Revista MultiFamília N° 6 - Agosto + Setembro/2016

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Agosto/Setembro-2016 3º BATE PAPO DA FAMÍLIA

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Os limites do uso da internet e das redes sociais Até que ponto conhecemos a Internet? O que é mais seguro, a vida real ou virtual? Devemos controlar o acesso de nossos filhos? Estamos conectados demais, pais e filhos? Muitas perguntas e muita reflexão. O consultor de Gestão de Tecnologia da Informação Vagner Lahude e a psicóloga Juciane Pavi apresentaram informações e apontaram caminhos no 3º Bate-Papo da Família, ação integrada ao Ciclo de Palestras Teatro Adriano Schenckel, em Dois Irmãos, na noite de 30 de junho. Pais e filhos precisam estar conectados, sim. De preferência, um com o outro. E, em alguns momentos, neste “planeta virtual” em que alguns frequentam e outros, habitam...

Dois Irmãos sediou evento, integrado à ação do Teatro Adriano Schenkel

4ª edição em Novo Hamburgo Depois de circular em Estância Velha, Ivoti e Dois Irmãos, o Bate-Papo seguiu em Novo Hamburgo, abordando o processo de encantamento do casamento e do seu desencantamento. Com o tema “A ruptura da vida conjugal e a proteção da família”, a palestra foi ministrada pela advogada Paola Braun, a convite da Z Multi Editora, na noite de 4 de agosto, no auditório do NAP – Núcleo de Atendimento Psicólogico, em Novo Hamburgo (av.

Frederico Linck, 1186). O evento foi aberto às famílias, estudantes de Direito e de Psicologia e teve como ingresso um litro de leite longa vida ou produto de limpeza destinado à Fundação Semear.

NOVEMBRO É MÊS LEOPOLDO... aguarde!

DE

SÃO


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Sandra Hess e Cleber Zanovello Dariva, com Oliver Hess Dariva

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O mundo é dos nets...

ossas vidas estão cada vez mais inseridas nas redes, certo? Tudo e todos estão neste espaço. Ouvindo o professor e consultor Vagner Lahude, no 3º Bate-Papo da Família, somente 4% do conteúdo é constituído pela Internet legal. O restante é o submundo. E, assim como no mundo real, este submundo causa danos. Por isso, os limites também devem estar presentes nesta esfera. Vamos combinar? Quando estivermos com a família, afastaremos celulares, tablets, notebooks e a televisão – até pouco tempo a grande vilã. E quando estivermos conectados, precisamos ficar de olho – principalmente observando os acessos de nossos filhos. A psicóloga Juciane Pavi disse no mesmo encontro que, dependendo de como estiver nosso estado emocional, procuramos coisas boas e alegres, ou o contrário... Tudo isso ficará registrado na rede e fará parte da nossa trajetória virtual e real. A propósito: resolvemos ampliar o território físico e ampliamos a circulação da revista. Agora são 4 mil exemplares. Se, por acaso, não encontrar um exemplar pertinho de você, bem, acessa então o blog ou o Facebook... ;-] Revista MultiFamília é uma publicação da: Ano 1 - Número 6 - Agosto+Setembro/2016 | ISSN 2447631-5 Circulação: Bimestral - 4.000 exemplares - Distribuição: Gratuita

Edição: Sandra Hess (Jornalista - MTB/RS 11.860) Diagramação: Cleber Z. Dariva (Jornalista - MTB/RS 11.862)

Afora as contribuições dos colaboradores, a divulgação das empresas e prestadores de serviços e as coberturas feitas em eventos, nossa revista apresenta outra novidade, a seção RECEITA DE BOA CONVIVÊNCIA. Quando a pessoa pula para o outro lado do balcão, aprende que rotina e disciplina trazem segurança e convivência. Agradecemos às famílias que inauguraram a seção e, se gostou da ideia, compartilha suas vivências conosco. Para registro: Estância Velha, onde está sediada a Z Multi Editora, comemora 57 anos de emancipação em 8 de setembro, mesma “idade” que Dois Irmãos comemora no dia 10 de setembro. Nossa homenagem aos cidadãos. Falando em Estância Velha, vamos participar da Feira do Livro, de 14 a 18 de agosto, no Centro de Eventos Novisol. NOSSA CAPA: O clique da Cláudia Utzig captou Marcos Júnior, de 35 anos, curtindo o filho Rafael, 4 anos, de Estância Velha. “Nossa maior realização”, descreve o pai, que atua no segmento de beneficiamento de couros, e a mãe, a professora Vanessa Hansen. Capa: Claudia Utzig Impressão: Impressos Portão Entre em contato: 51-9961-4410 (whats app) contato@zmultieditora.net

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Paola Roos Braun Advogada, mestra em Direito (OAB/RS 63.876)

A Paternidade fragmentada

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a atualidade, diante dos avanços tecnológicos ligados à genética humana, considera-se como filiação biológica tanto a oriunda da reprodução natural (relação sexual com concepção) como a decorrente da reprodução humana assistida. A reprodução assistida não traz como base a cópula, mas sim um conjunto de técnicas que têm a finalidade de provocar gestação mediante substituição/facilitação de alguma das etapas do processo reprodutivo. Ela poderá ser homóloga (utilização de materiais genéticos de cônjuges ou companheiros: óvulo da mulher, sêmen do homem) ou heteróloga (material genético de terceiro). A fertilização homóloga pode acontecer ainda que o marido tenha falecido, desde que tenha dado sua prévia autorização por escrito. É polêmica a questão envolvendo a inexistência dessa autorização, na medida em que a criançaoriunda de inseminação artificial não anuída, inclusive após a morte, mesmo possuindo a carga genética do genitor biológico - não teria o reconhecimento legal da paternidade. É possível também a filiação biológica homóloga quando se tratar de embriões excedentários, resultantes de concepção assistida homóloga. Esses embriões são aqueles que sobram (além daquele que foi transferido para o útero materno) e podem ser congelados para

utilização futura, caso em que também se exige autorização prévia, expressa e escrita por parte do marido e da mulher, pois pode ocorrer que a implantação se dê depois do rompimento da vida conjugal, por exemplo. Na reprodução humana assistida heteróloga, será pai biológico ou mãe biológica aquele ou aquela que, de maneira anônima, promoveu a doação de seu material genético masculino ou feminino. Em casos tais, filiação biológica não coincide com a filiação legal, eis que o reconhecimento legal de pai ou mãe será conferido - na forma socioafetiva - ao esposo ou companheiro da mulher que teve seu óvulo fertilizado pelo sêmen de um terceiro, ou será destinado à mulher ou companheira do homem cujo sêmen fertilizou o óvulo de outra mulher. A filiação oriunda das diversas técnicas de reprodução assistida poderá conduzir, ainda, à inexistência de qualquer ligação biológica entre os pais e o filho, em caso de reprodução assistida heteróloga bilateral, sendo o vínculo, em casos tais, unicamente socioafetivo. Todas essas novas técnicas de reprodução assistida aumentam a complexidade das relações de filiação e trazem consequências jurídicas para todos os envolvidos. Na era da tecnologia, é certamente com suporte na bioética que os novos rumos do direito de família e sucessões serão definidos.


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Angelita Dal Piva Magister em Ciências da Educação, Universidade de Hamburgo, Alemanha Doutoranda em Ciências da Educação, Universidade de Siegen, Alemanha

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Pai amigo é possível?

nicialmente, é importante definir o que se entende por pai. Seria o pai a figura que nos mostra o mundo e suas regras, mas que ao mesmo tempo nos protege dele? Talvez você tenha pensado agora: “Ei, mas essa aí é minha mãe”! Sim, é possível. Em muitas famílias, sabemos disso, há pais que são pai /mãe, mães que são mãe/pai, isso sem falar em constelações familiares nas quais toda a família (pais, tios e avós) participa da educação das crianças. Então, pai vai muito além de uma figura masculina e não há, e que bom que não, um livro que reja a organização familiar e defina por contrato a função que cada membro deva desempenhar. “Vem cá, meu amigão!” – disse o pai abraçando seu filho, um rapaz de uns 14 anos. Que delícia de encontro, não é mesmo? Com certeza você já viu cena parecida em algum lugar e talvez, como eu, depois de algum tempo tenha se perguntado: será que esse pai não tem amigos? Ou é o filho que precisa viver uma amizade? Se eles são amigos, confidenciam tudo como amigos? Vão às festas como amigos? Juram ser “os melhores amigos para sempre” e despois de um tempo a vida dá suas voltas, cada um se muda para um canto da cidade e o único contato é um recadinho nas redes sociais no dia do aniversário em memória da velha amizade? Pai amigo desfaz a amizade? Pai é amigo? Pai. Pai perdoa os piores erros que cometemos, porque ama de uma forma e em uma dimensão que amigo não entende o amor. Pai é firme, diz não, mas também acolhe e dá segurança quando tudo ao nosso redor está em ruinas. Pai possui a capacidade única de nos dar esperança para seguir. Pai acredita em nós quando todos, inclusive os amigos e nós mesmos já deixamos de acreditar. Por isso, pai não é amigo. Pai é muito mais que amigo. Pai é pai. * NAP - Núcleo de Atendimento Psicológico.

De Estância Velha: Marcos Jr. com o filho Rafa

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Maria Lúcia Rodrigues Langone Machado Psicóloga, professora da Universidade Feevale*

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Autoridade nos tempos atuais

entrada da mulher no trabalho, a terceirização do cuidado dos filhos, as incontáveis ofertas de consumo e a dissolução dos relacionamentos estáveis geraram uma crise de identidade acerca do lugar da autoridade na família, anteriormente exercida somente pela figura do pai. Assim, a autoridade do pai vem sendo deslocada para a cultura do consumo, abrindo espaço para as psicopatologias de nossa cultura (LACAN, 1938/2003). Os antigos ideais assegurados pela autoridade do pai vêm sendo substituídos por um gozo imediato e comum, que leva ao consumo desenfreado de mercadorias, sexo, drogas e pílulas que prometem a felicidade. Tudo isso para evitar desesperadamente a sensação de solidão e desamparo inerentes a condição humana (ALBUQUERQUE, 2006). Esses novos valores impregnados pelo consumo e pelas relações provisórias chegaram de forma avassaladora, não havendo tempo para assimila-los, acomoda-los e ao mesmo tempo manter o valor do amor, da solidariedade, da compaixão, das impossibilidades e dos limites. Dessa forma, o exercício da autoridade sobre a criança vem sendo questionado e até mesmo negligenciado. Fato preocupante, pois é pela

via da autoridade que se imprime os limites à criança, colocando-a na condição de sujeito de direitos e deveres, condição única para que ela desenvolva a criatividade para tolerar frustrações, sentimentos de solidão e desamparo, sem necessitar desesperadamente elimina-los pela via do consumo desenfreado. Se a criança não encontra um adulto que lhe faça objeção, que a proíba de alguma coisa, que lhe diga que há limites e, muito mais do que isso, que lhe indique que há impossibilidades, ela terá no mínimo duas saídas: irá procurar na vida real onde se encontra o limite e o impossível, e neste caso poderá facilmente ultrapassar o limite e encontrar a morte; ou então ela ficará perdida em sua organização espacial e temporal, ou seja, entrará no que constitui uma perturbação infantil generalizada (FLEIG, 2001). * Mestre em Diversidade Cultural e Inclusão Social pela Universidade Feevale; Especialista em Psicologia Hospitalar: Ênfase em Saúde pela Ulbra e; Graduada em Psicologia pela Unisinos. Atua na Universidade Feevale como docente; nos Projetos de Extensão Universitária: Reabilitação Pulmonar e Saúde Emocional no Espaço Escolar; como membro integrante do Programa de Inclusão Organizacional de Valores Especiais e como supervisora de estágio curricular e extracurricular; e em consultório particular.


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Você sabe como se comunicar com as crianças?

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Cobertura RMF/Sandra Hess

pergunta foi lançada pela psicóloga Aline Brito na noite de 7 de junho, junto à ACI, em Novo Hamburgo. Durante mais de 2 horas, ela falou a pais e profissionais da Educação como é possível estabelecer um diálogo mais assertivo através da Programação Neuro Linguística (PNL). Quando a criança quebra um copo, o que você faz? Se a criança pergunta sobre o significado da palavra “virgem”, o que você responde? Como identificar o medo que o filho sente do escuro? Ao ver uma expressão facial de seu filho, o que você interpreta é, de fato, aquilo que a criança sente?

– Perguntem! Não tirem conclusões a partir de suas referências -, falou Aline Brito. Segundo a especialista, a criança nasce com todos os recursos internos para ser o que quiser, basta treinar. “Elas precisam de alguém que acredite e a oriente”, lembrou. Para tanto, a PNL pode ser uma ferramenta importante neste processo de comunicação eficiente entre pais e filhos. Afinal, de acordo com Aline, são os adultos que dizem o que é mais importante, seja através da palavra, mas principalmente por meio do tom de voz e da linguagem corporal. Há estudos indicando que as estruturas mentais são formadas até os 5 anos de idade.

Depois, esta base é aperfeiçoada, por meio da palavra, da rotina e do tempo dedicado. Os tipos de linguagens que limitam ou que alavancam para uma ação também são determinantes. Para tanto, expressões podem trazer diferentes entendimentos. Quando construímos uma frase, importante evitar o “não”. É preferível utilizar uma sentença exata. Já o uso do “mas” nega tudo o que foi dito anteriormente. É preferível utilizar o “e” no lugar. Um termo que alavanca e coloca em perspectiva de espera ou desejo é a expressão “ainda”. Alguns qualificadores universais, porém, são perigosos: “todo mundo”, “sempre”, “nunca”. Eles distorcem a realidade. - A palavra tem poder! Mas, perguntar é a grande chave para abrir caminhos entre pais e filhos. Cada um de nós possui um padrão mental que é formado na infância e aperfeiçoado em cada ambiente novo, em cada situação nova. A forma como interpretamos a realidade determina a ação.


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#Mom@46

heguei aos 46 me sentindo realizada. Uma carreira que amo de paixão, uma família linda, duas filhas do primeiro casamento, morando com Carlos, que também tem dois filhos, numa rotina maluca de leva e trás pra escola, vôlei, inglês, zumba, futebol, academia, violão... Achava que já tinha feito de tudo nessa vida... Mas numa dessas conversas de fim de noite, inspirados por um vinhozinho, contando histórias da infância dos filhos de cada um, começamos a brincar com a ideia de ter um baby “nosso”. As estatísticas diziam que nossa ideia não passaria de sonho. As chances de uma gravidez natural aos 46 eram de menos de 5%. Então largamos nas mãos do universo e paramos de evitar. E o universo foi extremamente generoso com a gente. Três meses depois estávamos grávidos. A alegria tomou conta, mas com ela veio também o medo. Eu, que adoro estatísticas, já sabia das probabilidades de doenças cromossômicas e complicações pela idade. Mas a gestação foi relativamente tranquila, exceto por uma torção no tornozelo (que não aguentou a carga extra) e que me deixou de muletas por um mês. E no dia 1º de setembro de 2015 Maia chegou. Chegou não, estreiou! Linda! O bebê mais doce do mundo. Virou

Márcia Fritzen Arquiteta

nossas vidas de pernas pro ar. Eu que planejava tirar duas semanas de licença maternidade, fiquei quase 6 meses sem trabalhar. Não conseguia desgrudar. Cuidar de um bebê de novo, depois de quase duas décadas, é a experiência mais encantadora que alguém poderia passar. Me pego chorando só de ver ela dormir. Ou rindo sozinha de lembrar a careta dela forçando o segundo pum porque a gente riu do primeiro. Ser mãe aos 46 é ser duplamente abençoada. É poder curtir cada momento agora com mais experiência e tranquilidade, e encarar os problemas com mais serenidade. É estar segura de estar fazendo a coisa certa, tão diferente da primeira e segunda vez. Ser mãe aos 46 é curtir como vó curte neto: mimando muito, brincando de cavalinho e se sentindo criança de novo, enchendo de gordices. E no final do dia assistir aquela carinha linda de sono te olhando, transbordando de amor, e fechando os olhinhos ao som de uma cantiga de ninar de 20 anos atrás... * Marcia Fritzen é mãe de Mariana, 19, e Luana, 16. Carlos é pai de Lucas, 17, e Lorenzo, 12. E agora, juntos, eles tem Maia, de 10 meses.


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Cristina Bohn, professora, com formação em Yoga Integral e em acupuntura

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Yoga e Maternidade

oga é uma filosofia de vida milenarmente conhecida, desenvolveu-se na Índia e é o mais completo sistema difundido no mundo todo, como dizia Iyengar: “O Yoga é como música: o ritmo do corpo, a melodia da mente e a harmonia da alma criam a sinfonia da vida”. Pode parecer estranho uma mulher se preparar para a maternidade, já que são funções naturais e biológicas. Nosso corpo está adaptado para vivenciar isso como outro mamífero no reino animal e sem embaraços, porém, parece que somos os únicos mamíferos que apresentam ter dificuldades de cumprir com seu potencial instintivo. É essencial reconhecer que o parto é processo da gravidez, portanto, deveria ser encarado de forma natural. As mulheres contemporâneas, em sua maioria, tem crescido negativamente condicionadas para a gravidez e a para a amamentação. Na atualidade, só um reduzido número de mulheres, no que vem sendo chamado de “mundo civilizado”, conseguem dar à luz de forma natural. A arte de amamentar tem deixado de ser uma prática habitual para converter-se em algo minoritário. Portanto, necessitamos métodos efetivos, como o Yoga, que

nos ajudem a acender a chama de nosso potencial biológico. Aspectos emocionais e físicos da gestante são vitais e não devem ser ignorados. Os benefícios da prática do Yoga durante o período da gravidez são imensuráveis. A experiência de trabalhar com suavidade, proporciona a flexibilidade do corpo e da mente, ajuda a futura mamãe a adentrar em um equilíbrio interno neste momento de intensa transformação integral. Consequentemente, promove a expansão e o bem estar entre ela e o bebê. As pesquisas revelam que a prática de Yoga previne partos prematuros e a má posição do neném para o nascimento, além de reduzir o estresse, melhorar a respiração, postura e o próprio desconforto da gravidez, proporcionando maior flexibilidade às articulações e músculos. A prática ajuda a gestante a ouvir seu próprio corpo, aliada ao autoconhecimento e uma percepção de si e do bebê.

TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA? Envie a pergunta para o e-mail contato@zmultieditora.net.


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Marlene Dutra, mãe de aluna Kumon

Depoimento de uma mãe em busca do aprimoramento da filha

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Método Kumon não se prende à idade ou a série escolar, cada aluno estuda no ponto mais adequado, conforme a sua capacidade, avançando no seu ritmo. Minha filha, Carolina, de 7 anos, pois estava apresentando dificuldades no desempenho escolar, falta de concentração, desmotivação para os estudos, principalmente na disciplina de matemática. Aconselhada pela psicopedagoga da escola, agendei uma entrevista na Unidade, que atua com um método diferenciado. No momento inicial com a orientadora, já foi apresentada a proposta de ensino do Kumon, que tem como objetivo principal desenvolver a capacidade de cada aluno ao limite máximo, porém de forma tranquila e suave, de maneira que o aluno conheça o prazer de aprender, a segurança de realizar e a alegria de conseguir bons resultados com o seu empenho. Através do Método, minha filha tem se tornado mais autodidata, isto é, aprimora a capacidade de aprender por si, desenvolvendo a autoconfiança e a motivação para os estudos, além de ter adquirido o hábito do estudo diário. Ela tem a capacidade de chegar sozinha às respostas, desafiando-se a buscar seus sonhos e metas. Para que tudo isso fosse possível, o material didático desempenha um papel fundamental,

pois é através dele que o aluno fixa os conteúdos e desenvolve as capacidades necessárias para ter uma evolução tranquila. O material é composto por exercícios e está estruturado para que o início seja feito de conteúdos fáceis e o grau de dificuldade avance de modo suave. Com o conteúdo adequado à sua capacidade, minha filha é estimulada a buscar resolver sozinha as questões, refletindo e pensando sobre os questionamentos, usando como base o seu próprio conhecimento, entendendo de maneira efetiva que o processo de aprendizagem é algo prazeroso e motivador. Atualmente, tenho percebido que Carolina tem apresentado mudanças significativas em sua postura de estudos. Está mais motivada para as aulas de matemática, concentrada e focada nas atividades cotidianas e temas escolares e disciplinada. Habilidades que estão sendo aprimoradas e aplicadas nas demais áreas e atividades de sua vida. No papel de mãe, considero-me satisfeita por estar investindo na educação da minha filha e, principalmente, ver esses benefícios e os frutos colhidos por ela. Tenho certeza que essa parceria com o Método será duradoura e que fará o diferencial no futuro dela e da sociedade que ela participará ativamente.


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Pricila Martinelli, mãe do Guga Pedagoga

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Autismo, seus desafios e alegrias

ono de um sorriso contagiante, Gustavo, Guga como carinhosamente é chamado, nasceu em uma manhã fria de inverno, tão amado e desejado, nosso bebê vinha ao mundo, cheio de vida e saúde. Com ele, uma bagagem de lições e aprendizados. Seu desenvolvimento foi normal e dentro das expectativas até completar seu primeiro aninho. Balbuciava, batia palminhas, fazia imitações e logo caminhou. Alguns meses depois, começamos a perceber a perda de algumas habilidades. Guga passou a ficar mais introspectivo, não tinha interesse em se relacionar com outras crianças. Os movimentos estereotipados (balançar das mãos) se intensificaram, tornando-se mais agitado e ansioso. Fomos chamados pela escola, e alertados sobre seu comportamento, ausência da fala e a falta de interesse nas atividades propostas. A mamãe aqui prefere não acreditar muito naquele velho ditado de que “cada criança tem seu tempo”. Sim, havia algo errado e logo procuramos ajuda. Após alguns meses de acompanhamento com a neuropediatra, vinha o primeiro diagnóstico de TGD (Transtorno Global do Desenvolvimento). Os TGDS englobam os diferentes transtornos do Espectro Autista entre outras síndromes, lembro muito bem deste dia, receber uma notícia como esta é como se todos os seus planos e sonhos fossem jogados pela janela. Meu filho vai falar? Vai aprender? Vai ter amigos? Será discriminado? Todos aqueles sonhos dão lugar à dúvidas, medos e incertezas. A

aceitação é muito, muito dolorosa e difícil, porém essencial. Mas a gente renasce, ganha forças, passa a acreditar, lutar, buscar tratamentos, terapias. Aceitar é entender que as dificuldades existem, mas podem ser trabalhadas, superadas. Aceitar é ir além, é acreditar no potencial do seu filho e seguir em frente para que ele tenha uma vida plena e feliz. A rotina intensa conta com profissionais focados neste tipo de transtorno, entre outras atividades que ajudam no seu desenvolvimento. Guga frequenta escola regular, EMEI Lyra das Crianças, desde o Berçário I, no qual apresentou uma linda iniciação na Educação infantil, onde a prioridade é desenvolver suas potencialidades, interagir com os colegas e compreender as regras sociais. Uma escola acolhedora que abraça a diversidade. Todos tem um carinho especial por ele, os colegas já entendem e estão sempre prontos a ajudar. Aprendi a viver um dia após o outro, a idealizar menos, mas sempre com a certeza de que estamos fazendo o melhor por ele. Hoje, aos 4 anos, é notável seu crescimento, cada conquista sua é uma imensa alegria. Guga é extremamente amoroso, está sempre pendurado no colo dos avós, adora receber um carinho, é muito inteligente e apaixonado por tecnologia. Por onde passa deixa sua marca, seu sorriso, alegria, e a esperança de um mundo melhor, diferente, mais inclusivo. Tudo o que ele quer é ser amado e aceito.


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Talita Camargo Raimundo Educadora Física

Treinamento Físico Funcional e seus benefícios

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uando pensamos no desenvolvimento humano, lembramos de nossos ancestrais que viviam de forma “livre”, correndo, saltando, lançando e se movimentando sem ajuda de máquinas. Em que momento perdemos essa referência? Por que iniciamos a treinar o corpo com máquinas? Por que temos dificuldades em nos movimentar com qualidade? O treinamento físico funcional chega para mostrar outra forma de treinar. A qual se preocupa mais com o corpo do que os músculos exclusivamente. A grande dificuldade hoje é desmistificar o treinamento funcional e tirar da cabeça a ideia de “treino de equilíbrio”, “subir em bolas”, “de que não é treino de força”, entre outros pensamentos errados que se encontram. Devemos entender como o corpo é exigido em momentos variados, tanto no dia a dia quanto nos esportes. Por isso o Treinamento Físico Funcional desenvolve o corpo de uma maneira mais eficiente, pois trabalha e movimenta todas as regiões de forma integrada. Com apenas um exercício é possível trabalhar e treinar várias capacidades físicas. Há algumas variações na forma de desenvolver esse treinamento, porém o que eu acredito é no treinamento físico funcional que respeita e

potencializa as funções articulares, sejam elas mobilidade ou estabilidade. Tem como objetivo principal treinar o corpo através dos padrões de movimento com exercícios que busquem potencializar a integração entre o sistema nervoso, muscular e esquelético priorizando a não-utilização de máquinas de musculação e, consequentemente, alcançando os objetivos do público em geral. Um dos conceitos principais é a de Gray Cook, que diz: “Não adicionar força em cima de disfunção. Competência no movimento vem primeiro. Capacidade física em segundo.”

Os Benefícios do Treinamento Físico Funcional: • Melhora na postura; • Melhora na Agilidade e flexibilidade; • Ganho de força muscular; • Melhora da coordenação motora; • Alívio das dores nas costas; • Melhora do sistema cardiorrespiratório; • Tonifica os músculos; • Grande gasto calórico; • Emagrecimento saudável. * Sócia-proprietária da Pluma Estação de bem estar.


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Camila Camargo Raimundo Nutricionista Coach de Emagrecimento e Qualidade de vida

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Coaching nutricional: muito além de uma dieta

or que os pacientes iniciam uma dieta e desistem no meio do tratamento? Por que algumas pessoas não conseguem atingir o seu objetivo? Por que alguns indivíduos consultam com diversos profissionais e nunca resolvem os seus problemas? Por que algumas pessoas simplesmente não procuram ajuda profissional por receio de receber uma dieta impossível de seguir? Como mudar hábitos enraizados? Buscando responder estas questões e a fim de conseguir auxiliar meus pacientes, de maneira mais efetiva, aumentando a adesão ao tratamento, busquei a formação em Coaching Nutricional. Com essa especialização, percebi que tão importante quanto o plano alimentar, é descobrir o verdadeiro objetivo do paciente, o que ele realmente busca e através disso, motivá-lo ao alcance do resultado, identificando e minimizando possíveis problemas emocionais. Por esta abordagem diferenciada, que vê o paciente como um todo, e não somente o que ele come, é que o Coaching Nutricional é indicado para pessoas que já tentaram vários tratamentos e não conseguiram atingir ou manter o seu objetivo. Muito mais do que uma simples consulta nutricional, a consulta com um Nutricionista Coach abrange, não apenas os aspectos relativos à saúde e nutrição, mas utiliza conhecimentos, técnicas e ferramentas de coaching para proporcionar mudanças de pensamento e comportamento. É preciso primeiro programar o cérebro a adotar um novo estilo de vida para, assim, conquistar seu

objetivo de forma simples e natural. Coach é como é denominado o profissional que conduz o paciente, do seu estado atual (ponto A) até o seu objetivo (ponto B). O processo chama-se coaching e o paciente é chamado de Coachee. Para tornar-se um Coachee, o paciente precisa estar 100% comprometido, pois em todas as sessões, são geradas tarefas e ações e o cumprimento destas é de extrema importância para o alcance do resultado. É importante destacar que o processo completo de coaching é diferente de uma consulta em que apenas são utilizadas técnicas para incentivar o paciente. No processo completo, as sessões duram de 60 a 90 minutos e o número de sessões vai depender do objetivo do paciente. Porém varia em torno de 12 a 15 sessões, sendo a frequência necessariamente semanal ou quinzenal. Vantagens de ter apoio de um Nutricionista Coach:

• Os indivíduos aprendem como manter uma alimentação equilibrada; • Como se livrar de comportamentos sabotadores e crenças limitantes; • Proporciona elevado grau de autoconhecimento ao paciente; • Poder de trabalhar questões que fogem do campo da nutrição, proporcionando resultados positivos em outras áreas da vida; • Resultados positivos em pessoas que já tentaram inúmeras dietas e consultaram diversos profissionais da saúde sem sucesso; • Potencializar o poder pessoal de cada indivíduo, aumentando sua performance; • Aumento da inteligência emocional. Isso de forma duradoura, conquistando maior qualidade de vida!

* Sócia-proprietária da Pluma Estação de bem estar.


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Yve C. Lozovei e Silva Médica pediatra

Crianças, gripes e resfriados

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resfriado comum e a gripe são as infecções mais comuns na infância. Crianças menores de cinco anos podem apresentar de cinco a oito episódios de resfriado ao ano. Quando frequentam a creche ou escolinha, este número pode chegar de dez a quinze episódios em 12 meses. Isto significa mais de um episódio ao mês. Os sintomas do resfriado costumam ser: secreção nasal, tosse e dor de garganta. Já as gripes, podem vir acompanhadas de febre alta, dores no corpo e de cabeça, calafrios, recusa alimentar e, por vezes, diarréia e vômitos. Estas doenças geralmente são causadas por vírus e transmitidas através de gotículas produzidas por tosse ou espirros. Durante o inverno há um aumento significativo das gripes e resfriados já que permanecemos em ambientes fechados por mais tempo. O tratamento costuma ser o uso de remédios para dor e febre, hidratação e limpeza nasal. Antibióticos não são indicados. Segundo estudos, a higiene nasal com soro fisiológico é a forma mais eficaz de prevenir complicações do acúmulo de secreção. Algumas complicações podem ocorrer durante ou após as gripes e resfriados. As principais são: otite (inflamação de ouvido), sinusite (inflamação dos seios da face) e pneumonia. A presença de febre por mais de 48-72h ou cansaço para respirar, sugere algum tipo de complicação. Os menores de cinco anos ou pacientes com doenças crônicas têm maiores chances de desenvolver estas complicações. Nestes casos, a vacina da gripe está indicada, anualmente, para prevenção. Também é essencial ensinar aos pequenos a lavagem de mãos. Evitar levar menores de três meses a lugares com aglomeração de pessoas é uma forma de proteger os bebês. Consulte sempre um pediatra de sua confiança e não se esqueça de manter o calendário vacinal atualizado. A prevenção é a melhor proteção.


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Daniela Vieira Roehe

Oftalmologista; Médica do Corpo Clínico do Hospital Banco de Olhos e do Hospital Ernesto Dorneles; Professora em glaucoma no programa de residência médica em oftalmologia do HBO-POA

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O diabetes e a visão diabetes é uma doença crônica que

feita através do controle rigoroso do diabetes.

pode afetar os olhos. Retinopatia

Para tanto, é necessário acompanhamento

Diabética, é o nome que se dá ao

médico permanente, com controle adequado da

comprometimento do fundo de olho causado

taxa de açúcar e acompanhamento oftalmológico

pelo diabetes. Trata-se de uma complicação grave

periódico. Após 5 anos de doença, toda pessoa

que se não diagnosticada e tratada a tempo, pode

portadora de Diabetes deve se submeter a um

provocar severa perda da visão. Como a doença

exame oftalmológico preventivo, mesmo que

atinge os dois olhos, existe o risco de cegueira

não manifeste ou perceba qualquer alteração da

bilateral.

visão. Outros fatores que tornam a doença mais

A retinopatia diabética manifesta-se com

grave são a hipertensão arterial e a gravidez.

o aparecimento de alterações da retina que

Nestas situações, o exame oftalmológico deve ser

incluem

realizado o mais cedo possível.

os

mal

formações

microaneurismas,

vasculares exsudatos,

como edema

Por se tratar de uma doença crônica, além

as

do controle com o endocrinologista, o paciente

hemorragias podem comprometer a retina e

portador de Diabetes precisa estar sempre sob

se estender para dentro da cavidade posterior

observação oftalmológica, devido ao risco de

do olho- o vítreo. Com o progresso da doença,

desenvolver as alterações oculares.

e

hemorragias.

Nos

casos

avançados,

a retina pode sofrer danos permanentes e irreversíveis, com consequente diminuição da visão. A prevenção dos problemas oculares deve ser

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Ricardo Nilson Professor de Educação Física (CREF/RS 9992-G)

Natação infantil

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endo um dos esportes mais praticados no mundo, a natação está presente ao longo da nossa vida, desde a gestação até os mergulhos nas piscinas. Por essa relação tão íntima com o meio liquido, pode se introduzir logo nos primeiros meses de vida. A natação é considerada um dos melhores exercícios físicos existentes e dos mais exigentes, por movimentar praticamente todos os músculos e articulações do corpo, proporcionando às crianças, além dos benefícios físicos e orgânicos, também os sociais, terapêuticos e recreativos, muito segura também por seu baixo impacto dentro d’água. A importância da natação, em termos mais gerais, está no desenvolvimento das qualidades físicas, relaxamento, controle respiratório, melhoria dos problemas posturais, controle corporal e das habilidades aquáticas. Além da melhoria da resistência cardiovascular, resistência do sistema respiratório, expansão pulmonar e desenvolvimento do sistema muscular. Dentre outros benefícios da natação podemos destacar o aprimoramento da coordenação motora e das noções de espaço e tempo, o preparo psicológico e neurológico para o auto salvamento, melhoria da qualidade do sono, do apetite e da memória, além da prevenção de algumas doenças respiratórias. * Responsável Técnico na Vic Center Academia. TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA? Envie a pergunta para o e-mail contato@zmultieditora.net.


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Vivendo sem limites, segundo o paralimpico Gabriel Feiten

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Cobertura RMF/Sandra Hess

m dia, um sonho, no outro, uma adequação de planos. Aos 21 anos, Gabriel Feiten, de Três Coroas, sofreu um acidente de trânsito. Tinha planos de ser atleta, jogar basquete, viver uma Olimpíada, ser profissional na área da Educação Física. Passava do meio-dia de 1º de março de 2002, quando tudo isso precisou ser alterado. Na noite de 27 de junho, o NAP - Núcleo de Atendimento Psicológico, de Novo Hamburgo, trouxe o hoje psicólogo, atleta da Natação e participante das Paralimpíadas de Pequim em 2008. Ele falou como faz para viver sem limites. O acidente deixou Gabriel tetraplégico, afetando sua mobilidade e coordenação motora. Enquanto o médico anunciava a sua nova condição aos pais, explicando que não poderia realizar qualquer movimento, como coçar o nariz, Gabi, como todos o chamam, fez o seu primeiro e suado esforço para impor o seu limite: movimentou sua mão até o nariz. “A deficiência não é sinônimo de incapacidade. Quando enfrentamos um desafio, é preciso dedicação. E, para tanto, estipular e seguir seus objetivos”, falou. Gabriel precisou quebrar dos pequenos aos grandes paradigmas: abriu um bar que recebia 1.600 pessoas diariamente, insistiu que podia dirigir (testou sua capacidade descendo a Serra do Rio do Rastro) e nadou no lago do Hospital Sarah Kubitschek – o primeiro a fazer tal proeza. O que todos achavam impossível, novamente foi derrubado por Gabi: decidiu que estaria em Pequim e, dois anos antes, em 2006, começou os treinos para garantir a vaga. Primeiro, descobriu qual esporte seria mais adequado: do fla-flu ao xadrez, pingue-pongue, canoagem, basquete e rugby, a vivência com a natação no hospital de Brasília foi definitiva. Daquela época em diante, Gabi estava focado. E quebrou 4 recordes sul-americanos nas Paraolimpíadas. No Brasil, não perde uma competição desde 2009. Sua próxima meta? Andar de hand-bike e, quem sabe, viver uma nova Paralimpíadas. Está com 36 anos. Tem 4 anos para treinar. “Aquilo que permite dar o primeiro passo não é impossível”, finalizou.

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Claudete Weber Graduanda do Curso de Letras Universidade Feevale

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Os acertos da música

á disse, certa vez, Nietzsche: “Quão pouco é preciso para ser feliz! O som de uma gaita. Sem música a vida seria um erro.” Da primeira vez que li essa frase, sempre refletindo quanto às questões da inclusão e das múltiplas diferenças, evidentemente a primeira coisa que me veio à mente foi a situação dos surdos. Perante o pensamento do memorável Nietzsche, seria a vida deles um erro, já que não podem ouvir a música? Não. Até nesses casos a música é majestosa, podendo por eles ser estudada e curtida através de vibrações. A relação do homem com a música data de muitos milênios atrás, quando os sons produzidos por ele com o próprio corpo (o bater no peito, o som do coração, por exemplo) foram assim considerados: música. Também o som dos pássaros, da água de um riacho, do vento... Tempos após, já com instrumentos, era algo muito nobre e de fortes vínculos com a religião. Nem todos tinham acesso. Essa reflexão é bastante importante no sentido de nos darmos conta do quanto ela está presente em nossas vidas atualmente, muitas vezes até de forma involuntária: nas mídias, em shoppings, restaurantes, na rua, em hospitais, no carro. Hoje, entre outros estudos e pesquisas, uma linha busca desvendar a forte relação e os benefícios oriundos da música com a memória. Tal fato é de tamanho encantamento para mim que se tornou um dos temas do meu TCC. Inicialmente era mais uma questão pessoal, já que foi desse modo que iniciaram meus estudos em língua inglesa. O vocabulário por mim adquirido através da música era facilmente memorizado e tornavase, de fato, aprendizagem significativa. Hoje percebo que é algo ainda bem mais amplo; a música pode e deve ser utilizada em sala de aula como importante ferramenta de ensino. Evidentemente não é tarefa fácil, considerando que teremos diferentes pessoas em uma sala de aula, com diferentes preferências e ideias. Devemos pesquisar, estudar, garimpar... buscar aquilo que melhor se adapta ao grupo, ao conteúdo, aos interesses. Ainda assim, nós, professores, devemos aceitar o desafio e oferecê-la, a música. E não digo isso referindo-me apenas às aulas de língua inglesa, mas de diferentes disciplinas. Certamente o despertar será diferente; o enfoque, a abordagem, os benefícios, idem. Pensemos em Nietzsche, pensemos no erro que seria a vida sem a música, e façamos uso dela; sempre.


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Gisael C. Schoenardie Arquiteta

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Como decorar com cortinas

or onde começar? Identifique primeiro suas necessidades. Função vem em primeiro lugar e vai limitar as suas opções de cortina. Já é um bom caminho. Se você quiser tratamentos que proporcionam privacidade ou escuridão total, irá precisar de cortinas com forro. Se você quer apenas decorar e filtrar a luz, simplesmente decorativas, sem forro vai funcionar. O forro é um complemento e tem vantagens: pode proteger tecidos dos danos do sol; adicionar peso; proteger contra correntes de ar; e ajudar o tecido a encorpar, tornando a cortina mais luxuosa. Existem no mercado forros de várias procedências, importados com blackout 100% e laváveis, já outros com texturas de tecido que não necessitam o uso de outro material na parte da frente da cortina, pois eles já decoram. Há opções vinílicas mais simples, que também cumprem sua função de bloquear a luz. Quando precisarmos apenas proteger a cortina sem a necessidade do bloqueio da luz, podemos optar por forros translúcidos, que deixam filtrar a luz e protegem o tecido interno e o ambiente do pó. Para a parte principal da cortina, que irá fazer o contexto com o ambiente, podemos pensar no estilo deste espaço, procurando harmonizar e contextualizar com o que já existe. A base principal

da cortina deverá ter um tecido de cor neutra, desde tons de bege, branco e cinza, que irá predominar no ambiente. O detalhe poderá estar nas laterais da cortina, conhecida como reposteiros, podem ter uma cor que sobressaia na decoração ou algum tom que já existe neste ambiente. As cores deste ano vão do rosé aos vermelhos e amarelos, cores alegres e vibrantes, tonalidades mais claras, misturadas a detalhes mais escuros, como os tons neutros de cinza e bege, dependendo sempre da personalidade de quem ocupa o espaço. Definida a cor, vamos à escolha do modelo, outro fator importante: precisamos definir como serão fixadas estas cortinas. Há muitas opções no mercado, indo do varão de metal, madeira, fios de aço. Irá sempre depender de como será utilizada e da facilidade de manuseio que se procura. Caso tenha gesso no ambiente, as sancas facilitam a instalação da cortina, deixando o ambiente mais limpo, com menos elementos. As pregas variam e também seguem com o estilo do que se quer apresentar na composição. Nossos ambientes estão cada vez com mais claridade, vidros e transparências. Por isso, temos a necessidade de proteger colocando cortinas, sendo elas de tecido ou persianas, que completam e decoram a nossa casa.


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Danúbia Nunes, Psicóloga Clínica, Diretora da Clinique Psicologia, especializanda em Psicologia Hospitalar pelo Hospital Moinhos de Vento.

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O vínculo entre a criança e seus avós

er mãe é, segundo a grande maioria das mulheres, “descobrir o melhor dos sentimentos”. E o que podemos definir como ser avós? Vocês já ouviram aquele ditado popular que diz que ser avó é ser mãe com açúcar? Eu diria que ser avó é fazer o melhor pão caseiro do mundo! Meu filho de 10 anos, com certeza, diria que ser avó é saber fazer o melhor feijão do mundo,e por aí vai... Definições a parte, de um modo geral associamos avós com lembranças de sabores muito bons, talvez porque o período de vida em que eles estejam mais presentes em nossas vidas, seja na infância. Fase em que as descobertas são imensas e onde as lembranças e as vivências contribuirão de forma determinante na definição dos adultos que nos tornamos. Fase em que a criança precisa de cuidados, zelo, afeto. Precisa ser olhada com muita atenção. Talvez seja por isso que os avós se façam figuras tão importantes e especiais na vida da criança. Afinal, existe figura mais apropriada para mimar, embalar e cuidar de um neto como os avós? Essa relação entre gerações diferentes garante à criança uma construção de vínculo com alguém que geralmente se permite fazer as coisas ao seu tempo. Sem a pressa enlouquecida do dia a dia.

Garante aos pequenos a leitura e releitura (quantas vezes se fizerem necessárias), incansavelmente, do trecho preferido da sua história. Oferece aos jovens a sabedoria adquirida ao longo de uma trajetória com erros e acertos. Aliás, muitas vezes os avós procuram “corrigir” com os netos, mesmo que de forma inconsciente, os possíveis erros que cometeram com os filhos. Estão numa fase, onde é permitido brincar com os netos sem pressa, dar atenção a cada uma de suas histórias. Participam de suas aventuras imaginárias, enfim, vivenciam de uma forma plena a releitura desse pedaço de suas próprias histórias! Seria muita pretensão tentar entender o que faz esse vínculo ser tão duradouro, e o que faz esse amor entre netos e avós ser tão especial, e é por isso que algumas coisas não precisam ser decifradas, e sim vividas! Então, para quem tem a alegria de experimentar a companhia dessas criaturas tão amadas no seu dia a dia e de seus “pequenos”, aí vai uma sugestão: permita-se apenas sentir e vivenciar esses momentos, porque de uma forma mágica, serão sempre lembrados, como cheirinho de pão saindo do forno, algo inesquecível! TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA? Envie a pergunta para o e-mail contato@zmultieditora.net.


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É hora de planejar seu casamento?

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Cobertura RMF/Sandra Hess

convite da Comlines Tramontina, a Revista MultiFamília conferiu a 3ª edição do Noivas & Blá blá blá, idealizado por Lu Larré, da Eh ventus eventos personalizados na noite de 12 de julho, no seu hall, em Novo Hamburgo. Noivas, mães e futuras sogras, madrinhas e até noivos ouviram as dicas de Diovano Klein (Comlines Tramontina), Raquel Gauer (personal stylist), Liliane Jacoby de Moraes (estética) e Juares Bica (mestre de cerimônias para eventos sociais e corporativos e celebrante de casamento), além de Rafa Vídeo e de Lu Larré. O período indicado para organizar o evento é de 6 meses a 1 ano. Usar cor no vestido é uma tendência - e para tanto pode ser aplicado a chamada ‘sombra de cores’. Liberar as madrinhas de uma cor pode agradar considerando a situação econômica, senão, como respondeu Raquel, a cor verde esmeralda é a mais indicada para loiras e morenas e para os diferentes tons de pele. No caso dos padrinhos, é aconselhável utilizar tons escuros. “Sempre pensando na harmonia, conforto e bemestar”, enfatizou. O uso do véu e como aplicá-lo ao cabelo, ou do casquete, são decisões que se somam no planejamento, sempre aliado a outros profissionais, como o cabeleireiro e o maquiador. “Primeiro é preciso gostar e se sentir bem para então viver cada momento ainda mais intensamente”, reforçou.

CELEBRAÇÃO - Afora a cerimônia na igreja, é tendência promover esse grande momento em espaços que seguem o estilo dos noivos. Seja no campo, na praia, no clube ou lugares ainda mais exóticos, a participação do celebrante se soma à já consagrada atuação do cerimonialista. O celebrante cumpre a função do padre (que não se desloca da igreja) ou do pastor. Segundo Juares Bica, através de preparação prévia com os noivos, ele organiza um roteiro com duração de 25 minutos, em média, que prevê uma saudação, o significado do casamento e a história e a trajetória do casal. O momento segue com as juras de amor, um momento simbólico como a cerimônia das areias coloridas (demonstrada na noite), a troca das alianças e o momento do beijo que sela o ritual. Considerando o estilo, as condições financeiras e as tendências, é possível criar um evento que marcará a vida de quem casou e de quem testemunhou o grande momento.


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Vicente Fleck Advogado

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Principais mudanças na aposentadoria

s novos presidentes sempre buscam fazer mudanças no início do seu mandato, sendo cumprida a tradição pelo atual Presidente, em especial nas regras das aposentadorias. Segundo algumas manifestações do Presidente e do Ministro da Fazenda as principais mudanças seriam estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria, igualar o tempo de contribuição entre homens e mulheres e acabar com a aposentadoria rural sem algum tipo de contribuição direta. Quando vemos que em quase todo o mundo existe uma idade mínima para se aposentar, menos no Brasil, parece justo estabelecer algum limite, ocorre que para entendermos o sistema previdenciário de cada país temos que entender todo o contexto do trabalho exercido nestes países, por exemplo a idade que começam a trabalhar, quanto tempo costumam ficar desempregadas, até que idade vivem, etc. A questão da igualdade de tempo entre homens e mulheres é algo bastante polêmico, proporcionalmente as mulheres vivem mais que os homens, em um pensamento lógico,

sem analisar a desgastante jornada dupla das mulheres, as mesmas deveriam trabalhar o mesmo tempo ou até mais que os homens. No caso da aposentadoria rural a intenção do governo não deve ser de acabar com ela, mas principalmente instituir um novo imposto para bancar as aposentadorias rurais. Ocorre que a agricultura familiar produz 80% dos alimentos consumidos pelos brasileiros, portanto, qualquer mudança nessa área poderá interferir diretamente no preço dos alimentos e na manutenção do trabalhador rural no campo. O que se mostra mais importantes destas propostas é que todos os governantes eleitos sempre tentam e tentarão mexer na previdência, alegando déficit e necessidade de garantir as aposentadorias futuras. Toda a reforma que vise garantir a aposentadoria do trabalhador é bemvinda, mas que tal começar por quem trabalha menos e ganha mais, impondo um teto na previdência dos servidores públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e judiciário? TEM MAIS ALGUMA DÚVIDA? Envie a pergunta para o e-mail contato@zmultieditora.net.


Receita de boa convivência familiar Agosto/Setembro-2016 Leia este artigo em:

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Kamila Scheffel Psicóloga clínica, terapeuta de casal e família (CRP 07/14576)

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que é importante para o convívio saudável em família? Quais os ingredientes básicos? Bem, cada família precisa encontrar a sua receita para que suas relações sejam benéficas para todos. Mas, de toda forma, seguem alguns itens importantes a serem destacados e questionados. Precisamos de poucas coisas para que o convívio com o outro seja positivo, sendo assim, o que se torna um diferencial são as combinações. Visto que cada pessoa tem o seu jeito de pensar, o seu tempo para fazer as coisas, é fundamental que a comunicação prevaleça diante de tantas diferenças. E aqui vale ressaltar que a verdadeira escuta ocorre a partir do momento que me importo com aquilo que o outro está me falando, sem me prender naquilo que gostaria de escutar. Também, precisamos estabelecer, juntos, uma rotina, uma vez que ela ajuda a nos organizarmos e a perceber o outro naquele tempo em que estivermos juntos, seja para fazer uma refeição, olhar um filme, fazer o tema, pois inúmeras são as situações que podemos usufruiu da companhia de um familiar. A rotina traz com ela as regras, as quais são estruturantes para a nossa formação, nos auxiliando a discernir o que consideramos certo e errado. Diante de alguns itens básicos para as relações familiares, não podia deixar de faltar uma grande pitada de amor, pois temos que ter o cuidado de não nos engessarmos em uma rotina, cheia de combinações, regras e cobranças, esquecendo o afeto que nos perpassa. Precisamos equilibrar essas responsabilidades com muita alegria, descontração e leveza, a fim de encontrar um jeito prazeroso de lidar com essas obrigações. Para que a receita fique completa, precisamos equilibrar os ingredientes e lembrar que, às vezes, deixar a receita de lado e nos permitir criar um novo jeito de misturar os ingredientes, pode nos ajudar para que não enjoamos e nos desagradamos do convívio com o outro. Para que o prazer em estar com a família prevaleça é fundamental que possamos amar também as limitações do outro, sem esperar que as falhas não façam parte das relações humanas.

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Como o sábado é dia de deixar a casa organizada e todos os integrantes da família têm as suas tarefas, ao final, quando está tudo pronto, sempre fazemos as pipocas com melado e o Chima. Esse momento é muito bacana pra nós, pois junta a família na sala para realmente estarmos juntos, onde brincamos, assistimos filmes ou desenhos e acaba sendo aquela bagunça. Até a pequena Antônia adora comer pipoca. A nossa receita da cobertura de melado da pipoca é bem especial, pois além do melado ser feito pela vovó Ivete lá no interior do Estado, ela traz lembranças muito gostosas da minha infância. Receitinha: 3 ou 4 colheres grandes de melado, uma colher de sopa de nata e uma pitadinha de café, deixe cozinhar até quando formar fios ao levantar a colher. Agora, é somente derramar sobre as pipocas já estraladas e se deliciar. Bom apetite! Sandra Weber Grade, Estância Velha Diretora da Aquarelar Escola de Educação Infantil Nossa família, composta por mim, meu marido Daniel e nossos filhos Amanda (11 anos) e Arthur (7 anos) criou o hábito de ir a Tramandaí, nas férias de inverno. Esta semana de julho é muito esperada por nós quatro. Sou professora, e minhas férias coincidem com a de nossos filhos. Meu marido, que é advogado, consegue tirar uma semana para ficarmos juntos durante este tempo, e admiro-o muito por isso. Apesar de tirarmos férias no verão também, este momento em família é especial. Aproveitamos para passear, andar de bicicleta e catar conchinhas à beira-mar. É um tempo precioso, que significa estarmos em um clima de muito amor e carinho. Voltamos para casa em perfeita sintonia entre nós quatro e com ânimos renovados para o dia a dia de estudo e trabalho que teremos pela frente, durante o restante do ano. Magale Jeanette Trein Nienov, professora - São Sebastião do Caí Quase todas as sextas-feiras temos almoço em família. Curtimos muito esse momento de convivência, pois une a família e possibilita um diálogo descontraído, dando uma pausa na rotina atribulada e corrida de todos. O prato principal é uma lasanha feita pela Stéfani. Já a salada, colhida na nossa pequena horta, fica sob minha responsabilidade. O Klaus tem o hábito de fazer o suco e organizar a mesa para o almoço e o Théo come todo o tomate cereja antes mesmo de terminar a salada. Marcelo Augusto Fröhlich, Mestre em Educação – Ivoti


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