos foi 20 (12+8) embriões viáveis. Daqueles que pomos nas recetoras, temos uma taxa de sucesso de cerca de 50%, conseguir 60% seria o desejável. Já tenho uma filha desse embrião, que já foi superovulada, e filhos de embriões a cobrir nas nossas vacadas cruzadas.

Ainda que os resultados possam ser melhorados, acho que já ganhámos pelo facto de conseguirmos encurtar gerações. Se faz sentido começar a utilizar a técnica para ir buscar uma genética superior? Talvez faça.

Entrando agora no negócio dos reprodutores, não sei se na venda da carne, presentemente, conseguimos pagar o investimento nessa genética. Mas pode começar a fazer sentido procurar embriões congelados que custam mais dinheiro mas que nos trazem uma genética superior. Assim, poderemos vir a ter um retorno disso mais tarde, uma vez que já estamos mais familiarizados com a técnica.

A que idade cobrem a 1ª novilha?

Aos 20 meses. Porque não mais cedo? Por um lado porque as vacas de carne são normalmente mais tardias que as de leite, depois porque as fêmeas de substituição com que temos ficado têm sido nossas. E tem-nos parecido que elas só atingem a estrutura ideal por volta dessa idade.

Qual é a alimentação delas?

Até aos 6 meses andam com as mães, e daí até aos 20 meses têm um suplemento com concentrado, na fase de crescimento, fenossilagem ou pastagem dependendo daquilo que houver disponível. Fazem uma recria pós desmame e andam sempre a campo.

Como é a alimentação das vacas puras?

Estão sempre em parques mais perto do monte. Recebem uma suplementação, se houver limitação de fenossilagem, que guardamos para estas vacas. Temos uma ração que usamos especificamente para os reprodutores em linha pura e elas comem essa alimentação a campo e, normalmente, quando começa a erva a aparecer, fazem pastoreio. Mas normalmente, durante o ano, 50% é dado à mão.

Para que época programam os partos?

De meados de outubro até março. Evitamos os meses mais quentes de verão em que podem ocorrer mais problemas com os bezerros à nascença, com bicheiras, e temos maior disponibilidade alimentar. No inverno, com erva, é mais fácil controlar a qualidade e a produção leiteira das vacas e, por consequência, temos melhores bezerros do que no verão.

Como gerem a utilização de IA e

monta natural?

Nas vacas puras aliamos as duas formas, na época fazemos IA com sincronização de cio e touro por repasse. Assim, tentamos cobrir o maior número de vacas num espaço de tempo mais curto.

Nas vacas cruzadas já fizemos inseminação e sempre que achamos necessário para otimizar taxas, fazemos. Entretanto, este ano, adotámos outro método: diminuir os intervalos entre partos para otimizar. O ótimo será ter 1 bezerro/ vaca/ano. O que começámos a fazer nas vacadas maiores foi agrupar e sincronizar as vacas vazias da época anterior e as vacas com tempo pós parto suficiente para se poderem cobrir novamente. Fazemos um trabalho de sincronização com hormonas e 1 touro a cobrir 8 vacas. Parece-me que vamos conseguir o resultado esperado.

Qual é a taxa de sucesso da IA?

Cerca de 50%.

Na vacada industrial, qual é o critério para refugar as vacas?

A idade (10 anos), o temperamento, o histórico reprodutivo (se não fica prenha nem de IA nem de touro, sai fora), se abortou, se teve alguma infeção no pós parto que comprometa o seu desempenho reprodutivo ou se rejeitou o bezerro.

Apenas do ponto de vista zootécnico, prefere cruzar as vacas com Limousine ou com Angus?

É uma pergunta difícil, porque são raças muito diferentes. Ganha-se mais dinheiro com a Limousine, mas vendem-se mais caras as cruzadas com Angus. O Angus tem uma ingestão superior e na engorda pode ter um custo de produção ligeiramente superior ao Limousine.

Qual é o maneio alimentar da vacada industrial?

Os animais estão sempre a campo e suplementamos na época de escassez de água. Fazemos rotação de pastagens e na altura de escassez, suplementamos (40%). Normalmente, compramos fora cerca de metade de tudo o que precisamos para a alimentação (feno, fenossilagem, silagem de milho).

A hidroponia com cevada, que produzimos nas nossas estufas, é um complemento que incorporamos na dieta de engorda. Temos a decorrer ensaios para avaliar o desempenho dos animais que comem o suplemento de hidroponia vs. os que não comem. Também avaliamos se este suplemento é um tipo de alimento que nos traz alguma característica diferenciada na qualidade da carne. Teremos resultados para o final do verão. Este ensaio está a ser feito em parceria com o Professor José Silva, do INIAV.

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