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Porque a vida é assim, imprevisível

Olá, o meu nome é Sofia, tenho 17 anos e pretendo apresentar uma reflexão pessoal sobre o tema «Eu, vista pelo meu olhar!».

Bem, sendo que venho redigir um texto sobre mim e a minha

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história, penso que a melhor forma de o fazer é

começando pelo meu passado. Nasci no dia 20 de agosto do ano de 2003, no Porto, pelas nove horas da manhã. Naturalmente, não me lembro de nada

desta fase da minha vida, mas pelo que me dizem era uma bebé sossegada e sorridente. Desde o meu

nascimento até aos meus três anos de idade, passei muito tempo em casa dos meus avós maternos, onde pude ter experiências que certamente me permitiram ser quem sou hoje. Efetivamente, o contacto com a natureza e com animais são algumas das minhas atuais paixões.

No verão de 2006, mudei de casa e fui viver para Lisboa, a terra natal do meu pai. Este foi, sem dúvida, um ano de grande mudança para mim: mudei de casa, de cidade, deixei os meus familiares do lado materno para trás, tive a oportunidade de conhecer melhor o meu lado paterno da família e entrei para a escola. Foi na minha primeira escola, Os Bobocas, que aprendi a escrever o meu nome e a fazer as minhas primeiras amizades. Também foi nesse ano que fui pela

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primeira vez para a natação, desporto que ainda fiz durante bastante tempo. Durante estes três anos do jardim de infância, percebi a importância da família para mim, que mesmo estando tão distante, esteve sempre presente no meu coração.

Continuando o meu percurso, até aos meus seis anos vivi em cinco casas diferentes, mas não pensem que fiquei por aqui! Foi nesta altura que a minha mãe engravidou da minha irmã, Diana, e voltámos para o nosso querido Porto. Devo dizer que, apesar de toda a felicidade que vivia nesta altura, estes foram uns tempos complicados para mim. Já era mais crescida e toda esta mudança me afetou. De repente, voltei a mudar de casa, de cidade, de escola, deixei os meus amigos e familiares do lado paterno para trás e tudo isto com a novidade de ter que partilhar tudo com uma recém-nascida.

Entrei para a escola onde fiz o primeiro ciclo, Jardim Escola João de Deus, mas desta vez não estava totalmente sozinha, a minha prima Ana estava na mesma turma que eu (e desde aí permanecemos juntas), o que me ajudou bastante a integrar. Estes foram, sem dúvida, anos marcantes para mim e devo a esta escola muito do que sou hoje. Foi nesta altura que a minha vida começou a estabilizar.

Finalmente, quando tinha dez anos, entrei no Colégio Internato dos Carvalhos, mais uma vez, um sítio bastante marcante para mim, onde fiz amizades que vou levar para a vida, ganhei maturidade e, de forma mais geral, o lugar onde passei os últimos anos da minha infância e grande parte da adolescência. Durante os oito anos que estive neste colégio, foi-me proporcionada muita aprendizagem, sendo apenas uma pequena parte dela a nível escolar.

Em paralelo com a escola, durante este período de tempo, continuei na natação até por volta do ano de 2014 e, mais tarde, entrei na patinagem artística, uma experiência que nunca irei esquecer. Passei grande parte de todas as minhas férias de verão em casa dos meus avós maternos, juntamente com os meus primos, onde criei algumas das minhas melhores memórias de infância e adotei dois animais de estimação, uma cadela e um gato, que atualmente são parte da minha família.

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E assim chegamos ao presente! Nos dias de hoje, vejo muito do meu passado refletido no meu dia a dia, daí achar tão importante fazer referência aos momentos que foram mais marcantes na minha vida, pois foram eles que me tornaram exatamente quem sou hoje.

Atualmente, a natureza transmite-me tranquilidade, pelo que uma das minhas atividades favoritas é acampar, algo que faço desde sempre.

Considero-me uma pessoa simpática, afetuosa e, apesar de ser bastante envergonhada, depois de ter uma relação mais próxima com as pessoas consigo mostrar mais de mim.

Relativamente ao meu futuro, este ano, se tudo correr como planeado, vou entrar no ensino superior, para o curso de Design de Interiores. Devo admitir que não tenho muito mais para além disto perspetivado (na verdade nunca tive), mas uma coisa eu sei: espero ter muito sucesso a nível pessoal e profissional, sentirme concretizada e feliz com a minha situação, seja ela qual for e, acima de tudo, espero conseguir ter a capacidade de aproveitar e valorizar cada momento, de forma a retirar dele aprendizagens que me permitam crescer enquanto pessoa, nunca deixando que os valores em que acredito sejam negligenciados.

Assim, considero-me uma pessoa um pouco nostálgica, apesar de não gostar de viver colada ao passado, pois sinto que todas as experiências de vida pelas quais passei fizeram com que a Sofia de um ano se tornasse na Sofia de agora. No entanto, acho que um dos meus lemas de vida é viver no presente, pois por muito que pensemos no passado, ele não passa de memórias e nada podemos fazer para o alterar e por mais que perspetivemos o futuro, nunca vai correr exatamente como o planeamos, porque a vida é assim, imprevisível!

Sofia Ferreira

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“Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo.”

Ricardo Reis

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