Jornal campus 2013

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CAMPUS JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO - UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO - BAURU, 2013

BRASIL: CO

Um país de pouca leitura p. 12

Voto obrigatório:

até quando? p. 03

LU NA

,

DOR DE JOVEM

p. 06

Black, the POWER p. 14

Assumindo uma identidade visual única


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Opinião

Crônica

Copa do Mundo ou para o mundo?

Um segundo de sua atenção, por favor…

Cynthia Kaline e Amanda Malavazi

Expectativas estão sendo formadas com a notícia de que o Brasil sediará a Copa do Mundo. E não é para menos, um evento desse porte mobiliza o mundo todo, o que requer preparação, principalmente na infraestrutura, como estádios, transporte, segurança, hotelarias, esporte, e giro de capital, principalmente nas cidades sedes do evento. Para a população brasileira que ama futebol, misturam-se os sensos de orgulho e responsabilidade de realizar um evento de nível mundial, e porque com isso tem de vir a melhoria de um país que quer crescer junto com o povo através de obras que beneficiam a todos que se dizem brasileiros. Mas será que é viável gastar todo esse recurso público agora? Será a população a mais beneficiada com tudo isso? Segundo dados do IBGE, estima-se que, no Brasil, em 2010, 16,27 milhões de pessoas estavam em situação de extrema pobreza, o que representa 8,5% da população. Isso significa que um em cada dez brasileiros vivem de maneira não digna, o que é um grande contraste para um país que se diz em desenvolvimento.

Amanda Domiciano

No Nordeste, meio milhão de pessoas entre 15 e 24 anos de idade são declaradas como analfabetas e a renda per capita da metade da população é de R$ 375,00. Como é possível se importar mais como uma imagem exterior bonita do Brasil diante de tantos fantasma rondando nossos estados? Os problemas internos do país têm de ser mais importantes do que a preocupação em fazer bonito para os estrangeiros. Ou será que a efemeridade da Copa é tão fundamental e urgente quanto a questão da fome e da falta de qualidade de vida desse número assustador de brasileiros?! As prioridades têm de serem revistas e reanalisadas; colocadas em paralelo com os eventos futebolísticos que o país pretende receber nesses dois anos. Dessa forma, se poderá realmente compará-las com a eficácia de programas de ação social que visem à melhoria da educação, condições dignas de saúde e melhor distribuição de renda. Mas como já diz o velho ditado, quem está na chuva é para se molhar. O que nos resta agora é encarar os fatos e tentarmos fazer uma boa Copa do Mundo, afinal, esta se tornou uma responsabilidade da qual não se pode fugir.

Nathan Vitiver Novaes

Humor

Você certamente já ouviu falar de mim. Deve também saber do que sou capaz de fazer em sua dependência. Apesar de não ter nome específico nem sobrenome, sou muito requisitada em raves, casamentos, desencontros juvenis e em outros ambientes. Sem local e hora marcada, ingresso em sua corrente sanguínea por agulhas acompanhadas dos mais nocivos tóxicos. Estes momentos proporcionam a você momentos fugazes de pleno tesão e euforia, mas, agregada a isso, tirarei o seu chão e receberá a inevitável angústia. A partir daí, a sua vida ficará acorrentada aos meus desejos e comandos. Como uma gota no oceano, irei paulatinamente desafrouxar os seus laços familiares e fraternais. Pois consigo destruir todos aqueles que se aproximam de mim. Por meio do meu ingresso, irei furtar os seus raciocínios mais preciosos, adulterar a sua concentração e tingir a sua identidade. Assim que a minha diligencia atingir seu coração, você inevitavelmente dormirá em seu leito de morte. Providências? Tarde demais. Agora já estará sob meu comando e será mais uma vítima do meu perfi l de serial killer.

Eis a minha biografia, estarei sempre à disposição para proporcionar-lhe momentos hipnóticos de uma pseudo-paz, uma perecível alegria e, por fim, a sua VIDA. Atenciosamente, DROGA.


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Política

O direito obrigatório

em xeque Vigente desde 1932, o voto no Brasil é a consolidação da participação na democracia, mas gera discussões sobre sua eficácia no contexto político

Poucos segundos definem o futuro de 190 milhões de pessoas. Com o voto, o brasileiro se acostumou a escolher seus governantes e consolidar, assim, a democracia. Entre crises econômicas, cerceamento da liberdade individual do pensamento e o livre exercício político, o Brasil se transformou em país cuja democracia nas últimas duas décadas se mostrou como uma das mais sólidas do mundo. Desde 1932, o voto é obrigatório no Brasil, sendo facultativo a maiores de 70 anos, analfabetos e eleitores com idade entre 16 a 18 anos. A Constituição de 1988 determina que todos os brasileiros exerçam o direito ao voto, sem restrição de etnia ou classe social. No contraponto, o país é uma das 24 nações que têm a escolha de seus governantes como um dever e não um direito. A descrença nas instituições e a ineficácia do Estado no combate à corrupção fazem com que a eleição no Brasil seja uma obrigação cada vez mais contestada. A média de abstenção nas eleições de 1994 a 2010 foi de 26,7% do eleitorado, segundo o TSE. Há, ainda, a discussão de tornar o voto facultativo, conforme as dezenas de propostas que

tramitam na Câmara dos Deputados. Professor de filosofia e antropologia da Universidade Sagrado Coração (USC), Silvio Maximino ressalta que a postura dos cidadãos pouco mudou após a redemocratização. “O processo de amadurecimento para a vida política em um regime democrático costuma ser lento”, declara. Maximino alerta quanto à vulgarização da democracia incentivada pelo governo e partidos políticos. Um desses exemplos é o número de legendas registradas no TSE: 30. “O brasileiro ainda não sabe quais são seus direitos e deveres enquanto cidadão”, ressalta. “A propaganda oficial se limita a propagar a ideia de que eleição é a “festa da democracia”. Será que tudo mesmo é uma ‘festa’?”, contesta Maximino, que é integrante da ONG (Organização Não Governamental) Bauru Transparente, que promove ações para consolidar a democracia, a ética política e qualidade de vida da população bauruense. O antropólogo não considera a obrigatoriedade do voto um problema. Segundo ele, como a democracia brasileira é recente, não há engajamento à participação política. “O brasileiro sequer sabe como funciona nosso sistema político. O voto obrigatório exige a educação das massas,

TRE-SP

Flávio Fogueral

A adoção de urna eletrônica foi um passo de modernidade nas eleições brasileiras com o desenvolvimento do senso de cidadania”, ilustra Maximino. Christopher Cardoso, formado em filosofia e antropologia pela USC, frisa que o voto facultativo contemplaria a camada realmente interessada. “Acredito que sem a obrigatoriedade muitos dos que votam, principalmente por quererem agraciar aquela política assistencialista, deixariam isso de lado”, opinou. Natália Joner, também graduada pela USC, enfatiza o valor do voto, mas rea-

firma a plena consciência na escolha dos candidatos. “O voto demonstra minha opinião. É uma pena que muitas pessoas não consigam enxergar a importância de se votar, e que vendem seu voto por nada, ou simplesmente o anulam”, lamenta. Já Luana Morais, estudante do 4º ano de jornalismo da USC, prefere o voto facultativo. “Seria necessária uma mudança radical em todos os setores políticos para despertar interesse da população em eleger um candidato eficaz”, opina.


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Economia

Reciclando visões Parceria entre USC e Unesp leva proposta de economia solidária para a cootramat

Beatriz Avallone e Caroline Figueiredo

Aposentar o antigo modelo de gestão de empresas. É isso que o projeto de extensão da Universidade Sagrado Coração (USC) em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) propõe à cooperativa de catadores de material reciclável de Bauru, a COOTRAMAT, através da aplicação da economia solidária (leia mais). Segundo o atual presidente da COOTRAMAT, Valmir Moura, a cooperativa surgiu em meados de 2007 através de projetos do atual secretário de Obras de Bauru, Sidney Rodrigues, em conjunto com a SEBES (Secretaria do Bem-Estar Social), SEMMA (Secretaria do Meio Ambiente) e a SEAR (Secretaria de Administração das Regionais), projetos que serviram como um grande impulso para o crescimento, com intuito de consolidar a cooperativa, que até o momento era somente uma associação. Recentemente, a administração da coleta seletiva em Bauru foi passada da SEMMA (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) para a Emdurb, pois a secretaria já não conseguia mais suprir a demanda de trabalho na cidade. Com a entrada da Emdurb nesse processo, o objetivo agora é atingir 100 toneladas de material reciclável coletado, 40 toneladas a mais do que era feito pela SEMMA. Para isso, será necessário

melhoramentos na COOTRAMAT e também a inclusão de novos cooperados para realizar a triagem dos materiais. Contudo, melhorias físicas não são as únicas necessidades no dia a dia dos catadores. O projeto realizado na COOTRAMAT pela USC e Unesp tem como objetivo ajudar os cooperados a compreender a prática e o processo da autogestão, além de noções de português, matemática, contabilidade e informática. Com esse investimento em conhecimento a cooperativa ganha mais autonomia, já que vinha sofrendo diversos problemas em decorrência da administração pública ineficiente à qual estava submetida, como falta de iluminação e asfalto nas dependências do barracão onde o trabalho de triagem é feito. O projeto teve início no ano de 2010, mas desde 2012 ganhou uma nova cara com a parceria entre as duas universidades e também o repasse de recursos da Fundação Banco do Brasil, no valor de R$171.890,00. Segundo Guilherme Franceschini, engenheiro ambiental e um dos coordenadores das atividades realizadas na COOTRAMAT no primeiro semestre de 2013, o projeto se torna interessante pelo envolvimento interdisciplinar, ao unir diversos cursos da universidade somando para a economia sustentável

tanto quanto para a UNESP, que passou pela dificuldade para conseguir parcerias e consequentemente para ter uma mudança significativa. Para Guilherme, o objetivo é a formação de coletores e assessoria técnica na área de autogestão, cooperativismo e economia solidária. O valor repassado pela Fundação Banco do Brasil está sendo usado para o curso de formação de economia solidária de coletores e triagem dos resíduos, que é o primeiro passo. A segunda etapa é a compra de uma empilhadeira para facilitar o manejo dos resíduos, utilizada neste processo de aprendizagem.

A aluna de engenharia ambiental e sanitária da USC Natalia Guereschi decidiu participar do projeto quando o professor Guilherme comentou sobre o assunto em sala de aula. “Vi como uma oportunidade para começar a participar do projeto de extensão”, diz Natalia, que nunca esteve em contato com a economia solidária, mas viu nela um diferencial para um desenvolvimento econômico inovador. “Comecei a ter interesse após uma viagem que eu e mais uma estudante de Engenharia Ambiental, junto com os catadores e mais dois estudantes da UNESP, fizemos. Nessa viagem co-

Saiba mais A economia solidária teve início no século 19 com o aumento do cooperativismo dentro de organizações secundárias, tais como associações trabalhistas, cooperativa de produtores e, posteriormente, as ONGs, que cresciam contra o capitalismo vigente na maioria das indústrias que surgiam. Com a fragilização da economia mundial devido às várias crises geradas pelo livre consumo imposto na sociedade moderna, esse novo modo de se gerir grupos de trabalho foi ganhando força e abrindo novos espaços nos meios comunitários e de serviços voltados ao bem comum social. No Brasil, a economia solidária ganhou visibilidade com as cooperativas populares e associações de bairros, que viam na autogestão um meio de viabilizar seus projetos envolvendo todo o coletivo. O governo também tem incentivado a economia solidária do país com projetos como o Banco do Povo e a implantação da Secretaria Nacional de Economia Solidária. (BA e CF)


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Tecnologia

Vou de híbrido nessa onde verde Alternativa para amenizar a poluição mundial, veículo atrai curiosos e pessoas preocupadas com o futuro do meio ambiente Gabriela Martinez

Há ainda uma preocupação com a rede de circuito de alta voltagem presente no veículo, pois a tensão que a bateria do motor elétrico transporta é de mais de 500 volts, 40 vezes a energia de uma bateria convencional, o que exige preparação das equipes de resgate presentes em um acidente. “O carro é bom, conta com tecnologias inovadoras, é realmente econômico, mas o preço ainda é um fator muito proibitivo”, diz Jorge Bachega, consultor de vendas e primeiro na Distribuidora Toyota em que trabalha a dirigir o carro híbrido da marca, a qual briga pela isenção de rodízio para esses veículos e pela redução de IPI junto ao Governo Federal, por serem considerados “verdes” e de baixo consumo. São poucos modelos disponíveis no país, entre eles está o Prius, da marca Toyota; o Fusion Hybrid, da Ford; o Optima, da Kia; e o S400 Hybrid, da Mercedes Benz. Encontrados com mais freqüência nas grandes capitais, os híbridos chegam timidamente ao interior devido ao alto preço a eles atribuídos e à baixa produção, que acaba por priorizar os grandes centros.

Divulgação

Com poucas unidades em circulação no Brasil, os veículos híbridos combinam motor a combustão (gasolina e diesel) com outro elétrico. Diferente dos veículos elétricos, que devem ser recarregados em casa ou em eletropostos, os híbridos armazenam a energia gerada pelo motor a combustão e pelos próprios freios, transformando-a em eletricidade, o que acaba por reduzir o consumo de combustível quase pela metade, produzindo um baixo nível de poluentes. Os híbridos têm se tornado cada vez mais populares entre aqueles que se preocupam com o meio ambiente, pois são considerados os carros do futuro, sinônimos de economia e responsabilidade ecológica. Apesar disso, o carro híbrido apresenta desvantagens. Os veículos ainda não são produzidos no Brasil, o que eleva a carga de impostos que incidem sobre o preço final, sendo 35% de imposto de importação, mais 55% de IPI, mais 13% de Pis/Cofins, mais de 12% a 18% de ICMS, dependendo do estado. Isto faz com que a tributação que incide sobre esses carros possa ultrapassar os 120%.

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mecei a entender o que precisávamos fazer para fortalecer a COOTRAMAT” diz. Natalia ressalta a participação assídua dos estudantes e a interação positiva entre as universidades, que, para ela, estão somando forças para dar melhor qualidade de vida a uma classe da sociedade que faz muito pelo coletivo e nem sempre é lembrada como deveria. A estudante comenta a importância de estar inserida em uma atividade que trabalha o relacionamento interpessoal entre os estudantes e os cooperados. “Eu vejo como um grande aprendizado, aonde eu posso conviver com outras pessoas e também adquirir conhecimento necessário e de fundamental importância para o meu curso”. E esse aprendizado é recíproco. Valmir vê o projeto como uma alavanca para a conquista de novas parcerias em benefício da cooperativa e seus integrantes. “Estou achando ótimo e acredito que vai dar certo. É sempre bom aprender”, diz Valmir. Juliana Soares de Souza, membro da incubadora universitária da UNESP (INCOP), diz que a grande importância desse projeto é resgatar o direito as políticas públicas já existentes e que por vezes são deixadas de lado pela sociedade e pelo governantes. “Eu acredito muito nos projetos que se propõem a ajudar as classes excluídas com olhar não assistencialista, e muito depende do que fazemos. Precisamos lutar por políticas públicas que já são direito de todos, mesmo que, nessa sociedade injusta e desigual, elas sejam esquecidas sem que haja questionamento”, opina. E quanto a sociedade bauruense, qual o pensamento dela em relação a COOTRAMAT? Para Guilherme, a população colabora, mas pela falta de conhecimento a ajuda vem de maneira errônea, pois na separação dos materiais a pessoas não sabem o que e resíduo reciclável ou não. “Tem uma porcentagem de resíduos que chegam na cooperativa e não é reciclado. Gasto desnecessário do poder público de levar para cooperativa e voltar para o aterro”, opina.

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Fabricado pela Toyota, o Prius tem motor híbrido


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Dor na coluna é coisa de jovem

Saúde

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Com o hábito de vida moderno, cada vez mais jovens têm desenvolvido e apresentado dores e problemas na coluna Nathalia Faria

De alguns anos para cá, cada vez mais doenças relacionadas à coluna têm atingido os jovens, que por sua rotina agitada se descuidam da saúde corporal: são mochilas pesadas, postura inadequada ao sentar-se, horas na frente do computador, entre outros. A professora do curso de pós-graduação de fisioterapia Roberta Carreira, da USC, afirma que o mais comum é o aparecimento de sintomas pela adoção de hábitos posturais inadequados. O médico Ricardo Bertoli, atuante na área de Ortopedia há mais de 15 anos, confirma que o número de jovens que procuram seu consultório tem crescido. São diagnosticadas, em sua maioria, dorsalgias (são as dores nas costas frequentes, mas não graves), lombalgias (ou dores na região lombar, na baixa coluna), inflação postural e muscular. O tratamento para esses problemas varia de acordo com a gravidade. “No início, um pouco de repouso, mas depois

atividade física para alongar e fortalecer a musculatura”, recomenda Bertoli. Laís Tragante, de 24 anos, sabe como é sofrer por dores na coluna. Ela foi diagnosticada com escoliose aos 15 anos de idade em decorrência do uso de computador e mochilas com o peso mal distribuído. Para o seu caso, o ortopedista receitou remédios para amenizar as dores e exercícios físicos. “Sinto dores às vezes e evito algumas formas de sentar e deitar, sendo que às vezes a coluna trava e fica difícil até para eu me mexer.” Já o caso de Vinicius Lima, 23 anos, foi ainda mais grave. Ele teve duas hérnias de disco na coluna vertebral. Essa lesão se deu pela prática mal conduzida de esportes de alto impacto, além do encurtamento na distância dos discos e só foi percebida em 2011, quando a única saída foi a mesa de cirurgia. “Tentei vários tratamentos, mas apenas a cirurgia surtiu efeito e curou”,

conta. Após sofrer para relaxamento das muito com o problecostas. ma, hoje ele consegue Para estudantes levar uma vida norde um modo geral, mal, sem dores. o máximo recomenRoberta Carreira dado pela fisioterarecomenda aos estupeuta é de uma hora dantes que costumam sentados à frente do levar muito material computador, lemnas mochilas que esta brando sempre de deve ser carregada de O ortopedista Ricardo Bertoli fazer pausas durante forma correta, ou seja, recomenda alongamento esse período para usando as duas alças, que haja descanso e com elas ajustadas ao corpo e com um alternância da postura. peso que não exceda 10% da massa Alongamentos ajudam a aliviar os corporal; materiais com mais pesados sintomas, mas exercícios que envolvam devem ser carregados próximo ao corpo contrações musculares mais intensas, e os menos, mais afastados. como a prática de esportes similares ao Em relação à postura sentada e ao futebol ou vôlei, entre outros, são os que uso do computador, o que se recomenda realmente funcionam. Ricardo Bertoli é fazer um ajuste da altura da cadeira acredita que exercícios devem sempre e mesa. Garantir que, ao sentar, o enser supervisionados, procurando tamcosto da cadeira seja utilizado, pois é bém o auxílio de um fisioterapeuta para importante que exista um apoio lombar melhor acompanhamento.


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Sob estresse

Saúde

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Psicóloga explica como manter o equilíbrio emocional durante o período de provas

Estar sob avaliação pode provocar estresse nos estudantes

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Luciana Nóbrega

O estresse também pode ser registrado durante o peíodo de provas. A professora doutora Sandra Leal Calais, do departamento de psicologia da UNESP, com formação em psicologia clínica, explica como essa doença se manifesta. Sandra especifica o estresse como uma condição multideterminada, não se manifestando apenas por um tipo de causa. Normalmente, o estresse é mais facilmente detectado em pessoas que não estão acostumadas com desafios e grandes emoções, passando por qualquer obstáculo de maneira receosa. A psicóloga relata que o estresse pré-prova é gerado por uma relação entre o avaliado, e a cultura de punição

perante as notas baixas. corretamente com E também em se fafrutas, verduras e lando de vestibular, ela legumes, evitando afirma que a sociedade café, refrigerante se mantém mais apreene chocolate (porsiva e com maior nível Sandra Calais recomenda que estes contêm não supervalorizar a prova em estresse, pois se sente excesso de cafeína) pressionada com a prova e evitem também muito concorrida e com poucas vagas alimentos com corante amarelo e para quem deseja cursar uma universivermelho. dade pública. “A gente ensina ao indivíduo que Ela indica para aqueles que desejam cada coisa tem seu devido valor e que combater e diluir o estresse que pranão é preciso existir a hipervalorização tiquem exercícios físicos. A atividade das coisas. No caso do vestibular, todo provoca alteração hormonal, transmiano ele pode ser realizado pwelo sujeito tindo um estado de relaxamento. caso ele não passe na prova na primeira Outra recomendação é alimentar-se tentativa”, diz.


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Ao completar 60 anos, a universidade mostra que ainda tem muito fôlego pela frente Gustavo Diccine

USC um grande Gustava Diccine

,

diferencial

Em 2013, a Universidade Sagrado Coração completa 60 anos, história que começou no dia 20 de outubro de 1953, quando o então presidente Getúlio Vargas assinava a autorização dos primeiros cursos da antiga FAFIL, primeira faculdade de filosofia do interior paulista. Meses depois, a USC iniciava suas atividades no atual terreno do colégio São José e, não muito tempo depois, começou sua instalação ao lado da Rodovia Marechal Rondon, onde se encontra até hoje, com endereço homenageando uma de suas maiores colaboradoras: Irmã Arminda Sbrissia. Trinta anos após sua fundação, a instituição se transformou oficialmente em Universidade, onde aumentam a cada ano os cursos e suas instalações. Hoje, a USC conta com 270 docentes e 6 mil alunos acomodados em 100 mil metros quadrados de área total. Soma-se à Universidade o Nuphis, as clínicas da área de fisioterapia, odontologia, enfermagem e laboratórios, como o biotério e anatomia, dentre muitas outras áreas de estudo. A Universidade também é referência quanto à sua biblioteca, a “Cor Jesu”, com quase 240 mil exemplares. A USC, com tantos anos de história e construção, esse ano já trouxe Caco Barcellos para receber os calouros e até o final do ano lançará uma revista contando em detalhes essa rica história. Mas quem pode exemplificar sobre tudo isso é o professor mestre José Rafael Mazzoni, ouvidor e há 30 anos na casa. “Os professores que aos poucos foram saindo, os mais antigos, deixaram uma coisa para nós, o amor à instituição. Desde cedo a gente ia chegando aqui


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A gente tem de ter uma coisa chamada esperança de que daqui 60 anos, tantos outros 60, independente do que a educação mudar, a USC não vai mudar.

Gustava Diccine

e aprendeu sobre a filosofia da Madre Clélia Merloni, as irmãs sempre com o carinho de mostrar essa identidade. Aqui eu encontrei parte da minha vida, da minha casa, sou uma pessoa que aqui fica muito à vontade. A gente tem de ter uma coisa chamada esperança de que daqui 60 anos, tantos outros 60, independente do que a educação mudar, a USC não vai mudar. Enquanto ela se identificar como universidade que é do Sagrado Coração, esse é o diferencial.” Quem também desempenha um papel muito importante na universidade é Gislaine Audi Fantini, coordenadora da Universidade Aberta à Terceira Idade (UATI) e já está lá há 29 anos. “Eu sinto um orgulho muito grande de fazer parte dessa instituição. O trabalho é reconhecido e sempre estamos nos atualizando. Eu sou psicóloga e tenho oportunidade de trabalhar com o envelhecimento e a Universidade é muito importante nesse aspecto em Bauru e na região. Se a USC seguir nesse passo que está seguindo, irá se manter durante mais 60, 70 anos. As pessoas que estão na terceira idade voltam pra cá, porque querem se sentir acolhidas e têm esse acolhimento por parte dos professores e das irmãs. A USC é um diferencial.” A universidade também é conhecida pela relação de respeito e carinho com seus estudantes e funcionários. Dorival José Coral, coordenador de extensão com 19 anos de casa, conta que durante todo o tempo que está trabalhando na universidade se sente respeitado. “Durante esses 19 anos, a minha vida pessoal e profissional acabaram crescendo muito e sou eternamente grato à USC.

O professor Rafael Mazzoni participa há três décadas da história da Universidade Sagrado Coração Nós sempre sentimos aqui a questão do respeito aos docentes e alunos.” Já Maria Silva Cardoso, secretária do Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas, está há 18 anos na institui-

ção. “A parte pessoal aqui dentro engrandece a profissional. Não podemos pensar que paramos nos 60 anos, ufa! Chegamos à terceira idade, temos que pensar no futuro.”

Em 2013, a Universidade do Sagrado Coração ainda guarda muitas surpresas que ainda não foram divulgadas, mas a missão continua. E que venham os próximos 60 anos!


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Que tal estudar fora do país?

Educação

Arquivo Pessoal

Programa Ciência sem Fronteiras alia conhecimento e experiência e ganha cada vez mais adeptos

Beatriz de Souza Viera

Criado pelo Governo Federal, o programa Ciência sem Fronteiras possibilita a estudantes de graduação, pós-graduação, tecnólogo e doutorado a estudar fora do país e realizar novos projetos e experiências, dando ao aluno uma oportunidade única de crescer profissionalmente e ter um reconhecimento futuro. Um programa em que todos os estudantes, de acordo com os requisitos indicados nos editais de bolsa, têm a chance de participar do programa. Todos os estudantes, de acordo com os requisitos indicados nos editais de bolsas, têm a chance de participar do programa. De acordo com a professora doutora Sandra Fiorelli de Almeida Penteado

Simeão, membro do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Sagrado Coração, o aluno precisa ter perfil para participar de um programa de intercâmbio, não basta apenas ser um aluno de excelência. Tem que ser um estudante que tenha iniciativa, seja proativo e resolva seus problemas sem precisar de muita ajuda. Tais qualidades são fundamentais para o desempenho do aluno no exterior. “O programa Ciência sem Fronteiras traz apenas benefícios aos estudantes e os possibilita uma melhor vida profissional e uma experiência pessoal sem igual”, afirma Sandra Simeão. A seguir, conheça alguns estudantes da USC que têm a experiência do Ciência sem Fronteiras no currículo.

O estudante de jornalismo Marcel Chaves da Silva está no Canadá “Tenho adquirido muita maturidade morando sozinho em outro país, e sem dúvida isso já influencia e muito na minha maneira de pensar e agir, sem contar as oportunidades de emprego que eu acredito que aparecerão, devido ao estágio e às aulas de que tenho participado”, comenta o aluno Marcel Chaves da Silva, de 21 anos, morador de Bauru, estudante de Jornalismo da USC. Atualmente, Marcel está em Surrey, na Colúmbia Britânica, no Canadá, onde cursa através do Ciência sem Fronteiras a graduação sanduíche, que é um tipo de estudos que o

aluno precisa cursar parte dos seus estudos no exterior e parte no país de origem. O estudante conta com uma bolsa mensal paga pelo CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, é um órgão público que tem o objetivo de incentivar a pesquisa no Brasil - entre outros benefícios. “Tenho como obrigação frequentar e ser aprovado nas aulas de inglês, fazer quatro meses de estágio na minha área, e frequentar e ser aprovado em dois semestres de aulas que estejam relacionadas ao meu curso”, explica Marcel Chaves. (BSV)


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Arquivo Pessoal

A estudante Pérola Padilha de Gregório Góes, de 24 anos, moradora de Bauru e estudante de Biomedicina da Universidade do Sagrado Coração, retornou ao Brasil no dia 30 de abril de 2013, após sete meses de estudos na Universidade de Kent, em Ohio, nos Estados Unidos, onde cursava a graduação sanduíche. “Acredito que o programa Ciência sem Fronteiras seja um grande passo para a educação no Brasil, desde que o governo possa suportar as expectativas dos estudantes que estão voltando ao país”, comenta a estudante.

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Qualidade de vida, uma opção dentro da Universidade A Fundação Veritas oferece atendimento nas várias áreas da saúde e custo inferior ao de outros centros particulares

A estudante Pérola Go A estudante Pérola Góes estudou nos EUA Saiba mais Todas as informações quanto a valores, processos de seleção, provas podem ser encontrados no site do programa Ciência sem Fronteiras (//www.cienciasemfronteiras. gov.br/web/csf). Aos estudantes interessados no programa Ciência sem Fronteiras, Sandra Simeão, da USC, indica que “procurem o Departamento de Relações Internacionais da USC, localizado no quarto andar do bloco J, no campus da instituição. (BSV)

A Fundação Veritas localizada no interior da Universidade Sagrado Coração (USC), é opção através das várias clínicas (Clínica Odontológica, Clínica de Fisioterapia, Laboratório de Análises Clínicas, Laboratório de Alimentos, Farmácia Veritas) em atendimento e custo diferenciado na prestação de serviço na área de saúde. Além disso, através das especialidades atendidas, beneficia desde crianças a idosos. Para ser atendido na Fundação Véritas, é necessário fazer o agendamento por telefone ou pessoalmente na clínica. A fundação Veritas foi criada em 1990 com a finalidade de favorecer o avanço de atividades educativas sociais, culturais, promover a saúde humana e prestar serviços à comunidade. Ao contrário do que muitos acreditam, a Fundação e a USC são instituições diferentes, embora ambas sejam grandes parceiras. Além de possuir um responsável por cada setor, as clínicas também contam com o apoio das diretorias executivas, fazendo parte a irmã Ana Cristina (administradora), o presidente Alexandre de Oliveira e a diretora financeira Maria Inês Périco.

Amanda Domiciano

Juliana Mesquita e Maria Luísa Bergamasco

Clínica de Fisoterapia da USC integra atendimento da Fundação Veritas Dentro das diversas áreas oferecidas, muitas pessoas optam em se consultarem na Clínica de Educação para Saúde (CEPS), por verem vantagens em relação a outros particulares. É o caso da paciente Genilde Silvestre (48), que se trata na clínica há 15 anos, e comenta que tudo começou quando ela perdeu o seu plano de saúde, e por meio da sua irmã ficou sabendo da CEPS. Genilde optou por se consultar na clínica, pois o tratamento era oferecido pelo SUS. Ela diz, também, que há três anos começou a pagar as consultas, mas preferiu permanecer lá, pois o custo comparado ao de outras clínicas particulares é bem inferior, além do que o tratamento dos profissionais ser muito bom. Além dos muitos benefícios, a Fundação Véritas oferece aos alunos da USC a oportunidade em realizar o projeto de

extensão na clínica. Bruno Fernando da Silva (28), estudante do terceiro ano de enfermagem, participa de um projeto de extensão voltado ao tratamento de feridas. Ele explica que através deste projeto os alunos podem colocar em prática o que aprendem na teoria. Segundo Bruno, o atendimento é feito para adultos, todas as quartas-feiras, a partir das 14 horas, na clínica. “Eu tenho a maior satisfação em participar deste projeto, pois é um aprendizado gratificante, visto que você está fazendo bem para outra pessoa”, comenta Bruno. Na Fundação Véritas, os pacientes e alunos encontram, além de profissionais qualificados, um ótimo ambiente para se consultar, tendo assim, uma oportunidade de maior qualidade de vida proporcionada dentro da Universidade.


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Cultura

Leitores brasileiros em

EXTINÇÃO Pouca leitura pode gerar sociedade menos crítica, alertam especialistas Samanta Ravazzi

O hábito de leitura diminuiu no Brasil. É o que mostra a pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro, em parceria com Ibope Inteligência, em 2012. De acordo com os dados, não somente crianças em idade escolar leem menos, mas jovens e adultos mudaram de hobby e, hoje, trocam um bom livro pela televisão ou por uma reunião com amigos. Mesmo indicando aumento no consumo dos livros, os números mostram que quase a metade da população brasileira não lê. Mas quais são os fatores que levam a esse quadro e quais as consequências disso para a sociedade? Marcelo de Sousa Góes, professor, coordenador pedagógico e colaborador na elaboração de materiais do Curso CRIAR, de Língua Portuguesa e Redação, lida diariamente com o ensino de português e literatura para adolescentes e jovens e diz que há muitos pontos a

serem levados em consideração. O primeiro deles é que há pessoas que não gostam de ler e dizem que, atualmente, o mundo é outro – claramente mais habituados à internet. Essas pessoas não escolhem os livros pela qualidade e alegam que muitas leituras (que exigem mais capacidade linguística e concentração, por exemplo) são difíceis, pouco estimulantes. Para o professor, não é aceitável se contentar com leituras superficiais, alegando que “pelo menos, estamos lendo”, isso torna o leitor acomodado. “Essas pessoas pouco expandem sua capacidade linguística, ficam presas a mesma temática e tornam-se leitores técnicos”, analisa. A tecnologia é, segundo Marcelo, outro fator que não pode ser esquecido, e não deve ser vista como vilã, mas como aliada nesse contexto.

“A tecnologia pode, com a orientação correta, contribuir para ampliarmos qualitativa e quantitativamente a leitura. Nesse ponto, escolas e universidades podem ajudar – criando espaços de leitura, estimulando concursos literários, valorizando o ato de ler”, avalia. Essa valorização deve ser “ensinada” pelos pais, professores - pois “responsabilizar os jovens é isentar o adulto da formação que ele mesmo criou e ofereceu”, afirma o professor, que é graduado e pós-graduado em Letras pela Universidade Estadual Paulista. A valorização da leitura deve ser ensinada desde cedo, em casa. É o que diz Clara Martins Milanezi, aluna do 4º ano de Medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, que sempre teve incentivo dos pais para ler. Para ela, a leitura ajuda na formação de indivíduos mais críticos e

com mais habilidades de usar a linguagem. Mesmo hoje, lendo bem menos do que gostaria, por conta dos estudos, Clara acredita que os jovens devem se esforçar para não perder esse hábito. “Jovens que leem pouco têm muito mais dificuldade para articular ideias, elaborar e interpretar textos, além de serem menos críticos com as informações que recebem. Isso certamente gera repercussões negativas em sua formação acadêmica, porque acabam tendo problemas para apreender conceitos, produzir textos, construir e processar ideias”, avalia. Segundo a pesquisa do Instituto Pró - Livro, o professor e a mãe são as figuras que mais influenciam os leitores. Os dados analisados também mostram que esses leitores preferem ler jornais e revistas a livros e, entre esses, o mais marcante é a Bíblia, seguido de A Cabana, de William P. Young.


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Número de livros lidos por ano no Brasil Pesquisa 2011

71,9 milhões de leitores

3,1 livros/ano

Pesquisa 2007

66,5 milhões de leitores

3,7 livros/ano

Pesquisa 2000

26 milhões de leitores

1,8 livros/ano

Comparação 2000 – 2007 – 2011

Fonte: Pesquisa Instituto Pró-Livro e Ibope Inteligência, 2012.

Estudante pesquisa acervo da Biblioteca Central Cor Jesu, na USC

Samanta Ravazzi

Definição de leitor: é aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses.


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Assumindo a identidade Cabelo black power faz a cabeça da nova geração


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Comportamento

crespos e têm sido muito procuradas.” Renata acrescenta que existem produtos com mais consistência,proteínas e colágeno, e muitas mulheres que costumavam alisar o cabelo se arrependeram utilizando agora xampus anti-resíduos e umidificadores, que têm função de retirar toda a química já utilizada no cabelo e tentar deixá-lo original novamente. “Uma das novidades é o xampu de mandioca, que auxilia na reposição de nutrientes perdidos com o uso de químicas, reduz o volume e auxilia no crescimento dos cabelos”, explica. Produtos específicos para os cabelos crespos custam, em média, R$19,00. Graças à mídia, atrizes e modelos como Thais Araujo e Sharon Menezes, que assumiram o black, são inspiração para aquelas meninas que querem deixar o cabelo natural, mas ainda não criaram coragem. E mesmo com tantas opções que surgiram, muitos homens e mulheres ainda não assumem e lutam com unhas e dentes para manter o liso em uma briga constante entre o que é imposto pela mídia e

Arquivo Pessoal

No calor dos secadores e chapinhas, progressivas, alisamentos e relaxamentos, os cabelos crespos sofriam calados e quebrados, tentando sobreviver ao mundo da perfeição. Em um momento de revolta, abandona-se tudo e se deixa o famoso cachinho, molinha, pixaim surgirem em um caminho árduo de aceitação para quem possui e para quem assiste. Hoje os lisos se curvam para o majestoso black power, que por onde passa gera elogios e inconformismo dos curiosos em perguntarem se é de verdade e ainda tentarem tocá-los. Com a transformação da indústria de xampus e cremes capilares, uma atenção se voltou aos cabelos crespos, aumentando o leque de opções e produtos para domar esses rebeldes com causa. Renata Barbieri, promotora da loja Danny Cosméticos, em Bauru, informa que recentemente houve um aumento na demanda de produtos para os cabelos crespos. “Temos a linha profissional que tem como diferencial a queratina e a vitamina A e a comercial que é sem vitaminas. Ambas têm sido bem aceitas no mercado dos

A jornalista Camila Gonçalves se tornou mais feliz após assumir o crespo

Estudantes da USC posam orgulhosos com seus cabelos black power sociedade e talvez mais aceitável. Wanser Nascimento, 17 anos, estudante do 1º ano do curso de matemática, nunca teve problemas com seus cabelos crespos, hoje ele está entre os homens que cultivam o penteado black power e relata que não é nada fácil mantê-lo. “Eu gosto bastante do black porque me destaca dos demais, eu sou mais confiante e seguro em tê-lo, por ser diferente chama atenção, me sinto mais descolado e estiloso. O lado ruim é que gasto muito tempo e dinheiro com cremes e xampus. Demoro cerca de 50 minutos o penteando,faço isso duas vezes por semana debaixo d’ água e lavo o cabelo dia sim e dia não. Arrumar emprego também se torna difícil quando seu cabelo chama muita atenção”, avalia. A estudante do 1º ano de moda Thainara Martins de Oliveira, 18 anos, assumiu suas madeixas recentemente, aos 17 anos, buscando ser quem ela realmente era sobre a mudança ela diz que o mais difícil é se acostumar. “Durante o processo, comecei a fazer babyliss e parei de alisar, então cortei, para assumir o crespo, deixei bem curto, foi tranqüilo,mas ao mesmo tempo uma mudança radical. Sobre os cuidados ,Thainara fala

que vê desvantagens em comparação à época que alisava. “Os cuidados com o liso são mais fáceis, é só lavar, secar e passar a chapinha. Hoje , para ativar os cachos eu uso um produto natural,para tratar os danos causados pela química e também faço uma hidratação duas vezes por mês e em casa toda semana. Cabelo crespo já é seco, tento dar uma vida nele.” Após passar praticamente sua vida inteira utilizando química e alisando os cabelos, Camila Gonçalves, jornalista recém-formada, não se encontrava mais ao olhar no espelho e não sabia como seu cabelo era de verdade,foi então que aos 20 anos decidiu descobrir como eles eram ao natural. “De 2011 pra cá eu tô me achando, mesmo que eu nem esteja com essa bola toda. Mas na minha cabeça estou pelo simples fato de que hoje o cabelo é MEU, antes não, né, hoje ele é 100% original de fábrica. Não sei explicar como é isso dentro de mim, mas faz toda diferença na minha vida”, relata. Wanser, Tahinara e Camila fazem parte do grupo de meninos e meninas que derrubaram o mito de que cabelo bom é o cabelo liso e que o cabelo crespo é cabelo “ruim”, “duro”, “Bombril”, avalia.

Letícia Toledo

Letícia de Toledo Garcia e Ivana Santos


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Educação

Comunidade acadêmica vai às ruas Karina Sant’Anna

Em 2012, o Governo Federal brasileiro instituiu o primeiro Plano Nacional de Extensão - PNExt, criado para subsidiar cursos e projetos de extensões nas universidades federais e estaduais, com o objetivo de retribuir à sociedade os conhecimentos adquiridos pela instituição, em vistas de uma melhoria política e socioeconômica. A responsabilidade de fiscalização ficou por conta do MEC (Ministério Brasileiro de Educação), e de órgãos criados para supervisionar o ensino superior, assim como SINAES e ENADE. As universidades particulares podem participar do programa com o objetivo de motivar sua comunidade a uma cidadania plena e à responsabilidade social. Uma das metas do governo federal, estabelecida no Plano Nacional de Extensão, é de até 2020 erradicar a fome e a miséria. Lançado em junho de 2011, o Plano Nacional “Brasil sem Miséria” possui o objetivo de promover a inclusão social e produtiva da população extremamente pobre, a fim de diminuir o total de 16,2 milhões de pessoas que vivem com até R$70,00 reais por mês. O PNExt tem por base o modelo de sistema universitário brasileiro. De acordo com o Censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foram feitas 74% de matrículas nos cursos de graduação em instituições

particulares e 80% das matrículas foram destinadas a cursos de pós- graduação na rede pública. Segundo o site da Universidade Sagrado Coração (USC), os princípios seguidos pela Coordenadoria Geral de Extensão são: o relacionamento interdisciplinar, a ligação de ensino e pesquisa, um diálogo que aproxima a universidade da realidade social e a determinação em manter constantes os programas oferecidos, tanto no ensino quanto na pesquisa. A fiscalização do setor de extensão universitária é feita pelo MEC com o apoio do SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) e informações do ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), sobre extensão universitária e a responsabilidade social. A adaptação A USC alterou no primeiro semestre de 2013 o foco de seus projetos sociais visando à comunidade bauruense, afirmam informações disponíveis no site da instituição. A mudança atende às exigências do MEC, que determinou o foco das atividades dos projetos na população. O professor doutor Antônio Walter Ribeiro de Barros, docente da USC, também, trabalha com projetos de extensão e afirma ter sentido diferença

Karina Sant’ana

Alterações no Plano Nacional de Extensão Universitária convoca professores e alunos a enxergarem mais a sociedade

Alunas Mariana Vasconcellos e Gabriela Carvalho atuan na Webrádio com as novas regras do MEC “Sim, a atual organização possibilita uma maior atuação dos projetos em comunidade, integrando a USC cada vez mais à cidade de Bauru. Nestes 60 anos, a USC sempre se preocupou em atender aos interesses não somente da comunidade acadêmica, alunos, irmãs, funcionários e professores, mas em oferecer saúde, educação e cultura a todos.” Walter vê com otimismo essa mudança. “Ela é muito positiva, principalmente no tocante a inclusão, diversidade e meio ambiente. Certamente, os projetos possibilitam levar educação, saúde, cultura e humanismo aos serviços

ligados ao nosso trabalho comunitário e social”, avalia. Muitos alunos da USC, a partir do primeiro ano da graduação, podem se inscrever em projetos de extensão para conhecer melhor a profissão. Geraldo Rocha, 20 anos, está no terceiro ano de jornalismo e participa do projeto de extensão Webrádio/USC. Ele diz estar aprendendo muito porque vem unindo as aulas de rádio com sua participação no programa acadêmico. É produtor do Rádiocine, um programa dedicado à trilha sonora de filmes, projeto este que têm lhe dado a oportunidade de se desenvolver em locução e roteirização.


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Comportamento

Trabalho e estudo: como organizá-los? Atualmente ser um estudante universitário é muito mais que cumprir uma rotina escolar. Muitos jovens se tornaram pessoas completamente atarefadas já no período universitário e dividem as exigências do dia em estudos e trabalho. Podem-se notar dois segmentos da juventude: de um lado, o grupo constituído por jovens estudantes, e do outro, o formado por jovens trabalhadores. Em entrevistas realizadas com estudantes, foi comprovado que a dificuldade é uma das semelhanças em todos eles: organizar horários para participação em projetos, eventos e palestras que a universidade oferece e no planejamento de horário para os estudos e provas. “Meu horário de estudo para as provas é na madrugada. Eu não tenho muito tempo para estudar, então faço de tudo para prestar atenção durante as aulas. Não participo de projetos de extensão, pois meu horário de trabalho não deixa”, comenta o universitário Tiago de Oliveira, do 3° ano de publicidade e propaganda da USC. Como a rotina dos estudantes que trabalham durante a semana pode ser estressante, os fins de semana devem ser aproveitados para recuperar o tempo perdido. “Organizar uma agenda de compromissos e aproveitar melhor o final de semana para adiantar trabalhos, pesquisar ou fazer trabalhos em

grupo é uma dica para os estudantes que trabalham”, explica Salete Cortez, psicóloga clínica com experiência em psicoterapia individual e de casal. Outra dica é dormir pelo menos sete horas por dia. “Para os estudantes, é necessário dormir pelo menos sete horas quase todas as noites e não exagerar com bebida e festas aos domingos, lembrando que o lazer não deve ser deixado de lado”, ressalta Salete. A orientação da psicóloga indica que trabalho e estudo podem ser conciliados, sabendo organizar atividades diárias com obrigações universitárias. A estudante Daiana Moreli Soares dos Santos, estagiária do laboratório de biologia da USC, acredita que o esforço compensa. “Todo meu esforço será recompensado. Quem trabalha ou estagia em alguma área no período universitário aprende a dar mais valor e a organizar

O segredo, apontam entrevistados, é planejar o tempo disponível para preparação nas provas

melhor os horários de estudo e trabalho”, ressalta Daiana, que está no 4° ano de Ciências Biológicas da USC. Como o mercado pede uma formação profissional, os jovens tentam ao máximo adaptarem-se às necessidades. O estágio durante o período universitário também é importante. “O estágio deve trazer sempre benefícios. Tanto a lei de estágio quanto o professor procuram cuidar para que essa relação estágio-estudo seja a mais rica possível, mas

www.sxc.hu

Flávia Placideli

caberá ao aluno também se adequar à nova rotina, com diferentes obrigações. Essa dinâmica envolve horas de estágio, trabalho das disciplinas, provas, família, amigos, namorado, tudo isso faz parte do crescimento e amadurecimento do aluno como pessoa e futuro profissional”, recomenda Penélope Santos, orientadora do estágio obrigatório da USC, especialista em Comunicação nas Organizações e mestranda em Comunicação Midiática.


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Arquivo Pessoal

Visual

A estudante Letícia Toledo posa para foto com presilhas de flores feitas de tecido

A moda sobe à cabeça Acessórios que são perfeitos para dar toque de diva ao look

Ana Beatriz Dainezi

Nos dias de hoje, os acessórios para cabelos estão sendo cada vez mais usados, seja para um uso do dia a dia ou para se embelezar ao sair com os amigos em uma sexta à noite. Dentre eles, elásticos, diferentes tipos e tamanhos de presilhas, o famoso “tic tac”, tiaras e faixas, chapéus, entre outros. Pode ser de metal, uma tiara com detalhes em miçangas, de tecido de cetim, grampos com detalhes em strass. Para não errar e pesar muito nos acessórios, é recomendável não pecar no excesso de acessórios. Ao escolher algo bem chamativo para por nos cabelos ou nas orelhas, deve-se optar por algo mais discreto.

“Uso presilha e tic tac juntos, para deixar o meu cabelo mais ajeitado”, relata a representante comercial Tania Cristina Domingos, que possui o famoso cabelo crespo. Lojas de acessórios de diversos tipos e gostos estão sendo alvo de procura pela variedades de tamanhos, modelos e preços. Jéssica Cristina, funcionária de uma das maiores redes de lojas de acessórios para cabelos da região de Bauru, a Pink Biju, conta que maioria das clientes que frequentam a loja opta pelos acessórios mais comuns e também os para noivas, que é o forte do estabelecimento. Enquete realizada na Universidade do Sagrado Coração de Jesus de Bauru (USC), realizado no dia 22 de abril, com cinco garotas, teve o enfoque nas garotas de cabelos cacheados sobre o que elas mais utilizam de acessórios para cabeça. “O elástico de cabelo é ótimo e serve para todo tipo de ocasião, seja para malhar em uma academia ou ir em uma festa, com ele pode-se fazer um rabo de cavalo, trança, coque, entre outros”, relata Amanda Tambara, aluna de jornalismo da USC. Na cidade de Bauru, as lojas de acessórios, tanto para cabelos quanto para o corpo, vêm crescendo cada vez mais. Com celebridades fazendo propaganda de produtos de variadas marcas, a procura aumenta. Há um ano e meio, a loja Lolita vem sendo procurada para acessórios, principalmente para crianças. “As clientes que são mães vêm com ideias para elas e para as filhas, temos diversos tipo de acessórios para todas as idades”, conta Raister, proprietário da loja Lolita de Bauru. Com o inverno chegando, dentre os acessórios mais comuns, estão também os chapéus. Seja ele o mais feminino até o mais masculino, não tira o glamour da mulher. No verão, também é utilizado o chapéu, principalmente no litoral, as mulheres recorrem a esse acessórios, com a finalidade de proteger o rosto ou até mesmo como um acessório. Luana Leonel, estudante de jornalismo da USC, conta que no inverno não abre mão de usar toucas, chapéus e boinas para se esquentar e ficar bonita ao mesmo tempo.


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Árbitro de futeb l

Esporte

Atividade não tem garantia financeira Deivid Ambrósio

árbitros, pois caso não apitem no mês, não ganham qualquer auxílio financeiro ou algo do tipo. Então os árbitros precisam ter outra profissão que tenha salário fixo, e facilitem o encaixe nos horários de jogos durante a semana, reuniões em São Paulo, testes físicos semestrais, entre outras responsabilidades. Na opinião do personal trainer e árbitro José Claudio Rocha Filho,

a arbitragem tem que se tornar uma profissão, já que todas as outras que têm a ver com o mundo futebolístico (jogador, técnico etc...) são consideradas uma profissão. Por que a arbitragem não pode ser considerada uma, já que é essencial para a prática do esporte? Afinal, sem o árbitro não existe o futebol. Desde 2000 existe um projeto para que a arbitragem se torne uma profissão de carteira assinada. A proposta já foi aprovado pelo Senado, mas sofreu alteração na Câmara Federal, voltou para o Senado e até os dias de hoje nada foi definido.

Mas como um arbitro irá se dedicar de forma física, mental, disciplinar e técnica tendo que conciliar tudo isso a uma rotina cansativa de trabalho durante a semana. Diante disso não se pode crucificar a atuação do árbitro, pois ele não pode se dedicar totalmente, entre outras responsabilidades, à arbitragem.

morguefile.com

Mesmo tendo somente no estado se São Paulo mais de 250 árbitros e esta ser uma atividade que interfere no sentimento de milhões de pessoas, pois qualquer erro ira gerar uma enorme repercussão, o profissional da arbitragem não podem se dedicar somente a ela, pois ser árbitro não é considerada uma profissão de carteira assinada e sim um “bico”, sem qualquer garantia financeira. Essa não-profissionalização da arbitragem dificulta e muito a vida dos


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Esporte

Os pilares do Bauru Basket Nathan Vitiver

União de população e clube, em momentos mais complicados e diante de resultados expressivos, faz do time referência no esporte, que cresce a cada dia no país

Leonardo Lopes

Não é de hoje que o esporte nas cidades do interior busca novas formas de se destacar, pois no futebol isso tem ficado cada vez mais difícil. A cidade de Bauru tem hoje como referência o Bauru Basket, que se transformou no maior orgulho esportivo do bauruense. Com o time de futebol, o Noroeste, em decadência desde 2009, quando caiu para a série A2 do Paulista, o basquete ficou mais visado por ter conseguido boas colocações no NBB (Novo Basquete Brasil). Os resultados positivos proporcionaram maior apoio do poder público e um acolhimento dos moradores da cidade, que frequentam os jogos com

maior constância fazendo com que o time sinta essa torcida apaixonada. Um exemplo disso é o estudante Augusto Cavalheri, 21 anos “Ir aos jogos do Bauru Basket é uma herança do meu pai pra mim e , se Deus quiser, será minha para os meus filhos. Eu cresci sabendo que ao menos uma vez por semana meu pai me levaria ao panela (Ginásio “Panela de Pressão”) para ver o Bauru jogar”, conta. Muitas coisas fizeram com que o time bauruense se desenvolvesse, mas a torcida dos moradores da cidade foi incrível para esse sucesso, como relata o torcedor. “Naquela época, 1998/99, a

equipe não tinha a visibilidade de hoje, era um clube de pequeno porte. Hoje posso ver meu time jogando em uma grande liga, com grandes jogadores e com uma torcida apaixonada”, afirma. Essa epopeia digna de filme teve início no ano de 1996, com o apoio da Tilibra – Copimax. O primeiro grande resultado da equipe foi no ano de 2002, com a conquista do Campeonato Brasileiro de Basquete daquele ano. Seu pior e mais triste momento foi registrado em 2006, com o encerramento das atividades em decorrência da falta de apoio – e de verba. A equipe retornou ao cenário no ano

seguinte, com orçamento modesto e muito esforço dos moradores e amantes do clube, dando origem à Associação Bauru Basketball Team. Após esse momento, as glórias tiveram início com a conquista da Copa EPTV, culminado em crescimento vertiginoso e somando participações significativas em grandes torneios. Além de ser grande dentro de quadra, o Bauru Basket tem alto poderio de investimento. Conta com um forte programa de Sócio Torcedor, movimenta verbas de patrocínio, alavanca o esporte na cidade e fez de Bauru um grande pólo de basquete no chamado país do futebol.


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Esporte

O jogo da IMPRENSA João Gabriel Falcade

Em quatro anos, grandes eventos esportivos colocam o Brasil nos holofotes da atenção de todo o planeta: Copas das Confederações e do Mundo, Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A imprensa nacional, com foco na esportiva, receberá os impactos desse momento. Toda esta extensa agenda teve início em julho deste ano com a Copa das Confederações e desfecho nos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Historicamente, durante o chamado ciclo esportivo mundial, a imprensa demonstra claros índices de mudanças. Há, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), um aumento de 20% nas tiragens de jornais que dedicam páginas à cobertura desses eventos, além do evidente crescimento no quadro de funcionários tanto em veículos impressos (jornais e revistas), com um reflexo na linha de frente, ou seja, nas bancas de jornal. Neste momento, é cada vez mais evidente que a imprensa já se prepara para o futuro próximo. Felipe Lobo, jornalis-

ta do portal Trivela, explica que para as Copas das Confederações e do Mundo, o Brasil vai sofrer mudanças pontuais, tendo em vista que o futebol tem um espaço historicamente estabelecido na mídia, mas que não é suficiente para atender à demanda criada pelo evento. Isto exige adaptações e remanejamentos de profissionais e estrutura física pra transmissão de dados. Para os eventos de esportes olímpicos, Lobo frisa que há vários esportes sem tanto destaque. Isso, conforme explica, deve ocasionar um acréscimo

de profissionais especializados para que possa haver qualidade de informação. “Como todo ciclo tem um fim, a imprensa não é imune à regra. Muito pelo contrário, quando se faz necessário o acréscimo de funcionários nas redações, a empresa jornalística como um todo se vale dos chamados “freelancers”. O que realmente ocorre é um aumento periódico e com validade curta”, elucida. Os “freelancers”- profissionais que prestam serviços às empresas sem vínculo de emprego fixo - serão am-

Prestes a sediar os maiores eventos esportivos mundiais, o jornalismo, principalmente esportivo, deve sofrer as consequências desse momento ímpar na história do Brasil

plamente usados apenas para o serviço pontual que os eventos exigem. Um grande exemplo do investimento a ser feito é a Rede Globo, que, segundo sua assessoria de imprensa, se prepara para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016 com um investimento de R$ 500 milhões na construção de quatro prédios que irão abrigar suas equipes do Rio de Janeiro. As novas instalações darão apoio e suporte logísticos às equipes da emissora nas coberturas. Se no âmbito econômico o acréscimo de vendas, de tiragens, é algo comprovado pela pesquisa FGV, há um fator que não se mede: a satisfação do profissional que cobre esportes. Segundo o editor chefe do jornal Lance!SP, Thiago Salata, o ciclo que começará tem uma nuance muito importante e rara, ele é todo sediado no Brasil. Nunca aconteceu algo parecido e, dificilmente, voltará a acontecer. “É um momento de realização de sonhos, de ter o grande momento da carreira, ou da vida”, avalia.


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História

A região de Bauru foi afetada pela Segunda Guerra?

Cidades registraram baixas durante o conflito de 1939 a 1945

Mayara Giacometti Gigioli

O ano era 1942. O Decreto nº 10.358, de 31 de agosto, declarava Estado de Guerra em todo o território nacional. setenta anos atrás, em 31 de dezembro do mesmo ano, o então presidente Getúlio Vargas revelava que o Brasil forneceria tropas para combater o inimigo do outro lado do Atlântico. Enviar uma força expedicionária para combater juntamente com os Aliados era importante para dar uma satisfação à opinião pública e aos militares que estavam inconformados com a passividade do governo brasileiro. O próximo passo foi a criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que enviou mais de 25 mil “pracinhas”, como eram conhecidos os soldados e oficiais, até a Europa. Cerca de metade dos soldados que foram convocados a servir eram reservistas. A convocação se deu em todos os estados, mas principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. A região de Bauru não ficou de fora, e muito menos deixou de sentir a apreensão habitual dos tempos de guerra. Falta de suprimentos e informações e até insegurança por parte de imigrantes europeus e seus descendentes fizeram parte desse tempo. O agricultor aposentado João Boaventura relembra a dificuldade de encontrar arame, óleo e principalmente sal. “Meu pai caminhou de Areiópolis até Macatuba para buscar 3 quilos de sal quando ficou sabendo que a prefeitura de lá estava distribuindo. Os negócios ficavam parados”, conta. O auxiliar de produção aposentado

Monumento aos Pracinhas, soldados brasileiros que atuaram na Segunda Guerra Mundial Paulo Gigioli lembra que as notícias chegavam principalmente pelo rádio nas colônias e eles costumavam se juntar aos domingos para ouvir. “O rádio só falava sobre a Guerra, então, quando podíamos, ouvíamos. Não tínhamos tantas informações, imaginávamos que a guerra pudesse chegar até aqui”, relata. “Meu pai precisava de um salvoconduto para poder embarcar no trem, por ser italiano. Era difícil fazer até pequenas viagens”, lembra Boaventura.

“O salvo-conduto é como o que chamamos de habeas corpus, que funciona quando uma pessoa está presa e tem o direito de responder em liberdade. Já o salvo-conduto é para impedir que ela seja presa. No caso da Segunda Guerra, com a guerra declarada contra Itália, Alemanha e Japão, os imigrantes e descendentes aqui eram teoricamente inimigos da nação. O salvo-conduto garantia que eles não seriam presos”, explica o professor de história Clodoal-

do Monteiro da Silva Júnior. Com o fim da guerra, várias consequências sociais retornaram da Europa junto com as tropas brasileiras. Muitos combatentes tiveram problemas psicológicos ou deficiências físicas. “Muitas das discussões sobre acessibilidade começaram no período pós-guerra”, explica o professor. A região de Bauru não ficou de fora, e foi preciso alguns anos para a normalidade voltar ao cotidiano das pessoas.


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História

De Lençóis a Bauru: uma viagem no tempo Rodovia Marechal Rondon liga Bauru a Lençóis Paulista haviam recebido de herança. Com o passar do século 19, os “aventureiros” que aqui chegaram fundaram diversos bairros rurais, os quais se desenvolveram e separaram. Um deles era o Bairro dos Lençóis, que depois de certo tempo foi elevado à freguesia e, ao desenvolver-se, emancipou-se e se tornou vila. Depois disso, foram surgindo mais bairros, como Bauru, que era ligado à Vila dos Lençóis e em 1896 foi emancipada. Com o tempo, as famílias existentes na região passaram a cultivar o grão de café, principal agente para tamanha evolução na economia regional. Na época, a exportação cafeeira estava no auge, o mundo todo comprava o café brasileiro e, graças à conhecida terra roxa (ideal para o plantio de café), parte da produção saía da região. Com tamanha produção, os investidores precisavam se expandir, para que houvesse retorno do capital investido. Para isso havia a necessidade de fazer o escoamento para o resto do país e, principalmente, para a exportação. Foi então que chegou a primeira linha

férrea, a qual tinha a função de ligar a região produtora de café ao Porto de Santos e fazia com que a economia evoluísse cada vez mais e algumas cidades crescessem mais que as outras, como é o caso de Bauru, que acabou se desenvolvendo mais do que as “irmãs mais velhas”. Para o historiador Edson Fernandes, professor da FAAG (Faculdade de Agudos), IESB (Instituto de Ensino Superior

de Bauru), ISEOL (Instituto de Ensino Superior “Orígenes Lessa”) e Colégio Francisco Garrido, as marcas do passado vão indo embora com o tempo. Com a criação de novas tecnologias e com o descaso dos políticos, poucas casas antigas ainda estão inteiras. “É uma questão de tempo para que as construções antigas ainda existentes sejam derrubadas”, pois “não há limites para a voracidade do capital!”, opina.

Gabriel Cochi

Gabriel Cochi

Lençóis Paulista e Bauru, ligadas pela Rodovia Marechal Rondon, hoje recebem um grande fluxo vindas dessas cidade e de outras compreendidas entre elas. A história dessa região se perdeu com o tempo. Hoje em dia poucos sabem a importante ligação entre esses municípios. O povoamento da região teve seu início no século 19, mas antes já havia população na região onde hoje é Botucatu, área elevada à vila em 1855, recebeu a construção de uma Câmara Municipal, ou seja, passou a ter autonomia política. Entre 1820 e 1830, moradores do sul de Minas, do Vale do Paraíba e de várias outras regiões do Brasil resolveram se aventurar por estes lados para aproveitar que aqui havia terras sem dono e sem controle político. Muitos dos povoadores que aqui chegaram vieram para fugir do alistamento militar obrigatório, afinal, na época, havia muito conflito na Bacia do Prata, ou seja, alistamento era significado de ação em guerras. Outros vieram para garantir terras onde poderiam aproveitar os gados, escravos e ferramentas que

Gabriel Cochi

Os municípios já tiveram maior ligação, mas poucos sabem a história entre eles e o restante da região

Em muitas áreas, o café foi substituído pela indústria


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Fora de casa

À procura de um novo lar

Ana Lauru Bergoce

Repúblicas, pensões e apartamentos são opções para estudantes vindos de outras cidades

Ana Carolina Gonçalves Godinho, estudante de odontologia da USC, deixou sua casa para viver o universo acadêmico Ana Laura Terra

Procurar e se informar sobre lugares para se morar é essencial para quem está em busca de uma nova vida Estudar, escolher uma profissão, prestar vestibular, passar no vestibular e enfim decidir onde morar. Esta é a vida que a maioria dos estudantes passa antes de começar a estudar em uma universidade. Existem três tipos de lugares comuns entre os estudantes para se morar perto das universidades: pensões, apartamentos e repúblicas. Não é como escolher uma roupa, ou um perfume, é decidir seu novo lar em uma nova cidade. E para isso é preciso pesquisar bastante antes de tomar uma decisão final.

As pensões são lugares que proporcionam segurança, pois fornecem regras e existem pessoas que cuidam desses lugares. Ana Carolina Gonçalves Godinho cursa o segundo ano de odontologia e relata como se deu a escolha. “Foram meus pais que me ajudaram nessa escolha e aprendi muito morando sozinha como ter mais responsabilidades e ser mais organizada.” São diversos prédios com apartamentos espalhados ao redor da Universidade. Letícia Nunes de Freitas, que também cursa odontologia e está no primeiro ano, resolveu se mudar para apartamento, pois residiu nesse tipo de

moradia por 11 anos e está acostumada com a segurança que se é passada. “É uma forma de total privacidade e proteção, amenizando a preocupação de meus pais. Estou gostando de morar sozinha, é uma experiência incrível e um aprendizado constante. Aprendi a amadurecer em todos os sentidos, desde os mais amplos até os mais insignificantes para alguns”, relata Letícia. As repúblicas são diversas, como mista, masculina e feminina. Os que optam por esse tipo de moradia, em sua maioria, são aqueles que trabalham e se sustentam sozinhos sem ajuda de seus pais. É o caso de Letícia Magdaleno,

aluna do terceiro ano de engenharia de produção. “Mudei por questão financeira, pois pago minha faculdade e a república foi o jeito que encontrei de ter menos gasto. Moro com mais dez pessoas e não é fácil, pois ocorrem divergências, porém temos que aprender a lidar com as diferenças. Aprendi a respeitar o espaço das outras pessoas”, afirma a estudante. São diversas opções para se morar. Basta procurar, pesquisar e, enfim, encontrar um melhor lugar que agrade. Os estudantes irão enfrentar dificuldades, aprender coisas novas e criar mais responsabilidades.


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Bullyin g

Pedagogia

Atos de intimidação, sejam psicológicos ou físicos, geram marcas de longa duração em suas vítimas Amabilly Dias

O bullying é um problema mundial. Termo da língua inglesa que significa “intimidação”, envolve formas de atingir alguém de um modo agressivo, seja a agressão psicológica ou física. A psicóloga Ana Carolina Sanchez explica em entrevista o que é Bullying: Quais os principais sintomas que a criança apresenta quando está sofrendo bullying Mudanças de comportamento são sinais importantes e podem sinalizar aos pais que os filhos estão sendo vítimas de bullying. A criança pode repentinamente não querer mais ir à escola; pedir para mudar de turma; apresentar queda do rendimento escolar; passar a ter dificuldade de atenção; apresentar sofrimento emocional (tristeza, ansiedade, agressividade); apresentar sintomas físicos, como fazer xixi na cama, dor de cabeça, de estômago, vômitos ,indicando o elevado nível de angústia a que está sendo submetida. O que o bullying pode causar na vida de uma pessoa? O bullying, tanto na infância quanto na adolescência, que são fases de formação da personalidade, pode causar inúmeros prejuízos se não detectados rapidamente, como dificuldade de se

relacionar com pessoas, isolamento, medo, angústia, insônia, baixa auto-estima, insegurança, tendência à depressão, ansiedade e pensamentos suicidas. O que leva uma pessoa a praticar o bullying? Crianças que presenciam situações violentas dentro de casa tendem a reproduzir este comportamento ou, pelo contrário, tornam-se vítimas propensas a sofrer bullying. Estas famílias usam a violência como forma de autoridade; na maioria das vezes, são pais que não expressam amor pelos filhos ou que não impõem limites a comportamentos inadequados. Geralmente uma pessoa pratica o

bullying devido ao seu próprio temperamento impulsivo e agressivo; preconceito; inveja; ciúmes; medo de virar piada e ser alvo de rejeição; egocentrismo, falta de sensibilidade, baixa auto-estima e desejo por controle e poder. O que fazer para combatê-lo? O bullying pode ser combatido já na infância. Os pais devem transmitir e, principalmente, vivenciar valores essenciais dentro de casa, como amor, respeito à individualidade, diálogo aberto. Com isto, a criança consequentemente desenvolve recursos internos que a fortalecem e a fazem passar por dificuldades com mais facilidade de superação.

Depoimento “É muito comum o bullying nas escolas. No meu caso, logo no começo de ano, quando explico para os alunos como será o nosso ano letivo, falo sobre comportamento (respeito com todos, educação, bullying, etc). Às vezes, pode acontecer de alguma criança sofrer bullying, é fácil identificar, pois a criança fica triste, seu rendimento não é o mesmo, começa a ficar isolada e os próprios amigos comentam

sobre o assunto. Quando isso acontece, falo imediatamente com as crianças, a que sofre e a que pratica. Depois de falar com elas separadamente, conversarei com as duas e depois teremos um bate-papo na sala de aula, onde os alunos falam sobre o assunto e relatam as suas experiências. No meu caso, nunca tive muitos problemas com isto.” Elaine Valesi, professora de ensino fundamental. (AD)


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Fotos: Arquivo Pessoal

Entretenimento

Cada artista, um flash Caça por uma foto ao lado de famosos indica desejo de reconhecimento social Marco Nascimento

Quem nunca quis se mostrar na TV ou estar ao lado de quem aparece na telinha? Não é de hoje que este meio de comunicação traz status para quem tem sua imagem vinculada nele, seja em uma grande participação ou em aparições pequenas. E, para muitos, estar próximo a quem está na televisão também é uma garantia de status. Os sociólogos Paul Lazarsfeld e Robert Merton já confirmaram, por meio de estudos realizados nos anos 40 do século 20, que a mídia tem função de garantir status social. Quem aparece na televisão torna-se especial, ganha destaque, e isso faz com que as pessoas comecem a admirá-la e querer estar ao lado dela. “O sujeito que aparece ao lado de famosos ou pseudo-famosos também busca sentir-se especial, valorizado e ser reconhecido”, explica a psicóloga Natália Mangili, do setor de Atendimento Domiciliar da Unimed Bauru.

Dono de uma coleção com mais de 300 fotos ao lado de famosos, o enfermeiro do Hospital Manoel de Abreu em Bauru. Moacir da Silva Camargo vê a busca por fotos ao lado de artistas como um hobby. “Tem pessoas que amam futebol, amam academia, amam se drogar, eu amo este tipo de foto. Quando consigo a foto, nossa, me sinto top, me faz viajar, é como estar em êxtase”, conta. Dividindo o mesmo hobby que Moacir, o fotógrafo bauruense Reinaldo Alves de Souza Júnior possui um acervo com mais de 200 fotos com famosos. Quando perguntado se a busca por fotos já lhe trouxe prejuízos, diz que faz tudo dentro de seu limite. “Meus melhores amigos eu conheci em porta de hotel, isso é uma das maiores vantagens, além da foto, é claro”, afirma. Com base nos estudos da comunicação, o comunicólogo e professor universitário Marcelo da Silva, da Uni-

versidade Sagrado Coração em Bauru, relaciona o fato de tirar fotos com quem aparece na televisão como busca uma por uma posição de destaque. “Puro espetáculo engendrado por uma sociedade que valora mais o aparecer que o ter ou ser”, comenta. Porém, este ato pode ir mais além do que se imagina. Estar ao lado de famosos pode não ser apenas a busca pela valorização, mas uma forma de preencher algo na vida deste sujeito. “É uma forma de dar um senso de identidade, de existência e de pertença a este mundo tão idealizado”, explica Natália.

O fotógrafo Reinaldo Alves de Souza Júnior tem várias fotos com ‘celebs’ Mas a psicóloga faz um alerta. A partir do momento em que a dedicação à busca pelas fotografias atrapalha outras áreas da vida e torna-se uma obsessão, é preciso procurar ajuda na terapia”, explica a psicóloga Natália Mangili.


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Preconceito

Trabalho

Arquivo Pessoal

Universidade Sagrado Coração | Bauru – SP • Jornal Campus

sentido na pele A decisão de se fazer tatuagem deve envolver reflexão sobre carreira profissional

Maria Gabriela Nieto Ao se escolher fazer uma tatuagem, deve-se levar em consideração a durabilidade e a carreira profissional que se deseja seguir. É que muitas profissões ainda não aceitam a decoração corporal como algo normal. Débora Scardine da Silva Pistori, coordenadora do curso de Gestão de Recursos Humanos da Universidade Sagrado Coração, explica o que provoca a não-aceitação. “O preconceito vem de aliar a tatuagem a uma imagem mais negativa do que positiva, pois no passado muitos que utilizavam este tipo de “decoração” eram ligadas a imagens de pessoas com problemas sociais, como adictos e presidiários”, explica Debora conta que existem segmentos do mercado, como setor financeiro, administrativo, de recursos humanos, vendas no varejo, indústria farmacêutica, associações médicas e setor da educação, que pedem uma certa “imagem” do candidato para que possa transmitir à sociedade um ar de serie-

dade e credibilidade. Arte-educadora de crianças, Hellen Mariane Monteiro Carbonaro, de 21 anos, detentora de dez tatuagens, conta que em seu atual emprego percebe um pouco desse preconceito. “Muitos me acham louca, mas ao me conhecerem percebem como sou esforçada e então o conceito muda de “a louca tatuada” para “você merece tudo que tem na vida”, relata. Ao ser questionada se acredita já ter perdido alguma oportunidade de emprego por causa de suas tatuagens, ela desabafa. “Acredito que sim, por que o preconceito sempre é maior, eles te olham torto, acham que somos pessoas de outro mundo. Por isso sempre precisamos escondê-las pra ir a uma entrevista de emprego.” Para Hellen, a sociedade tem que respeitar e entender que os tatuados são como qualquer outra pessoa, nem pior e nem melhor. “Apenas temos um desenho no corpo e isso não influencia em nada no nosso

modo de pensar, agir e sentir”, avalia. No entanto, algumas áreas profissionais não têm problemas na tatuagem. “Algumas categorias, por outro lado, não têm objeção alguma com a tatuagem, tais como marketing, comunicação em geral, fotografia, informática, engenharia da computação, ambiental, agronômica”, lembra. O fotógrafo Diogo Vieira que é a prova dessa ausência de preconceito. Com 26 anos, ele tem mais de 250 tatuagens - a primeira foi feita aos 13 anos. “Já trabalhei com logística e nunca sofri preconceito, hoje sou fotógrafo e nesse meio é bem suave, o estranho é ver alguém que não tenha tattoos”, comenta. Para Débora, a tatuagem não define o desempenho do profissional no desenvolvimento de suas atividades, mas a contratação depende da cultura da empresa, que normalmente é definida a partir de padrões estabelecidos pelo proprietário.

Diogo Vieira tem 75% do corpo tatuado


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Arquivo pessoal

Em meio aos estudantes da USC, muitos talentos despontam além dos livros e salas de aula

Riso levado a sério Com o início de carreira em junho de 2011 com os “Tripatetas”, Marcus Cirillo, 22 anos, estudante do quarto ano de artes cênicas, faz apresentações com o Circuito de Comédia Riso com Farofa há um ano. Ele já se apresentou em cidades da região e em outros estados, como Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Segundo ele, a maior apresentação teve mais de 400 pessoas. “Do Circuito eu não saio mais”, afirma Marcus.

EXPEDIENTE Universidade Sagrado Coração Profª Drª Irmã Susana de Jesus Fadel Reitora Profª Drª Irmã Ilda Basso Vice-Reitora e Pró-Reitora Acadêmica Profª Mª Daniela Luchesi Diretora do Centro de Ciências Exatas e Soc. Aplicadas Profª Mª Daniela Pereira Bochembuzo Coordenadora do Curso de Jornalismo

Campus Publicação da disciplina Laboratório de Jornalismo Impresso I Editora e Jornalista Responsável: Profª Mª Daniela Pereira Bochembuzo (MTB 26.260)

Projeto gráfico e diagramação: Renato Valderramas, João Gabriel Darros Falcade, Letícia de Toledo Garcia e Leonardo Gonçalves Lopes.

Arquivo pessoal

Vida de modelo Ana Clara Panichi, de 20 anos, estudante do primeiro ano de relações públicas, iniciou nesse ano como modelo para maquiagem e fará o portfólio de maquiadoras e campanha de uma loja de Pederneiras. Ana Clara afirma que apesar de cursar relações públicas pretende seguir nesse meio como modelo.

Tiragem: 1.000 exemplares. Impressão: Fullgraphics - Bauru - SP A Campus Magazine é a revista-laboratório elaborada pelos alunos do curso de Comunicação Social, Jornalismo da USC Universidade Sagrado Coração.

Editor de Arte: Prof. Esp. Renato Valderramas Supervisão de Fotografia: Profª Mª Érica Cristina Souza Franzon

A arte de comunicar A caloura de Jornalismo Isabella Lima, 17 anos, gosta mesmo de se comunicar. Seja pelo jornalismo, seja pela música. Isabella participa há 12 anos do coral Unimed Centro Oeste Paulista, onde descobriu seu talento vocal. O incentivo para participar veio de seu pai, que é músico. Para ela, o coral não ensina apenas música, mas também a criar responsabilidade e maturidade.

Arquivo pessoal

Bruna Ferreira e Daniela Lalla

Arquivo pessoal

Social

Off Road A mistura de arquitetura e urbanismo com fotografia dá Off Road. A prova disto é o estudante Mateus Rocha, 24 anos, que tem tido destaque em seu trabalho. Motivado pelas aulas de fotografia que teve no curso anterior, Matheus tem se dedicado a fotografar os “fora da estrada”, que apreciam o contato com a natureza, misturado com a adrenalina de superar, com carro ou moto, os obstáculos impostos por esse tipo de desafio.

O material publicado (textos ou imagens) não reflete, necessariamente, a opinião, a filosofia ou o posicionamento institucionais, uma vez que se trata de publicação experimental. Distribuição gratuita.

Endereço para correspondência: USC/Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas. Curso de Jornalismo. Rua Irmã Arminda, 10-50, Jardim Brasil, Bauru – SP. CEP 17011-160. Telefone: (14) 2107-7255. E-mail: jornalismo@usc.br.


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