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Equipamento | Bovinos de leite

EQUIPAMENTO | BOVINOS DE LEITE MANTÉM-SE O SOSSEGO NA VACARIA?

REVISITÁMOS A VACARIA DO PRODUTOR ANTÓNIO AVELINO, EM GONDIFELOS, CONCELHO DE FAMALICÃO. O PROPÓSITO FOI SABER DA SUA IMPRESSÃO ACERCA DO ROBOT DE ORDENHA GEA MONOBOX R9500, PASSADOS 2 ANOS DA SUA AQUISIÇÃO. Por Ruminantes Fotos FG

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O produtor António Avelino e Luis Reis, técnico comercial da GEA.

Passados 2 anos, o sossego mantém-se na vacaria?

Sim. Talvez até um pouco mais, porque eu e as vacas já estamos completamente adaptados ao novo sistema de ordenha e ao novo ritmo, mais tranquilo, de trabalhar na vacaria. Também estou muito mais confiante do que no início, em que tudo era novo. A aquisição do robot foi, sem dúvida, uma boa aposta.

Nessa altura, a produção de leite estava em 2000 litros/dia e o objetivo, a um ano era chegar aos 2500 litros de leite. Conseguiu?

Está conseguido, agora é ir melhorando a produção, sempre um pouco mais.

Nos 2 anos que passaram, fez investimentos na exploração?

Nas instalações da recria e vacas secas, construímos um pavilhão de “cama quente”, com 375 m2, onde temos as novilhas prenhas e as vacas secas. O objetivo foi dar-lhes as condições que elas merecem, incluindo mais conforto. Estão aqui desde abril deste ano. Na vacaria e nas vacas em produção não fizemos investimentos.

Qual é a sua rotina atual de trabalho?

A primeira coisa que faço é consultar o computador, para ver que tarefas temos para o dia. Depois, vamos para a vacaria limpar os cubículos, tocar alguma vaca atrasada, fazer algum tratamento e preparar e distribuir o alimento.

Que indicador utiliza para medir a rentabilidade do robot?

Continuo a olhar para o leite produzido por vaca/dia, e também para a sua qualidade.

O que é, para si, um bom indicador?

A média de produção deve estar, no mínimo, em 40 litros/ vaca/dia. Com a ordenha tradicional estava nos 36 litros. A qualidade do leite tem estado em 3,65% de gordura e 3,2% de proteína.

Quanto ordenha este robot por dia?

Cerca de 2500 litros.

Mantém as 2,5 ordenhas diárias por vaca?

Depende da fase da lactação em que se encontram, se estão perto do pico de produção ou da fase de secagem. Neste momento estou com 2,8 ordenhas, por vaca por dia.

Tem muitas vacas que se atrasam a ir ao robot?

Só casos pontuais, das que estão no fim da lactação, que estão mais pachorrentas, tranquilas, e em que a pressão do leite no úbere já não é muita…

Passados 2 anos, que balanço faz da aquisição do robot?

Estou muito satisfeito. Olhando aos animais, os problemas reduziram-se ao mínimo, a saúde do úbere melhorou significativamente e as mamites praticamente desapareceram, além de que andam muito mais tranquilos. A produção subiu, no mínimo, 4 litros de leite por vaca e dia.

Olhando à parte humana, temos mais tempo livre, e podemos geri-lo como queremos.

Em termos de despesas, como compara o robot com a ordenha tradicional?

Os custos com a energia mantiveram-se, continuo a pagar mensalmente mais ou menos o mesmo valor.

Ao nível dos consumíveis houve um ligeiro aumento porque temos mais ordenhas, 2,8 em vez das 2 no sistema tradicional.

Tem muitos alertas no telemóvel?

Nem por isso. As vacas e o robot não me incomodam fora de horas (risos). Apenas pontualmente.

Já teve problemas de avarias e de ter que recorrer à assistência da Gondimil?

Só tive uma complicação quando estava a montar o gerador, um problema com o sistema elétrico bloqueou o computador, e estivemos umas horas a atualizar o sistema. Mas foi tudo resolvido muito rapidamente. Uma vantagem deste robot é que pude continuar a fazer a ordenha “manual”, ainda que “cega” (isto é, o robot não identifica a vaca, tem que ser o operador a introduzir o número da vaca e a colocar as tetinas à mão), enquanto a assistência fazia o seu trabalho de atualizar o sistema.

Mudou alguma coisa na equipa de trabalho?

Não, em equipa que ganha não se mexe, somos os mesmos. Continuo a ter o mesmo empregado, a mesma veterinária, os mesmos parceiros...

A assistência, é importante? E o custo?

Muito importante! Repare que a máquina está sempre a trabalhar, não pode haver falhas. É muito importante que o robot seja bom. A assistência ainda melhor. Até ao momento, estou muito satisfeito. Quanto ao custo está a ser como o esperado, tenho um valor anual contratado e está a ser cumprido.

O que diz a quem equaciona a passagem para robot?

Que quem não tem vocação para robot, não ponha. É preciso gostar. O robot faz muita coisa, mas não faz tudo. Temos que estar atentos e disponíveis. Se tivermos alertas, temos que reagir rapidamente.

O robot é uma máquina que trabalha 24 horas por dia. Qualquer fábrica, de qualquer setor, que trabalhe o dia inteiro tem que ter sempre operários presentes. Aqui deveria passar-se o mesmo, por isso temos que estar disponíveis e acreditar na máquina e na equipa de assistência.

Que objetivos tem para os próximos anos?

Melhorar a genética, para conseguir rentabilizar ainda mais o robot. Quero animais com melhores úberes e com descarga mais rápida do leite. Mais do que muitos animais, quero melhores animais. Se puder chegar ao limite do robot com 60 animais, não quero ter 65. Prefiro chegar ao limite do robot com 3 ordenhas vaca e dia, do que com mais vacas. Cada ordenha tem um custo.

DADOS DA EXPLORAÇÃO

Ano

Nº empregados Efetivo total

Nº vacas em ordenha

Nº ordenhas/dia

Produção robot/dia Produção média diária/vaca (l) TG leite/ TP leite/ CCS (cél./ml) (%) Nº médio lactações/vaca Idade ao 1º parto (anos) Intervalo entre partos (anos) Nº inseminações/vaca adulta

2020

1

112

2022

57

2,5

2.000 2500

36 + de 40

3,6/ 3,2/ 180.000 3,6/ 3,2/ 140.000

3 3,4

2 2

1

2

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