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Prefiro fazer o que sentir que será melhor para mim

Prefiro fazer o que sentir que será melhor para mim

Achar que a felicidade é plena ou que pode existir alegria a 100% na vida é tentar viver uma mentira. Por mais feliz

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que uma pessoa seja, alguma dificuldade sempre aparecerá, o que muda na verdade é apenas a forma de olhar para tentar solucionar o problema.

Ao longo da vida sempre tive visões e opiniões diferentes de mim mesma e talvez, seja por isso que, hoje, tenho uma opinião sobre a minha pessoa tão vincada. Normalmente, quem convive comigo consegue identificar mais facilmente as minhas qualidades.

Pensar em quem fui não é fácil pois a minha infância foi preenchida de altos e baixos. Apesar de todos os baixos que tive, considero que tive uma infância feliz rodeada de momentos, com pessoas que sempre deram o melhor por mim. Fazer uma descrição de nós próprios não é tarefa fácil, mas pelo que sei do meu passado sempre tentei ser a mais afável e cooperativa com as pessoas.

O momento mais marcante que me irá acompanhar até ao resto da vida foi o trágico falecimento da minha irmã. Posso afirmar que poucos são os assuntos

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que me conseguem abalar, mas sem dúvida que a minha irmã irá sempre deixar saudades e magoar.

Fui sempre uma criança preocupada e dedicada no que toca ao bem-estar dos outros e só me orgulho disso. Em relação à minha vida académica, nunca fui das melhores, mas isso nunca me impediu de dar o meu melhor, apesar de ter tentado desistir várias vezes. Apesar de não ter deixado uma grande marca no colégio, foi um sítio que me apresentou a algumas das melhores pessoas que tenho na minha vida, como as minhas melhores amigas que estão comigo desde que entrei no 5º ano. Nunca vou esquecer os professores que sempre foram atentos a tudo e estiveram dispostos a ajudar. É como se tivesse ganho uma segunda família. Foram muitos os bons momentos vividos. Orgulho-me do que fui, pois tornei-me no que sou hoje.

Na fase atual da minha vida, não sou 100% feliz, porque para se ser totalmente feliz era necessário haverem vidas perfeitas, no entanto isso é uma utopia. A pandemia que atravessamos veio trazer várias coisas negativas tal como a depressão, a ansiedade e a desmotivação. Contudo, fez-me crescer mentalmente e mostrou-me também que tenho as melhores amigas. Elas foram sem dúvida uma das melhores surpresas com que a vida me presenteou porque para além de amigas são como irmãs para mim. Tudo o que vivenciei com elas foi algo surreal. Sou muito grata por as ter ao meu lado nos bons e nos maus momentos.

O futuro assusta-me! Não tenho objetivos concretos, prefiro fazer o que sentir que será melhor para mim. Terminando o secundário, vou tentar entrar na faculdade e fazer uma licenciatura em psicologia, já que é uma área na qual eu tenho interesse e me identifico. Gosto muito de culinária, pastelaria e decoração, por isso, quem sabe se um dia eu não tiro diferentes cursos e obtenho sucesso nesses ramos. Apesar de não fazer tantas vezes como as que gostaria, adoro viajar e conhecer diferentes povos, culturas e paisagens. Um dia gostaria de conseguir uma independência financeira e viajar sozinha, aproveitando a minha própria companhia, até porque na atualidade esta postura é um pouco rara.

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Para concluir esta reflexão, sinto que o meu autorretrato é simples: sou uma rapariga com poucas metas, mas que luta bastante e que não se deixa vencer, que é altruísta, e que é deveras preguiçosa e muito cabeça dura em relação a alguns assuntos e um pouco mandona. Contudo, orgulhosa do que se tornou e da personalidade que tem.

Irina Couto

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“Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.”

José Saramago

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