Ruportagem1

Page 1

ISSN 108/2015

Novembro 2015 | Edição nº1 | Distribuição Digital e Gratuita

O tribunal é o réu as questões do divórcio

Entrevista com Catarina Gomes


PUBLICITE AQUI Email: rup@anep.pt


ÍNDICE

4 Ficha técnica 5 Agenda 6 Como vemos a psicologia 8 Queres fazer a diferença? Então voluntaria-te 10 Entrevista com Catarina Gomes 14 Livros que um psicólogo deve ter na estante 18 O tribunal é o Réu- as questões do divórcio 20 Doutoramento um percurso singular 24 Psicologia na sétima arte 28 Pais: cada ser é único e inigualável!

5


FICHA TÉCNICA

Adriana Bugalho

Catarina Fernandes

Jéssica Rolho

Maria João Fangaia

Maria Mendes

Nadine Amaro

Pedro Taborda

Tiago A. G. Fonseca

Nota Editorial Caros leitores, Começa agora um novo ano lectivo que será, certamente, repleto de aprendizagens e vivências inesquecíveis. Enquanto estudantes, sabemos o quanto a vida académica influencia o nosso futuro, a nossa forma de estar e a forma como vemos o mundo. Por essa razão, partilhamos convosco alguns dos temas que nos despertam a atenção, opiniões, e paixões. Convido-vos a “desfolhar” e a descobrir o que a RUPortagem tem para vós. Esta revista é de e para estudantes, mas também para todos os amantes da Psicologia.

Qualquer sugestão pode ser enviada para : editorial.rup@gmail.com Editora, Nádia Costa Coordenador de Design, Ruben Alves Designer, Nádia Carvalho Revisora, Sofia Costa

/// ISSN: 108/2015///Interdita a reprodução parcial ou total dos textos, fotografias ou ilustrações sobre quaisquer meios e para quaisquer fins sem previa autorização escrita da Administração da RUP/ANEP//// Editora: Nádia Costa ///// Administrador: Marco Fernandes ///// Director da Comissão de Revisão Cientifica: João Mena ///// Periodicidade: Trimestral ///// Produção: Organismo Autónomo Revista Universitária de Psicologia da Associação Nacional de Estudantes de Psicologia ///// Propriedade: Associação Nacional de Estudantes de Psicologia – ANEP ////// Associação Nacional de Estudantes de Psicologia - ANEP ///// Faculdade de Psicologia //////////Alameda da Universidade ///// 1649-013 Lisboa ///// Portugal /////// Revista Universitária de Psicologia da Associação Nacional de Estudantes de Psicologia - RUP/ANEP ///// 3000

4


AGENDA

Data

Tema

Local

4 e 5 de Novembro

2º Congresso Nacional Conversas de Psicologia / 1º Conferência Internacional de Envelhecimento Activo

Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra

17 a 21 de Novembro

IIII Congresso Internacional do CINEICC/III Congresso Nacional da APTC

Polo II da Universidade de Coimbra

19 de Novembro

Colóquio Anual Appsi 2015| Corpo, Gesto e Sonho: em redor da Psicossomatica Relacional

Escola Superior de Educação de Lisboa

4 de Dezembro

XIII Encontro Luso-Brasileiro e XV Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo

Fundação Cidade de Lisboa – nº 380 no Campo Grande

11 de Dezembro

Conferência Europeia da Psicologia Clínica e da Saúde: Melhoria do Acesso e Inovação em Psicologia Clínica e da Saúde: E-Saúde, Literacia em Saúde e Custo-efectividade (Semestre Europeu)

Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa

18 de Dezembro

Conferência Europeia da Psicogerontologia (Semestre Europeu)

Informações sobre o local brevemente

5


COMO VEMOS A

PSICOLOGIA Nadine Amaro

”Psicologia, um curso tão interessante!”

“Psicologia, um curso tão interessante”! Escolhi começar este texto de uma maneira positiva, mas as opiniões face à Psicologia, tal como relativamente a qualquer outro assunto passível de discussão, divergem. E ainda bem que assim o é, pois isso torna o debate acerca da importância da valência psicológica na sociedade como um tema não estanque e em constante renovação. Psicologia entra facilmente nas conversas de quotidiano que vamos tendo com os nossos amigos e família, motivadas por resultados de estudos acerca da produtividade nas empresas ou pela felicidade que vemos nas notícias dos

6

telejornais, ou nos jornais gratuitos distribuídos nos transportes públicos. Dado que se tratam de investigações, as conversas acerca dos assuntos relativos ao estudo da mente e do comportamento podem também tornar-se mais científicas. Esta é assim uma área que transporta amores e ódios, em que alguns vêem muita utilidade e outros nem por isso. Porque e como até eu própria costumo dizer “de médico, de louco e de psicólogo todos temos um pouco!”. E foi com estas ideias de base, decorridas da minha experiência ao dialogar com inúmeras pessoas de várias idades, estratos sociais, níveis de educação e vivências que parti para


mini-entrevistas, para saber a forma como os portugueses vêem a Psicologia. Será que estes estereótipos que fui construindo acerca das visões das pessoas acerca do (nosso) curso se confirmam? Será que as pessoas estão a “ver bem” a Psicologia ou precisam de óculos? Tentei diversificar as pessoas que se voluntariaram a dar a sua opinião relativamente ao que os psicólogos fazem. Para isso falei com colegas do curso de Psicologia, amigos do curso de Medicina e Direito, uma vizinha que já teve acompanhamento psiquiátrico e psicológico e curiosamente (juntando o útil ao agradável) uma senhora que falou comigo acerca da importância da Psicologia para si, quando me viu a folhear um livro acerca de Psicoterapia no comboio. Ressalve-se que nenhuma das pessoas (cujos nomes são fictícios para manter a confidencialidade) aparentou conhecer a existências de outros ramos da Psicologia, para além da Clínica. Começando pelos estudantes de outros cursos, “João”, de Direito e “Carlos”, de Medicina, ambos têm unidades curriculares de Psicologia aplicadas às suas áreas e consideram-nas interessantes, tendo sempre ficado entusiasmados em saber mais. “João” partilha o ideal de que todos somos um pouco psicólogos: “No meu curso, também temos de ser um pouco psicólogos para saber lidar com os clientes e os casos que nos aparecem. E as nossas áreas acabam por conjugar-se bastante. Bom era existirem mais psicólogos no sistema judicial e prisões, fazem lá falta”. “Carlos” também refere esta união da Medicina com a Psicologia: “As pessoas dizem que o curso de Medicina é difícil e sim é, mas o vosso não é menos! É difícil, é útil e só é pena que pela contenção de custos do país, vocês não tenham a quantidade de postos de trabalho que merecem… A vossa profissão é um enorme acto de generosidade! Penso que me faria mais impressão ter de ouvir tantos problemas o dia todo, do que ter de ver cortes”. Os vários colegas de Psicologia salientam de um modo geral, o processo de auto-conhecimento que o curso proporciona e que é essencial para a exploração do outro. Querem sair da faculdade e fazer a diferença, provar o seu valor individual e da categoria “Psicologia” em Portugal. Pretendem demonstrar que Portugal poderia ser um país melhor a todos os níveis se soubesse utilizar as competências que tem ao nível da saúde mental (afinal, somos o país da Europa com maior número de psicólogos) para melhoria do bem-estar e consequentemente produtividade.

“Querem sair da faculdade e fazer a diferença, provar o seu valor individual e da categoria “Psicologia” em Portugal.”

“Maria”, minha vizinha, já sofreu de vários episódios depressivos, desde que era jovem. Começou por recorrer a psiquiatras que diz: “−Encharcavam-me em comprimidos. Os meus maus sentimentos só passavam quando estava sob o efeito deles, porque me metiam a dormir e aí o problema não existia. Mas existia. Foi quando estava quase a desistir de mim que li sobre psicólogos numa revista e decidi recorrer a um. E foi ele que me fez não desistir. Afinal as palavras têm poder e foram elas que me ajudaram. Percebi aquilo que tinha de perceber em mim. E ainda hoje me surpreendo, continuo em terapia e sinto-me melhor. Reduzi a toma de comprimidos”. A senhora que encontrei no comboio “Alice” menciona ter tido um problema familiar que lhe deu vontade de, literalmente, fugir do país. Foi ao falar com o seu médico de família, que este a direcionou para um psicólogo que assumiu: “Aquele homem foi a minha salvação, recomendo-o a toda a gente. Só é pena que vocês quase não tenham emprego, isto em Portugal a crise está muito má…É uma pena, fazem tanta tanta falta!”. Perante estas perspectivas, denota-se que transversalmente, a população está mais consciencializada do papel e benefícios da Psicologia. No entanto, um longo caminho ainda tem de ser percorrido para “limpar as lentes” ou “aumentar a graduação dos óculos” de muitas pessoas, sendo este o trabalho de cada um de nós, estudantes, profissionais e da RUP!

7


Queres fazer a diferença?

Então voluntaria-te! Jéssica Rolho

A esta altura todos os leitores sabem o que é voluntariado, mas será que sabem quais os direitos e deveres de um voluntário? Será que sabem que podem fazer voluntariado em diversas áreas? Será que sabem as inúmeras capacidades que se podem adquirir ao fazer voluntariado?

Quando se fala em voluntariado, muitas pessoas pensam que o voluntário faz o “trabalho” que outras pessoas não querem fazer sem ser pago. Infelizmente há situações em que isso acontece e assim é importante que todos aqueles que o são, e os que pensam ser voluntários, saibam os seus direitos e deveres. Os voluntários têm o direito a receber apoio e formação, de modo a desempenharem melhor a sua função. Assim como têm o direito a desenvolver um trabalho de acordo com os seus conhecimentos, experiências e motivações, e também consoante aquilo que se candidataram a fazer. Têm direito a ter um ambiente de trabalho favorável e em boas condições de higiene e segurança, assim como participar nas decisões que dizem respeito ao trabalho. Todos os voluntários têm ainda direito à certificação do seu trabalho.

8

Em relação aos deveres do voluntário, alguns deles passam pelo respeito à vida privada e à dignidade das pessoas, nomeadamente convicções ideológicas, religiosas e culturais, guardar sigilo sobre assuntos confidenciais, atuar de forma gratuita e interessada, sem esperar contrapartidas e compensações materiais, e contribuir para o desenvolvimento pessoal e integral do destinatário e também a garantir a regularidade do exercício do trabalho voluntário. O trabalho voluntário pode ser exercido em inúmeros contextos. Existem intuições que fazem um trabalho voluntário bastante diversificado: com crianças, séniores, a nível cultural e do ambiente. E depois para os mais aventureiros existe o voluntariado internacional.


São inúmeras as competências que se podem adquirir ao fazer voluntariado: gestão de tempo e das emoções, comunicação interpessoal, aprende-se ou melhora-se a negociação entre as partes, aumentam-se os comportamentos de cidadania, e promovem-se competências de resolução de conflitos. Aumenta ainda a nossa realização pessoal.

Algumas sugestões de voluntariado: Crianças - Hospital da Bonecada http://hospitaldabonecada.pt/

Cultural - Feira do Livro http://feiradolivrodelisboa.pt/

Séniores - Coração Amarelo http://coracaoamarelo.pt/

Animais - União Zoófila http://www.uniaozoofila.org/

Ambiental - Plantar uma árvore http://www.plantarumaarvore.org/

Internacional - ProAtlântico http://sve.proatlantico.com/ - Rota Jovem http://home.rotajovem.com/

Deixo-vos com uma frase de Fernando Savater sobre o que é ser voluntário: “Tratar as pessoas como pessoas: sermos capazes de nos pormos no lugar dos nossos semelhantes e de relativizar os nossos interesses para os harmonizarmos com os deles”.

A minha experiência como voluntária: Desde que entrei para a faculdade, comecei a fazer voluntariado. Participei em inúmeros projetos desde trabalho com crianças e seniores, até a voluntariado ambiental. Em julho de 2015 parti para uma grande aventura, o meu primeiro SVE (Serviço de Voluntariado Europeu). O destino: Polónia. Durante 1 mês e meio, estive numa cidade que não era a minha e onde não sabia comunicar com as pessoas. Mas aprendi. O meu polaco não é perfeito, mas dá para “desenrascar”. Mas o mais importante nem foram as mil e uma coisas que aprendi e visitei, mas sim o sorriso das crianças com quem trabalhei, que me fizeram sentir tão realizada como nunca antes me sentira.

Cultural - Feira do Livro http://feiradolivrodelisboa.pt/ Animais - União Zoófila http://www.uniaozoofila.org/ Internacional - ProAtlântico http://sve.proatlantico.com/ - Rota Jovem http://home.rotajovem.com/

9


ENTREVISTA COM CATARINA GOMES Maria Mendes

CATARINA GOMES PhD in Human Resources Management and Development

A questão inevitável, porquê Psicologia? Sinceramente, porque no 12º ano pareceu-me a opção mais indicada. Ajudou à escolha o facto de achar piada a tentar compreender o comportamento humano. Para além disto, a biologia e a química não despertavam em mim o interesse que a psicologia despertava. Então ao fim ao cabo porque não?

10

Como foi o processo de adaptação à cidade de Lisboa? Bem…esse já foi um desafio maior. Ao princípio não foi fácil, não tinha muitos amigos cá e, a família longe só contribuía para um aumento na saudade. Como aluna deslocada o maior desafio foi mesmo fazer amigos novos. Contudo, com o passar do tempo fui percebendo que eram muitos os que se encontravam numa posição semelhante à minha. O que ajudou para que eu pudesse conhecer e adaptar-me a Lisboa com o seu devido encanto. Efetivamente são alguns desses que ainda hoje em dia se mantêm como pilares emocionais e de amizade em Lisboa.


Na altura em que ingressou no ensino superior quais eram as suas expetativas face ao curso e face à vida de estudante universitária? Francamente? No primeiro ano, acho que estava tão assustada com tudo o que iria encontrar que as expectativas eram apenas de que corresse minimamente bem, tanto ao nível do curso como pessoal. Ou seja passar às cadeiras e esperar pelo Natal e a Páscoa para o regresso a casa. No entanto, com o passar do tempo (2º e 3º ano) foram-se criando mais expectativas tanto a nível do curso como pessoal. A adaptação contribuía para isto. Por um lado, que média pretendia atingir e o que teria que fazer para a atingir e, por outro lado, conhecer ao máximo Lisboa e “arredores”.

“o facto de querer resolver o puzzle que comecei falou sempre mais alto do que algum momento de dúvida que tive”

Como surgiu a investigação na sua vida? A investigação surgiu no 4º ano de faculdade quando resolvi inscrever-me num workshop sobre criatividade. Nessa altura, a Professora Doutora Sara Bahia desafiou-me a mim e outras duas colegas para desenvolvermos um jogo cooperativo para sobredotados. Com esta ideia surgiu o meu primeiro artigo. Contudo, os grandes responsáveis por catalisarem o bichinho da investigação em mim foram os meus professores de mestrado, nomeadamente a Professora Doutora Alexandra Marques Pinto e o Professor Doutor Luís Curral. A partir daí a decisão de seguir para doutoramento tornou-se mais clara.

Quais as competências hard e soft exigidas a quem quer seguir uma carreira de investigação? Soft diria resiliência. Hard diria que capacidade para munir-se de todos os recursos essenciais que permitam responder à pergunta colocada. Nomeadamente, workshops, cursos de formação intensiva, investimento em materiais e, assegurar o investimento em instrumentos e softwares necessários para auxiliar a análise de dados bem como a realização de alguns estudos.

Há relativamente pouco tempo concluiu o seu doutoramento. Durante esse percurso, nunca se arrependeu da sua decisão? Arrepender não diria mas pensar muitas vezes em desistir sim. O doutoramento tem por base o desenvolvimento de um projeto pessoal e por vezes nem todas as respostas que obtemos são efetivamente aquelas que esperávamos que responderiam ao nosso problema de investigação. Obriga-nos a munir-nos dos recursos e competências que nos possibilitarão dar a melhor resposta ao problema. Por vezes, o caminho é tumultuoso e pensamos mesmo várias vezes se vamos conseguir. Atrevo-me a falar no plural pois sei que não sou a única a pensar assim. Contudo, acho que o facto de querer resolver o puzzle que comecei falou sempre mais alto do que algum momento de dúvida que tive. Para além disto ter colegas e amigos que me desafiavam a continuar também foi essencial neste processo.

11


“Não considero que a escolha entre MBA’s, mestrados e pós-graduações se deva fazer pelo facto do estado português investir menos em investigação”

Ser investigador é um emprego como os outros? Pode-nos descrever a sua rotina de trabalho? É um emprego. Sem dúvida dá tanto ou mais trabalho do que os restantes empregos que existem no mundo. Contudo, a devida valorização como tal ainda não lhe é atribuída. Infelizmente diria eu! Neste momento, e considerando o meu envolvimento num dos projetos a serem levados a cabo na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, sob a supervisão do Professor Doutor Luís Curral, a minha rotina define-se de acordo com a fase do projeto. Neste momento, o foco passa pelo término dos artigos correspondentes bem como ao acompanhamento dos alunos de mestrado que desenvolveram as suas teses no âmbito do mesmo projeto. Para além disto, dada a época em que estamos e a preponderância de conferências implica a deslocação às mesmas para apresentação do trabalho desenvolvidos bem como a oportunidade de fazer formações que complementem ainda mais algumas áreas que pretendo desenvolver. Quais as maiores dificuldades que um investigador enfrenta em Portugal? Como muitas outras profissões considero que a maior dificuldade enfrentada é a falta de recursos financeiros. Por consequência esta mesma dificuldade gera um efeito bola de neve que se soma a um outro conjunto de dificuldades.

12

Considerando o investimento cada vez menor que o Estado Português faz na área da investigação, os MBA’s parecem-lhe alternativas válidas para aqueles que querem aumentar as suas competências técnicas? Não considero que a escolha entre MBA’s, mestrados e pós-graduações se deva fazer pelo facto do estado português investir menos em investigação. Aliás porque os três comportam diferenças quanto ao próprio objetivo de formação. É importante perceber que todos têm a sua aplicação. Se se procura uma maior especialização bem como adquirir competência cientifica o mestrado poderá ser uma melhor opção. Por sua vez, um MBA (Master of Business Administration) é um grau acadêmico de pós-graduação destinado a administradores e executivos das áreas de gestão de empresas e gestão de projetos. Para as restantes áreas existem um conjunto de pós-graduações que permitiram a aquisição de conhecimentos aplicáveis às diferentes práticas organizacionais. Acima de tudo a escolha deve prender-se com aquilo que cada um de nós gosta de fazer e, considera essencial para o seu progresso na sua vida ativa.

“a escolha deve prender-se com aquilo que cada um de nós gosta de fazer e, considera essencial para o seu progresso na sua vida ativa”


Enquanto professora e especialista em auto-liderança, o que falta aos jovens dos dias de hoje para serem líderes deles mesmos?

“ARRISCA-SE A SER LÍDER DE SI MESMA? E ESPERO QUE A SUA RESPOSTA SEJA: SIM!”

Terem como objetivo quererem ser líderes do seu próprio percurso. A Auto-Liderança é um processo através do qual os indivíduos, através de competências cognitivas e comportamentais, motivam-se a si próprios para atingirem níveis mais elevados de performance e eficácia (Manz, 1986; Manz & Neck, 1999; Manz & Sims, 2001; Neck & Houghton, 2006). Ocorre quando percebemos uma situação, escolhemos orientar o nosso comportamento de acordo com determinadas acções e padrões, monitorizamos as nossas atividades e cognições por forma a encorajarmos o comportamento desejado, e por fim avaliamos de que forma os nossos comportamentos influenciaram a situação (Stewart, Courtright & Manz 2011). Assim sendo, se quiserem ser “líderes deles mesmos” só têm que estabelece-lo como objetivo. E relativamente àqueles que gerem as instituições e as organizações do nosso país, o que lhes falta? Digo de uma forma geral abertura à mudança e inovação. Faz parte de qualquer ser humano resistir à mudança e inovação. Contudo, é esta mesma que permite gerar conhecimento e novos desafios e novas estabilidades. Ao mesmo tempo que aceitamos a mudança devemo-lo fazer, como diria Einstein, não com o solo objetivo de ser bem-sucedido, mas acima de tudo com o objetivo de acrescentar valor.

Daqui a 5 anos, se nos voltássemos a encontrar, o que gostaria de me contar? Não gostaria de contar, gostaria antes de perguntar: Arriscas-te a ser líder de ti mesma? E espero que a tua e a minha resposta seja: Sim!

13


Livros que um psicólogo deve ter na estante Pedro Taborda

Se para compreender o muro, usando a metáfora acima descrita, temos de derrubar esse mesmo obstáculo, convém que tenhamos as armas polidas e os tijolos à nossa frente bem conhecidos.

A compreensão da mente humana é tarefa hercúlea. É sem dúvida equiparável a desbravar um muro alto, a início com um cinzel e um martelo. A compreensão daquilo que são os caminhos ou os atalhos do que faz a pessoa uma pessoa vê-se muitas vezes dificultada por uma bagagem pesada, concentrada em técnicas fixas e pouco adaptadas. Ler, muitos sabem, alarga essas técnicas e torna mais moldáveis as estratégias para trepar o muro. Se para compreender o muro, usando a metáfora acima descrita, temos de derrubar esse mesmo obstáculo, convém que tenhamos as armas polidas e os tijolos à nossa frente bem conhecidos. Que armas vamos então usar? A resposta parece ser óbvia: munir-nos de ferramentas teóricas validadas, que assegurem

14

uma correcta compreensão da mente humana, do comportamento e das percepções que fazemos. Existir mentalmente, é simultaneamente uma das coisas mais inatas e difíceis. Inato porque essa sensação de existência mental está connosco desde o nascimento (embora sujeita a desenvolver-se) e difícil porque envolve aprender formas de solidificar aprendizagens. Isso leva a que a existência mental seja difícil. Para ser possível ajudar a ultrapassar essa dificuldade, naquilo que é a melhor actuação do psicólogo, é essencial dominar estas técnicas quer pelos livros técnicos, quer pela literatura corrente e comum para conhecer a linguagem dos pacientes que temos à frente.


“dualidade entre existir, enquanto alma vazia, ou o peso de trazer atrás das costas as bagagens e os ensinamentos”

Outra obra importante é a de Milan Kundera, A Insustentável Leveza do Ser. Aqui Kundera aborda outro assunto importante para a compreensão do ser humano, assumido como animal racional no seu sentido mais metafísico: a dualidade entre existir, enquanto alma vazia, ou o peso de trazer atrás das costas as bagagens e os ensinamentos (tão essenciais na altura de quebrar o muro). Locke, filósofo do empirismo, falou-nos, muito antes de Kundera sobre o conceito de tabula rasa, onde se teoriza que nascemos sem ideias inatas. O nosso desenvolvimento advinha, então, do conhecimento empírico que teríamos ao longo do nosso percurso e vida. Podemos, então, se quisermos, dividir os livros essenciais ao (aspirante) a psicólogo em dois grandes grupos: técnicos e romantizados. Se a escolha dos livros técnicos nos abre portas para as ferramentas essenciais que devemos domar, à luz da ciência, os livros romantizados fornecem-nos a possibilidade de desenvolvimento das nossas formas de relacionamento linguístico com o cliente. Tornamos-nos mais ligados. E mais sábios da linguagem favorita de quem nos procura. Além de nos guiar naquilo que é o reflexo literário de quem, como nós, se preocupa em compreender o que se passa dentro dos nossos muros.

Sentir é importante, mas em psicologia saber comunicar é essencial. Foi-me proposto o desafio de enumerar alguns livros que os psicólogos devem ter na estante, subtraindo a essa lista os livros técnicos e mais académicos. Em resposta a esse desafio posso começar por referir o clássico de Oscar Wilde, escritor e dramaturgo nascido em Dublin: O Retrato de Dorian Gray. Nesta obra, Wilde conta a história de um individuo belo, Dorian, que ao longo da sua vida luta pela perfeição e beleza. É-lhe pintado um quadro que reflecte essa mesma beleza que possuí mas que se degenera, à medida que Dorian comete as maiores atrocidades e leviandades. Analisando a obra do ponto de vista da psicologia parece ser natural assumir que Gray nos fala sobre o problema do narcisismo e da busca utópica pela perfeição humana aos olhos dos outros. De facto, Dorian acaba por lutar, não contra o tempo e os outros, mas contra si mesmo. Acaba, por ironia, por se desfigurar e não aperfeiçoar.

“Existir mentalmente, é simultaneamente uma das coisas mais inatas e difíceis.”

15


publicidade em stand by

DOUTORAMENTOS Com curso/Sem curso -

Doutoramentos em Psicologia Doutoramentos em Ciências da Educação Doutoramento em Serviço Social (NOVO) - Programa Interuniversitário em parceria com a Universidade Católica Portuguesa

MESTRADO ERASMUS MUNDUS -

Mestrado em Psicologia do Trabalho, das Organizações e dos Recursos Humanos (Erasmus+ Work, Organizational and Personnel Psychology - WOP-P) - Mestrado em parceria com as Universidades de Valência, Bolonha, Paris V e Barcelona)

Outros Mestrados nas áreas de: Psicologia, Ciências da Educação e Serviço Social

Para mais informações: http://www.uc.pt/fpce dir@fpce.uc.pt


Recrutamento

Departamento de Formação

Comissão de Revisão Científica

Cargo a candidatar-se: Colaborador do departamento de formação

Cargo a candidatar-se: Membro da Comissão de Revisão Científica

Funções: - organizar formações; - reservar as salas; - participar nas reuniões

Funções: - garantir o bom-funcionamento do processo de revisão; - publicação da Revista Universitária de Psicologia

Requisitos: - criativo; - autónomo; - responsável; - possuir motivação para realizar as tarefas que vão ser propostas para o desenvolvimento do departamento de Formação da RUP

Requisitos: - sentido de responsabilidade; - autonomia; - criatividade; - motivação

Contacto: departamentodegestao.rup@gmail.com

Formação SPSS Formação SPSS Formador: Dr. Pedro Belo Santos Sessões:3 sessões | Quarta- Feira (10, 17 e 24 de Fevereiro ’16) | das 18 às 19:45 | Número de vagas: 15 Para mais informações está atento à nossa página de Facebook


O Tribunal é o Réu – as questões do divórcio Daniel Sampaio Catarina Fernandes

No seguimento do artigo de Jéssica Rolho: “Quais os livros que um Psicólogo/Psicóloga deve ter na estante?”, publicado na RUPortagem anterior (número 0), decidi partilhar convosco a opinião sobre a minha mais recente aquisição: O Tribunal é o Réu – as questões do divórcio, de Daniel Sampaio.

O autor, Daniel Sampaio, é psiquiatra, terapeuta familiar, escritor e professor catedrático de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, para além de coordenar a equipa de intervenção com adolescentes em crise no Hospital Santa Maria. Foi um dos responsáveis por introduzir a Terapia Familiar em Portugal, tendo fundado a Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar em 1979. Da extensa lista de obras escritas, destacam-se: Inventem-se novos pais (1994), Tudo o que temos cá dentro (2000), A razão dos avós (2008), Porque sim (2009), Labirinto de Mágoas – as crises do casamento (2012), entre outros.

18

Infelizmente o livro de que vos venho falar hoje não teve tanto sucesso como outros do mesmo autor. Escrevo “infelizmente” porque é importante alertar o público, todos nós, para estas temáticas e para as práticas menos recomendáveis dos tribunais quando lidam com casais em ruptura. Para além de todas as dificuldades e amarguras que o processo de separação acarreta, a família é ainda exposta ao escrutínio dos tribunais. Com este livro, apercebemo-nos que “o superior interesse da criança” muitas vezes é apenas o que o tribunal julga ser o maior interesse dela, sem a ouvir.


“além de todas as dificuldades e amarguras que o processo de separação acarreta, a família é ainda exposta ao escrutínio dos tribunais”

O livro prima também pela originalidade. Encontra-se dividido em duas partes: a primeira referente ao processo judicial, nomeadamente o ambiente em tribunal, as decisões tomadas, o papel de cada profissional (advogados, juízos, procuradores) e as questões que envolvem crianças. Quanto à segunda parte, conta a história de amor do casal até ao divórcio traumático. O seguinte excerto é “proferido” por Tomás, o pai que se viu privado da companhia do filho: “Os tribunais de família deveriam centrar todas as suas acções no princípio fundamental de manter a relação das crianças com os dois pais (…). Nunca vi essa preocupação no julgamento, o que ressaltava era saber qual dos pais “merecia” mais estar com o filho (…) sem cuidar das feridas que causariam na criança.” A história não acaba em “felizes para sempre”, como já puderam comprovar, mas espero que isso não vos desencoraje à leitura. É um tema actual, real, bem descrito e escrito; com uma dose de realidade que nos faz acordar. Talvez da próxima vez que nos depararmos com situações semelhantes às do livro, estejamos mais atentos para intervir e ajudar como psicólogos ou futuros psicólogos, mas principalmente como pessoas, que isso todos nós somos, embora por vezes nos esqueçamos.

19


Doutoramento um percurso singular Tiago A.G. Fonseca

Este texto mostra um pouco a minha experiência, limada com a minha perspectiva das dificuldades e motivações que me levam a realizar, todos os dias, o meu Doutoramento em Psicologia Clínica

É objectivo deste artigo dar a conhecer um pouco da experiência de realizar um Doutoramento. Todas as experiências de 3ºCiclo de estudos – Doutoramento – são altamente idiossincráticas, não havendo descrições idênticas das mesmas. O ponto de partida é diferente para cada estudante, o seu projecto é um plano traçado por si, as investigações assumem formas muito diferentes, com conclusões distintas e trabalhos muito afastados de outros projectos de doutoramento, inclusivé os da mesma área. Este texto mostra um pouco a minha experiência, limada com a minha perspectiva das dificuldades e motivações que me levam a realizar, todos os dias, o meu Doutoramento em Psicologia Clínica.

20

Terminei o meu Mestrado Integrado em Psicologia, com especialização em Psicologia Clínica, em 2011. A par do estágio, a minha Dissertação de Mestrado foi o trabalho mais completo e que maior gozo me deu na minha vida de estudante e profissional, tanto na altura do seu desenvolvimento e realização como o que dele veio em sequência, com as possibilidades, nacionais e internacionais, de apresentar a minha investigação e o seu resultado. Percebi nessa altura que fazer investigação em Psicologia era algo que não queria deixar, fosse pela investigação de novas formas de Psicologia, ou pela alavanca para o mundo académico. Por isto, foi fácil tomar a decisão de avançar para um Doutoramento.


Aqui tem início a onda burocrática, bem como as escolhas a fazer para se avançar no Doutoramento (chamo a atenção para o facto de cada Instituição de Ensino Superior ter um regulamento próprio para o 3ºCiclo de estudos – Doutoramento, podendo a descrição que faço não ser correspondente à de quem lê este artigo). A primeira variável a perceber é a diferença de valores entre a propina e os emolumentos necessários para o ingresso e manutenção num Doutoramento. Comparado à Licenciatura e Mestrado / Mestrado Integrado, o Doutoramento mostra-se mais caro, prometendo um maior investimento por parte do estudante. De forma inevitável, e por conta destes valores, deve ser feita uma avaliação prévia relativa ao ingresso e continuidade em Doutoramento. Surge aqui, também, a primeira escolha: realizar a candidatura a uma das poucas Bolsas de Estudo para Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Esta é uma candidatura que

“exclusividade ao doutoramento será a de maior limitação, pois o estudante não poderá obter outro rendimento que não o proveniente da bolsa.”

“este trabalho é utilizado quase na sua totalidade para o 1ºano do Doutoramento.”

acarreta muito trabalho do candidato, que tem de realizar um projecto de Doutoramento muito completo, com grande pesquisa e com várias referências, esclarecendo a importância do que pretende fazer, como o irá fazer, que meios irá utilizar, quem irá abordar, que resultados prevê ter e que benefícios trarão esses resultados para a Psicologia – neste caso. De certa forma, este trabalho é utilizado quase na sua totalidade para o 1ºano do Doutoramento, que explicarei mais à frente. A FCT, além deste projecto, avalia também, da mesma forma, o currículo do candidato, a instituição de ensino superior que acolhe este doutoramento, avaliando se esta é conceituada em termos da investigação científica que pratica e, avalia, também, o orientador de doutoramento quanto às suas publicações científicas. No final destes pontos, desde a realização do dito projecto, à submissão da candidatura à FCT, até à saída dos resultados da mesma, passa um ano. Durante todo o tempo, o estudante tem de lidar com a - fraca - motivação de ser um entre algumas centenas a concorrer para, mais ou menos, cinco bolsas.

21


Existem também alguns pontos a cumprir por parte do estudante, caso ganhe uma das bolsas. A exclusividade ao doutoramento será a de maior limitação, pois o estudante não poderá obter outro rendimento que não o proveniente da bolsa. Além disso, são exigidos relatórios trimestrais para que seja acompanhado todo o processo de realização do doutoramento, entre outros documentos solicitados pela FCT ao longo dos estudos.

No meu caso, fiz todo o processo, passei todos os passos da candidatura, mas no final, não fui um dos escolhidos para realizar o meu doutoramento com bolsa de estudos da FCT. Decidi prosseguir na mesma. Esta minha candidatura foi realizada durante o meu primeiro ano de doutoramento, altura onde já estava a realizar o meu projecto. Na minha instituição deram-me duas opções de doutoramento. Ou optava por um programa de doutoramento, onde o 1ºano do mesmo corresponde a um ano lectivo, com aulas específicas e orientadas para a minha especialidade de doutoramento, que servem para o estudante desenvolver a sua ideia e criar o seu Projecto de Doutoramento, bem como convidar um professor para seu orientador. A outra opção, a que eu escolhi, é o Doutoramento Individual, que é opção quando já temos tema a desenvolver e orientador a acompanhar-nos. O 1ºano é, de igual forma, para desenvolver o projecto que, à semelhança da Dissertação de Mestrado, deve ser defendido, no sentido de mostrar ao jurí – representantes da comunidade científica da instituição de ensino que nos acolhe – que o que pretendemos estudar tem validade científica. É na realização deste projecto de doutoramento que o trabalho realizado na candidatura à FCT se mostrou proveitoso, pois boa parte dele foi aproveitado para esse documento.

22

“mostrar ao jurí – representantes da comunidade científica da instituição de ensino que nos acolhe – que o que pretendemos estudar tem validade científica.”

Feita a defesa do projecto, e obtida aprovação no mesmo, devem ser feitos os registos do tema da investigação e do resumo do mesmo. Começa, depois, uma segunda fase do doutoramento. Segundo os regulamentos, o meu Programa Individual de Doutoramento é de 1+1 a 4 anos, sendo que o 1ºano é para a realização do dito projecto, e os restantes para o colocar em prática.


“edificação de uma ideia, de uma teoria, formada e desenvolvida por nós e pelo nosso orientador, algo que temos de gostar e acreditar que resultará em algo” Esta é, na minha opinião, a melhor parte. A realização do projecto é algo de um gozo enorme. É a edificação de uma ideia, de uma teoria, formada e desenvolvida por nós e pelo nosso orientador, algo que temos de gostar e acreditar que resultará em algo, que terá bons resultados e que a sua conclusão será do agrado da comunidade científica bem como das pessoas que delas vão usufruir. Mas é depois do projecto que tudo começa efectivamente, quando se desenvolvem teorias e se colocam em causa em diversos instrumentos de medida, quando se desenvolvem instrumentos novos e se criam novas formas de intervenção ou mesmo, quando vemos no nosso dia-a-dia que o que estamos a fazer mostra ser verdade. No meu caso, o facto de não ter ganho a bolsa da FCT revelou ser muito proveitoso, pois posso exercer Psicologia durante o meu doutoramento, continuar a ter experiência profissional e a crescer enquanto psicólogo, algo que me ajuda em grande escala no desenvolvimento e avanço da minha investigação. E esta é outra forma de se perceber que rumo está a ter o nosso trabalho, pois é inevitável não sermos um veículo de teste do que vamos desenvolvendo e obtendo junto dos outros que connosco partilham a Psicologia, profissionais e utentes.

Neste momento, estou no 3ºano do Doutoramento em Psicologia Clínica, na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Segundo a minha candidatura a este programa, já há 3 anos, irá durar mais 2 ainda, podendo chegar aos 3. Nem sempre é fácil conciliar o doutoramento com a profissão e com os restantes apontamentos de agenda, nem sempre estamos num ponto de motivação para continuar, nem mesmo estamos sempre a passar por uma fase em que gostamos mais afincadamente, mas as motivações que me levaram a começar este doutoramento, são as mesmas. E por isso, não mudava nada destas escolhas, pois acredito que é a investigação, em todas as áreas, mas especialmente na nossa, Psicologia, que trará novas e melhores formas de ajudar as pessoas, a cuidarem-se, a conhecerem-se, a desenvolverem-se e a terem maior bem-estar, consigo próprias e com os outros.

“é depois do projecto que tudo começa efectivamente, quando se desenvolvem teorias e se colocam em causa em diversos instrumentos de medida, quando se desenvolvem instrumentos novos e se criam novas formas de intervenção.” 23









Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.