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EDITORIAL
Small is beautiful artindo do princípio que nenhum cometa gigante venha embater na nossa Terra nos tempos mais próximos, ou que outra qualquer desgraça de grandes proporções acabe com metade da nossa Raça, é certo que vamos precisar de produzir mais alimentos.
P
Se as previsões mais recentes se confirmarem, daqui a menos de 40 anos seremos mais de 9 mil milhões, em vez dos 7 mil milhões atuais. E, se assim for, a agricultura de grande escala terá que continuar a evoluir, no bom sentido, para conseguir aumentar a produtividade das culturas sem pôr em causa a tão falada sustentabilidade do Planeta. Continuarão a surgir, por certo, tecnologias cada vez mais automatizadas e independentes de mão-de-obra, mas também cada vez mais “limpas” e amigas do ambiente, e até lá seremos capazes de produzir ainda em maiores quantidades, alimentos saudáveis e a melhor preço. Se assim puder ser, melhor. Mas o que será das pequenas explorações? Terão ainda, lugar e capacidade para competir com as explorações gigantes? Talvez a resposta esteja no provérbio chinês “Não há que ser forte, há que ser flexível”. E, em flexibilidade, as pequenas estão em vantagem: - podem ser mais rápidas a responder às necessidades dos clientes, porque são menos burocráticas que as grandes. - têm menos exigências de rentabilidade sobre o dinheiro investido e precisam de menos recursos para expandir o seu negócio;
- podem ajustar com mais facilidade os preços e a qualidade dos seus produtos, oferecendo ao consumidor produtos de melhor qualidade e a melhor preço; - podem produzir produtos locais, com caraterísticas únicas, que não se encontram facilmente nas grandes cadeias de supermercados e que por isso têm mercado garantido; - são essenciais para o desenvolvimento rural de determinadas zonas, fixam as pessoas na região, mantêm as tradições e as culturas; - são, em grande parte, sinónimo de produzir alimentos seguros, provenientes da produção de animais com garantia de bem-estar; - têm a capacidade de oferecer atividades que a indústria de larga escala não consegue oferecer (por exemplo, as quintas pedagógicas e o turismo rural); - oferecem, no caso das culturas, uma maior segurança no que se refere à propagação de doenças e de proteção fitossanitária, o mesmo se aplicando às explorações pecuárias onde ocorrem maiores prejuízos quando existe uma infeção em grandes explorações; - podem ganhar competitividade organizando-se em agrupamentos ou cooperativas, para ajudar a criar dimensão ao negócio e a reduzir custos. A bem do equilíbrio, que não se consegue sem diversidade, as pequenas explorações não podem deixar de existir.
Small is beautiful and is necessary! Francisca Gusmão
Ruminantes •janeiro | fevereiro | março • 2013
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ÍNDICE
FICHA TÉCNICA
ACTUALIDADES
ENTREVISTAS
Produção de leite de ovelha em Castela e Leão........6 Rentabilizar a fileira do leite nos Açores.....................6 Ovinos e Caprinos - Declaração de existências.........6 Bolsa de terras já em vigor.........................................6 Em Espanha, sobe o preço do leite ao produtor........7 Europa abate menos bovinos jovens..........................7 O gado calmo tem um lado negro ..............................8 Marca John Deere aumenta o seu valor ....................8 InvivoNSA Portugal SA, 5º Seminário de Ruminantes ...................................21 Rabobank prevê ano recorde nos preços da carne bovina ........................................................22 Cetose tem custos elevados.....................................24 Coca-Cola investe nos lácteos .................................24 Projeto “Leite Saudável”, um exemplo de cooperativismo.....................................................38 Rendimento agrícola em Portugal aumenta 9,3%....38 EUA: FDA quer limitar uso de antibióticos................41 Indústria norte americana de carne de vaca em crise ....................................................................41 França livre da Língua Azul ......................................50 Criação do Comité Técnico de Higiene do CPSU....53
BEM-ESTAR ANIMAL Efeito da coccidiose no rendimento e bem-estar dos pequenos ruminantes.........................................54
CONHEÇA A LEI Arrendamento Rural (continuação)...........................64
ECONOMIA OBSERVATÓRIO Breves comentários e previsões sobre o mercado de matérias-primas .................................................32 Perspectiva do mercado leiteiro ...............................34
Produção intensiva de leite de cabra, um negócio de valor acrescentado....................................................10
Fendt 500 Vario, grandes tratores “compactos” .......56 Premiados na Eurotier’12 .........................................57 Soluções de conforto/rentabilidade na produção de leite .................................................60 New Holland - BigBaler premiada pela segurança...62
FEIRAS Calendário de feiras..................................................66
PRODUÇÃO Como escolher um touro para uma vacada .............14 A alimentação de vacas em regime extensivo .........16 Recria, custo acrescido…ou redução do custo? ......20 Utilização de ferramentas informáticas na produção de leite .................................................26 Melhorar a eficiência nas engordas..........................30 Silagem de erva - Otimize a qualidade.....................36 D-Coder, o adubo inteligente ....................................40 Apostar na pós-emergência precoce........................42 Crossbreeding na produção leiteira no mundo ..................................................................44 Transferência de embriões .......................................48 Infeções pelos parasitas Criptosporidium e Giardia em bovinos................................................52
RUMINARTE Fotografia do mês: Catarina Pereira.........................67
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EDIÇÃO Nº8
JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO 2013
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ACTUALIDADES
MUNDO
Produção de leite de ovelha em Castela e Leão A produção de leite de ovelha em Castela e Leão caiu 1,7% no terceiro trimestre de 2012, segundo os dados divulgados pelo Serviço oficial de Estatísticas. De julho a setembro do ano passado, produziram-se 93.994.000 litros, enquanto que no mesmo período do ano passado a produção foi de 95.588.000 litros. Geograficamente só houve aumentos nas províncias de Ávila e Zamora, todas as outras tiveram quebras.
A Mesa de Seguimento do Setor Ovino, que representa o órgão de interlocução dos diferentes agentes do setor deu a conhecer, na sua última reunião, os dados mais recentes relativos à produção. Em Castela e Leão produzem-se atualmente 386.135 toneladas de leite de ovelha por ano, o que representa 68% da produção nacional, O destino do leite de ovelha é fundamentalmente a elaboração de queijos de qualidade. x
Rentabilizar a fileira do leite nos Açores Em dezembro passado, decorreu a cerimónia de atribuição do Prémio Produtor Excelente 2011 a mais de 300 agricultores micaelenses. Este prémio, que foi entregue na Cooperativa do Bom Pastor, nos Arrifes, foi criado pela Associação de Jovens Agricultores Micaelenses (AJAM) em 2005 com o objetivo de distinguir a qualidade na produção de leite. Este ano foram premiados 315 produtores. Atualmente, a produção média por exploração leiteira nos Açores é de 192.725 kg, inferior à alcançada nas explorações localizadas no Norte do País (225.750 kg). Para se tornarem mais competitivas, no contexto nacional, as explorações açorianas terão que melhorar, quer pelo aumento da produção de leite e pelo reforço da produção própria de alimento para os animais; quer através da redução do número de produtores permitindo que os que ficam sejam maiores. Estas conclusões foram algumas das apontadas durante o evento de entrega dos prémios. Pedro Pimentel, responsável da ANIL referiu, a propósito, que a produção de leite
nos Açores poderia chegar aos 700 milhões de litros (no final da última campanha quase atingiu os 585 milhões), embora os custos de produção sejam ainda um problema sem solução à vista. No entanto, os Açores continuarão a contar com ajudas ao setor leiteiro através do POSEI. Luís Neto Viveiros, Secretário dos Recursos Naturais, referiu que a superfície agrícola útil média das explorações tem vindo a crescer, de 6,31 ha em 1999 para 8,9 ha em 2009 e que, embora o número de vacas leiteiras tenha diminuído, a produção total de leite aumentou graças ao melhoramento genético e à implementação de melhores práticas de maneio das explorações. O responsável da ANIL chamou também a atenção para a valorização dos produtos lácteos dos Açores que, na sua opinião, é possível diversificar dentro dos condicionalismos impostos pela distância. A grande distribuição que continua a esmagar os preços dos produtos lácteos, pondo em desvantagem produtores e industriais, foi também alvo de críticas. x
Ovinos e Caprinos - Declaração de existências
Durante o mês de janeiro de 2013, todos os criadores de ovinos e caprinos são obrigados a declarar os animais detidos a 31 de dezembro de 2012. A declaração de existências de ovinos e caprinos poderá ser realizada nos serviços veterinários regionais da DGAV, nas organizações de agricultores protocoladas
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com o IFAP no âmbito do SNIRA, ou diretamente pelo criador de ovinos e caprinos na Área Reservada do portal do IFAP. Para o efeito, o criador pode consultar o Manual do utilizador com as instruções para o preenchimento da declaração de existências de ovinos e caprinos. x
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Bolsa de terras já em vigor
A lei que cria a bolsa de terras para fins agrícolas, florestais ou pastoris foi hoje publicada no Diário da República com o objetivo de facilitar o acesso à terra - em particular pelos mais jovens - favorecendo o aumento da produção. Através deste mecanismo, podem agora ser disponibilizados terrenos do Estado - Administração Central, autarquias, ou entidades públicas -, privados ou baldios, sendo dada preferência aos jovens agricultores (entre os 18 e os 40 anos), proprietários com terrenos vizinhos, organizações de produtores e cooperativas, projetos de investigação ou de cultura biológica na atribuição de terras públicas. Segundo a nova lei, consideram-se terras abandonadas, e por isso passíveis de venda, terrenos cujo dono seja desconhecido ao cabo de 15 anos. Durante este período, os terrenos podem já constar da bolsa de terras (sob alçada da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural) - se, entretanto, for feita prova de propriedade, os terrenos tornam ao dono original. No entanto, este não pode extinguir unilateralmente os contratos existentes, havendo ainda a hipótese de eventual ressarcimento da bolsa de terras pelas despesas e obras realizadas nos seus terrenos. A partir de agora, o Estado vai poder ainda arrendar os terrenos agrícolas abandonados enquanto dura o processo de reconhecimento da propriedade, pelo prazo máximo de um ano. Se o dono aparecer entretanto, o terreno será devolvido e o proprietário tem direito a receber as rendas e outros proveitos entretanto recebidos pelo Estado, deduzido do valor das despesas e/ou obras realizadas, assim como uma taxa de gestão cujo valor será fixado em portaria. Em Portugal, a paisagem agrícola tem-se alterado para sistemas de agricultura mais extensivos, com as pastagens e os prados permanentes a ocuparem 48% da superfície agrícola utilizada em 2009, quando esta ocupação era de apenas 21% em 1989. Em simultâneo, as terras aráveis passaram de 59% em 1989 para apenas 31% em 2009. Mais informações: www.portugal.gov.pt x
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MUNDO
ACTUALIDADES
Em Espanha, sobe o preço do leite ao produtor
A Mercadona comunicou que a partir deste ano subirá 1 cêntimo o litro de leite ao produtor. Referiu também que esta decisão é da responsabilidade da Mercadona e dos seus fornecedores e não tem efeito sobre o preço de venda ao público. Este aumento soma-se ao de 1,5 cêntimos/litro levado a cabo no verão do ano passado. A entidade coordenadora das organizações de agricultores e criadores de gado (Coag) avaliou positivamente esta iniciativa e disse esperar que as indústrias lácteas e as restantes cadeias de distribuição mostrem também o seu compromisso com a produção láctea espanhola. “Os criadores de gado estão no limite. É impossível aguentar mais meses com preços abaixo dos custos de produção (0,34-0,37€/litro). É urgente que reativem os preços na origem para evitar o desaparecimento do setor lácteo no nosso país", afirmou Miguel Blanco, Secretário General da Coag. Tal como refletem os últimos dados publicados pela Direção Geral da Agricultura da União Europeia, os preços do leite em Espanha continuam abaixo dos da média da UE-27, disse ainda Blanco. "Tanto é assim que, em outubro os criadores de gado do nosso país receberam um preço médio de 0,31 €/litro enquanto que na UE o preço se elevou a 0,34 €/litro". x
Europa abate menos bovinos jovens
O número de bovinos abatidos em território francês diminuiu drasticamente ao longo do ano passado. "Baixou 8%, se levarmos em conta apenas os primeiros nove meses do ano", explicou Caroline Monniot, economista agrícola no Institut de l’Elevage. Mas a França não é um caso especial. O abate de bovinos está a diminuir em todos os principais países europeus produtores de carne bovina. A erosão dos rebanhos reprodutores explica parte do fenómeno. Este declínio dos abates é acentuado pelo interesse renovado pelas exportações em vivo, principalmente para a Turquia e Líbano. x
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ACTUALIDADES
MUNDO
O gado calmo tem um lado negro
Num trabalho de investigação realizado em conjunto pelo Department of Agriculture and Food (DAFWA) e a empresa Kylagh Cattle, dois investigatores norteamericanos — Peter McGilchrist e Peter McGilchrist —chegaram à conclusão de que o gado calmo não está isento do síndrome dark cutting (carne DFD*).
O síndrome da carne DFD é um problema complexo causado por baixa energia muscular (glicogénio) no abate. A carência de glicogénio durante o período anterior ao abate é controlada por uma série de fatores, um dos quais é o temperamento do animal. O temperamento afeta o grau de agitação do gado e a quantidade de adrenalina libertada pelo mesmo, logo, em teoria, a quantidade de energia gasta desde que deixa a exploração até ao abate. O síndrome DFD nos bovinos produz carne com coloração escura, seca, que se estraga facilmente e com uma dureza variável. No ano fiscal 2011/12, terá afetado mais de dois milhões de carcaças classificadas pela Meat Standards Australia, custando à indústria de carne milhões de dólares. No estudo aqui resumido, os investigadores mediram o temperamento de 648 animais estabulados utilizando a velocidade de voo,
Marca John Deere aumenta o seu valor
Seguindo a listagem do relatório Interbrand das ‘100 melhores marcas mundiais"do ano passado, a John Deere deu um enorme salto qualitativo no ranking de 2012. De acordo com o
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uma medição eletrónica da rapidez com que um animal sai duma plataforma de pesagem. Os animais mais calmos saem mais devagar que os mais irrequietos. Os resultados obtidos neste estudo mostraram que, à medida que a velocidade de voo aumentava, a concentração de glicogénio muscular no abate também aumentava. O que indica que o gado com velocidades de voo superiores teria um risco menor de apresentar o síndrome da carne DFD. A investigação sugere que, ainda que o gado calmo tenha as suas vantagens na produção, não está isento do síndrome DFD. Não obstante, como provam os muitos estudos efetuados em todo o mundo, o gado mais calmo mostra ter taxas de crescimento maiores e carne mais tenra do que o gado mais irrequieto. O proprietário da exploração Kylagh Cattle Company, Ivan Rogers referiu, da sua experiência que o gado irrequieto representa maior perigo para os tratadores, demora mais tempo a ir para o comedouro e para a balança do matadouro, tem uma maior taxa de morbilidade e em geral, tem desempenhos inferiores ao gado mais calmo em ambiente estabulado. Concluindo, McGilchrist sugere que os criadores devem minimizar as variações no temperamento dos animais dentro dum rebanho, e também refere que se deve habituar os animais calmos, à mudança. Diz ainda que todo o gado precisa de ser exposto a alterações no seu ambiente, por forma a não ficar tão agitado durante o período anterior ao abate. Conclui também que o efeito do temperamento não está ainda totalmente compreendido e que é necessária mais investigação para perceber as interações entre o temperamento dos animais e o metabolismo da energia no pré abate. x (carne DFD*) - dry, firm, dark (seca, firme escura).
último ranking da Inderbrand, o valor estimado da marca John Deere é de US$ 4,221 milhões, um aumento de 16 por cento em comparação ao ano anterior. No seu 175º aniversário, a John
Deere sobe 12 posições no ranking, colocando-se agora no 85º lugar, a frente de outras marcas de renome tais como Starbucks, MasterCard, Harley Davidson e Ferrari. x
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ENTREVISTA
Produção intensiva de leite de cabra Um negócio de valor acrescentado A T Milk é uma moderna exploração de cabras de leite situada no concelho de Vila Viçosa, Évora. Em entrevista à Ruminantes, Fernando Marques, proprietário e gerente deste negócio contou-nos como surgiu a ideia deste projeto que nasceu há três anos e conta atualmente com um efetivo de 1400 animais. A T-Milk emprega cinco pessoas que se dividem entre esta e outras atividades que se desenvolvem na herdade, relacionadas quer com a produção animal, quer com o turismo rural.
Caracterização da exploração Fernando Marques: Pelo facto de ser uma exploração muito jovem, o efetivo da cabrada não está ainda estabilizado. Das 1400 cabeças, atualmente estão 600 em produção, sendo o objetivo atingir, dentro de dois anos, um máximo de 900 cabras em produção. O critério de seleção que utilizamos leva-nos a ter taxas de refugo altas. Queremos cabras “grandes”, acima dos 40
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Kg de peso, úberes bem formados, boa capacidade de ingestão de alimentos, produções elevadas e temperamento dócil. Optámos pela raça Murciana pura, porque está preparada para ser explorada intensivamente e as características do seu leite aproximam-se das do leite das cabras em extensivo, um leite com muita gordura e uma boa taxa de proteína que permite a sua transformação em produtos de qualidade.
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Para que este negócio seja rentável, temos que conseguir uma produção mínima de 510 litros/cabra/ano, tendo como objetivo, a médio prazo, conseguir atingir o potencial genético desta raça que é de 600 a 700 litros por 305 dias.
Maneio Fernando Marques: As cabras estão em modo de produção intensivo, com duas ordenhas diárias. Pela morfologia dos terrenos da herdade, dispomos apenas de 13 hectares de regadio para a produção de forragem, o restante é adquirido fora, sobretudo luzerna e feno. Compramos de acordo com vários critérios, nomeadamente o preço (tentamos comprar a quantidade necessária para um ano no início da campanha, quando o preço é mais favorável) e o valor analítico de cada tipo de forragem com base num determinado perfil nutricional. No maneio alimentar utilizamos uma mistura completa em unifeed, ou seja, forragem com concentrado. A alimentação é dada exclusivamente nos comedouros, duas vezes por dia, utilizando tapetes de alimentação para a distribuição. Utilizamos quatro lotes de animais por produção e cada um deles tem um perfil alimentar específico. Desde a concepção da exploração que o nosso objectivo foi poder personalizar ao máximo o maneio das cabras, ao usarmos variados lotes de produção conseguimos otimizar a alimentação. Temos depois também os lotes de secas, pré-parto e recria. Qual o preço venda do leite? Fernando Marques: Atualmente vendemos o leite a 0.65€ /litro. Ao contrário da maior parte das explorações, asseguramos uma quantidade fixa de leite às queijarias que nos quiserem comprar e é esse o argumento que utilizamos para o estabelecimento do preço. Ou seja, gerimos as nossas flutuações de produção e não passamos esse ónus para a queijaria. Por outro, lado, ao termos vários grupos de parições anuais (de dois em dois meses),
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ENTREVISTA conseguimos ter cabras em todas as fases da lactação e, como tal, as variações da produção e da qualidade do leite ao longo do ano são mínimas permitindo-nos ter um bom preço de venda e homogéneo ao longo do ano. Apostamos na qualidade do serviço ao nosso cliente. A percentagem de proteína do nosso leite ronda sempre 3.7% e a gordura 6 a 7%. Fica a ideia que tem um negócio bastante controlado pelas margens, ao vender o leite a um preço estável e comprar a alimentação para o ano? O que tentamos é, ao longo do ano, minimizar o mais possível as variáveis externas de forma a concentrarmo-nos totalmente no que é fundamental para o êxito da exploração, um bom maneio.
Quanto tempo levou desde o dia em que decidiu montar este negócio e o seu inicio? Foram dois anos entre decidir-me a optar por uma exploração de leite de cabra e todo o trabalho de pesquisa com vista à obtenção de informações sobre o negócio, visitas a explorações, conceção da exploração, obtenção do licenciamento das obras, construção e licenciamento da exploração.
Quais as principais dificuldades que encontrou? A parte mais complicada foi a obtenção do licenciamento na Câmara no referente à parte estrutural e às obras. O licenciamento da exploração junto do IFAP ou da DGV
foi simples. Outra dificuldade que tive foi o acesso à informação. Qualquer pessoa que não tenha experiência em trabalhar com cabras leiteiras tem muita dificuldade em obter testemunhos fidedignos e consistentes de explorações em funcionamento. Quais os investimentos mais recentes? Os mais recentes foram a duplicação da capacidade de armazenamento do leite através da compra dum novo tanque de leite, e também a ampliação da área de parques para os animais.
Existem “ajudas “para este tipo de negócio? Existem apoios ao investimento por via do PRODER. Relativamente à produção, até agora não havia, mas penso que 2012 foi o primeiro ano em que existiu algum apoio à comercialização do leite de cabra. Até agora, o leite de cabra era um leite “clandestino”, não prestigiado como tal. As ajudas do PRODER são significativas? O ser significativo ou não depende sempre das expectativas com que estamos. Para quem está há muitos anos na agricultura e sempre se habituou a receber apoios, acha sempre que os apoios são poucos. Para quem vem de outro tipo de negócio onde normalmente não existem quaisquer apoio a fundo perdido, todos os que vêm são bem vindos. Na minha opinião os apoios que existem são importantes e significativos. O maior problema da exploração de cabras
Quadro 1: Evolução dos dados produtivos
Média de cabras em produção
Média de produção leite/dia/cabra (L) Produção total anual de leite (L)
Produção (Litros - Lote) % da dieta
Custo alimentar/cabra/dia (€) Qtde. alimento/cabra/dia (kg)
Nº cabras em lactação Produção leite/dia (L)
Margem bruta/dia/cabra (€) € Alimentação/€ Produção
2012 (último mês)
2013 (objetivos)
2014 (objetivos)
1,68
1,75
1,75
1,80
308.439
31.500
447.125
591.300
Dia
Total
0,49 €
294,57 €
1,76
1 055,85
2010
2011
2012
175
454
503
1,2
1,33
76.656
220.427
600
Quadro 2: Rentabilidade por lote de produção
3L - Lote A
2L - LoteB
0,566 €
0,509 €
100,0% 2,30 179
2,40
0,99 €
36,3%
90,0% 2,07 170
1,80
0,66 €
43,5%
1,5L - Lote C 0,75L - Lote D 80,0%
0,453 € 1,84 176
1,50
0,52 €
46,4%
60,0%
0,360 € 1,58 75
0,75
0,13 €
73,8%
700
2,01
0,65 €
42,9%
900
1 205,94 600
391,73 €
Utilizamos muito rácios, pois dão um excelente apoio para uma leitura rápida de como está em dada altura uma determinada área produtiva. leiteiras é não termos capacidade de influenciar de forma determinante o preço de venda do leite à saída da exploração.
Qual a evolução dos dados produtivos? A evolução tem sido boa, e neste momento prevemos atingir a nossa meta produtiva em 2014, com um atraso de um ano em relação ao previsto devido a um percalço sanitário nos últimos meses de 2011 que não permitiu atingir o final de 2012 com os números que pretendíamos O facto de no primeiro ano termos começado com apenas metade do numero de chibas desejado também provocou algum atraso.
Onde está hoje o negócio? Qual a perspetiva para os próximos anos? Hoje o negócio está no “break even” operacional, conseguimos ao fim do terceiro ano ter a operação equilibrada. O nosso objetivo de curto prazo é começar a retirar proveitos para amortizar o investimento. Esperamos em 2013, se tudo correr bem, atingir esse objectivo. E mais tarde chegar ao lucro. Penso que ao fim de cinco anos de ter começado, terei a cabrada perfeitamente estabilizada e o negócio do leite será rentável, mesmo sem entrar na transformação do leite.
Como vê a produção/transformação do leite? Vejo a transformação como um negócio totalmente distinto, contrariamente ao que pensam muitos produtores. Produção e transformação são dois negócios diferentes e, na minha opinião, ambos têm que ser rentáveis por si só. Esperamos começar com a transformação de parte do leite que produzimos em 2013 ou 2014. Que dados recolhe diariamente da exploração? Recolhemos o máximo de dados possível. As cabras têm uma identificação ele-
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ENTREVISTA
A principal “luta” que tive com os operadores foi para que percebessem a importância da recolha de dados, de ler a informação e de tomar decisões com base em dados. maneio e, na medida do possível recompensamo-los economicamente quando as metas são atingidas.
trónica e portanto os registos individuais de tudo o que se passa na ordenha são recolhidos automaticamente. Nomeadamente obtemos registos totais da produção, de 15 em 15 dias fazemos análises químicas ao leite, registamos as anomalias comportamentais ou de saúde, os tratamentos efetuados, o maneio alimentar, entre outros. Na recria registamos vários dados como o peso ao nascimento, ao desmame, e depois de 30 em 30 dias até atingir o peso de cobrição. Registamos também todos as intervenções sanitárias. Como utiliza esses dados nas tomadas de decisão? Todos esses dados são fulcrais, só tomamos decisões com base em dados quantitativos e alguns qualitativos. Basicamente tentamos não tomar qualquer decisão só porque “achamos que”... A principal “luta” que eu tive com os operadores foi para que percebessem a importância da recolha de dados, de ler a informação e de tomar decisões com base em dados.
Os operadores têm formação especifica? Não, toda a formação é fornecida internamente através de reuniões periódicas para este efeito. Utiliza rácios na analise da rentabilidade
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da exploração? Quais? Sim, utilizamos muito rácios pois dão um excelente apoio para uma leitura rápida de como está em dada altura uma determinada área produtiva. Mostro como exemplo o Quadro 2 que elucida quanto cada lote de cabras em produção liberta de margem bruta na relação direta entre os custos de alimentação e o seu nível produtivo. Este quadro também mostra a vantagem que se tem de ter os custos alimentares ajustados ao máximo ao nível produtivo de cada cabra.
Compara estes rácios com os de outras explorações, com anos anteriores, com o orçamento? Tento perceber, através de contactos com outros produtores, como nos posicionamos relativamente aos seus valores. De qualquer forma, o que fazemos com rigor total é a comparação, dentro da nossa exploração, com anos anteriores e com os objetivos que pretendemos alcançar nesse ano, económicos, fertilidade, mortalidade, sanidade, etc.
Partilha esses resultados com os empregados? Claramente, acredito que tem influência na sua motivação e na melhoria da atitude conhecerem, com precisão, o impacto nos resultados das alterações introduzidas no
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Quais são os factores limitantes deste negócio? Que oportunidades existem? Optei por este negócio de leite de cabra porque em determinada altura necessitei de introduzir na exploração um negócio de produção pecuária de maior valor acrescentado, e a produção intensiva de leite permite isso. Optei pela produção de leite de cabra porque é o que está menos explorado, quer em Portugal quer a nível mundial. Também, porque é um leite com grande potencial pelas características que tem ligadas com a saúde humana, é um leite que tem um grande caminho a percorrer. Porém, ainda existe um desconhecimento geral por parte dos consumidores sobre as vantagens do consumo de leite de cabra e temos a nossa indústria com um leque muito reduzido de produtos fabricados com base neste tipo de leite. O aumento vertiginoso do custo dos factores de produção sem um acompanhamento, na mesma ordem de grandeza, do preço pago pelo leite ao produtor são os principais fatores limitantes. Que percentagem dos custos totais representam os custos fixos? Os custos fixos sem alimentação representam cerca de 31% da despesa total. Relembro que os rácios atuais estão desajustados de uma exploração equilibrada pelo facto de estarmos em fase de crescimento do efetivo e ainda não termos atingido os patamares de produção normais para uma exploração deste tipo. Que conselho dá a alguém que queira começar agora com este negócio? Entre o desenho do negócio e a realidade existe sempre uma diferença significativa e há que ter em conta que qualquer negócio
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ENTREVISTA
pecuário demora bastante tempo a ser implementado. A noção que por vezes se tem de que o negócio fica construído em pouco tempo não é real. Por outro lado, é fundamental ter capacidade financeira para custear a evolução do negócio, não é por acaso que a maior parte das explorações pecuárias fecham no seu primeiro ou segundo ano de existência. As coisas nunca correm a 100%, aparecem sempre problemas no percurso e há que estar preparados para os enfrentar e dar-lhes a volta.
Que características têm que ter as pessoas que se queiram envolver neste negócio? Muita persistência, serem profissionais, procurarem ter um conhecimento profundo da atividade e munirem-se de instrumentos de gestão eficazes. Qual é a primeira coisa que faz quando chega à exploração? A minha função principal na exploração é de gestão, logo não me concentro em nada
de especial, tento apenas estar atento a algum aspeto que tenha fugido à rotina do dia a dia, e se os indicadores dos diferentes sectores estão dentro dos valores expectáveis: produção total da ordenha, problemas sanitários, stocks de alimentos e materiais diversos, problemas logísticos, etc. e se existe algo que obrigue a alterar o planeado para o dia. x
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PRODUÇÃO
Como escolher um touro para uma vacada? David Catita, Criador Limousine, Serpa – Portugal
fontecorcho@gmail.com
O desempenho dum touro resume-se aos animais que produz. Por mais bonito ou vistoso que seja um touro, são os seus filhos que falam por ele. Esta é a magia do potencial genético. A escolha de um touro reprodutor para uma vacada é um momento importantíssimo para o futuro da exploração pecuária que o adquire, uma vez que passarão pela genética daquele animal cerca de 200 produtos, bezerros e bezerras, supondo cinco anos de atividade; não devendo, por isso, ser encarada com ligeireza. Para reforçar a importância desta escolha, importa desde já salientar que a soma de pequenas diferenças em cada animal resulta numa grande diferença para a exploração. Tomando como exemplo estes 200 produtos, vendidos por €500 cada, resulta um total de €100.000, que passaria para €110.000 caso cada animal fosse vendido por €550. Estes €10.000 resultantes de uma pequena diferença em cada animal obtêm-se, por exemplo, em apenas 20 kg na fase de desmame, valorizada a €2,5 por quilo, a qual pode ser facilmente transmitida pela genética melhoradora de um touro; de onde resulta que a escolha certa pode trazer retorno suficiente para pagar todo o investimento. A escolha certa deve ser realizada através da análise das vacas da exploração, uma vez que o touro contribuirá com 50% das suas qualidades genéticas, que deverão melhorar os aspetos em que as vacas forem mais fracas. Vamos então a exemplos.
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VACAS DE PEQUENA ESTATURA E BEZERROS PEQUENOS AO DESMAME
As vacas de pequena estatura podem produzir bezerros grandes, desde que se selecione um touro que confira dimensão à mistura genética. Neste contexto, importa escolher um touro que tenha bons índices de desenvolvimento esquelético, que correspondem aos seguintes parâmetros a avaliar: • Comprimento do dorso e da bacia; • Largura das ancas; • Desenvolvimento do animal. Assim, resulta que a escolha dum touro deverá recair sobre um animal que, para determinada idade, seja mais alto que a média, mais longo que a média e mais largo que a média. Esta componente esquelética é facilmente observável se existirem mais animais para comparar e, em especial, das mesmas idades. Isoladamente torna-se mais difícil, mas a avaliação de performance realizada pela entidade certificadora dará pistas muito claras neste sentido, uma vez que esta análise comparativa foi já realizada. No caso da raça Limousine este grupo de características está sumarizado na nota de desenvolvimento esquelético (DS) de um animal, e os animais desta tipologia são definidos como elevage, que geralmente são animais mais tardios, bastante adequados para a produção de vacas de reposição, às quais será útil uma boa estrutura ou também para a produção de animais de engorda que o criador leve até à idade adulta.
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Comprimento da bacia
Largura da bacia
VACAS COM DIFICULDADE DE PARTO
A facilidade de parto é um carater fundamental que deve ser continuamente promovido numa vacada, selecionando as vacas que apresentem as bacias mais volumosas, ou seja, mais largas, longas e altas, como se de um cubo se tratasse. Neste contexto importa selecionar também as que se apresentem mais planas, de modo a que o bezerro possa sair com facilidade. Naturalmente que a escolha de uma raça que produza bezerros pequenos é essencial, onde a raça Limousine ocupa um lugar cimeiro, sendo neste contexto a raça com maior número de machos ativos em Portugal, contando já com mais de metade do total nacional, o que demonstra bem a prevalência desta característica, fortemente pretendida.
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PRODUÇÃO Dentro de cada raça, se for esta uma característica que se pretenda promover na vacada, deverá ser selecionado um touro que transmita facilidade de partos, observável pelo peso ao nascimento dos seus ascendentes e dele próprio, que deve ser inferior a 40 kg. Para além do valor absoluto do peso, importa ainda observar a forma dos bezerros, uma vez que um animal mais esquelético e longo passará com mais facilidade pela bacia da mãe do que um animal que seja mais compacto e volumoso. É fundamental a observação dos animais ao nascimento, para tirar conclusões relativamente ao seu formato.
VACAS COM ESTRUTURA MAS POUCO MUSCULADAS, ASSIM COMO OS BEZERROS
Se as vacas forem naturalmente pouco musculadas e se passarem essa característica para os bezerros, penalizando a venda ao desmame, poderá corrigir-se pela escolha de um touro que confira à mistura genética as notas em falta. Neste contexto, importa escolher um touro que tenha bons índices de desenvolvimento muscular, que correspondem aos seguintes parâmetros a avaliar: • largura entre espáduas e largura no dorso; • largura e arredondamento da nádega; • espessura do lombo. Importa salientar que um touro com bons índices de desenvolvimento muscular não é necessariamente um touro gordo, e igualmente que um touro gordo não é necessariamente um touro com bons índices musculares. No caso da raça Limousine, este grupo de características está sumarizado na nota de desenvolvimento muscular (DM) de um animal, e os animais desta tipologia são definidos como boucherie, que geralmente são animais mais precoces, bastante adequados para a produção de bezerros para venda ao desmame, e na fase adulta são geralmente animais mais baixos, não sendo necessariamente menos pesados, o que facilmente se entende, uma vez que o investimento do animal em músculo retirou expressão ao desenvolvimento ósseo.
Largura entre espáduas
Largura do dorso
racterística é observável no valor de crescimento dos bezerros e do touro até aos quatro meses de idade, em que o leite da mãe é o seu alimento principal. No caso da raça Limousine, são realizadas pesagens periódicas nos primeiros meses de vida de um animal, devendo ser observados os valores de ganho médio diário até aos 120 dias, fazendo a diferença entre o peso ao nascimento e o peso corrigido aos quatro meses, dividindo depois por 120, cujos valores devem ser sempre superiores a 1,2 kg por dia.
VACAS DEMASIADO BRAVAS E NERVOSAS Arredondamento da nádega
Largura da nádega
Profundidade da nádega
VACAS COM POUCO LEITE, RESULTANDO EM BEZERROS FRACOS AO DESMAME
No caso da capacidade leiteira de uma vacada, o contributo de um touro far-se-á sentir na segunda geração quando as suas filhas forem incorporadas na vacada e expressarem a característica que se pretenda promover. Neste caso, importa selecionar um touro que tenha bons índices leiteiros ou seja, que tenha ascendentes com boas produções leiteiras, aspeto avaliado na classificação da raça Limousine. Em termos práticos, esta ca-
Em termos de comportamento, um touro pode também ser uma forma de melhorar o temperamento de uma vacada, já que se trata de uma característica hereditária mas que, por esta razão não se observa de imediato sendo necessário, pelo menos, uma geração. A avaliação do temperamento é uma das características avaliadas na raça Limousine que é, por natureza, uma raça de temperamento dócil. A escala de temperamento vai de 1 a 7, devendo ser escolhidos animais com pontuações inferiores a 3, acompanhados de um maneio correto. O maneio influência naturalmente o comportamento dos animais, onde deve prevalecer um contato constante e calmo para que não sejam desenvolvidas atitudes defensivas.
VACAS COM DEMASIADO TEMPO ENTRE PARTOS
Também o intervalo entre partos pode ser reduzido com a seleção do touro adequado, devendo ser escolhido um animal com elevada fertilidade e cujos ascendentes tenham tendência para um curto intervalo entre partos. Para além deste aspeto deve ser garantido um rácio adequado de touros para uma vacada, que não deve ser superior a 40 vacas para um touro. Neste contexto importa ainda salientar que os touros numa vacada nunca são demais, já que todo o trabalho desempenhado por um touro é lucro para o seu criador. Com o número certo de touros numa vacada pode-se reduzir o intervalo entre partos, dando-se como exemplo que a redução de apenas um mês em cada vaca, numa vacada de 80 animais, resultará em mais 80 meses de gestação no total, o que resultará em mais 7 bezerros por ano.
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PRODUÇÃO
ALIMENTAÇÃO
A alimentação de vacas em regime extensivo J. Riera, Chefe de Produto de Bovinos de Carne Nanta j.riera@nutreco.com
Na maior parte da Península Ibérica, as vacas são exploradas em regime extensivo mantendo-se todo o ano em montes e pastagens, alimentando-se do pasto ou forragem que o meio onde está lhe proporciona; apenas em épocas de escassez de pasto, períodos secos de verão e períodos de baixa temperatura, as vacas são suplementadas ou com um “extra” de forragem (fenos, silagens, etc.) e/ou com suplementos nutricionais compostos que normalmente conhecemos como “tacos”.
Até aqui tudo está correto, a dificuldade começa quando queremos alimentar estas vacas com base em necessidades nutricionais específicas. Em geral, encontramos desde explorações com raças rústicas puras (Retinta, Negra Ibérica, Alentejana, etc.) até vacas cruzadas com 75% de sangue de raças de carne, principalmente Limousine, Charolesa e Blonde d’Aquitaine. Da mesma forma, pode-se estimar que a produção de leite destes animais é de aproximadamente 7 a 9 litros por dia, em média. Outro fator de variabilidade é o consumo de nutrientes, para cobrir as necessidades de manutenção que serão altamente variáveis dependendo da orografia do terreno, do clima (temperatura, humidade, etc.) e da qualidade da forragem disponível; alguns estudos estimam que as necessidades de manutenção de uma vaca em regime extensivo podem chegar a ser até 55% mais do que em regime de estabulação.
PODEMOS VER AS VARIAÇÕES QUE EXISTEM EM DIVERSOS ESTUDOS
Resumo da evolução das necessidades de manutenção relacionadas com o peso corporal, segundo o National Research Council (NRC).
Necessidades de nutrientes do gado bovino extensivo Tipo de animal Vacas de 575 kg Produção 6,5 kg/dia Vitelos de 40 kg Vacas de 525 kg Produção 6,5 kg/dia Vitelos de 35 kg
Estado fisiológico
Manutenção 4,5
270
20
30 12,0
310
22
35 12,0
7,3
625
30
50 14,0
Manutenção 4,0
260
16
27 11,3
Último terço 6,2 da gestação Lactação
Último terço 5,5 da gestação Lactação
UFL - Unidade Forrageira Leite
16
Quantidade CI total diária UL/ MND P Ca UFL /dia (g) (g) (g)
6,6
295 17,5 31 11,3 600
26
47 13,3
pois do parto e que a taxa de gestação seja maximizada. Isso vai depender basicamente da nutrição de pré-parto (steaming), da nutrição do pós-parto (flushing) e da condição corporal da vaca (CC) ao parto. A duração do APP é um fator limitante para alcançar um ótimo rendimento reprodutivo nas explorações de vacas reprodutoras. Dunn e Moss (1992) observaram que vacas com um APP entre 40 e 60 dias de duração tinham cerca de 88% mais probabilidade de manter um IPP próximo dos 365 dias.
No cálculo das necessidades médias, alguns estudos também apresentam diferenças relacionadas com a origem genética da vaca e propõem as seguintes variações: Multiplicar Raça 0.90
Brahman, Nellore, Sahiwal, Santa Gertrudis
0.95
Braford, Brangus
1.0
Angus, Charolesa, Chianina, Devon, Galloway, Gelvieh, Hereford, Limousine, Longhorn, Maine Anjou, Piedmontese, Pinzgauer, Red Poll, Salers, Shorthorn, Retinta, Avileña
1.2
Fonte: Estudo sobre exploração de bovino “biológico”.
Braunvieh, Holstein, Jersey, Simmental
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12 10
NEm required, Mcal
O objetivo das explorações de vacas em aleitamento é obter a máxima rentabilidade. A eficiência no desempenho reprodutivo está diretamente relacionada com a rentabilidade, e o nosso desafio é conseguir um bezerro desmamado por vaca e ano; por isso é imperativo que o máximo numero de vacas sejam capazes de manter um intervalo partoparto (IPP) o mais próximo de 365 dias; para isso é essencial que o anestro pós-parto (APP) seja tão curto quanto possível, que a vaca saia em cio nos primeiros 90 dias de-
8 6 4 2 0
800
900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 Peso da vaca, lb
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ALIMENTAÇÃO Variações da energia de manutenção devido ao “stress por calor”
UMA DAS CLASSIFICAÇÕES DA CONDIÇÃO CORPORAL É : Condição física
12
CC
8 6 4
1
2 30 Temperatura, F
Stress do Calor
Base
35
Fonte: NRC
E finalmente, um exemplo das variações em energia de manutenção devido a uma combinação entre o “stress por calor” e o fator vento/humidade.
I - Pobre
20
2
NEm, Mcal/d
3 35ºC Seco Sem vento
Base
35ºC Molhado 10 MPH Temperatura, ºC
Stress do Calor
II - Condição Limite
NEm, Mcal/d
10
0
4
MPH - Milhas/hora; NEm - Energia limpa de manutenção
5 III - Condição moderada ótima
Também encontramos variações na capacidade de consumo dos animais; a capacidade de consumo é determinada pela raça, sexo, estado fisiológico e velocidade de crescimento na fase de desenvolvimento corporal. Devido à grande variabilidade na determinação das necessidades do gado bovino em regime extensivo, a melhor medida que podemos tomar para fazer uma avaliação contínua dum programa de alimentação é o controlo da Condição Corporal das vacas. No cálculo da Condição Corporal existe outra metodologia com diferentes intervalos de pontuação que oscilam entre 1 e 5. Abaixo está uma tabela de conversão. Equivalência de valores da condição corporal nas duas escalas
Journal Dairy Science
6
7
8 IV - Obeso
Condição corporal de 1 a 5 Condição corporal de 1 a 9 1 1 1,5 2 2 3 2,5 4 3 5 3,5 6 4 7 4,5 8 5 9
PRODUÇÃO
9
Descrição Extremamente magra (esquelética)
Condição esquelética grave e débil, sem gordura em toda a sua coluna, quadril ou costelas; costelas. A cauda, costelas e outras estruturas do esqueleto são individualmente palpáveis e visíveis. Esta condição é rara de encontrar numa produção normal, a menos que estejam doentes ou sem alimentos.
Muito magra (pobre)
Condição física muito magra, similar ao quadro anterior, porém sem o aspecto doente. Tem pouca massa muscular. A estrutura óssea da cauda e costelas é menos proeminente.
Magra
Sem gordura visível sobre as costelas e peito. Ossos da parte traseira visíveis e um leve aumento de massa muscular.
Regular
Condição média com as costelas cobertas de forma individual. Em geral corpo com pouca gordura. Aumento de massa muscular nos ombros e quartos traseiros; os elementos principais são os quadris ligeiramente arredondados contra aparência descrita no quadro anterior.
Moderada
Carnuda, cobertura maior de gordura sobre as costelas, e, geralmente, apenas a décima segunda e a décima terceira costelas são individualmente distinguíveis. Princípio da cauda preenchido, mas não arredondado. Visível ligeira gordura no peito.
Boa
Costas, costelas e princípio da cauda ligeiramente arredondado e esponjoso ao toque; no peito, costelas, recto e vagina é apreciável uma gordura arredondada.
Gorda
Aparência carnuda de forma rectangular, apresenta gordura nas costas, princípio da cauda e peito.; as costelas não são visíveis, área exterior vaginal e do recto apresenta depósitos de gordura moderados. Pode ter uma leve camada de gordura nas tetas.
Muito gorda
Gordura extrema, de aparência quadrada devido ao excesso de gordura sobre as costas, princípio da cauda e quartos traseiros. Gordura visível no peito e nas costelas, e pescoço grosso e curto. A mobilidade começa a ficar restringida.
Obesa
Quadro semelhante ao anterior, porém num grau mais elevado. A gordura depositada é visível em forma de bolas. É raro encontrar vacas nestas condições nas explorações. MVZ Saúl E. Tijerina Wolf
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PRODUÇÃO
ALIMENTAÇÃO
Muitos estudos têm relacionado a Condição Corporal com os resultados zootécnicos da exploração: A fertilidade das vacas aumenta à medida que a diferença entre o peso máximo e o peso médio, durante a época de reprodução, diminui (Richarson).
Outro estudo que relaciona o peso vivo com a fertilidade: PESO VIVO 90 DIAS PÓS PARTO
Nº DE VACAS
341 - 385 Kg
323
340 Kg
150
386 - 430 Kg
460
431 - 475 Kg
0.568 0.66
0.743
459
475 Kg
FERTILIDADE
0.814
365
0.824
Buck-Morley
Por isso é importante ter um critério sobre que Condição Corporal é necessária em cada estado fisiológico dos animais.
Variação de peso (%)
115 110
105 100 95 90 85 80
1
2
3
4
5
6
7
Meses
8
9 10 11 12 Boquier
Estudámos a relação entre a Condição Corporal ao Parto e a taxa de Fertilidade Parto 1 2 3
4-7 >8
<2 20 23 28 48 37
Condição corporal 2.5
>3
50
84
53 60 72 67
90 90 92 89
Universidade da Flórida - E.U.A.
A condição corporal das vacas ao parto é o fator mais importante que pode ser usado para prever se uma vaca vai ficar gestante durante a época de reprodução. Num estudo em Oklahoma, das vacas que pariram com uma condição corporal de 2,5 apenas 50% voltaram a ficar gestantes; contudo, quando
18
a condição corporal ao parto foi de 3,5, cerca de 80% ficaram gestantes. A perda de peso antes da época de reprodução pode reduzir o número de vacas que mostram cios e que ficam gestantes (Rakestraw et al., 1986). A alimentação com suplementos proteicos em vacas pós-parto aumentou o consumo de forragens secas e portanto, a quantidade total de energia na dieta. Se as vacas são alimentadas com grandes quantidades de amido, o consumo de forragem pode ser reduzido e a energia total da dieta pode manter-se igual ou até diminuir; tenhamos em consideração que um dos objetivos de usar um suplemento nas explorações extensivas é maximizar os recursos das herdades. O que interessa são vacas em boa Condição Corporal, não vacas “gordas” suplementadas com altas quantidades de amido que, no fim, vão pôr em risco a função reprodutiva das mesmas. Portanto, a condição corporal ao primeiro parto tem um grande efeito sobre o desempenho reprodutivo. As vacas de primeiro parto têm que parir com uma condição corporal maior (CC = 6) que as vacas adultas, de modo que a maioria exibirá o cio e serão cobertas durante a época reprodutiva de 60 dias. Se as vacas jovens parem com uma condição corporal de 5, menos de 80% estará em cio e haverá menos oportunidade de ficarem gestantes. Se as vacas de primeiro parto parem com uma condição corporal de 4, somente 25% entrarão em cio. Na alimentação da vaca, detetamos dois momentos chave para suplementação, como já apontámos anteriormente, o que chamamos de steaming, a suplementação durante os últimos meses de gestação, e o flushing que é a suplementação durante 90 dias depois do parto; são dois momentos chave para evitar pesos baixos do vitelos ao nascimento e conseguir que a vaca entre em cio dentro dos primeiros 60 dias depois do parto, e para evitar uma mobilização excessiva, e com isso a perda de peso, durante a lactação. No maneio ideal devia ser possível alimentar por lotes, vacas na última fase da gestação, vacas na fase de cobrição/lactação e vacas gestantes; contudo, nos nossos sistemas de exploração é quase impossível trabalhar com lotes; chega portanto o momento de fazer uma suplementação geral da vacada tentando manter uma Condição Corporal da vacada ao menor custo possível. Normalmente, a menos que possamos armazenar fenos, silagens e outros tipos de
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forragem em momentos de abundância, optamos por rações complementares, a que chamamos de taco.
O QUE DEVEMOS PROCURAR NUM TACO?
Devemos ter em mente que o taco deve ser “complementar” das bases forrageiras da herdade, seja pasto, feno, palha, etc.. Pelo que, por princípio, devemos optar por empresas de nutrição que tenham uma ampla gama de tacos com distintos níveis de proteína e energia, é diferente complementar um pasto do que uma palha de cevada; do mesmo modo, como vimos anteriormente, as necessidades nutricionais não são as mesmas numa raça Mertolenga que numa raça Limousine. Devemos também estar atentos aos tacos muito ricos em amido que podem limitar o consumo de fibra, que é a base dos recursos da herdade e necessária para o correto funcionamento ruminal. Um outro debate centra-se nos tacos com ou sem ureia; do meu ponto de vista, o uso de ureia é muito positivo para maior digestibilidade e aproveitamento da base fibrosa. O fornecimento de fontes de azoto de alta degradabilidade (a ureia contém fontes de azoto de forma direta) aumenta a atividade da flora celulolítica e, com isso, a capacidade da vaca aumentar a digestibilidade das forragens, logo o aproveitamento das mesmas. Temos também que evitar avaliar o taco pela sua cor, a crença de que a cor branca representa qualidade em detrimento da escura não tem qualquer fundamento nutricional. O melhor taco será sempre aquele que se adapta às necessidades das nossas vacas, aos recursos forrageiros da exploração, que nos permita manter a condição ótima das vacas e obter taxas de fertilidade o mais próximo possível do 100%, com o mínimo custo diário da dieta.
BIBLIOGRAFIA Condicion corporal en el vacuno de carne M.V.Z Saúl E. Tijerina Wolf Efecto de la nutrición en la reproducción Ivette Rubio G.1 & Robert P. Wettemann Facultad De Medicina Veterinaria Y Zootecnia, U.N.A.M. Universidad Estatal De Oklahoma, E.U.A.
Fontes: Nrc Y Inra Fontes: Xv Anembe . Vicente Jimeno Vinatea
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PRODUÇÃO
RECRIA, custo acrescido… ou redução do custo? (parte I)
Elisabete Martins, Médica Veterinária na INVIVONSA PORTUGAL, SA., Docente na EUVG
Hoje mais do que nunca, a otimização da eficiência do ciclo de produção é vital para a rentabilidade e sustentabilidade a médio/ /longo prazo da exploração leiteira. A pressão a que são submetidos os produtores a montante (preço das matérias primas, combustíveis, energia, financeiros, licenciamento, etc) e os constrangimentos que lhe são impostos a jusante (preço do leite pago ao produtor), determinam que só sobrevirão os produtores mais eficientes. Atualmente, ainda é difícil ou de todo impossível avaliar em muitas explorações a sua eficiência enquanto unidade produtiva (o que nem sempre é sinónimo de ineficácia) devido à escassez de registos. Apenas os produtores que retiram sistematicamente decisões de gestão do dia a dia, dos seus registos de exploração, estão absolutamente conscientes de que “registar”, ao contrário de “consumir tempo que não se tem”, é antes uma ferramenta imprescindível, quer do trabalho diário da exploração, quer de decisões de gestão bem sustentadas. Uma vaca vê a sua vida na exploração dividir-se em dias produtivos (aqueles em que dá leite) e em dias não produtivos. Várias são as estratégias para reduzir o nº de dias não produtivos durante o periodo de seca (classicamente entre os 45 e os 60 dias) e aumentar o nº de picos de lactação por vida. No entanto, o maior período não produtivo é a fase de recria. Idealmente, para as vacas leiteiras H. Frisia, o primeiro parto deve ocorrer entre os 22-24 meses de idade. Um primeiro parto depois dos 24 meses aumenta drasticamente o custo de recria e reposição da exploração, reduzindo a margem líquida libertada por litro de leite produzido. Por si só o Fator Recria pode determinar uma margem positiva ou negativa resultante da produção de cada litro de leite. O que define a eficiência Produtiva? A resposta não é linear, mas devem ser considerados os seguintes aspetos: Eficiência de Recria Eficiencia Reprodutiva Eficiência da Estratégia Alimentar Eficiência na Prevenção e Controlo de Doenças
Cada um destes aspetos é mensurável; cada um dos principais indicadores deve ser vigiado de perto, para prevenir ou corrigir as “fugas” de rentabilidade associadas aos custos acrescidos à produção de cada litro de leite. A eficiência reprodutiva e a estratégia alimentar (produção e formulação) têm sido privilegiados em detrimento da eficiência da recria, isto porque os efeitos de erros nestas áreas têm
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um impacto direto muito visível e imediato. Não obstante todos sabemos que de um “Iceberg”, a porção visível é a menor. Por isso mesmo abordaremos, por agora, a Eficiência da Recria.
Alcançar o primeiro parto aos 22-24 meses revela-se o mais rentável, considerando os custos extra de recria e as perdas de produção associadas a partos tardios, sendo que em cenários de baixo preço de leite pago ao produtor, reduzir ainda mais a idade ao primeiro parto surge como uma estratégia viável para reduzir custos e aumentar rentabilidade (Pilro et al., 1997) na medida em que se aumentam os dias de vida produtiva (em lactação) e a produtividade futura (Lin et al., 1998). Quanto maior for a idade ao 1º parto, maior será o nº de animais em recria que é necessário manter na exploração para garantir a mesma taxa de renovação/refugo na exploração. Por cada mês acima dos 24 ao parto teremos mais cerca de 4% de animais a alimentar, alojar e manipular que representam um custo acrescido para a exploração; para além disto as instalações disponíveis serão obrigadas a suportar um nº excessivo de animais condicionando o seu desenvolvimento (tabela 1). Tab. 1: Variação do nº de animais em recria, em função da taxa de renovação e idade ao 1º parto (adaptado de: Heirichs e Swartz, Penstate, 1989). % Reposição
22
24
30
61
76
26 34 38 42
53 69 77 86
58 76 84 93
Idade 1º Parto 26
28
30
72
78
83
63 82 92
101
67 88 99
109
72 94
106 117
Assim, se considerar-mos uma exploração de 100 vacas adultas, se o 1º parto acontecer aos 27 meses (inferior ao encontrado na avaliação de campo realizada em 40 explorações), significa que, teremos para cada animal em produção, mais 90 dias de custos alimentares; assumindo que a cada ano entram em produção cerca de 25-30 novilhas, teremos 2250-2.700 dias não produtivos cujos custos extra
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PRODUÇÃO terão de ser amortizados pela produção futura dessas novilhas, e que aumentam os custos da produção anual da exploração. Numa exploração com 100 vacas estimamos que este atraso ao parto é responsável por um custo resultante de acréscimo da despesa e perda por leite não produzido de cerca de 11.000 a 20.000 euros/ano. O custo de produção da novilha é um fator determinante da margem líquida libertada por cada litro de leite produzido. Num estudo realizado em 10 explorações da região norte do país (SVA, serviços veterinários associados, 2012), a idade ao 1º parto encontrada foi 26,1 meses (min=23,9; max=28,7); o custo de produção médio/novilha foi de 1442 euros, variando de 1078 a 1752 euros, representando 15,3%
2.000 €
Custo Novilha e Idade ao Parto
Custo novilha
Idade Parto (meses) 30
1.900 € 1.800 € 1.600 € 1.500 €
0,35
24
1.200 €
23
1.100 € 6.000
27
25
1.300 €
1.000 €
0,39
26
1.400 €
6.500
7.000
7.500
8.000
8.500
9.000
Leite Vendido/Vaca/ano
9.500
10.000 10.500
0,41
29 28
1.700 €
(mín=9%; máx=22,5%) do custo total de produção/litro. Este custo aumenta à medida que aumenta a idade ao 1º parto; em paralelo, o custo de produção por litro de leite diminui com a diminuição da idade ao 1º parto (gráfico 1). Os resultados obtidos estão de acordo com diversos estudos publicados. Com um custo total médio de 0,329 €/L, a variar entre 0,284-0,403 €/L (gráfico 2) (SVA, 2012) e que não se afasta dos 0,413 €/L referidos no EDF report (este ligeiramente superior pela inclusão de rubricas para amortização de custos de terreno, instalações, etc.) (EDF report, 2012) fica claro que a recria deve definitivamente ser encarada como o pilar que pode alavancar as explorações para um nível superior de margem líquida libertada.
22 11.000
Gráfico 1: Relação entre idade ao 1º parto e custo de recria (SVA, serviços veterinários associados, 2012)
Custo de Produção/L
Custo de Produção/L
0,37
0,33 0,31 0,29 0,27 8.000
8.500
9.000
9.500
10.000
Leite Vendido/Vaca/ano
10.500
11.000
Gráfico 2: Custo de produção por litro de leite (SVA, 2012)
Nota: Bibliografia disponível junto da autora ou editor. Agradecimento: A autora agradece a colaboração dos colegas dos SVA (Fradelos), pelo amável disponibilização dos dados assinalados.
InvivoNSA Portugal SA, 5º Seminário de Ruminantes
A InvivoNSA Portugal SA, realizou no passado dia 24 de Outubro o seu 5º Seminário de Ruminantes centrado no tema Vacas de Leite. Tal como em anos anteriores, a jornada teve a participação de mais de 120 convidados entre produtores, técnicos, representantes de fábricas de alimentos compostos, de cooperativas Agrícolas, de organismos oficiais e de outros agentes do sector agropecuário. O programa teve como principal objetivo transmitir uma visão objetiva de cada uma das etapas da cadeia de produ-
ção, para contribuir para a máxima racionalização da produção de leite de uma forma global e, mais concretamente, em Portugal. As intervenções estiveram a cargo de profissionais da InvivoNSA Portugal, do Grupo InvivoNSA Internacional e de especialistas profissionais reconhecidos internacionalmente na produção leiteira. Os temas abordados tiveram em conta a realidade atual do setor, e focaram de uma forma transversal a situação atual do mercado das principais matérias-primas usadas em alimen-
tação animal (trigo, milho e soja e outras), a incontornável utilização de adsorventes de micotoxinas na alimentação das vacas de leite, a forma profissional de rentabilizar a recria, as implicações na ferti-
lidade das vacas da alimentação dada na fase da transição, o uso de matérias-primas alternativas, e o know-how disponibilizado pela Invivo para a sua utilização.
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ACTUALIDADES
MUNDO
Rabobank prevê ano recorde nos preços da carne bovina De acordo com o último relatório do Rabobank, relativo ao quarto trimestre de 2012, neste período o mercado global de carne bovina caracterizou-se por um ligeiro aumento da oferta impulsionada principalmente pela recuperação natural dos efetivos no Brasil, Argentina e Austrália. A esta situação veio juntar-se uma economia mundial relativamente letárgica, o que se refletiu sobre os preços em todo o mundo (ver Fig. 1). Entre os países exportadores de gado mais importantes, os preços só subiram nas moedas locais nos EUA e na Nova Zelândia. Estes aumentos podem não ser suficientemente elevados para compensar o recente aumento nos custos, com os cortes na produção de gado estabulado nos EUA. Em novembro, o Índice Global de Preços de Gado do Rabobank caiu 2 por cento relativamente ao terceiro trimestre (ver Fig. 2). Isto foi principalmente motivado pelo declínio ocorrido no Brasil, Austrália, Argentina e Canadá, que compensou o aumento nos EUA e Nova Zelândia. O fortalecimento do dólar contra várias moedas, combinado com uma procura mais fraca em muitos países importantes, também contribuiu para a tendência de quebra nos preços globais de gado definidos em US dólares. Comentando as perspetivas para 2013, o analista do Rabobank, Guilherme Melo, disse: "Esperamos ver a oferta global oscilando em torno dos níveis de 2012, com algumas subidas e quebras determinadas pela medida em que o aumento do Hemisfério Sul supere a redução na Europa e nos EUA. Do lado da procura, o panorama aponta para
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mais um ano de consumo relativamente fraco devido a uma economia ainda lenta, uma vez que o PIB mundial deverá crescer apenas ligeiramente em 2013 (ver Fig. 3).
"O cenário é pior onde a produção deverá cair, como na América do Norte e na Europa, o que coloca uma pressão adicional para as empresas de carne bovina localizadas nestas re-
FIG. 1 Média global preços gado vivo USD/kg
nov'12
Q3.'12
nov'11
Austrália
1.79
2.03
2.16
2.08
Uruguai
1.96
1.57
Brasil
1.59
2.70
EUA
2.50
1.63
Argentina
1.75
2.79
Canadá
2.84
1.94 Nova Zelandia Fonte: Rabobank, 2012
1.92
% nov'12 X % nov'12 X Q3'12 nov'12 6% 3%
2.02 2.01
-12%
-17%
8%
23.6%
-2%
2.18 2.01
-7%
1.70
1%
3.08
-2%
-22% -19% -9%
14%
FIG. 2 Rabobank - Índice de preço final do gado para 7 países
Jan. 2006=100
Índice Rabobank
Média 5 anos
Nota: Preços médios finais de gado vivo calculados por quota das exportações mundiais (Brasil, Austrália, Argentina, Uruguai, EUA, Canadá e Nova Zelândia). Fonte: Rabobank, 2012
FIG. 3 Crescimento PIB por região
%
Mundo
Europa
Fonte: IMF, 2012
Ásia
América do Norte
Ruminantes • janeiro | fevereiro | março • 2013
América América do Sul Central
Médio Oriente e América do Norte
giões para transferir o aumento dos preços de gado para os consumidores. Além disso, uma vez que esses países precisam dos cereais para alimentar os seus animais, poderão ver uma redução da sua competitividade no mercado internacional". "Por outro lado, as empresas localizadas na América do Sul, particularmente no Brasil, deverão beneficiar da recuperação do efetivo e da aceleração da economia, que oferecem à indústria uma oportunidade para aumentar/manter suas margens", acrescentou Guilherme Melo. "No entanto, ventos contrários para a indústria sul-americana irão provavelmente soprar do Médio Oriente e Norte de África, onde as empresas poderão enfrentar um ambiente mais duro para aumentarem as exportações em 2013. Isto reflete as incertezas resultantes de mudanças políticas e económicas após a Primavera Árabe e os permanentes conflitos internos que estão a contribuir para o enfraquecimento da atividade". Um fator altista para a indústria é a forte necessidade de disciplina da oferta nos setores da avicultura e da carne de porco. O Rabobank acredita que os cortes de produção na avicultura são suscetíveis de acontecer, impulsionados por margens negativas devidas aos fortes aumentos dos custos da alimentação. Na medida em que isto aumenta os preços da carne de aves e de porco, pode também beneficiar a indústria de carne bovina, uma vez que a diferença entre a carne bovina e estes dois preços de carnes estreita e, possivelmente, desloca a procura para a carne bovina. x
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ACTUALIDADES
MUNDO
Cetose tem custos elevados Cetose poderá estar a custar aos criadores de vacas leiteiras £23.000 (€27.600) por ano por cada 100 vacas.
Os criadores de vacas leiteiras do RU poderão estar a perder até £23.000 (€27.600) por ano por cada 100 vacas devido à presença de cetose, uma doença metabólica, de acordo com o especialista em gado, Dick Esslemont, que tem estado a apresentar as suas descobertas no Congresso Mundial de Buiatria a decorrer em Lisboa (3 a 8 de junho). Ou, por outras palavras, por cada litro de leite produzido numa manada típica que produza uma média de 8.000 litros por vaca, os custos diretos e indiretos da cetose resultam num custo de p2,90 (€0,034) por cada litro de leite produzido. Esslemont identificou os custos diretos da cetose – redução na produção de leite e uma fertilidade mais reduzida, bem como os custos indiretos - incidências mais elevadas de outros problemas como os ovários quísticos, o deslocamento do abomaso à esquerda (DAE) e o impacto a longo prazo nos intervalos após o parto e nas taxas de abate. Para calcular os custos da doença, Dick Esslemont reviu as investigações publicadas sobre a incidência da cetose e os respetivos efeitos na saúde e na performance das vacas. A prevalência desta doença metabólica variava consideravelmente entre diferentes manadas. Contudo, concluiu que, em manadas com elevado mérito genético, a cetose estava habitualmente presente em níveis clínicos de 3 %, ao passo que cerca de 30 % da manada poderia estar num estado de cetose subclínica. Como explicou: “A cetose constitui um problema com tendência para se agravar no gado leiteiro. É frequentemente caracterizada por anorexia parcial, depressão e redução da produtividade – diminuição da produção de leite e fertilidade mais reduzida. Os problemas mais frequentes desta doença prendem-se com a falta de balanço nutricional e supercondicionamento na lactação tardia, no período seco e aquando do parto. Tal pode resultar em cetose clínica e em cetose subclínica. “A cetose – mesmo que em níveis subclínicos – acarreta um risco acrescido de as vacas sofrerem de um vasto leque de outras doenças metabólicas e reprodutivas, as quais reduzem ainda mais as receitas e implicam custos suplementares.” Os custos diretos da cetose incluem o
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tempo despendido pelo veterinário e pelo produtor, os medicamentos, o leite rejeitado e a redução da produção. Esslemont identificou e enumerou igualmente os custos indiretos da cetose numa manada típica. Explicou: “Estes incluem um maior risco de ocorrência de outras doenças e de problemas reprodutivos, tais como mais casos de ovários quísticos, DAE, retenção das membranas fetais e metrite. “A longo prazo, estes problemas conduzem a intervalos após o parto mais prolongados, a taxas de abate mais elevadas, a serviços suplementares por conceção e a um risco acrescido de fatalidade.” Segundo as suas estimativas, a redução da fertilidade prolongaria os intervalos após o parto em mais 22 dias e aumentaria as taxas de abate involuntárias em 20 % nas vacas afetadas. Além disso, as vacas que se tinham tornado cetósicas, quando sobreviviam, apresentavam uma maior probabilidade de ficarem cetósicas novamente no ano seguinte. Tendo em consideração estes custos diretos e indiretos e a possível prevalência da cetose subclínica numa manada típica que produzisse uma média de 8.000 litros/vaca, a doença acarretava, nesse caso, um custo médio de £690 (€828) por vaca afetada, segundo os cálculos deste especialista. No que diz respeito às vacas nas quais o balanço energético negativo aumenta ao ponto de desenvolverem casos clínicos de cetose, verifica-se uma maior probabilidade de ocorrerem outras doenças. Por conseguinte, o Dr. Esslemont estimou que os custos seriam mais elevados, atingindo £829 (€995) por caso. Em suma, numa manada com 100 vacas, que registe 3 % de cetose clínica e 30 % de cetose subclínica, as perdas totais relativas à manada ascenderiam a £23.189 (€27.827) por ano. Concluindo, Esslemont disse: “A incidência da cetose clínica e da cetose subclínica pode ser reduzida através de um maneio e métodos de criação adequados, podendo igualmente ser corrigida através de um tratamento adequado. A escala do impacto económico, conforme é salientado neste estudo, demonstra o substancial benefício financeiro de que os produtores podem usufruir ao tomar medidas para combater a doença.”
Ruminantes • janeiro | fevereiro | março • 2013
Coca-Cola investe nos lácteos A Coca-Cola Company estabeleceu um acordo com a empresa norte americana Select Milk Producers, com vista a criar uma gama complementar de produtos lácteos nutritivos com valor agregado. O investimento, anunciado em dezembro passado, na companhia Fair Oaks Brands, responsável pela bebida Core Power, é liderada pelo grupo Venturing & Emerging Brands (VEB), da Coca-Cola, uma entidade que identifica marcas com alto potencial de crescimento no mercado de bebidas norteamericano. Esta parceria é importante porque marca o primeiro passo da Coca-Cola diretamente no setor de lácteos dos Estados Unidos, para além dos setores de sumo, água e refrigerantes. A Coca-Cola Refreshments assumiu a responsabilidade de distribuição da marca Core Power, disponível nas versões de 20 gramas e 26 gramas de proteína, em embalagens PET recicláveis e com prazo de validade estendido, de 340 mililitros. O diretor de comunicações da Fair Oak Farms, Anders Porter, disse que o sucesso da marca Core Power reside no seu sabor. “Quando as pessoas percebem que a nossa proteína é balanceada na mesma proporção das proteínas do soro do leite e da caseína, passam a incorporar o produto nos seus treinos desportivos”.
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O que aconteceria se um terço das vacas dos seus produtores tivessem um s€gr€do?
A cetose oculta não se vê, mas existe. Estudos recentes indicam que pode afetar aproximadamente 30% das vacas, inclusive em explorações com um adequado maneio. Enquanto não se manifesta com sintomas visíveis, provoca custos. A cetose oculta é prejudicial para a saúde das vacas, para o rendimento reprodutivo, para a produção de leite e a sua qualidade. Pode trazer custos, desde 250€ até 600 € por vaca. O Keto-Test é uma prova de leite rápida e fácil que ajuda os produtores a controlar esta ameaça oculta na sua exploração. E nós podemos ajudá-lo, dando-lhe recomendações e proporcionando ferramentas para o controlo integral da exploração. Para obter informações acerca da possibilidade em oferecer um serviço de mais valia aos seus produtores, entre em contacto com um representante da Elanco. A etiqueta de Keto-Test contém toda a informação sobre a sua utilização, incluindo as advertências. Leia, compreenda e siga sempre as instruções de manuseamento e a etiqueta. Prevalência de cetose: Macrae, A.I. y col. Prevalence of clinical and subclinical ketosis in UK dairy herds 2006-2011. Congreso Mundial de Buiatría, Lisboa, Portugal, 2012; Auditoria numa exploração da Elanco, 2011, n.º GN4FR110006. Dados arquivados. Redução na quantidade de leite: Ospina 2010. Association between the proportion of sampled transition cows with increased nonesterified fatty acids and ß-hydroxybutyrate and disease incidence, pregnancy rate and milk production at the herd level. J. Dairy Sci. 93:3595-3601. Diminuição da ferilidade: Walsh 2007. The effect of subclinical ketosis in early lactation on reproductive performance of postpartum dairy cows. J. Dairy Sci. 90:2788-2796. Qualidade do leite: Duffield 2000. Subclinical ketosis in lacating dairy cattle. Vet. Clin North Am. Food Anim. Pract. 16:231-253. Risco de reposição: Leblanc 2010. Monitoring metabolic health of dairy cattle in the transition period. J. Reprod. Dev. 56:S29-S35. Deslocamento do abomaso, metrites e cetose clínica: Duffield 2009. Impact of hyperketonemia in early lactation dairy cows on health and production. J. Dairy Sci. 92:571-580. Ovários quísticos: Dohoo 1984. Subclinical ketosis prevalence and associations with production and disease. Can. J. Comp. Med. 48:1-5. Retenção de placenta: Leblanc 2004. Peripartum serum vitamin E, retinol and beta-carotene in dairy cattle and their associations with disease. J. Dairy Sci. 87:609-619. Custos e prevalência: Esslemont, R.J. The Costs of Ketosis in Dairy Cows. Congresso Mundial de Buiatria, Lisboa, Portugal, 2012. Elanco, Keto-Test e a barra diagonal são marcas registadas própias ou autorizadas por Eli Lilly and Company, suas filiais ou afiliados. Keto-Test™ é uma marca registada de Elanco Animal Health. Fabricado por SKK, Japón. © 2012 Elanco Animal Health. WECTLKTO00021
Elanco Lilly Portugal – Produtos Farmacêuticos, Lda. – Rua Cesário Verde, 5 - piso 4 – Linda-a-Pastora – 2790-326 QUEIJAS – Tel.: 21 412 66 40 – Fax: 21 410 99 44
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PRODUÇÃO
Utilização de ferramentas informáticas na produção de leite Oliveira, Silvia, Engª Técnica de Produção Agrícola, Leicar- Comércio de Bovinos SA email: silvia_airo@hotmail.com
Moreira, Tereza, Médica Veterinária, Leicar, Comércio de Bovinos SA email: mtereza.mor@leicar.pt
Como a figura pretende evidenciar, é necessário sabermos utilizar os recursos de que dispomos. Não vale a pena investir num programa na área da informática agrícola, se não pensarmos em utilizá-lo como uma mais-valia para a exploração. E de que forma é que um programa de registo de dados, que pode eventualmente tornar-se monótono, constitui uma ferramenta de grande utilidade? A resposta está na análise dos dados registados.
2. ANÁLISE DE DADOS
A análise permite, essencialmente, construir diagnósticos, isto é, conhecer as principais fraquezas e pontos fortes da exploração, saber onde se ganha e perde dinheiro, quais as medidas a modificar ou a manter. A periodicidade da revisão dos dados deve ser definida por cada exploração e permitir “ler nas entrelinhas”. Todos os técnicos envolvidos na dinâmica da exploração, devem ter acesso aos dados, de forma a ressaltar as lacunas e facilitar a sua correcção. Em resumo, pretende-se com a utilização destes programas: melhorar os processos de gestão; reforçar as competências dos dirigentes e trabalhadores das empresas; melhorar o desenvolvimento organizacional; otimizar as metodologias e processos de modernização e inovação; sensibilizar para a utilização das boas práticas agrícolas.
1. CARATERIZAÇÃO DAS EXPLORAÇÕES
A totalidade das 16 explorações abordadas é de aptidão leiteira perfazendo um total de 1260 animais. Todas as explorações em análise aderiram a um programa de gestão através da Leicar-Associação de Produtores de Leite e Carne, durante o período compreendido entre Junho de 2011 e Julho de 2012.Geograficamente, situam- na Região do Entre Douro e Minho, em concreto nos concelhos da Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Famalicão, Barcelos e Guimarães.
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Pela importância que assumem, iremos analisar as principais patologias para as explorações em questão e os resultados reprodutivos. A gestão da parte financeira será abordada num próximo número, no entanto, é de referir que o programa em questão prevê outras funcionalidades como actualização, por exemplo, do livro de registo de medicamentos, o livro do SNIRA, gestão de stocks e alimentação.
2.1. PATOLOGIAS COM MAIOR INCIDÊNCIA Quadro 1 Principais patologias por exploração
%
100 90 80
Prob. reprodut.
70
P. motores
60
Outras doenças
50 40
Mamites
30
Doenças metaból.
20 10 0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14 15 16
Explorações
Doenças infeciosas
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PRODUÇÃO Qual a conclusão a tirar da análise dos quadros anteriores? A mais evidente é que os problemas reprodutivos constituem a principal incidência em termos de patologia, quer individualmente, quer no conjunto das explorações. Se continuarmos a análise do quadro 1, verificamos que, na segunda posição se encontram as mamites (clinicas e subclínicas), situando-se as doenças metabólicas (cetose, hipocálcemia, lipidose hepática e deslocamento de abomaso) na terceira posição. Curiosamente, e contrariando o que aparece referido em grande parte da bibliografia, as patologias podais não se encontram nas três primeiras posições.
Gráfico 3 IP-1ª IA Fecundante
Dias 260 240 220 180 160 140 120 100
Dias
515
1
3,5
136
2
3
1
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Exploração
160 130 110
108
100 90 80 70
10 11
9
10 11 12 13 14 15 16
1
2
3
2,4
4
3,1
3 2,4
2,5
2,5
2,3
2,4
10 11
12 13 14 15 16
2
2,2
1,47 5
6
7
8
9
12 13 14 15 16
Média IA/novilha IA
1
2
95 74 3
101
4
5
119
109 96
94
6
Média do grupo
IPP (dias) 433
365-395
Gráfico 5 Média IA’s/novilha IA
7
8
Exploração
90 9
79
117 102
85
Exploração
10 11 12 13 14 15 16
Quadro 2: comparação entre os valores de referência e as médias do grupo relativamente ao IPP, IPP-1ª IA e IPP-1ªIA fecundante
Referência
8
146
135
135
120
60
116
7
156
134
Exploração
Gráfico 2 IP-1ª IA 140
147
Exploração
1,8
1,8
390
150
147
2,8
415
Dias
6
2,2
1,5
440
365
5
3,2
2
465
4
171
158
206
173
Gráfico 4 Média IA’s/vaca IA
2,5
490
139
124
136
Média IA/vaca IA
3
Gráfico 1 IPP Atual (animais não contabilizados: 152)
193
200
2.2. Resultados reprodutivos
Apresentamos os gráficos com os registos individuais de cada uma das explorações relativamente a : - Intervalo Entre Partos (IPP) - Intervalo Parto-1ª Inseminação - Intervalo Parto-1ª Inseminação Fecundante - Média de IAs/vaca inseminada - Média IAs/novilha inseminada
249
IPP-1ªIA (dias) 105 65-75
IPP-1ªIA (fecundante) - (dias) 155 85-115
Quadro 3: comparação entre os valores de referência e as médias do grupo relativamente à média das vacas e novilhas Média referência Média grupo
Média IA/vaca IA
Média IA/novilha IA
2.4
1.6
1.7
Ruminantes •janeiro | fevereiro | março • 2013
1.5
»
27
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PRODUÇÃO
Recomendações do NMC
1. Definição de objectivos para a saúde do ubere 2. Manutenção de ambiente limpo, seco e confortável 3. Rotina de ordenha apropriada 4. Correcta manutenção e utilização do equipamento de ordenha 5. Correcta manutenção de registos 6. Maneio apropriado das mamites clinicas durante a lactação 7. Maneio apropriado das vacas secas 8. Manutenção da biossegurança em relação a agentes contagiosos e refugo das vacas cronicamente infectadas 9. Monotorização regular do estado de saúde do ubere 10. Revisão periódica do plano de controlo das mamites
A bibliografia refere que o custo por dia não fecundante representa uma perda diária entre 2€ a 5€. Entre agricultores encontram-se opiniões variadas relativamente ao número de dias entre o parto e a 1ª inseminação, mas apesar da influência da opinião individual, os valores encontrados através de um inquérito prévio, variam entre os 75 e os 90 dias. O que é possível concluir através da análise destes registos é que existem grandes perdas associadas aos dias em aberto, ou seja, ao período em que os animais não estão gestantes. Para confirmar, basta confirmar que a média encontrada nestas explorações se encontra acima da média de referência. Se multiplicarmos a diferença pelo valor de cada dia em aberto, obtemos as perdas da exploração relativamente a este parâmetro. Os gráficos 4 e 5 confirmam que existem grandes perdas monetárias devidas aos dias em aberto e evidenciam a sua origem.
3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A observação dos Quadro 1 permite chegar a um importante diagnóstico: as mamites continuam nos três primeiros lugares (até aqui nada de novo) e, surpreendentemente, os problemas relacionados com a reprodução ocupam o 1º lugar. Mais curioso, as doenças metabólicas
28
BEM ESTAR ANIMAL
“sobem” de posição, empurrando as patologias podais para os últimos lugares da tabela. Este facto não deixa de ser curioso, uma vez que, devido à sua etiologia multifactorial, as patologias podais são mais difíceis de controlar. Por outro lado, a cada vez maior especialização dos agricultores em termos da alimentação dos seus animais, do conhecimento das matérias-primas, da comprovada evolução da qualidade das silagens do Entre Douro e Minho e dos técnicos que prestam apoio nas explorações, deveriam estabilizar o compromisso com as doenças metabólicas. O somatório destas razões deveria empurrar as doenças metabólicas para as últimas posições e colocar os problemas de patas no pódio da tabela. Tal não se verifica. E porquê? É comprovado que a produção leiteira e a fertilidade relacionam-se negativamente, ou seja, têm curvas com sentido inverso: a produção leiteira aumentou substancialmente ao longo dos últimos anos e a fertilidade diminuiu quase proporcionalmente. Mas porquê? Qual a justificação, apesar da crescente especialização da mãode-obra, para este facto? Como foi referido a propósito do quadro nº 2, os problemas reprodutivos, relacionados sobretudo com a diminuição da fertilidade, e o aumento dos problemas metabólicos, é justi-
Ruminantes • janeiro | fevereiro | março • 2013
• Controlar a condição corporal (CC), • Vigiar o parto e controlar o estado da maternidade • Controlar apetite, temperatura, produção leiteira e vivacidade (corpos cetónicos/calcemia) • Manter a maternidade limpa e desinfectada • Instrumentos de ajuda ao parto higienizados entre utilizações • Reduzir a contaminação na maternidade e transmissão de micróbios entre vacas • Observação do corrimento vaginal
ficável por um ineficiente controlo dos animais a nível do periparto. Este é um importante factor e que afecta negativamente a performance produtiva e reprodutiva das vacas leiteiras. Não será exagero afirmar que o periparto (definido como a fase transição que engloba as 3 semanas anteriores e as 3 semanas posteriores ao parto) é o período mais importante da vida de uma vaca de leite. É nesta fase que ocorrem as alterações mais profundas da vida destes animais: o parto, a ordenha, a adaptação a um novo grupo (stress social), a uma nova alimentação (stress metabólico), exposição do útero e do úbere a novas fontes de contaminação e imunodepressão (Costa,LL,2011). Igualmente, é durante esta fase que os animais se encontram em balanço energético negativo (BEN). Nos casos de balanço energético negativo prolongado, determinadas hormonas metabólicas como a insulina, a insulina como factor de crescimento (IGF1),parecem ter mais influência sobre a actividade do ovário do que a nível do eixo hipotálamo-hipófise (Comin, 2002, Meyer, 2002). O estradiol é a hormona responsável pelo desencadeamento da ovulação, sendo acompanhada por um pico pré-ovulatório de LH (Allrich,1994). A diminuição da concentração circulante de algumas hormonas metabólicas como a IGF1, leva ao atraso do
desenvolvimento folicular (Comin, 2002) e consequentemente á diminuição da produção de estradiol. A diminuição /inibição da secreção pulsátil de LH associada ao atraso do crescimento folicular conduz ao retardar do crescimento folicular, com consequente “delay” da ovulação e formação de quistos ováricos. Por outro lado, pensamos, ainda que de forma empírica, que o estreitar da consanguinidade da raça Holstein-Frísia seja responsável por alguns dos sintomas que as vacas leiteiras manifestam na actualidade, entre eles, a diminuição da fertilidade. Como todos sabemos, não existe uma solução milagrosa. O sucesso de uma exploração é um enorme conjunto de variáveis, sendo que as duas com caracter decisivo, os animais e a mão-de-obra da exploração, estão sujeitas, elas próprias, a inúmeras variáveis. Apesar deste facto, e como há que começar por algum lado, deixamos alguns tópicos, sobre o que pensamos ser essencial controlar, sobretudo a nível da incidência de mamites (plano dos 10 pontos – recomendações do NMC) e problemas reprodutivos, para inverter a tendência demonstrada nas explorações em análise e, consequentemente garantir um melhor retorno financeiro e uma melhor qualidade de vida, tanto para o produtor, como para os animais. x
Bibliografia: Stilwell G,Barros J (2012) Indicadores da susceptibilidade a doenças na fase incial da lactação em vacas leiteiras. Veterinária Atual.56:26-28 CominA.2002.The effect of na acute energy deficit on the hormone profile of dominant follicles in dairy cows. Theriogenology 5:899-910 National Mastitis Council ,NMCRecommended Mastitis Control Program - www.nmconline.org Costa,LL(2011) – Controlar o periparto é melhorar a eficiência reprodutiva – Workshop Pfizer para Produtores de Leite - Leicar.
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PRODUÇÃO
ALIMENTAÇÃO
Melhorar a eficiência nas engordas Luís Veiga, Engº Zootécnico, REAGRO SA
Pedro Castelo, Engº Agrónomo, REAGRO SA
veigaluis@reagro.pt
pedro.castelo@reagro.pt
É do conhecimento geral que os preços das matérias-primas para a alimentação animal permanecerão elevados. São vários os factores e já muito discutidos, deste modo, torna-se imprescindível apostar cada vez mais na eficiência alimentar para garantir resultados técnico-económicos positivos.
Imagem 1 – Síntese do modo de acção do Carneoboost Metabolismo energético no rúmen AMiDo
• Megasphaera elsdenii • Selenomonas ruminantium
LActALe
30
AcetAto
AGVt
2 0
reSuLtADo ButirAto
H2
L-lactate consumido testemunha
Bactérias celulolíticas:
ProPionAto c3
4
co2
Bactérias metanogénicas (Archaea):
• Methanobrevibacter ruminantium cH4 • Methanosrcina barkeri
6,8 6,6 6,4 6,2 6 5,8 5,6 5,4 5,2 5
ensaio
Acetato
Propinato
Fonte: Univ Piacenza, 2005
Imagem 3 – Resultado sobre o pH
Produção por Megasphera elsdenii (mM)
Outras bactérias (usuários lactale):
6
FiBrA
Bactérias amilolíticas:
• dont Streptococcus bovis
Imagem 2 – As leveduras inactivas estimulam o consumo de Lactato e a produção de Acetato e Propionato ** 10 ** ** 8
Produção por Megasphera elsdenii (mM)
Assim, a partir do momento em que o preço as proteaginosas começaram a disparar, procuramos encontrar uma alternativa com o intuito de minimizar este impacto no custo alimentar e, se possível, melhorando as performances zootécnicas. Neste artigo discutiremos um aditivo zootécnico que nos pareceu interessante do ponto de vista técnico e económico (CARNEOBOOST). Apesar do seu interesse ter sido demonstrado em muitas experiencias (in vitro e in vivo com raças, climas e tipos de alimentação e forragens diferentes) fizemos questão de fazer um ensaio para que poder tirar conclusões adaptadas aos nossos animais e clima. Para que isto fosse possível contámos com o apoio da Universidade de Évora que tem condições óptimas para a realização deste tipo de estudo. O aditivo utilizado no ensaio, Carneoboost, é uma combinação de leveduras inactivas e óleos essenciais, destinados a bovinos de raças especializadas na produção de carne de forma a melhorar as performances de crescimento. Este produto, desenvolvido e testado em colaboração com o INRA (Institut National de la Recherche Agronomique) controla o pH ruminal, melhora a digestibilidade da ração e aumenta a produção de ácido propiónico (C3).
Na Imagem 1 está simplificada a forma como se processa o metabolismo energético no rúmen para uma produção eficaz de carne. Como sabemos, a maioria dos microrganismos do rúmen obtêm a sua energia da fermentação dos açúcares, em seguida dos provenientes da hidrólise do amido (bactérias amilolíticas) e, por fim dos resultantes da hidrólise da celulose (bactérias celulotíticas). A quantidade total de ácidos gordos voláteis (ácido acético, ácido propiónico, ácido butírico e outros ácidos gordos menores), produzidos e absorvidos, são proporcionais à quantidade de matéria orgânica degradada no rúmen e, por consequência, à quantidade de substância microbiana formada. A quantidade de energia que contêm representa, em média, metade da energia consumida no rúmen. Sendo esta a principal fonte de energia para o animal. Como demonstraram os estudos realizados na Universidade de Piacenza (2005), as leveduras inativas estimulam o consumo de lactato e a produção de ácido acético (acetato) e ácido propiónico (propionato) através da bactéria Megasphera Elsdenii (Imagem 2). A nível prático, o efeito das leveduras foi demonstrado através da análise do pH do rúmen (Imagem 3), uma vez que a diminuição de ácido acético conduz a um aumento do pH do rúmen. Assim, concluiu-se que estas leveduras permitem limitar a diminuição do pH ruminal mesmo em arraçoamentos excessivamente acidogénicos (66 % de cevada).
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Feno
Feno + cevada
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ALIMENTAÇÃO Para além dos fenómenos descritos anteriormente, existem outras vantagens decorrentes da utilização deste aditivo, relacionadas com o facto de os óleos essenciais conduzirem as fermentações microbianas de forma a resultar num aumento da produção dos Ácidos Gordos Voláteis (Acetate, Butirato e Propionato), principalmente o ácido propiónico sem perturbar a flora microbiana. Este aumento de ácido propiónico também dá origem a uma redução da produção de metano (CH4) que, apesar de ter vantagens ambientais, também é sinonimo de uma melhoria da eficácia da ração uma vez que a perda sob a forma de metano pode representar até 10% da energia bruta ingerida (Imagens 4 e 5). Imagem 4 – Metano: Origem do metano ruminal
PRODUÇÃO
ração A em relação aos animais que tinham a ração B à disposição ao longo de todo o período do ensaio (aproximadamente 6 meses). No entanto, considerando o total dos animais, os lotes da farinha A tiveram ganhos médios diários superiores (1636 g/dia) aos lotes da farinha B (1525 g/dia) em, aproximadamente, 110 g/dia. Curiosamente, o consumo de ração média diária por animal dos lotes A foram inferiores (7,72 Kg/animal/dia) relativamente aos animais do grupo B (8,15 Kg/animal/dia). No que diz respeito à análise económica, a utilização deste aditivo não significa necessariamente que o concentrado tenha um preço mais elevado, no entanto como utilizamos a mesma fórmula em A e B, apenas diferindo na adição do aditivo à farinha A, vamos considerar que esta custa mais 7 €/ton. Considerando matérias-primas a preços correntes e valores teóricos de fabrico e transporte, atribuímos o valor de 337 €/ton à farinha A e de 330 €/ton para a farinha B. Podemos concluir através da Tabela 3 que apesar do preço do concentrado com o aditivo (farinha A) ser superior à farinha B, em termos económicos foi mais vantajoso o lote que comeu este concentrado (1,59 €/kg PV vs 1,76 €/kg PV). Para concluir, referimos apenas que este poderá ser um dos caminhos possíveis para atenuar o aumento contínuo dos preços das matérias-primas a que temos assistido. x Tabela 1 – Dados referentes ao ensaio realizado na Mitra (Universidade de Évora, 2012)
120
Imagem 5 – Metano: Ensaio TECHNA in vitro (Agro Paris Tech, 2011) – Emissão de CH4 -51%
Base 100
100 80
GMD (g)
A1 6
1510
40 20
testemunha
carneoboost
Finalmente, para justificar as vantagens descritas anteriormente, procedemos à realização de um ensaio realizado na Universidade de Évora (Mitra) entre 4 de Maio de 2012 e 29 de Agosto do mesmo ano, seguindo todos os critérios cuidadosamente de forma a ter resultados credíveis. Foram considerados 37 animais de quatro raças distintas (Charolesa, Limousine, Alentejana e Mertolenga) nascidos entre os Meses de Julho e Outubro de 2011, onde se fizeram lotes homogéneos. Os lotes estavam separados da seguinte forma: A1 (fêmeas), B1 (fêmeas), A2 (Machos mais pequenos), B2 (machos mais pequenos), A3 (Machos mais pesados) e B3 (machos mais pesados). As fórmulas do concentrado A e B foram idênticas sendo a única diferença a adição de 2 Kg do aditivo Carneoboost. Os alimentos foram apresentados na forma de farinado. Ao longo de todo o período do ensaio foi pesado a farinha dada em cada lote, garantindo que em nenhum momento faltasse alimento concentrado, água ou palha aos animais. Estes foram pesados à entrada (4 de Maio), a 23 de Maio, a 20 de Junho, a 20 de Julho, a 22 de Agosto e à saída (29 de Agosto). Através da observação da Tabela 2 podemos concluir que os ganhos médios diários (GMD) por animal foram superiores nos animais que comeram a
A2 7
A3 6
1336
2062
B1 6
B2 6
1342
1380
B3 6
1853
Tabela 2 – Dados referentes ao ensaio na Mitra separados pelos Lotes A e B
Variáveis número GMD (g)
60
0
Variáveis número
A 19 1636
B 18 1525
Total 37 1580
Total 37 1581
Tabela 3 – Análise económica referente ao ensaio Análise económica
concentrado ingerido Preço concentrado consumo Médio diário custo concentrado Índice de conversão custo total/Kg
Unidade Kg/animal €/ton Kg €/animal/dia €/1 kg PV
A 7,72 337 7,72 2,60 4,72 1,59
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Lotes
B 8,15 330 8,15 2,69 5,34 1,76
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ECONOMIA
OBSERVATÓRIO Breves comentários e previsões sobre o mercado de matérias-primas Paulo Costa e Sousa Engº. Agrónomo - Director Comercial da Louis Dreyfus Commodities - Portugal
No que aos cereais diz respeito, encontramo-nos desde há cerca de um mês numa situação algo curiosa, arriscaríamos mesmo dizer um pouco paradoxal, que classificaremos como uma espécie de “engano da realidade”.
A colheita desastrosa do ano 2012, quer em trigo quer em milho, um quadro de oferta e procura bastante apertado do lado da oferta e poucas notícias ainda sobre a próxima colheita, deveriam ter determinado um mercado altista, na sequência do que vinha acontecendo desde há alguns meses. Mas, à laia de “prenda de Natal” antecipada, os mercados perderam cerca de 15 euros desde o início do mês de dezembro. Alguns fatores convergiram para isto, colocando-se a questão de, se os mesmos desaparecerem no início do ano podermos voltar ao estado inicial em que se faz sentir a situação apertada em termos de disponibilidade física de produto.
Que factores foram estes ? - uma relação euro/usd favorável em relação ao histórico recente fez com que os preços em euros pudessem melhorar
sem que o seu contra valor em dólares tenha sofrido uma baixa igual; -a bolsa de Futuros de Chicago, que perdeu cerca de 80 cent/bu no caso do milho e cerca de 100 cent/bu no caso do trigo com vendas massivas por parte dos fundos financeiros; Estes dois fatores contribuíram fortemente para que os prémios FOB* só por si não conseguissem aguentar o mercado, fazendo assim o preço no mercado baixar cerca de 10/15 euros. A grande pergunta que se coloca é se, em janeiro o mercado voltará a acreditar numa situação apertada, ou se esse aperto terá sido sobrevalorizado.
Há que tomar em linha de conta que a quantidade disponível não aumentou no último mês e que a nova colheita ainda vem muito longe, donde que não seria de estranhar que tudo possa voltar a subir de acordo com essa perspetiva.
O relatório de janeiro do USDA vem normalmente dar alguma luz sobre o comportamento dos mercados para os próximos meses.
No milho que é, no caso português, o cereal forrageiro mais importante, continuamos dependentes de duas origens, Brasil e Ucrânia, baixando tradicionalmente o primeiro as suas disponibilidades entre fevereiro e agosto, ficando assim os preços muito ao sabor do que possa acontecer com as exportações ucranianas, o que tem um impacto relevante sobretudo para o segundo trimestre. Estamos assim perante uma nova encruzilhada sobre a qual teremos provavelmente novidades durante o mês de janeiro. No caso das proteínas, já se verificou nos últimos meses uma baixa considerável dos preços pelo que, antes da nova colheita sul americana não de-
veríamos ver o mercado drasticamente mais baixo. Assim sendo e até ao verão, o mercado deveria flutuar por estes níveis. Obviamente que dizer em dezembro “até ao Verão” é algo substancialmente arriscado, uma vez que já está mais que provado que realmente tudo pode acontecer num curto espaço de tempo; começaremos provavelmente no habitual “weather market”, mas as questões sobre a produção sul americana que se avizinha deverão ficar cada vez mais claras nos próximos tempos. Assim, aconselha-se uma espécie de navegação “às vista”, ao contrário dos cereais em que as primeiras notícias poderão ser determinantes sobre a direção do mercado para os próximos meses e até que haja os primeiros vislumbres da próxima colheita. x *FOB - Free On Board
Nota: Os preços e os cenários previstos para a evolução dos mercados de matérias- primas estão sujeitos a muitos imponderáveis e exprimem apenas opiniões profissionais à luz do melhor conhecimento num determinado momento. Assim, a Revista Ruminantes não garante a confirmação e/ou o cumprimento dos preços e previsões feitas sobre os preços das matérias-primas sujeitas à analise do Observatório dos Mercados, não constituindo assim ofertas de compra ou de venda.
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ECONOMIA
Evolução do preço médio de matérias-primas (em Euros/Tonelada) Preços semanais (€/ton) de 14 de Março 2011 a 14 Dezembro 2012
Fonte: Site www.revista-ruminantes.com
Milho
Cevada
Trigo
Bagaço de soja
Bagaço de colza
Bagaço de girassol
Evolução do preço médio de alimentos compostos para animais (em Euros/Tonelada) Fonte: IACA Novilhos de engorda
Vacas leiteiras em produção
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ECONOMIA
OBSERVATÓRIO Procura mundial de leite deverá diminuir Fontes: Rabobank, LTO, SIMA
A recuperação dos preços internacionais de produtos lácteos, ocorrida entre agosto do ano passado e o último trimestre deste ano foi lenta, de acordo com o relatório Rabobank do quarto trimestre de 2012. O consumo continua mais fraco que o previsto e os principais compradores têm assegurada cobertura para os próximos tempos. Como tal, o Rabobank espera que o crescimento da produção de leite em regiões-chave de exportação continue a cair abaixo dos níveis anteriores, no primeiro semestre de 2013. Enquanto os stocks atuais dos compradores proporcionem uma proteção temporária da escassez de oferta, o mercado vai inevitavel-
mente cair ainda mais, mesmo que venha a dar-se uma ligeira subida na procura devida a importações provenientes de regiões compradoras chave.
Tim Hunt, investigador do Rabobank Food & Agrobusiness, comentou: "O facto de a primeira contração da oferta de leite nas regiões de exportação não ter conseguido, em dois anos e meio, gerar um forte aumento dos preços no mercado internacional no 4 º trimestre, sugere duas coisas: um consumo mais fraco e a existência de bons stocks por parte dos compradores chave. Enquanto o consumo deverá continuar a crescer a um
Evolução do preço mensal médio do leite, no mundo
Como os preços são pagos em diferentes países e em condições diferentes, não são comparáveis numa base de litro padrão
* Com base no preço ajustado para 4,2% gordura e proteina de 3,4%. ** Com base na informação do USDA, ajustado para 4.2% gordura, 3.4% proteina e contagem de células somáticas de 249,999 por ml. *** Os números LTO têm como base leite standard com 4.2% gordura, 3.4% proteina bruta e contagem de células somáticas 249,999 e contagem bacteriana total 24,999, utilizando-se uma quantidade de produção anual de 500.000 kg. **** Preço estabelecido para teores variáveis de matéria gorda e proteína.
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ECONOMIA ritmo lento em 2013, a cobertura atual para os próximos tempos irá fornecer um isolamento temporário aos compradores, pelo que prevemos que a situação ainda possa piorar para o lado da produção.”
Para a maioria dos produtores de leite europeus, 2012 tem sido um ano difícil. Durante o verão, frio e húmido que se fez sentir na Europa Ocidental, as vacas necessitaram de alimentação suplementar. Os preços dos fatores de produção também aumentaram. Esta situação forçou o aumento do custo da produção de leite, levando a uma diminuição da produção em todos os principais países europeus produtores na segunda metade do ano. O Rabobank espera que a produção de leite da UE acompanhe os níveis de anos anteriores durante a primeira metade de 2013.
Companhia
Bélgica
Milcobel
Alemanha
Humana Milchunion eG
Dinamarca Finlândia França
Alois Müller Nordmilch
Arla Foods
Hameenlinnan Osuusmeijeri
Bongrain CLE (Basse Normandie) Danone
Lactalis (Pays de la Loire) Sodiaal
Inglaterra Irlanda Itália Holanda
Dairy Crest (Davidstow) First Milk Glanbia Kerry
Granarolo (North) DOC Kaas
Friesland Campina
PREÇO MÉDIO DO LEITE - OUTUBRO (2)
31,65
30,55
32,12
31,10
30,97 32,12 30,43 43,23 33,51 32,02 31,10 32,40 38,06 33,33 30,44 31,00 40,24 32,27 34,27 33,48 50,01
» Portugal
LEITE À PRODUÇÃO
Preços Médios Mensais de outubro 2011 a outubro 2012 Leite Adquirido a Produtores Individuais
Meses
31,74 31,12 33,42 44,06 33,69
0,324
0,318
3,81
3,91
3,22
3,24
dezembro
0,324
0,315
3,84
3,78
3,28
3,20
novembro
fevereiro
33,18 33,80
março
31,62
maio
abril
34,84
30,67 40,76 33,84 34,80 33,76
Suiça
Emmi A.G.
46,63
Nova Zelândia
Fonterra
26,76
28,57
EUA
EUA (3)
39,96
32,94
Teor médio de matéria gorda Teor proteico (%) (%)
outubro
janeiro
33,87
30,85
Eur / Kg
Contin. Açores Contin. Açores Contin. Açores
2011
Países
Fonte: LTO
Preço Média do leite últimos (€/100 Kg) OUTUBRO 12 meses (4) 2012
Neste contexto, qualquer aumento da procura pode levar a tensões e, provavelmente, mais tarde a preços mais altos. Concluindo, o Rabobank refere que os países com baixos custos de produção de leite não serão capazes de cobrir toda a procura proveniente dos países emergentes, e estima que os preços deverão continuar numa trajetória de subida. x
2012
PREÇO DO LEITE STANDARDIZADO (1)
O quadro não é diferente nos Estados Unidos, com os preços do leite com tendência para baixarem, juntamente com o aumento dos custos de produção, o que diminui a rentabilidade das explorações leiteiras e, eventualmente, poderá reduzir a oferta. A contração deverá fazer-se sentir inicialmente no leite em pó, embora o Rabobank estime que a mesma não deverá cair abaixo de 0,9%, na primeira metade do ano.
junho julho
agosto
setembro outubro
0,325 0,324 0,322
0,321 0,312 0,311
0,315
0,296
0,312
0,299
0,318 0,294 0,293 0,294 0,288 0,292
0,296 0,287 0,285 0,290 0,317 0,320
3,86 3,81 3,83 3,74 3,75 3,71 3,66 3,65 3,66 3,69 3,78
3,93 3,67 3,63 3,63 3,61 3,65 3,71 3,70 3,80 3,87 3,94
3,30 3,26 3,25 3,25 3,24 3,21 3,18
3,28 3,16 3,17 3,20 3,20 3,19 3,11
3,18
3,09
3,23
3,13
3,19 3,30
3,09 3,17
Fonte: SIMA
(1) Preços sem IVA, pagos ao produtor; Preço do leite de diferentes empresas leiteiras para 4,2% de MG e 3,4 de teor proteico • (2) Média aritmética (3) Ajustado para 4,2% gordura, 3,4% proteina e contagem de células somáticas 249,999/ml • (4) Inclui o pagamento suplementar mais recente
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PRODUÇÃO
ALIMENTAÇÃO
Silagem de erva - Otimize a qualidade Depois da Silagem de Milho, a Silagem de Erva é a forragem conservada mais utilizada pelo produtor de leite nacional. Esta pode ser muito valiosa nutricionalmente, se manuseada convenientemente. Além disso, a ideia de que a silagem de erva tem um custo ao produtor mais baixo que a silagem de milho parece-nos incorreta; cálculos detalhados efectuados indicam que a elaboração de silagem de erva é muitas vezes tão ou mais dispendiosa que a silagem de
PERÍODO DE PRÉ FENAÇÃO
É muito importante entendermos os princípios biológicos da pré fenação de uma forragem, pois só dessa forma conseguiremos maximizar a taxa de secagem e a qualidade final da mesma. O primeiro conceito a ter em conta é que um cordão largo imediatamente após o corte é o factor único mais importante na maximização da taxa de secagem e na preservação dos açúcares e outros nutrientes. Alguns estudos, como ensaios efectuados na Universidade de Wisconsin, revelaram que quando a luzerna era colocada durante o período de pré fenação em cordões largos, atingia os 65% de Matéria Seca em apenas 10 horas e que a mesma poderia ser colhida para fenosilagem no mesmo dia. A mesma forragem, dos mesmos campos, colocada em cordões mais estreitos, não estava em condições de ser enfardada antes do fim do dia seguinte. A verdade é que um cordão largo pode ser mais importante do que uma condicionadora.
Ao colocar a forragem, neste caso luzerna, em cordões largos (72% da largura de corte), imediatamente após o corte, aumentou a qualidade da mesma, quando comparada com cordões mais estreitos (25% da largura de corte). Após 2 meses de período de ensilagem, a luzerna proveniente de cortes mais largos continha 2,3% menos de
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milho, principalmente quando falamos de rolos de erva plastificados (big bales). Neste artigo focaremos alguns aspectos que nos parecem essenciais na obtenção de silagens de erva de elevada qualidade: - Período de Pré fenação; - Teor em Matéria Seca; - Comprimento de Corte; - Conservação.
NDF, e 1,8% mais de Hidratos de Carbono não estruturais. Esta última diferença é devida ao facto de que em cordões mais estreitos os açúcares são transformados em Dióxido de Carbono, pelo processo respiratório. A fenosilagem de cordões mais largos continha mais nutrientes digestíveis e mais ácido láctico e acético. Este aumento do teor de ácidos indicou uma melhor fermentação, com menores perdas de Matéria Seca, sendo que a qualidade geral melhorada da mesma levou a um aumento da produção de leite estimada em mais de 300 litros/ha.
TEOR EM MATÉRIA SECA
O teor em Humidade da Silagem de Erva é um factor importante, que afecta tanto a qualidade de fermentação como a produção de leite estimada de uma exploração. As silagens de erva muito húmidas, com teores de Matéria Seca menores que 25%, têm os seguintes inconvenientes: √ Silagens com teores de Clostridia bastante elevados; √ Dietas com elevado teor de humidade, que levam a diminuição da ingestão. Para evitar estes problemas, a silagem de erva deverá conter sempre mais de 30% de Matéria Seca. A fermentação ideal de forragens de erva deverá estar direcionada para a produção de Ácido Láctico e Ácido Acético, de forma a garantirmos uma acidificação rápida da forragem e uma estabilidade aeróbica melhorada. No entanto, forragens com teores de Matéria Seca menores do que 30% revelaram fermentações prolongadas que requereram mais açúcares solúveis. Além disso, frequentemente, em silagens muito húmidas, o teor em Clostridia é bastante mais elevado.
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ALIMENTAÇÃO Estes organismos anaeróbicos são muito problemáticos porque: √ Degradam o Ácido Láctico e os Aminoácidos; √ Produzem Ácido Butírico, que diminui bastante a apetência da silagem pelos animais; √ Elevam o pH da silagem, permitindo o crescimento de outros microrganismos nocivos.
COMPRIMENTO DE CORTE
Dependendo do teor em Matéria Seca, o comprimento de corte é deveras importante na Silagem de Erva. No sentido de optimizarmos a incorporação de Silagem de Erva na dieta, e impedirmos a selecção na manjedoura por parte dos animais, é imprescindível que o corte seja limpo e homogéneo. Como regra prática, com teores de Matéria Seca a rondar os 35%, sabemos que a eficiência da fibra (epNDF) de uma silagem de erva com 3-4 cm é idêntica à de uma Silagem de Milho com um comprimento de corte de aproximadamente 10 mm.
CONSERVAÇÃO
Bactérias Lácticas (cfu/gFM)
É sem dúvida um desafio conservar adequadamente silagem de erva. Pelo seu teor elevado, geralmente, em proteína, torna-se bastante difícil baixar o pH desta forragem, pelo efeito tampão exer-
PRODUÇÃO
Frequentemente, a população natural de bactérias presentes na forragem pode não ser a ideal para transformar os açúcares em ácidos de fermentação (ácidos gordos voláteis). Por todos estes motivos, a utilização de boas práticas de ensilagem, juntamente com teores de Matéria Seca ajustados, é imprescindível, se quisermos optimizar a qualidade final. Neste tipo de forragem, a densidade no silo é fundamental, para prevenir a penetração de oxigénio e manter a estabilidade aeróbica elevada. Por fim, mas no topo da importância a utilização de um inoculante específico para silagem de erva, devidamente testado e comprovado com estudos de campo, é deveras importante na optimização da qualidade final da silagem de erva.
As perdas médias de Matéria Seca em silos não inoculados rondam os 25%, no entanto o intervalo vai de 10-70% de perdas. Estas perdas significam custos acrescidos ao produtor, que podem inviabilizar a vantagem económica da mesma. A manutenção da qualidade da proteína é um dos pontos fulcrais, afinal estamos a falar de uma forragem que produzimos a pensar quase exclusivamente neste nutriente. Um Inoculante de Qualidade, com o Inoculante patenteado Pioneer 11G22 ou 11A44, garante-lhe a manutenção da qualidade da proteína, com baixa produção de N-NH3, mas ainda muito mais: √ Fermentação eficiente e mais rápida; √ Diminuição das perdas de Matéria Seca; √ Aumento da Estabilidade Aeróbica; √ Aumento da Produção de Leite/kg de MS de Silagem de Erva.
Não tenha dúvidas, na Silagem de Erva a utilização de um Inoculante é obrigatória. Optimize a qualidade e a produção por hectare.
cido pela mesma. Para além disso, a relativa baixa incorporação desta silagem nas dietas de bovinos de leite, leva a taxas de renovação da frente de silo mais baixas, o que poderá causar problemas graves de estabilidade aeróbica.
Conte com a Pioneer. Nós estamos sempre por perto.
PIONEER HI-BRED SEMENTES DE PORTUGAL, S.A. Campo Pequeno, 48 - 6º ESQ. • 1000-081 lisboa - PORTUGAL T. 21 799 80 30 • F. 21 799 80 50
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ACTUALIDADES
PORTUGAL
Projeto “Leite Saudável” Um exemplo de cooperativismo O projeto “Leite Saudável — Desenvolvimento de leites inovadores naturalmente enriquecidos em componentes benéficos à saúde”, divulgou recentemente os resultados mais relevantes alcançados ao longo dos três anos da sua duração. Este projeto — promovido pela CAVC Cooperativa Agrícola de Vila do Conde, o Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agroalimentares (ICETA) e a União das Cooperativas e Produtores de Leite de EntreDouro e Minho e trás-os-Montes, U.C.R.L. (Agros) — teve por objetivo o desenvolvimento de novos processos de produção de leite de vaca e novos produtos, e a introdução de melhoramentos nos processos de produção existentes de forma a garantir que o leite é produzido em sistemas certificados, a partir de vacas saudáveis, com glândulas mamárias sãs e em ambientes proporcionadores de bem-estar animal, minimizando o impacto negativo no ambiente e na saúde pública. Esta fase que agora terminou, centrou-se em 20 explorações de bovinos de leite de Vila do Conde, e foi constituída por várias atividades interligadas entre si: certificação das explorações agrícolas, melhoria da qualidade do leite através da implementação de programas inovadores ao nível da exploração, produção de leite com gordura saudável e redução do impacto negativo das explorações no ambiente. O projeto “Leite Saudável” pretende vir a contribuir para ganhos de gama, passando por transformações de natureza qualitativa e diferenciadora da produção e pela sua valorização comercial junto do consumidor, mormente em termos de efeitos benéficos para a saúde humana; e que venha a gerar um conjunto de regras e procedimentos relacionados com a sanidade animal, o bem-estar, a saúde pública e a proteção do ambiente que, além da importância óbvia, serão úteis para o licenciamento das explorações. Como refere Ana da Conceição Moreira Gomes, responsável do projeto, “importa lembrar que a obtenção da certificação das explorações, bem como todas as inovações
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deste projeto, têm de ser encaradas como o início de uma nova etapa no sentido de se melhorar, sempre os serviços (…). Não esquecer que é hoje fundamental encontraremse as soluções para se conseguir melhorar o bem estar e a longevidade produtiva dos animais, reduzir os custos de produção e o potencial poluente das explorações leiteiras, bem como garantir a segurança alimentar dos produtos produzidos – carne e leite. Resumidamente, citamos as principais conclusões dos resultados divulgados: - a implementação de um programa de qualidade do leite nas explorações do projeto “Leite Saudável” permitiu melhorar os indicadores de saúde do úbere, reduzindo o consumo de antibióticos intramamários no tratamento de mastites. Esta evolução tem impacto quer na produtividade e rentabilidade da exploração, quer na saúde pública, por minimizar o aparecimento de resistências a antibióticos e o risco de presença de resíduos de inibidores do leite. - a substituição de sabões cálcicos de óleo de palma por uma mistura de linhaça e girassol conduziu a: um aumento da produção de leite sem alterar a sua composição; um aumento dos teores de ácido vacénico e de CLA, com efeitos benéficos para a saúde humana; à diminuição da saturação da gordura do leite e aumento dos ácidos gordos monoinsaturados e polinsaturados; à diminuição do rácio de ácidos gordos polinsaturados omega-6:omega 3; - a manipulação do sistema alimentar, ao nível da exploração permitiu, com sucesso, alterar a gordura do leite sem prejudicar a sua produção diária. - a estratégia de utilização do azoto da dieta nas explorações estudadas foi cerca de 30% do total de N ingerido; a estratégia de alimentação afetou a eficiência de utilização do N, sendo superior com a estratégia TMR; o teor em proteína da dieta teve um efeito importante na excreção de N e, consequentemente, na eficiência de utilização do N. Os resultados sugerem que a correta correspondência entre o N ingerido e o necessário, mais facilmente atingida com a alimentação em grupos de acordo com a produção, representa uma estratégia passível de diminuir a excreção de N nas explorações leiteiras. x
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Rendimento agrícola em Portugal aumenta 9,3%
Os rendimentos por trabalhador no setor agrícola em Portugal devem aumentar 9,3% em 2012, o quinto maior crescimento na União Europeia. Este resultado contraria a redução de 10,7% registada pelo gabinete europeu de estatística em 2011. Na UE 27, o rendimento agrícola real por unidade de trabalho aumentou 1% em 2012, depois de ter subido 8,0% em 2011, de acordo com as primeiras estimativas publicadas pelo Eurostat. Este aumento resultou de um incremento do rendimento agrícola real (+0,5%), acompanhado por uma redução da força de trabalho agrícola (-0,5%). Segundo as estimativas, o rendimento real agrícola por trabalhador cresceu entre 2005 e 2012 na UE 27 de 29,7%, enquanto a força de trabalho agrícola diminuiu em 20,0%. Em 2012, o crescimento do rendimento agrícola real na UE 27 foi principalmente devido ao aumento no valor da produção do setor agrícola medido a preços de produção em termos reais (1,8%), enquanto o custo dos fatores de produção progrediu em termos reais (1,6%). Em 2012, o rendimento agrícola real por trabalhador deve aumentar em 16 EstadosMembros e cair em 11. Os maiores aumentos são esperados na Bélgica (30,0%), Países Baixos (14,9%), Lituânia (13,6%), Alemanha (12,1%) e Portugal (9,3%), e as maiores quebras na Roménia (-16,4%), Hungria (-15,7%) e Eslovénia (-15,1%). A subida que se verifica no valor da produção animal é principalmente devida a um aumento nos preços (+3,9%), enquanto o volume diminuiu ligeiramente (-0,2%). Os volumes diminuíram para o gado bovino (-2,4%), ovos (-1,8%), ovinos e caprinos (-1,2%) e suínos (-1,0%), aumentaram para o leite (+0,9%) e as aves (+2,7%). Os preços caíram para o leite (-5,4%), ovinos e caprinos (-1,3%), mas cresceram para as aves (+1,9%), bovinos (+8,5%), suínos (+10,2%) e ovos (+36,2%). x
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PRODUÇÃO
FERTILIZANTES
D-Coder, o adubo inteligente uma escolha racional
Mínimo
Sendo, hoje em dia, a alimentação das vacas o maior custo na produção de leite faz todo o sentido maximizar, quantitativa e qualitativamente, a produção de alimento na própria exploração. O que puder ser produzido em casa é escusado comprar fora!
Dado que o investimento em preparação do terreno, sementes, fitofármacos e outros fatores de produção é elevado, fará algum sentido cortar num dos fatores de produção, neste caso específico no fertilizante? Lembremo-nos da conhecida lei dos mínimos ou “Lei de Liebig”. Apesar de ser uma das leis da nutrição vegetal, pode perfeitamente ser aplicada ao maneio de qualquer cultura. Se todos os fatores estiverem no nível ótimo, a nossa produção será máxima. No entanto, basta que apenas um dos fatores seja limitante para que toda a produção seja afetada e consequentemente não aproveitarmos a totalidade do investimento feito em todos os fatores de produção. Atendendo ao facto da semente ter um potencial genético produtivo, devemos fazer os possíveis para que todas as necessidades da cultura sejam satisfeitas, durante todo o seu ciclo de desenvolvimento (desde a sementeira até à colheita). As condições limitantes fazem com que a produção efetiva se afaste do potencial genético, pelo que deveremos minimizar a soma destas condicionantes para conseguirmos obter o melhor resultado final. Só assim poderemos maximizar todo o investimento realizado. Potencial genético
100%
0%
Como funciona o D-Coder?
As plantas, quando estão submetidas a uma necessidade nutricional, emitem sinais moleculares através das raízes para a rizosfera, entre as quais se encontram um grupo específico de moléculas orgânicas com a função de complexar nutrientes e de os transportar para a raiz onde são assimilados (Pinto net al. 2001; Marschner, 1995; Mengel y Kirby, 2001) O complexo D-CODER é uma malha química de fixação molecular com recetores específicos que interpretam e descodificam, os sinais químicos emitidos pela raiz. Assim, a libertação de nutrientes por parte do D-Coder, dá-se da seguinte forma: - Reconhecimento molecular (D-Coder identifica o sinal que a planta emite a solicitar nutrientes.) Sinais químicos
D-Coder
Abertura
- Interação D-Coder/sinal (abre-se a malha e dá-se a libertação de nutrientes, de acordo com os sinais emitidos.) Soma das condições limitantes
A fertilização é um fator de produção presente desde a sementeira até ao final do ciclo do milho, pelo que fará todo o sentido ser feita da forma mais racional, mais correta e mais eficiente possível. A gama D-coder é a única do mercado que também atua em função das necessidades da planta.
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Com a tecnologia D-Coder diminuímos as perdas de fertilizante, fazemos com que o CRU (coeficiente real de utilização) das unidades de fertilizante seja o mais alto possível, não provocamos desequilíbrios nutricionais à cultura e contribuímos para um aumento qualitativo e quantitativo da produção. Com a gama D-Coder conseguimos ter os nutrientes disponíveis para a cultura ao longo de todo o seu ciclo, maximizando a nutrição da planta.
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Com a tecnologia D-Coder conseguimos ter: - Máximo aproveitamento das unidades de fertilizante; - Fertilização ajustada às necessidades da cultura; - Maior rentabilidade da exploração; - Uma fertilização que respeita o meio ambiente.
Um adubo inteligente, uma escolha racional.
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FERTILIZANTES
PRODUÇÃO
Resultados Práticos Desenvolvimento da planta (trigo) 90
+24%
80 70
Rendimento (milho)
17.500 17.000 16.500
60 50
16.000
30
15.000
15.500
40 20 10
+14%
14.500
+40%
Nº de folhas
Nº de grãos
Controlo
14.000
Kg/ha
Controlo + D-CODER
Emissão de sinais Ausência de sinais
EUA: FDA quer limitar uso de antibióticos Do ponto de vista regulamentar, a preocupação com as bactérias resistentes aos antibióticos tem estado na vanguarda da agenda da US Food and Drug Administration (FDA) desde há mais de 40 anos. Isso levou a uma mudança na política regulatória e a um ambiente mais rigoroso em termos legais. De facto, em 1988, a FDA declarou que todos os novos antibióticos aprovados para uso em animais destinados à alimentação só devem ser administrados por prescrição médica, de acordo com Richard Carnevale, vicepresidente dos departamentos regulador, científico e internacional do Instituto norte americano de Saúde Animal. Desde então,
tem havido algumas pressões a favor dum maior controlo do uso de antibióticos em animais destinados à alimentação. Numa notícia publicada recentemente no site Beefpoint.com, Richard Carnevale diz que, futuramente a utilização dos antibióticos na alimentação animal deverá ficar limitada ao seu uso para fins terapêuticos. Contudo, refere “o seu uso para fins de promoção do crescimento será limitado aos antibióticos clinicamente não importantes, conforme definição da FDA.” Relativamente ao dilema da resistência aos antibióticos, Carnevale diz que a FDA pretende vir a proibir o uso dos promotores de
Indústria norte americana de carne de vaca em crise Os EUA estão a sofrer uma séria diminuição do seu efetivo de bovinos de carne. Uma notícia publicada recentemente no site Beefpoint.com refere que 1975 existiam 132 milhões de cabeças e que no início deste ano este número caiu abaixo dos 91 milhões. Os parques de engorda, que alojam em media 3.000 animais, também sofreram uma quebra de 12.5% em 2011. Segundo a mesma fonte, serão vários os fatores relacionados com esta quebra, nomeadamente a rentabilidade das explorações e o aumento de custos. Mas serão também razões de ordem ambiental e política as que estão a determinar o enfraquecimento da fileira. Os EUA têm vindo a sofrer graves perío-
dos de seca que afetaram cerca de 80% da sua superfície agrícola. A seca foi tão severa que em determinadas zonas os agricultores foram forçados a livrar-se do gado por não disporem de pastagens para a sua alimentação. A falta de água também afetou as colheitas de cereal, com quebras estimadas em 13% no ano passado, com consequências nefastas para a alimentação do gado. Fatores de ordem política complicam ainda mais a situação: a Agência de Proteção Ambiental norte Americana (EPA) emitiu um mandato, em vigor desde 2005, que obriga a que uma determinada percentagem de combustível líquido dos EUA provenha de fontes renováveis (etanol proveniente de
Há pedido de nutrientes
Não há pedido de nutrientes
D_CODER interpreta e proporciona os nutrientes às plantas D_CODER não atua
crescimento mais antigos e clinicamente importantes nos próximos 3 a 5 anos. Este responsável referiu-se também a outras formas de antibióticos “como injetáveis e comprimidos” que ainda são vendidos ao balcão e ao facto de as normas e a inspeção da FDA não serem rigorosas. Na sua opinião, a FDA irá colocar sob prescrição não apenas os antibióticos importantes que atualmente se podem adquirir livremente, como uma série de outros produtos como a oxitetraciclina, que ainda podem ser comprados nas lojas de alimentos para animais. No entanto, conclui, este cenário ainda está longe de se tornar realidade. x
cereal). Em 2012, dado que a seca persistia, os criadores, em desespero, solicitaram à EPA que anulasse o mandato por forma a ajudar a baixar o preço do milho, pedido que viram recusado. Em 2012, a produção de etanol consumiu cerca de 42% da colheita de milho, de acordo com o Departamento de Agricultura norte americano. Na opinião de Stan Bevers da Universidade A&M do Texas, este fator está a ter um enorme impacto, tendo em conta que a indústria de carne de bovino dos EUA está assente em produções de milho abundantes e, como tal, a retirada obrigatória de cerca de 40% desta produção só pode ter como consequência uma redução do setor. x
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PRODUÇÃO
PROTEÇÃO DE PLANTAS
Apostar na pós-emergência precoce Engº Jorge Matias, Gestor de Produto Bayer CropScience Jorge.matias@bayer.com
Para explorar o máximo potencial produtivo da cultura do milho é importante eliminar as infestantes logo desde o início (até às 3-4 folhas do milho), enquanto estas ainda estão jovens, mas de forma a evitar novas emergências, até ao completo ensombramento do solo por parte da cultura (> 8 folhas do milho). Aspect+Laudis é uma nova solução herbicida de pós-emergência precoce para a cultura do milho, com um largo espetro de eficácia e ação residual, no controlo de infestantes anuais de folha estreita (milhãs) e de folha larga (dicotiledóneas). Sendo o Laudis um herbicida sistémico, com forte absorção foliar, vai controlar as
infestantes mais desenvolvidas, enquanto o Aspect complementa a solução com a sua ação residual e de contacto, evitando novas emergências das infestantes anuais (folha estreita e folha larga). Deve efetuar-se uma única aplicação de Aspect+Laudis, em mistura de tanque, entre as 3-4 folhas do milho, com as infestantes já visíveis (2-4 folhas), praticamente todas presentes, mas ainda jovens, em fase inicial de desenvolvimento. A elevada complementaridade desta solução herbicida e a aplicação em pós-emergência precoce, permitem, em mistura de tanque, reduzir as doses de aplicação de ambos os produtos.
Apesar do largo espetro de ação, esta solução não é a mais indicada para controlar infestações de ervas vivazes (ex: junça, grama, corriola, etc.). Aspect+Laudis é uma excelente combinação de herbicidas, indicada para o controlo de um largo espetro de infestantes anuais (gramíneas e dicotiledóneas) em pós-emergência precoce da cultura do milho, com ação residual. Utilize os produtos fitofarmacêuticos de forma segura. Leia sempre os rótulos e a informação relativa aos produtos antes de os utilizar. x
Principais infestantes do milho
Nome científico
1. Abutilon theophrasti
Dicotiledóneas ou ervas de folha larga
2. Amaranthus retroflexus 3. Chenopodium album 4. Datura stramonium
5. Polygonum aviculare
6. Polygonum persicaria 7. Portulaca oleracea 8. Solanum nigrum
9. Xantium strumarium
10. Convolvulus arvensis
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Gramíneas
Monocotiledóneas ou ervas de folha estreita
11. Digitaria sanguinalis
Ciperáceas
12. Echinochloa cruss-galli
13. Panicum dichotomiflorum 14. Setaria viridis
15. Sorghum halepense 16. Cyperus spp.
Nome comum Malvão
Anual
Moncos-de-perú
Anual
Catassol
Anual
Figueira-do-inferno
Anual
Sempre-noiva
Anual
Erva-pessegueira
Anual
Beldroega
Anual
Erva-moira
Anual
Bardana-menor
Anual
Corriola
Vivaz
Milhã-digitada
Anual
Milhã-pé-de-galo
Anual
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Anual
Milhã-verde
Anual
Sorgo-bravo
Vivaz
Junças
Vivaz
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PRODUÇÃO
GENÉTICA
Crossbreeding na produção leiteira no mundo Testemunhos e estudos
Crossbreeding Rentável em Itália » Por Claudio Mariani, Genesi Project S.r.L, Itália
O tema dos cruzamentos de vacas leiteiras em Itália assemelha-se a uma guerra religiosa: ou se encontram entusiastas ou uma feroz oposição. Podem ouvir-se comentários excelentes ou um total descrédito. Porquê? Porque alguns exploradores / Criadores da raça Holstein julgam que cruzamentos trazem “impureza” à sua manada – uma espécie de contaminação nuclear.
A verdade acerca do Crossbreding não é “isto ou aquilo”: em algumas explorações os cruzamentos têm representado uma alternativa lucrativa e quase ninguém tem optado por uma manada 100% cruzada... muitos têm decidido conservar algumas das suas Holstein puras, normalmente aquelas com melhor comportamento e/ou mérito genético. Nas explorações leiteiras, como em quaisquer outros negócios, é sempre melhor afastarmo-nos da ideologia e permanecermos perto da ciência e dos factos reais. A este propósito, é interessante observar de perto uma ex-
ploração que está presentemente a ordenhar algumas centenas de Vacas ProCross, não longe da cidade de Modena, na mundialmente famosa área do ParmigianoReggiano – o rei do Queijo Italiano.
O Crossbreeding em Itália é controverso
A exploração “La Corte” faz parte de uma cooperativa enorme, formada por cerca de 3.000 vacas leiteiras colocadas em diversas explorações. Esta é a maior no grupo, ordenhando cerca de 850 vacas num estábulo bastante recente (quatro anos), usando uma sala de ordenha rotativa de 40 lugares. O gerente, Carmelo Monteleone, diz que há muito tempo que já vinham identificando vários problemas de ‘saúde” logo após o parto. Demasiadas vacas mostravam uma queda dramática na sua resposta imunitária, visto que o número de mastites e vacas problemáticas em geral eram tantas como 35-40%. “Demasiadas para os nossos níveis”. Por essa razão, Monteleone começou a ler alguns relatórios sobre cruzamentos nos EUA – não só a bem conhecida experiência na Califórnia, mas também relatórios e estudos de algumas universidades e pensou que poderiam ser uma alternativa que merecia ser melhor investigada.
Surpreendidos pela qualidade das vacas ProCross
“Quando tivemos conhecimento do método ProCross, decidimos que podia ser aquilo que procurávamos. Uma aproximação científica foi sempre a escolha em tudo o que fazemos e o ProCross era o programa científico no mercado. Na nossa exploração não olhamos em demasiado para a parte estética, queremos vacas que nos dêem lucro.” “Toda a gente a quem perguntei pelos cruzamentos me disse que perderia produção, que teria úberes horríveis, pernas más... uma espécie de desastre. Mesmo assim, decidi verificar por mim mesmo e tenho a dizer que fiquei muito surpreendido. Para além de serem melhores que o esperado, diferiam apenas na “cor da pele”.
A Saúde melhorada e a rentabilidade das Explorações Leiteiras
Na “La Corte” começaram com 25% da manada e
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GENÉTICA hoje existem já 500 animais ProCross num total de 1,700 cabeças. Cerca de 200 vacas estão em produção e 80 estão na segunda lactação. Em 2010 eles tinham cerca de 200 novilhas ProCross, pelo que o número tem vindo a crescer. O que viram então? “A produção de leite é ligeiramente mais baixa para as cruzadas comparativamente com as Holsteins puras,” diz Monteleone “cerca de 10.200 contra 10.500 nos 305 dias. Mas esta é uma perda razoável quando se procuram outros números diretamente relacionados com rentabilidade. Por exemplo, baixámos 15% no custo com os tratamentos em toda a manada, o que teve um impacto enorme nos custos de produção. Anterior-
ProCROSS na Vogelsberg na Alemanha
» Exploração Leiteira Lüderhof, Alemanha
As maiores produções de leite provêm das vacas Holstein. Mas quanto mais altas são as produções, maior atenção e dedicação é necessária da parte do produtor. Muitos produtores não têm tempo para atender às necessidades e exigências das vacas de alta produção, às quais se deverão ainda juntar os fatores sobre os quais o agricultor não tem influência, como seja o meio ambiente. O cruzamento, utilizado já em várias explorações, pode constituir uma alternativa de êxito. No distrito alemão de Hessia na cidade deVogelsbergkreis, Alfred e Elfriede Ortwein a sua filha Julia Kneipp, juntamente com Gerd e Petra Nies são proprietários, em sociedade, da exploração leiteira Lüderhof. Através de várias pesquisas, estes produtores tomaram conhecimento dos resultados de ensaios de cruzamentos no sistema ProCross — sistema de cruzamento rotacional, com as raças Holstein, Vermelha Sueca e Montbelliarde —, efetuados na Califórnia, e de estudos efetuados na região alemã da Saxónia, que confirmavam que as vacas ProCross ganhavam mais dois cento por quilo de leite do que as vacas Holstein puras.
Os Animais ProCROSS
Em 2007, na exploração leiteira Lüderhof, começou a fazer-se a inseminação das vacas com sêmen Montbelliarde e das novilhas com sêmen Vermelha Sueca. No inicio, Gerd Nies tinha receio de não ter tomado a decisão certa. Mas, como referiu, "quem não arrisca não petisca" e portanto, decidiu seguir em frente com a sua decisão.
PRODUÇÃO
mente, tínhamos custos farmacêuticos de €15.00/tonelada de leite; atualmente estamos com €13.50/ toneladas com tendência para baixar. Verificámos também uma redução de 50% nas mastites, retenção da placenta, estômago torcido, doenças dos pés e nados-mortos. Voltando à produção, aumentámos significativamente os componentes (especialmente a proteína) e daí a apetência para queijo a partir de do leite de vacas ProCross. Por tudo isto, sugeri aos outros sócios da cooperativa para aumentarem a percentagem dos cruzamentos. Mas mesmo que não o façamos, esta aumentará de qualquer forma visto que essas vacas simplesmente duram mais!”
Primeiros resultados
Os receios do produtor dissiparam-se à medida que os primeiros resultados foram aparecendo. As complicações com os partos decresceram drasticamente e com muito poucas complicações. Os nados mortos também são muito raros, ao contrário do que acontecia com as vacas Holstein puras. As vacas em lactação ProCross produziram tanto leite quanto as filhas de uma Holstein média sénior. Em gordura e proteína, apresentam valores acima da média do rebanho. No geral, os animais ProCross estão sempre em melhor forma e mais saudáveis. Depois do parto, são mais estáveis com o metabolismo a funcionar muito bem sem necessidade de quaisquer suplementos de cálcio adicionais. A Cetose é quase inexistente nas vacas cruzadas e o mesmo acontece com as mastites. A taxa de gravidez está na média do rebanho com 2,5 doses/vaca grávida com uma tendência ascendente.
O Futuro
A sociedade Lüderhof decidiu-se por um rebanho ProCross a 100%, continuando com o sistema do cruzamento rotativo ProCross. Não podendo expandir-se mais, tem como grande objetivo o aumento da rentabilidade do seu negócio. Os quatro sócios concordam que, com o sistema ProCross a exploração está a caminhar na direção certa.
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PRODUÇÃO
GENÉTICA
Relatório de pesquisa preliminar: Comparação das Holsteins puras com as Montbéliarde e Suecas Vermelhas Cruzadas. » Les Hansen e Amy Hazel, Universidade do Minnesota, E.U.A.
Mais de 10.000 vacas leiteiras de 10 grandes explorações leiteiras de alta performance, no estado norte-americano do Minnesota irão eventualmente contribuir para um estudo sobre cruzamentos a que terá a duração de oito anos. O objetivo deste estudo é comparar a rentabilidade das Holstein puras com as cruzadas de 3 raças de uma rotação 3 X (ProCross) usando a Holstein, a Montbéliarde e a Vermelha Sueca. Resultados Preliminares para as produções atuais na 1ª lactação de 3 das 10 explorações das Holstein Puras para comparação com as Montbeliarde X Holstein e Suecas Vermelhas X Cruzadas Holstein Caraterísticas
Holstein
305-d Actual produção (n) Idade ao Parto (Meses)
154
22,8
Montbeliarde Sueca Vermelha x Holstein x Holstein 131
22,7
134
22,7
Leite (kg)
11.114
11.287 (+2%)
10.868 (0%)
% Gordura
3,68
3,76
3,90
Gordura (kg)
409
Proteína (kg) % Proteína
332
Gordura + Proteína (kg)
2,98 741
424* (+4%) 348* (+5%) 3,08
772* (+4%)
424* (+4%) 342 (+3%) 3,15
766* (+3%)
* Estatisticamente diferentes (P < 0.05) das Puras Holstein.
Em 2008, os investigadores da Universidade do Minnesota selecionaram 4.185 novilhas e vacas Holstein puras, nas 10 explorações leiteiras, como animais de base. Cerca de 40% das Holstein de base puras continuaram a ser inseminadas com touros da raça pura Holstein e assim se fará em sucessivas gerações ao longo dos 8 anos do estudo. As restantes 60% das novilhas e vacas de base foram inseminadas com a raça Montbéliarde e/ou com a Vermelha Sueca — exatamente metade para os touros de cada uma das duas raças de primeira geração, para iniciar a rotação a 3 - Raças (ProCross). Depois de 4 anos, mais de 4.000 fêmeas tinham nascido; no entanto, menos de 10% das vacas que entraram para o estudo tinham parido e poucas também completaram uma primeira lactação. Portanto, milhares de vacas serão adicionadas aos dados ao longo dos próximos 4 anos, e os resultados aqui apresentados são extremamente preliminares. Resultados Preliminares para a Condição Corporal (Escala de 1 a 5) características de conformação (Escala de 1 a 9) durante a 1ª Lactação em 6 dos 10 estábulos para as puras Holstein comparadas com as Montbeliarde X Holstein e Sueca Vermelha X Cruzadas Holstein Caraterísticas
Holstein
Condição Corporal (n)
377
Pontuação
Caracteristicas Morfológicas (n) Altura (9 = + Alta)
Força (9 = + Larga)
Ângulo Garupa (9 = + Descaido)
Pernas, Vistas lado (9 = + Curvas) Ângulo talão (9 = + Alto)
Suporte Ubere (9 = + Forte)
Profundidade Ubere (9 = + alta) Tetos Traseiros (9 = + fechados)
Comprimento tetos (9 = + compridos)
Montbeliarde Sueca Vermelha x Holstein x Holstein 359
382
3,15
3,62 **
3,36 **
389
368
385
5,4
4,8
3,9 **
4,8
6,6 **
4,9
6,1
6,7 **
6,4
5,8
5,0 **
6,3 *
5,4
6,5 **
5,4
6,5
5,5 **
5,5 **
7,0
5,6 **
6,1
6,4
5,5 **
5,6 **
3,6
4,6 **
4,0
* Estatisticamente diferente (P < 0.05) das Puras Holstein. ** Estatisticamente diferente (P < 0.01) das Puras Holstein.
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PRODUÇÃO
GENÉTICA
Transferência de Embriões Bruno Correia Carneiro, Médico Veterinário com actividade na Diessen Serviços Veterinários email: diessenlda@gmail.com
Carolina Maia, Médica Veterinária com actividade na Diessen Serviços Veterinários. carolcrmaia@gmail.com
A transferência de embriões é uma técnica que permite a produção de embriões in vivo por forma a serem colhidos das vacas dadoras e transferidos pelas diversas recetoras. Em bovinos funciona com o propósito de acelerar a produção de descendentes de elevada genética a partir de uma dadora previamente seleccionada com base nos diversos aspectos que o produtor pretende ver melhorados nos seus animais. EM QUE CONSISTE O PROCEDIMENTO DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM BOVINOS?
A técnica de transferência de embriões envolve vários procedimentos individuais de elevada importância, os quais necessitam ser cuidadosamente avaliados por forma a obter uma melhor rentabilidade no produto final. De entre estes procedimentos destacam-se:
Selecção da dadora
Estes animais devem ser cuidadosamente selecionados por forma a melhor rentabilizar a utilização desta técnica. É importante utilizar os animais com melhor valor genético nas características que o produtor pretende ver melhoradas.
Seleção da recetora
As recetoras são os animais que irão manter a gestação até termo e parir o descendente pretendido. Assim sendo as características a ter em conta na selecção
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destes animais são a facilidade de parto, a qualidade maternal e, principalmente, a ausência de problemas reprodutivos ou historial de baixa fertilidade. As doenças infecciosas são igualmente de considerar nestes animais uma vez que continua a haver o risco de transmissão fetal aos descendentes.
Indução da superovulação
Com a utilização de uma hormona específica (Hormona Folículo Estimulante) pode estimular-se a vaca dadora a libertar uma maior quantidade de oócitos num único cio o que permite a fertilização e produção de vários embriões.
Sincronização do cio na dadora e nas recetoras
Uma vez que os embriões são transferidos para as recetoras 7dias após a inseminação, é importante que estas vacas tenham
feito um cio 7 dias antes por forma a simular um ambiente uterino o mais favorável possível ao desenvolvimento do embrião.
Inseminação (2/3 Ias)
Considerando que o número de folículos que irão ovular bem como o número de oócitos a fertilizar é maior, a quantidade de sémen a utilizar deve igualmente ser superior. Assim sendo a vaca dadora é inseminada no mínimo 2 vezes com um intervalo de 12 horas por forma a garantir melhores resultados de fertilização.
Recolha dos embriões
Este é o procedimento que mais tempo consome ao técnico, uma vez que é aqui que os embriões são recolhidos do útero da dadora recorrendo a uma “lavagem uterina” com um líquido próprio para o efeito e que não danifique os embriões.
Touro de IA
Dadora Superovulação Embriões recolhidos
Transferência
Recetoras
Descendentes
Esquema 1 – Esquematização simplificada do processo de superovulação na Transferência de Embriões
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GENÉTICA
Avaliação e seleção dos embriões recolhidos
Após recolha dos embriões o técnico responsável deve proceder á avaliação dos embriões com o objectivo de os separar por diferentes graus de qualidade e morfologia. Assim sendo os embriões de má qualidade serão descartados, enquanto que os embriões de melhor qualidade e de qualidade razoável serão transferidos ou congelados consoante o objectivo do produtor. Esta decisão deverá ser feita em conjunto com o veterinário executor da técnica uma vez que vários fatores interferem com os resultados.
Transferência dos embriões para as recetoras
Este procedimento, embora simples para um técnico com experiência, é igualmente de elevada importância para o sucesso da técnica. Um executor com experiência consegue valores de taxa de conceção na ordem dos 60 a 70% dependendo sempre estes valores da qualidade dos embriões aquando da transferência.
Diagnóstico de gestação e confirmação/sexagem fetal
O diagnóstico de gestação poderá ser feito a partir dos 23 dias após colocação dos embriões nas recetoras. Caso o produtor opte por saber em antecedência qual o sexo do feto obtido, a confirmação da gestação deve ser realizada entre os 60 e os 80 dias de gestação para que o veterinário com o auxílio do ecógrafo consiga identificar o sexo do animal.
QUAIS AS VANTAGENS DA TE?
z Aumento da qualidade genética do rebanho mesmo com baixo número de animais z Com esta técnica, uma fêmea de elevado valor genético pode ser utilizada de uma forma mais racional fornecendo um grande número de descendentes de qualidade superior á média da exploração, num curto espaço de tempo.
z Pode-se, de uma vez, obter tantos descendentes de uma vaca como em toda a sua vida útil em condições normais. z De uma vaca em plano exclusivo de Transferência de Embriões, tem-se conseguido em média, dez descendentes por ano, período no qual, se utilizado normalmente para monta natural/inseminação artificial forneceria apenas uma cria.
z Permite melhorar a selecção genética das características maternas e não apenas das paternas. z A utilização da inseminação artificial contribui para a disseminação genética superior de um macho, ao passo que a Transferência de Embriões permite fazer o mesmo com a fêmea uma vez que estamos a produzir maior número de descendentes deste animal. z Produção de raças e linhas selecionadas. z Ao investir num produto diferenciado e selecionado o produtor poderá obter maior rentabilidade final ao conseguir animais mais produtivos (leite/carne). z Permite o controlo de doenças z Os embriões recolhidos de dadoras que
PRODUÇÃO apresentem alguma patologia infecciosa como IBR ou BVD, podem ser tratados e manipulados, por forma a serem transferidos para as recetoras sem contaminação do descendente. z Controlo do sexo do animal pretendido. z Existe já tecnologia que permite a sexagem do embrião antes de este ser transferido para a receptora ou através de inseminação da dadora com sémen sexado, no entanto os resultados práticos com estes procedimentos são claramente mais baixos.
z Multiplicação de animais e raças em vias de extinção.
z Menor custo de transporte (animais vivos vs. embriões congelados). z Tal como o sémen, os embriões podem congelar-se e manter por tempo indeterminado á temperatura do azoto líquido, o que facilita o seu transporte e conservação do material genético quando comparado com o animal vivo.
QUAIS AS DESVANTAGENS DA TE?
z Técnica complexa que necessita de pessoal especializado para a sua realização.
z Resultados muito variados da superovulação. z Os valores médios de embriões obtidos por superovulação são 6-8, mas este é um parâmetro no qual a média pouco ou nada nos diz uma vez que podemos facilmente ter animais com uma resposta de 12-15 embriões e noutro caso 1-2 embriões ou mesmo nenhum. »
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PRODUÇÃO
GENÉTICA
z Custo z O custo total do procedimento de Transferência de Embriões pode ser considerado elevado, no entanto este cálculo deve ser feito por número de gestações finais obtidas e aqui a rentabilidade da técnica é normalmente assegurada.
O QUE PRECISO COMO PRODUTOR PARA IMPLEMENTAR ESTA TÉCNICA NA MINHA EXPLORAÇÃO?
z Dadoras geneticamente superiores z As vacas dadoras devem ser seleccionadas em conjunto com o veterinário executor da TE por forma a serem colocadas em superovulação as fêmeas da exploração que maior rentabilidade poderá trazer á exploração. Se o produtor não dispõe de fêmeas que satisfaçam os objectivos pretendidos, uma possível opção passa pela compra dos embriões com a genética pretendida numa outra exploração e colocar nas suas recetoras.
z Situação sanitária do rebanho controlada z Esta técnica é de evitar ser empregue numa exploração onde as doenças infectocontagiosas como brucelose, leptospirose, IBR e BVD não estejam controladas, tanto pela diminuição da taxa de sucesso como pela elevada mortalidade de animais jovens associada.
z Bom maneio nutricional z O maneio nutricional dos animais envolvidos em todo o processo é fundamental para o sucesso da técnica, sendo de evitar a utilização de animais em balanço energético negativo bem como animais com excesso de condição corporal
z Mão-de-obra z O ponto fundamental no qual é utilizada a mão-de-obra da exploração é a observação de cio, tanto nas vacas dadoras, como nas recetoras. Este é um ponto-chave na qual os intervenientes devem ser bem treinados por forma a extrair da técnica os melhores resultados possíveis. z No caso de a exploração ser de carne é importante a existência de um bom tronco de contenção com prensa para cabeça, por forma a garantir a segurança necessária tanto ao técnico como aos animais durante a execução dos diversos processos.
O QUE PODEREI FAZER COM OS EMBRIÕES?
Uma vez recolhidos os embriões da dadora, estes podem seguir um de 3 destinos diferentes: 1. Avaliação e transferência a fresco dos embriões viáveis para as recetoras previamente selecionadas • Os embriões transferidos a fresco apresentam geralmente melhores taxas de conceção quando comparadas com os embriões transferidos após congelamento. 2. Avaliação e congelamento em azoto líquido dos embriões viáveis por forma a serem transferidos para as recetoras no momento pretendido • O congelamento de embriões simplifica toda a logística envolvida na exploração uma vez que permite transferir os embriões independentemente da sua recolha. 3. Avaliação e congelamento dos embriões viáveis para posterior venda dos mesmos O produtor deve previamente fazer uma análise do mercado e ter uma noção do que será mais rentável para ele. Assim poderá
França livre da Língua Azul O ministro francês da Agricultura, Stephane Le Foll anunciou, em dezembro último, que A França está oficialmente, desde dezembro passado, livre da língua Azul ou febre catarral ovina (FCO) no seu território continental. A França perdeu esse estatuto após a ocorrência da doença
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em 2006 no norte do país. A febre catarral ovina é uma doença que causa graves prejuízos económicos em explorações afetadas. Há mais de dois anos que não ocorre qualquer foco (o último surto foi registado em junho de 2010), pelo que se cumpriram as condições para
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ponderar se a melhor solução passa pela compra de embriões para colocar no seu efetivo, produzir embriões a partir do seu próprio efetivo para o melhorar, ou então produzir embriões de elevada qualidade para os vender e obter neles a rentabilidade esperada.
NOTAS FINAIS
Os resultados finais obtidos com a implementação da transferência de embriões são variáveis e vão depender em muito do empenho das diversas partes intervenientes no processo. Assim a discussão e o acerto de todos os processos envolvidos na técnica entre a equipa de TE e o produtor são fulcrais para garantir o seu sucesso. A discussão do produtor com a equipa de TE deve começar pela definição do objetivo pretendido, uma vez que este objetivo será diferente entre produtores de bovinos de leite e de bovinos de carne. Após a definição deste objetivo devem em conjunto avaliar o potencial da exploração e dos melhores animais disponíveis para fazer a superovulação. Com os custos de produção a aumentar ao longo dos últimos anos, os produtores veem as suas margens de lucro cada vez mais escassas. Uma forma de encarar este dilema passa pela eficiência produtiva, sendo que a este nível há ainda muito trabalho a fazer tanto no setor do leite como no setor da carne. A globalização dos mercados exige aos produtores um avanço tecnológico e uma modernização para processos mais e mais produtivos, podendo aqui a Transferência de Embriões funcionar como uma ferramenta de impulso aos produtores por forma a rentabilizarem o seu negócio. x
o país recuperar o estatuto oficial de país livre da doença. O Ministério acredita que a chave para a erradicação da doença foram as duas campanhas de vacinação obrigatória (2008-2009 e 2009-2010) financiadas pela administração que contaram com a intervenção das partes interessadas,
públicas e privadas, incluindo veterinários e criadores. A recuperação deste estado irá facilitar o comércio e exportação de animais vivos (bovinos) e reduzir os custos para os agricultores, uma vez que a vacinação e o rastreio deixam de ser necessários. x
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PRODUÇÃO
SAÚDE ANIMAL
Infeções pelos parasitas Criptosporidium e Giardia em bovinos Entrevista pela Revista Ruminantes Carla Mendonça, Médica Veterinária, Professora auxiliar do Mestrado Integrado Medicina Veterinária do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto Email: carlamendonca@mail.icav.up.pt
Qual a importância das infeções pelos parasitas Criptosporidium e Giardia em bovinos? As diarreias, representam 50% das patologias exibidas em vitelos e são a principal causa de perdas económicas para a produção pecuária associadas a doenças em vitelos. As suas causas podem ser diversas (origem viral, bacteriana, parasitária, alimentar). As causas virais podem ser prevenidas através da aplicação de vacinas, as causas bacterianas podem ser tratadas com auxílio de antibióticos, no entanto as causas parasitárias, em particular nas diarreias provocadas por Criptosporidium e Giardia, os antibióticos são ineficientes contra estes parasitas e ainda não existem vacinas comercializadas. Associado a estes fatos, estes parasitas permanecem viáveis no ambiente durante meses, a sua transmissão é favorecida, principalmente a vitelos recém nascidos e com baixa capacidade imunitária. Estes parasitas são extremamente resistentes aos desinfetantes convencionais utilizados nas explorações pecuárias, e aos desinfetantes utilizados no tratamento de águas. Criptosporidium e Giardia são parasitas protozoários, responsáveis pela ocorrência de diarreias em vitelos e também no Homem (especialmente em crianças, idosos e doentes imunodeprimidos). O contágio é efetuado por via oral-fecal, o que significa que a ingestão de água, leite contaminado ou o contato entre vitelos susceptíveis e vacas adultas ou outros vitelos doentes favorece a transmissão, assim como o contato com utensílios e superfícies contaminadas (como por exemplo viteleiros contaminados, baldes e tetinas contaminadas…). A utilização de
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água contaminada para abeberamento dos animais e limpeza das explorações (de fontes não tratadas, tais como poços e minas, vulgarmente utilizadas nas explorações pecuárias) assume-se como a principal fonte de contagio para os animais e também para o homem. Estes parasitas possuem reduzidas dimensões, não sendo possível identificá-los à vista desarmada. O seu diagnóstico só é possível por observação ao microscópio ou com utilização de kits rápidos de Elisa, a partir de amostras de fezes contaminadas. Estes parasitas colonizam o intestino delgado, destroem o epitélio intestinal e comprometem a absorção de água e nutrientes levando à ocorrência de diarreias. Os quadros clínicos das infeções por estes parasitas são caracterizados por diarreias líquidas a mucosas, intermitentes e que não respondem à terapêutica convencional com os antibióticos vulgarmente utilizados no tratamento das enterites neonatais. Raramente estas infeções provocam a morte dos animais, e no caso do Criptosporidium a infeção assume um carácter auto-limitante (o animal consegue desenvolver imunidade contra este parasita, deixando de exibir diarreia, contudo pode atuar como portador assintomático, disseminando e contaminando o ambiente nas explorações pecuárias). De facto, a mortalidade ocorre quando existe uma associação entre estes parasitas e outros agentes virais e bacterianos, na ocorrência da diarreia. Assim nas situações mais graves os vitelos infetados exibem desidratação, acidose, perda de peso, perda de apetite; requerendo uma terapêutica mais agressiva e mais dispendiosa para o produtor.
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O que fazer para controlar estas infeções na exploração? Como foi referido anteriormente, não existem vacinas nem um tratamento efetivo que elimine estes parasitas nos vitelos infetados. Os medicamentos existentes no nosso mercado apenas permitem diminuir a gravidade dos sinais clínicos e a carga de parasitas que são eliminados para o ambiente. O controlo destas infeções passa pela implementação de medidas de higiene e de maneio de forma a reduzir a transmissão destes parasitas aos animais mais susceptíveis, ou seja aos vitelos. É importante que o médico veterinário assistente faça um diagnóstico preciso dos agentes implicados na ocorrência de diarreia nos vitelos e dessa forma possa instituir os protocolos terapêuticos, profiláticos e medidas de biossegurança adaptadas a cada agente envolvido. Podemos apontar como principais medidas: a correta administração de colostro (em quantidade e qualidade), a separação dos animais infetados dos sãos, a frequente lavagem e desinfeção dos viteleiros e de toda a exploração, o controlo das causas virais e bacterianas na ocorrência das diarreias, a desinfeção dos utensílios utilizados na exploração e em particular nos viteleiros, e o controlo da qualidade da água fornecida aos animais. A água assume uma particular importância na transmissão destas e de muitas outras infeções aos bovinos ( por exemplo, clostridiose, salmonelose, listeriose, colibacilose, leptospirose…). Práticas correntes de espalhar o chorume nos terrenos limítrofes às explorações e na proximidade de fontes de água, contribui para a sua contaminação e perpetuação destas infeções no efetivo. O produtor e o seu médico veterinário devem efetuar um controlo da qualidade da água fornecida aos animais e evitar estas praticas que põem em risco a saúde e o bem-estar animal. x
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PORTUGAL
ACTUALIDADES
Criação do Comité Técnico de Higiene do CPSU sentantes de empresas da área em causa (Higiene e Desinfetantes para Ordenha) a fim de se promover a permuta e divulgação de informações técnicas e científicas, bem como levar a efeito estudos de carácter interdisciplinar que produzam material de interesse para o sector. Nesta primeira reunião estiveram presentes Tiago Salvado (Presidente nomeada pelo CPSU), Sofia Guimarães - ABS Lusa (Valiant), Luís Ferreira - Vitas (Hypred), Ruben Mendes - Diversey, Alexandre e Mário Proença - Quimiserve, Rui Cepeda - Zoopan (Cid Lines) e Rui Marques - Harker (De Laval).
No passado dia 12 de Novembro de 2012, teve lugar na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa, a reunião preliminar para apresentação e início dos trabalhos do Comité Técnico de Higiene do Conselho Português de Saúde do Úbere (CPSU). Este Comité tem como objetivo reunir à mesma mesa e através de fórum presenciais e não-presenciais de discussão, técnicos e repre-
Sobre o CPSU O Conselho Português de Saúde do Úbere (CPSU) é uma associação sem fins lucrativos, constituída por um grupo de médicos-veterinários com interesse na compilação e partilha de conhecimentos técnicos e científicos sobre a temática das mastites em ruminantes. Encontram-se no seu âmbito as disciplinas da microbiologia, epidemiologia, farmacologia, economia, avaliação de salas de ordenha e outras que contribuam decisivamente para a evolução da qualidade de leite em território nacional. x
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BEM ESTAR ANIMAL
Efeito da coccidiose no rendimento e bem-estar dos pequenos ruminantes George Stilwell, Patrícia Paredes, Ana Vieira, Inês Ajuda, AWIN – Animal Welfare Indicators Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa
awinportugal@gmail.com
INTRODUÇÃO
Parasitismo é uma forma de associação entre dois ou mais seres vivos e em que um dos intervenientes (parasita) lucra com a ligação, causando algum prejuízo ao outro elemento (hospedeiro). Normalmente, o parasitismo não é suficientemente grave para eliminar o hospedeiro, pois isso traria poucas vantagens biológicas para o parasita. No entanto, esse limite nos danos causados pode ser ultrapassado causando doença grave ou mesmo a morte, quando a resistência é reduzida no caso de fome, carências, stress ou outras doenças concomitantes. Os microrganismos classificados como Coccidias são um exemplo perfeito deste equilíbrio instável que se mantém entre parasita e animal parasitado. Nos pequenos ruminantes o termo coccidiose é utilizado para referir infeções intestinais causadas por parasitas do género Eimeria spp. da subclasse Coccidia. Infeções por Isospora e Cryptosporidium também poderiam ser incluídas nesta designação, mas não serão abordadas neste texto.
AS COCCIDIAS
Os membros do género Eimeria são protozoários que pertencem ao Filo Apicomplexa, Classe Sporozoa, Ordem Eucoccidiidae Família Eimeriidae. Os hospedeiros habituais destes parasitas são vertebrados, aves ou mamíferos, com exceção dos carnívoros. As várias espécies de Eimeria são muito específicas quanto ao hospedeiro natural, ou seja, aquelas que causam doença em caprinos não são as mesmas que infetam os ovinos. Também é importante saber que nem todas as espécies
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de coccidia que se encontram no intestino são patogénicas. Estes factos têm uma grande importância no controlo e prevenção, como se verá mais abaixo. Outro conceito importante a reter é que TODOS os animais acabam por contactar com estes parasitas e que isso até pode ser vantajoso pois estimula as defesas. O papel no produtor é no sentido de moderar essa infeção e controlar os seus efeitos sobre a saúde e crescimento.
A DOENÇA
Existe um grande número de espécies de Eimeria, no entanto, estas apresentam grande especificidade em relação ao hospedeiro. Como já se referiu, a ocorrência de doença depende da espécie de coccidia, na verdade, poucas são suficientemente patogénicas para, por si só, desencadearem sinais clínicos. As infeções envolvem geralmente várias espécies, ou seja, em casos clínicos de coccidiose é comum a presenças de mais de uma espécie que interagem para produzir as alterações patológicas observadas. A coccidiose é uma doença com impacto mais dramático em animais jovens com baixa imunidade e em fase de crescimento acelerado. Nos cordeiros, as duas espécies de coccidia mais patogénicas são E. ovinoidalis e E. crandallis e em cabritos sobressaem E. ninakohlyakimovaee E. caprina. Como possivelmente partilhadas por ovinos e caprinos, consideram-se as seguintes espécies: E. marsicae E. gulruthi. A doença inicia-se pela ingestão de oocistos (como que os ovos do parasita) do ambiente ou mesmo dos tetos das mães. Uma vez no trato digestivo, o parasita in-
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vade as células da parede do intestino (delgado ou grosso, dependendo da espécie) e multiplica-se rapidamente. Ao fim de duas a três semanas o animal infetado começa a excretar oocistos, contaminando o ambiente. Um só oocisto ingerido por um cordeiro ou cabrito poderá dar, nestas poucas semanas, origem a 16 milhões de novos oocistos. O tempo que os oocistos demoram a retomar o seu poder infeccioso varia de espécie para espécie e é geralmente mais rápida a temperaturas entre os 28 e 31ºC. Existem diferenças sazonais na quantidade de oocistos eliminados, sendo máxima no Inverno e Primavera. No entanto, este fenómeno relaciona-se mais com as épocas de parto e práticas zootécnicas do que com os fatores climáticos, ainda que estes possam influenciar indiretamente ao obrigar à estabulação ou a modificar as normas de aproveitamento das pastagens. Entretanto houve destruição das paredes do intestino com redução na capacidade de absorção de nutrientes, perda de algum sangue ou de fluidos. A doença normalmente não apresenta sinais clínicos muito evidentes, exceto redução da condição corporal ou menor ganho de peso, mas em infeções graves, ou quando complicadas por outros agentes infecciosos, causa diarreia (com ou sem sangue), desidratação e mesmo morte. É frequente o animal recuperar da coccidiose e morrer de pneumonia ou apresentar sinais das duas doenças. A forma mais severa da doença em cabritos, com alta mortalidade, é caracterizada por diarreia profusa, escura e fétida, contendo fragmentos da mucosa intestinal. A doença toma proporções alarmantes quando os animais se encontram em situações de stress (por exemplo, após castrações ou amputação da cauda), sobredensidade,
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BEM ESTAR ANIMAL má higiene proporcionando contaminações maciças, frio (gasto de energia para se manter quente), não ingestão de colostro ou quando este é de má qualidade (mães doentes ou magras). Ou seja, a doença pode passar de despercebida a devastadora, não por entrada de novos parasitas mas por erros de maneio, ameaças ao bem-estar animal ou más praticas na produção. Os sinais clínicos de coccidiose muitas vezes não chegam para avançar com um diagnóstico e por isso deve-se associar à história clínica e aos sinais clínicos a contagem de oocistos excretados nas fezes, assim como as espécies de Eimeria envolvidas. Devemos lembrar-nos de duas coisas na interpretação destes resultados laboratoriais: a simples identificação de oocistos em fezes de cordeiro/cabrito não confirma o diagnóstico de coccidiose; mesmo em coccidioses graves há momentos em que os oocistos não estão a ser excretados e por isso um resultado negativo não deve logo excluir o envolvimento destes parasitas.
O IMPACTO
Os animais são mais suscetíveis entre 1 e 2 meses de idade, que é a altura em que a imunidade conferida pelo colostro começa a diminuir e o borrego/cabrito ainda não consolidou as suas próprias defesas. Nesta altura, e dependendo da ocorrência dos fatores predisponentes que acima referimos, pode dar-se a morte (mais ou menos 10% dos infetados), a perda de peso (15 a 20%) ou o estabelecimento de outras doenças (por exemplo, Cryptosporidiose).
O CONTROLO
A infeção por coccidias é autolimitante, mas no decurso da doença pode causar fortes prejuízos ao crescimento e bem-estar de animais jovens. A administração de produtos capazes de reduzir a multiplicação do parasita no intestino, os chamados coccidiostáticos, pode reduzir ou eliminar os efeitos nefastos da infeção. Em situações de risco, ou após os primeiros sinais de infeção, é aconselhável o tratamento de todos os animais jovens, já que a eficácia terapêutica destes produtos é reduzida, devendo ser usados como preventivos. A aplicação por rotina destes produtos deve ser feita com cuidado devido ao perigo de se produzir populações resistentes, boicotando o
Borregos duma exploração em regime extensivo. Atenção à sobredensidade quando estabulados. (Fotografia: Patrícia Paredes)
controlo futuro. A decisão quanto à utilização deve ser tomada depois de uma conversa com o médico-veterinário assistente que será a pessoa mais habilitada para perceber as vantagens e desvantagens das diferentes opções. O que é importante perceber é que estes fármacos não devem ser vistos como produtos milagrosos que fazem desaparecer os efeitos do mau maneio. Se o coccidiostático é utilizado porque os parasitas estão a causar grande número de mortes e de doença clínica evidente, então a manutenção deste tipo de uso é errado e as condições de exploração devem ser revistas urgentemente. É igualmente muito importante que os produtos usados permitam o estabelecimento da imunidade que irá proteger o animal durante o resto da sua vida. Como se escreveu acima, a infecção ocorre sempre e até é desejável. A esterilização completa do ambiente e do intestino com a administração cerrada de medicamentos é um erro que se acaba por pagar na forma de surtos em idades mais avançadas. Se os coccidiostáticos forem usados por rotina, a sua supressão brusca, pode levar ao aparecimento de surtos graves de cocciodiose.
O controlo deve, por isso, partir da excelência na produção. As práticas higiénicas e sanitárias visam impedir ou diminuir a ingestão de grandes quantidades de oocistos esporulados. Os animais devem encontrarse em instalações limpas e secas, separados em função da idade e deve-se evitar grandes concentrações por longos períodos de tempo. Os comedouros e bebedouros devem ser colocados de forma que se previna a sua contaminação com fezes. A remoção de fezes e limpeza das camas deve ser efetuada periodicamente para reduzir a disponibilidade de oocistos no ambiente.
Contaminação e sujidade das camas, devido à insuficiente limpeza das mesmas.
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BEM ESTAR ANIMAL Os oocistos são resistentes à maioria dos desinfetantes, mas altas concentrações de hipoclorito de sódio e amónia têm alguma ação sobre estas formas parasitárias e podem auxiliar no controlo da doença Embora os oocistos sejam destruídos pela ação da luz solar, dissecação e calor, dificilmente o são, uma vez que se encontram protegidos por matéria orgânica. Evitar situações de stresse ajuda na prevenção da coccidiose, pois estas conduzem à diminuição da resistência orgânica e exacerbam as infeções por coccidias. Rever frequentemente as práticas alimentares: deve ser fornecido colostro de qualidade aos neonatos e evitar fome, carências e alterações bruscas de alimentação das fêmeas gestantes. A composição da dieta é um fator a ter em conta, um défice nutritivo pode provocar uma menor resistência dos animais a este tipo de infeções. Em certas fases do ciclo produtivo, como no caso do pós-parto, pode ser necessário suplementar a dieta com vitaminas e minerais. Os animais jovens devem ser mantidos afastados das pastagens altamente contaminadas durante o período em que são mais suscetíveis. Os animais afetados devem ser isolados do restante grupo, evitando assim que contaminem camas, alimentos e água de bebida. Devido à elevada prevalência da coccidiose, à grande capacidade reprodutiva do parasita e à capacidade de sobrevivência dos oocistos por longos períodos de tempo no meio ambiente, a sua erradicação não parece ser possível. Desta forma, é necessário estabelecer um plano de controlo da doença na exploração baseado nestes 3 princípios: bom maneio (incluindo alimentar), boa higiene e excelente bem-estar animal. Se for assim a administração de um coccidiostático ficará limitado a poucos momentos. x
Bibliografia: Paredes, P.G. (2010) Coccidiose em pequenos ruminantes. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Medicina Veterinária - UniversidadeTécnica de Lisboa. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.5/2380 Smith M.C. & Sherman D.M. (2009) Goat Medicine.2nd Ed. Wiley-Blackwell. Taylor, M. (1998).Diagnosis and control of coccidiosis in sheep.In M. Melling& M. Alder (Eds), Sheep and Goat practice 2. Ed. Saunders Company Ltd.
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Fendt 500 Vario Grandes tratores “compactos”
Com quatro novos modelos na serie 500 Vario, a Fendt introduz o novo trator no segmento dos convencionais “compactos”. Inovações versáteis e equipamentos opcionais dão à serie 500 Vario incomparáveis vantagens competitivas na faixa de potência entre 125 e 165 hp. O Fendt Efficient Technology é construido com tecnologia de ponta e com o sistema de poupança de energia SCR em que os gases de escape se submetem a um póstratamento com Adblue®.
A nova série 500 Vario, com os modelos 512, 513, 514 e 516 Vario, abrange a faixa entre os 125 e 165 cv. São impulsionados por um bloco Deutz (4 cilindros de 4.04 litros com 4 válvulas por cilindro e injeção common rail), com a potência máxima de 165 cv no modelo de topo. O Fendt 500 Vario oferece cinco válvulas eletrohidráulicas de duplo efeito na parte traseira, mais duas na dianteira, Power Beyond e ligação ISOBUS. Globalmente, tem mais de 22 ligações à frente e atrás. As tomadas de força podem ser controladas facilmente através do apoio de braços multifunções e/ou pelos controlos externos na parte traseira do trator. As velocidades da tomada de força traseira (540/1000E) permitem trabalhar num regime de rotações do motor mais baixo que se traduz num menor consumo de combustível. O 500 Vario permite realizar os trabalhos de transporte a 50 km/h com uma economia
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de combustível a 1.700 rpm. Todo o chassis está projetado para oferecer o máximo conforto durante a condução, assim como uma ótima ergonomia. A garantia de uma excelente condução é conseguida: pela suspensão do eixo dianteiro com auto-nivelamento, pelo sistema de direção reativo Fendt, pelo amortecedor de transporte, pela suspensão da cabine e do assento e pelo bloqueio automático do eixo de direcção. Esta série é ideal para o trabalho com carregador frontal. Todo o seu funcionamento está integrado no conceito global do trator e pode controlar-se de forma cómoda desde o posto de condução através do terminal Vario. O Fendt Cargo Profit permite realizar funções totalmente novas. Baseado no carregador frontal Cargo e graças aos sensores adicionais instalados na oscilação 4 ou 5 X, pode incorporar-se uma nova função de pesagem e memorização, para controlar e documentar tanto o peso individual da carga na pá como o peso total e o peso objetivo da carga. x
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EQUIPAMENTOS
Premiados na EUROTIER’12 Apresentamos uma seleção de novidades premiadas pelo Eurotier 2012, que decorreu em novembro passado, em Hanover, Alemanha. DairyProQ - Módulo instalação de ordenha
OptiCOW - Medição das funções da vaca
GEA FARM TECHNOLOGIES GMBH
HÖLSCHER + LEUSCHNER GMBH
O inovador módulo de instalação de ordenha, de operação automática DairyProQ adequa-se a salas de ordenha com sistemas de ordenha automáticos ou semi-automáticos. Caracteriza-se por desempenhar todas as etapas do processo de ordenha automática, desde a colocação das tetinas, limpeza das tetinas (pré-ordenha) e primeiros jatos de extração, até à própria ordenha, processo de pós-ordenha e retirada das tetinas. Também faz a desinfeção e a limpeza exterior intermédias das tetinas, entre uma ordenha e outra. A sua particularidade reside na autonomia total, já que coloca e retira as tetinas sem qualquer intervenção externa. Assim, a ordenha é feita de forma individual e totalmente automática em cada posição. Devido ao elevado rendimento é indicado para grandes explorações. Este módulo encaixa-se em diferentes tipos de ordenha: carrossel, em espinha ou side-by-side. O livre acesso, em todos os momentos, ao animal e ao úbere através de uma solução para cada posição, permite um processo de ordenha continuo e eficiente. Existe a opção do desenho semi-automático.
O OptiCOW consiste num módulo operacional para 3D que permite a medição de todas as funções da vaca de forma completamente automática. As vacas são identificadas individualmente através de tecnologia RFID, filmadas com uma câmara 3D e pesadas automaticamente. Um programa informático produz um modelo 3D da parte posterior da vaca e calcula o Score da Condição Corporal (SCC). Com
esta tecnologia de processamento de imagem é possível mostrar a dinâmica de mobilização da gordura para cada vaca, de forma contínua, ao longo de todo o período de lactação. O optiCOW fornece ao produtor dados exatos sobre o estado de saúde e a condição física de cada animal e permitelhe orientar a capacidade de produção de leite das vacas especificamente através da alimentação e observação.
RumiWatch System ITIN + HOCH GMBH
O RumiWatchSystem é um sistema de monitorização da saúde para ruminantes. Consegue captar rapidamente as alterações na ruminação, alimentação e ingestão de água, bem como os comportamentos visíveis em locomoção e descanso. Os dados
são transferidos sem cabo para um PC. O baixo consumo de energia permite um período de utilização até dois anos com o mesmo conjunto de baterias. O sistema é composto por um cabresto, um pedómetro e um software de avaliação e garante um acompanhamento permanente e fiável de monitorização dos parâmetros chave relevantes para o estado de saúde de cada animal. Assim, por exemplo, através da identificação de um reduzido número de movimentos de mastigação por bolo alimentar, é possível concluir que existem distúrbios digestivos ou falhas na dieta. O RumiWatchSystem permite aos produtores, consultores, veterinários da exploração e investigadores elaborar relatórios rápidos e eficazes sobre a saúde do animal. »
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EQUIPAMENTOS
Monitor de partos O monitor de partos de bovinos iVET é composto por um transmissor e um recetor. O sistema de sensor flexível em forma de T, fácil de limpar e desinfetar, pode ser inserido na vagina da vaca por uma pessoa. No início do parto, o sensor é pressionado para fora pelo saco amniótico e o vitelo no interior do mesmo. A mudança de posição do sistema é registado pela luz e temperatura do sensor e um sinal é enviado por mensagem de voz e de texto a dois números de telefones móveis pré-programados. O iVET monitoriza adicionalmente a temperatura do corpo e, assim, pode identificar alterações patológicas na vaca numa fase precoce. Este sistema inovador ajuda a identificar o início do parto duma vaca numa fase muito inicial. Após o alerta de parto, há ainda tempo suficiente para uma verificação ótica ou vaginal, a fim de possibilitar a intervenção em caso de apresentação incorreta do bezerro,
ou de chamar o veterinário. Esta melhoria do controlo de partos pode ajudar a reduzir nascimentos de vitelos mortos, bem como a identificar partos difíceis.
Aquaboard
Teste Haptoglobina
A elasticidade da borracha e a flexibilidade da água são combinadas na Aqua Board para um maior conforto do animal. O rebordo cheio com água cria uma fronteira visual para o cubículo, não prejudicando a vaca nos seus movimentos e permitindo-lhe que assuma posições naturais, deitada com as pernas dianteiras esticadas, sem qualquer risco de lesões. O tubo de borracha, largo e flexível, é fornecido por medida para o comprimento da linha do cubículo, pode ser instalado facilmente sendo posteriormente, cheio com água através de uma válvula de rosca, até à dimensão e elasticidade desejados.
FRIMTEC GMBH
IVET
Reboque misturador O fabricante alemão Strautmann apresentou um inovador sistema de descarga de alimento para reboques misturadores distri buidores, que combina as vantagens das unidades de corte conhecidas e das fresadoras. A unidade de corte permite retirar a silagem do silo sem decompô-la, transportá-la sem esforço mecânico através dum rolo transportador até à cinta transportadora, sendo possível retirar o alimento a granel diretamente rebatendo a unidade de corte. Assim conseguem-se, por um lado, as vantagens relacionadas com a fisiologia nutricional ao retirar a silagem sem danificar a sua estrutura e, por outro, as vantagens da gestão do trabalho próprias da extração clás-sica da silagem e do material a granel.
B. STRAUTMANN & SÖHNE
GEA DairyProView GEA FARM TECHNOLOGIES
GEA DairyProView é um software que permite uma visão geral da produção de leite, exibindo as áreas e os processos de trabalho numa exploração de bovinos de leite na sua totalidade. Desde as zonas de estábulo, áreas de circulação e sala de ordenha, até aos diferentes processos que se realizam em cada uma delas. Esta visão geral, única no seu género, é baseada em dados em tempo real, possibilitando uma eficiente tomada de decisão bem como a melhoria da gestão global do rebanho.
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BIORET AGRI
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Este teste permite medir na exploração a haptoglobina presente no leite de vaca, utilizando o dispositivo de análise automático “eProCheck 2.0”, para o diagnóstico rápido de inflamações. Com o novo teste, o produtor pode determinar os parâmetros imunológicos do leite cru. A Haptoglobina é uma proteína de fase aguda e reage logo no início de qualquer processo inflamatório. O teste rápido fornece informações adicionais valiosas na exploração para, por exemplo, monitorizar a saúde das vacas recém-paridas. x
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EQUIPAMENTOS
Controlo ambiental de estábulos DELAVAL
Novas picadoras de forragem JOHN DEERE
A tecnologia inovadora de processamento de grão é a principal caraterística da nova série 7080 de picadoras de foragem automotrizes John Deere, que estará disponível em 2013. O “core” destas máquinas é o novo processador de cultivos — KernelStar — baseado num desenho de disco biselado patenteado, que garante um tratamento mais intensivo dos grãos, uma redução das partículas de tamanho excessivo e um melhor fluxo do material colhido em comparação com os desenhos de disco de bordo plano ou com os rolos cilíndricos convencionais. O KernelStar está provido de discos en-
trelaçados perfilados que proporcionam una largura efetiva de processamento quase três vezes maior que os sistemas anteriores. Esta série de picadoras utiliza a mesma transmissão de corte Ivloc (sistema de comprimento de corte infinitamente variável) permitindo que os operadores alterem o comprimento de corte durante a marcha. Modelos anteriores 7250 – 380 cv 7350 – 480 cv 7450 – 560 cv 7550 – 625 cv 7750 – 625 cv 7950 – 812 cv
Modelos novos para 2013 7180 – 380 cv 7280 – 440 cv 7380 – 490 cv 7480 – 560 cv 7580 – 625 cv 7780 – 625 cv (corpo largo) 7980 – 812 cv (corpo largo)
Braço de sucção BP2 PICHON
O braço de sucção do fabricante francês Pichon, é o equipamento ideal para encher uma cisterna de estrume com condições de acesso difíceis, sem sair da cabine do trator. O braço posiciona-se indiferentemente à direita ou à esquerda. Totalmente sincronizado graças a um bloco sequencial, é ativado por um único distribuidor de duplo efeito. Com um único comando, é acionado o hidráulico que inverte o sentido da bomba de vácuo, a descida do braço e a abertura da válvula. Este tipo de sucção necessita dum cone de enchimento colocado no chão junto à fossa, ligado aos tubos de sucção. Este braço é proposto em tubos de Ø150mm e Ø200mm, com ou sem acelera-
dor de enchimento. A manutenção deste equipamento é reduzida, porque o braço é montado num paralelogramo e não com junta giratória.
O sistema de controlo ambiental de estábulos DeLaval BSC™ foi premiado com a medalha de prata EuroTier para a inovação. Este sistema integra o ambiente do estábulo e o conforto animal para garantir vacas saudáveis e a máxima produção de leite. É a única solução integrada para estábulos de leite disponível no mercado. É um sistema integrado que permite controlar todas as aplicações do estábulo numa só unidade. Equipamentos de controlo ambiental do estábulo tais como painéis, cortinas, ventiladores de circulação, iluminação, refrigeração, limpeza dos corredores, a separação de dejetos e transferência de estrume, são tratados de uma maneira simples contribuindo para uma maior eficiência e menor impacto ambiental.
Robot de desinfeção DELAVAL
O robot de desinfeção TSR consiste num sistema pós-deep automático que proporciona uma correta aplicação do desinfetante. É um sistema exclusivo que facilita a rotina de ordenha em instalações rotativas de alto rendimento (HeavyDuty), contribuindo para o aumento da rentabilidade da exploração. De acordo com Robert Jensen, gerente de Desenvolvimento de Negócios da DeLaval Internacional, o robot de desinfeção DeLaval TSR ™ é uma evolução natural do primeiro sistema de ordenha rotativa automática AMR ™, apresentado pela primeira na EuroTier 2010.
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EQUIPAMENTOS
Soluções de conforto/rentabilidade na produção de leite Paulo Baptista, Chefe Produto Conforto Animal, Harker XXI, SA
paulo.baptista@harker.com.pt
Os princípios básicos do Conforto Animal são simples: conseguir partos felizes que deêm origem a vitelas felizes e, por sua vez, a vacas que produzam mais leite. Na construção de um estábulo novo ou na sua renovação, devemos apoiar-nos em técnicos que aconselhem relativamente à otimização do tráfego das vacas integradas mas também às melhores soluções de conforto. As diferentes soluções desenvolvidas deverão ser focadas nos animais e na utilização fácil para o produtor profissional. O que é na realidade o Conforto Animal? Como pode ser avaliado? Como pode contribuir para a rentabilidade da exploração de leite? A observação e experiência mostram que as vacas estabuladas num ambiente confortável produzem mais leite, têm menos problemas e vivem mais tempo. As vacas têm todas de ter Alimento de qualidade, Água em abundância, Ar fresco, Áreas de Repouso e Pisos confortáveis e limpos. As vacas devem poder estar de forma natural e deitar-se e levantar-se com facilidade. A DeLaval utiliza três critérios principais, no seu guia de desenvolvimento das soluções, para promover o conforto da vaca: Sinais do Animal – as vacas estão sempre a dar sinais do seu bem-estar e saúde, que devemos utilizar para otimizar estes resultados; Condição Corporal – uma avaliação de acordo com a tabela permite perceber o passado nutricional do animal, as razões da boa ou fraca produção de leite e a performance da reprodução; Locomoção – também observada com base numa tabela, com escala de 1 a 5, permite-nos, por vaca, em alguns segundos, verificar a qualidade do conforto de cada animal.
O planeamento e o desenho duma vacaria são tarefas que devem ser apoiadas por profissionais em planeamento de vacarias, com
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vaca de alta produção precisa de comer alimento fresco 12 vezes por dia. A manjedoura com o intervalo adequado por vaca, com auto bloqueio, na altura do cornadi correcta, é importante para o conforto, não esquecendo o espaço de acesso à mesma.
CAMAS
CUBÍCULOS E CORNADIS
Na produção de leite moderna, as vacas levantam-se e a deitam-se com muita frequência. Levantam-se até cerca de 16 vezes por dia para caminhar, comer, beber ou para serem ordenhadas. De seguida, voltam a deitar-se para descansar e ruminar. Quando uma vaca se deita, o impacto dos joelhos no tapete do cubículo é enorme, representando 2/3 do seu peso, o que significa que 350 Kg caem livremente no chão duma altura de 25 a 30 cm. Numa superfície dura,
Para que as vacas se deitem e levantem, a área de descanso deve ter espaço para que os movimentos na vertical e na horizontal se façam sem obstruções e risco de acidente. A logete de hoje não é a mesma de há 10 anos e estudos recentes mostram que, comparativamente aos espaços até agora praticados, a vaca aprecia mais comprimento (260 e agora 280 cm) e não tanta largura (120/130 e agora 115/125 cm). O declive também ajuda ao conforto, com valores de 2 a 4%. As vacas passam muitas horas na mesa de alimentação, pelo que o conforto deste espaço aumenta a ingestão de alimento. Uma
isto causa tanto sofrimento na vaca que esta ficará de pé para o resto do dia, preferindo a situação de desconforto. Para além do consumo de alimento ser também bastante penalizado. Os tapetes em borracha DeLaval absorvem o choque desta pancada, protegendo os joelhos das vacas e, simultaneamente, criam condições muito confortáveis para que a vaca possa repousar pelo menos 12 horas por dia e se levante quando sentir necessidade. O conforto criado pelo tapete incentiva a actividade e o descanso do animal o que, por sua vez promove a ingestão de água e alimento,
experiência internacional. A DeLaval tem uma equipa técnica que apoia e ajuda a desenvolver, em todo o mundo, as melhores soluções. As diferentes soluções têm de ser integradas, atendendo às condições locais do clima e aos requisitos da produção de leite.
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EQUIPAMENTOS resultando em mais produção de leite. A espuma especialmente desenvolvida para a parte inferior do tapete, é muito resistente e tem “memória”. Juntamente com a cobertura, cria um excelente ambiente, muito higiénico, resistente e com pouca manutenção.
PAVIMENTOS COM BORRACHA
150 litros de água fresca por dia. A falta desta provoca uma menor ingestão de alimentos e a queda da produção de leite: 40% de redução no consumo de água provoca uma queda de 25% na produção. As vacas gostam de beber enquanto comem, o que pode chegar a 8 vezes por dia, e logo a seguir à ordenha. Com um espaço de 3 a 4 metros em volta do bebedouro e uma temperatura entre 15 e 17ºC, o consumo de água é maximizado. A água tem de ser de qualidade e deve ser fornecida de preferência uma vez por dia, devendo ser analisada pelo menos uma vez por ano.
corredores compridos, mas implica área para espalhar a grande quantidade de líquidos gerados, mesmo com recirculação. O sistema WS3 Whasdown DeLaval permite, utilizando a água das chuvas e reaproveitando a água da lavagem da Máquina de Ordenha, fazer a lavagem da Sala de Ordenha e do Parque de Espera.
VENTILAÇÃO
ESTRUMES
As vacas estabuladas devem ter o mesmo conforto que têm na pastagem. Devem poder caminhar com passos longos e bem assentes, com a cabeça alta e alinhada e serem capazes de se apoiar em três patas. A análise das causas de abate das vacas mostra que 20 a 25% dos casos são devidos a problemas com os cascos. O custo deste problema está estimado em € 60 a 250 por vaca e por ano, com redução da produção de leite entre 60 e 360 Kg. Dispomos de diferentes soluções para o tratamento dos cascos, desde o simples pedilúvio até ao pedilúvio automático DeLaval AFB 1000, programado de acordo com as necessidades de enchimento, doseamento do produto e envasamento para renovação.
BEBEDOUROS
O leite é constituído por quase 90% de água e as vacas gostam de beber com rapidez – até 25 litros de água por minuto. As vacas de alta produção precisam de beber mais de
Um sistema eficiente de gestão dos estrumes melhora a higiene da ordenha, a saúde do rebanho e o ambiente no estábulo, ao reduzir os níveis de dióxido de carbono e amoníaco, que têm um forte impacto na saúde dos cascos e no controlo das moscas. Preserva também os níveis de fertilização, para além de respeitar o ambiente. O critério de selecção do sistema depende do número de vacas, tipo de estábulo, número de corredores e comprimento dos mesmos, tipo de cama, tipo de processamento do estrume, rotinas de lavagem, tipo de pavimentos e condições onde a exploração está inserida. Os custos laborais para uma limpeza eficaz e o baixo consumo em energia e manutenção são importantes para a tomada de decisão. Os diferentes sistemas de remoção são aplicados em função de cada tipo de estrume; temos o chorume até 10% MS (tipo sopa); o semissólido entre 10 e 20% MS (por vezes com areia) e o estrume sólido com mais de 20%MS (com muita palha). A DeLaval tem diferentes modelos adaptados para pavimentos com borracha, vigotas com lâminas direitas ou em V para camas com palha. A Onda de Água pode também ser uma solução para
Um clima confortável relaxa os animais. A vaca precisa constantemente de ar fresco e limpo para atingir o potencial de produção. A necessidade de renovação do ar depende de vários factores, incluindo as condições do ar exterior, a temperatura e humidade e a quantidade e densidade de animais. A gama de ventiladores DeLaval mecânicos tem uma alta eficiência na ventilação forçada e cortinas para tirar partido da ventilação natural. O Índice de Temperatura e Humidade no estábulo não deve exceder o nível 68, para evitar o stress pelo calor. Este combate-se começando pelo conforto da vaca, facilitandolhe o acesso a água fresca e limpa e arejando a zona da manjedoura. A segunda prioridade vai para a ventilação no estábulo em geral e na sala de ordenha.
ILUMINAÇÃO
Aumentar os níveis de luminosidade no estábulo faz parte das boas práticas da gestão. Melhora-se o conforto animal, a produtividade e a saúde do rebanho no geral, pelo sim-
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EQUIPAMENTOS ples ligar dum interruptor. Períodos mais longos de luminosidade têm influência directa na produção de leite e na fertilidade. Com as lâmpadas FL 250F e FL400F DeLaval conseguem-se períodos de 16 horas de luz com 180 lux de luminosidade e 8 horas de penumbra, nas 24 horas do dia.
ESCOVA
A escova estimula a circulação do sangue e o bem-estar da vaca. Um estudo recente da Universidade Cornell nos USA, mostra que as vacas em lactação que usam a Escova DeLaval Swinging SCB registaram um aumento na produção de leite e menos casos de mamites clínicas. Também se verificou que a escova funciona perto de 24 horas por dia, sendo a escovadela de 55% em volta na cabeça, 37% na região traseira e 8% em volta do pescoço.
PROTEÇÃO DE SUPERFÍCIES
Zonas de muito tráfego criam grande desgaste em determinadas superfícies, em diferentes pontos do estábulo. A DeLaval tem vários produtos para estas situações, como a pintura epóxi que, combinada com areia de quartzo alia a robustez ao efeito anti-derrapante; a cobertura da manjedoura FTC, extremamente resistente, reduz os germes e bactérias e facilita muito a limpeza; os pai-
néis de parede WPP criam uma excelente atmosfera e são muito higiénicos.
TRÁFEGO
Planear o tráfego das vacas é uma parte importante no desenho duma vacaria. Este deve ser simples e fácil para acelerar o fluxo dos animais principalmente no acesso à sala de ordenha. Deve-se ter presente que a produção excessiva de adrenalina na vaca corta o efeito da oxitocina na resposta à descida do leite.
New Holland BigBaler premiada pela segurança A enfardadeira BigBaler da New Holland foi premiada com medalha de prata no SIMA de Paris pelos seus avançados sistemas de segurança. No que respeita à segurança, a BigBaler integra um sistema de segurança único, de forma que a proteção frontal apenas possa ser aberta quando a enfardadeira estiver totalmente estacionária: quando a TDF tiver sido desativada e quando o travão do volante de inércia tiver sido engatado. A abertura das portas laterais é assegurada por potentes amortecedores pneumáticos, que também suportam as proteções laterais quando abertas. A segurança do operador foi melhorada, pois não há acesso a componentes móveis
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através das caixas de dentes. Indicada para as operações de enfardamento profissional, a BigBaler é capaz de produzir até 110 fardos/hora. Está equipada com o sistema de recolha MaxiSweep™ que assegura um aumento de capacidade de até 20%. A densidade dos fardos foi beneficiada em até 5% graças à câmara de pré-compressão melhorada que usufrui da tecnologia avançada SmartFill™, com sensores. Soluções PLM™ avançadas como a tecnologia de pesagem de fardos em andamento ActiveWeigh™, podem ser registadas em conjunto com o teor de humidade, data e hora, e a localização GPS do fardo, para criar dados de mapeamento precisos da produção
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Guiar cada vaca para onde queremos e manter os grupos separados é uma tarefa muito importante: Porta Separadora DSG DeLaval: o sistema de Gestão do Rebanho DeLaval controla de forma automática cinco direcções diferentes de separação; Porta Selectora Inteligente SSG DeLaval: permite gerir o tráfego das vacas em tempo real, directamente pelo software de gestão do
Robot de Ordenha VMS. Criadas as regras, as vacas são ordenhadas ou vão para a zona de descanso, conforme têm ou não permissão de ordenha, ou são separadas para observar – cascos, inseminação.
e do campo, para que os fatores de produção possam ser afinados no sentido de aumentar a produtividade e a rentabilidade em épocas subsequentes.
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CONHEÇA A LEI
ARRENDAMENTO RURAL
Continuação da edição anterior
Drª Sofia Peixoto de Menezes, Advogada Estagiária
www.fladvoga.com
Como o prometido é devido, voltamos ao arrendamento rural.
Dando seguimento ao artigo anterior, vamos abordar em primeiro lugar o subarrendamento, isto é, a cedência temporária pelo Inquilino de parte ou a totalidade do prédio arrendado a troco do pagamento de uma renda. Conforme já anteriormente tínhamos referido, o novo regime do arrendamento rural proíbe o subarrendamento, a cedência por empréstimo ou qualquer outro tipo de cedência a terceiros, ainda que parcial, dos prédios arrendados. O novo regime do arrendamento rural proíbe também a cedência a terceiros da posição contratual do arrendatário. Tais atos só são permitidos se existir acordo expresso do Senhorio para o efeito, acordo que poderá ser dado caso a caso ou constar do contrato de arrendamento. Aos subarrendamentos autorizados pelo Senhorio aplica-se, com as devidas adaptações, o disposto no diploma que temos vindo a analisar, o Decreto-lei nº 294/2009, de 13 de Outubro.
Posto isto, parece-nos ser de grande interesse dar uma perspetiva geral sobre o regime da renda ora estabelecido. Como já vinha sendo hábito, a renda é paga anualmente e em dinheiro. Cumpre esclarecer que no âmbito dos contratos de arrendamento florestal, as partes podem acordar a fixação de uma parte da renda variável em função da produtividade do prédio. O pagamento da renda deve ser efetuado até ao último dia do ano a que respeita, a não ser que outro prazo tenha sido acordado com o Senhorio. Este pagamento deverá ser feito no domicilio do Senhorio, tratando-se de pessoa singular ou na sede social, no caso deste ser uma sociedade sendo relevante, para estes efeitos, não as moradas constantes do contrato mas sim as que efetivamente se verifiquem na data em que a renda deve ser paga. Se a renda não for paga na data do respetivo venci-
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mento, o arrendatário entra em mora. Perante a mora do arrendatário várias situações podem ocorrer: a) O senhorio pode resolver o contrato com base na falta de pagamento ou b) Exigir, além do pagamento da renda ou rendas em atraso, uma indemnização igual a 50% do valor que lhe seja devido. Todavia, o Senhorio não poderá resolver o contrato nem exigir a indemnização se o arrendatário pagar as rendas em atraso no prazo 60 dias a contar do inico da mora. Enquanto as rendas em atraso e a indemnização dos 50% não forem pagas, o Senhorio pode recursar o recebimento das rendas seguintes, que entram também em mora. Se o Inquilino pretender pagar as rendas em atraso e a indemnização dos 50%, e o Senhorio não quiser receber tais montantes, poderá recorrer à consignação em depósito, isto é, poderá proceder ao depósito de tais montantes numa agência de qualquer instituição de crédito, utilizando documento próprio para o efeito. O Inquilino que procedeu e este depósito deve comunicálo por escrito ao senhorio. Decorridos 6 meses sobre o início da mora, o Senhorio poderá pôr fim ao contrato de arrendamento mesmo que o Inquilino pretenda manter o contrato. A renda pode ser anualmente atualizada utilizando-se para o efeito coeficiente que é publicado em diário da Republica até ao dia 30 de cada ano. Igualmente, quando o Senhorio realiza no prédio arrendado e durante o período fixado no contrato, obras de beneficiação com o acordo expresso do Inquilino, pode ser convencionada, por iniciativa do Senhorio, uma alteração à renda. Esta alteração à renda precisa também do acordo expresso do Inquilino. Por outro lado, a realização de obras de recuperação não confere ao Senhorio o direito de alterar a renda nos termos ora expostos. Convém não esquecer que este último aumento pode ser cumulado com a atualização anual que se verificar.
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CONHEÇA A LEI Para além das situações descritas, a renda pode ainda ser alterada por ocorrência de circunstâncias imprevistas e anormais, isto é, quando no prédio rústico arrendado e no período fixado no contrato, se verifiquem alterações com impacto significativo na normal e regular capacidade produtiva do prédio, caso em que pode ser acordado por iniciativa quer do Senhorio quer do Inquilino uma alteração temporária ou definitiva da renda. Chama-se a atenção para o facto de tais circunstâncias imprevisíveis e anormais deverem ser alheias à vontade do Inquilino. No caso do arrendamento florestal e das culturas agrícolas permanentes, a Lei considera como impacto significativo a perda de, pelo menos, 1/3 das plantações das culturas permanentes ou da plantação florestal explorada no prédio. O Senhorio e o Inquilino são obrigados a permitir e a facilitar a realização de ações de conservação ou recuperação do prédio arrendado assim como as benfeitorias que a outra parte deva ou pretenda fazer tendo em vista garantir a boa utilização do prédio e numa perspetiva de melhorar as condições de produção e produtividade deste. Estas ações devem ser realizadas sempre que possível durante o período do ano que menos inconvenientes cause ao Inquilino, isto claro, se não forem urgentes. Por outro lado, o Inquilino está obrigado a conservar e, no fim do contrato, a restituir o prédio no estado em que o recebeu. Caso assim não aconteça, o Inquilino poderá ter de indemnizar o Senhorio. No caso particular do arrendamento florestal para efeitos de exploração de espécies em talhadia, no fim do contrato, o Inquilino, é obrigado a destruir ou remover as toiças ou cepos, salvo se tiver acordado o contrário. Se findo o contrato não for elaborado documento pelo Senhorio e pelo Inquilino, no qual descrevam o estado em que o prédio é entregue, presume-se que o prédio foi entregue pelo Inquilino em bom estado de conservação.
O arrendamento não caduca por morte do senhorio nem pela transmissão do prédio. Também não caduca pela morte do arrendatário, no caso de pessoas singulares, nem por extinção, no caso de pessoas coletivas. Com efeito, tratando-se de pessoas singulares o arrendamento transmite-se ao cônjuge sobrevivo ou aquele que no momento da morte do Inquilino com ele vivia em união de facto há mais de dois anos. Mais se transmite a parentes ou afins na linha reta que viviam com o Inquilino em comunhão de mesa e habitação ou em economia comum, há mais de um ano consecutivo. No caso de pessoas coletivas, o arrendamento transmite-se para a entidade para a qual, de acordo com a legislação aplicável, devem ser transmitidos os direitos e obrigações da entidade extinta. No caso do contrato de arrendamento cessar por causa que não seja imputável ao Inquilino, este fica com o direito de preferir nos contratos de arrendamento que se celebrarem nos cinco anos seguintes. Já no caso de venda do prédio arrendado, e desde que o contrato vigore há mais do que três anos, o arrendatário tem direito de preferência na transmissão, devendo, em ambos os casos, ser notificado pelo Senhorio para o efeito. O arrendamento rural cessa, entre outras causas, por: a) Acordo entre as partes; b) Resolução c) Caducidade d) Oposição à renovação e e) Denúncia. Nos casos de cessação referidos, a restituição do prédio só pode ser exigida no fim do ano agrícola em que se tenham verificado os factos que determinaram a cessão do contrato, com exceção dos prédios arrendados para fins de exploração florestal.
O regime do arrendamento rural é extenso e complexo pelo que a nossa preocupação foi a de dar uma perspetiva geral das normas nele contidas, o que não dispensa a consulta da Lei e a análise cuidada de todos os casos concretos. x
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FEIRAS
Beba Leite!
"O leite e os seus derivados são alimentos fundamentais numa alimentação saudável. Nós, mulheres, que temos uma maior tendência para vir a sofrer de osteoporose , doença que se caracteriza por uma fragilização e perda de massa óssea por falta de cálcio, devemos beber leite todos os dias para conseguirmos uma reserva deste mineral e mais tarde evitarmos a incidência desta doença. Cada adulto deve ingerir uma quantidade de leite equivalente a três copos, para fazer face às necessidades diárias de cálcio. Eu costumo beber 1 copo de leite por dia e comer dois iogurtes. Como também faço exercício físico espero, um dia mais tarde, daqui a muitos anos, quando o meu organismo começar a sentir uma redução de estrogénios, estar protegida contra essa doença que tanto afecta a população feminina." “Catarina Pereira, modelo RuminArte”
Não deixe de visitar... 21 A 24 DE FEVEREIRO
24 A 28 DE FEVEREIRO
TIER & TECHNIK (St. Gall - Suíça)
SIMA/SIMAGENA (Paris – França)
FIMA GANADERA (Saragoça - Espanha)
http://www.tierundtechnik.ch
www.simaonline.com
www.feriazaragoza.es
A 3ª edição do Tier&Technik, Exposição Internacional de pecuária, produção agrícola, culturas especiais e máquinas agrícolas, apresenta em St Gall, na Suíça, as principais inovações do mundo agrícola e pecuário. Entre os destaques desta feira estão as exposições e apresentações de gado de alta qualidade que, a cada ano desperta o entusiasmo do público. O ênfase é no entanto colocado na criação e manutenção de gado leiteiro. As exposições de animais reúnem um amplo painel de mais de 400 expositores.
O SIMA, consagrada feira mundial de agricultura e pecuária, realizará a sua 75ª edição, uma vez mais este ano no Parque de Exposições de Paris, Nord Villepinte. O SIMA é uma feira de referência, com 1300 expositores e 1550 marcas e cerca de 210.000 visitantes dos quais 25 por cento estrangeiros. O SIMAGENA, feira internacional para a reprodução bovina, decorre ao mesmo tempo que o SIMA. Nesta exposição estão presentes 300 criadores de raças selecionadas e produtores, e uma mostra de cerca de 400 animais (50% vacas de leite e 50% vacas de carne).
19 A 22 DE MARÇO
Na Feira Internacional para a Produção Animal - FIGAN - o produtor profissional encontrará as mais recentes soluções para o melhor desenvolvimento da sua atividade pecuária. O crescente sucesso demonstrado ao longo das edições anteriores, juntamente com a promoção e o ambiente acolhedor de Saragoça, tornam-na um ponto de encontro indispensável na agenda dos produtores profissionais.
23 DE FEVEREIRO A 3 DE MARÇO
29 DE ABRIL A 3 DE MAIO
AGRISHOW (Ribeirão Preto - Brasil)
A Agrishow realiza a sua 20ª edição de 29 de abril a 3 de maio do próximo ano. Em 2012, esta enorme exposição do mundo agrário teve 150 mil visitantes provenientes de 18 países, durante os 5 dias da sua realização. Outros números apurados da edição de 2012: cerca de 50% do público visitante é decisor final de compra; 76% dos visitantes participam do processo de compras: agricultores, produtores de gado, agroindustriais, estudantes, industriais e empresários do setor; a exposição teve 440 mil m² de área e 708 expositores. www.agrishow.com.br
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SALÃO INTERNACIONAL AGRICULTURA (Paris – França)
Nos últimos 50 anos, a Feira Internacional Agrícola de Paris tem sido o ponto de encontro anual para os players-chave no mundo da agricultura. É considerado como um dos principais eventos do setor, não só em França, mas em todo o mundo. Atualmente atrai 1.300 expositores de 22 países, e apresenta mais de 4.000 animais em exposição. O evento Em 2012, este show foi visitado por mais de 650 mil visitantes. Em 2013, o SIA comemorará o seu 50 º aniversário com o tema "A agricultura no coração". http://www.salon-agriculture.com
Ruminantes • janeiro | fevereiro | março • 2013
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