Revista MultiFamilia Nº 2 - Dez/15+Jan/16

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ENTREVISTA

Marcos Piangers

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O melhor brinquedo é o que garante o “olho no olho”

atarinense, 35 anos, jornalista e profissional de televisão e rádio desde os 21. Se mudou para Porto Alegre aos 26 para trabalhar no Grupo RBS e participa do programa Pretinho Básico, da Atlântida FM. Já seria uma trajetória de sucesso. O melhor, no entanto, veio quando se tornou pai. A experiência rendeu muitos textos e, em 2015, gerou um livro, “O Papai é Pop” (Editora Belas Letras). O sucesso foi imediato e está levando ele, a esposa Ana e as filhas Anita, de 10 anos, e Aurora, de 3, a cumprir agenda no Brasil e no exterior. A Revista MultiFamília garantiu um encontro em Nova Hartz, durante a 11ª Feira de Livro. Foram minutos antes de subirem no palco do espaço cultural para conversar com pais, mães e jovens que se identificam com seu modo de vida. Marcos se tornou uma referência de pai que está com seus filhos “de verdade” e diz que brinquedo bom é aquele que garante o “olho no olho”.

Revista MultiFamília é uma publicação da: Ano 1 - Número 2 - Dez/2015-Jan/2016 | ISSN 2447631-5 Circulação: Bimestral - 3.000 exemplares - Distribuição: Gratuita

Edição: Sandra Hess (Jornalista - MTB/RS 11.860) Diagramação: Cleber Z. Dariva (Jornalista - MTB/RS 11.862)

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Do Pretinho Básico ao livro “O Papai é Pop”, jornalista ilustra cotidiano da família.

Marcos e Ana com as filhas Aurora (no colo) e Anita.

Há tempo você conversa com outros pais sobre convívio e educação. Na sua opinião, qual o perfil da família contemporânea? A gente conversa muito sobre isso. Antigamente, o pai ficava mais distante da família. Hoje, a gente vê pais bastante comprometidos, participando de toda educação de seu filho. Capa: Xiru Sander Scherer | Fotos: Arquivo Pessoal | Joy Photo Studio | Sandra Hess Impressão: Impressos Portão Entre em contato: 51-9961-4410 contato@zmultieditora.net Leia os artigos em zmultieditora.net


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ENTREVISTA

E como é a rotina de vocês em casa? Não temos videogame e quando estamos com as filhas deixamos o celular de canto, porque eles distanciam. É um aprendizado. A gente prioriza mais os brinquedos criativos. Na verdade, não somos de dar muito brinquedo. Esses tempos chegou uma caixa com 8 brinquedos e nossas filhas ficaram sem saber o que fazer: brincaram com um mesmo brinquedo por um ou 2 meses. Por que vocês não dão brinquedos? A Anita foi mais impactada pela publicidade, porque assistia ao Discovery Kids. Já a Aurora assiste ao Netflix, que não tem propaganda e, por isso, não sabe que existe esta possibilidade de comprar. Ela olha o brinquedo na loja e devolve na prateleira. Não temos tradição de dar brinquedos, fazemos cartões e desenhos, lemos livros, jogamos quebra-cabeças. É uma escolha que qualquer pessoa pode fazer. Assim como usar carro. Não sou contra, é uma tecnologia incrível. Nós preferimos usar a bicicleta, porque não polui e é mais saudável. No livro e nas redes sociais, tu compartilha teu cotidiano com as filhas. A celebração do livro, na verdade, é justamente aquele que não é o pai perfeito, que está participando do cotidiano familiar. Isso é estimulante. Nos ajuda a entender o mundo. É super legal ouvir o que a Anita e a Aurora têm para falar sobre o mundo, porque é uma visão super nova e fresca.

Sandra Hess/RMF

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Xixi, fraldário e feminismo

Logo depois de conversar com a Revista MultiFamília, Marcos, Ana, Anita e Aurora seguiram em direção ao Espaço Cultural. Marcos era solicitado para fazer fotos entre uma passada e outra, mas sempre ficava de olho nas filhas. Ao serem anunciados, Marcos falava ao microfone, mas, estimulava a participação das filhas. Em um desses momentos, Aurora fez sinal de que gostaria de falar: - Xixi! - disse, fazendo a mãe e ela saírem e voltaram minutos depois. Enquanto isso, Marcos explicava que Anita deseja casar “para mandar em alguém”. Se autoentitulando feminista, Anita surpreendeu a todos no programa Encontro, de Fátima Bernardes, quando questionou porque havia fraldários somente nos banheiros femininos. “Depois disso, vários lugares começaram a colocar fraldários nos masculinos. Ela reivindicou uma mudança social”, disse Marcos, orgulhoso. Na sequência, Anita interrompeu o pai para explicar a importância do movimento feminista: Eu não quero receber o mesmo que os homens, eu quero receber mais. - Todos começaram a aplaudir e Marcos emendou: - Preparem-se, homens. Vem aí nossas meninas. Falando sobre brinquedos, Marcos contou sobre a percepção de Anita, que os classificou de muito bonitos na loja, mas em casa são baixoastral. - Sei que videogame é bom, pode nos ensinar, mas ele tira um tempo de qualidade com minhas filhas. Resolvi priorizar. São escolhas.


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Sonhos e promessas

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brem-se as portas de um novo ano, composto de 12 meses, com mais 365 dias iguaiszinhos de 24 horas e cada hora de 60 minutos e cada minuto de 60 segundos. Se tudo é igual, então o que muda? A primeira mudança é no calendário que marcará 2016 e não mais 2015. Esta mudança, talvez, não seja a mais significativa. Na minha visão de um eterno otimista, o mais importante será a renovação da esperança em dias melhores, bem mais felizes e com saúde. Quando dezembro chega, começamos a fazer promessas para o ano novo, do tipo: - Vou fazer regime e emagrecer; - Vou procurar a academia e fazer exercícios; - Vou ser mais compreensivo(a) com meus pais, com meus filhos, com minha esposa, com meu marido. com meus amigos e colegas; - Vou parar de fumar, de tomar refrigerante, de comer chocolate e outras; - Vou elogiar mais e criticar menos. Estas são apenas algumas das dezenas de

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Laerte Santos* Escritor e palestrante

promessas que todos fazem, sempre, a cada início de um novo ano. Com a mesma facilidade que prometemos, também esquecemos. Em março, esquecemos ou desistimos das promessas. Tenho recomendado a não fazer promessas de longo prazo e, sim a cada dia, a cada semana, que certamente os resultados serão melhores. Prometa sempre; amar-se mais a cada dia, do jeitinho que você é. Prometa amar mais a cada dia, a sua vida, do jeitinho que ela é. Consolidar sua família, com muita renúncia, amor, compreensão, do jeitinho que ela é. Seguindo está receita de apenas três indicações, tenho certeza que 2016 será muito melhor para você e a humanidade. Ser HUMANO é HUMANO ser, dandose ao direito de chorar, rir, brincar, cantar e fundamentalmente se apaixonar, pois o AMOR deve ser o melhor perfume de nossas vidas. FELIZ 2016! * Seu livro mais recente é “Insatisfação: o vírus que mata” (www.laertesantos.com.br)


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Sua vida em família ainda melhor nesse novo ano que se inicia

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iver um novo ano ao lado das pessoas que mais amamos. Viver a essência de sermos verdadeiros com o próprio EU. Viver cada dia na certeza de estarmos sendo o melhor que podemos ser. Ser melhor para nossos filhos comemorando suas alegrias e estando junto nas dificuldades. Novo ciclo, novo ano, remete-nos em direção à renovação de nossas energias para um novo tempo que se faz no presente. O que você tem feito de sua vida determina o seu comportamento para um hoje mais saudável, humano e feliz. Conduza seu filho para uma vida recheada de possibilidades e encantamentos. Brinquem juntos, alegrem-se juntos e divirtam-se como se não houvesse amanhã. Mesmo porque o amanhã pode ser tarde para quem deixou de viver o melhor da vida no tempo presente. Você sempre escolhe. Escolha a

Sandra Castro

Pedagoga e palestrante

felicidade, calcada no amor e no respeito mútuo, na compreensão e no olhar sincero. Você pode descomplicar o básico, pois é simples viver em harmonia a história de sua vida: • Compreenda para ser compreendido. • Exerça autoridade sem deixar de ser humano. • Seja feliz, plantando sabedoria. • Cure-se das inferioridades para ser exemplo. • Mude no intuito de impactar positivamente a vida de alguém. Sua vida melhor é garantia de uma vida de alegrias e de vitórias para o seu filho. Aproveite, explore e reescreva a história da sua vida e de sua família em 2016 e dêemse às mãos para juntos explorarem as belezas de um mundo rico de possibilidades infinitas. A SUA VIDA EM FAMÍLIA MERECE SER COMEMORADA. ESTAMOS EM 2016!


EDUCAÇÃO FINANCEIRA Leia este artigo em: www.zmultieditora.net

Ano novo, contas novas?

Cuidando do dinheiro para ficar t�anquilo em 2016

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im de ano chegando: 13º salário, festas, presentes, férias, praia, viagens, ufa.... Tudo de bom....Pensando bem, nem tudo... Tem também pagamento de cartão de crédito, carnês, compras de Natal, IPTU, IPVA, matrícula e material escolar, uniforme, revisão do carro para viagem, prestação da casa própria (ou aluguel), prestação do carro, além das dívidas já existentes.... Lembrando que, nos dias atuais, não é recomendável aumentar as dívidas, pois a “crise” está aí, as vendas estão fracas, logo as dificuldades financeiras estão em todos os lugares, e claro, nas famílias também. PARA SE PREPARAR, SEMPRE É BOM TERMOS EM MENTE QUE: - o 13º salário deve ser usado primeiro para pagar as dívidas (e primeiramente do cartão de crédito e do cheque especial), e somente após poderia ser usado para compras; - compras, preferencialmente à vista (com desconto), ou em prazo curto (máximo 3 vezes); - cartão de crédito é muito bom para quem sabe usar, ou seja, apenas compre com cartão se

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César Weber

Contador, esp. em Controladoria

tiver condição de pagar todo o valor no próximo vencimento, não deixando saldo parcelado para futuro, pois os juros são muito altos; - de maneira nenhuma retirar dinheiro do banco (ou emitir cheques) sem ter saldo na conta, evitando o cheque especial (juros altíssimos); - se tiver uma folguinha financeira, procure pagar IPTU e IPVA à vista, obtendo bom desconto;

- converse com a família para que sigam as mesmas regras, buscando a harmonia financeira; - e, se possível, guarde um pouco no banco (poupança, aplicação) para emergências futuras... Nunca se sabe o dia de amanhã... Aproveite esse momento de maior convívio com a família e ensine seus filhos quanto aos cuidados com o dinheiro. É uma das melhores coisas que podemos ensinar para eles: “Nunca gastar mais do que se ganha...” Lembre-se: o controle financeiro de hoje pode ser a tranquilidade financeira de 2016. Saúde, sucesso, feliz Natal e feliz Ano Novo. * Sócio da Hábil Assessoria Empresarial e Hábil Gestão de Pessoas, de Estância Velha.


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PET Leia este artigo em: www.zmultieditora.net

Tatiana Graebin

Médica Veterinária

Animais de estimação X férias

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NA PRACINHA: Ewelin Nunes, Jorge Gomes Junior, Yasmim Nunes Belmonte, 5 e Cassiano Nunes Belmonte,2, de Estância Velha

ais um ano chegando ao fim. Muitos planos para o Natal e Ano Novo....Férias!!! Mas será mesmo que estamos planejando bem o que vamos fazer? Ou será que chegando no dia da viagem, ou, com sorte, um dia antes, a gente se lembre do “Bob” ou do “Mimi”? E agora, o que vamos fazer? Onde deixá-los? Com quem deixá-los? Pois é, muitos abandonos acontecem nesta época do ano. Falta de planejamento e, principalmente, de responsabilidade. Isso que é um assunto tão trabalhado: posse responsável. Então, apresento algumas dicas importantes para melhor cuidar do seu bichinho nessa época de festas, férias e do verão: - Coisas básicas, mas que não podemos deixar de citar: potes de água e alimento sempre bem lavados. Não deixe água suja, alimento velho. Isso atrai mosquitos, fungos e bactérias. Causando doenças nos animais e nos humanos; - Seus bichinhos também precisam de sombra. E isso não vale só para uma casinha. A casinha ferve por dentro. Coloque embaixo de uma árvore; - Mantenha seu bichinho com vacinas e antiparasitários em dia; - Se for viajar, leve seu bichinho junto (tem hotéis que aceitam animais) ou peça para amigos, parentes ou vizinhos cuidá-lo ou coloque num hotel somente para animais; - Se for levá-lo na viagem, se informe, pois diferentes animais têm diferentes necessidades e diferentes meios de transporte exigem diferentes cuidados. - Para o banho, utilize xampus antipulgas; - A tosa é indicada para os bichos mais peludos durante as estações mais quentes; - Leve seu animal de estimação para uma consulta com o veterinário antes de viagens longas; - Evite passear com seus pets entre 10h e 17h; -Ter um animal não é um direito, mas sim um luxo, que exige disponibilidade financeira, tempo livre, trabalho, preocupações e muita, muita responsabilidade. Não compre, não adote e não tenha animais em casa, se não tiver condições para cuidar deles até o fim da sua longevidade natural. Agora sim, aproveite as férias e seja feliz!


MÓVEIS SOB MEDIDA

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Mônica Vetter

Especialista em Gestão Comercial

mobiliário da casa é sempre um grande investimento, precisa durar muito tempo e ainda ficar bonito, sem abrir mão da praticidade no dia a dia. Os fornecedores são inúmeros, e os produtos e serviços que cada um oferece variam bastante. Então, como decidir? Veja revistas, faça buscas na internet e nas redes sociais, informe-se com seu arquiteto ou decorador e visite os showrooms de marcas de sucesso! Tudo isso trará experiência e mais segurança! Ao selecionar as empresas, peça indicação de clientes já atendidos, veja se o atendimento é cordial e pontual, evitando assim desconfortos futuros. Depois disso, você está apto a analisar atendimento, qualidade do material usado e inovação no projeto, porque, tenha certeza, somente o preço, não deve ser o balizador da sua escolha! Quando escolhido o fornecedor, fique atento às informações contidas no contrato, não deixe de fazê-lo com todas especificações, como detalhamento do projeto, medidas, prazo de entrega, qualidade do material. Tudo isso deve estar no papel para que possa ser cobrado depois. E como acabar com a ansiedade durante o prazo de entrega? Que tal focar na decoração do ambiente? Você pode comprar alguns itens, pode confeccionar outros, pois nada como um ambiente bem decorado com mimos para deixar seu lar muito mais alegre e acolhedor. Lembre-se que plantas purificam o ar e também decoram! Se não tiver muito tempo para elas, invista em cactos e suculentas que demandam muito pouca manutenção. Pronto! Depois de tudo isso resolvido, os móveis recebidos, instalados e o ambiente decorado agora é hora de aproveitar e amar seus móveis novos! * Diretora comercial da Movesinos Indústria de Móveis. TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA? Envie a pergunta para o e-mail contato@zmultieditora.net.

NA PADARIA: O vovô Gaspar Staudt, 56 anos, com o neto Joaquim Staudt Magalhães (completa 1 ano no dia 19 de dezembro), de Ivoti

Sintia Weber e William Welp Fotografias

Da escolha do for�ecedor ao cont�ato bem executado

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SAÚDE DOS DENTES Leia este artigo em: www.zmultieditora.net

Tratamento de canal

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NO ALMOÇO: Leandra e César Wecker, com os filhos Lívia e Nicolas, de Ivoti

Henrique Mezzari Alagia Cirurgião Dentista CRO 22955

especialidade de endodontia, ou mais conhecida como tratamento de canal, é uma área responsável pelo estudo de todas as estruturas do dente e as que o envolvem. Há alguns fatores que podem levar o paciente a ter de realizar tal tratamento, como em casos de cárie profunda, fraturas dentárias, trauma no dente, trauma por aparelho ortodôntico, necessidades protéticas, entre outras. Este tratamento consiste em variadas manobras técnicas que visam restabelecer a normalidade dos tecidos do dente, ou pelo menos manter o dente em boca sem presença de inflamação ou infecção. O tratamento de canal baseia-se em remover todo o tecido vivo ou infectado de dentro do dente. Existem outras manobras que podemos destacar, como tratamento expectante, a curetagem pulpar, a pulpotomia, a pulpectomia e o tratamento cirúrgico. Tratamento expectante: é a manobra mais conservadora do tratamento endodôntico, em que consiste sempre na remoção do tecido cariado, a proteção do complexo dentina-polpa, e o selamento da cavidade. Curetagem pulpar: consiste na remoção superficial da polpa coronária (presente na coroa do dente) que possa ter sido exposta durante o tratamento conservador, potencialmente contaminado por microrganismos do meio bucal. Pulpotomia: é a remoção da polpa presente na câmara pulpar. Neste caso preserva-se o tecido pulpar que está nos canais. Devido a isso, a pulpotomia está indicada somente em casos que a lesão inflamatória restringe-se a uma pequena porção da polpa coronária. Pulpectomia: é o tratamento de canal. Consiste em tirar totalmente a polpa do dente, higienizar as paredes internas dos canais, modelar e selar o sistema de canais radiculares com gutapercha (material obturador de canais). Tratamento cirúrgico: indicado em casos de falhas anteriores no tratamento endodôntico, em perfurações acidentais, presença de lesões refratárias (não respondem ao tratamento endodôntico convencional). TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA? Envie a pergunta para o e-mail contato@zmultieditora.net.


VIDA A DOIS

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tualmente, vivemos um paradoxo em relação ao casamento: de um lado encontramos a conjugalidade e os projetos do casal, e de outro, a liberdade e o individualismo (Aboim, 2009; Calligaris, 2001; Féres-Carneiro &Ziviani, 2010). Todavia me pergunto: mas para sermos um casal não podemos manter a nossa individualidade para aquilo que nos é fundamental? Acredito que o grande desafio é conseguirmos encontrar o equilíbrio entre o “eu” e o “nós”, ou seja, é fundamental mantermos um espaço individual, mas é tão fundamental quanto criarmos o espaço do casal. O equilíbrio esperado é tarefa bastante difícil, visto que cada vez mais as pessoas estão preocupadas, somente, com o bem estar individual, “esquecendo” ou evitando olhar para o outro. Todavia, a partir do momento que olhamos somente para nós mesmos nos afastamos do encantador desafio que a

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Kamila Scheffel

Psicóloga CRP 07/14576

relação a dois nos possibilita, ou seja, nos impedimos de aprender com a diferença, de aprender com aquela pessoa que tanto nos encanta quanto nos assusta. A vida a dois traz à tona as diferenças, assim, nem sempre iremos gostar daquilo que vivenciamos, pois, muitas vezes, o jeito do outro pode parecer estranho ou mesmo ameaçador. A partir disso, precisamos aprender a separar o que é nosso e o que é do outro, nos permitindo aceitar um jeito diferente de funcionar e até mesmo questionar o que entendemos fazer mais sentido para o nosso bem estar. Assim, acredito que a receita para um casamento saudável está em aprendermos com o “nós” para que possamos fortalecer o “eu”. Portanto, não paralise no medo de que a relação a dois fará com que a individualidade seja perdida, pois nada se perde, apenas se transforma! * Terapeuta de Casal e Família

Joy Photo Studio

Do “eu” para o “nós”?

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NO JARDIM Cleberson Luis Heckler, Carla Mausolf Heckler e Sofia Mausolf Heckler, de Estância Velha


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CASAMENTO Leia este artigo em: www.zmultieditora.net

Por um casamento inesquecível e econômico

ueridas amigas noivas, nos tempos atuais o sonho do casamento está um pouco mais caro em função da situação atual do nosso país.Seguem algumas dicas de economia para seu casamento! Dica 1: Janeiro, junho, julho e agosto tendem a ser menos procurados e, consequentemente, você tem maiores chances de economizar com os fornecedores. Dica 2: Troque o sábado por um dia da semana ou pelo domingo, super tendência. Esta pode ser uma boa tática para conseguir descontos. Mas nem todos os convidados poderão comparecer no meio da semana. Emendas de feriados também são datas em que a procura cai. Dica 3: Festas durante o dia são mais baratas. Em um espaço aberto aproveita-se a luz do dia, não precisando de iluminação de pista. Outra vantagem é a decoração, que fica mais clean e as pessoas tendem a beber menos. Dica 4: Organizar e planejar com antecedência tende a ser mais vantajoso. Podendo parcelar muitas vezes.

Maria Cristina Petry Pedagoga*

Dica 5: Faça a cerimônia religiosa e a recepção no mesmo espaço para diminuir os gastos de locação e decoração. Procure um espaço que tenha uma decoração legal e assim você economiza na sua. Avalie sobre vantagens que o espaço pode te ceder. Dica 6: Aproveite a casa de campo da família ou de amigos para fazer a festa e assim, você economiza na locação do espaço. Dica 7: Sempre confirme a presença do seu convidado. Dica 8: Opte por locais que ofereçam pacotes com alternativas para situações complicadas. Assim, você não precisa alugar gerador, por medo de acabar a luz, ou contratar um sistema de toldo a parte, para abrigar todos, em caso de chuva. Dica 9: Tente atender todas as necessidades dos seus convidados. Caso tenha muita criança na sua lista, opte por lugares com playground ou espaço kids com recreacionista. Beijo, amigas! (informações da Revista Bella Noiva) * Proprietária da Maria Cristina Noivas e Festas


ESTATUTO DA FAMÍLIA Leia este artigo em: www.zmultieditora.net

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A família, a sociedade e a felicidade

screver um artigo para a revista me deixou lisonjeada primeiramente. Depois, veio o receio. Focar no público alvo e imaginar você ai lendo este texto agora. Mas, superado este primeiro passo, resolvi falar em linhas rápidas sobre as novas configurações familiares ou as novas famílias, como se tem chamado. No dicionário Aurélio, família é o conjunto de todos os parentes de uma pessoa, e, principalmente, dos que moram com ela. Na música, os Titãs dizem que família é quem almoça junto todo dia e nunca perde essa mania. Para o Rappa, família é quem você escolhe pra viver, não precisando ter conta sanguínea, só um pouco de sintonia. Mas, afinal, o que é família? Como é de conhecimento de alguns, uma comissão da Câmara de Deputados aprovou o novo Estatuto das Famílias o qual define família apenas como a união entre homem e mulher, ou comunidade formada por qualquer um dos pais e filhos. Mas a questão que se invoca é: e as demais relações de parentescos? E as avós que criam os netos, tias que criam sobrinhos? E os casais do mesmo sexo? Como apenas 17 deputados podem decidir um conceito tão abrangente e subjetivo? O censo de 2010 do IBGE apontou que a família composta por homens e mulheres estava presente em 49,9% dos lares visitados, enquanto que 50,1% das famílias eram compostas de outras formas. As famílias homoafetivas, aquelas formadas por casais do mesmo sexo, já eram à época 60 mil, sendo 53,8% delas formada somente por mulheres. O que mais chama atenção é que esses 17 parlamentares (a mesma bancada que pretende aprovar a cura gay) não levaram em

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Juliana Camargo de Araujo Advogada OAB/RS 84.697

conta a realidade atual da sociedade brasileira. Elaboraram e aprovaram um estatuto baseado em suas convicções religiosas (e preconceituosas), uma clara discriminação ao amor, carinho, cuidado e afeto. A boa notícia é que este mesmo afeto, ignorado por estes parlamentares, é a base das decisões judiciais que define as novas configurações familiares. Lembrando que, em 2011, o Superior Tribunal Federal admitiu a união estável e o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, vez que todos têm direito a buscar pela felicidade, independentemente da escolha de seu par. Ao que se percebe, embora o desaforado estatuto exclua da proteção do Estado as outras famílias, como por exemplo, a exclusão de programas sociais, o Judiciário está em alerta para garantir direito a todos os brasileiros. Ainda bem. Os deputados, ao restringirem o conceito de família, afrontam princípios constitucionais e a própria ideia de democracia. A falta de observação da nossa realidade social, a intolerância à diversidade afronta a liberdade, a igualdade a dignidade humana. É de se notar que muitas pessoas já reconhecem como legal e legítimo os diferentes modelos de famílias que existem e as aceitam sem “pré–conceito”, ou seja, sem julgamento e sem ideias pré-concebidas. Este assunto esteja longe de terminar. Em remate, família, a meu ver, é um conjunto de pessoas que moram na mesma casa que tem como finalidade a felicidade de seus membros. Para você, o que é família? TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA? Envie a pergunta para o e-mail contato@zmultieditora.net.


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O tempo de ser

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criança

empo livre é a parte do dia em que não temos nenhum compromisso, a não ser com a nossa vontade de escolher o que gostaríamos de fazer para o nosso deleite. Ser criança é ter tempo livre para brincar, fazer o que mais gosta. Brincando a criança experimenta e aprende o mundo, interagindo com o meio e com os outros aprende a se relacionar com a sociedade. Crianças de zero a 6 anos não deveriam ter compromissos obrigatórios! Conforme nossa lei, as crianças com 6 anos devem ser matriculadas nas escolas para iniciar o Ensino Fundamental. Esse ingresso inaugura o tempo dos compromissos diários para as crianças. Gradativamente elas vão aprendendo que serão oferecidas tarefas dirigidas e outras mais livres. Inclusive nas tarefas dirigidas, elas estarão sendo convidadas a brincar e jogar. Ao utilizar esta metodologia a criança não percebe que está sendo convocada a realizar tarefas e fazer atividades consideradas difíceis. Porém, cada vez mais, escuto as crianças dizendo: “não tive tempo!” E a minha reação era pensar: “não pode ser, ele está dando uma desculpa, foi preguiça”. Mas, repetidamente esta expressão vem sendo usada, por isso comecei a perguntar: “Então me conta o que você fez?” E elas me relatam uma semana cheia de compromissos além da escola. E entendo que realmente não tiveram tempo para fazer o que gostariam de fazer, tristemente não tiveram tempo para escolher uma brincadeira de acordo com a sua vontade, não tiveram tempo de ser criança. Nossa sociedade está organizada para que tenhamos ocupação em tempo integral. Ter tempo

Mara Veranice Kussler Breitenbach Psicopedagoga

livre é entediante, esta é a mensagem subliminar. Também as nossas crianças estão cada vez mais ocupadas com diversas atividades planejadas para que sejam mais felizes. A busca por oferecer atividades diferenciadas está atendendo uma necessidade das crianças ou dos adultos? Convido você a fazer uma reflexão: “O quê você fazia quando era criança? Quais atividades lhe eram proporcionadas? O quê mais gostava?”. Depois, pergunte ao seu filho o que ele mais gosta! Tenho certeza que a resposta será: brincar! O brincar de forma saudável requer supervisão dos adultos. Mas estes estão ocupados demais para acompanhar/supervisionar as crianças em suas brincadeiras. Sem tempo para os filhos, se sentem culpados. Essa culpa muitas vezes os impedem de exercerem suas funções. Tanto a criança quanto os adultos perdem com isso. O excesso de atividades dirigidas está contribuindo para aumentar a ansiedade e a hiperatividade das crianças. Os indícios são muito fortes, pois somos adultos que não conseguem encontrar na rotina um tempo livre para a família e as relações interpessoais. Vale lembrar: para aprender precisamos nos sentir seguros e amparados. O processo causa medos, angústias e sentimentos diferentes para cada um. Aprendemos para sermos aceitos e amados pelo outro (no início representado pela mãe/pai). Nosso maior desafio é encontrar um equilíbrio saudável entre as atividades necessárias para o desenvolvimento das crianças e o tempo livre de brincar e ser criança, aprender e conviver com as pessoas que são importantes em sua história, amar e ser amado.


DIREITO DE FAMÍLIA Leia este artigo em: www.zmultieditora.net

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Guarda Compar�ilhada

uando falamos em guarda dos filhos, as histórias são muitas, a guarda ficou só com a mãe ou o pai, os filhos escolheram a mãe e o pai não pode mais vê-los, entre tantas outras. Por muito tempo, a Justiça Brasileira jogava para os filhos a decisão de com quem queriam morar. Essa escolha não era apenas difícil, mas uma verdadeira tortura para as crianças, que sofriam pressão de todos os lados. As perícias realizadas por assistentes sociais e psicólogos quase que invariavelmente informavam que a escolha dos filhos era morar com o pai e com a mãe juntos. As crianças relatavam que sabiam que os pais não estavam mais casados, porém não sabiam com quem queriam ficar, pois amavam os dois. Felizmente, a legislação que define a guarda dos filhos evoluiu com a lei 13.058, a qual estabeleceu uma série de regras para priorizar a guarda compartilhada. Atualmente ela não deve ser exclusiva do pai ou da mãe, mas de ambos e sempre visando ao interesse da criança.

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Vicente Fleck

Advogado

A lei foi uma imensa evolução no que se refere à guarda dos filhos, isso porque até hoje muitos pais se dizem detentores do poder de decidir o que os filhos farão com base nos seus interesses, porém, o que a lei estabelece textualmente é: “Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos.” (art. 1583, §2º, do Código Civil). Hoje, a Justiça enfrenta desafios para pôr em prática a guarda compartilhada, isso porque o fim de uma união costuma ser dolorosa e os filhos acabam sendo usados para atingir o antigo companheiro. Para tanto, é fundamental que pai e mãe visem sempre ao melhor interesse da criança e tenham entre si o compromisso de serem pais responsáveis, uma vez que o fim de uma união não pode jamais representar o fim da relação de pai e mãe para com os filhos.


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Amor e Limites:

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seg�edos para a educação de crianças

ducar é oferecer um ambiente acolhedor e limitado, pois é nesse espaço seguro que a criança vai explorando o mundo e desenvolvendo suas capacidades física, emocional e intelectual. Para o enfrentamento desse desafio, os adultos precisam reconhecer as limitações e potencialidades da criança em seus diferentes estágios e se reconhecer como sendo uma figura de autoridade. É o adulto que estabelece o limite e ensina as regras de convivência e os valores da sociedade. É ele quem deve parar, escutar, conter, acolher, respeitar e aguentar esse “jeito de ser criança”. A criança está em desenvolvimento e é por isso que ela precisa do adulto. Ela chora, grita, pula, esperneia, teima, coloca pra fora o medo, a tristeza, a alegria e a raiva. A emoção é o movimento da vida! A criança sente e expressa suas emoções através da fantasia e do brincar, esse é o seu jeito. Saber diferenciar nesse universo infantil, necessidade e desejo, nos ajudará a estabelecer alguns limites. As necessidades são vitais para nossa sobrevivência como: casa, comida, roupa,

Cristiane Dias

Psicóloga/CRP 07/15253

carinho, rotinas, atenção e continência. Os desejos são todas as coisas que aprendemos a gostar ou somos instigados a consumir. Quando o adulto percebe a diferença entre um e outro, consegue dizer não aos abusos, exerce a sua função, frustra a criança e assim constrói um limite. Quando não nos damos conta dessa diferença, a tarefa de educar fica mais complicada. Brigamos, reclamamos e muitas vezes até perdemos o prazer da convivência. As inquietações que essas dificuldades trazem para a família podem ser superadas quando os adultos se posicionam de forma tranquila e seguros de seu papel. Educar é ouvir com o coração de forma amorosa, porém firme. A tarefa de amar e ser amado exige disciplina, respeito e paciência. É importante que a família construa um ambiente onde os valores como gentileza, bondade e honestidade prevaleçam. O exemplo do adulto é fundamental porque as crianças aprendem verdadeiramente pela imitação. TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA? Envie a pergunta para o e-mail contato@zmultieditora.net.


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Será que meu filho ouve bem?

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uitos pais já devem ter se feito esta pergunta: será que meu filho ouve? A dúvida é pertinente: estima-se que a cada 1.000 nascidos vivos saudáveis, entre 1 a 3 crianças terão algum grau de perda auditiva. A diminuição da audição nas crianças pode se manifestar de diversas formas: atraso na aquisição da linguagem oral, baixo rendimento escolar ou, até mesmo, a ausência de fala. O déficit de audição pode ser congênito (desde o nascimento) ou adquirido– redução da audição após algum evento (como otites de repetição, uso de antibióticos tóxicos para o ouvido ou episódios de meningite). No caso da surdez congênita, o seu diagnóstico deve ser o mais precoce possível, a fim de iniciar o seu tratamento antes dos 6 meses de idade. Assim, TODAS as crianças devem realizar o “Teste da Orelhinha” ao nascimento com uma fonoaudióloga. Este teste tem o objetivo de diagnosticar aquelas crianças que podem ter alguma diminuição da audição. Se a criança não passa no teste, este exame deve ser repetido em até 30 dias. Caso a criança falhe novamente, deverá ser encaminhada o mais rápido possível para avaliação otorrinolaringológica.

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Carolina Fischer Becker

CRM 35864 Otorrinolaringologista

Já a diminuição da audição adquirida pode se manifestar mais tardiamente. A principal causa desde tipo de surdez é o acúmulo de líquido atrás do tímpano, impedindo a passagem correta do som – chamada de otite média secretora. Normalmente, estas crianças podem ter um atraso na fala, pois não ouvem adequadamente certas palavras, não conseguindo aprendê-las de forma correta. Elas têm apenas uma diminuição da audição, não uma surdez completa – entretanto, como a criança está aprendendo a falar, qualquer alteração na audição já é o suficiente para prejudicar a aquisição da linguagem oral. Por isso, é importante haver um seguimento regular das crianças com o pediatra – normalmente é este profissional que irá notar alteração no exame físico e encaminhar para o especialista. Assim, o diagnóstico precoce tanto da surdez congênita quanto da adquirida deve ser feito o mais breve possível, para iniciarmos o tratamento adequado e evitar sequelas na fala e no aprendizado desta criança. * Fellow em Otorrinolaringologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre – atualmente.

TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA? Envie a pergunta para o e-mail contato@zmultieditora.net.


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LEGISLAÇÃO Leia este artigo em: www.zmultieditora.net

Pais: seu filho deve freqüentar uma escola a par�ir dos 4 anos de idade

Lei nº 12.796/ 2013, que altera a LDB nº. 9394/96, diz que as crianças com 4 anos completados até o dia 31 de março devem ser matriculadas na Educação Infantil, a qual passa a integrar a Educação Básica. As escolas e os municípios têm prazo até 2016 para se adequar e atender a essas crianças por um período mínimo de 4 horas para turno parcial ou 7 horas para turno integral, com uma carga horária anual mínima de 800 horas e com frequência mínima de 60% do total de horas. Sendo assim, é dever dos pais e responsáveis matricular seu filho e obrigação das redes de ensino garantir a vaga para essas crianças. E com toda essa alteração nós, pais que temos filhos nessa faixa de idade, ficamos preocupados e sem saber como devemos proceder, surgindo dúvidas como: - Meu filho poderá continuar na escola de Educação Infantil que frequenta? - Preciso matricular meu filho em uma escola de Ensino Fundamental? É muito importante que tenhamos o

Sandra Weber Grade

Pedagoga com especialização em Administração, Orientação e Supervisão Escolar

conhecimento de que a Escola Infantil onde o nosso filho frequenta seja uma escola devidamente credenciada e autorizada pelo Conselho Municipal de Educação (CME) e que faça parte do Sistema de Ensino do Município, e que assim possa ter condições de fornecer a documentação necessária para os alunos, conforme a legislação vigente. Se a Escola de Educação Infantil estiver adequada a todas essas especificidades, não será necessário fazer a transferência da criança para uma nova escola, a qual poderá frequentála durante toda a pré-escola e somente se transferir quando for para frequentar o primeiro ano do Ensino Fundamental. Mas, caso queira fazer a transferência para uma nova instituição, é muito importante escolher uma escola que não contrarie os valores que a família ensina em casa, que esteja de acordo com o que você espera para a educação do seu filho, tanto pedagogicamente como estruturalmente, e que seja uma extensão da sua casa.


INCLUSÃO Leia este artigo em: www.zmultieditora.net

A família e a criança Especial*na sociedade

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uando surge no casal o desejo de ter filhos e constituir uma família, a entrada do bebê nesta relação já prevê uma inclusão. O filho desejado está presente na vida dos pais mesmo antes de ser concebido: em seus sonhos e planejamentos futuros. Assim, normalmente, já há um lugar preparado para o pequenino na família, a qual terá a tarefa de incluí-lo no mundo. Os pais têm a tarefa de decifrar, conhecer e ir aos poucos distinguindo e identificando peculiaridades da criança. Por exemplo, os diferentes tipos de choro: o da fome, o choro da cólica ou o resmungo de sono. O casal faz leituras dos sinais do bebê, conferindo significado e inserindo-o no campo da linguagem. Assim, vão conferindo à criança identidade e reconhecimento de ser pessoa de valor. Quando este bebê nasce com uma deficiência física ou mental, a forma como a família encara e acolhe faz toda a diferença. Para que este bebê se constitua e seja aceito na sociedade a tarefa da família é fundamental. As mesmas habilidades de leitura dos sinais, das necessidades desta criança são conclamadas a permanecerem ativas nestes pais e, logicamente, a serem ampliadas e adaptadas continuamente. Este bebê precisa, como qualquer outra criança, ser reconhecido, primeiramente por seus pais, como alguém de valor, para que venha na sociedade assegurar seu espaço. Eis a fundamental tarefa da sociedade: ser uma extensão da família! A sociedade que

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André Tavares Cardoso

Psicólogo e especialista em Terapia de Família

Muriel Goulart Conceição Psicopedagoga

deseja ser inclusiva precisa aprender a ler as necessidades e peculiaridades de cada pessoa e, assim, adaptar o ambiente para dar conta de oferecer condições de uma existência digna e saudável a cada um. Isso é o contrário do pensamento “anti-inclusivo” que, ao invés de adaptar o ambiente, força a pessoa a se adaptar a ele, por exemplo, quando não faz adequação de calçadas, de assentos especiais, de rampas de acesso, de ambiente escolar e etc. Cabe refletir sobre o termo “Especial”. Por vezes é utilizado de maneira, no mínimo, rasa, para se referir àquela pessoa com alguma deficiência física ou mental. Esta pessoa não é mais especial do que qualquer outro ser humano. Na verdade, suas necessidades é que são diferentes. Na prática, todo têm necessidades especiais: alguns precisam de óculos, outros de prótese dentária, outros de rampas de acesso, mas todos, indiscriminadamente, precisam de algo sem o qual não há convivência saudável: amor! Dele derivam todos os outros sentimentos, como o respeito, a paciência, a justiça, a solidariedade, todos cada vez mais escassos na sociedade. * Profissionais atuam na APAE de Estância Velha. TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA? Envie a pergunta para o e-mail contato@zmultieditora.net.


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ESPECIALISTA Leia este artigo em: www.zmultieditora.net

Higienizar é sinônimo de saúde!

ocê limpa sua casa toda semana ou quinzena? Para quê? A resposta é simples: para evitar que germes se proliferem e afetem a saúde. A limpeza é muito importante para que os germes não tenham aonde viver, uma vez que a sujeira é removida. Devemos limpar nosso lar regularmente, principalmente áreas de risco como a cozinha e banheiros. Por exemplo, há muitos germes na nossa pia do banheiro, mas o risco deles se proliferarem é baixo. No entanto, panos de limpeza, toalhas e esfregões vão entrar em contato com os germes que se espalharão se não forem higienizados. Os germes entram em nossas casas o tempo todo - nas pessoas, alimentos e animais de estimação e, por vezes, até pela água. É difícil saber se há germes suficientes para criar ou causar uma infecção, uma vez que depende de cada indivíduo, como o germe é contagioso ou se as condições significam que ele pode se espalhar facilmente. AMBIENTE HIGIENIZADO É SINÔNIMO DE SAÚDE E CONFORTO Estofados, carpetes, tapetes e colchões são

Cíntia Fink

Administradora de empresas

bens de consumo que não trocamos toda hora. São caros e muitas vezes sob medida para nossa casa. Higienizá-los então, é tão importante quanto limpar os cômodos do nosso lar, pois é cuidar de nosso patrimônio. Além disso, se não higienizá-los constantemente, são fonte de microrganismos como ácaros, fungos e bactérias que ameaçam nossa saúde e de nossa família. Especialmente quando temos animais de estimação e crianças pequenas, nossos estofados, carpetes, tapetes e colchões ficam sujos mais rapidamente. A maioria das pessoas acredita que só a aspiração é o suficiente, mas realmente, não é. Infelizmente, mesmo a aspiração mais exigente e regular só remove a sujeira da superfície. Inevitavelmente, alguma sujidade é deixada para trás e acumula profundamente dentro das fibras. Cada material, cada tipo de tecido possui particularidades e cuidados específicos. O mesmo ocorre com os equipamentos e produtos de limpeza. Consequências comuns de higienizações amadoras são desbotamentos e manchas irreversíveis e só um profissional da área poderá dizer qual é o sistema correto para cada caso. * Sócia da Frau Cleaning


COBERTURA

Um silêncio g�itante

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escritor Henrique Schneider lançou seu primeiro livro infanto-juvenil, intitulado “O Tempo Quase” (Editora Lê). Escreveu 9 obras e este é dedicado a tratar de um “escândalo silencioso perigosamente presente no cotidiano”, como definiu o também advogado e pai de Pedro e Felipe, 29 e 27 anos, respectivamente, na noite de 10 de novembro, no auditório do Núcleo de Atendimento Psicológico, em Novo Hamburgo. Martina é a personagem que irá demonstrar as angústias e, quem sabe, os motivos a que leva uma pessoa, mais especificamente, um adolescente, a buscar o suicídio como melhor solução após o abandono. Henrique foi convidado pelo NAP para participar de painel, que contou ainda com a psicóloga Andréia Reis, o psiquiatra clínico Maurício Weyh Ferreira e a professora psicanalista Katya de Azevedo Araújo. Essa é a 3ª causa de morte no Brasil e a 2ª no mundo, segundo Henrique. Mata mais do que a Aids e perde apenas para o trânsito e as armas. “Escritores são ficcionistas. Mas tudo é verdadeiro”, indicou o autor, que pesquisou, conversou com profissionais e ouviu relatos. “É um silêncio gritante. Não que deva ser assunto de cotidiano, mas é importante avaliar porque termina assim”. - Motivo bobo? Não para Martina - , explicou o autor. Nesta fase múltipla, em que são frágeis,

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pedem o ombro dos amigos e não mais o colo dos pais; em que se sentem invencíveis porque o perigo não chega até eles; e que mudam da alegria para a tristeza, da energia para o cansaço. Podem ser recados de que não estão conseguindo assimilar determinados acontecimentos da vida. Frustrações - De acordo com Andréia Reis, se antes era o fone de ouvido, hoje é o celular que faz parte do corpo. A fase se encontra dos 10 aos 20 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Este adolescente está no whatsapp, como sempre foi característico buscar um grupo de interesse. Ele continua sendo um “ser que está sofrendo”, porque está em constante mutação. “Essa transformação é que gera ansiedade”, explicou. É na adolescência que vive a descoberta do amor. A atualidade, no entanto, confere relações rápidas. As famílias precisam estar atentos aos sinais, ao afastamento, à oportunidade de aproximação e acolher o momento após a raiva. Saúde Mental - Ferreira aponta o impacto que o ato gera: o suicídio é classificado como emergência em saúde mental, que pode causar lesões graves e incapacitantes até a morte. Geralmente, o fato atinge a 6 pessoas do convívio. Outro estudo de 2012, 17% das pessoas já pensaram em se suicidar no Brasil. Os vínculos seguram. O maior potencial está entre jovens de 15 a 30 anos e os idosos. Vale a dica: a conversa, a sensibilidade e a observação podem previnir.


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