Revista MultiFamília Nº 10 - Abril + Maio/2017

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Abril/Maio-2017


Abril/Maio-2017 Fevereiro/Março-2017 Sandra Hess e Cleber Zanovello Dariva, com Oliver Hess Dariva

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Um show de fofurice!

mpossível não falar sobre uma criança de 9 anos que sobe no palco, canta e toca gaita para milhares (milhões) de pessoas. Este aluno da EMEF Walter Jacob Bauermann, de Estância Velha, que tem uma agenda atribulada, filho de Elisete Broch e Ari Machado e irmão de Eduardo. O guri que homenageou o Rio Grande. Thomas Machado dá show de fofurice de tão simples que é. Faz o que gosta. E também pudemos conhecer esta família que nos transmite a importância do incentivo, da união, do respeito. Que baita lição! O psicólogo Wilson

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Vieira escreve sobre isso (ao lado). Esta revista está tão especial quanto as outras (somos suspeitos), sempre com uma pitadinha de olhares novos, de parceiros permanentes, com profissionais, pais e filhos escrevendo sobre o que gostam de fazer, o que sabem e querem compartilhar. Essa é a essência desta revistinha, como denominamos, carinhosamente. Em abril e maio, temos o privilégio de apoiar dois eventos que tratam sobre Alienação Parental. Estamos juntos com a Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB/NH e com a Associação Brasileira Criança Feliz (ABCF), além da Procuradoria Especial da Mulher de Estância Velha, da Prefeitura de Estância Velha e do Instituto Ivoti para promover os encontros (as datas estão abaixo). Já foi no circo com a família? Então, se programe! E também tem o Festival de Kerb de Estância Velha, de 28 a 30 de abril e 1, 5, 6 e 7 de maio; e a Feira do Mel, Rosca e Nata, em Ivoti, dias 20, 21, 27 e 28 de maio. Te vemos lá!


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Abril/Maio-2017 Wilson Corrêa Vieira Psicólogo - CRP 07/25933

Autenticidade, simplicidade, carisma e orgulho nativo e familiar

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emos vivido tantos maus exemplos por nosso Brasil que nos deixam envergonhados. Falo de exemplos políticos. Porém, vivemos bem recentemente um dos mais belos exemplos que deve ser seguido. Ao assistir um programa televisivo onde são apresentadas crianças e adolescentes cantando e disputando o título de a melhor voz do Brasil. O exemplo que me refiro a ser seguido vem de um representante do Rio Grande do Sul, mais precisamente de Estância Velha, um menino ainda criança com apenas 9 anos: Thomas Machado. Justificando o título deste artigo, vimos Thomas apresentando seu potencial musical, uma voz linda, emocionante, simples, carismática, com gestos e uma pureza de uma criança ainda não influenciada pela própria mídia e demais comportamentos da sociedade moderna. Foi possível notar que, quando Thomas entrava em cena, parecia estar entrando na própria casa dele, tal a tranquilidade, Revista MultiFamília é uma publicação da: Ano 2 - Número 10 - Abril+Maio/2017 ISSN 2447631-5 Circulação: Bimestral - 4.000 exemplares - Distribuição: Gratuita

Edição: Sandra Hess (Jornalista - MTB/RS 11.860)

autenticidade, simplicidade e equilíbrio emocional. Isto só é possível quando não se tem preocupação com o que vão pensar sobre mim. O carisma é essa simpatia estampada no rosto alegre, jeito de falar como criança e inteligência de adulto já formado. Não querer representar e cantar como adulto é ser autêntico, simples, isto é, ter orgulho de ser criança. O orgulho nativo que teve peso significativo na vitória e vem da vestimenta tradicional gaúcha que sempre usou o mesmo estilo. Não ter vergonha de mostrar as próprias origens é sempre relevante em qualquer situação, e isto também é ser autêntico. Orgulho familiar é creditado a família que está dando a condição e apoio de ser o que é. Como somos resultado de como fomos cultivados, criados e educados com valores éticos e morais, tenho certeza que Thomas não vai mudar, será sempre orgulho da família, dele próprio e de toda comunidade gaúcha, quando se apresentar no Brasil, e nacional, quando for fora do Brasil. Diagramação: Cleber Z. Dariva (Jornalista - MTB/RS 11.862) Capa: Freepik.com Impressão: BT Indústria Gráfica Entre em contato: 51-99961-4410 Leia os artigos em contato@zmultieditora.net

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Maiga Sabo Sandri

Psicóloga e Psicanalista CRP 07/07240

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Acolhendo os dilemas da mãe contemporânea

oje em dia, ser mãe não precisa ser um “destino” da mulher como no passado, e sim, mais uma entre tantas escolhas a serem feitas. Para quem deseja viver a maternidade, será uma grande realização se doar através do amor para um outro ser: mais do que dar à luz, dar “vida interior” à criança; criar e educar seus filhos; acompanhá-los e apoiá-los em seu crescimento; formar uma família e zelar por ela. Porém, com as mudanças na sociedade e os desafios impostos pela realidade, é comum as mães se questionarem em vários momentos se elas estão de fato fazendo as coisas certas, pois os referenciais que haviam para as gerações passadas hoje estão sendo questionados. Por exemplo, os conceitos sobre casamento, família, infância, adolescência, e o papel de mãe não fica fora dessa discussão. Não existe mais um “modelo” do que é ser mãe e nem de regras engessadas para seguir. Então, o que existe são mulheres únicas e diferentes, tendo que lidar com pressões típicas do viver contemporâneo, construindo o processo de ser mãe através das tentativas, dos acertos e dos erros, com a presença constante de vários dilemas a enfrentar.

Um lado muito positivo é que as mães já podem assumir maior liberdade para expressarem os seus conflitos e dividirem seus sentimentos, seja no contato com outras mães, ou com o próprio marido/parceiro. A questão é não deixar os dilemas se transformarem em problemas grandes demais; é ter a coragem de enfrentá-los e de pedir ajuda quando necessário. Mas, quando a escuta não for tão saudável quanto se precisa, ou quando for muito cheia de palpites, ou se da reflexão surgir a necessidade de realizar mudanças mais profundas de atitudes e de rotas, pode ser a hora de buscar um especialista. Às vezes, é preciso um tempo, espaço e parceria especializada para pensar sobre o caminho que está sendo construído como mãe, suas alegrias e dores, sobre as pressões enfrentadas, as escolhas a fazer, as atitudes a tomar, talvez rever seu passado como filha, sua história, seus desejos, expectativas e frustrações. Nesta situação, as mães podem contar com a acolhida de um atendimento psicanalítico. Leia este e outros artigos em:

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Abril/Maio-2017 Fabiane Horlle Hoff

Relações Públicas, diretora comercial da Dinâmica Participações e filha de Maria Helena Horlle Hoff

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Lições da professora Maria Helena

into-me lisonjeada quando sou reconhecida como filha da minha mãe pela nossa aparência física. Os que nos conhecem um pouco mais veem claramente que herdei também seus traços de humor e garra e costumam dizer: “só podia ser filha da Maria Helena!” - Eu ouço isso e intimamente me sinto agradecida a Deus por ter nascido filha da Professora Maria Helena, pelos princípios que ela plantou em mim e nos meus irmãos. O primeiro princípio diz respeito ao amor, que foi um ensinamento intrínseco, pois o amor permeava tudo o que nossa progenitora fazia: desde cuidar da sua família a exercer sua profissão - ser professora estadual, só por amor mesmo! Ensinar era realização, mas dar aulas particulares com alguns alunos no colo era amor genuíno! O segundo foi o de acreditar, de sonhar e realizar. Morávamos num chalé e todo ano fazíamos um “puxadinho” para melhorar a moradia. Mas o grande sonho era trocarmos as janelas existentes por aquelas de madeira, grandes, com a parte de cima arqueada... Ela dizia, “sabe aquelas das construções estilo Gramado, que parecem as janelas do céu?” E gesticulava explicando frente aos olhares de quem não entendia do que ela estava falando. Pois bem, colocamos estas janelas... Mas uma por uma, e a cada janela instalada, ela ficava tão realizada,

que fazia uma janta especial para brindarmos a conquista. Aprendemos desde cedo a sermos felizes por tudo aquilo que tínhamos. Ensinou-nos que para termos algo na vida, precisaríamos lutar: que nada viria de graça. Que esta busca deveria ser ética, pautada pelo certo e também pelo bem do outro. Dizia que a conquista não era uma vitória solitária, que acontecia com a ajuda de outras mãos e deveríamos ser gratos, retribuindo sempre. Mesmo com a agenda lotada, a mãe dava aulas particulares para alunos que necessitavam de seus ensinamentos, mas que não podiam pagar, como forma de agradecimento por aqueles que tinham condições e pagavam. Aprendemos a fazer as coisas bem feitas. Com capricho nos detalhes. Era bonito de ver nossas roupas estendidas no varal. Cada tipo de roupa era agrupado, do maior para a menor, com zíperes e botões fechados, com grampos nas beiradas, mas sem esgaçar o tecido. E Deus do céu se os panos de pratos fossem pendurados com a estampa de cabeça para baixo! Já pensou o Coelho da Páscoa de ponta cabeça??? Credo, não podia! Então, hoje, observando como encaramos a vida, como realizamos as tarefas e quais os princípios que nos norteiam, podemos ver claramente de onde nasceram nossas raízes e penso que este velho ditado reforça este pensamento: os frutos não caem longe do pé!

Fernanda Hescher

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Heda Seffrin

Apresentadora do Programa de TV Arte & Cozinha Consultora de Etiqueta e Gastronomia

Um toque de elegância “Vestir-se com elegância é sentir-se em “estado de beleza”, pois a verdadeira elegância está na arte de conviver em harmonia com o nosso próximo.”

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ossa apresentação pessoal, nossos trajes, queiramos ou não, refletem a nossa personalidade. Ser elegante não é só se preocupar com o vestir. A elegância na indumentária requer algumas considerações como personalidade, estilo de ser, ocasião, situação, lugar, clima, horário. A elegância é um conjunto harmonioso de gestos, atitudes, expressões, procedimentos civilizados, bom gosto, postura e discrição no tom de voz. Viver em estado de elegância é uma questão de inteligência e sensibilidade. Vestir-se é um estado de espírito? Vestir-se é um estado de espírito sim. Portanto, na hora de vestir, policie-se para não pecar e nem exagerar. A pessoa de sucesso é reconhecida de longe, não porque está vestindo uma roupa de grife, mas porque a sua atitude reflete o sucesso. Essa atitude inclui o andar, o olhar, os gestos, as boas maneiras e a roupa. É importante estar bem vestido e preparado para situações esperadas e eventuais imprevistos. Tenha prazer em ficar diante do espelho curtindo este ritual de bem-estar e satisfação da arte de vestir bem.

Qual a diferença em estar bem vestido ou não? A pessoa bem vestida tem melhor performance, impõe respeito, é bem tratada, bem atendida e recebe tratamento preferencial. Toda pessoa se veste como pode, como gosta e como se sente bem, levando em conta seu tipo físico, idade e personalidade. Existem roupas para o dia, para a noite, festas e para o trabalho, assim como para as estações do ano. Sensibilidade e criatividade contribuem para a nossa elegância diária. O que é estar na moda? Estar na moda nem sempre significa estar atualizada. Senso e bom gosto são ingredientes básicos que nunca sairão da moda. Um blazer, um tailleur, uma saia à altura do joelho, uma pantalona estão sempre na moda e poderão ser valorizadas com acessórios diferentes. Repetir a roupa é normal e elegante. Uma roupa sensual não compromete a integridade e a moral de quem a veste, desde que combine com a sua personalidade, estilo e o jeito de ser de quem usa. Sensual é insinuar sem mostrar.


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Abril/Maio-2017 Ilizete Klein e Kimberly Klein Consultoras de moda e perfumaria Mãe e filha Sócias-proprietárias da Intuição Moda & Perfumaria

No clima de mãe e filha

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legância e conforto combinam bem, viu? Assim como mãe e filha podem ter uma relação de grande parceria. Por que não aproveitar esta nova estação e atualizar uma peça ou outra de seu guarda-roupa? Quando a temperatura baixa, é possível encontrar peças quentinhas e muito bonitas. O tricot é a tendência, não poderia deixar de ser. As peças podem ser combinadas com pêlo. Assim como os casacos de pele e veludos nas roupas e sapatos. Todas as marcas estão fazendo uso dos materiais para garantir que as mulheres se sintam protegidas do frio, mas muito elegantes. As peças em jeans, o couro fake em calça e o xadrez também são excelentes opções para garantir um look poderoso. Para fechar o visual, os batons escuros, a maquiagem nudes cinza-acinzentado e o bordô (ou vinho) marcam presença. Não adianta: começou a esfriar, é hora de pensar em como estar bem consigo, seja no trabalho, na faculdade e até naqueles programas de mãe e filha. Até porque, você já sabe... maio é dia de abraçar muito essas mulheres fortes, que cuidam e torcem pelos seus filhotes desde bebê até a vida adulta. Quantas vezes ela vestiu suas meninas e meninos até chegar à adolescência e vida adulta? Que tal desfrutar de bons momentos juntas, escolhendo roupa, perfume e maquiagem, num grande programa de mãe e filha?


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Por Sandra Hess/RMF

ompletar 100 anos de vida não é tarefa fácil... Por isso, a Família Kroeff tem motivos para festejar: a professora aposentada Olga Valéria Kroeff Echart chega ao centenário neste mês de Abril. “É a primeira Kroeff no Brasil que atinge esta idade”, conta o sobrinho, Marcos Antônio Kroeff. No dia 29 de abril, com ajuda de familiares, ele organiza o encontro em Estância Velha de dezenas de descendentes de Jacob e Thecla Scheid Kroeff, alemães que desembarcaram no Brasil em 1854 e, em 1855, no Rio Grande do Sul. Olga nasceu em São Francisco de Paula e, com a morte do pai, Antônio Roberto Kroeff, morou em Taquara. Estudou Magistério no Colégio Santa Catarina, em Novo Hamburgo. Durante seu estágio, o secretário de Educação do Estado, Coelho de Souza, a viu atuando em sala de aula e sugeriu que ingressasse no curso de Educação Física, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Assim, passou a fazer parte da primeira turma do curso da instituição. Conhecedora do mundo inteiro graças à atividade profissional – foi uma das poucas mulheres a ter seu currículo estampado na

Acervo Marcos Antônio Kroeff

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Na foto, registrada no encontro que marcava seus 80 anos, aparecem os irmãos e a matriarca (no centro, Otília Becker Kroeff). Olga Valéria, a 9ª filha, nascida em 1917, está em pé, à direita.

Enciclopédia do Futebol Brasileiro, editado na década de 1970 – mora há 4 anos em Estância Velha. Casada com Olga na companhia do Waldir Calvet Echart sobrinho Marcos Kroeff (falecido em 1994), lecionou na UFRGS, no Colégio Santa Catarina e na Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH). Foi jogadora de vôlei, tênis e atletismo e integrou clubes e sociedades esportivas na Capital. Coordenou a Banda Marcial do Colégio Santa Catarina e chegou a apresentar o grupo para multidões no Estádio Santa Rosa. Com 10 pinos na coluna devido à intensa atividade física, atualmente tem dificuldade de locomoção. Na sua rotina, a leitura de dois jornais, o acompanhamento pela televisão da Novena do Divino Pai Eterno, proferida por Padre Alessandro Campos e uma alimentação rica em frutas e com pouca massa. Semanalmente, vai ao salão de beleza, algo que não abre mão. - Só tenho a agradecer pela vida que tenho - falou, durante o encontro com a Revista MultiFamília. Muito lúcida e consciente, tem um legado de deixar orgulhoso qualquer familiar dos Kroeff. Mas, além disso, é um exemplo para todos nós. Afinal, quem desafiou limites e convenções durante toda a vida, vai continuar a quebrar recordes, certo, Olga?

Sandra Hess/RMF

Família Kroeff comemora 100 anos de Olga Valéria

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Abril/Maio-2017 Paola Roos Braun Advogada, mestra em Direito (OAB/RS 63.876)

A advocacia preventiva em Direito de Família

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advocacia preventiva já é bastante difundida na área empresarial, na área tributária e trabalhista. Os princípios da conciliablidade e da busca da mediação previstos no Novo Código de Processo Civil, com vistas à desjudicialização dos conflitos, enfatizou o papel consultivo do advogado que atua também na área familiar. Como seguidamente venho afirmando neste espaço da Revista MultiFamília, o ramo do Direito de Família encontra-se em franca evolução e aperfeiçoamento, de maneira que a cada passo os Tribunais Pátrios acolhem novas teses para regulamentar e modular as novas realidades jurídico-familiares em nosso país. A velocidade da vida pós-moderna (ou seria “pós pós-moderna”?) é tal, que frequentemente os programas de televisão, as novelas, as revistas da moda e os telejornais não conseguem acompanhar as transformações que ocorrem nas relações familiares. Além disso, a mídia não especializada, com frequência, não informa o Direto adequadamente. Conceitos como o de “alienação parental”, “guarda compartilhada”, regime legal de patrimônio no casamento e questões relacionadas ao dever de prestar alimentos aos filhos, entre outras, acabam sendo

tratados de forma equivocada. A busca por consultoria jurídica antes que os problemas aconteçam, além de evitar gastos maiores com processos demorados e litigiosos previnem, sobretudo, o desgaste emocional que as demandas em Direito de Família normalmente tendem a ocasionar nos envolvidos. Em outras palavras, prevenir é sempre melhor do que remediar. Cada vez mais as pessoas estão se apercebendo da importância de evitar conflitos familiares através de planejamentos sucessórios, consultas anteriores ao casamento para esclarecimento dos direitos e deveres recíprocos, bem como para prévio esclarecimento jurídico sobre a decisão de morar junto com o namorado(a), antes de decidir ter um filho, etc. Isso é muito salutar e demonstra um amadurecimento das pessoas em uma época de maior liberdade, de relações desvinculadas do contexto marcadamente religioso e também de maior igualdade (e independência) entre os gêneros. Por experiência própria como advogada familista, posso afirmar que a advocacia consultiva em Direito de Família é muito proveitosa, pelos benefícios psicológicos e econômicos que proporciona.


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Kamila Scheffel

Psicóloga CRP 07/14576 Terapeuta de Casal e Família Mestre em Psicologia Clínica Autora do livro “Casais Grávidos”

E o nome do bebê... qual será?

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uitos nomes, inúmeras histórias e diferentes lembranças. Cada nome carrega uma trajetória e cada pessoa dará significado distinto para os nomes que irá escutar. Cada um terá suas preferências e seus incômodos diante de um nome para seu bebê, o que indica que acordos serão necessários para que essa escolha seja saudável. A escolha do nome do bebê é uma das primeiras combinações que o casal precisará fazer em relação ao seu papel de pais. E, digase de passagem, que é uma escolha de grande importância para o bebê, visto que o nome será a identidade desse novo ser que está a caminho. Os pais terão que exercitar a comunicação, se permitindo escutar os seus reais desejos e, também, aqueles manifestados por seu cônjuge. Precisarão cuidar para não invalidar o que o companheiro (a) menciona, pois quando desejamos muito um determinado nome, por exemplo, podemos ter dificuldade em escutar que o cônjuge não concorda com nossa sugestão. Lembrem-se que o fato de não concordarem com um possível nome para o bebê não é implicância com o parceiro (a), mas sim, reflete uma escolha individual, a qual precisa ser escutada e validada. Alguns cuidados são fundamentais em relação a essa escolha de tamanha importância. Homenagens e promessas devem ser evitadas, visto que um nome com esse viés será carregado de uma significativa história prévia, a qual poderá auxiliar, de forma negativa, nas expectativas lançadas sobre o bebê. O casal não pode competir (diante de quem escolhe o nome mais bonito ou mais marcante) nem deixar para que somente um dos pais decida o nome da criança. Essa escolha é do casal e precisa ser acordada por ambos. E ainda, o casal não pode paralisar na pressão social e familiar de que o nome precisa ser definido logo que se sabe o sexo, visto que essa decisão deve acontecer no tempo do casal e fazer sentido para esses novos pais. Além do nome, o bebê terá um sobrenome. E o casal precisará decidir, em conjunto, se o herdeiro irá carregar ambos os sobrenomes ou somente um deles. Enfim, inúmeros atravessamentos percorrem essa decisão e o casal terá que encontrar o seu jeito de lidar com suas diferenças. Visto que essa é uma das primeiras escolhas familiares, se não for realizada de forma saudável pode fazer com que as próximas decisões fiquem, também, prejudicadas. Não existe nome certo, errado, feio ou bonito, mas sim o nome que irá representar o futuro bebê e dará início a uma nova história.


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Abril/Maio-2017 Thiana Paula Schmidt dos Santos

Professora de Quiropraxia da Universidade Feevale

Compartilhando experiências da Disney

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unca esquecerei o dia em que visitei o Walt Disney World Resort pela primeira vez. Eu tinha 10 anos de idade e meus pais decidiram levar meu irmão e eu para passar as festas de fim de ano no lugar mais mágico do mundo. Quando chegamos ao parque temático Magic Kingdom e caminhei pelas ruas decoradas para o Natal, soube que aquele lugar faria parte de mim para sempre. A paixão foi instantânea. Meu pai sempre foi um grande fã da Disney e tinha muita vontade de compartilhar esse mundo comigo e com meu irmão César. Hoje, nossa irmã Laura também é fã de carteirinha. Os anos foram passando e meu interesse e entusiasmo só aumentaram. Foram várias viagens com minha família, sozinha, com amigos e mais recentemente com minha filhinha. Minha experiência e familiaridade com o Walt Disney World Resort me tornaram referência para amigos e familiares no momento de organizarem suas viagens. Compartilho dicas sobre restaurantes, hotéis, atrações, shows e até mesmo restrições alimentares, viagens com familiares portadores de diferentes necessidades especiais, idosos e crianças de todas as idades. Foi a partir daí que surgiu a vontade de participar da seleção mundial para o Disney Parks Moms Panel, que é um fórum online do qual participam mães, pais e avós escolhidos pela própria Disney entre milhares de candidatos. O painel está em sua 10ª edição e conta com um time multicultural de especialistas, prontos para compartilharem suas experiências pessoais com futuros visitantes. Minha especialidade é o Walt Disney World Resort em Orlando, na Flórida, e respondo questões em inglês e também em português. Fui a única brasileira selecionada para participar do painel deste ano e tenho muito orgulho em responder todas as dúvidas enviadas pelos brasileiros. O Disney Parks Moms Panel é uma excelente fonte de ajuda personalizada, uma vez que compartilhamos nossas experiências e dicas pessoais. Para enviar uma pergunta basta acessar www.disneyparksmomspanel.com. Esperarei por sua visita. Saudações mágicas!

MUTIRÃO NA ESCOLA Pintando os brinquedos na pracinha da EMEI Lyra das Crianças, Paola Arruda e Carina Beck (acima) e Leidiane Silva e Cristiane Borba Luckmann (abaixo)


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Muriel Dilly Bohnenberger Arquiteta e urbanista

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Preparando a casa para a chegada dos filhos...

lguns ainda dizem que terão filhos quando estiverem preparados. A verdade é que não existe uma forma de se preparar inteiramente para a chegada de um filho. Naturalmente, a vinda deles é acompanhada por uma mescla de sentimentos, e ninguém nasce sabendo o que fazer nesse momento. De qualquer forma, existem providências que podem ser tomadas para facilitar a adaptação dessa nova fase na vida do casal. Uma etapa importante é organizar o dormitório da criança. É normal que nos primeiros meses o berço fique no quarto dos pais para facilitar a amamentação durante a noite. Contudo, à medida que o bebê cresce, ele vai precisar do seu próprio espaço. O ideal é que o quarto seja confortável e acolhedor, se possível, com iluminação e ventilação natural para garantir uma permanência mais saudável nesse espaço. Se o chão for frio, recomenda-se a utilização de tapetes, o que torna o ambiente mais caloroso evitando o contato direto dos pés descalços. Os carpetes fixos, que já foram muito utilizados, hoje em dia não são mais

recomendados. Sua utilização dificulta uma limpeza regular, facilitando a proliferação de ácaros que provocam alergias. A decoração deve ser pensada com carinho, pois não existem regras fixas. Uma dica é tentar


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criar um ambiente harmônico, agradável e útil, onde a criança possa brincar, dormir e passar momentos com segurança e tranquilidade. Para as paredes, escolha cores suaves que ajudem a relaxar e ainda permitam ousar um pouco com brinquedos coloridos, adesivos e papéis estampados que estimulem os sentidos dos pequenos durante seu desenvolvimento. Recomenda-se dar uma atenção especial a todos os móveis, quinas, espelhos e objetos pesados que possam ser perigosos quando a criança começar a correr pela casa. Outra fonte de perigo são as tomadas de eletricidade, pelas quais as crianças

sentem uma enorme atração. Sugere-se vedar os orifícios com proteções que não são retiradas facilmente. Se você tiver escadas dentro de casa, janelas altas, piscinas e sacadas, coloque barreiras de segurança como grades ou telas. Elas devem ser bem fixas e de forma que a criança não consiga escalar. Independentemente da casa que cada família dispõe, o mais importante é o amor e o carinho dedicado ao crescimento dos filhos, que transformam tudo isso em um lar! Vale lembrar que cada um desses detalhes auxilia para que a adaptação do bebê e o seu convívio possam ser repletos de aconchego, proteção e saúde. As crianças enchem nossas vidas de alegria e merecem todo cuidado especial!


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Patrícia Santos de Lima

Advogada (OAB/RS 63.496) e mãe de Sofia, de 10 anos, e Lucas, 4

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PEDÁGIO DA LIGA Voluntárias à frente de mais uma ação em prol da entidade que cuida de quem vive o câncer em Ivoti

Memórias

are um instante e lembre daquilo que te fazia feliz quando criança, ou no auge da juventude, ou quando teus filhos eram pequenos ou, ainda, na convivência com teus pais. Certamente virão à tua mente recordações deliciosas. Nos dias atuais, ultra corridos, nos esquecemos de parar e buscar lembranças que nos afagam o coração. Lembra como no passado os vizinhos se reuniam para uma comemoração de rua ou de quintal? Aniversário de criança era festa na quadra toda, uma mãe ajudava a outra, a vó fazia o bolo, o pai buscava refri de garrafinha no armazém. A melhor toalha vinha pra mesa! Lembra como todo mundo sentava na calçada da rua pra tomar chimarrão no fim da tarde? Lembra como tua mãe cultivava carinhosamente aquela planta, até a sua florada? Ali no vaso da varanda ela testemunhou você crescer! Tomar gasosa, comer biju, fazer bolacha de Natal, achar o ninho de Páscoa, brincar de carrinho de lomba ou e casinha.....São tantas memórias! Você já pensou em trazer pra o seu cotidiano algumas dessas recordações saborosas? Isso pode tornar genuinamente mais alegres os teus dias. Divida com teus filhos e amigos aquilo que te faz lembrar de coisas boas: flores, aromas, perfumes, tecidos, rituais de família, comidas, passeios... Prepare a casa, organize encontros para ‘re’criar boas vivências. Temos a oportunidade de experienciar mais uma Páscoa. Logo, logo troca a estação! A data de um bom encontro pode ser comemorada. Tudo isso, tudo simples, dá azo às experiências genuínas de carinho, cuidado e amor. Traga as boas lembranças para o presente. Cultive novas good vibes! Deixe-se surpreender.

Celebrando momentos: cada espaço criado por Patrícia em sua casa traz energia e boas histórias!


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Abril/Maio-2017 Guilherme Schweitzer e Caroline Nunes Corretores da Casa Mais Imobiliária

Como escolher uma boa assessoria imobiliária

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mercado imobiliário está sempre em constante evolução. Temos, a cada dia, mais ferramentas que nos permitem conhecer as opções que o mercado imobiliário nos oferece. O uso da tecnologia no processo de escolha de um imóvel é extremamente importante, porém ele apenas torna a busca e o acesso às informações mais eficiente para as pessoas, de forma que não podemos ignorar a relevância do contato humano neste processo e que existem muitos outros fatores que devem ser levados em consideração na hora de escolher quem vai fazer a intermediação da negociação do seu imóvel. Quer descobrir como fazer isso? Então, confira o conteúdo a seguir e descubra como não errar na sua escolha. O primeiro passo consiste em fazer uma pesquisa sobre o histórico da imobiliária. A forma mais prática de se fazer essa pesquisa é por meio da internet e redes sociais. Use buscadores para procurar denúncias em sites de reclamações. Veja se existem muitas pessoas insatisfeitas, descontentes ou se há avaliações e experiências positivas com relação aos serviços prestados. Pergunte para algum parente, amigo, conhecido, colega de trabalho, que já tenha passado pela experiência da compra, venda ou locação de um imóvel e solicite referências para

este serviço, ou tente conversar com antigos clientes, caso você já tenha escolhido uma imobiliária. Essa é uma maneira mais direta de conseguir informações. Inicialmente, procure saber como essas pessoas foram atendidas e se tiveram algum tipo de imprevisto. Também é fundamental observar os imóveis que estão sendo disponibilizados pela imobiliária. Somente uma empresa de qualidade e com bons parceiros, consegue reunir boas propriedades e clientes satisfeitos. Se você notar que só estão sendo oferecidas unidades ruins e não encontrar, por exemplo, lançamentos residenciais, apartamentos modernos ou casas de alto padrão, é bom sinal para ficar desconfiado. Outro aspecto importante e que traz credibilidade é verificar se a empresa e os corretores têm registro no CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), que é o órgão que orienta e fiscaliza esse ofício. O escritório da imobiliária também pode dizer muito sobre a empresa. Uma organização bemsucedida, sem sombra de dúvidas, vai investir em um local bonito, elegante e simpático para receber os seus clientes. Seguindo estas dicas, certamente você escolherá um bom prestador de serviço que poderá assessora-lo da forma adequada na aquisição, venda ou locação do seu imóvel.


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João Felipe Roos Braun

8 anos, aluno do 3º ano do Instituto Ivoti

Sendo um “YouTuber”

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É KERB EM ESTÂNCIA VELHA Os reis da festa germânica: Frida Rosa Scherer Hartmann e José Gustavo Hartmann. (Foto Estilo/Divulgação)

u admirava os youtubers como Authentic Games, Rezende Evil, Jazzghost, Tazercraft, que fazem vídeos sobre Minecraft e falavam sobre coisas legais. Eu tive a ideia de fazer um canal para falar sobre as mesmas coisas. Depois eu pensei: “por que fazer igual a eles se eu posso fazer um canal para trazer as coisas que eu gosto?” Daí resolvi perguntar para os meus pais se eu podia fazer meu canal e eles me ajudaram! No meu canal no Youtube, falo sobre Pokémon (as diversas coleções que tem, faço também unboxing, que é quando eu compro um bonequinho novo de Pokémon eu desembrulho no vídeo e mostro se a qualidade é boa, falo o preço e onde comprei), falo sobre o jogo Pokémon GO e as coisas que podem melhorar no aplicativo, e também falo sobre um dos jogos que mais gosto, que é o Pokémon Trade Card Game, as famosas cartinhas Pokémon: febre entre guris e gurias, crianças e adolescentes. Também falo sobre os pets e ensino os seguidores sobre os cuidados que temos que ter com os animais de estimação, pois não é só brincar, também tem que cuidar. Eu fui fazendo vídeos e ganhando mais inscritos no canal. E percebi que as pessoas gostavam dos meus vídeos. Se inscrevam no meu canal “MUNDO OMG” no YouTube! Deem likes, curtam e compartilhem! Também deixem sugestões! Espero vocês lá: https://www.youtube.com/channel/UCfSpLWGY62m4434x9RVu5g! Obs.: A mãe, Paola Roos Braun, é quem capta os vídeos.


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Abril/Maio-2017 Ingried Maria Weber

Especialista em Estudos Avançados em Inglês e Formação Pedagógica para Docentes

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A fluência em um segundo idioma

este período ainda inicial do ano, muitas pessoas colocam em prática as suas resoluções de final de ano. Começar a estudar uma segunda língua ou recomeçar é um dos desafios a que muitos se propõem. Um dos questionamentos é igual para a maioria dos aventureiros: quanto tempo leva para ser fluente? Pensar que existe uma fórmula mágica para ser fluente no inglês, alemão ou outra língua, pode ser uma ilusão, além de tornar o processo de aprendizado ainda mais demorado. Esperar que isso ocorra de maneira simples ou que alguém trará o resultado desejado sem o esforço do próprio aluno, também será uma frustração. Talvez seja importante lembrar o pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietszche: a missão de aprender algo cabe “quase” que exclusivamente ao aluno, não ao professor. Contar com professores experientes e fazer uso dos recursos existentes para tornar-se fluente em uma segunda língua são essenciais, porém é preciso motivação, dedicação, comprometimento e muita paciência. O aprendiz deverá ter uma postura pró-ativa e isso fará toda a diferença no processo de aprendizado. Poderá levar um ou dois anos se este aprendiz de fato envolver-se com a língua e mantiver contato com ela sempre que possível, quase que diariamente,

seja através de pesquisa, leitura, bate-papo com falantes nativos, e não necessariamente nativos, pensar neste idioma, redigir, assistir a filmes e séries, escutar música, ou seja, colocar em prática aquilo que está aprendendo no seu curso, sendo este presencial ou online. Seguir as instruções dos seus professores realizando as tarefas propostas e engajando-se de verdade em atividades dentro e fora da sala de aula, como imersões, por exemplo, também irá contribuir muito para o aprendizado. Para os alunos que não tomarem esta postura pró-ativa, o tempo necessário para adquirir a fluência será muito maior e a probabilidade é que muitos destes perderão o interesse. Sabendo que devemos incentivar aqueles que estão dispostos a entrar nesta aventura, iremos compartilhar na próxima edição desta revista algumas percepções de vitoriosos falantes da língua inglesa e alemã extraídas das publicações de professores, alunos e ex-alunos no Jornal o Dinâmico/Estância Velha no período do segundo semestre de 2015 à outubro de 2016. Nestas publicações, nossos professores, alunos e exalunos relataram sobre a importância de uma segunda língua nas suas vidas e o que os fez adquirir a fluência neste idioma.


Abril/Maio-2017

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Leani Veiga Koppe

Professora, pesquisadora e escritora

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A Páscoa

stamos no período da quaresma, porém muitas pessoas ignoram o que isso significa. Sua importância cultural e histórica está caindo em esquecimento. Na minha infância e juventude, nesta época do ano, as pessoas se guardavam das diversões mundanas, não tinha baile e festa, sequer casamentos também podiam acontecer. Era tempo de recolhimento e de jejum. Enfim, um preparo para a Páscoa. A Páscoa para os judeus significa comemorar e lembrar a saída do Egito, onde foram escravizados por 40 longos anos, alcançando a Terra Prometida. Para os cristãos passou a significar ressurreição e a vida eterna após a morte de Jesus Cristo. Praticamente durante dois milênios, esse período representou recolhimento e preparo para a grande festa da Páscoa, mas, ao mesmo tempo, num recolhimento em que havia muita alegria. Nessa dualidade de sentimentos, o ser humano desenvolve sua criatividade e diversas formas de manifestar e de vivenciar o momento pascal. Digo isso porque, se prestarmos um pouco de atenção ao nosso redor, veremos o quanto se faz de artigos de decoração como coelhos de tecidos, cascas de ovos pintadas e enfeitadas. Cada povo, cada cultura, essencialmente as com

orientação cristã, celebram a festa da Páscoa a seu modo. Os descendentes de poloneses na região noroeste do Rio Grande do Sul têm características muito próprias de pintar suas casquinhas de ovos. Esses elementos típicos vieram com seus antepassados da Polônia. Os habitantes da cidade de Pomerode, em Santa Catarina, penduram suas casquinhas de ovos em galhos das árvores, espalhadas pela cidade. Realizam a festa da Páscoa que dura, às vezes, duas semanas ou mais. Com isso, atrai o turismo, tornando- a conhecida em todo o Brasil. No passado, em nossa região, além de pintarmos as casquinhas, fazíamos cartucho de papel pardo enfeitado com papel crepom, e assim como no Natal, as crianças preparavam ninhos que, na noite de aleluia, eram colocados para que o coelhinho enchesse com as guloseimas. Na verdade, os doces que iam para os ninhos eram preparadas pelas mães e avós na véspera. Hoje em dia, há ainda quem faz suas guloseimas em casa, o pão de mel em forma de coelho, coelhinhos de marzipã feito de castanhas raladas. Penso que a atitude, o hábito de preparar algo assim, representava muito amor para com os seus pequeninos. Um amor universal e fraternal que está cada dia mais distante de nós. Estamos vivendo numa época do tudo pronto e adquirido no supermercado e shopping, mas tudo é tão descartável, que as relações humanas tornam-se cada vez mais descartáveis. Numa sociedade tão conturbada como a nossa, talvez necessitemos trazer alguns valores do passado para os nossos dias tão vazios de gestos fraternais e vivenciarmos a genuína alegria da Páscoa.


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Abril/Maio-2017 Rogéria Leal Renz

Psicóloga do NAP CRP 07/19459

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Pais separados = filhos ansiosos?

uando falamos em separação dos pais, não falamos necessariamente de medo e ansiedade de separação nos filhos. Sabemos que o medo e ansiedade são emoções adaptativas importantes para a preservação da vida humana e de qualquer espécie. No desenvolvimento infantil, o medo de separação da mãe, pai, cuidadores ou figuras de vínculos afetivos significativos podem ser considerados normais, em determinados contextos. A criança e adolescente podem interpretar como uma possível ameaça à sua integridade física e emocional separar-se de seus protetores. Geralmente, essas manifestações devem seguir um processo natural, sem maiores preocupações. Portanto, é relevante o conhecimento das etapas do desenvolvimento infantil e orientação adequada quando surgirem dúvidas. No decorrer da vida da criança, ocorrem vários contextos onde a separação dos pais tornase necessária, como a ida para a escola, passeios, o próprio crescimento da criança, a chegada da adolescência, entre outras, que vão exigindo outras demandas. Quando a separação dos pais ocorre por divórcio, ou por outros motivos, dependendo da idade e como os pais a conduzem, a criança pode desenvolver dificuldades emocionais e de comportamento. A separação do casal pode gerar sofrimento, sensação de perdas e frustrações entre os envolvidos. Para a criança que assiste esse cenário de conflitos, desentendimentos, brigas onde os protagonistas são as pessoas que mais ama e que tanto necessita, o sofrimento pode ser mais intenso. A criança percebe que algo está acontecendo, que seus pais estão preocupados, tristes, estressados. Quando uma família se constitui, os papéis de cada um são estruturados, uma

rotina se estabelece. Com a separação, se perde também a segurança dessa rotina, da presença da figura parental de apego, além da sensação da insegurança que o desconhecido provoca. A ansiedade patológica nas crianças vem justamente da sensação de ameaça quanto ao futuro, das incertezas, referências fragilizadas de cuidado, insegurança. Dependendo da idade os sintomas podem variar desde comportamentos regressivos (voltar a fazer xixi na cama, uso de chupeta), como fantasias de que a separação é temporária, sentimentos de culpabilização (feito algo errado) pela separação dos pais, atitudes de autopunição pelo ocorrido, dificuldades na aprendizagem, agressividade, impulsividade, dificuldades de seguir limites e obedecer às regras, entre outros comportamentos disfuncionais. Importante salientar que todos esses sintomas listados, não necessariamente são desenvolvidos quando as crianças vivenciam a separação dos pais com muito diálogo e esclarecimento. Quando os pais conversam sobre o que está acontecendo, de forma esclarecida, a separação ocorre num contexto amigável, favorecendo muitas vezes o desenvolvimento de crianças mais fortalecidas emocionalmente, com maior facilidade de adaptação às mudanças, mais tolerantes à frustração e capacidade de empatia.


Abril/Maio-2017

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Vicente Fleck

Advogado - OAB 73.662

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REUNIÃO DE CONDOMÍNIO? O registro da produtora cultural Cláudia Kunst, em Dois Irmãos.

O que poderá mudar com a Terceirização?

assunto do momento é a terceirização, a lei aprovada pela Câmara dos Deputados e aguardando a sanção do Presidente não criou a terceirização no Brasil, mas regulou o que causava discussão na Justiça. Diversas empresas e órgãos públicos já se utilizam de empregados terceirizados, normalmente para os serviços de limpeza, alimentação, segurança patrimonial e manutenção. Esses empregados são contratados formalmente por uma empresa que presta este serviço para diversas empresas, ou seja, uma pessoa é contratada para fazer o serviço de limpeza e pode realizar esse serviço em várias empresas. O grande medo dos trabalhadores está na precariedade da contratação do serviço terceirizado, a imensa maioria dos acidentes de trabalho ocorrem com trabalhadores terceirizados, é algo muito comum empresas terceirizadas não pagarem INSS e FGTS dos funcionários, além de demitirem os funcionários e não pagarem qualquer verba rescisória. Exatamente por isso tanto a Justiça do Trabalho quanto o Ministério Público do Trabalho foram contra a aprovação da lei de terceirizações nos moldes propostos. Sua alegação foi de que a terceirização da atividade principal da empresa e a responsabilização de forma subsidiária prejudicariam a relação de trabalho e colocariam os trabalhadores em risco. O que podemos ressaltar do projeto de lei é que ele acaba com as discussões sobre o que podia ou não ser terceirizado, porém os prejuízos advindos da precariedade com as contratações que são feitas podem levar a um aumento de processos na Justiça do Trabalho, ou seja, ao invés de diminuir as discussões elas irão aumentar. Certamente a lei das terceirizações será objeto de Ação de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, como já anunciaram partidos políticos e até o próprio Ministério Público do Trabalho. Por enquanto, ainda é muito cedo para sabermos se a terceirização irá ou não melhorar as relações de trabalho ou mesmo se irá criar novos empregos.


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Abril/Maio-2017 Susan Figueiró

Advogada - OAB/RS 68.161

“Não recebo mais auxílio doença e não fui considerado apto para o trabalho. E agora?”

A

pergunta acima é frequente tanto para o empregado quanto para o empregador. Acontece quando o empregado está afastado pelo INSS (não importa se por doença natural, doença do trabalho ou acidente de trabalho) e o INSS, após determinado período, considera o trabalhador apto para voltar à função. A empresa, atendendo a determinação da Norma Regulamentadora 7 (NR 7), realiza o exame de retorno ao trabalho e este dá um resultado diferente daquele do INSS: diz por sua vez que o trabalhador está INAPTO ao retorno. Ou seja: o trabalhador encontra-se no que é popularmente conhecido como “limbo”: não está “encostado” nem pode trabalhar, não recebendo nenhuma verba para seu sustento. Qual a solução? Na seara trabalhista é muito comum decisões que atribuem a responsabilidade pela remuneração ao empregador pelos dias em que o seu empregado ficou no chamado “vácuo”. Como é de conhecimento público, o INSS dá alta para muitas pessoas que não possuem a mínima condição de trabalhar, oferecendo risco tanto para si quanto para os demais, no caso do exercício de determinadas atividades.

Quem de nós gostaria de viajar com um piloto de avião deprimido[i]? Ou entrar em um ônibus com um motorista alcoólatra, por exemplo? A situação imposta pela Previdência é desesperadora tanto para o funcionário quanto para o empregador. O que fazer num caso desses? Para o empregador, é importante ter em mente que, embora a situação seja comum, todo caso deve ser analisado de uma forma isolada, levando em consideração o motivo do afastamento do empregado (auxílio-doença ou acidente de trabalho) e a gravidade da enfermidade. O risco de não fazer isso é justamente do empregador ter que pagar todos os salários deste período de “limbo” ao qual o trabalhador encontra-se submetido. Para o trabalhador, recomenda-se agendamento com um médico especialista, de acordo com sua enfermidade, viabilizando, assim, a concessão do benefício previdenciário anteriormente negado. Em ambas as situações, vale consultar um advogado de sua confiança. A prevenção, tanto para o empregado quanto para o empregador, é sempre o melhor “remédio”.


Abril/Maio-2017

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Roberto Guedes Hugentobler Especialista em Endodontia (CRO 13.980)

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A inflamação e o processo de mortificação pulpar

inflamação é um processo biológico de resposta a estímulos agressores, que busca a sua eliminação e o reparo das estruturas submetidas. Suas características são evidenciadas tanto micro quando macroscopicamente. Microscopicamente o dano celular ativa substâncias e partículas que exercem função de intermediar junto ao organismo a presença de um dano, um corpo estranho ou uma substância estranha: são os mediadores químicos da inflamação. Esse é um processo muito complexo que envolve os leucócitos e sua capacidade de morfogênese e de emigração para o local do estímulo inflamatório. Macroscopicamente, temos o aspecto vascular, em que há vasodilatação (aumento do diâmetro dos vasos sanguíneos), hiperemia (aumento no afluxo sanguíneo), e aumento da permeabilidade vascular. Em decorrência a esta, porém simultâneo, existe um aspecto exsudativo, que consiste no edema (inchaço), o exsudato purulento (o pus) e a desorganização das fibras colágenas. Na Polpa, todos estes processos estão localizados em um ambiente muito restrito e sem elasticidade, constituído pelo esmalte, dentina e cemento, causando dor aguda ao portador, devido à compressão do tecido nervoso causada pelo edema e pela característica não-elástica do tecido circunvizinho. Deste modo, os distúrbios de aspecto vascular, principalmente a hiperemia e edema, causam uma dificuldade na oxigenação do tecido pulpar, principalmente por dificultar o retorno venoso levando a morte do tecido por hipóxia

(diminuição de oxigênio no sangue). Patologias decorrentes - A proporção em que a reação inflamatória progride, a lesão que era essencialmente dentária passa também para a região circunvizinha ao dente, e o exsudato vai sendo colecionado num abscesso periapical. A partir daí, têm-se muitas possibilidades: o abscesso pode perpetuar-se lentamente frente a estímulos de baixa intensidade e se transformar numa lesão crônica como o cisto radicular. A lesão poderá evoluir rapidamente de maneira a perfundir os tecidos duros até as fáscias, gerando transtornos mais sérios como o abscesso subperiósteo, empiema maxilar, linfadenopatia, celulite, septicemia e até mesmo a angina de Ludwig, que pode ser fatal se não tratada adequadamente. Em alguns casos em que o operador, ao realizar o tratamento de canal, não fizer a desinfecção gradual do mesmo, pode ocorrer um fenômeno denominado “flare up” ou abcesso “fênix” que consiste na agudização de um abcesso crônico. Isso não é incomum de ocorrer e provoca grande desconforto para os pacientes entre as seções endodônticas. Tratamento cirúrgico - O tratamento cirúrgico está indicado em casos de falhas anteriores no tratamento endodôntico, em perfurações acidentais, presença de lesões refratárias (não respondem ao tratamento endodôntico convencional), em alguns casos de fratura de instrumentos e a presença de próteses extensas que do ponto de vista estético e funcional estejam satisfatórias.


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Abril/Maio-2017 César Rodrigo Luckmann

Consultor de negócios e pai de Miguel, 4 anos

Consumo consciente

H

oje existem empresas que lhe retribuem por indicar pessoas. Tem banco que, pela indicação de um cliente novo, paga até quarenta reais. Também existem algumas lojas virtuais que pagam por propagandas feitas por você que se tornem vendas. E, a poucos dias atrás, uma grande marca de chocolates, após lançar o sistema de franquias apresentou também o sistema de micro franquias, possibilitando que pessoas sem dinheiro para investir em uma franquia possam vender estes produtos porta a porta e ter uma renda a mais. Mediante esta realidade e com base em

um levantamento apontando que uma família de quatro pessoas gasta em média trezentos reais por mês com produtos de higiene pessoal, maquiagem, cosméticos, bem estar e perfumaria, existe uma empresa brasileira que além de ter esses produtos de qualidade imbatível, pode dar desconto nos produtos através da compra em lojas exclusivas e ainda paga para que estas mesmas pessoas indiquem o uso destes produtos a outras pessoas. Já pensou em ganhar dinheiro ao escovar os dentes, ou tomar banho? Tudo isso é possível através do consumo consciente.


Abril/Maio-2017

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