Revista Sarau Subúrbio edição de dezembro de 2019

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EXPEDIENTE Edição: V. 2, n. 11 - dezembro de 2019 Periodicidade: mensal

Revisão: a revisão dos textos é feita pelo próprio autor, não sofrendo alteração pela revista (a não ser tão-somente quanto à correção de erros materiais). Diagramação: Marcelo Bizar Capa: concepção de Marcelo Bizar e Marco Trindade; Arte e Grafismo: Marcelo Bizar Distribuição: A distribuição da Revista Sarau Subúrbio é online e totalmente gratuita. Plataformas de leitura: https://revistasarausuburbio.com.br, ISSUU e Calamèo. Notas importantes: A Revista Sarau Subúrbio é uma publicação totalmente gratuita, sem fins lucrativos. Não contamos com patrocínio de qualquer natureza. Nosso objetivo, em linhas gerais, é servir de instrumento para que os artistas que não possuem espaço de divulgação nas mídias tradicionais possam apresentar seus trabalhos, nas mais variadas formas, seja na literatura, na música, no cinema, no teatro ou quaisquer outras vertentes artísticas, sempre de forma livre e independente. Todos os direitos autorais estão reservados aos respectivos escritores que cederam seus textos apenas para divulgação através da Revista Sarau Subúrbio de forma gratuita, bem como a responsabilidade pelo conteúdo de cada texto é exclusiva de seus autores e tal conteúdo não reflete necessariamente a opinião da revista. Editores Responsáveis: Marcelo Bizar e Marco Trindade Conselho editorial: Ana Cristina da Silva, Leonardo Bruno, Marcelo Bizar, Marco Trindade e Silvio Marcelo. Contato: sarausuburbio@gmail.com


EDITORIAL Vamo que vamo, moçada, aos trancos e barrancos sobrevivemos ao ano de 2019, apesar do cenário totalmente adverso para a cultura, estamos mais vivos do que nunca, chegamos à derradeira edição do ano. Antes de mais nada, gostaríamos de agradecer a todos e todas, que continuam colaborando direta e indiretamente com a Revista Sarau Subúrbio, principalmente nossos maiores incentivadores, que são nossos leitores. Não deixem de nos escrever, enviando sugestões, dicas, críticas, pois só assim nossa Revista se aperfeiçoará. Desejamos um 2020 de muita paz, amor, poesia, música, e se possível que todos nós possamos voltar a sonhar com um bom bife à cavalo. Até o ano que vem, uma ótima leitura!

O Rancho da Goiabada ( J o ã o Bo s c o e A l d i r Bl a n c )

Os bóias-frias quando tomam umas biritas Espantando a tristeza Sonham , com bife à cavalo, batata frita E a sobremesa É goiabada cascão, com muito queijo, depois café Cigarro e o beijo de uma mulata chamada Leonor, ou Dagmar Amar, um rádio de pilha um fogão jacaré a marmita O domingo no bar, onde tantos iguais se reúnem Contando mentiras prá poder suportar aí, São pais de santos, paus de arara, são passistas São flagelados, são pingentes, balconistas Palhaços, marcianos, canibais, lírios pirados Dançando, dormindo de olhos abertos À sombra da alegoria Dos faraós embalsamados


SUMÁRIO 02 03 04 05 07 09 10 11 13 14 15 16

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EXPEDIENTE EDITORIAL SUMÁRIO O HAITI É AQUI RETROSPECTIVA NATAL!! LA BAKER NO BRASIL O SAMBA AGONIZA MAS NÃO MORRE POETAS DA RESISTÊNCIA UM LUGAR NO SUBÚRBIO ESTANTE SUBURBANA VITROLINHA SUBURBANA

ALUMBRAMENTO PAPAI NOEL VEM PELA LAJE CARAVELAS & APARECIDA HELENA E SEU BALÉ UM DIA ESPECIAL GUERRA HÍBRIDA PETY, UM ROMANCE DA SÉRIE SONHAR NÃO CUSTA NADA 01 MENTES, SEM SOLUÇÃO A TEMPOSIÇÃO DAS ALMAS ÍNCUBAS - A FORÇA ENERGÉTICO-PENSATIVOIMAGINATIVA 33 - BLOG DO TIZIU


" O H A IT I É A Q U I" A relação das polícias com os menos afortunados nunca mesmo transcorreram de um modo satisfatório, e isso é antigo, muito antigo mesmo, talvez antes do tempo do major Miguel Nunes Vidigal (1745-1843), retratado por Manuel Antônio de Almeida em "Memórias de Um Sargento de Milícias" -- romance de jocoso e refinado humor. Se considerarmos a relação polícia-cidadão no Subúrbio, a coisa piora largamente. Conheci, por exemplo, um policial que, segundo alguém me comentou um dia, dissera que não gostava de trabalhar na Zona Sul porque lá não podia bater nas pessoas, ao contrário do que acontecia (e acontece) nos bairros do Subúrbio do Rio. No início da minha adolescência, ainda aos treze anos, num domingo de Festa da Penha, aproveitei o comércio fechado para treinar cobertura de barreira humana, chutando uma bola Pelé e encobrindo uma barreira invisível para a esfera morrer à meia altura ou no piso da porta da loja. Todos sabem que mais leve que bola Pelé talvez nem mesmo bola de isopor. Mal fazia barulho. Mas o meu azar é que, após uma das batidas na porta de ferro, minha bola rolou pela calçada e foi indo devagar, bem devagar e ficou encostada na roda de um camburão da polícia civil. Andei até ela e me agachei pra pegá-la, quando um troglodita alto, forte e moreno colocou o dedo em riste e impôs com um semblante ameaçador: -- Deixa! O desgraçado deve estar hoje espancando e torturando recém-chegados no Inferno, mas eu fiquei sem a bola. Saí, frustrado e silente. Minha bola fora roubada por um policial. Era 1971, o regime militar ia de vento em popa, e os militares, os paramilitares (havia o Comando de Caça ao Comunista) e as polícias exerciam a repressão, a prisão, a tortura e o extermínio dos opositores. Aqueles grupos tinham uma força inimaginável e impressionante. Arranjar uma confusão com um militar, policial ou alcaguete era passaporte para o Inferno, fosse o inferno em vida ou em morte. Agora vêm esses babacas alienados dizer que o Bozonaro tá certo em querer aprovar a lei da G.L.O. (garantia da lei e da ordem) contra as manifestações públicas, dando poderes excepcionais aos PMs, civis e membros das forças armadas que mencionei: é a própria volta do AI-5, só que agora com outra nomenclatura. Fico embasbacado de ver cidadãos (que cidadãos, se no Brasil não há cidadania senão para os ricos!?) suburbanos defenderem a oficialização desse tipo de crime. Eles pensam que, por bolsonaristas, são "amigos do rei". Permitam-me a observação sincera e bem colocada: eles tão fodidos (!), se pensam assim.


Quando a polícia resolver prender por nada e descer o porrete, muitos vão ficar fraturados, aleijados e até mortos._ O arremedo de presidente Jair Bolsonaro não estará presente, não, pra defendê-los e poupá-los._ Se presenciasse as arbitrariedades, até ordenaria: "Desce mais porrada nesse filho da puta!" A Região suburbana é predominantemente pobre, não é respeitada quando recorre aos transportes coletivos, quando precisa explicar-se ou argumentar com um policial -- pois tem diante de si homens armados e convertidos em donos da verdade, dispostos a tudo para fazerem o que lhes dê na telha, ainda que a conversa tenha de conduzir o inquirido ao funeral. A autoridade policial nos subúrbios cresce, robustece em demasia, e os profissionais dessa força tornam-se imunes e senhores da verdade diante de um pobre, que só vive na Zona sul se for indigente ou morador de comunidade, estando sujeito às leis do tráfico em sua periferia ou a ser incendiado vivo nas sarjetas. Não é fácil, em suma, para um suburbano ser investigado ou interrogado por um 'meganha", principalmente quando o poder central é exercido por um tirano ignorante, perverso, destrutivo e pernicioso como Bolsonaro._ Tamanha a sabedoria de Caetano e Gil: "O Haiti é aqui". Sempre foi, _nunca deixará de ser.

Ba r ã o d a M a t a


RETROSPECTIVA Aproxima-se o final de mais um ano, agradeço ao Pai Maior por tudo. Independentemente de seu plano, sinto-me um sujeito sortudo pois, a olhar para meus botões, percebo que tenho tutano e também, colhões. Sem querer ser ufano!... Diante de um país em que as sedes dos poderes são verdadeiros covis de inescrupulosos seres que esvaziam nossos direitos, inflam nossos deveres e se alimentam deajeito para engordarem os seus haveres. A soerguer dos trancos, entontecido, me aprumei. Na beirada dos barrancos, bambo, me reequilibrei e segui dando tratos à bola, a jogar num fervoroso ferrolho, chutando e entrando de sola sem ao menos um piscar de olho. No final, não ganhei! Perdi de muito pouco no balanço que fechei. Mas comemorei feito um louco! Porém, logo uma mágoa sobreveio ao me lembrar de muita gente, que também vive no maior aperreio, sem recurso e carente.


Gente que olha do fundo do poço, com os olhos da desesperança, sem acesso nem as cascas e os caroços, excessos de uma farta e festiva comilança na qual o legislativo e o executivo se esbaldam com gordas mamatas referendadas por um judiciário permissivo chegado a nefastas negociatas. E nesse democrático modelo, enganados por mentirosas bravatas, vivemos num constante pesadelo com nossos interesses entregue às baratas. Muita gente que não come, muita gente que não mora, muita gente que não labora e muita gente que some...

Kaju Filho


NATAL E o momento se renova Com a chegada do Natal De alegrias são os dias Que nós ansiosos aguardamos... E brindamos com magia Cada brilho que encontramos Espalhados por encanto Colorindo nossos sonhos... Os desejos são intensos E os olhares bem atentos Pondo em cada movimento Um bocado de emoção... Um carinho em cada gesto Algo muito especial Que sempre alimenta o amor Com esperança e união... Dando a cada coração Um alento sem igual Com afeto, paz e atenção Sempre que é Natal!!!

Junior da Prata


LA BAKER NO BRASIL Nascida nos Estados Unidos em 1909, a grande dançarina Josephine Baker passou a viver na França a partir de 1936, onde encontrou ambiente de tolerância racial. Nos anos sessenta é que atuou mais em seu país, marchando ao lado de Martin Luther King, pelos direitos raciais. Com a ocupação de Paris pelos nazistas, a “Pérola Negra” atuou como membro da resistência francesa. La Baker esteve diversas vezes no Brasil. Contracenou com Grande Otelo no espetáculo Casamento de preto, cantou na TV Tupi, ao lado de Fernanda Montenegro e mais tarde foi acompanhada por Chico Buarque, exilado na Itália, pouco antes de sua morte, em 1975. Mas a primeira passagem é que foi bem pitoresca. Foi em 1929, quando La Baker iniciava sua meteórica carreira, superando em nudez a rival Mistinguett, mais veterana. Convidada para um típico programa carioca, passou pelos bares, por rodas de samba e finalizou numa curimba, em Ramos. Quando o caboclo entrou em transe, fez uma careta, balançou negativamente a cabeça e pediu para se retirar. “Cavalo paraguaio”? La Baker devia entender do assunto...

Orl a n d o Ol i v e i ra


O SAMBA AGONIZA, MAS NÃO MORRE O Samba começou a agonizar em 2017, quando os representantes das escolas de samba, através da Liesa, optaram por apoiar um evangélico para prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, no caso Marcelo Crivella. Havia candidatos melhores para o samba, inclusive o maior adversário do evangélico e que gosta de samba, mas ele prometia abrir a caixa preta da Liesa e fazer licitação para que outras empresas concorressem a organização do carnaval no Sambódromo e ai não obteve apoio dos “sambistas”. Já na posse da prefeitura, a primeira ação de desafio foi uma vigília dos evangélicos em pleno templo do samba, o Sambódromo. Ora ali não é templo de igrejas pentecostais. Não demorou muito começaram as invasões aos terreiros de religiões de matriz africana por parte dos evangélicos, com destruições de símbolos sagrados dessas organizações religiosas. Depois vieram as proibições de Rodas de Sambas no meio da rua, nas praças como a Praça Tiradentes em que era realizada a ordeira Roda de Samba Pede Tereza, onde a culinária e o artesanato com suas barracas completavam o evento. Um dia a roda foi interrompida por ação da prefeitura em conjunto com a polícia militar, não só ela como outras rodas também foram sumariamente paralisadas por essas ações. Chegando as escolas de samba representadas pela Liesa que apoiou a eleição deste prefeito, primeiramente acabou com os ensaios técnicos não dando verbas para o evento maravilhoso e que o povão comparecia em massa, por ser gratuito e que era a única oportunidade que tinham de ir ao Sambódromo, já que o desfile oficial é muito caro. Não satisfeito o dito prefeito passou a cortar a cada ano em 50 por cento da verba destinada ao carnaval das escolas de samba, até que para o carnaval de 2020, resolveu não dar mais nada para as filiadas a Liesa pois segundo ele, o Município não tem como subvencionar desfiles que cobram ingressos. Prometeu subvencionar além de aumentar as verbas das escolas de samba que desfilam na Intendente Magalhães, cujo carnaval é grátis. Só que já estamos no mês de Dezembro e até agora nada. Em sua doente perseguição a cultura afro-brasileira, ele agora inventou de colocar cantores gospel no Réveillon de Copacabana. O que é que é isso? Aquilo ali começou com os cultos afros. A cada 31 de dezembro vários terreiros de Candomblé e Umbanda se concentravam nas areias da praia de Copacabana para se despedir do ano velho e saudar o ano novo.


Levavam oferendas para Iemanjá deixadas no mar agradecendo pelo ano que se foi e pedindo proteção para o ano seguinte. Diversos terreiros se concentravam nas areias onde realizavam seus cultos e onde baixavam várias entidades no corpo de seus membros (cavalos). Caboclos, Exus, Pombo giras e outros davam consultas. Aquilo atraia um grande público e os fogos não eram oficiais. Com a entrada da prefeitura tornando oficial o evento, instalando pontos de fogos de artifícios e também palcos para shows, o publico foi aumentando de uma certa maneira que as religiões de matriz africana ficaram sem espaço e começaram a festejar o dia de Iemanjá, com uma grande carreata partindo de Madureira até o mar de Copacabana com suas oferendas a “Rainha do mar”, onde a prefeitura sempre deu apoio. Então como é que o prefeito vai colocar cantores gospel neste evento? Não encaixa, cada um em sua praia. Este ano não se tem noticia se haverá a procissão dos barquinhos do culto a Iemanjá. Os barquinhos de oferendas partindo mar adentro. O prefeito Marcelo Crivella desde que tomou posse cortou as verbas da prefeitura para o evento. Um espetáculo bonito e já tradicional da Cultura Afro-Brasileira. Ainda bem que em 2021 haverá eleições, vamos torcer para que ele saia do cargo. O Rio merece um prefeito que não discrimine, que seja alegre e que goste de seu povo. Feliz natal pra todos e um ótimo ano novo.

Onésio Meirelles


POETAS DA RESISTÊNCIA

Resistir faz parte da nossa história E a memória nos diz que precisamos prosseguir Sempre unidos levantando a bandeira Do samba autoral de raiz. Mesmo com pedras no caminho, Vamos seguindo o destino Com luta, amor e inspiração Pois a nossa história é consagrada Vivida na caminhada por nós poetas, de coração Resistência chegou para brilhar O seu canto ecoa por todo mundo... Nossa alegria está no ar e nos sambas que cantamos por aí... Chega mais, vem fazer parte desta Resistência Vem sentir esta cadência, pois o samba é a nossa raiz. Chega mais, vem fazer parte desta Resistência Compor, cantar é o que nos faz feliz.

Elaine Morgado


UM LUGAR NO SUBÚRBIO CENTRO CULTURAL JOÃO NOGUEIRA - IMPERATOR

Para os moradores mais antigos do bairro, saudosos dos tempos áureos dos cinemas de rua, fica a lembrança do Cine Imperator, aberto em 1954, tendo alcançado a marca de maior sala de cinema da América Latina. Sofrendo um grande impacto com a abertura das salas de cinema de shoppings centers, no ano de 1986, o Cine Imperator fechou suas portas devido a problemas financeiros. Em 1991 o espaço é reaberto, porém como casa de espetáculo, recebendo ícones da Música nacional e internacional. Somente no ano de 2012, que a casa foi reaberta com o status de Centro Cultural, levando em seu nome uma homenagem ao grande Compositor, ilustre morador do bairro, João Nogueira. Consultando o sítio oficial do Imperator, é possível perceber um pouco da dimensão e da importância que assumiu o espaço: “Em pouco tempo de reabertura, o Imperator – Centro Cultural João Nogueira já atingiu números impressionantes e se consolidou como o mais importante centro de artes da Zona Norte do Rio e um dos principais espaços culturais da cidade. Em 7 anos, o espaço recebeu mais de 6 milhões de visitantes em aproximadamente 3700 espetáculos reunidos em diversos segmentos artísticos, como teatro, dança, musicais, show nacionais e internacionais, cinema, eventos gratuitos, exposições e muitos outros. Em sintonia com o papel de um Centro Cultural contemporâneo, o Imperator também desenvolve um projeto de ArteEducação, com o objetivo de formar novos talentos e profissionais da arte, cultura e entretenimento”. O Imperator funciona de segunda à sexta-feira, na rua Dias da Cruz, nº 170, Méier. * Texto extraído do sítio oficial do Centro Cultural João Nogueira: http://imperator.art.br/sobre


ESTANTE SUBURBANA

O BANDOLIM COLORIDO DE JOEL NASCIMENTO Autor: Jorge Roberto Martins


VITROLINHA SUBURBANA

L P/ C D INÉDITOS DE JACOB DO BANDOLIM - Déo Rian e Noites Cariocas Gravadora: Eldorado Catálogo: 31.80.0360 Ano: 1980 Artistas: Déo Rian Referência/Tributo: Jacob do Bandolim FAIXAS 1 Chorinho na Praia (Jacob do Bandolim) 2 Chuva (Jacob do Bandolim) 3 Baboseira (Jacob do Bandolim) 4 Pateck Cebola (Jacob do Bandolim) 5 Horas Vagas (Jacob do Bandolim) 6 Boas Vidas (Jacob do Bandolim) 7 Ao Som dos Violões (Jacob do Bandolim) 8 Feitiço (Jacob do Bandolim) 9 Orgulhoso (Jacob do Bandolim) 10 Saracoteando (Jacob do Bandolim) 11 Quebrando Galho (Jacob do Bandolim) 12 Heróica (Jacob do Bandolim) FICHA TÉCNICA: Formação: Déo Rian (Bandolim), Damásio (Violão), Raphael Rabello (7 Cordas), Julinho (Cavaquinho), Manoel (Violão) e Darly (Pandeiro)


FOI UM SAMBA QUE PASSOU EM MINHA VIDA

DE P O I M E N T O DE E L A I N E M O R G A DO


ALUMBRAMENTO O que o poeta faz no momento em que não encontra inspiração? Arrasta-se no chão e volta empoeirado de desejos indecentes. Lambe a fina lâmina d’água e retorna à superficial vida simplesmente sorrindo. O que o poeta faz quando não tem iluminação? Recolhe todos os vaga-lumes possíveis e os guarda numa lâmpada. Capta a luz das estrelas e a projeta, como um imenso holofote, em direção à folha ainda vazia. O que o poeta faz sem pulsão? Dirige-se às ruas dos subúrbios e se entusiasma com uma musa premonitória. Absorve o néctar estimulante da mulher e o espalha como se pulverizasse um sonho estelar.

Leonardo Bruno


PAPAI NOEL VEM PELA LAJE Era Natal na casa suburbana dos Silva. A árvore simples estava montada, o peru sendo preparado e as rabanadas sendo devoradas. Era o ano de 1989 e Sarinha acabara de assistir “Santa Clauss- o Papai Noel” na Telefunken da sala, a única da casa por sinal. - Mamãe, não temos chaminé! Como é que o Papai Noel vai entregar os presentes? - Ele vem pela laje. - Pela laje! Como? - Ele desce pelo buraco que tem na laje. A irmã mais velha, que já contava com seus treze anos, deu uma gargalhada: - Essa boba ainda acredita em Papai Noel, hahaha! Sarinha, na inocência dos oito anos de idade, se sentiu desafiada. - Ele existe sim. - Tá, e como é que você sabe? Já viu ele? – retrucou a irmã. - Não, mas ele existe sim! A irmã continuou com a cara de riso, sendo repreendido pela mãe: - Deixe a sua irmã em paz. Vinte minutos depois o jantar de Natal estava pronto. Em pouco tempo o peru estava destroçado e todos bem satisfeitos com a comida. Tinha vindo avó, tios e primos, a casa estava cheia, como em todos os Natais. O tradicional pavê foi servido, juntamente com a clássica piada. Sarinha estava meio emburrada num canto da sala e dentro de si estava decidida a não dormir aquela noite para ver o Papai Noel chegar pelo buraco da laje e colocar os presentes ao pé da árvore. - Você vai dormir no seu quarto. A sala já está cheia de gente pra dormir. A tia mais nova interveio a favor da sobrinha preferida: - Deixa ela dormir comigo no colchonete, mana. Não tem problema. - Mas eu não vou dormir, vou esperar o Papai Noel- disse a menina decidida. A mãe, comovida, deixou. Depois da meia noite todos foram dormir, menos Sarinha. A menina sentou ao lado da tia, já deitada,e começou uma luta ferrenha contra o próprio sono. Não demorou muito, a menina sucumbiu. O pai, saiu do quarto na ponta dos pés e depositou os presentes embaixo da árvore. Com muito cuidado, ajeitou a filha no colchonete e colocou junto a ela um bilhete. Na manhã seguinte, todos empolgados abriram os presentes. Sarinha ficou chateada ao perceber que não conseguiu ficar acordada para ver o Papai Noel. Mas percebeu um bilhete perto de si:


“ Eu estive aqui, mas você estava dormindo. Não fique chateada com isso. Desci pelo buraco da laje. Tenha um Feliz Natal Papai Noel” E assim Sarinha já tinha a sua prova da existência do bom velhinho.

An a C r i s ti n a d a S i l v a


CARAVELAS & APARECIDA C a ra v e l a s Angola Brasil São Tomé e Príncipe Guiné Bissau Timor Leste Moçambique Cabo verde Porto Gal. ......

aparecida Aparecer para parecer. Aparecerpara parecer ser. só você vê parecer ser o que se vê. Nãoparecer mentira Aparecerimagem parecer verdade.

Rodolfo Caruso Poeta todo dia


HELENA E SEU BALÉ Helena Teodoro Uma mulher que representa A força, a fé e a raiz Na sua escrita determinada Da filha, da mulher, da mãe Uma vida cercada de muitas batalhas E perdas. Mas em suas mãos aquela que segura A adaga, o conhecimento ancestral Em um Balé encantador Sempre foi a protagonista Transformando tudo no Saber Aquelas meninas em sua maioria Pretas que procuravam o seu lugar de fala Me lembro na década de 80 Em casa de família sua fala imponente E certeira sobre as coisas vida Um olhar para o preconceito, a discriminação E o Racismo. Um diálogo nem sempre aceito por muitos E as meninas ali olhando, como eu E eu pensava quero isto pra mim, quero ver, criar Construir, este é o caminho... Estas mulheres de axé me deram muitos ensinamentos. Com elas a dor se transforma em alegria, acolhem, transbordam emoção. Quando chegam à Academia fazem a diferença. Que sorte a minha conhecer estas mulheres. A oralidade foi o maior aprendizado e estão na memória estes seres tão especiais como Helena.

Márcia Lopes * Esta poesia foi escrita antes da Escritora e pesquisadora Helena Theodoro ser homenageada no Movimento Cultural de Samba Inédito e Autoral Samba na Fonte. Aonde fiz a abertura no começo do Evento, Mês da Consciência Negra, Organizado pela Sapateadora e Compositora Munique Mattos com as demais Compositoras Aurea Estela, Márcia Lopes, Conceição Carlos e Tereza Pedro. Mais um texto que faço sobre mulheres negras.


UM DIA ESPECIAL Maria ouve o barulho do velho despertador e não acredita no que os seus olhos semi abertos e os ponteiros insistiam em revelar: eram 04: 30 minutos da manhã. Ao seu lado, na mesma cama, se remexia o pequeno Cristóvão, seu filho de cinco anos, querendo esticar o sono por mais algumas horas. Inútil, de súbito sente a mão calejada da mãe a sacudi-lo: _ acorda moleque, ta na hora! Em vinte minutos, Maria fechava a porta da “meia água” onde morava e, com Cristóvão numa das mãos sonolento e tropeçando nos próprios pés e na outra, um carrinho de feira vazio, cruzando algumas ruas do distante bairro de Santa Cruz ela chegava à estação ferroviária. Passando o “bilhete único” com o filho no colo, rapidamente ganhou a plataforma. Como de hábito, o trem demorou a sair. Lá foi Maria e o seu pequeno chaqualhando direto para a Estação Central do Brasil. O Sol apontava no horizonte e os seus primeiros raios penetravam pelas janelas do vagão e dançavam nos rostos de mãe e filho que, desafiando o ranger dos trilhos, cochilavam agarrados como se fosse um só. Antes das 07:00 horas, Maria já interfonava o apartamento 25 de um prédio de poucos andares no número 12 de uma rua do tradicional bairro de Botafogo. No outro lado do aparelho, uma voz bocejando perguntava: _ Quem é? _ É a Maria, dona Antônia! Em poucos minutos, subindo pelo elevador de serviço, mãe e filho já estavam na cozinha do grande apartamento. O dia seria longo como sempre. Mas, dona Antônia tratou de torná-lo ainda mais cansativo. Recomendou a Maria uma faxina geral e cuidadosa, antes de tratar dos afazeres culinários, que não seriam poucos, pois como enfatizou a patroa, aquele dia era especial! Café servido meia hora depois da chegada, de volta à cozinha, engolindo com o filho rapidamente um pedaço de pão com margarina e um gole de café da garrafa térmica, Maria se pôs a trabalhar. Produtos de limpeza, vassoura, aspirador e outros equipamentos, que só via na casa de dona Antônia. Lá ia Maria passando de cômodo em cômodo num frenesi de dar inveja a qualquer diarista. Varrendo, aspirando e lustrando numa sequência de ações tão repetitivas quanto o “tic tac” do velho relógio de jacarandá preso à parede da sala de estar. Entretanto, Maria não se desconcentrava. Sabia que o tempo era o seu inimigo e precisava dar conta das tarefas. Assim, com a permissão da patroa, pôs Cristóvão para ajudá-la na limpeza. Mas, o moleque, com a distração própria da idade, frequentemente parava a limpeza e, com olhares contemplativos, admirava a enorme sala e todos os móveis e objetos contidos nela, que não eram poucos. Estofados, tapetes, quadros, o velho e imponente relógio de parede, televisão de 56 polegadas, estante e seus muitos livros, mesa de jantar de vidro etc. Nada escapava aos seus olhos até ouvir da mãe um enérgico: _ continua limpando, Cristóvão!


Terminada a limpeza e a arrumação, após minuciosa inspeção da dona da casa e o aviso de que sairia por algumas horas, Maria passava a se dedicar as atividades da cozinha. Num ritmo frenético, lavava as louças, preparava os assados, petiscos, molhos, saladas e tantas outras coisas. Ao mesmo tempo, com suor no rosto (era um dos verões mais quentes do Rio de Janeiro), recebia encomendas de vinhos, espumantes, doces finos e flores, muitas flores. Alheio ao esforço da mãe, Cristóvão resolve, sem permissão da mesma, ultrapassar a fronteira entre a cozinha e as outras dependências do apartamento. Chegando à sala, percorre novamente com os olhos o cenário ao redor. Um misto de espanto e admiração produz naquele rosto franzino, um sorriso encantador. De repente, desvia o olhar para um pequeno objeto redondo e vermelho no canto da parede que refletia a luz do último raio de Sol que atravessava a grossa janela de vidro. Cristóvão, esquecendo as severas recomendações da mãe de que não deveria pegar absolutamente nada, pegou a bolinha vermelha e colocou-a no bolso da bermuda puída pelo longo tempo de uso. De volta à cozinha, Cristóvão viu a mãe com “mil mãos” abrindo o forno, fechando a geladeira, separando bandejas de prata, taças de cristal, talheres e mais talheres, separando garrafas de bebida etc. Então, pressionado pelo relógio do estômago, o menino exclama: _ tô com fome! Maria, correndo todos os riscos que o seu ato envolvia, dá um figo extraído de uma compota ao filho e recomenda: _ coloca rápido na boca! Em seguida, faz o sinal da cruz pedindo perdão! No início da noite, Maria percebe o retorno da patroa que com passos apressados e resolutos alcança a porta da cozinha e pergunta laconicamente se estava tudo pronto. A empregada, que não parava de suar em bicas, se resume a acenar positivamente com a cabeça. Às 18:30 minutos, Maria deixa o apartamento pela porta da área de serviço e um “muito obrigada e boa noite”, foram as últimas palavras que mãe e filho ouviram antes de entrarem no elevador. Depois de enfrentar um ônibus lotado, Maria e o filho chegaram a Gare D. Pedro II e correram para não perder o trem direto para Santa Cruz. Eram quase 21:00 horas quando Maria desembarcou. Se apressou para retirar notas de pouco valor e algumas moedas da pequena bolsa e, atravessando a rua, alcançou a padaria da esquina que estava prestes a fechar. Comprou o último galeto que ainda girava na assadeira, dois pães e uma garrafa de refrigerante do mais barato e mais algumas coisas. Colocando tudo no carrinho de feira, partiu exausta com o filho para casa.


Ao chegar a casa, Maria ordenou imediatamente a Cristóvão que tomasse banho. Este, por sua vez, se apressando em tirar as poucas peças de roupa que vestia a caminho do pequeno banheiro, não percebeu que a bolinha vermelha havia saltado do bolso da bermuda e rolara pelo pequeno corredor até o sofá de dois lugares, onde a sua mãe descansava. Um grito ecoou pela pequena casa:_ Cristóvão! O menino, pressentindo não ser coisa boa, visto que já conhecia aquele grito, nem chegou a se lavar direito e retornou a sala. Os olhares de mãe e filho se fixaram. Maria pegou a pequena bola e a colocou em cima da mesa de fórmica onde já estavam o galeto e os pães. Em seguida, se encaminhou para o banho sem dizer uma palavra. Minutos depois, os dois se sentaram lado a lado junto à mesa e Maria pegou uma caixa de fósforos e acendeu uma pequena vela. Cristóvão, sem entender nada e olhando para o reflexo gerado pela chama da vela na pequena bola vermelha, exclamou: _ Olha mãe, é uma estrela de luz! Ato contínuo, Maria dando um abraço apertado no filho, disse: Parabéns pelo seu aniversário!

Silvio Silva


G U E R R A H ÍB R ID A

Máquinas zumbis mineram dados Transformando códigos em Bitcoins Manipulação por algoritmos Bots contam piadas de montão Identificação de perfis psicológicos Vigilância pelo "PRISMA" da NSA Estados, empresas, corporações, todos vigiam Será que existe mesmo o tal do Monster Mind? Será que o Big Brother já está no ar? Mentiras, fraudes, golpes, bullying virtual Quem manda na Internet é você? Você realmente acha isso? (hua, hua, hua, hua...) Google, Facebook, Yahoo, Baidu, Twitter, Instagram, LinkedIn, Wattpad, Badoo Controlam nossas vidas pelo ar Você não acredita nisso? (hua, hua, hua, hua...) Propaganda ideológica influencia eleições Time Line do planeta no Android de atualização Geopolíticas em mainframes, Big Data no café-da-manhã Marketing digital é crime possível e gradual Levando nações ao colapso como bolhas de sabão E os terraplanistas agora mandam nos Governos Ditando novas regras da Idade Média Exploração informativa, conflitos viraram novelas Não há mais uma guerra explícita. E agora a guerra híbrida é o que se pode esperar... pro futuro??? Mas, já estamos lá! Aqui, em qualquer lugar! O lá agora é aqui..., quem diz o que vai escapar!?

Marcelo Bizar


PETY, UM ROMANCE C a p í tu l o 1 Segunda-feira. Pouco mais de 5 horas da manhã e já se podia prever o calor que o dia reservava. As ruas do Rio estavam acordando suaves, boêmias, culpa da alma de seus moradores. Fernando pedalava sua rotina na bicicleta. Entregava pães fresquinhos para restaurantes e lojas de Madureira. Trabalhava na padaria de um senhor português bastante conhecido por sua dedicação ao samba. O dinheiro que o português lhe pagava era pouco, mas às vezes tinha sorte e até ganhava gorjetas, coisa rara pra um entregador de padaria. Fernando não podia reclamar muito de sua situação, pelo mesmo era o que pensava. Tinha consciência de sua pouca instrução. Passava pela Rua Carvalho de Souza. Estava quase deserta. O pouco sinal de vida era provocado por carros e ônibus que ele observava passarem preguiçosos. Não dava nem para acreditar que em pouco tempo muitas pessoas estariam circulando por ali. Apareceriam de repente, como num passe de mágica. Cruzando uma das ruelas que cortavam a rua, notou que havia uma pessoa deitada. Resolveu voltar para ver quem poderia ser, se talvez pudesse ajudar. Seria melhor verificar, afinal ele tinha muitos amigos e conhecidos que conviviam por ali, morando ou trabalhando. Talvez fosse algum conhecido precisando de ajuda.. Lembrava-se que já passou por uma situação parecida, quando sofreu uma crise de epilepsia. Mas, não. Chegando perto do corpo o entregador notou que não era um conhecido, era uma mulher que se encontrava ali no chão caída. Ainda não tinha conseguido ver o rosto, mas as belas pernas vestiam meiacalça saindo de um vestido preto de couro, as sapatilhas eram rosas. Ela usava também uma jaqueta, por sinal bastante larga, alguns números acima do seu.Era loura. Estava de bruços. - Ei, moça, acorde. Ei, moça! Como ela não mostrou qualquer reação, Fernando resolveu descer de sua bicicleta e cutucá-la, nada. Ela deve ter bebido muito ontem à noite, pensou. Vou virá-la, quem sabe assim ela não acorda no susto.


Quando conseguiu virar a moça entendeu por que ela não acordaria de jeito nenhum. Seu rosto estava sem cor, porcelana. Da boca o sangue se acumulava no chão. Ao redor do corpo a paisagem havia mudado, agora ele estava rodeado de curiosos que mesmo indo para seus trabalhos, resolveram parar um pouco para conferir o que havia acontecido, por pura curiosidade. Os relógios marcavam 6:50 de horas e 26° Celsius, quando os policiais chegaram, seria um verão daqueles. Uns raios de luz caíam sobre o corpo da moça, refletidos pelos canos de uns andaimes de obra, em frente ao corpo, do outro lado da rua. O edifício Amazonas. Fernando ouviu quando alguns policiais comentarem quem era a mulher, tratava-se de Pety. Ela era acompanhante, uma garota de programas. Trabalhava numa casa de agenciamento de programas, bastante conhecida, aqui mesmo em Madureira. Entre os clientes, políticos famosos e grandes empresários. Fernando se perguntava: teria sido suicídio ou ele estava diante de um crime?

Antero Catan


DA SÉRIE SONHAR NÃO CUSTA NADA, 01 Correria na Avenida Suburbana. "Pega ladrão, pega ladrão, pega ladrão" gritava a turba enfurecida. Pairava um cheiro de ódio, que tinha um quê de enxofre e dava um tom meio opaco na densa atmosfera. "É um dono de plano de saúde" disse olhando pra mim um sujeito feroz de cabeça raspada, enquanto os demais linchadores amarravam o homem no poste, numa espécie de tribunal macabro. Já acorrentado, sem esboçar reação, aquele Prometeu do Capital ouviu a leitura de sua sentença: Morte à paulada, com suas vísceras ao fim sendo oferecidas aos pombos famintos e sujos da região. No meio daquela explosão de ARRULHOS, de repente uma voz insiste no meu nome, era o amigo da carteira ao lado, que ante a advertência do professor, me trazia de volta para a aula de Redação Oficial.

Atenciosamente,

Marco Trindade


MENTES, SEM SOLUÇÃO Mas que história maluca Do faz e desfaz, fala e desfala Assina e rasga, promove e demite E não admite! Para as verdades se cala São Mentes dementes que mentem e desmentem Não tem posição Sem fim e sem meio Esquecem a razão E vivem rifando a nossa nação Mas a verdade afronta Enfrenta de frente assusta e assombra Não nega uma triste lembrança remota Que emudeceu um coração E o povo oprimindo Nas ruas, nas vilas, vielas, favelas Pintam de vermelho uma triste aquarela De corpos calados caídos no chão São gentes, pingentes, Jogados nos trilhos, Deitados, dormentes, Presuntos, pés juntos Num sonho sem luz No final do túnel Pregados na cruz Mas a verdade afronta Enfrenta de frente assusta e assombra Não nega uma triste lembrança remota Que emudeceu um coração (...)

Lucaco Percussionista e criador da web rádio Viva o Samba *Letra musicada pelo Compositor Marcelo Bizar.


A TEMPOSIÇÃO DAS ALMAS ÍNCUBAS A FORÇA ENERGÉTICO -PENSATIVO -IMAGINATIVA O ElHerói de Las Gentes estava pensativo... "Tive oportunidade de estudar com alguns Alquimistas Xamãs. E participando de um Seminário Suburbomágico Xamanista das Américas tomei conhecimento de Suburbilênia. É uma existência da categoria PDFVOM - Possibilidade Dinâmica e Futurista Vivenciada em Outros Multiversos. Resumindo, Suburbilênia é um passado-de-outro-universo-talvez-futuro-nonosso. Resumindo ainda mais: Suburbilênia existiu em outro universo da Terra e tem PD - Possibilidade Dinâmica de existir no nosso. Resumindo ainda mais que mais: Suburbilênia pode acontecer na nossa Terra a qualquer momento, basta mudarem certas configurações. Há muito que os Alquimistas Xamãs dizem que vivemos diversas realidades dentro da que escolhemos ser "a realidade". Não é questão de escolha e sim de configurações espiriternegéticas. Tais configurações determinam o que é nossa realidade. Resumindo: o que alguns chamam popularmente de "força do pensamento", "força da imaginação", "força energético-pensativo-imaginativa". Tem até um samba muito bonito que fala sobre isso. Um samba que tenho na mente e sempre canto quando me faltam forças... FORÇA DA IMAGINAÇÃO "Força da imaginação, vai lá Além dos pés e do chão, chega lá O que a mão ainda não toca Coração um dia alcança Força da imaginação, vai lá Quando um poeta compõe mais um samba Ele funda outra cidade Lamentando a sua dor ele faz felicidade Força da imaginação Na forma da melodia Não escurece a razão Ilumina o dia-a-dia


Força da imaginação, vai lá Além dos pés e do chão, chega lá O que a mão ainda não toca Coração um dia alcança Força da Imaginação vai lá Força da Imaginação vai lá Quando uma escola traz de lá do morro O que no asfalto nem é sonho Atravessa o coração um entusiasmo medonho Força da imaginação Se espalhando na avenida Não pra animar a fraqueza Mas pra dar mais vida à vida"

Muita coisa acontecendo e eu não fazendo a menor ideia de onde me perdi no caminho à procura das Almas Íncubas. Não era pra eu estar em Suburbilênia. Simplismente não era... ou será que o contrário do que eu penso acontece? Estava querendo orientação do Oitavo Alquimista e acabei em Suburbilênia. Talvez seja um aprendizado pela confusão. Um aprendizado pela dor da nãoverdade. A vontade que tenho é desistir. Talvez eu não devesse ter sido eu a ler o Murodos-ladrilhos-cogniscíveis... talvez não deveria ter sido eu a entra no Banheirumundo na Centralizadora... talvezes! Muitos talvezes! Ainda lembro da História de Suburbilênia. Talvez - mas um tavez - seja o que vai me ajudar em minha busca. Talvez seja no enredo da formação de Suburbilênia que vou encontrar a razão de estar aqui e a razão de ser do que ocorreu enquanto estava na busca das Almas Íncubas... então vamos lá... Suburbilênia começa sua História - no universo entre os multiversos da Terra, que não a nossa, uma das muitas Terras pelos Multiversos - com a chegada ao subúrbio do Rio de Janeiro, pra ser mais preciso ao Engenho de Dentro, de Tomie Tokun o cientista e empresário bilionário que inventou os Motoresoláricosexpansíveis-de-uso-pessoal...

Pazuzu Silva


E E M 2019. . .


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