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do diagrama invertido de Ishikawa

mercado de trabalho local e dos processos de contratação em vigor no país. Através da análise de causa-efeito (figura 11.1), verifica-se que na causa do problema social desemprego na população refugiada se poderão ainda encontrar fatores tais como discriminação por parte das entidades empregadoras e restante população, que poderão não estar ainda sensibilizadas para a questão. Os mecanismos de apoio existentes poderão ainda não ser suficientes face ao incremente significativo do número de refugiados, bem como as situações de crise vividas por estes .

Figura 11.1 – Análise de causa-efeito para o desemprego na população refugiada através do diagrama invertido de Ishikawa

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Desafio social: Desemprego na população refugiada

Barreiras linguísticas e culturais

Dificuldades de integração

Desconhecimento dos apoios existentes Falta de qualificações

Desconhecimento do mercado de trabalho local

Estigma

Insuficiência dos apoios existentes

Fonte: elaborado pelos autores

A situação de desemprego tem repercussões significativas em outros problemas sociais, tais como o acesso a alojamento, condições de higiene e alimentação, ou acesso ao ensino para as crianças, que pode acentuar a espiral de deterioração

das condições sociais e económicas. A sensação de estigma, baixa autoconfiança e insegurança poderão também ocorrer junto destas pessoas/famílias que partem das suas casas em busca de algo melhor e não veem como bem-sucedida a sua integração por parte da comunidade local .

A situação de desemprego constitui um grave problema social para os imigrantes em Portugal . No entanto, a sua integração no mercado de trabalho apresenta um elevado potencial em termos de capacidade de criação de valor social, pois permite a melhoria da qualidade e condições de vida dos imigrantes e das suas famílias . Desse modo, a promoção da empregabilidade e da integração no mercado de trabalho desta população apresenta-se como uma oportunidade social com elevado potencial, que se pretende explorar na iniciativa.

De acordo com o Relatório de Migração Mundial (2022), em 2020, estimava-se que existissem cerca de 281 milhões de migrantes internacionais no mundo, o que corresponde a 3.6% da população global, percentagem esta que tem vindo a aumentar gradualmente ao longo dos últimos anos. A título de exemplo refira-se que, de acordo com o mesmo relatório, esta percentagem era de apenas 2,8%, em 2000, ou 2,3%, em 1970. A Europa é, atualmente, o principal recetor de migrantes internacionais, com um número estimado de 87 milhões de migrantes e que corresponde a 30,9% da população migrante internacional (OIM, 2022). De referir, ainda, o número elevado de refugiados que, em 2020, se estimava em 26,4 milhões de pessoas a nível global, a que acrescem ainda pessoas requerentes de asilo (4,1 milhões de pessoas), pessoas deslocadas internamente (55 milhões de pessoas) ou deslocadas especificamente da Venezuela (3,9 milhões de pessoas) (OIM, 2022).

Segundo a Comissão Europeia, em Janeiro de 2021, existiam 23,7 milhões de cidadãos de países terceiros, o que corresponde a 5,3% da população total da União Europeia. Acresce que, durante o ano de 2020, a União Europeia recebeu cerca de 1,92 milhões de migrantes, verificando-se o mesmo padrão de crescimento em relação ao número de refugiados. A Organização Internacional para as Migrações estima que, entre 2000 e 2020, o número de refugiados existentes a nível mundial tenha aumentado em cerca de 88,6%, passando de cerca de 14 milhões de pessoas em situação de refúgio em 2000 para um número estimado de 26 .4 milhões de pessoas em 2020 .

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM, 2022), cerca de dois terços (62%) dos migrantes a nível internacional encontravamse a trabalhar . No entanto, esta percentagem varia em função do nível de desenvolvimento económico do país de destino. Na União Europeia, verifica-se que a taxa de emprego dos cidadãos da UE é superior à verificada pela população migrante (73,1 % e 57,5 %, respetivamente).

Ainda de acordo com a Comissão Europeia, a taxa de emprego da população em idade ativa é mais elevada nos residentes do que na população migrante, sendo que, para além disso, existe uma maior concentração de migrantes no trabalho realizado em áreas consideradas essenciais, que frequentemente requerem um nível de qualificações mais baixo. Para além disso, os movimentos migratórios

ocorrem mais frequentemente para as maiores cidades, levando a um aumento dos desequilíbrios urbanos já existentes. De referir que, e tal como referido pela Organização Internacional para as Migrações (2022), a população refugiada, comparativamente com os migrantes internacionais em geral, é aquela que se encontra numa situação de maior vulnerabilidade e necessita de mais apoio e assistência .

Em Portugal, a população com nacionalidade estrangeira corresponde a 5,7% do total da população residente. As estatísticas disponíveis indicam que, em 2021, existiam cerca de 2.651 refugiados em Portugal, o que significa um aumento de 10% face ao ano de 2020.

Em Portugal, existem já algumas entidades que visam apoiar os refugiados no nosso país. As respostas dadas pelas instituições incluem, por exemplo, apoio jurídico e regulamentar, apoio social, auxílio no processo de integração e promoção de ações de formação. No entanto, verifica-se alguma concentração destas respostas em grandes cidades, em particular, em Lisboa, muito embora muitas destas respostas assumam um âmbito de intervenção nacional (quadro 11.1).

Quadro 11.1 – Mapeamento das respostas oferecidas por outras organizações sociais

Organização Localização Respostas oferecidas Âmbito de intervenção

Alto Comissariado para as Migrações Lisboa

Disponibilização de apoio às políticas locais, rede de centros locais de apoio à integração (por exemplo, situações regulamentares, formação, etc) Nacional

Conselho Português para os Refugiados Lisboa

Apoio social, apoio jurídico, integração e formação, entre outros Nacional

Cruz Vermelha Portuguesa Diversas localizações Alojar cidadãos requerentes de proteção internacional de várias nacionalidades, apoiando os seus processos de integração Nacional

Associação de Apoio a Imigrantes e Refugiados em Portugal Lisboa

Informação sobre direitos e deveres, integração e formação

Serviços Jesuítas aos Refugiados em Portugal Lisboa e Porto Apoio social, apoio psicológico, apoio médico e medicamentoso, apoio jurídico, encaminhamento e apoio à integração profissional, alojamento

Fonte. elaboração própria Nacional

Lisboa e Porto

É neste contexto caracterizado pelo crescimento do número de refugiados em Portugal, de dificuldades enfrentadas por estes no processo de integração socioeconómica e dos graves problemas que a situação de desempego é capaz de expor, que surge o projeto Refugee. Com este projeto pretende-se criar uma organização, sem fins lucrativos, que vise aumentar a empregabilidade e oportunidades de emprego para a população refugiada em Portugal. O projeto localizar-se-á na região Norte do País, mas terá um âmbito regional.

Como tal, o público-alvo do projeto são os refugiados em Portugal, independentemente do seu nível de escolaridade, condição social ou motivos para a entrada no país. Se por um lado, a capacidade de criação de valor social através da empregabilidade poderá proporcionar um impacto especialmente elevado junto dos grupos de refugiados mais desfavorecidos (por exemplo, com menores níveis de formação ou pior condição económica); por outro, considera-se que a inclusão de um público mais vasto e heterogéneo de refugiados é capaz de apresentar um maior potencial de intervenção. Esta opção permitirá intensificar a interação e entreajuda entre pares que dispõem de diferentes vivências, reforçando a capacidade de integração social que o projeto visa obter. Para além disso, focar a iniciativa apenas em grupos de refugiados carenciados poderia aumentar a sensação de discriminação e baixa autoestima dos participantes no projeto, podendo criar a sensação de segregação social, situação que se pretende reduzir com o desenvolvimento da iniciativa Refugee .

Para além dos beneficiários diretos do projeto, que são os refugiados em Portugal em condições de ingressar no mercado de trabalho, o projeto é também capaz de beneficiar indiretamente as suas famílias, seja no país de acolhimento como também, possivelmente, no país de origem .

11.4 Estratégia social

O Projeto Refugee consiste na criação de uma associação que visa melhorar a vida da comunidade refugiada, promovendo a sua inserção no mercado de trabalho formal, através de, por um lado, o desenvolvimento de ações de formação, capacitação e integração junto da população refugiada e, por outro lado, a identificação de oportunidades de emprego e a sensibilização de entidades empregadoras para a questão da contratação de pessoas em situação de refúgio. A capacitação incidirá em diferentes áreas, tais como linguísticas e culturais, bem como conhecimentos técnicos de profissões que poderão ter maiores oportunidades de empregabilidade. A metodologia a usar combina métodos de formação formal e não formal. A criação de ações de integração e socialização com a comunidade e entre pares será também promovida no âmbito do projeto. De modo a promover a integração na cultura e comunidade Portuguesa serão desenvolvidas ações de formação com artesãos locais. No âmbito do projeto será também criada uma plataforma digital, de modo a promover o conhecimento e interação com outros refugiados, comunidade e entidades empregadoras locais .

O desenvolvimento do projeto implicará a disposição de um conjunto de recursos materiais e humanos, de modo a que os serviços pretendidos possam ser disponibilizados junto da população refugiada (quadro 11.2).

Quadro 11.2 – Projeto Refugee: cadeia de criação de valor social

Inputs Atividades Outputs Outcomes Impacto Material de escritório e material escolar Psicólogos Formadores Artesãos Gestor de parcerias Técnico administrativo Técnico de recursos humanos Sessões de formação formal e não formal Atividades de integração Desenvolvimento de atividades para promoção da sociabilização Contacto com potenciais entidades empregadoras Criação de uma rede, através da criação e gestão de uma plataforma digital Desenvolvimento de programas para preparação para processos de recrutamento e seleção Número de ações de formação realizadas Número de pessoas (refugiadas e locais) que frequentam a sede da associação Número de ações de integração e socialização desenvolvidas Número de participantes na plataforma digital (refugiados e entidades empregadoras) Maior fluência na língua Portuguesa Maior integração na comunidade local Redução do sentimento de isolamento Aumento das condições de empregabilidade Aumento das ofertas de trabalho potencialmente disponíveis para a população refugiada Refugiados que conseguiram encontrar emprego no mercado de trabalho formal Refugiados que conseguiram melhorar a função desempenhada no mercado de trabalho Refugiados que falam fluentemente e se encontrem culturalmente integrados Refugiados com melhoria significativa na sua qualidade de vida

Fonte: elaboração própria

O impacto pretendido com o desenvolvimento do projeto é potenciar a integração plena dos refugiados no mercado de trabalho, em funções que correspondam ao seu perfil de competências e potencial profissional.

Como missão, o projeto Refugee pretende contribuir para o desenvolvimento e inclusão dos refugiados na sociedade, de forma a permitir o seu fácil acesso ao mercado de trabalho, através da disponibilização de ferramentas pedagógicas que permitam o combate ao desemprego na população refugiada .

A visão do projeto é construir um mundo em que os refugiados têm as mesmas oportunidades na sociedade que qualquer outro cidadão.

Os valores em que o projeto assenta são: • Valorização dos Direitos Humanos; • Igualdade de oportunidades; • Sociedade inclusiva e responsabilizada; • Especialização, continuidade, resiliência e criatividade; • Espírito de equipa, trabalho e parcerias em rede;

A análise da conjuntura externa à criação do projeto Refugee é efetuada através da análise PESTLE, que permite efetuar uma análise às principais tendências

observadas a nível Político, Económico, Social, Tecnológico, Legal e Ecológico, bem como retirar as implicações para o desenvolvimento do projeto de intervenção social (quadro 11.3).

Quadro 11.3 – Análise PESTLE projeto Refugee

Variáveis Tendência Impacto

Políticas

Económicas

Sociais Instabilidade geopolítica internacional Estabilidade política nacional Surgimento de movimentos extremistas em alguns países

Situação de guerra vivida em alguns países, onde se inclui a situação mais recente da Ucrânia +1 +1 -1

-1

Agenda política internacional e nacional preocupada com a questão das migrações Instrumentos financeiros no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030 1

1

Consciencialização por parte de algumas entidades locais para o problema 1 Economia em fase de crescimento em vários países da Europa, incluindo Portugal +1

Degradação da situação económica em alguns países em vias de desenvolvimento ou em situações de conflito

Alguma incerteza económica Crescente taxa de inflação nacional e internacional

Conjuntura atual potencia o agravamento das desigualdades económicas entre as pessoas Desigualdade salarial, que tende a ser mais penalizadora na população imigrante Maior taxa de desemprego em populações mais desfavorecidas

Existência de mercado de trabalho informal -2

-1 -2

-1

-2

-1 -2

Número significativo de países que apresentam problemas sociais +2

Cultura portuguesa de abertura e recetividade ao acolhimento de outras populações +2

Portugueses em geral são bastante sociáveis e gostam de “bem receber” +2 Facilidade linguística apresentada por grande parte da população portuguesa +1 Algum potencial de discriminação de pessoas com uma língua e cultura diferente -2 Entidades empregadoras cada mais (cultural) nas equipas de trabalho atentas à importância da diversidade +1 País com boa rede de acesso à Internet +1

Boas infraestruturas tecnológicas existentes +1

Tecnológicas Elevada predisposição das pessoas (nativas e migrantes) para o uso de novas tecnologias +1

Maior acesso a informação, potenciada pelo uso de tecnologias da informação e da comunicação +1

Existência de tecnologia cada vez mais intuitiva, acessível e a baixo custo +1 Legais Instrumentos legais internacionais, europeus e nacionais na área da Imigração e Refugiados +2 Ecológicas Consciencialização e preocupação com meio ambiente, quer por parte dos indivíduos como das empresas +1

Nota: Escala a usar para a avaliação do impacto: Muito Negativo (-2), Negativo (1), Positivo (+1), Muito Positivo (+2);

Fonte: elaboração própria

Quadro 11.4 – Avaliação Global do Impacto da Análise PESTLE projeto Refugee

Política Económica Social Tecnológico Legal Ecológicas Total Variáveis

Fonte: elaboração própria Impacto +3 - 10 +5 +5 +2 +1 +6

A análise do ambiente externo efetuada revela a existência de uma conjuntura política e social favorável. As tendências tecnológicas existentes poderão também favorecer a implementação do projeto social. Ao nível da dimensão económica verifica-se o impacto negativo sobre a população-alvo do projeto, sobre a qual a intervenção social pretende incidir .

A análise transacional indica igualmente a existência de um contexto externo favorável ao projeto, observada em termos de capacidade de aceitação e envolvimento no projeto por parte da comunidade e dos principais stakeholders . A análise sugere ainda a adequabilidade da iniciativa às necessidades dos beneficiários.

Quadro 11.5 – Avaliação da iniciativa social para a Comunidade

Afirmações Iniciativa está adequada à comunidade onde se vai inserir?

Iniciativa tem efeitos de rede fortes sobre a comunidade? Iniciativa ajuda a resolver um problema prioritário da comunidade?

Existe na mesma comunidade iniciativas semelhantes?

Comunidade está informada sobre o problema social? Outras questões pertinentes sobre a Comunidade Total

Fonte: elaboração própria Impacto +1 +1 +1 +1 +2

+6

Quadro 11.6 – Avaliação da iniciativa social para Potenciais Beneficiários

Afirmações Iniciativa está adequada às necessidades dos beneficiários?

Número de potenciais beneficiários é elevado?

Podemos satisfazer necessidades adicionais dos beneficiários?

Outras questões pertinentes sobre os potenciais beneficiários Total Impacto +2 +1 +1

+4

Fonte: elaboração própria

Quadro 11.7 – Avaliação da iniciativa social para Potenciais Stakeholders

Afirmações Problema social é frequentemente abordado na comunicação social? Problema social é relevante para a sociedade em geral? Existem figuras públicas que possam ser o rosto da iniciativa social?

Iniciativa é suficientemente importante para mobilizar stakeholders nacionais? Iniciativa é suficientemente importante para mobilizar stakeholders regionais? Iniciativa é suficientemente importante para mobilizar stakeholders locais? Outras questões pertinentes sobre os stakeholders Total

Fonte: elaboração própria Impacto +2 +1 +1 -1 +1 +1

+5

Quadro 11.8 – Avaliação da iniciativa social em relação a Outras Organizações Sociais Concorrentes

Afirmações Outras organizações sociais já oferecem serviços semelhantes ao nível nacional?

Outras organizações sociais já oferecem serviços semelhantes ao nível regional?

Outras organizações sociais já oferecem serviços semelhantes ao nível local?

Podemos criar uma delegação de uma organização social já existente ao nível internacional? Podemos criar uma delegação de uma organização social já existente ao nível nacional? Outras questões pertinentes sobre a concorrência de outras organizações sociais Total

Fonte: elaboração própria Impacto -1 +1 +1 -1

+1

+1

Quadro 11.9 – Avaliação global do ambiente de tarefa projeto Refugee

Componentes Comunidade Beneficiários

Stakeholders Outras Organizações Sociais Total

Fonte: elaboração própria Pontuação +5 +4 +6 +1 +16

A avaliação dos recursos e competências necessários ao projeto, conjugado com o resultado da análise ambiental previamente efetuada permitiu reconhecer os pontos fracos e fortes, a as ameaças e oportunidades, tal como se sistematiza na análise SWOT (quadro 11.10).

Quadro 11.10 – Projeto Refugee: análise SWOT

Pontos fortes Pontos fracos

Combinação de diferentes abordagens metodológicas na formação Práticas de integração assentes na proximidade e interação Equipa capacitada e multidisciplinar Equipa motivada Inexistência de edifício próprio Organização recente, ainda pouco conhecida no mercado Dificuldades na criação de fontes de rendimento, em virtude da situação de fragilidade do público-alvo

Ameaças

Baixa capacidade financeira da população migrante Maior taxa de desemprego em populações mais desfavorecidas (onde se inclui a população migrante) Alguma discriminação que ainda existe relativamente à população migrante por parte da sociedade em geral e entidades empregadoras em Portugal Situação de aproveitamento das fragilidades da população refugiada por parte de algumas entidades empregadoras Número de refugiados em crescimento Oportunidades

Baixa taxa de desemprego na economia Portuguesa e dificuldade de contratação de pessoas em alguns setores de atividade Instrumentos financeiros no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030 Recetividade da população Portuguesa para o acolhimento de outras populações Maior sensibilidade por parte da comunidade Portuguesa para os problemas associados à situação de refúgio Acessibilidade de tecnologias da informação e comunicação Forte predisposição da população refugiada e local para o uso de tecnologias Existência de algumas instituições que trabalham no âmbito da população refugiada

Fonte: elaboração própria

Tendo em conta a análise realizada, definiram-se os seguintes objetivos específicos para os diferentes eixos estratégicos definidos.

Objetivos para a área de intervenção: – facilitar o processo de integração das pessoas em situação de refúgio; – criar programas de formação, de acordo com o perfil dos refugiados e necessidades locais; – criar programas de parcerias com outras organizações sociais, para complemento das respostas existentes; – criar uma plataforma de networking entre pares e com a comunidade local; – criar um bolsa de emprego para a população refugiada .

Objetivos para a área de comunicação: – criação de materiais e ações de comunicação para a comunidade local; – criação de materais e ações de comunicação com as entidades empregadoras locais; – aumento da notoriedade do projeto Refugee.

Objetivos para a área financeira: – identificação de novas fontes de financiamento; – criação de novas fontes de geração de receitas; – promoção de ações de captação de fundos junto da sociedade civil. De seguida apresentam-se os objetivos específicos e ações a desenvolver para o próximo triénio.

Quadro 11.11 – Objetivos estratégicos, específicos e ações do projeto Refugee

Objetivos estratégicos 1. Facilitar o processo de integração das pessoas em situação de refúgio 1.1 Aumentar o conhecimento linguístico das pessoas em situação de refúgio

Objetivos específicos Ações 1.1.1 Desenvolvimento de workshops de introdução à língua portuguesa 1.1.2 Criação e distribuição de materiais pedagógicos 1.1.3 Identificação de mentores nativos para acompanhamento de refugiados

1.2 Aumentar o conhecimento da cultura Portuguesa

1.2.1 Criação de ações de formação sobre a cultura Portuguesa 1.2.2 Dinamização de ações de socialização com a população local, para partilha de experiências e cultura 1.2.3 Fomentar o contacto com refugiados do país de origem que se encontram há mais tempo em Portugal 1.3 Apoio legal à integração 1.3.1 Criação de um manual de apoio a questões legais 1.3.2 Criação de uma rede de contactos com outras entidades da economia social que lidam com esta temática

Fonte: elaboração própria

11.5 Desenvolvimento da resposta ao problema social: recursos, atividades e parcerias-chave

De modo a desenvolver a estratégia social, o projeto Refugee necessita de um conjunto de colaboradores qualificados e sensibilizados para a temática da população refugiada .

No quadro 11.12 identificam-se as principais necessidades em termos de recursos humanos, bem como as principais atribuições e competências necessárias para cada um dos cargos envolvidos. O projeto necessita de um diretor geral, formadores, um técnico administrativo, um técnico de recursos humanos e um psicólogo.

Quadro 11.12 – Análise de cargos projeto Refugee

Nome do cargo Principais atribuições Competências e conhecimentos necessários # ocupantes a considerar

Diretor geral

Formadores Coordenação das operações e ligação com as empresas parceiras

Realização das ações de formação

Administrativo Organização de eventos Gestão de contactos com o público-alvo Receção e acompanhamento Gestão de pagamentos e recebimentos Realização das compras dos materiais necessários Criação de conteúdos para a plataforma

Técnico de recursos humanos Gestão e apoio na inserção no mercado de trabalho

Psicólogo Consultas de acompanhamento Conhecimentos na área da gestão; boa capacidade de persuasão e comunicação; empatia e energia; dinamismo e proatividade; capacidade de liderança Curso de formação de formadores; boa fluência verbal; dinamismo; sentido de organização; motivado e empenhado Formação na área da contabilidade ou gestão. Bons conhecimentos de informática na ótica do utilizador.

Pessoa metódica e organizada. Boa capacidade de relacionamento interpessoal

Conhecimentos na área de recursos humanos, capacidade de motivação; liderança; conhecimentos de gestão, planeamento e organização Capacidade de colocação no lugar do outro, sentido de respeito e interajuda; capacidade de escuta e motivação

Fonte: elaboração própria 1

4

1

1

1

O projeto Refugee contará com a participação de colaboradores remunerados e voluntários . Haverá um plano de acolhimento e integração de novos voluntários, que será desenvolvido antes do início do voluntariado. Periodicamente serão desenvolvidas ações de formação para os colaboradores remunerados ou voluntários . Serão desenvolvidas estratégias de motivação, de modo a reduzir a taxa de rotatividade de voluntários e colaboradores no projeto. Nessas estratégias incluem-se a criação

de um bom ambiente de trabalho, criação de projetos desafiadores e a criação de um sistema de benefícios, conseguido através dos parceiros da associação. A associação procederá à avaliação de desempenho de forma anual .

No quadro 11.13 avaliam-se os recursos em função da sua importância crítica para o desenvolvimento do projeto. Destacam-se pela sua relevância, para além dos recursos humanos, a plataforma digital a criar e os materiais pedagógicos.

Quadro 11.13 - Quadro de avaliação dos recursos, projeto Refugee

Psicólogo Formadores Recurso

Administrativo Valor Raridade Inimitabilidade Organizacional Total 1 0 1 1 3

1 0 1 1 3

1 0 1 1 3

Diretor geral

1 0 Técnico de recursos humanos 1 0 Computadores/ tv’s + internet + projetor

Espaço físico Materiais (móveis, material de escritório) Doações Materiais pedagógicos Plataforma digital (app) 1 0

1 1

1 0

1 0 1 1 1 1 1 1

1

0

0

0 0 1 1 1

0

1

1

1 1 1 3 3

2

3

2

2 3 4

Fonte: elaboração própria

No quadro 11.14 sistematizam-se as características pretendidas pela Refugee para cada um dos recursos críticos identificados, bem como a estratégia para a sua aquisição e manutenção.

Quadro 11.14 - Quadro de caracterização dos recursos críticos para o projeto Refugee

Recurso crítico Caraterísticas Fonte Manutenção Humanos (psicólogo, formadores, diretor geral e técnico de recuros humanos) Competência e capacidade de trabalho Empatia Parcerias/própria Confiança nas parcerias Pagamento de salário criação de elevados níveis de motivação

Tecnológicos (computadores, projetores, telas e internet) Capacidade de processamento, resistência, fiabilidade e facilidade de uso Parcerias/própria Recurso a empresas externas e respetivo pagamento

Espaço físico Acessibilidade, área disponível e ambiente acolhedor Parceria Reconhecimento do Parceiro, envolvimento dos refugiados na atividade local

Materiais pedagógicos

Plataforma Rigor técnico, fácil compreensão, ser apelativo

Facilidade de uso, interatividade e confiabilidade Própria Formação e motivação dos colaboradores

Próprios/Parceiros Reconhecimento e divulgação do parceiro; produção de conteúdos pelos colaboradores do projeto

Fonte: elaboração própria

O desenvolvimento de parcerias e acordos de cooperação revelar-se-á fundamental para a implementação da estratégia social. Serão envolvidos vários stakeholders tais como os próprios utentes, entidades e empresas locais, outras organizações sociais e universidades, que contribuirão para a mobilização de recursos e desenvolvimento de atividades (quadro 11.15).

Os utentes da associação serão envolvidos no desenvolvimento de atividades de formação e integração, bem como na criação de produtos a disponibilizar pela associação em eventos com a comunidade.

Quadro 11.15 – Papel dos stakeholders na atividade do projeto Refugee

Tipo de stakeholder Recurso Atividade Contrapartida

Refugiados, utentes da associação

Refugiados, utentes da associação Beneficiários: Refugiados mais integrados Horas de trabalho Participação na manutenção e organização do espaço Horas de trabalho Criação de produtos de merchandising

Conhecimento Atividades de acolhimento e integração na vida social

Reconhecimento e atribuição de benefícios

Reconhecimento e atribuição de benefícios Reconhecimento

Financiador 1 Financeiro Financiamento Reconhecimento

Mecenas 1 Equipamentos seminovos

Doação de equipamentos Junta de freguesia Cedência de espaço Fornecimento de recursos

Empresa na área da saúde X Psicólogo

Diagnóstico de necessidades e desenvolvimento de plano individual de intervenção; Apoio psicológico Reconhecimento e divulgação

Líder da comunidade 1 Conhecimento Participação em formações/reuniões

Líder da comunidade 2 Networking

Angariação de empresas/parcerias Reconhecimento e divulgação Reconhecimento e divulgação

Pro bono, reconhecimento Pro bono, reconhecimento

Organização social x Disponibilização de colaboradores

Universidade/Centro de investigação Conhecimento/Software para desenvolvimento da plataforma Consultoria Reconhecimento e divulgação

Construção da plataforma Reconhecimento, atividade de enriquecimento extracurricular

Fonte: elaboração própria

11.6 Estratégia de comunicação

O projeto Refugee lida com um conjunto diversificado de stakeholders . Para aumentar a sua capacidade de intervenção, a Refugee adotará uma estratégia consistente e adequada às características dos diferentes stakeholders. No quadro seguinte (quadro 11.16) sistematizam-se as mensagem-chave a endereçar a cada um dos grupos de stakeholders .

Quadro 11.16 – Mensagem-chave na estratégia de comunicação do projeto Refugee

Público-Alvo

Beneficiários Mensagem chave Aqui não estará sozinho Aqui, em conjunto, formamos cidadãos mais preparados para a vida.

Voluntários Seja mais solidário, pratique o bem, face alguém feliz! Tente mudar o mundo, seja voluntário!

Familiares Juntos seremos mais fortes, juntos seremos família. Doadores/financiadores Transforme o mundo num mundo melhor. O contributo permitirá transformar a vida de alguém. Estagiários O mais nobre próximo. projeto que podemos executar é ajudando o

Entidades empregadoras Dê uma nova oportunidade de vida a alguém. Construa uma empresa mais inclusiva e diversificada. Outras organizações sociais Crie pontes para a construção de um mundo melhor.

Universidades e centros de investigação Use o conhecimento para a construção de um mundo melhor.

Fonte: elaboração própria

A estratégia de comunicação será importante para assegurar o envolvimento dos stakholders e reforçar a notoriedade do projeto social. Será especialmente importante para os beneficiários (refugiados), para os persuadir a juntar-se à iniciativa e começar o programa de socialização e capacitação, com vista à integração plena no mercado de trabalho. A estratégia de comunicação será ainda relevante para a mobilização de recursos, em particular voluntários e donativos, bem como entidades empregadoras . Esta estratégia será também importante para a sensibilização dos empregadores em relação aos benefícios que a integração de refugiados nas suas equipas trabalho é capaz de trazer, bem como para a própria empresa e a sociedade. Importará ainda sensibilizar outras organizações sociais para a relevância da cooperação que pode ser estabelecida entre instituições .

Tendo em conta os objetivos definidos para a estratégia de comunicação, pretendem-se utilizar as seguintes ações de comunicação (quadro 11.17).

Quadro 11.17– Definição de objetivos para diferentes ações de comunicação

Ações de comunicação Construção do website do projeto

Search Engine Marketing do website e referenciação Presença nas redes sociais (página no Facebook, Linkedin e Instagram) Objetivos Finalização do website até ao final do 1.º trimestre do projeto

Alcançar 500 visitantes durante o primeiro ano do projeto

Alcançar 500 seguidores em cada uma das redes sociais durante o 1.º ano Criar uma publicação por semana em cada uma das plataformas

Criação de uma aplicação (APP) Alcançar 100 pessoas (refugiados e locais) que adiram à aplicação

Criação e distribuição de flyers Criar um flyer com apresentação do projeto até ao 1.º trimestre Distribuição de 50 flyers por mês Criação de eventos para angariação de fundos Criação de um evento por semestre 50 participantes em cada um dos eventos

Evento de capitalização de voluntários junto de universidades

A realizar anualmente Mobilizar dois novos voluntários por ano Reuniões com entidades empregadoras Pesquisa de 10 entidades por semana para potencial celebração de parceria Realização de 10 reuniões por mês

E-mail marketing Criação de newsletter trimestral Envio da newsletter a 200 pessoas

Presença na comunicação social Presença num meio de comunicação social no primeiro ano do projeto, para dar a conhecer a missão do projeto e atividades realizadas

Fonte: elaboração própria

Os meios de comunicação acima identificados permitirão dar a conhecer a atividade realizada pela organização junto dos principais stakeholders. Para além disso, no âmbito da sua estratégia de transparência e prestação de contas, o projeto elaborará um relatório de atividades anual, que será publicado no website e nas redes sociais .

11.7 Considerações financeiras

A sustentabilidade financeira do projeto Refugee será assegurada através de uma estratégia diversificada de fontes de geração de rendimento. De referir, em primeiro lugar, a comissão a cobrar a entidades empregadoras, aquando da contratação de um colaborador capacitado pela organização. No primeiro ano a comissão por cada processo de recrutamento bem-sucedido será de 80 euros, esperando-se conseguir a colocação de 5 refugiados por mês. Espera-se, ainda, no decorrer do projeto conseguir aumentar a comissão a cobrar até ao valor de 100 euros, bem como o número de refugiados colocados no mercado de trabalho através da ação Refugee.

Os associados (refugiados, recentes e já instaladas em Portugal, mas que pertencem à rede construída no âmbito do projeto) pagarão uma quota anual, ainda

que de cariz simbólico (10€). No primeiro ano espera-se ter 50 associados e até ao final do 5.º ano do projeto 220. Os eventos a realizar, para além de visarem a aproximação da comunidade refugiada à comunidade local, permitirão a venda de produtos conseguida pelos utentes da associação (refugiados) no âmbito das ações de formação e integração. Estas incluem, entre outros, os produtos de artesanato e de merchandising produzidos. Estima-se que o preço médio de venda de cada item seja de 15 euros. No primeiro ano espera-se vender uma média de 15 unidades por mês. Com a evolução do projeto estima-se que o número de unidades vendidas aumente, tal como sistematizado no quadro 11.18.

Para além disso, pretende-se mobilizar recursos através de donativos de particulares e de empresas, bem como apoios por parte do município onde a associação se localiza, que será especialmente relevante nos primeiros anos do projeto Refugee.

Quadro 11.18 – Estimativa de rendimentos do projeto

Fonte: folha Excel dos autores

Em termos de custos operacionais do projeto (quadro 11.19), destacam-se como principais rubricas os custos com eletricidade e energia, que se estimam em cerca de 50 euros e 30 euros mensais, respetivamente. A taxa média de aumento de custos espera-se que seja de 3% ao ano. Será ainda de considerar custos médios com materiais de escritório em cerca de 30 euros mensais.

Os produtos a disponibilizar pelos beneficiários no âmbito das ações de formação e integração e a comercializar pela associação terão uma margem bruta de 80%.

Em termos de recursos humanos, tendo em conta a natureza do projeto e a baixa capacidade financeira dos seus beneficiários, haverá um recurso significativo ao voluntariado. Um dos formadores exercerá a sua atividade como colaborador remunerado, ocorrendo o mesmo com o colaborador que exerce funções administrativas. Prevê-se que o número de formadores necessários aumente com o decorrer do projeto, tal como sistematizado no quadro 11.20.

O diretor-geral desempenhará essa função a título pro bono. Pretende-se também que a remuneração do psicólogo seja suportada por uma entidade parceira, que no âmbito da sua estratégia de responsabilidade social corporativa disponibilize a título gratuito um profissional para o exercício de atividades no projeto Refugee, sempre que tal seja necessário.

Quadro 11.20 – Quantificação das necessidades de pessoal do projeto Refugee

Fonte: folha Excel dos autores

Os gastos totais com pessoal encontram-se sumariados no quadro 11.21.

Quadro 11.21 – Síntese de gastos com pessoal

Fonte: folha Excel dos autores

De referir que os colaboradores remunerados e voluntários, terão formação e seguro de trabalho ou de acidentes pessoais, no caso dos voluntários .

Em termos de investimentos necessários para o desenvolvimento do projeto, será de referir a aquisição de equipamento administrativo no 1.º ano do projeto (10.000 euros) e a aquisição de mais equipamento no quarto ano, em função do aumento de atividade no projeto (5.000 euros). Para além disso, será necessário equipamento básico, estimado em 1.500 euros, relacionado com os equipamentos necessários para o desenvolvimento das atividades, tais como de artesanato . Não haverá investimento em terrenos e edifícios, uma vez que se pretende obter o espaço através de uma parceria a celebrar com a Junta de Freguesia onde o projeto se implantará. A associação utilizará software de acesso livre (open source).

Quadro 11.22 – Investimentos necessários ao desenvolvimento do projeto Refugee

Fonte: folha Excel dos autores

No primeiro ano o projeto prevê necessidades líquidas de financiamento de cerca de 28.000 euros (quadro 11.23), decorrentes do investimento necessário (11.500 euros), dos resultados do exercício que se preveem ser negativos (-16.440,38) e da reserva de tesouraria a constituir (1%). Para suprir as necessidades financeiras pretende-se recorrer a um programa de financiamento público no valor de 20.000 euros, obter financiamento através de mecenas no valor 3.500 euros e lançar uma campanha de crowdfunding baseado no empréstimo no valor de 5.000 euros.

No 2.º ano do projeto, tendo em conta os resultados negativos obtidos com a atividade operacional do Refugee será necessário lançar uma nova campanha de crowdfunding no valor de 5.000 euros e recorrer a um pedido de financiamento através de mecenas e doadores no valor de 6.500 euros.

Quadro 11.23 – Necessidades e fontes de financiamento

3 500,00 € 20 000,00 € 6 500,00 €

5 000,00 € 5 000,00 € 1 000,00 €

Fonte: folha Excel dos autores

A partir do 3.º ano do projeto, já é possível sair da situação de resultados operacionais negativos (quadro 11.24). No entanto, no 4.º ano, tendo em conta o reforço do investimento em termos de equipamento administrativo, será necessário realizar uma campanha extra de obtenção de fundos através de donativos e mecenato nesse valor de 1 .000 euros .

A análise da demonstração dos resultados indica ainda o volume de rendimento que o projeto Refugee terá de alcançar de modo a que não tenha prejuízo. Assim, enquanto que, no 1.º ano, o volume de receitas estimado (18.000 euros) é inferior ao ponto crítico de vendas (37 320,00 euros), a partir do 3.º ano do projeto o volume de rendimentos a gerar através das diferentes fontes de rendimento será ligeiramente superior ao limiar mínimo definido, pelo que se espera alcançar a sustentabilidade operacional do projeto.

A partir do 3.º ano do projeto, já é possível sair da situação de resultados operacionais negativos (quadro 11.24). No entanto, no 4.º ano, tendo em conta o reforço do investimento em termos de equipamento administrativo, será necessário realizar uma campanha extra de obtenção de fundos através de donativos e mecenato nesse valor 1 .000 euros .

Quadro 11.24 – Demonstração dos resultados previsional do projeto Refugee

Fonte: folha Excel dos autores

Em termos de análise de risco, considera-se que os principais fatores a monitorizar serão o possível aumento dos custos com pessoal e fornecimentos e serviços externos (que poderão ser superiores ao orçamentado), uma menor adesão por parte dos refugiados a constituírem-se como associados da Refugee, bem como um menor volume de vendas de produtos nos eventos de fundraising a organizar pelo projeto (quadro 11.25).

Quadro 11.25 – Definição de cenários para o projeto Refugee

*Obs: As novas taxas de juro são de preenchimento obrigatório cb – Cenário-base

Fonte: folha Excel dos autores

As implicações financeiras desses riscos encontram-se refletidas no quadro 11.26.

Num cenário otimista, considera-se a possibilidade de aumento do volume de receitas, quer por via do aumento do volume de vendas de produtos nos eventos a promover pela associação, quer por via do aumento das quotas dos associados.

Quadro 11.26 – Projeção dos resultados financeiros do projeto Refugee para diferentes cenários

Fonte: folha Excel dos autores

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MANUAL DE GESTÃO E CRIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS

Susana Bernardino

Doutorada em Gestão pela Universidade Portucalense, desenvolveu funções de análise e controlo de risco no setor financeiro. Desde 2009, é docente no ISCAP na área de gestão, tendo lecionado unidades curriculares como empreendedorismo social, seminários de empreendedorismo, fundamentos de gestão, gestão das organizações, organização e gestão de empresas, gestão das operações e gestão de recursos humanos. É investigadora do CEOS.PP – Centro de Estudos Organizacionais e Sociais do Politécnico do Porto e desenvolve a sua investigação na área do empreendedorismo e empreendedorismo social, tendo participado em conferências e seminários sobre o tema e publicado diversos artigos científicos em revistas nacionais e internacionais.

José Freitas Santos

Doutorado em Ciências Económicas pela Universidade do Minho, atualmente exerce funções como Professor Coordenador Principal de Gestão no Politécnico do Porto (P. Porto) – Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), sendo também investigador do CEOS.PP – Centro de Estudos Organizacionais e Sociais. Os seus interesses de investigação incluem o empreendedorismo, a internacionalização, o desenvolvimento regional e o marketing digital. Para além da apresentação destes temas em várias conferências em Portugal e no estrangeiro, os seus artigos têm sido publicados em diversas revistas científicas nacionais e internacionais.

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