Campus
Revista-laboratório do Curso de Jornalismo Universidade Sagrado Coração ISSN 2317-3041 Ano 1 – Número 1 – 2012
m a g a z i n e
Criatividade e bom gosto A comida está na moda
Sem tempo ou sem desculpa? Alimente-bem, apesar da correria
Cesta Básica X Salário Mínimo Qual a relação?
Perigo na mesa Os alimentos que podem matar
• Emagrecimento saudável • Dicas para os dias de eventos • Nutrição inteligente
• Cuidados com a louça • Comidas bizarras • Vegetarianismo
Foto: sxc.hu
Alimente-se de vida!
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alimento é a base de uma vida saudável. Em todos os sentidos: sejam as refeições propriamente ditas ou o suprimento do espírito, quer dizer, o aprendizado, a contribuição social. Acreditando na importância do alimento para a vida, a Campus Magazine debruçou-se em várias facetas sobre o tema. Questões foram levantadas: será que uma cesta básica supre as necessidades de uma pessoa? O que é uma escolha inteligente na hora de alimentar-se? Como a comida interfere na moda? Em que medida ela integra e une pessoas? Da deliciosa comida da vovó às curiosidades mais esdrúxulas, passando pelos lindos cup cakes e pelo cuidado com a louça, chegamos a uma reflexão ampla em torno desse importante assunto para a sociedade. Os estudantes do segundo ano de Jornalismo da USC desenvolveram as
pautas e os textos na disciplina Laboratório de Jornalismo Impresso II (Revista), por mim ministrada. Também debatemos sobre as ilustrações e fotos, com a contribuição valiosa da professora Erica Franzon (Fotojornalismo). Já a turma da disciplina Design Gráfico em Jornalismo, sob coordenação do professor Renato Valderramas, nosso incrível diretor de arte, ficou responsável pelo projeto gráfico da revista. Desse trabalho em conjunto, surge mais essa publicação acadêmica e interdisciplinar. Esperamos que você goste, leitor. Afinal, esta foi a lição mais enfatizada aqui com os alunos: o chefe da redação, na realidade, é o leitor. Produzimos por ele e para ele. E, assim, praticamos jornalismo de revista com muito carinho! Abraços, Érika de Moraes
Índice 27
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Os 10 pratos mais estranhos do mundo
E a louça? Segredos que facilitam essa tarefa chatinha
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e mais... Sem carne .............................................................. 12 Integração .............................................................. 15
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Perigo na mesa ...................................................... 17
Cesta básica, uma reflexão: será que ela supre as nossas necessidades?
Falta de tempo: má alimentação não tem justificativa
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Escolhas inteligentes: alimentos que podem fazer a diferença na sua saúde
Moda e culinária .................................................... 18 Entrevista ................................................................ 20 Pequenas franquias .............................................. 21 Eventos..................................................................... 22 Apimente a relação ............................................. 24 Comida de boteco ............................................. 26 Comida mexicana ............................................... 30 Comida da vovó................................................... 34
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Pensando magro: conheça a história de garotas que venceram a luta contra a balança
Fernando Leandro e Gabrielle Gabas
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esta básica é um tema muito debatido, já que é a base alimentar da maioria dos brasileiros. Somente no estado de São Paulo, são distribuídas cerca de 2,8 milhões. Mas será que ela realmente consegue suprir as necessidades nutricionais de um indivíduo? É possível comprá-la ganhando apenas um salário mínimo?
Cesta Básica Nacional versus Salário Mínimo
Para começar, precisamos saber qual a relação da Cesta Básica Nacional com o valor de R$622,00 fixado por lei. O salário mínimo precisa atender todas as necessidades vitais mínimas de uma pessoa, ou seja, suprir todos os gastos com alimentação, educação, moradia, saúde e lazer, portanto, deve ser ajustado periodicamente, acompanhando os índices de inflação anual, com a finalidade de preservar o poder de compra. O valor recebido mensalmente precisa propiciar condições para o trabalhador adquirir alimentos e sustentar de forma digna a 4 • Campus Magazine 2012
Arroz, banana, carne, feijão, batata e tomate são alguns dos alimentos que compõem a cesta básica brasileira
sua família. Segundo o professor do curso de administração da Universidade Sagrado Coração Paulo Soares, estudos apontam que a Cesta Básica gira em torno de 38% do salário mínimo. Dessa forma, considerando que ele represente 100% do ganho do trabalhador, seria possível comprar somente 2,63 cestas. Arroz, açúcar, banana, batata, café em pó, carne, farinha, feijão, leite, manteiga, óleo, pão francês e tomate são os 13 produtos que compõem a Cesta Básica Nacional, de acordo com definição do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, DIEESE. Segundo o órgão, para que o trabalhador conseguisse ter os recursos necessários para uma boa alimentação, seria necessário que ele trabalhasse 108 horas e 40 minutos em vez das 40 horas semanais da jornada padrão. Só assim ganharia um salário mínimo de R$2.589,78 em vez do atual. de R$622,00.
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E a cesta básica? Vai bem?
Carlos Freires, coordenador do centro de montagem e distribuição de um supermercado de Bauru, afirma que, se uma pessoa for à loja com R$70,00 no bolso, só conseguirá comprar de 65% a 70% do conjunto de alimentos previstos na cesta básica, por isso muitas empresas beneficiam seus empregados com caixas que são variações das estabelecidas pelo DIEESE, ou seja, em termos de custo, ela é a melhor escolha, mas e em termos nutricionais?
“Nutrição em caixas” Será a melhor ideia? Thais Klein, nutricionista no grupo Nelson Paschoalotto, afirma que, para a Cesta Básica suprir todos os nutrientes que nosso organismo precisa, ela deve ser montada de forma correta. Existem vários tipos de cestas, que variam de acordo com o preço ou valor que as empresas passam para seus colaboradores. A convencional geralmente contém carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais e fibras, só que não na quantidade correta para uma alimentação adequada. Então, qual seria a cesta básica
ideal? “O organismo precisa de 10% a 15% de proteína, de 55% a 60% de carboidratos e de 30% a 35% de lipídios”, relata a nutricionista. Portanto, acrescentar frutas secas, como damasco, ameixa e maçã, leite em pó desnatado para os adultos e integral para as crianças, barras de cereal, aveia, pães integrais com data de validade prolongada, sardinha, atum enlatados e carne seca (para aqueles que não têm pressão alta) seria uma forma de aprimorar a qualidade das caixas. Assim como Thais Klein, outros nutricionistas defendem uma cesta mais variada e leve: acrescentar grãos integrais, diminuir o óleo e a manteiga; no lugar de metade das batatas, acrescentar mandioca e substituir boa parte do açúcar por leite resultarão em um cardápio mais elaborado e cheio de nutrientes. Que as cestas básicas têm um custo-benefício até que bom, mas baixos valores nutricionais, nós já sabemos. Resta o governo atentar para a situação do cidadão brasileiro e criar políticas de incentivo à melhora dessa base alimentar que tanto supre esse Brasil afora.
Saiba utilizar os alimentos da cesta básica de maneira correta Arroz ou macarrão: 3 colheres de sopa no almoço e jantar Feijão: 1 concha média no almoço já é o suficiente. Sardinha ou carne seca ou salsicha: 100 g no almoço e 100 g no jantar Leite: de 2 a 3 xícaras ao dia Milho verde e ervilha: 2 colheres de sopa Goiabada: 1 fatia fina Café: até 3 xícaras por dia
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Lorena Fagundes
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VIDA CORRIDA
SAÚDE ESQUECIDA... O tempo que se “perde” agora é a única solução para não perder tempo depois
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éculo XXI, pós-modernidade, tecnologia, cada vez mais pessoas morando na área urbana e vivendo rotinas agitadas e uma vida corrida. Neste fluxo de corre corre, muito se perde e a principal perda é a saúde. Afinal, nesta nova sociedade, a alimentação é basicamente feita na rua, em bares e fast-foods, onde há comidas rápidas, pré-prontas, com muito sódio e pouco valor nutricional. Mas essas atitudes t��������������������� ê�������������������� m consequência. Problemas sérios de saúde acometem pessoas com esse ritmo de vida, a maioria a médio e longo prazo, como explica a doutora em nutrição Rita Cristina Chaim. “A maioria dos problemas acontece a longo prazo, como, por exemplo, doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes. Uma boa alimentação pode evitar ou retardar esse tipo de doença”, explica a nutricionista. Segundo Rita, mesmo quem tem uma vida corrida pode se alimentar corretamente, para isso, basta ter uma alimentação equilibrada, com diversos tipos de alimentos em diversas formas e texturas. “Todos os alimentos têm sua função.
Em nutrição, nós trabalhamos com grupos de alimentos, porque ������������������������� nenhum é bom sozinho”, completa Rita. Uma boa opção é utilizar a pirâmide alimentar para escolher os alimentos da mesma família, que podem ser utilizados ao longo do dia e em pratos variados. “Se não tenho o arroz, posso comer batata; se não tem batata, pode ser mandioca ou trigo também”, exemplifica a nutricionista. Rita dá outra dica: quem não tiver uma pirâmide alimentar, pode escolher pela cor. Quanto mais colorido for o prato, maior é a variedade e qualidade dos alimentos. E um detalhe, um prato saudável deve ter sempre um alimento cru e outro cozido. Outro fator muito importante é saber equilibrar o que se come. Escolher uma única coisa para comer, ou repetir em demasia o mesmo cardápio também é ruim. “Todos os nutrientes são importantes, cada um tem seu valor. Numa alimentação adequada deve predominar: carboidrato, proteína, vitamina, sais minerais, fibras, água e gorduras, em menores quantidades. Todos são importantes, mas cada um na sua devida proporção”, explica Rita.
FALTA DE TEMPO NÃO PODE SER DESCULPA Para quem não tem tempo de variar, a opção é ser criativo e improvisar com lanches naturais, vitaminas, sucos e barrinhas especiais, mas isso também não pode acontecer com frequência. Uma dica da doutora em nutrição Rita Cristina Chaim para quem não tem tempo, principalmente durante a semana, é cozinhar nos finais de semana. “Feijão, ervilha, lentilha e grão de bico podem ser cozidos e congelados (sem temperar), pois eles conservam a característica original”, explica. “O tempo é a gente que faz. Por isso, temos que saber fazer boas escolhas”, finaliza Rita. Portanto, independentemente do tempo disponível para se alimentar, o ideal é sempre fazer combinações equilibradas.
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Escolhas inteligentes Mudanças cotidianas simples possibilitam uma vida mais saudável e equilibrada
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Thais Farias
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lgumas doenças podem ser desenvolvidas ou agravadas por causa da má alimentação. É o caso da hipertensão, cujos números assustam: um quarto da população brasileira sofre com a doença, de acordo com o Ministério da Saúde. A����������������������������������� mais popular prevenção para hipertensos é reduzir o consumo de sal. Para a nutricionista Ângela Cardoso, existem outras medidas que podem ser tomadas para prevenir não só a hipertensão, como também o diabetes, o colesterol e triglicérides altos. “Substituir alimentos que contenham farinha branca por alimentos integrais e se alimentar de três em três horas. Essas duas mudanças apenas fazem muita diferença; ajudam o organismo a se manter ativo o dia todo, sendo obrigado a queimar calorias e mantêm a glicemia sanguínea estável, ajudando a perder peso”, aconselha. Ter uma alimentação saudável não é complicado. Desde a hora de escolher o alimento até a hora de prepará-los, tudo conta. Comer frutas ao invés de preparar um suco, aumentar a ingestão de carnes brancas e até mesmo preferir o leite, e seus derivados, desnatados e não integrais, são atitudes que contribuem para uma vida saudável. 8 • Campus Magazine 2012
Segundo a nutricionista Aline Miguel Gonçalves, não são necessárias alterações drásticas ou preparações de alto padrão, porque estas logo se tornam insustentáveis. “Faça suas preparações com temperos naturais, à base de ervas como manjericão, alecrim, salsa. Os temperos prontos são ricos em sódio e podem aumentar a pressão arterial”, explica.
Combustível para o dia
É importante não pular n������������� enhuma refeição e não esquecer o café da manhã, uma vez que o intervalo entre a última refeição e o café da manhã é um longo período de jejum no qual o organismo continua gastando energia para deixar ativas as funções vitais, como batimentos cardíacos, circulação e respiração. Ângela garante que o café da manhã é muito importante, pois é necessário “combustível”, energia para desenvolver as atividades do nosso dia. “Ao não tomar o café da manhã, o açúcar no sangue continua
Retranca
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baixo até o desjejum, comprometendo o rendimento do indivíduo. Por isso, é preciso comer pela manhã, para manter a glicemia sanguínea e ter energia para desenvolver as atividades com bom rendimento.” Os refrigerantes, chamados de caloria vazia, são vilões de uma vida saudável, pois não oferecem nenhum nutriente, somente calorias na forma de açúcar. A ingestão diária do refrigerante aumenta o valor calórico indicado ao ser humano ao dia. “O alto valor calórico dos refrigerantes, proveniente da concentração de açúcares, contribui para a obesidade, e juntamente com altas concentrações de sódio e outros aditivos, podem predispor ao câncer e a doenças crônicas não transmissíveis, como hiper-
tensão, diabetes e doenças cardiovasculares; dificulta a absorção de ferro, podendo gerar anemia, e também de cálcio, desencadeando doenças ósseas como osteoporose. Prefira, então, sucos naturais diluídos, e beba pelo menos dois litros de água por dia”, conclui. A relações-públicas Simone Yadomi mudou drasticamente a alimentação nos últimos cinco meses. Deixou de ser alimentar em fast foods, não ingere refrigerante nem álcool. Além disso, passou a comer frutas diariamente, diminuiu o consumo de carne vermelha e começou a ingerir dois litros de água diariamente. “Foram mudanças simples, mas que me deixaram com mais fôlego, bom humor e mais segura também, já que eliminei dez quilos”, comemora.
Cinco dicas para uma alimentação mais saudável por Aline Miguel Gonçalves [Nutricionista]
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Aumente a ingestão de carnes brancas e pescados – diminua o consumo das vermelhas.
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Escolha sempre a margarina – por não ser fonte de gordura saturada.
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Evite frituras – prefira assados, grelhados ou cozidos.
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Opte pelo óleo de canola, girassol ou milho e use azeite de oliva, que auxilia a redução do colesterol ruim.
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Para aperitivos, prefira pequenos lanches, sementes e frutas oleaginosas
(castanha-do-pará, por exemplo), pois proporcionam ótima nutrição e mantêm o funcionamento cerebral.
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PENSE A importância da saúde
“N
Agenor Rodrigues Junior
ossa, você tem o rosto lindo, só precisa emagrecer!” Que atire a primeira pedra quem já não disse isso, ou pensou em dizer, para alguém que está supostamente acima do peso. A ideia de que, para ser lindo, é necessário ser magro é uma imposição histórica dos produtos midiáticos e, principalmente, da indústria da moda, que exibe modelos cada vez mais esbeltas nas capas dos grandes editoriais. O resultado dessa estereotipagem toda é a busca por uma beleza inatingível, diretamente ligada à insegurança e ao descontentamento com o corpo, levando garotas a recorrerem a dietas mirabolantes que prometem milagres sem apresentar nenhum resultado. Assim, deixa-se de lado o fator mais importante de todos para quem quer pôr um fim definitivo na batalha com a balança: a saúde.
A história de Camys
A designer paulista de 23 anos Camilla Pires foi uma das vítimas desses regimes malucos. Cansada de se sentir mal com o próprio corpo e não conseguir emagrecer, chegou ao seu limite quando atingiu a marca de 85 quilos. Desesperada, decidiu que era hora de mudar seus hábitos e buscar uma vida mais saudável. Através de reeducação alimentar e muito exercício físico, Camilla finalmente começou a ver mudanças, passando do jeans número 50 para o 38 em menos de um ano. Para registrar sua jornada de emagrecimento e manter o foco, ela criou um blog na internet. Em 22 de fevereiro de 2012, surgia o “Pensando Magro”, que, de início, funcionava apenas como um diário pessoal da Camys (como é conhecida pelos internautas), onde ela publicava seus desabafos e conquistas relacionadas 10 • Campus Magazine 2012
a seu peso. Porém, ao longo dos meses, o que antes era apenas um passatempo, foi tomando proporções maiores, e hoje conta com mais de 9 mil seguidores no Facebook, que, inspirados pela história dela, trocam dicas e desabafos sobre emagrecimento e estilo de vida. Além disso, Camys está lançando um livro sobre sua história: “Pensando bem, prefiro ser magra”. Atualmente com 61 quilos, Camys conta que nem tudo são flores, as recaídas existem, o importante é não perder a força de vontade. “O primeiro passo para querer mudar de verdade é treinar o psicológico. Está tudo na nossa mente e no modo como encaramos as mudanças. Já pensei em largar tudo, mas sei que é preciso paciência para chegar a algum lugar e, hoje, saber que tenho o controle sobre minhas atitudes e ver que posso chegar aonde quiser fazem todos os esforços valerem muito a pena”, comenta.
MAGRO no processo de emagrecimento O despertar para vida saudável
Outra história semelhante é a da estudante bauruense de 21 anos Marcela Zanott, que, desde os 14, sofre com seu peso. “O pior momento da minha vida foi quando fui comprar uma calça para usar no meu aniversário de 14 anos. Chegando na loja, me apaixonei por um modelo que estava disponível no meu tamanho, fui feliz até o provador e, quando cheguei lá, a calça não serviu, desabei em lágrimas”, conta. Em 2010, Marcela se viu em uma situação mais complicada. O fato de estar acima do peso havia contribuído para a formação de um coágulo sanguíneo em sua perna esquerda, provocando problemas circulatórios. A partir disso, ela tomou consciência de que era necessário modificar seu estilo de vida. Marcela procurou uma nutricionista e matriculou-se em uma academia e, hoje, após ter perdido 15 quilos, afirma que é uma mulher mais saudável e mais feliz.
“Faço um acompanhamento mensal com minha nutricionista, minha dieta é superdiversificada, até chocolate posso comer. Também treino na academia todos os dias por uma hora. No começo foi difícil, mas hoje se tornou um momento prazeroso do meu dia. Não há nada melhor do que perceber os resultados dos esforços que fiz e ouvir das pessoas como estou mais magra, isso me motiva de uma forma inexplicável.”
Orientações do profissional
Assim como fez Marcela, quem quer perder peso deve procurar um profissional. A nutricionista Bruna Joaquim Carneiro alerta que fazer dieta sem acompanhamento pode trazer problemas à saúde. “Normalmente, a pessoa corta nutrientes importantes e desenvolve carências nutricionais. Tais carências podem baixar a imunidade e aumentar o risco de diversas infecções oportunistas”, argumenta. Quanto a alimentos que são os coringas do emagrecimento, Bruna diz que não há segredo, e que o importante é diversificar. “O ideal é tentar fazer uma alimentação equilibrada, composta de frutas, verduras, legumes, carnes magras, leite e cereais integrais. Fracionar as refeições e beber muita água”. No final das contas, emagrecer não depende apenas do corpo, e sim do pensamento. É importante trabalhar as questões psicológicas antes de travar uma luta consigo mesmo. Vale buscar inspiração em histórias como as de Camilla e Marcela e, acima de tudo, considerar seu bem-estar. Não faça pelas pessoas, faça por si mesmo e colha os frutos de uma vida mais saudável e equilibrada.
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VEGETARIANISMO Os motivos que levam milhões de pessoas a abrirem mão de uma dieta carnívora
Larissa Cabelo
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onsiderado o pai do vegetarianismo, Pitágoras propôs a alimentação vegetariana quase 500 anos antes de Cristo. Seus princípios se pautavam em saúde física, religiosidade e responsabilidade ecológica. Por acreditar em reencarnação, considerava errado, em sua concepção, comer animais que já foram – ou seriam, em outra vida – humanos. Depois do filósofo, vieram inúmeros representantes famosos em prol do vegetarianismo, de Albert Einstein ao ex-Beatle Paul McCartney. Antes chamados de pitagóricos, hoje os vegetarianos são 8% da população brasileira, o equivalente a 15,2 milhões de adeptos da alimentação sem carne, segundo pesquisa realizada pelo Ibope em 1º de outubro de 2012. Entre essas mais de 15 milhões de pessoas está Adriano Arrigo, 24 anos, estudante de Ciências da Computação, que adotou essa 12 • Campus Magazine 2012
dieta há seis anos, mais recentemente, abdicou também dos derivados de leite e ovos, tornando-se vegano. E os motivos vão além da saúde. Ele explica que tudo começou quando passou a ter conhecimento sobre a filosofia hindu, principalmente a essência de que todo ser vivo deve ser respeitado. O hinduísmo prega, assim como Pitágoras, a reencarnação – mais um motivo para o vegetarianismo ser parte da religião indiana. ALÉM DO FÍSICO As mudanças vão além do fim de uma dieta carnívora, há mudanças psicológicas e sociais. “Quando você para de comer carne, sua vida começa a mudar em diversos sentidos, principalmente no social, pois toda refeição com outras pessoas é uma luta. É necessário ouvir dos outros que, de qualquer maneira, você está matando a alface”, conta
“Quando você para de comer carne, sua vida começa a mudar em diversos sentidos, principalmente no social.”
de idade, a minha digestão era muito dificultada. Minha glicemia caía muito e, por mais que eu comesse, não dava conta de digerir”, diz Fabíola. Ela completa: “Apesar da dieta do diabético ser uma das mais saudáveis, o vegetarianismo ajuda a se manter na linha”. Há também redução no risco de AVC e hipertensão arterial. A nutricionista Claudia Braga Capossi explica que “uma vez que adotam essa dieta, os indivíduos consomem maior quantidade de frutas, verduras, ácidos graxos poli-insaturados (as gorduras boas) e menor quantidade de gorduras saturadas e colesterol”. Ela ressalta que a gordura saturada encontrada nos alimentos de origem animal é a que mais entope as veias, ou seja, quando o indivíduo não a consome, o risco dessas doenças diminui. Claudia aponta que a grande desvantagem de uma dieta vegetariana é a falta de informação. Como qualquer outra mudança na alimentação, a opção pelo vegetarianismo, seja por motivos religiosos ou de saúde, deve ser realizada com a orientação de um profissional.
Foto: Larissa Cabelo
Adriano, ressaltando, ainda, que o vegetarianismo é só um caminho para enxergar o mundo de uma maneira diferente. O budismo, outra religião de origem indiana, integra a alimentação vegetariana aos seus ensinamentos e, apesar de não ser obrigatória na conduta budista, tornou-se uma opção para uma grande parte dos monges. Os motivos para tal não se restringem à compaixão pelos animais: a monja Coen Murayama declarou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que os monges perceberam que, por ser mais leve, a comida vegetariana auxilia para que a meditação seja mais profunda. Além das questões ideológicas e religiosas, um dos principais motivos que levam as pessoas a deixarem de consumir carne é a saúde. Fabíola Yumi Sousa Nakagawa, 20 anos, estudante de Arquitetura e vegetariana há quatro anos, foi influenciada a mudar sua alimentação pelo ativismo de um ídolo, mas conseguiu com isso auxílio no controle do diabetes. “Eu sempre tive problemas com a carne. Por ter diabetes tipo I desde os 7 anos
Adriano Arrigo adepto do vegetarianismo há 6 anos
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Por causa dela… Como uma bala iniciou uma parceria entre dois amigos Matheus Bottura Raulli, Diego de Souza Contrera e Eduardo Sbeghen Pelegrini
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s amizades podem começar das mais diversas formas. Através de amigos, na faculdade ou no trabalho, é comum conhecer pessoas, mas, e quando a história começa por conta de uma simples bala? Foi a assim que Rafael Capobianco Rizzi e Wellitom Querubim, moradores de Mineiros do Tietê, se conheceram. Certa vez, o grêmio estudantil da E.E. Antônio Ferraz pretendia fazer um pequeno jornal sobre os acontecimentos da escola. “A gente ia fazer um jornalzinho para a escola, e eles (o pessoal do grêmio) pediram minha ajuda”, disse Rafael. Dos integrantes do grupo, entre o qual estava um certo Wellitom, o único conhecido era um xará, o Rafael Silva. Com a ideia do jornal em mente, eles passaram de classe em classe perguntando quem gostaria de comprar o jornal, que custaria apenas R$ 0,25. “O engraçado é que um monte de gente queria o jornal feito por uns ‘pé-rapado’ que nem a gente.” Depois do jornal já estar pronto, eles pegaram o dinheiro vindo dos patrocinadores e foram até um escritório que imprimiria as cópias do jornal. Naquela, do grupo do grêmio, apenas Rafael e Wellitom estavam disponíveis para xerocar o jornal. “Então nós demos a folha para a mulher tirar o xerox, e era folha que não acabava mais. Até saiu fumaça da máquina.” 14 • Campus Magazine 2012
Pelo alto número de folhas, as cópias do jornal acabaram atrasando. Impacientes, os alunos não aguentaram esperar até o período da tarde e acabaram indo embora. No final das contas, venderam apenas um mísero jornal, arrecadando apenas R$ 0,25. Com a quantia em mãos, dirigiram-se ao barzinho localizado próximo à escola. “Perguntamos o que dava para comprar com R$ 0,25”, disse Rafael. “Ah, dá pra comprar duas balas”, respondeu a atendente. Depois de comprar as balas, foram até a praça para conversar. No fim das contas, a bala era tão ruim que eles jogaram fora. “O Wellitom reagiu de uma forma tão engraçada que eu comecei a rir muito. Foi palhaçada atrás de palhaçada e ali que nossa amizade começou.” Após sete anos do episódio, Rafael continua em Mineiros do Tietê e Wellitom mudou-se para Belém, estado do Pará. A internet funciona para manter a amizade, separada por mais de 2.700 km de distância. “A amizade com ele não é aquela que tem briga de vez em quando. Com ele, as ideias batem. Mesmo com o fator limitante da distância, a amizade não diminuiu. Ele é meu melhor amigo”, disse Rafael. Na ocasião em que entrevistamos Rafael, os amigos estavam planejando um encontro para as férias de fim de ano, quando Wellitom viria visitar sua cidade natal. E pensar que tudo isso começou por causa de uma bala...
PizzUSC Onde tudo acaba em pizza
Matheus Bottura Raulli
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O que é o PizzUSC? “O PizzUSC é uma reunião entre amigos, que surgiu de maneira inusitada, em frente os portões da USC. O atrativo principal é a pizza, que se tornou o tempero das nossas conversas regadas a muito bom humor e diversão!” Mayara Albertin, estudante de Engenharia Civil na USC
Como surgiu o PizzUSC? “O PizzUSC nasceu numa ideia, em frente à grade da USC com a galera morrendo de fome esperando o ônibus. Dias antes, o Rafael tinha ganho folhetos de propaganda de uma pizzaria e ele mostrou pra turma, a ideia surgiu unânime na mente de todos os famintos: vamos ligar! Na primeira sexta-feira de PizzUSC, fui eu quem ligou e a atendente da pizzaria achou bem estranho entregar uma pizza pra estudantes no meio da calçada. Mas ela gostou tanto da nossa ousadia que gravou meu nome e até puxava assunto nas outras vezes em que ligamos. Depois do sucesso daquela sexta-feira, a gente não podia deixar passar batido: queríamos transformar aquela reunião em uma tradição. Passado um ano de PizzUSC, além de influenciar outras pessoas, nos divertimos muito todas as vezes em que nos reunimos na calçada pra comer a bendita pizza de calabresa e bacon (sabores favoritos do grupo). Não faço ideia de quantas pizzas já comemos ou quanto já gastamos, só sei que vamos continuar nossa tradição mesmo depois de formados.” Tainá Silva, estudante de Arquitetura e Urbanismo da USC Campus Magazine 2012 • 15
Foto: sxc.hu
a mesma forma que uma bala uniu Rafael e Wellitom, outros alimentos consolidam amizades e até criam tradições. Se pesquisarmos pelo seu significado encontraremos o seguinte: tradição é a transmissão de práticas ou de valores espirituais de geração em geração. Nesse sentido, a universidade é um bom local para se iniciar uma. Alguns criam grêmios estudantis, churrascos anuais de turmas formadas e até o próprio trote nos “bixos”, que são diferentes tradições Com esse intuito, um grupo de estudantes da USC resolveu iniciar sua própria tradição. O grupo formado por Rafael Capobianco, Tainá Silva, Mayara Albertin, Gabriele Bernardo, Izabella Coradi, Flávia Roque, Paula Souza, Bruna Pasquine e Luiz Eduardo Calandrin, mesmo que de uma forma despretensiosa, acabou dando início a uma tradição que poderá também se perpetuar com os futuros estudantes de Mineiros do Tietê que ingressarem na USC. Entenda um pouco do evento explicado por alguns dos integrantes:
O PizzUSC é realizado praticamente toda sexta-feira, é como se fosse um “esquenta” para o final de semana. O evento
já está no seu segundo ano e cada vez vem aumentando seu número de integrantes. Em 2012 Rafaela Puertas e Éder Bonini se uniram ao evento e, além do aumento do número de integrantes, o número de instituições universitárias também aumentou. A estudante de administração da ITE Jéssica Bottura também se juntou ao grupo, a única diferença é que o PizzUSC dela é realizado dentro do ônibus. O grupo do PizzUSC também influenciou outras turmas. Vira e mexe é possível encontrar estudantes de outras turmas comendo pizza sentados na calçada. O encontro de amigos que começou na calçada da USC tem tudo para seguir em frente e acabar por atrair mais e mais adeptos.
Luiz Eduardo, Mayara, Tainá e Rafael em uma das mais recentes edições do PizzUSC
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Foto: Matheus Bottura Raulli
Além da PizzUSC, vocês realizam algum outro tipo de evento? “Tem o ChurrUSC. Nos reunimos às sextas para comer a sagrada pizza em frente à Universidade, então decidiram que precisavam levar esta ‘reunião’ para sua cidade. Foi então que surgiu o ChurrUSC. Uma reunião entre amigos, onde não poderia faltar a comida, só trocamos a pizza pelo churrasco. E a tradição, o nome levou o sufixo USC, afinal, nossa amizade começou devido aos estudos.” Gabriele Candido Bernardo, estudante de Fisioterapia da USC
Perigo na mesa A alergia alimentar dificulta a rotina diária de pacientes e pode levar a graves consequências
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magine ter que mudar radicalmente os hábitos alimentares e deixar de consumir alimentos básicos, como pães, leite, ovos e carnes. Pessoas diagnosticadas com alergia alimentar precisam ter um cuidado especial na hora de compor a dieta diária, pois a ingestão acidental de alguns alimentos pode trazer danos imediatos à saúde. De acordo com a ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia), as reações alérgicas de causas alimentares acometem de 6% a 8% das crianças menores de 3 anos, e de 2% a 3% dos adultos. As pessoas que têm mais possibilidade de desenvolver alergia alimentar são aquelas que já apresentam outras doenças alérgicas, como rinite e asma, além daquelas com histórico genético. Se o pai ou a mãe apresentarem algum tipo de alergia, a possibilidade de possuir filhos alérgicos é de 17%. Superando as vontades Diminuir o consumo de chocolates é o maior desafio para a empregada doméstica Vera Morais, 59 anos, diagnosticada após realizar um teste de alergia. “Fiz o teste para descobrir o motivo da coceira e do ressecamento da pele”, diz. Além do chocolate, Vera também é alérgica a ovos, carne vermelha, arroz e soja, mas ela continua consumindo esses alimentos (de maneira reduzida) mediante ingestão de medicamentos que anulam os sintomas da alergia. Já a jornalista e professora universitária Patrícia Paixão, 36 anos, cortou de vez da
dieta qualquer alimento que contenha glúten, proteína presente no trigo, na cevada e no centeio. “Passei a olhar a embalagem de todos os alimentos antes de comprar, pois a maioria deles tem glúten”, conta a jornalista, que precisou ir a vários gastroenterologistas até descobrir que possuía a doença celíaca, diagnóstico para pessoas alérgicas a glúten. Além de precisar abrir mão de pão francês, bolos, hambúrgueres e pizza, Patrícia também enfrenta dificuldades na hora das compras, já que a maior parte dos supermercados não oferece suporte na venda de produtos para esse tipo de público. “A sorte é que existem raras lojas especializadas em alimentos sem glúten. Não há opções nem mesmo nas grandes redes de s up e r me rc a do s . Sinto muita dificuldade”, desabafa. Embora os sintomas sejam semelhantes na maioria dos casos (diarreia, ânsias, vômitos, dores de cabeça, irritações na pele, entre outros), a nutricionista Alessandra Xavier dos Santos ressalta que o diagnóstico pode ser feito apenas por um médico. Outro fator importante ao qual os pacientes devem atentar é a reposição de nutrientes, a fim de não se privar de propriedades nutricionais importantes para o organismo humano. “O nutricionista irá orientar os pacientes sobre os tipos e a forma de preparo de alimentos substitutos que pertençam ao mesmo grupo, ou seja, que possuam composição semelhante e forneçam os nutrientes necessários”, conclui a nutricionista. Campus Magazine 2012 • 17
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Julia Pereira e Thaisa Moraes
É para vestir ou comer? Moda e culinária: o que esses itens aparentemente tão diferentes têm em comum?
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ofos, engraçados e deliciosos... Doces, frutinhas, sanduíches... Comidas dos mais variados tipos foram parar na sua camiseta e agora estão ditando uma moda diferente e fazendo a cabeça de muita gente, criando visuais ousados e divertidos, voltados ao público jovem. A moda tem mesclado inocência com criatividade, trazendo ao consumidor uma imagem moderna. A culinária está invadindo o mundo fashion. Nas lojas, nas ruas, nas passarelas, os ingredientes viraram estampas, pingentes e brincos.
Ana Lívia Marques Zanata e Mariana Campos Vasconcelos
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Ilustrações: shutterstock
O comportamento do ser humano, a história e a cultura sempre influenciaram no vestuário. A design de moda Mayra Ferraz explica: “A culinária faz parte da tendência mundial de comportamento, na verdade. Assim como em outros setores, a moda está prezando as experiências emotivas baseadas no próprio marketing. Trata-se do consumo da experiência como um todo, que inclui pagar não só por um produto, mas por um conceito ou identidade, o que inclui o sentido do paladar. A moda só agregou a culinária a esse conceito.” Nas feiras, nas estampas... o pastel está na moda! As chamadas “candy collors”, ou cores em tons pastel, remetem ao romantismo e são uma grande tendência para o verão 2013. “Uma cartela de cores que, além de remeter ao imaginário, também mostrou alguns doces, frutas e os ambientes naturais deles”, ressalta Mayra. Independentemente da tendência, o importante é respeitar o seu estilo. Não adianta usar o que está na moda se você não se identificar, pois quem ficará incomodado e passando uma imagem que não traduz a sua identidade é você mesmo. A moda pode ser incrível, contanto que mostre o seu caráter. A culinária está entre as tendências da estação. Essa moda pega?
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Culinária globalizada Foto: shutterstock
Os gostos e as tradições nas cozinhas do mundo afora Luana Leonel
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á muito mais que ingredientes por trás de um simples prato de comida. Há cultura de temperos, misturas de gostos e tradições nas cozinhas pelo mundo afora. Entender isso é fundamental na hora de montar um prato, pois, desse modo, vai-se além do cozinhar e comer. O chef de cozinha Flavio Luppi, formado em gastronomia pelo Senac de Águas de São Pedro, já morou por sete anos na Europa e sente uma atração especial pela culinária de outros países. A seguir, ele compartilha algumas curiosidades e experiências que obteve nos anos em que esteve fora do país. Como é elaborado um prato? Temos que escolher os melhores alimentos de acordo com a época. É onde entra a criatividade e experiência do chef. De onde surgiu seu interesse pela culinária internacional? Sempre procurei informações sobre o tema, até chegar ao ponto de me profissionalizar na área, e ver que a realidade da gastronomia profissional é fascinante e complexa. É, em minha opinião, o mercado com maior crescimento atualmente no Brasil. O que torna a culinária de outros países diferente da brasileira? Os ingredientes e a maneira como as bases da cozinha são aplicadas. Fora do Brasil, 20 • Campus Magazine 2012
as técnicas são mais utilizadas, e preservam-se mais a cultura e os ingredientes regionais. No Brasil, durante muito tempo, não ousávamos nem usávamos os inúmeros e ricos ingredientes que temos no nosso país. As bebidas interferem ou ajudam na degustação de um prato? Ajudam, com toda a certeza, é um casamento entre a comida e a bebida. Fazemos harmonizações nas quais pratos são desenvolvidos para que combinem com a bebida que será servida e vice-versa. E, para que ocorra essa combinação perfeita, é preciso estudo e prática. Mas, se quisermos combinar coisas diferentes e gostarmos do resultado, isso é válido. É importante entender a cultura de um país para compreender a receita? É fundamental. Conhecendo a cultura de vários países, podemos absorver o que mais nos interessa para podermos aplicar na nossa culinária própria. Cite semelhanças e diferenças entre comidas de outros países e do Brasil. Os feijões são usados em todo o mundo de maneiras diferentes. O churrasco e os grelhados são mundiais. Os pães e as massas são usados com aplicações de ingredientes de cada local, o que confere uma ligeira diferença, porém com a mesma base.
As vantagens de uma pequena franquia Como se planejar para um novo negócio Felipe Tellis Kevelin Merino
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passagem por uma pizzaria despertou em Luiz Fernando Torres a vontade de ser um empreendedor na área gastronômica. Ele, que já tinha uma empresa de informática, gostou tanto da pizza frita de Botucatu que resolveu trazer para Bauru uma franquia da marca. Luiz passou por vários processos antes de abrir as portas. Foi preciso reunir informações para dar subsídios consistentes à criação do seu negócio, conhecer o mercado e definir as estratégias para se posicionar de maneira certa, verificar a viabilidade e o retorno financeiro que ele teria, além de formalizar e registrar seu empreendimento. Em Botucatu, a Pizza Frita Semião começou com uma receita de família vendida em casa, passou por um disk pizza sediado num local menos valorizado comercialmente, até chegar ao Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), onde um mix da massa foi desenvolvido e finalmente registrado no INPI, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Hoje, o Semião é um dos principais pontos gastronômicos de Botucatu, mas até chegar a esse status foi preciso muito trabalho, como pesquisa de mercado sobre localização, concorrentes, fornecedores e consumidores. Para facilitar tudo isso e tornar o interessado um empresário bem-sucedido, o Sebrae dá algumas dicas e até disponibiliza em seu site um plano de negócios, bem detalhado e bastante útil. Nele, deve ficar registrado o conceito da empresa, os riscos, concorrentes, perfil de clientes, estratégias de marketing e até as finanças, proporcionando uma visão clara e consistente sobre
“Eu não posso pegar um dia ruim de movimento e fechar as portas. Eu tenho que atender meu único cliente da melhor maneira.” Luiz Fernando Tores, dono da Friggeri Pizza Frita de Bauru
as metas a serem alcançadas. Trabalhar formalmente só traz benefícios, pois, assim, há muito mais chances de se fechar parcerias, acessar linhas de crédito e exportar e receber subsídios do governo.
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Você tem Tamira Ferreira Fernanda Fraga
Show
Quem consegue ir a um show de rock e ficar parado? Principalmente quando a banda que está em cima do palco é a Fenícia de Descalvado. Formada em 2005, batalha para manter o rock vivo, principalmente pelo interior de São Paulo. Em relação à da alimentação, os integrantes confessam que não adotam bons costumes. Comem lanches, pizzas e até tomam uma cervejinha durante e após os shows. A vocalista Ninne está tentando mudar essa dieta, consumindo alimentos mais leves antes do show, ingerindo bastante água à temperatura ambiente e não consumindo bebida alcoólica. Mas diz que, depois do show, acaba comendo o que é servido pela casa de shows onde eles tocaram. Confira a recomendação da nutricionista Carolina Reis Bustamante para antes de ir a um show: “É fundamental fazer uma refeição rica em carboidratos (para dar energia) e pobre em gorduras (para evitar desconforto gástrico). Um exemplo seria macarrão ao sugo ou pão integral com frango ou carne magra e um suco de frutas natural”. Ela também ressalta que nunca se deve ingerir bebida alcoólica em jejum, pois os seus efeitos são potencializados pela rápida absorção do álcool. “Após o evento, é importante repor a energia gasta, nunca dormir em jejum. Também nesse momento deve-se dar preferência para alimentos de fácil digestão, como um sanduíche de pão com queijo branco e frutas. Se for de madrugada, ou se for horário do almoço/jantar, dar prefêrencia para arroz, purê de batata ou macarrão, legumes e carnes magras”, explica Carolina. 22 • Campus Magazine 2012
Raves ou festivais
Raves e festivais são característicos por durarem mais de 12 horas, ou até dias. Para quem gosta desse tipo de evento, deve ter mais cuidados com a alimentação, pois irá passar muitas horas no local e, na maior parte das vezes, embaixo de sol e/ou chuva. A nutricionista orienta que, para eventos que duram mais de três horas, “é importante levar uma opção de lanche e, nesse caso, o mais prático seria uma barra de cereais, frutas secas ou pacotinho de biscoitos integrais. Cuidados com alimentos vendidos em festas (principalmente se forem de dia, pelo calor) devido ao risco de contaminação, e evitem lanches gordurosos, como pastel, cachorro quente, principalmente com maionese. O mais seguro é optar por alimentos industrializados”, recomenda Carolina. Seguindo essas recomendações, Talita Francynne Martinuci, jornalista e apaixonada por raves, sempre toma cuidados com as alimentações. Ela já frequentou em quatro anos mais ou menos 15 raves e costuma ficar 12 horas no local. “Geralmente, antes da festa, procuro comer alguma coisa leve, mas que sustente: frutas, lanche frio e suco. Durante o evento, costumo consumir bastante água, refrigerante e um pouco de bebida alcoólica. Não gosto muito de me alimentar no local. Às vezes, como um açaí ou levo barras de cereal e chocolate para evitar contaminação pela alimentação”, comenta Talita.
Talita Martinuci, jornalista, já frequentou em quatro anos mais ou menos 15 raves
Retranca
fome de quê?
Os alimentos são necessários na vida do ser humano. A comida alimenta o corpo e, para muitos, a música alimenta a alma. Mas como equilibrar os dois para um não atrapalhar o outro? A Campus Magazine traz algumas dicas sobre o que comer em diferentes eventos.
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Foto: Pâmela Antunes
O sabor da sedução Diz a lenda que os afrodisíacos esquentam a relação a dois... Será mito ou verdade? Você já parou para pensar que a deusa Afrodite tem alguma relação com a palavra “afrodisíaco”? Pois é, esses dois elementos estão conectados. Afrodite, a deusa grega do amor, do prazer e do sexo, etimológica e simbolicamente, serviu para atribuir o adjetivo afrodisíaco a tudo o que desperta o desejo sexual no ser-humano. Resistir às sensações causadas pela imagem de uma linda lingerie, ouvir um sussurro sexy ou sentir um delicioso aroma podem não ser nada se comparado à sen24 • Campus Magazine 2012
Geraldo Rocha e Pâmela Antunes
sação de um gosto ardido de pimenta ou aquele docíssimo chocolate. A culinária, muitas vezes, pode jogar no campo da sedução e contribuir para a relação ser ainda mais especial. Segundo a nutricionista Mariana Esteves Antonio, os afrodisíacos realmente atuam em prol de um bom desempenho sexual. Ela acrescenta que a estética do que irá ser consumido também pode influenciar no resultado esperado. “Afrodisíacos são agentes químicos ou odores que esti-
mulam o desejo sexual ou elevam a potência masculina. Um prato bem arranjado e apetitoso à percepção de seus odores e à sua degustação tende a gerar um estado de euforia, capaz de conduzir ou resultar em ampliação do desejo sexual. Uma comida gostosa e saudável, preparada com especiarias, pode, sim, estimular a paixão”, afirma. Homens e mulheres, sendo diferentes em tantos quesitos, não poderiam deixar de ter seus afrodisíacos preferidos. Mariana diz que, para as mulheres, os alimentos mais eficientes são chocolate, gengibre, mel, pimenta, morango, aipo, coentro, açafrão e o aminoácido arginina, encontrado em nozes, queijos, ovos e carnes. “Esses alimentos fazem as mulheres se sentirem em êxtase e relaxadas”, declara a nutricionista.
Chocolate, ostras, pinhões, abacate são os que mais fazem efeito para o público masculino. Em relação a esses alimentos, Mariana afirma: “Eles aumentam o fluxo sanguíneo para as extremidades e o volume de esperma”. O jornalista Felipe Ohno conta sua experiência ao consumir afrodisíacos. “Funcionou, mas em uma escala pequena. Esses alimentos por si só não são suficientes para deixá-lo excitado, mas lhe dão mais vitalidade para a prática sexual. Uma comida leve, com ingredientes como esses, deixa o sexo mais gostoso, revigorante e excitante. Eu recomendo!” Vale ressaltar o valor nutritivo de todos esses alimentos, que não só contribuem para a saúde sexual como para o bem-estar do corpo e da mente. Delicie-se, divirta-se e seja saudável. Campus Magazine 2012 • 25
Comida de boteco Descubra por que ela faz tanto sucesso em todo o mundo Diogo Inácio, Matheus Requena e Guilherme Gonçalves
Fotos: sxc.hu
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onhecidos mundialmente, os botecos são muito populares, especialmente por dois motivos: são ponto de encontro das pessoas, mesmo que seja para uma simples conversa, e também pelo lado comercial, com as vendas de bebidas, petiscos e outras iguarias. No Brasil, há inúmeros destes locais. Praticamente todas as cidades possuem os seus botequins, que costumam ser frequentados por gente de diferentes faixas etárias. Belo Horizonte é conheci-
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da como a “Capital Nacional do Boteco”, contendo aproximadamente 12 mil estabelecimentos. Por ser um comércio popular, já foi visto com maus olhos. Entretanto, este cenário mudou nos últimos anos, devido ao maior interesse, principalmente dos jovens, que podem, nestes ambientes, degustar deliciosas porções, além de ouvir uma boa música. Na região de Bauru, os botecos também têm destaque. “A combinação de cerveja e comida de boteco faz tanto sucesso porque é prática e rápida para uma comemoração informal, geralmente de colegas num dia de t raba l ho, ou
simplesmente para relaxar ao final do dia”, afirma o chef de cozinha Alexandre Sandri. O chef ainda cita que a porção de maior sucesso é a tilápia, consumida em iscas. O pastel de tilápia também faz bastante sucesso. Há, ainda, os torresminhos crocantes. Normalmente acompanhados de cerveja, esses pratos são alguns dos campeões de vendas. Evidentemente, a limpeza e o bom aspecto do local são igualmente fundamentais para atrair as pessoas. “Geralmente o que atrai tantos clientes é o fato de que as pessoas tem que se sentir à vontade, num ambiente bonito, relaxante, agradável”, enfatiza Sandri. Para Gelio Adriano Pereira, chef de cozinha italiana, brasileira e mexicana, nascido em Minas Gerais e residente em Milão há 18 anos, “saber cozinhar é uma arte. Da mais simples cozinha, chegamos também à alta cozinha, que é reconhecida internacionalmente.”
Curiosidades
AS 10 COMIDAS MAIS ESTRANHAS DO MUNDO
Você reclama quando sua mãe faz fígado para o jantar? A Campus Magazine fez uma seleção das dez comidas mais estranhas do mundo para chef nenhum botar defeito! Leitura não recomendada para quem tem estômago fraco. O levantamento foi feito a partir de pesquisas em diversos sites e com uma boa pitada de bom humor. A redação não teve coragem de provar todos os pratos e não se responsabiliza pela qualidade dos mesmos! Gabriela Ruediger Paula Santana
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Farofa de Formiga
Queijo de Verme
Brasil
Itália Esse prato exótico está bem pertinho de nós: é da região sudeste brasileira. Isso mesmo! Se você nunca ouviu falar dessa farofa presente no cardápio da tão queridinha comidinha brasileira, saiba que ela faz bem para a saúde, pois é rica em proteínas. Alguém se habilita?
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Você já conhece o queijo embolorado. Agora já imaginou comer um queijo cheio de larvas vivas saltando até quinze centímetros do seu prato? Parece assustador, mas esta iguairia é muito consumida em uma cidade da Itália, chamada Sardenha. A comercialização deste queijo um tanto quanto exótico é proibida, pois causa infecção e hemorragia intestinal. Porém, se ele deixou você com água na boca, ainda pode encontrá-lo em produções caseiras.
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Cérebro de Porco Japão Embora o cérebro seja uma das partes essenciais para o funcionamento do corpo humano, o dos suínos é um prato famoso encontrado no Japão, até mesmo em versões enlatadas com creme de leite. Ficou com vontade? Se você está de dieta, não é aconselhável, já que a gostosura possui 1.170 calorias!
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Lagarto Seco Tailândia
Sannakji
(Polvo Vivo) Coréia
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O Sannakji é um prato servido ainda vivo! Isso mesmo! As ventosas do bichinho, que ainda está lutando para sobreviver, podem fazer o seu corajoso degustador engasgar... E haja coragem! 28 • Campus Magazine 2012
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Tudo bem que a maioria dos lagartos se adapta a diferentes tipos de ambiente, mas secar o bichinho já é um pouco demais, né? Não é o que pensam os tailandeses, que apreciam a iguaria principalmente em ensopados. Depois de secar, eles ainda afogam o coitado...
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Balut Filipinas
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Morcego à Caçarola Vietnã
Ovo de Mil Anos China
Os super-heróis estão realmente em perigo. Desta vez, nosso amigo Batman é o prato do dia. Morcegos frutíferos são uma opção saudável no cardápio dos vietnamitas, preparados com batatas e vegetais. O animalzinho ainda pode virar o caldo de uma sopa ou o recheio de uma lasanha. A opção é sua!
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Imagine um ovo com um embrião de pato cozido e comido na casca! Não, isto não é brincadeira. Nas Filipinas, o balut é um prato muito comum. Você pode encontrar ambulantes vendendo nas ruas. E, acredite se quiser, é um prato famoso e considerado afrodisíaco, geralmente servido com um copo de cerveja. Pronto para o aperitivo?
O ovo é um alimento delicioso e cheio de proteínas. Ótimo para quem está fazendo academia. Mas será que um atleta toparia comer o ovo de mil anos? Essa especiaria é feita na China. Ele é enterrado por cem dias com uma mistura de argila, cinzas, sal, cal e amido de arroz. A gema é cremosa com um aroma acentuado e possui um sabor que se assemelha ao de queijo. A clara possui uma textura que se aproxima com a da cozida, mas com pouco sabor. E aí, vai encarar?
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Tarântula Frita Camboja Você sofre de aracnofobia? Existe um prato que, então, você nunca deve comer na vida: tarântula frita. Isso mesmo! Em Skuon, no Camboja, essa é uma comida típica vendida nas ruas e virou atração turística. Depois de capturadas, as bichinhas são fritas e comercializadas em espetos. Spiderman que se cuide!!
Língua de Pato Vietnã
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Você já viu língua de boi à venda nos mercados, mas espere até se deparar com a língua de pato. Esta especiaria pode ser encontrada na China. Ela é servida frita com shoyu, em porções. Dizem que ela é cheia de ossinhos. Será que o Pato Donald topa experimentar esse prato?
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Foto: Juliana Benetti
Um dos pratos principais da culinária mexicana, o Taco Chili, é também um dos que mais tem saída no restaurante mexicano bauruense Bongo
ItComida Juliana Benetti
As chamadas ondas culturais são bastante nítidas e mudam constantemente. Um exemplo claro foi o período em que a Rede Globo transmitiu a novela Caminho das Índias. Estudos detalhados sobre o assunto levaram empresários a crerem que, naquele momento, a cultura indiana estaria em alta, afirma o professor e especialista em tendência Juba Zepper. Tendo tal informação em mãos, o boom era questão de tempo. Restaurantes, bares, o mundo da moda, música, filmes, telenovelas – tudo aconteceu em um mesmo momento. O ápice foi quando o 30 • Campus Magazine 2012
filme Quem Quer Ser Um Milionário? levou oito Oscars. A onda mexicana Nessa mesma linha de pensamento, observamos o momento México no Brasil, que pode ser percebido na culinária. Tal acontecimento deve-se principalmente aos acordos econômicos realizados entre ambos os países. Outros exemplos da influência mexicana são as estampas de caveira e as viagens para Cancun, cada vez mais acessíveis entre brasileiros.
Sentimentos & Comidas Além dos produtos mexicanos, temos em alta dentro da gastronomia as chamadas emotional food. Traduzindo, comida com emoção. Dentro deste modelo estão principalmente docerias, que vendem produtos como cupcakes, macarons, frozen yogurt e, o mais brasileiro de todos, brigadeiro gourmet. Ticiane Kalili, dona de uma das maiores redes deste setor, a Brigaderia, nos conta mais sobre o assunto: “Nosso conceito emotional food está expresso em cada item das lojas e também em todo momento que nosso cliente vive dentro dela, ou na caixa que carrega seus brigadeiros. Isso que dizer que ele se sente atraído por tudo que está ligado a nós: a estampa das caixas que identifica o produto, o ambiente da loja, o atendimento, a trilha sonora exclusivamente brasileira, o sabor do brigadeiro”. A massificação Algo negativo em torno deste mercado é a massificação dos produtos, perdendo sua identidade e qualidade. Como exemplo, temos a grande franquia do gênero, a francesa Ladurée, que se estabeleceu no país. Os famosos macarons vendidos a R$9,00 atravessam o atlântico até a loja brasileira. Danielle Noce, blogueira do I Could Kill For Dessert (Eu Poderia Matar por Sobremesa), confeiteira, e estudante da escola francesa de confeitaria Lenôtre, comenta o assunto. “Sobremesa, como qualquer outra comida, quanto mais fresca estiver, melhor será o seu sabor e melhor serão mantidas suas características verdadeiras (...). Para mim, não faz sentido que um doce que poderia ser produzido no Brasil, com as mesmas caraterísticas, embarque em um navio ou em um avião, consuma milhões de litros de petróleo para chegar até aqui. Também não acredito que o padrão de franquia, por ter um processo de produção regularizado e uniforme, seja sinônimo de qualidade. Na maioria das vezes, há uma ausência de vida e coração do produto. Morando aqui em Paris, percebo que os lugares mais especiais ainda são comandados por famílias, ou pe-
“Os doces trazem alegria à vida. Me realizo no preparo de cada um. Me preocupo não só com a estética individal de cada doce, mas principalmente com o sabor, que deve ser inesquecível, delicioso! Minha vida se tornou muito mais doce e prazerosa quando me aventurei na confeitaria!.” Grazi Bonesso é funcionária pública e faz doces por paixão e por hobby, tendo criado a marca “Miss Cereja”, em São Carlos, SP.
quenos empresários, que, antes de serem comerciantes, são apaixonados por comida e pelo que fazem.” Com uma rotatividade relativamente alta em relação aos produtos de moda, cabe aos empresários administrarem bem o seu nicho, para se estabelecerem dentro do mercado nacional. Hoje, o produto mais “bacana” é o burrito mexicano, até pouco tempo o espaço pertencia aos temaki’s japoneses. Nessa lógica, amanhã um novo produto provavelmente irá surgir, e somente sobreviverá quem souber lidar com a situação. É importante prestar atenção na inovação, uma condição para a diferenciação e permanência dos negócios no mercado.
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Louca Louça Fazer é divertido, degustar é prazeroso, mas limpar... Abaixo à lei do “eu faço, você limpa”! Aprenda métodos e dicas que facilitam esse desgosto. Amanda Tambara
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ozinhar pode ser uma tarefa ou um passatempo. Contudo, após toda a diversão antes da refeição e toda a delícia na hora de comer, a última parte é um pouco chatinha para a maioria daqueles que se arriscam na cozinha. Lavar a louça acaba sendo uma obrigação sem rodeios. Aí, já viu, é massa grudada em panela, é cheiro que empreguina nos potinhos, é pia que dá o maior show quando entope... A nutricionista e gestora do centro gastronômico da Universidade Sagrado Coração, Patrícia Pelissaro Loquete Ramalho, compartilha os métodos utilizados na sua cozinha industrial. Ela conta que detergente neutro e água aquecida são um conjunto que facilita muito a limpeza das panelas. Ela explica métodos que agilizam o processo de higienização. “Nossa produção é diária, então a louça usada naquele dia deve ser limpa no mesmo dia.”
Massa na louça
Cozinheiros amadores, sabem quando vocês preparam aquele prato italiano, 32 • Campus Magazine 2012
“Gnochi” ou “Lasagna”, ou mesmo uma sobremesa básica de café da tarde, tipo bolo de cenoura, e a louça fica toda grudenta? Aí você colocava todos os utensílios de molho na água e a limpeza só começava três dias depois que a comida já tinha até acabado? Chega de bagunça! Para desgrudar massa da louça, a equipe de Patrícia usa a facilidade da água aquecida. “Coloca-se o utensílio de molho na água quente com a utilização da espátula e já faz a parte de raspagem deste, seguido da higienização”, explica. Na hora mesmo!
Sabão ou detergente?
Os consumidores de sabão alegam motivos de economia: é mais barato e dura mais. Aqueles que utilizam detergente defendem a facilidade na higienização. De fato, os dois estão certos. Patrícia apoia o uso dos dois em equipe. “Para uso doméstico, o uso do detergente para as gorduras em conjunto com o uso do sabão acaba economizando um pouco. No caso da cozinha industrial, a gente não pode utilizar o sabão por causa da soda.”
neutralizar os odores”, explica. Esse mesmo truque é utilizado para desintoxicação das folhas. Algumas pessoas utilizam o desengorComo dica caseira, a gestora aconselha durante para lavar tudo. Quanto à eficácia “deixar de molho numa solução de água do produto, é indiscutível. Porém, Patrícia com hipoclorito, que é a água sanitária. O explica seus funcionários só utilizam o que causa o odor são as bactérias. O cloro desengordurante para limpar o fogão e o tem poder desinfetante. Mesmo a solução forno. Ela alega que por o produto é forte que usamos pra desinfecção de verduras e muito agressivo e, por isso, não deve ser pra matar bactérias, você pode utilizar para usado diariamente na louça. “Só é utilizado higienizar esses tipos de utensílios. Um litro na limpeza para desgrudar aquela sujeira de água com 10 ml de cloro, deixa de molho mais difícil de tirar. O produto não pode por 10 minutos e enxágua. Ele não será ter contato com o manipulador e com o prejudicial à saúde e vai neutralizar o odor”. alimento.” Para os famosos potinhos plásticos, a gestora receita uma boa higienização do Entupiu, e agora? recipiente, guardar destampado e Uma coisa é certa e deixar de molho na solução já menFICA A DICA! não tem outra opção: cionada, quando necessário. depois que entupiu, só desentupindo! A Thaís Helena tem gestora recomen19 anos e é fã de peripéda a prevenção, cias na cozinha: “Adoro cozipara isso o uso nhar e detesto lavar louça”. Ela da peneirinha. compartilha sua receita para deiAquele ralinho xar o momento menos entediante: que muita gente “Costumo ouvir músicas alegres não usa porque e vibrantes enquanto lavo. Isso tem nojo de limameniza a chatice da tapar, sabe? Pois bem, refa!” mesmo limpando restos de comida antes de A QUÍMICA CONFIRMA! pôr a louça na pia, alguma coisa ou outra acaba indo, e o ralo coletor é A química Setsuko Sato confirma de muita utilidade nessa hora. que o desengordurante, desde que Entretanto, “o que entope mais não é sunão seja utilizado de modo exagerado, jeira, e sim, gordura”. Patrícia explica que a não é prejudicial à saúde: “Lavando água quente ajuda a dissolver a gordura, mas direitinho e enxaguando direitinho, “mesmo assim, se a tubulação não tem uma não tem problema”, diz. espessura muito grande, acaba entupindo a Sobre a solução de água com hicaixa de gordura”. poclorito, a profissional afirma não causar danos à saúde. “É tranquilo”, Xii... Ainda tá cheirando... afirma. Do cheirinho da comidinha pronta todo Assim como a gestora Patrícia mundo gosta, não é?! Mas quem lava, sente. Ramalho, Setsuko indica o detergente Às vezes, o cheiro fica no utensílio. Para tal neutro para a higienização da louça. problema, Patrícia utiliza em sua cozinha “Se for aromatizado, fica o cheiro do industrial uma máquina de ozônio. “É um detergente nos utensílios”, justifica. produto novo que está��������������������� em teste. Ele trans-
Desengordurante: produto milagroso?
forma a água em ozônio, que tem o poder de
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Que cheirinho Incomparável, irresistível... é a comida da vovó Diusaleia Oliver
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uem não tem guardada na memória, em meio às lembranças de infância, uma comida especial preparada com muito carinho pela avó?! Pois essa é uma situação vivenciada por muitas pessoas que tiveram a sorte de conviver com suas avós. E lembrar da comida preparada por elas, ou melhor ainda, ter experimentado aquele tempero caprichado que só as “nossas” avós sabiam fazer, ah... isso é uma questão de sorte maior ainda. Tradicionalmente, a habilidade da culinária na cozinha ocidental é reservada às mulheres, porém, quando a cozinheira tem uma predileção especial por cozinhar, o resultado fica bem melhor do que meramente cumprir um papel social. Em Lençóis Paulista, uma avó muito especial acabou influenciando a filha e as netas no gosto pela gastronomia – tanto no fazer quanto no comer. Wilma Benedetti, 75 anos, é de origem italiana e sempre esteve acostumada com a mesa farta e a grande família que se reunia na casa de seus pais. No entanto, quando deixou o serviço na lavoura e foi trabalhar em casa de família, viu-se obrigada a comandar o fogão entre outros afazeres domésticos. “Eu aprendi fazer arroz com 6, 7 anos para ajudar minha mãe, depois fui trabalhar na roça, e quem me ajudou na cozinha acabou sendo a minha sogra. Eu ficava observando como ela fazia, como ela sovava a massa, e eu achava lindo”, confessa Wilma. Aliás, as massas são as especialidades de Wilma, que prepara cada prato nos finais de semana e, por isso, acaba reunindo a família em sua casa aos domingos. Ao todo, são mais de 20 pessoas. A filha Selena confessa: “Cresci vendo a minha mãe fazendo comida, aliás, muita comida; a família sempre foi grande e
isso me ajudou a gostar de cozinhar também na minha casa.” A neta Marina, por sua vez, assume que prefere comer a comida da avó do que tentar fazer igual – até porque justifica não conseguir, além de seus pratos preferidos de serem feitos são os doces. Já Daniela, a neta mais nova, capricha no preparo dos pratos japoneses, mas não abre mão de saborear as delícias da avó Wilma; lasanha, nhoque, crústule – uma espécie de massa trançada e frita com açúcar, tradição italiana Mas o campeão mesmo de pedidos e de consumo é o macarrão caseiro, que ela prepara no cilindro próprio, deixa secar e depois ainda vem acompanhado com o molho que não tem nada de industrializado, é tudo preparado em casa. A deliciosa macarronada faz até a dona Wilma dispensar convites para almoçar fora no domingo. “Prefiro que eles venham comer aqui em casa, até porque se eu for na casa
Diusaleia Oliver
bom!
Wilma, as netas Marina e Daniela, a filha Selena... e o macarrão caseiro
dos filhos, vou acabar cozinhando”, brinca. “É uma questão até mesmo de resgate e Essa “nona” (como são conhecidas as avós manutenção da própria identidade familiar, na Itália) gosta tanto de cozinhar que até a pois são nesses momentos de reunião em filha e as netas confessam que ela chega a ter família que muito das tradições, dos conheciúme das panelas. “Ah, não é fácil cimentos, das histórias dos mais velhos cozinhar para cozinheira... são transmitidas para as gerações quando eu vou a algum mais novas, além, é claro, de Se restaurante, fico prestanser uma oportunidade para já sabíamos do atenção nos pratos, o encontro, o reencontro, que um bom prana acidez do molho, a confraternização”, exto é capaz de nutrir e na quantidade de replica. trazer saúde e satisfação cheio colocado, na A docente, que tampara o corpo, imagine agora sabendo que também traz espessura da massa, bém ministra um dos benefícios para o íntimo das e não vou negar que, projetos da UATI (Unipessoas?! O jeito é consumuitas vezes, o que versidade Aberta da Termir as comidas da vovó eu faço aqui em casa ceira Idade) que aborda a sem culpas... Vale até acaba ficando melhor importância e os critérios repetir o prato! mesmo”, finaliza Wilpara se fazer boas escolhas ma Benedetti. Além do alimentares, esclarece também preparo das comidas para que, além dos benefícios familiaa família, ela ainda colabora na res, o próprio indivíduo dedicado ao barraca de pastéis nas festas da comunidade. preparo dos alimentos que serão consumidos A professora Rita Chain, do curso de e apreciados pela família acaba sentindo-se Nutrição da USC, reconhece esta prática da valorizado pela sua habilidade de cozinhar, família reunida nos momentos de alimentae isso faz muito bem para a manutenção da ção como sendo a chamada comensalidade. autoestima positiva. Campus Magazine 2012 • 35
Expediente UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO Profª Drª Irmã Susana de Jesus Fadel Reitora Profª Drª Irmã Ilda Basso Vice-reitora e Pró-Reitora Acadêmica Profª Irmã Jucélia Melo Pró-reitora de Extensão e Ação Comunitária Profª Mª Daniela Luchesi Diretora do Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas Profª Mª Daniela Pereira Bochembuzo Coordenadora do Curso de Jornalismo Prof. Me. Dorival Coral Coordenador Geral de Extensão CAMPUS MAGAZINE Publicação da disciplina Laboratório de Jornalismo Impresso II (Revista) com o apoio das disciplinas Design Gráfico para Jornalismo e Fotojornalismo, do Curso de Jornalismo da USC. Editora: Profa. Dra. Erika de Moraes (MTB 29.053) Editor de Arte: Prof. Esp. Renato Valderramas Supervisão de Fotografia : Profª Mª Érica Cristina de Souza Franzon Tiragem: 500 exemplares. Edição 1 / Ano 1: Dezembro de 2012. Endereço para correspondência: USC/Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas. Curso de Jornalismo. Rua Irmã Arminda, 10-50, Jardim Brasil, Bauru – SP. CEP 17011-170. Telefone: (14) 2107-7255. E-mail: jornalismo@usc.br. C691c
Campus Magazine: revista-laboratório do curso de Jornalismo da Universidade do Sagrado Coração / Universidade do Sagrado Coração – Ano 1, n. 1 (2012). – Bauru, 2012. 28p.: il. ; 15,0 x 23,0 cm Anual Texto em português ISSN 2317-3041 1. Ensino Superior. 2. Comunidade Universitária. 3. Jornalismo. I. Universidade do Sagrado Coração. CDD 378.05 Elaborado por Biblioteca Central “Cor Jesu”
EQUIPE DE REDAÇÃO Textos: alunos da disciplina Laboratório de Jornalismo Impresso II (Revista): Agenor Rodrigues; Amanda Tambara; Ana Lívia Zanata; Diego Contrera; Diogo Inácio; Diusaleia Oliver; Eduardo Sbeghen; Felipe Tellis; Fernanda Fraga; Fernando Leandro; Gabriela Ruediger; Gabrielle Gabas; Guilherme Gonçalves; Júlia Pereira; Juliana Benetti; Kevelin Merino; Larissa Cabelo; Lorena Fagundes; Luana Leonel; Luís Geraldo Rocha; Mariana Vasconcellos; Matheus Bottura; Matheus Requena; Pâmela Antunes; Paula Santana; Tamira Ferreira; Thaisa Moraes; Thais Farias. Projeto gráfico e diagramação: alunos da disciplina Design Gráfico para Jornalismo: Adriano Vannini; Amabilly Dias Ribeiro dos Santos; Amanda Domiciano; Amanda Lacerda Malavazi da Silva; Ana Laura Terra Bergoce; Beatriz de Souza Vieira; Bianca dos Anjos Marcondes; Breno Meireles de Resende; Bruna Ferreira da Silva; Caroline Figueiredo Durval; Cynthia Kalyne de Lima Feitosa; Daniela Ramos De Lalla; Deivide Alexandre Diz Ambrosio; Flávia Placideli; Flavio Luis Fogueral; Gabriela Clemente Martinez; Gabriela Lourenço de Carvalho; Gabriel de Paulo Cochi; Giovani Francisco Camalionte; Gustavo Diccine Silva; Ivana de Paula Oliveira Santos; João Gabriel Darros Falcade; Julia Cardoso Furtado; Juliana Mesquita Santos; Karina Vieira Souza Alves Sant’Ana; Leonardo Gonçalves Lopes; Letícia de Toledo Garcia; Marco Aurelio Nascimento; Maria Gabriela Nieto Leonel; Maria Luisa Bergamasco; Mayara Giacometti Gigioli; Nathalia Faria Maximo da Silva; Ranieri Vicente da Costa; Rodrigo Cardoso Pinheiro; Samanta Ravazzi.