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Sou e serei sempre as minhas paixões

Sou eserei sempre as minhas paixões

Uma bebé com demasiado entusiasmo. Sempre a falar com tudo e todos, tão faladora que todos no comboio já a conheciam e lhe traziam doces. Uma criança que experimentava tudo, agora futebol, amanhã pintura e depois guitarra. Uma adolescente que gostava de tudo, não só artes, música e desporto, mas também línguas e ciências. E que, por esse motivo, não sabia o que fazer no futuro.

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Essa era eu. Via todos à minha volta descobrirem a sua paixão e prepararem o seu futuro consoante a mesma. Várias vezes me questionei sobre a minha, mas sem resposta. Gosto de tudo, faço bem várias coisas, mas nada se destaca.

Um passado marcado pela curiosidade, pela experiência, pela incerteza e pelo medo do futuro.

E agora? Quem sou? No que me tornei? Como é aquele futuro, agora presente, que tanto temia há uns anos atrás?

Posso, com certeza, dizer que mudei, a bebé extrovertida transformou-se numa pessoa calma e calada. A criança curiosa que experimentava tudo mantémse, mas agora pensa e pondera antes de partir para a aventura. Finalmente, a adolescente indecisa e que temia o futuro é agora uma pessoa que sabe o que quer, que é determinada e está ansiosa pelo que está por vir.

Sei do que gosto, gosto de tudo. Isso não mudou, e nunca vai mudar. Mas, sei agora, que não ter uma paixão, mas sim várias, é possível, e segui-las todas também.

E é aí que surge a seguinte questão: “Então, quem serei?”. O meu futuro é incerto, mas espero conseguir conciliar a minha paixão pelas línguas com a minha paixão pela descoberta e viajar pelo mundo. Espero que, durante a minha visita a

todos os locais do globo, possa curar aqueles que precisarem através de voluntariado médico, tendo em conta o meu amor pelas ciências e por ajudar o próximo. Espero, também, ao longo do meu percurso, ser capaz de partilhar com os outros o meu gosto pelas artes, pela música e pelo desporto, fundindo-as com a minha paixão por ensinar. Espero, por fim, conseguir aliar a minha paixão por criar a todas as outras.

Podia falar daquilo que sou. Sou uma amiga, uma filha, uma irmã, uma pessoa que não fala muito…

Mas decidi falar da minha paixão, porque, após alguma reflexão, concluí que é isso que me define. A minha personalidade, o meu comportamento, a maneira como tomo decisões e tudo

o resto são consequências da busca por aquilo de que gosto e pelo meu lugar no mundo.

Por isso mesmo, vista pelo meu olhar, eu fui, sou e serei sempre as minhas paixões.

Nadine Romeira

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