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Sinto-me esperançoso com o futuro
Quando olho para trás, vejo um miúdo observador, calado, embora só por fora. Vejo um potencial que só agora se está a desvendar. Mas vejo, também, uma felicidade baseada na inocência da minha outrora infância. Não me interpretes mal, por vezes ainda sou infantil, mas agora sei que o sou.
Considero-me uma
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pessoa criativa. Gosto de pegar nas coisas e dar-lhe a volta, ao meu jeito. Nem sempre corre bem, mas diferente fica de certeza!
Poderia ser um dom, mas estou crente que se deve ao meu espírito crítico, à minha cultura geral, à minha mente aberta e a referências de
outras pessoas, que conheci ao longos dos anos, muitas delas aqui, no Colégio, um espaço e comunidade que me proporcionou momentos, que irei para sempre guardar nos recantos da minha memória.
As palavras não são o meu forte, gosto de pensar que a minha mente raciocina mais rápido do que me consigo expressar, mas provavelmente a raridade da leitura de livros e textos, no geral, devem ter algo a ver com esta minha dificuldade. Ah, pois, eu sou como se diz, estereotipicamente, um rapaz «dos números e das ciências», até tenho uns daqueles óculos grandes e redondos, estilo Harry Potter. O que estou a tentar dizer é que a Matemática empolga-me, a Física fascina-me, a Química entretém-me e a Biologia... bem a Biologia é só
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decorar, nem sequer vou tocar no assunto da Geologia, chamar «ciência» a calhaus? Não, obrigado!
Adoro rir e ver as pessoas rir, especialmente das minhas piadas. É extremamente agradável e para isso acontecer, basta-me um pouco de destreza, recorrer a situações embaraçosas, jogar com as circunstâncias do momento, entre outros casos. Nem todas as narrativas são necessariamente verídicas, mas não importa. Observar o esmalte dos dentes dos que me ouvem já vale, por si só, a
pena.
Sinto-me esperançoso com o futuro. A Engenharia parece-me ser o ramo que, mais evidentemente, irei seguir. Mas as coisas são tão imprevisíveis… Uma parte de mim diz-me para ser Diplomata. Será uma vontade de mudar o mundo? Será querer representar Portugal e a União Europeia à minha imagem? Será que é pelo estatuto? Mais importante: será que importa?! Provavelmente não, tanto tu como eu deveremos saber bem o preço que um certo Ser pagou pela procura permanente de respostas. O Ortónimo tinha razão, como por vezes saberia tão bem «Ter a […] alegre inconsciência/ e a consciência disso!».
Daniel Couto
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