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Viver sempre no presente
Esta história começa no dia 25 de abril de 2003, dia em que eu nasci. Como é natural, atualmente, com 18 anos, tenho apenas uma vaga ideia dos meus primeiros 2 anos de idade, mas, pelo que a minha mãe e o meu pai me dizem, eu era um bebé muito irrequieto, que tinha de estar constantemente entretido. Um dos principais acontecimentos deste início de vida foi o começo da prática de natação, desporto que me acompanhou a vida toda.
Os primeiros episódios de que me recordo aconteceram a partir dos meus três anos, ano esse que foi, a meu ver, um dos melhores anos da minha infância, visto ter vários episódios marcantes e felizes dos quais me consigo lembrar ainda hoje: a minha primeira ida à terra do meu cunhado, as minhas primeiras férias fora de Portugal, tendo ido a Múrcia, Espanha, e, por último, o casamento da minha irmã, no qual eu fui o menino das alianças.
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Até então tinha feito a creche e parte do pré-escolar numa escola na vila onde vivia (Paços de Brandão, Santa Maria da Feira), mas no ano 2008, quando tinha 5 anos, mudei pela primeira vez de escola, passando para uma recentemente fundada no centro de Santa Maria da Feira, tendo lá frequentado um ano no préescolar e os quatro anos da primária. A verdade é que, inicialmente, estava bastante apreensivo com a mudança porque não conhecia ninguém e tinha de fazer novas amizades, mas rapidamente deixou de ser um problema já que me consegui ambientar facilmente.
Acabei por passar cinco ótimos anos nesta escola, graças às incríveis visitas de estudo que fazíamos, aos espetáculos de final de ano e de Natal que apresentávamos aos pais, às pessoas que conheci, como por exemplo, um dos astronauta da NASA que já tinha pisado lua, o Vítor Pereira, vários escritores e atletas de alta competição, aos concursos de Carnaval em que participávamos, às
noites de Halloweenem que íamos de porta em porta pedir doces, e, claro, graças aos amigos que fiz e pelos professores e funcionários que me acompanharam.
Infelizmente, a pouco tempo de concluir o 4° ano, a escola, apesar do grande potencial, acabou por fechar por má gestão. No entanto, não deixou de ser um bom ano pois tivemos aulas na casa de um dos alunos durante um mês, onde nos divertimos bastante.
Entretanto, durante estes 5 anos, fui tio aos 6 de duas sobrinhas de irmãs diferentes, com quem acabei por ter uma relação que eu considero mais de irmão para irmã do que de tio para sobrinha. Aos 6/7 anos foi-me diagnosticado um problema de visão, o que me obrigou a começar a usar óculos; nos primeiros tempos, não aceitava muito bem essa ideia, mas acabei por ter de me habituar; apesar disso, acho que foi algo que me afetou psicologicamente, pois passei a ser um rapaz tímido. Com 8 anos comecei um desporto novo chamado Viet-Vo-Dao, uma arte marcial, da qual desisti três anos depois porque, na altura, pensava que passávamos demasiado tempo a treinar flexibilidade e força (que hoje em dia percebo que era importante). Aos 10 anos mudei-me para uma nova casa (onde vivo até hoje), situada numa vila perto de Esmoriz que, até à minha mudança, não conhecia apesar de ficar a 5 quilómetros de onde vivia; até hoje continuo a preferir a minha cidade natal, afinal, não há nada como a nossa primeira casa.
Mais uma etapa da minha vida ia começar; ia entrar no 2° ciclo. Uma nova escola, novos amigos. A escolha da nova escola não foi tão difícil como na primeira vez que tive de tomar esta decisão, visto que já estava planeado ir para o colégio que o meu pai outrora andara: o Colégio Internato dos Carvalhos. Lembro-me de que a minha primeira impressão do exterior do colégio não foi muito boa pois era muito diferente das escolas em que tinha andado (era muito maior e tinha muitos mais alunos), mas mal vi o campo de futebol e o espaço de recreio, em geral, mudei rapidamente de opinião.
Foi então nesta escola que completei o meu 2° e 3° ciclo, dos quais guardo na memória vários bons momentos, como por exemplo, as férias de verão, as
semanas culturais, quando íamos à expocic, a ida à praia numa visita de estudo de Moral, o clube da ciência no 6º ano e as viagens a Londres e a Paris.
No término do 3° ciclo, ou seja, no fim do 9° ano, tive de tomar a primeira decisão difícil da minha vida que foi a escolha do curso que queria seguir no ensino secundário e, consequentemente, o que realmente queria ser a nível profissional. Quando era mais novo queria ser polícia, bombeiro, construtor, mas passei a estar indeciso entre engenharia ou economia, e, no final, cheguei à conclusão que queria estudar na área das ciências socioeconómicas. Ao mesmo tempo que tomava esta decisão, também escolhi continuar no colégio nos 3 anos seguintes, de forma a completar, assim, o secundário.
Quando voltei depois das férias, o antigo Colégio Internato dos Carvalhos em que eu estudei durante 5 anos, chamava-se agora Colégio Internato Claret, o que, inicialmente, parecia não fazer grande diferença, mas, com o passar do tempo, deu para perceber que algumas coisas tinham mudado; passou a haver palestras intituladas “Vidas com sentido”.
Acabei por não ter tantas experiências nestes últimos dois anos, por causa da pandemia do vírus COVID-19. Esta pandemia influencia muito aquilo que é minha vida atualmente, pois comecei a passar muito mais tempo em casa, tornando o meu dia a dia bastante repetitivo, o que faz com que de vez em quando perca a noção do tempo, e transformando os meus hábitos.
No meu futuro não sei quem serei, apenas tenho em mente entrar na faculdade que desejo- a Faculdade de Economia do Porto- num curso ainda por decidir. Depois de me licenciar entrarei no mercado de trabalho para, mais tarde, poder constituir família, ter a minha própria casa, viajar pelo mundo e ter o meu
carro de sonho. Para além disso, não sei como é que será o dia de amanhã, porque a verdade é que o importante é “viver sempre no presente, pois o futuro não o conheço, e o passado já não o tenho” (Fernando Pessoa).
Francisco Malta