saramela revista quadrimestral da APAP
Sapodeunhanegra O príncipe encantado das dunas Invasoras Os visitantes permanentes
Guardarios O "F-1 6" das nossas massas de água Pedestrianismo PR - Mesa dos Quatro Abades NÚMERO 5 | OUTUBRO 2017
Editorial Esta saramela sai com meses de atraso devido a uma série de constrangimentos pessoais e profissionais que levaram à indisponibilidade dos seus membros. Este ano teremos apenas dois números da revista e não três, mas fica desde já a garantia que o próximo número, a sair em Dezembro, terá uma edição especial. Nesta quinta saramela temos o último artigo da secção do Pedestrianismo escrito pelo Raúl Costa. O Raúl lutava há algum tempo com uma doença a que não resistiu. A natureza perdeu um amante e nós perdemos demasiado cedo, um grande amigo e companheiro. Não obstante as condições de saúde, o Raúl tinha escrito o seu artigo para a edição de Abril e é sem alterações que o publicamos agora, não poderia ser de outra forma. Não vou escrever aqui um texto de homenagem, o Raúl era uma pessoa simples e discreta que não gostava dessas coisas. A melhor forma de homenagem é continuarmos a defender a nossa Paisagem Protegida. Até sempre Raúl! Pedro Martins Presidente da Assembleia Geral da APAP
ÍNDICE
saramela Revista da Associação Pé Ante Pé
4 Mensagem da Direcção 6 Sapo-de-unha-negra 1 0 Invasoras - os Visitantes Permanentes 1 4 Guarda-rios 1 6 Pedestrianismo 1 8 Referências Bibliográficas
Edição digital quadrimestral, gratuita Número 5 - Outubro de 201 7
Nesta edição: Foto de Capa: Guarda-rios (Alcedo atthis) © José Alves Textos: Pedro Andrade, Pedro Martins, Raúl Costa e Sidónio Silva
Fotos: José Alves, Pedro Andrade, Pedro Martins, Raúl Costa, Rui Andrade e Sidónio Silva
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Contactos: saramela.apap@gmail.com apeantepe@gmail.com
Com uma perspectiva conservacionista, a saramela escreve-se em português, não seguindo o novo acordo ortográfico. Os artigos representam a opinião dos seus autores e não necessáriamente a da APAP / saramela.
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Peneireiro (Falco tinnunculus) | Foto: Pedro Martins
Mensagem da Direcção
Foto: Pedro Andrade
Borrelho-grande-de-coleira (Charadrius hiaticula) Foto: Sidónio Silva
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O Raúl Costa era um apaixonado pela natureza e pelo pedestrianismo. Para além de sócio-fundador e actual Secretário da Direcção, o Raúl formou comigo e com o Albano Silva o grupo que deu o impulso inicial para a fundação da APAP. Não há palavras que descrevam a perda de um amigo, de um companheiro, mas fica a certeza de que continuaremos o trabalho e a missão da APAP. Sidónio Silva
Tarambola-dourada (Pluvialis apricaria) Foto: Pedro Martins
Caros Associados e Amigos, Sendo o Pedestrianismo uma das vertentes da APAP, a sua realização ao Ar livre está sujeita ao factor tempo, desta forma a APAP foi forçada a cancelar as duas primeiras Caminhadas do Ano, que viriam a ser efectuadas posteriormente. Até ao presente efectuámos já 1 0 caminhadas. A observação de aves é a actividade com mais regularidade da APAP, sendo realizada todos os primeiros Domingos do mês no Estuário do Rio Ave. Nestas observações, através do material óptico que a APAP coloca à disposição, são varias as espécies que podemos identificar e observar mais de perto, sempre com a ajuda de membros da Associação. Esta é uma actividade que continua a atrair inúmeras pessoas, desde, amantes da Natureza, amantes da fotografia, ou simples curiosos. De referir a observação especial efectuada no dia 2 de Setembro, como comemoração dos 60 anos da ROM. No âmbito da ciência do cidadão a APAP contribui, participando nos censos, projecto Noctua, dedicado as aves nocturnas e o Arenaria, dedicado as aves costeiras. A APAP participou também no censo Nacional da Águia Pesqueira com observação no Estuário e Rio Ave. O quarto objectivo dos cinco principais dos quais a associação Pé Ante Pé se rege, é a divulgação e educação ambiental, sendo a Paisagem Protegida o local de eleição. Neste âmbito a APAP tem desenvolvido varias actividades com escolas do primeiro ciclo e centro de estudos, mostrando a fauna e a flora existente nesta tão importante Área para as Aves e Anfíbios, criada pela mão do Dr. Santos Júnior em 1 957, assinalando este ano a passagem do sexagésimo aniversário da ROM, (Reserva Ornitológica de Mindelo). Renovando os votos participativos de Associados e Amigos nas actividades futuras, e incentivando o associativismo, contribuindo assim para o crescimento da Associação em beneficio da Natureza, associe-se! Sidónio Silva Presidente da Direcção da APAP
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Sapodeunhanegra
Pelobates cultripes
O nome deste sapo deve-se a um tubérculo que apresenta no metatarso, com a forma de uma unha preta. De dimensões relativamente grandes, geralmente de 6 a 1 0 cm, este é um anfíbio com actividade nocturna e muito adaptado a substratos arenosos, onde se enterra durante o dia. Facilmente identificável devido ao seu tamanho e grandes olhos proeminentes com pupila vertical e íris prateada ou dourada. Ao contrário de outros anfíbios, não são perceptíveis as glândulas parótidas e o tímpano. Os membros posteriores de cinco dedos apresentam membranas interdigitais bem desenvolvidas que lhe permitem nadar bem, ainda que passe a maior parte do ano afastado da água. 6 | saramela
Espécie muito tolerante à salinidade, na nossa Paisagem Protegida reproduz-se em charcos nas dunas. Como a sua reprodução é altamente dependente da precipitação, a época reprodutiva é muito variável e pode ocorrer deste o Outono até meados da Primavera. As suas larvas são as maiores das espécies de sapos que ocorrem em Portugal, podendo chegar aos 1 2 cm de comprimento!
Texto e Fotos - Pedro Martins
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Mocho-galego (Athene noctua) | Foto: JosĂŠ Alves
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Disponível em apeantepe@gmail.com
Pelo segundo ano consecutivo a APAP participou no Programa NOCTUA - Monitorização de Aves Nocturnas em Portugal, num projecto nacional promovido pela SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves. A amostragem do Concelho de Vila do Conde, numa quadrícula de 1 0x1 0 km, compreendeu três períodos: de 1 de Dezembro a 31 de Janeiro, de 1 de Março a 30 de Abril e de 1 de Maio a 1 5 de Junho. As espécies de aves nocturnas mais comuns em Vila do Conde são o Mocho-galego (Athene noctua), a Coruja-das-torres (Tyto alba), a Coruja-do-mato (Strix aluco) e no período estival o Noitibó-cinzento (Caprimulgus europaeus). saramela | 9
Invasoras Visitantes Permanentes Ao longo dos muitos milhões de anos nos quais existem seres vivos na Terra, estes propagaram-se pelos quatro cantos do nosso planeta, diversificando-se em inúmeras formas de vida (e no processo, extinguindo-se também muitos ramos da árvore da Vida). A capacidade de dispersão e colonização de novos locais que estes seres foram tendo varia consoante muitos factores: a disposição antiga das massas continentais e dos oceanos, o surgimento de novos territórios (como as ilhas oceânicas), a existência de barreiras (como rios, montanhas...) a abundância da espécie, a mobilidade que cada espécie possui (por exemplo, espécies de aves colonizam mais facilmente novos territórios do que espécies de répteis)V Algumas espécies beneficiam da “ajuda” de outras espécies para se dispersarem. É o caso de plantas que frutificam no final do Verão, como as silvas, que aproveitam a “boleia intestinal” das aves migradoras para dispersar as suas sementes (as aves por sua vez, beneficiam dos nutrientes que retiram das amoras). 10 | saramela
Embora exemplos como este nos indiquem que a natureza não é imutável, e que as comunidades de seres vivos e a distribuição das espécies que as constituem se vão alterar ao longo do tempo, estas alterações ocorrem quase sempre ao longo de um grande número de gerações, o que significa que o ecossistema como um todo se consegue moldar ao ritmo das mudanças. Nos últimos milénios, no entanto, uma espécie de hábitos nomádicos tem sido responsável pela rápida translocação de um número muito elevado de espécies, por vezes à escala global – estou a falar, como devem ter adivinhado, da nossa própria espécie. Seja por interesse económico, por lazer ou por mero acaso, a nossa capacidade de transportar seres vivos dos mais variados grupos de um lado ao outro do mundo tem tido consequências avassaladoras para um grande número de ecossistemas a nível mundial. Isto acontece porque um número relativamente reduzido das espécies que introduzimos têm uma capacidade desproporcional para se estabelecerem nos novos habitats, baseada numa ou mais características como tempos de
Foto: Pedro Andrade
A acácia-de-espigas (Acacia longifolia) é uma das várias espécies de acácias presentes em Portugal, retirando espaço a espécies vegetais nativas e “contaminando” o solo (têm a capacidade de fixar azoto no solo a níveis prejudiciais a outras plantas) | Foto: Pedro Andrade.
geração curtos, produção de muita descendência ou maior capacidade por competir pelos recursos disponíveis que as espécies nativas. O nosso cantinho vila-condense é, infelizmente, um bom exemplo disto. Apesar de ter uma grande diversidade de espécies vegetais, a Paisagem Protegida Regional do Litoral de Vila do Conde e Reserva Ornitológica de Mindelo (PPRLVCROM) alberga uma série de espécies não-nativas que se transformaram em alguns dos elementos mais visíveis da sua paisagem. Os eucaliptos (Eucalyptus globulus) são um excelente exemplo, como espécie de árvore com grande capacidade de crescimento, e por isso muito apetecível para a indústria da
celulose, mas que têm um grande impacto na disponibilidade de água e na perda de recursos e habitat para espécies de animais melhor adaptadas a conviver com árvores autóctones. Muitos dos mesmos problemas aplicam-se às também australianas acácias (Acacia spp.) que ocorrem no concelho, com a agravante de estas espécies serem competidoras bastante mais ferozes que os eucaliptos (nos acaciais mais densos dificilmente crescem outras espécies de plantas). Nas dunas de Mindelo e Árvore as acácias-deespigas (Acacia longifolia) são extremamente abundantes, assim como uma outra espécie de porte mais discreto mas igualmente ubíqua, o chorão-da-praia (Carpobrotus edulis). saramela | 11
Invasoras Visitantes Permanentes O Chorão e outras espécies suculentas do género Carpobrotus, originárias do continente africano, foram introduzidas por razões sobretudo ornamentais (as flores têm um aspecto bastante vistoso), mas no ambiente dunar formam um manto quase impenetrável por outras espécies. Outras espécies vegetais exóticas com características invasoras que são comuns na PPRLVCROM incluem a erva-das-pampas (Cortaderia selloana), a erva-da-fortuna (Tradescantia fluminensis) e a cana (Arundo donax).
Bonito mas problemático: as dunas da paisagem protegida estão repletas de chorão-da-praia (Carpobrotus edulis), uma planta introduzida para fins ornamentais mas que rapidamente tomou conta do litoral do país. | Foto: Pedro Andrade.
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A formiga-argentina (Linepithema humile) compete com formigas não-nativas nas várias regiões do mundo onde foi introduzida, incluindo os países da bacia Mediterrânica. | Foto: Rui Andrade.
Apesar de as plantas serem a face mais visível deste problema, também nos animais encontramos exemplos de espécies que aproveitaram a “boleia humana” para viajaram de uma origem longínqua para perto de nós. Uma pequena espécie que poderá vir a ter grandes impactos, sobretudo em espécies de insectos, é a formiga-argentina (Linepithema humile), que tem causado problemas um pouco por todo o mundo (a sua área de distribuição original restringe-se a uma parte da América do Sul) por competição directa com espécies de formigas nativas.
Viuvinha-bico-de-lacre (Vidua macroura) Foto: José Alves
Lidar com o problema das invasões biológicas não é nada simples. Em primeiro lugar, é preciso que as pessoas saibam que isto é de facto um problema, o que nem sempre é fácil, demonstrado pelo facto de o mercado (sem contar com o ilegal) de espécies exóticas ser um negócio de milhões – à semelhança do que
já se passava no século XIX, a beleza estética de muitas espécies ainda ultrapassa qualquer preocupação que a sociedade tenha com os custos ambientais, económicos e culturais de lidar com a potencial invasão. No geral, podemos dizer que a estratégia de combate passa por três grandes fases. A fase ideal, para a qual devemos caminhar como sociedade mas que é por enquanto mais utópica, é a de prevenção, impedir sequer que espécies exóticas com potencial invasor entrem no nosso território (quer educando as pessoas para isto quer criando leis específicas que o regulamentem). Falhando esta primeira linha de defesa, podemos ainda agir precocemente, detectando os primeiros focos de uma invasão e removendo esses indivíduos (desde a introdução até à espécie se tornar um problema decorre algum tempo que cria uma janela de oportunidade para a acção). Numa fase mais avançada (o caso das espécies que fui referindo acima) na qual a espécie invasora já se encontra disseminada resta-nos apenas pensar na gestão, passando sobretudo pela erradicação ou controlo do problema, nesta fase já com elevados custos e pouca possibilidade de sucesso...
Foto: Pedro Andrade
Um exemplo de um vertebrado que se tem expandido muito rapidamente no nosso território é o bico-de-lacre (Estrilda astrild), uma pequena ave originária do continente africano que foi trazida, como muitas outras espécies de aves, pela sua beleza (tem uma plumagem malhada com bico e faces vermelhas), mas para a qual vários indivíduos encontraram meio de fugir do cativeiro e estabelecer populações reprodutoras. É também o caso dos tecelões Ploceus melanocephalus e Euplectes afer, e mais recentemente da Viuvinha-bico-de-lacre.
Texto - Pedro Andrade
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GuardaÂrios Alcedo atthis
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Martim-pescador, Pica-peixe, Chasco-de-rego, Juiz-do-rio, são alguns dos 25 nomes comuns pelos quais é conhecido o Guarda-rios. Ave inconfundível pela sua silhueta com bico proporcionalmente longo e em forma de punhal, assim como pela sua cor, de tons laranja no peito e ventre, contrastantes com o intenso azul do dorso e asas. O Guarda-rios é uma verdadeira flecha nos seus voos rasantes sobre a água. Tendo uma capacidade de mergulho impressionante, para capturar as suas presas aquáticas como peixes, crustáceos, anfíbios, entre outros, a sua estratégia habitual passa por estar imóvel num poleiro sobre a água, a partir do qual detecta as suas presas e de onde efectua os espectaculares mergulhos. Por vezes também pode pairar no ar enquanto observa uma potencial presa. Para a reprodução o Guarda-rios escolhe sobretudo pequenos rios ricos em peixe e com margens vegetadas e arenosas, onde escava um ninho em forma de túnel com alguns metros e uma câmara onde deposita os ovos sobre um amontoado de espinhas de peixe. Texto - Pedro Martins Fotos - José Alves
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Pedestrianismo
PR Percurso da Mesa dos Quatro Abades Este PR decorre entre o Lugar da Vacariça, na freguesia de Refóios do Lima, e a aldeia de Vilar do Monte. Começamos então o nosso percurso no Lugar da Vacariça por um caminho empedrado, subimos este caminho contornando o lugar deixando para trás os campos para entramos numa zona de floresta. Seguindo por uma estrada florestal podemos contemplar a magnifica paisagem que nos rodeia: as chãs (sempre cultivadas) e o maciço granítico da Serra d’Arga. À nossa direita surge um parque de maneio para os cavalos de raça Garrana. São uns cercados que servem para o controle destes animais que vivem em estado semi-selvagem.
Ficha Técnica Tipologia: Pequena Rota Circular Localização: Refóios do Lima Início/Fim : Lugar da Vacariça Distância: 11 Km Grau de Difilculdade: Fácil/Médio
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Deixamos para trás a floresta de coníferas e folhosas, para entrar noutra mancha florestal onde predominam as faias, cuja densa folhagem esconde a Lagoa dos Salgueiros Gordos. Abandonamos a Lagoa para começar a descer gradualmente até à aldeia de montanha de Vilar do Monte, onde os campos cercados por muros de pedra solta predominam. O nosso caminho vai desembocar num trilho empedrado que nos conduz até à estrada alcatroada que atravessa o centro da aldeia. Continuamos pela estrada para, a poucos metros, seguirmos até à Mesa dos Quatro Abades - uma mesa de granito ladeada por quatro bancos também em pedra, cada um assente no território de cada freguesia: Calheiros, Bárrio, Cepões e Vilar do Monte. Nesses bancos os representantes de cada paróquia sentavam-se para debater e resolver os mais diversos assuntos, consultando os fiéis que se encontravam ao seu redor. Regressamos novamente à estrada para descermos uns metros. Seguidamente, subimos por um caminho íngreme que nos leva até à estrada florestal, para alcançarmos o Miradouro da Vacariça. Depois de admirar a mais antiga Vila de Portugal regressamos novamente à estrada florestal, começamos a descer até onde teve início o nosso percurso, Lugar da Vacariça. Não aconselho a percorrer este PR em dias de nevoeiro pois a sinalização por vezes é difícil de encontrar. Existem bifurcações em que é muito fácil ir pelo caminho errado, por essa razão muita atenção às marcações (um GPS é sempre útil). Boas caminhadas, até à próxima.
Texto e Fotos - Raúl Costa
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Referências Bibliográficas
- Almeida, N. Ferrand et all. Anfíbios e Répteis de Portugal. Guias FAPAS. 2001 . - Batalha, H. R., Ramos, J. A., & Cardoso, G. C. (201 3). A successful avian invasion occupies a marginal ecological niche. Acta oecologica, 49, 92-98. - Cabral, M.J. et al. 2006. Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa, Portugal. - Marchante, H., Morais, M., Freitas, H. & Marchante, E. (201 4). Guia prático para a identificação de plantas invasoras em Portugal. Imprensa da Universidade de Coimbra, 207 pp. - Mullarney, K., Svensson, L., Zetterström, D. & Grant, P. J. (2003). Guia de Aves. Assírio & Alvim, Lisboa. 400pp. - Portal Aves de Portugal. Disponível em avesdeportugal.info - Simberloff, D., Martin, J. L., Genovesi, P., Maris, V., Wardle, D. A., Aronson, J., ... & Vilà, M. (201 3). Impacts of biological invasions: what's what and the way forward. Trends in ecology & evolution, 28(1 ), 58-66. - Suarez, A. V., Holway, D. A., & Case, T. J. (2001 ). Patterns of spread in biological invasions dominated by long-distance jump dispersal: insights from Argentine ants. Proceedings of the National Academy of Sciences, 98(3), 1 095-11 00. 18 | saramela
Observação de aves no Estuário ou na ROM sempre ao primeiro Domingo do mês!
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