SAÚDE E BEM-ESTAR nº 303 - Março 2020

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| PROGRESSOS HOMENS TÊM MAIOR RISCO DE CANCRO: PORQUÊ? |

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NÚMERO 303 MENSAL MARÇO 2020

CORONAVÍRUS COMO PROTEGER-SE

DOENÇAS REUMÁTICAS

no feminino DESCUBRA A MELHOR

DIETA

ANTI

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É POSSÍVEL CONTROLAR

ALERGIAS E ASMA MAS COMO?

2,80€ PREÇO CONTINENTE

MARÇO 2020 • ALERGIAS E ASMA

COLESTEROL

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[SUMÁRIO SAÚDE] ESPECIAL ALERGOLOGIA

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Alergias na primavera: pólenes do nosso descontentamento

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Congestão nasal: um incómodo comum nesta época do ano

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Vencer a asma: é crucial melhorar os resultados clínicos dos doentes

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Purifique o ar da sua casa

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Alergias alimentares: comida de risco

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A granola é saudável?

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Dieta anticolesterol

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Coração mais forte

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Coronavírus: como proteger-se?

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Higiene infantil: 7 ideias para colocar em prática... uma para cada dia da semana!

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Distúrbios ginecológicos mais comuns: sabe quais são?

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ESPECIAL ALERGOLOGIA

Textos redigidos ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico

ESPECIAL ALERGOLOGIA

ESPAÇO DYRUP ESPECIAL ALERGOLOGIA

ESPECIAL ALERGOLOGIA Alergias na primavera: pólenes do nosso descontentamento

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NUTRIÇÃO NUTRIÇÃO ESPAÇO VIDA SAUDÁVEL PREVENÇÃO INFÂNCIA

MULHER

PREVENÇÃO Coronavírus: como proteger-se?

MULHER

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Doenças reumáticas no feminino

42

Hairgain: saúde do cabelo

44

Osteoporose afeta 50% das mulheres pós-menopáusicas

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Saúde dos ossos

48

Homens têm maior risco de cancro: descobriu-se agora porquê

50

Doenças do sitema nervoso: o futuro é agora!

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Soluções práticas contra as alterações climáticas

ESPAÇO AMPLIPHAR MULHER

MULHER Osteoporose afeta 50% das mulheres pós-menopáusicas

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ESPAÇO AMPLIPHAR PROGRESSOS

NEUROLOGIA

ECOLOGIA

ESTUDOS

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Bem-estar no trabalho: o que devem as empresas saber

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Andebol e musculação

NEUROLOGIA Doenças do sistema nervoso: o futuro é agora!

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FITNESS

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Dra. Isabel Saraiva, presidente da Respira, fundadora do MOVA e presidente da Fundação Europeia do Pulmão

MARÇO 2020

A vacinação deve ser uma preocupação de todos e deve estar presente em todas as fases das nossas vidas, sobretudo naquelas em que estamos mais fragilizados

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As rubricas designadas por ESPAÇO são da exclusiva responsabilidade das empresas, marcas ou autores mencionados. Estatuto editorial em www.saudebemestar.com.pt

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[SAÚDE OBSERVAÇÃO]

NÃO BASTA INFORMAÇÃO,

É NECESSÁRIO QUALIDADE

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LITERACIA EM SAÚDE É UM ATIVO ESSENCIAL para o exercício da cidadania em saúde, para garantir o acesso a cuidados de saúde e a adesão ao plano terapêutico, em qualquer sistema de saúde.” Quem o afirma é Inês Fronteira, professora da Unidade de Saúde Internacional e Bioestatística e uma das organizadoras de uma recente conferência intitulada “Literacia em Saúde e Acesso aos cuidados de Saúde nos Homens – Desafios e Oportunidades em Saúde Global”. Esta teve como objetivo refletir sobre a importância de compreender e utilizar de forma adequada a informação sobre e em saúde, tendo decorrido no Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa.

A conferência surgiu no âmbito de um projeto de investigação que envolve uma colaboração entre o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, o Instituto de Saúde e Desenvolvimento Global da Universidade Queen Margaret e o Instituto Moçambicano de Educação e Pesquisa em

Saúde. Trata-se de um projeto alargado que visa avaliar a literacia em saúde e o comportamento de procura de cuidados de saúde por parte dos homens moçambicanos com infeção por HIV e que têm também uma doença cardiovascular. “Numa perspetiva de explorar aquilo que se entende por literacia em saúde e identificar as diferentes componentes da literacia em saúde, pretendemos com esta conferência, primeiro, dar a conhecer o projeto à comunidade do IHMT e, segundo, reunir alguns peritos que nos ajudem a refletir sobre assuntos como: o que é a literacia em saúde, se a literacia em saúde faz sentido, se tem componentes diferentes em países de média e baixa renda e, mais especificamente, em países subsaarianos, e nos homens em particular”, explicou a investigadora. Abordando os próximos passos a dar rumo ao aumento da literacia em saúde na população a nível global, Inês Fronteira salientou que o grande desafio da atualidade está relacionado com a necessidade de obter “informação de qualidade e fiável”. “Em tempos, a questão era muito relacionada com a informação e a disponibilização dessa informação, contudo, agora, existe um défice de informação de qualidade e fiável”. Na opinião da especialista, importa ainda ajudar a desenvolver o espírito crítico na população, de forma a que “as pessoas usem a informação de acordo com as suas necessidades, tendo já algum conhecimento sobre a qualidade dessa informação”. “Não basta ter acesso a informação, é necessário ter acesso a informação de qualidade e ser capaz de reconhecer ou, mais uma vez, de ter literacia para procurar as fontes e perceber se aquela informação é ou não fiável.

ENFARTE AFETA 15.000 PORTUGUESES POR ANO As doenças cardio e cerebrovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e, por isso mesmo, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia deixa o alerta: 15 mil portugueses sofrem de enfarte do miocárdio todos os anos. Quanto ao controlo dos fatores de risco, há ainda um enorme caminho a percorrer, especialmente no que diz respeito ao tabagismo, hábitos de exercício físico, controlo da diabetes e hipertensão.

CHEGOU A DOCTORINO Chama-se Doctorino e é um portal que permite a qualquer pessoa marcar consultas, na hora, perto da sua localização geográfica. Os resultados ordenam os profissionais de saúde consoante a sua disponibilidade real e com maior proximidade do utilizador. A plataforma conta já com mais de 1000 profissionais de saúde portugueses, no Porto e em Lisboa. O portal vem permitir que cada pessoa seja mais autónoma e eficiente na marcação de consultas.

Ter informação não significa necessariamente

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que as pessoas sejam mais conhecedoras; é importante que saibam utilizar esse conhecimento em seu benefício

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[ESPECIAL ALERGOLOGIA]

ALERGIAS

NA PRIMAVERA PÓLENES DO NOSSO DESCONTENTAMENTO

DEVIDO À MAIOR PRESENÇA DE PÓLENES NA ATMOSFERA, AS ALERGIAS NA PRIMAVERA SÃO PARTICULARMENTE INTENSAS. FELIZMENTE, TEMOS HOJE AO NOSSO DISPOR UM CONJUNTO DE TRATAMENTOS SEGUROS E EFICAZES QUE PERMITEM MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DOS DOENTES ALÉRGICOS, DE FORMA MUITO SIGNIFICATIVA.

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S DOENÇAS ALÉRGICAS SÃO MUITO COMUNS NO NOSSO PAÍS. Estima-se que cerca de 25% da população portuguesa tenha rinite e 6,8% tenha asma. Muitas vezes, a rinite e a asma coexistem, sendo que 80% dos asmáticos têm rinite e cerca de 40% dos doentes com rinite têm asma. As chamadas alergias da primavera são aquelas que ocorrem sazonalmente nessa altura do ano e que resultam da inalação de pólenes presentes na atmosfera, libertados por algumas espécies de plantas.

PICO DE MARÇO A JUNHO Em Portugal, a polinização vai de fevereiro a outubro (dependendo dos anos), com um pico de março a junho. Para além da estação do ano, a área geográfica também é importante para o tipo de pólenes existentes. A poluição urbana tem influência sobre os grãos de pólen, alterando a sua forma e tamanho, tornando-os mais alergénicos e facilitando a sua penetração nas vias aéreas. Por outro lado, os pólenes são trans-

Pelo

PROF. DR. PEDRO CARREIRO MARTINS Professor auxiliar da Nova Medical School; assistente graduado de Imunoalergologia do Hospital Dona Estefânia – CHLC; vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC)

PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS Em Portugal, as plantas mais frequentemente implicadas nas doenças alérgicas são: 4GRAMÍNEAS – Responsáveis pela anteriormente designada “febre dos fenos” e atualmente por “polinose”. Polinizam durante toda a primavera, de março a julho; 4PARIETÁRIA – Erva também conhecida por alfavaca-de-cobra. Apresenta um longo período de polinização, sendo possível coletar pólen de parietária durante todo o ano, porém, com frequência máxima em abril e maio; 4OLIVEIRA – Poliniza de maio a julho; 4ARTEMÍSIA – Poliniza de abril a setembro; 4CIPRESTE – Poliniza de dezembro a março; 4PLÁTANO – Poliniza de março a maio.

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portados pelo vento, por isso, os doentes alérgicos aos pólenes têm mais sintomas nos dias ventosos. Nos dias de chuva, há uma redução significativa dos pólenes na atmosfera. No nosso país, os pólenes mais frequentemente responsáveis por alergias são os pólenes de ervas, árvores e arbustos. Os pólenes das flores raramente estão implicados, porque têm grandes dimensões e peso relativo, que impedem a sua dispersão aérea. É o seu odor ativo que desencadeia os sintomas interpretados como alergia.

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No nosso país, os pólenes mais frequentemente responsáveis por alergias são os pólenes de ervas, árvores e arbustos; os pólenes das flores raramente estão implicados

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[ESPECIAL ALERGOLOGIA] Os doentes alérgicos devem estar atentos à divulgação dos boletins polínicos nos meios de comunicação social e acessíveis em www.rpaerobiologia.com

SINTOMAS TÍPICOS As alergias na primavera tendem a manifestar-se sob a forma de rinite (espirros, nariz entupido, comichão, corrimento nasal), conjuntivite (comichão ocular, lacrimejo) ou asma (tosse, pieira e, eventualmente, falta de ar). Muitas pessoas confundem alergia com constipação. Contudo, na constipação os sintomas são autolimitados (geralmente, até uma semana), enquanto na rinite alérgica os sintomas persistem durante várias semanas a anos. As constipações provocam nariz entupido, espirros e pingo no nariz, mas ao contrário da rinite alérgica também dão dores de garganta, febre, secreções nasais por vezes amareladas ou esverdeadas e não melhoram com o tratamento receitado para as alergias. Numa situação alérgica, as secreções nasais tendem a ser translúcidas. CONTROLO DA ALERGIA A melhor forma de evitar os sintomas de alergia é através do controlo da doença, cumprindo o plano de tratamento prescrito pelo médico e evitando os fatores desencadeantes das queixas. Felizmente, temos hoje ao nosso dispor um conjunto de tratamentos seguros e eficazes que permitem melhorar a qualidade de vida dos doentes alérgicos, de forma muito significativa. Para além dos anti-histamínicos não sedativos, dos corticoides intranasais e dos medicamentos para a asma, existem também as vacinas antialérgicas. Quando indicadas, as vacinas antialérgicas constituem uma forma de tratamento incontestável para a alergia a pólenes, que se associa a uma redução notória e duradoura das queixas de alergia. Estas vacinas, podem ser administradas em crianças ou adultos, por via sublingual ou subcutânea, durante 3 a 5 anos. Existem, paralelamente, alguns cuidados simples que os doentes alérgicos aos pólenes poderão instituir, tais como: evitar atividades no exterior de manhã muito cedo, evitar praticar desportos ao ar livre, evitar cortar relva, utilizar óculos escuros na rua, andar de carro com os vidros fechado e os motociclistas devem usar capacete integral. Estes doentes devem, igualmente, estar atentos à divulgação dos boletins polínicos nos meios de comunicação social e acessíveis em www.rpaerobiologia.com

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Sobre a SPAIC Fundada a 10 de Julho de 1950, como Sociedade Portuguesa de Alergia, a atual SPAIC – Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica é a maior associação científica nacional que agrega especialistas médicos (imunoalergologistas), investigadores e técnicos dedicados ao estudo da alergia, asma e imunologia clínica, organizando regularmente uma gama alargada de programas para formação e desenvolvimento nessas áreas. Mais informação em www.spaic.pt

CONSULTA ESPECIALIZADA As pessoas com sintomas poderão procurar ajuda de um imunoalergologista (médico especializado em doenças alérgicas) para otimizar o tratamento e estudar o agente que provoca a alergia, através de testes cutâneos, análises sanguíneas e de exames funcionais respiratórios, quando indicado. De referir que a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) participa regularmente em rastreios que possibilitam que pessoas com queixas de doença alérgica tenham rápido acesso a uma avaliação por médicos especializados, capazes de identificar o seu problema de saúde. Estes rastreios são divulgados nos mídia.

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9 SOLMIRCO FLORADIX PUB 1

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[ESPECIAL ALERGOLOGIA]

CONGESTÃO NASAL

UM INCÓMODO COMUM NESTA ÉPOCA DO ANO A CONGESTÃO NASAL É UM DOS SINTOMAS ASSOCIADOS À RINITE ALÉRGICA, TÃO COMUM NESTA ÉPOCA DO ANO, MAS TAMBÉM À SINUSITE, À GRIPE E À CONSTIPAÇÃO, ENTRE OUTRAS CAUSAS. QUALQUER QUE SEJA A ORIGEM, É UM INCÓMODO PARA A VIDA QUOTIDIANA.

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M NARIZ SAUDÁVEL FILTRA O AR INSPIRADO, permitindo que este esteja quente e húmido aquando da sua entrada nos pulmões. Desta forma o tecido pulmonar encontrase protegido contra o ar frio e seco, bem como de eventuais partículas inaladas (pó, pólen, etc.). Quando o funcionamento normal do nariz é perturbado, pode ocorrer congestão nasal. Esta ocorre devido à dilatação

dos vasos sanguíneos provocada por uma resposta inflamatória na cavidade nasal. A congestão nasal, conhecida popularmente como nariz entupido, para além da gripe e constipação, pode ter outras causas, tais como: 4rinite; 4sinusite; 4fatores físicos (fumo, ar frio e seco); 4alguns medicamentos (anti-hipertensores; psicofármacos, etc.).

E AGORA? COMO DESCONGESTIONAR O NARIZ? 4Beba muitos líquidos; 4Evite o álcool, a cafeína e o tabaco; 4 Humidifique o ambiente (temperatura entre 18 e 20°C e humidade entre 60 e 80%); 4Faça inalações de água salgada; 4 Evite assoar o nariz com demasiada força; Se estas medidas não se revelarem suficientes, a abordagem terapêutica mais comum é a utilização de descongestionantes nasais tópicos, recorrendo a princípios ativos como a oximetazolina. A administração da oximetazolina por via nasal proporciona uma ação rápida e prolongada na redução da congestão e da hipersecreção da mucosa. Poucos minutos após a aplicação, ocorre uma melhoria da congestão nasal que permanece até 12 horas.

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PUBLI-REPORTAGEM

STOP À POLUIÇÃO

DO AR QUE RESPIRAMOS! ÓLEOS ESSENCIAIS, OS NOSSOS ALIADOS PARA RESPIRARMOS UM AR MAIS PURO

FÓRMULAS NATURAIS PRONTAS PARA USAR Hortelã-pimenta, orégão, limão, pinheiro-silvestre, eucalipto, lavanda verdadeira, tomilho, niaouli… Existem fórmulas prontas a usar que combinam até 41 destes óleos essenciais. Com sua fórmula patenteada, estes sprays purificam o ar interior e combatem os vírus e as bactérias. Um gesto simples e natural que lhe permitirá respirar finalmente um ar puro!

Sabendo que passamos, em média, 90% do nosso tempo em ambientes fechados, temos consciência da importância de se erradicar todas as fontes de poluição do ar que respiramos (ácaros, pó, fungos, vírus, bactérias, tabaco). As alergias respiratórias, mas também dermatológicas ou oculares, estão em constante progressão. Para que não envenenem o nosso sistema respiratório, há que estar atento ao ar que respiramos!

ÓLEOS ESSENCIAIS PARA PURIFICAR NATURALMENTE O AR INTERIOR Sabia que o ar no interior pode ser até 100 vezes mais poluído que o do exterior? O primeiro passo para se livrar dos ácaros, pós e afins é arejar diariamente os espaços onde passa grande parte do tempo. Mas para travar a guerra contra a poluição há também um novo aliado natural e eficaz a ter em conta. Os óleos essenciais apresentam-se como o porta-estandarte da paz e prometem não só eliminar os maus odores, substituindo-os por um aroma agradável, como também restituir a qualidade do ar no interior, seja em casa ou no escritório. Resultado: as fontes de alergias e epidemias são afastadas e é possível respirar um ar não poluído!

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VENCER A

ASMA

É CRUCIAL MELHORAR OS RESULTADOS CLÍNICOS DOS DOENTES ALERTAR A POPULAÇÃO PARA A IMPORTÂNCIA DO CONTROLO DA ASMA E RECONHECIMENTO DE SINTOMAS E DISTINÇÃO DOS CASOS DE ASMA NÃO CONTROLADA OU ASMA GRAVE DEVE SER VISTO COMO UMA PRIORIDADE A NÍVEL DE SAÚDE PÚBLICA.

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ASMA É UMA DOENÇA CRÓNICA que implica, em quase todos os casos, a existência de uma inflamação persistente das vias aéreas. É caracterizada pela ocorrência de sintomas como falta de ar, aperto no peito e tosse, que variam de intensidade e ao longo do tempo. Esta é uma patologia transversal, uma vez que pode afetar pessoas dos vários grupos etários, podendo impossibilitar o doente de aproveitar a vida na sua plenitude. De referir, ainda, que muitos casos de asma têm início na idade pediátrica e mais de metade transitam para a idade adulta.

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DR. JOSÉ FERREIRA

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Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC)

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[ALERGOLOGIA ESPECIAL]

para 400 milhões até ao final da década, e é responsável por mais de 180 mil mortes anuais DOENÇA HETEROGÉNEA A asma é reconhecida, cada vez mais, como uma doença heterogénea, com manifestações diferentes de pessoa para pessoa e vários níveis de gravidade. Sendo que o mesmo doente pode sentir-se tendencialmente pior, por exemplo, à noite ou ao acordar, ou ter sintomas que agravam numa determinada estação do ano. A asma é vista como uma das doenças respiratórias crónicas mais comuns a nível mundial e com maior aumento de incidência nos últimos 30 anos. Atualmente, afeta mais de 300 milhões de pessoas a nível mundial, número que poderá subir para 400 milhões até ao final da década, e é responsável por mais de 180 mil mortes anuais. PERCEÇÃO ERRADA Dados do Inquérito Nacional de Prevalência da Asma (INPA) estimam que, em Portugal, a patologia afete 700 mil pessoas, o que corresponde a 6,8% da população. Cerca de metade dos doentes não tem a sua asma controlada, embora fosse muito frequente neste estudo uma perceção errada ou conhecimento deficiente do estado de controlo da doença, pois 88% dos asmáticos não controlados consideravam que tinham a sua doença controlada. Segundo o Observatório Nacional de Doenças Respiratórias (ONDR), em 2016, foram internados cerca de 2600 doentes por agudização de asma, tendo ocorrido 23 óbitos, a maioria dos quais poderiam ser evitados com o adequado tratamento de controlo da asma. CAUSAS E SINTOMAS As causas e sintomas da asma também são heterogéneas. Asma pode ser alérgica ou não alérgica, sendo a primeira a mais comum e conhecida. Uma parte crucial do diagnóstico é a identificação de potenciais fatores externos que podem desencadear o agravamento da asma, que pode ser provocada por uma complexa relação entre fatores genéticos e ambientais, tais como infeções virais, alérgenos, fumo do tabaco, poluição e agentes ocupacionais que influenciam, não só o seu aparecimento, como a sua progressão.

Outros importantes fatores de agravamento da asma são a obesidade e a coexistência de outras doenças, como a rinite, a rinossinusite, a polipose nasal, o refluxo gastroesofágico e a depressão. A asma causa sintomas respiratórios, nomeadamente dificuldade em respirar (ou dispneia), pieira ou chiadeira, sensação de aperto no tórax, tosse e cansaço. A intensidade dos sintomas é muito variável de doente para doente e mesmo em cada doente, já que é possível passar dias, semanas ou meses sem sintomas, ou tê-los com muita frequência. Também a intensidade das crises pode ser muito diferente de dia para dia. Nos casos de asma grave, os sintomas são de uma intensidade e frequência muito elevada, com crises de asma que podem durar dias e até obrigarem à hospitalização do doente. Tendo em conta as principais causas da asma, a prevenção é importante, mas nem sempre possível e é, muitas vezes, insuficiente para o seu controlo. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da asma é essencialmente clínico e baseado na identificação de um padrão característico de sintomas respiratórios, como pieira, falta de ar, tosse e aperto torácico, bem como na confirmação de um ou mais dos três componentes de asma: obstrução das vias aéreas, hiperreatividade brônquica e inflamação das vias aéreas. O teste-padrão para confirmação do diagnóstico da asma é a espirometria com a prova de broncodilatação, que deve ser efetuado assim que surgem os sintomas iniciais. ASMA GRAVE A asma tem vários graus de gravidade e, se for persistente e contínua – apesar da terapêutica em doses máximas, efetuada com uma técnica inalatória correta em doente que cumpra a medicação prescrita –, pode ser classificada como asma grave. Em situações limite, a asma grave pode causar incapacidade permanente ou até a morte por falta de assistência ou da medicação mais adequada. Do número total de pessoas com asma, 5 a 10% sofre de asma grave. Este é um quadro clínico que tem um grande impacto no dia a dia e na qualidade de vida dos doentes, requer tratamento com doses elevadas de corticoides inalados e um controlador adicional para prevenir o descontrolo da doença.

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a nível mundial, número que poderá subir

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A asma afeta mais de 300 milhões de pessoas

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[ESPECIAL ALERGOLOGIA] medo de ter de uma crise. Na tentativa de prevenir as exacerbações e aliviar os sintomas, os corticosteroides sistémicos são, por vezes, usados de forma crónica, apesar dos efeitos secundários, que podem passar por problemas como excesso de peso, depressão, ansiedade, diabetes, hipertensão e osteoporose.

Segundo estudos recentes, cerca de 40% das pessoas com asma grave são internadas, pelo menos, uma vez por ano, devido a um ataque de asma. Os estudos revelam ainda que 1 em cada 5 doentes de asma grave perdem, no mínimo, um dia de trabalho ou escola a cada 15 dias, devido à doença e quase 1 em cada 4 (23%) dos adolescentes e adultos com asma grave já experienciaram, pelo menos, uma situação de “risco de morte”. E, apesar da taxa de mortalidade na asma ser pequena, a verdade é que esta doença crónica pode ser fatal. Supõe-se, no entanto, que o número de vítimas mortais não ultrapasse 0,1% dos portadores da doença. Em números absolutos, são cerca de 180 mil pessoas à escala mundial.

Cerca de 5 a 10% da população com asma sofre de asma grave, um quadro clínico da doença que tem um grande impacto no dia a dia e na qualidade de vida dos doentes A base do tratamento são os corticoides inalados, que são os medicamentos mais eficazes na prevenção das crises de asma. Podem e devem, por vezes, associar-se a outros medicamentos, como os broncodilatadores (beta-agonistas de longa duração) e os anti-leucotrienos. No caso da asma grave, mesmo com doses elevadas de corticoides inalados e restante medicação tomada todos os dias, estes doentes continuam a viver diariamente com limitações importantes das suas atividades e

selecionados e não têm os efeitos secundários associados aos corticosteroides. Para algumas das pessoas com asma grave, podem representar a esperança de recuperar a qualidade de vida e o controlo dos sintomas. A promoção da atividade física e da perda de peso, a evicção da exposição aos alergénios e ao fumo do tabaco, bem como o controlo das doenças associadas (rinite, rinossinusite, refluxo gastroesofágico, depressão, etc.) são fundamentais no controlo da asma. Alertar a população para a importância do controlo da asma e reconhecimento de sintomas e distinção dos casos de asma não controlada ou asma grave deve ser visto como uma prioridade a nível de saúde pública.

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TRATAMENTO DE CONTROLO A asma não tratada durante anos, às vezes porque os sintomas são desvalorizados, acaba por entrar numa fase em que os efeitos da inflamação nos brônquios já não são completamente reversíveis e o controlo total nestes doentes torna-se um obstáculo muito maior. Com a consciência de que a asma ainda representa um desafio real, é importante clarificar que vencer a asma significa não ter sintomas, não ter ataques nem crises, não ter limitações nem interferência da asma na qualidade de vida, na vida familiar e social. O principal tratamento da asma é o tratamento de controlo, ou seja, o uso de medicamentos que controlem a doença e evitem o aparecimento de sintomas. Atualmente, os tratamentos disponíveis permitem que muitas pessoas com asma não tenham sintomas da doença durante semanas, meses ou até anos.

NOVOS TRATAMENTOS BIOLÓGICOS Felizmente, nos últimos anos, surgiram os chamados tratamentos biológicos para a asma. Trata-se de anticorpos desenvolvidos em laboratório que se vão ligar a moléculas-alvo existentes no nosso corpo e que estão na base do desenvolvimento dos sintomas de asma, conseguindo assim controlá-los. Estes tratamentos têm eficácia comprovada em casos devidamente

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ESPAÇO DYRUP

Purifique o ar da sua casa! DYRUP AIR PURE PURIFICA O AR DE SUA CASA PROPORCIONANDO UM AMBIENTE MAIS SAUDÁVEL PARA SI E PARA A SUA FAMILIA CONSIDERA QUE A SUA CASA ESTÁ LIVRE DE AGENTES POLUIDORES? SENTE QUE O AR QUE RESPIRA NO INTERIOR É SAUDÁVEL PARA A SUA FAMÍLIA? Curiosamente, quando medimos a qualidade do ar interior, surpreendemo-nos com o facto de este não ser tão puro como imaginávamos. No sentido de responder a esta necessidade, a PPG Dyrup lançou uma das mais revolucionárias tintas do sector, para pintura de interiores, com o intuito de minimizar os efeitos dos poluentes que, de forma invisível, afetam as nossas casas. Air Pure é uma tinta de base biológica e elevada qualidade, feita parcialmente a partir de recursos renováveis e que promete purificar o ar interior, cuidando da saúde e proporcionando maior bem estar no interior dos edifícios. PORQUÊ PREOCUPARMO-NOS COM A QUALIDADE DO AR INTERIOR? Passamos 90% do nosso tempo no interior de edifícios e pensamos estar protegidos pois os agentes poluentes estão no exterior. A verdade é que o ar do interior das nossas casas e escritórios pode atingir níveis de contaminação 10 vezes mais elevados do que o exterior. Entre os poluentes presentes no ar interior, temos o formaldeído, um dos Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) mais prejudiciais. O formaldeído é um gás invisível frequentemente presente em concentrações consideradas nocivas à saúde, pois é libertado pela maioria dos materiais de construção, produtos de limpeza, vernizes, colas, mobiliário e até os têxteis, como almofadas e carpetes.  A concentração deste poluente no ar interior é diferente em cada espaço, tal como o seu efeito na saúde é diferente de pessoa para pessoa. O formaldeído é uma substância química irritante e desperta a sensibilidade das mucosas. Os sintomas incluem a garganta seca ou dorida, dores de cabeça, fadiga, problemas de memória e concentração, náuseas, vertigens, falta de ar, ardor nos olhos, ou ainda, a longo prazo, situações mais complicadas como cancro (identificado desde 2004 pela Organização Mundial de Saúde). Por esta razão, o nível de concentração deve ser o mais baixo possível.

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COMO TORNAR O AR INTERIOR MAIS PURO? Ao aplicar Air Pure na sua casa, e com apenas duas demãos, obterá uma redução de 70% dos níveis de concentração de formaldeído existente no interior. Através da tecnologia inovadora Air Purifying, Air Pure filtra as moléculas de formaldeído presentes no ar, neutralizando-as desde o primeiro dia de aplicação. A eficácia de Air Pure foi verificada segundo a ISO 16000-23 e atestada por um laboratório independente. O impacto de Air Pure na qualidade do ar interior mantém-se até 7 anos. Além da utilização de Air Pure, a PPG Dyrup recomenda que seja assegurada uma correta ventilação do espaço, abrindo janelas com frequência para evitar que o formaldeído e outros agentes nocivos se concentrem no interior. Não fume. Mantenha o espaço limpo, de preferência com recurso a produtos de limpeza menos agressivos. Evite a humidade, que propicia a proliferação de microrganismos, nomeadamente fungos e bactérias. E, finalmente, use plantas naturais, pois é hoje reconhecido o seu papel na purificação do ar interior. TINTAS MAIS ECOLÓGICAS Air Pure é a opção mais sustentável e amiga do ambiente, pois é constituída por 45% de base biológica e a sua embalagem é feita de material totalmente reciclado. A sustentabilidade ecológica surge assim como uma preocupação primordial para a marca. O compromisso da empresa é produzir cada vez mais produtos como Air Pure – inovadores, que não agridam o meio ambiente e ainda melhorem a qualidade de vida. A FÓRMULA DYRUP Dyrup Air Pure tem um número muito reduzido (1g/l) de Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) e a mais alta classificação na qualidade do ar interior (A+). Utiliza uma embalagem inovadora no mercado (100% reciclada), reduzindo o consumo de energia, água e outros recursos naturais. Destaca-se ainda pelo seu aspeto mate, facilidade de aplicação, resistência à esfrega e excelente opacidade e acabamento. Está disponível em milhares de cores através do Sistema de Tintagem Dyrumatic.

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[ESPECIAL ALERGOLOGIA]

ALERGIAS ALIMENTARES A

ALERGIA É UMA SITUAÇÃO DE HIPER-SENSIBILIDADe a uma ou várias substâncias, que geralmente não provocam perturbações nos indivíduos normais. Os agentes desencadeantes destas reações podem ser pólenes, pós, cosméticos, pelos de animais, agentes físicos diversos, determinados vegetais, medicamentos, vacinas e, por último, uma grande variedade de alimentos, cujo conteúdo proteico é considerado o fator causal da alergia alimentar.

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MAIS FREQUENTE NA INFÂNCIA A frequência das alergias alimentares é maior na infância e diminui com o passar dos anos. Estão ligadas a diversos fatores: a relativa imaturidade funcional do sistema digestivo; as normas dietéticas do lactente, com várias refeições por dia, relativamente restringidas a um único alimento – o leite – de considerável poder alergénico; e a precocidade e a continuidade do contacto com alérgenos alimentares. Em termos absolutos, a frequência da alergia alimentar é um dado muito controverso. Tende-se a pensar que se trata de um fenómeno pouco comum e que, pelo menos na idade adulta, constitui uma minoria das alergopatias. No entanto, existe a opinião generalizada de que este fenómeno está a registar um aumento contínuo, provavelmente ligado à difusão massiva dos alimentos conservados e pré-cozinhados e à introdução de novas técnicas de produção na indústria alimentar. TODOS SÃO POTENCIALMENTE ALERGÉNICOS Pode afirmar-se que todos os alimentos são potencialmente alergénicos; no entanto, a sensibilidade alérgica é mais frequente para alguns deles. Entre os de origem animal, convém destacar o leite e os ovos – a clara. Entre os alimentos de origem vegetal de maior poder antigénico, figuram os morangos, as nozes, o chocolate e o trigo. De qualquer modo, repetimos, não existe nenhum alimento, nem mesmo

COMIDA DE RISCO PARA A MAIORIA DAS PESSOAS, COMER AMENDOINS, CAMARÃO OU CHOCOLATE É UMA SITUAÇÃO NORMAL. NO ENTANTO, O CONSUMO DESTES ALIMENTOS, PARA ALGUMAS PESSOAS, SIGNIFICA TEREM DE ENFRENTAR SINTOMAS MUITO DESAGRADÁVEIS, DECORRENTES DOS PROCESSOS ALÉRGICOS. o mais simples, que não tenha sido descrito como responsável por quadros alérgicos. O caráter alergénico de um alimento é, em parte, condicionado pela preparação que sofre antes do seu consumo. Em geral, a cocção atenua ou anula essa atividade. No que diz respeito ao leite, sabe-se que o seu poder antigénico diminui caso se elimine a albumina. A conservação industrial dos alimentos pode, também, contribuir para modificar as suas características alergénicas intrínsecas. Há que ter em conta, por outro lado, que os alimentos são, na realidade, mosaicos de antigénios: a clara do ovo, por exemplo, alimento relativamente simples, possui cinco frações antigénicas diferentes. O número de componentes multiplica-se, no caso de alimentos não tão simples. A estes componentes naturais, há que somar os artificiais, constituídos por produtos de contaminação, que podem, por sua vez, ter atividade antigénica e originar quadros de alergia alimentar. Esta contaminação pode ser acidental – como, por exemplo, antibióticos presentes no leite de vaca – ou tecnológica – salicilatos e antisséticos, amplamente utilizados na indústria das conservas.

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Pode afirmar-se que todos os alimentos são potencialmente alergénicos; no entanto, a sensibilidade alérgica é mais frequente para alguns deles

FATORES FAVORECEDORES A alteração da mucosa digestiva favorece a absorção massiva de antigénios alimentares não degradados, o que implica um risco maior de sensibilização. Os fatores de alteração da mucosa digestiva, que podem favorecer claramente o aparecimento de alergia alimentar, são múltiplos: 4as bactérias – com poder invasivo relativamente ao epitélio – e os vírus de localização intestinal intervêm como fatores causais, sobretudo no recém-nascido; 4as micoses digestivas são bastante frequentes: constituem 25% dos casos de alergia alimentar; 4o ácido acetilsalicílico – aspirina – e os anti-inflamatórios são utilizados em 22% dos indivíduos que sofrem de alergia alimentar; 4o álcool e alguns aditivos, usados em quantidades excessivas, desempenham um papel de primeira ordem. Em mais de 7% dos casos, constatou-se um desequilíbrio alimentar, caracterizado por um consumo exagerado do alimento responsável pela alergia.

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COMO SE MANIFESTA A ALERGIA ALIMENTAR? As manifestações clínicas da alergia alimentar não diferem das de outras formas de alergia, podendo afetar os sistemas digestivo, respiratório, cutâneo, cardiovascular, genitourinário, articular e nervoso. A resposta alérgica ao alimento responsável pode ser de tipo imediato ou de tipo retardado. Um mesmo indivíduo pode apresentar os dois tipos de resposta, mas a antigénios diferentes; além disso, um mesmo antigénio pode provocar uma resposta imediata num doente e uma resposta retardada noutro.

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FALSAS ALERGIAS alimentares

A alergia alimentar pode manifestar-se através de diversos sistemas corporais: através do sistema respiratório, sob a forma de asma brônquica ou de rinite de tipo vasomotor; através do sistema digestivo, com gastrenterite, estomatite, náuseas, vómitos, dores abdominais, diarreia e colite; através do sistema cutâneo, com prurido, dermatose, urticária e edema angioneurótico; através do sistema nervoso, com crises de vertigens ou dor de cabeça; do sistema genitourinário, com presença de sangue na urina ou prurido genital; e através do sistema articular, com artralgias diversas. Por conseguinte, em face dos sintomas, por vezes pode ser muito difícil demonstrar a origem alérgica das diversas perturbações. PROGNÓSTICO A alergia alimentar que aparece em idades infantis deve-se, muitas vezes, à imaturidade funcional do sistema digestivo e, logicamente, costuma resolver-se espontaneamente, ao melhorarem as condições funcionais desse sistema. No adulto, a alergia alimentar apresenta escassa tendência para a cura espontânea; em geral, contudo, atenua-se nas idades mais avançadas. Por vezes, depois da

eliminação do alérgeno da dieta, durante um período suficientemente longo, o doente suporta sem perturbações posteriores contactos, sobretudo se forem esporádicos e não intensos. CONDUTA TERAPÊUTICA A conduta terapêutica perante os doentes que sofrem de alergia alimentar não é muito diferente da que é seguida nas alergopatias devidas a outros alérgenos. Por conseguinte, existe, por um lado, uma ação dirigida à eliminação dos alérgenos causais e, por outro, uma terapêutica sintomática.

4TRATAMENTO DIETÉTICO O tratamento dietético da alergia alimentar poderia, à primeira vista, parecer de fácil aplicação. Uma vez detetado o alimento ou alimentos não tolerados, bastaria eliminar estes alimentos da dieta. Isso é possível quando o doente é alérgico a alimentos que têm pouco valor nutritivo e que não são componentes habituais da alimentação. É esse o caso, por exemplo, dos amendoins, dos mariscos, dos crustáceos e dos morangos, para citar apenas alguns. No entanto, o problema agrava-se quando os agentes responsáveis pelas manifestações alérgicas são fonte de importantes nutrientes e, ao mesmo tempo, encontramse presentes em grande número de alimentos, que são consumidos todos os dias. Para o êxito de uma terapêutica dietética, contribuem diversos fatores. Antes de mais nada, é importante que a eliminação

Na verdadeira alergia alimentar, provocada pela reação entre o anticorpo produzido pelo doente e o alimento “alérgico”, regista-se a produção de certas substâncias, responsáveis pelas perturbações e pelas manifestações clínicas, entre as quais se destaca a histamina. Existem, contudo, numerosos alimentos ricos em histamina ou, então, cuja digestão origina a libertação de histamina, independentemente de um mecanismo alérgico. Entre estes alimentos, convém assinalar os seguintes: 4 a clara de ovo, que é um forte histaminolibertador; 4 os crustáceos – camarões e, em menor grau, também os caranguejos –, os morangos, os tomates, o chocolate, o peixe e o porco são-no igualmente; 4 algumas frutas, como o ananás e outras frutas exóticas, contêm substâncias histamino-libertadoras; 4 algumas verduras e, também, cereais, as nozes, os amendoins, etc., contêm lecitinas, que podem provocar uma libertação de histamina. Por último, podem ter efeito histaminolibertador certas substâncias alimentares não proteicas. Convém mencionar, em primeiro lugar, o álcool, que junta ao seu conhecido efeito vasodilatador um efeito histamino-libertador.

do alimento ou dos alimentos suspeitos seja completa, uma vez que a introdução de quantidades, mesmo que mínimas, de alimentos em indivíduos com sensibilização não grave pode prolongar a duração da sensibilização e atrasar a tolerância ao alimento.

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Existem numerosos alimentos ricos em histamina ou, então, cuja digestão origina a libertação de histamina, independentemente de um mecanismo alérgico

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SINTOMAS e síndromas atribuídos a alergia alimentar

A eliminação pode ser difícil no que respeita a produtos como o leite de vaca e o ovo, que fazem parte de numerosos alimentos. O leite, concretamente, está presente em alimentos insuspeitos. É opinião generalizada que a alergia alimentar tende a resolver-se completamente na criança. Parece, pois, conveniente, na ausência de reações alérgicas, efetuar tentativas específicas, todos os 6-12 meses, de reintrodução do alimento alergénico. Nos casos mais favoráveis, assiste-se progressivamente a uma diminuição da gravidade dos sintomas ou a um aumento da dose mínima do alimento capaz de os provocar, até que se verifique uma tolerância completa, geralmente por volta dos 3-4 anos de idade. Esta é a circunstância mais frequente, embora não faltem formas de alergia alimentar que persistem até aos 8-10 anos de idade e, por vezes, até à idade adulta.

determinar um agravamento da situação alérgica. A escolha dos medicamentos mais úteis dependerá, obviamente, do tipo de processo patológico implicado em cada caso. Os anti-histamínicos constituem o tratamento de primeira linha. Eles são de especial utilidade na urticária, na rinite alérgica e nas reações anafiláticas; em contrapartida, por razões pouco claras, podem não ser eficazes – e inclusive prejudiciais – noutras síndromas alérgicas, como a asma e a dermatite alérgica.

4SISTEMA GASTROINTESTINAL – Diarreia, vómitos, dispepsia, hematemese, melena (fezes manchadas de sangue), cólicas, má absorção, estomatites recorrentes, língua geográfica. 4SISTEMA RESPIRATÓRIO – Inflamações repetidas, asma, rinopatia, hemosiderose pulmonar, tosse violenta. 4SISTEMA RENAL – Hematúria, proteinúria, enurese, nefrose. 4SISTEMA CUTÂNEO – Dermatites, urticária, angioedema. 4SISTEMA OCULAR – Conjuntivite, queratite, uveíte. 4SISTEMA OSTEOARTICULAR – Dores articulares, artrite reumatoide. 4SISTEMA NERVOSO – Cefaleia, irritabilidade, estados depressivos. 4VÁRIOS – Choque anafilático, morte súbita do lactente, hiperostose cortical, febre recorrente, paragem no aumento de peso, otite média serosa.

Por vezes, depois da eliminação do alérgeno da dieta, durante um período suficientemente longo, o doente suporta sem perturbações, posteriores contactos, sobretudo se forem esporádicos e não intensos

4TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

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Há que recorrer ao tratamento farmacológico quando se verifique um dos seguintes casos: polissensibilização com alimentos que parecem dificilmente substituíveis do ponto de vista nutricional; escassa ou nula aceitação do regime dietético imposto; persistência de manifestações clínicas, apesar da dieta hipoalergénica; especial gravidade do quadro clínico; impossibilidade de evitar a exposição ao alimento alergénico. No tratamento das afeções alérgicas, demonstra-se eficaz uma ampla variedade de medicamentos. Porém, é necessário ter em conta que a utilização inadequada de alguns destes medicamentos pode

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[SAÚDE NUTRIÇÃO]

A granola É SAUDÁVEL?

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A GRANOLA TEM VINDO A ENTRAR, DE FORMA PROGRESSIVA, NOS NOSSOS PEQUENOS-ALMOÇOS E LANCHES. NOS SUPERMERCADOS, PODEMOS ENCONTRAR UM CORREDOR INTEIRO COM DIFERENTES VARIEDADES. MAS SERÁ UMA OPÇÃO ASSIM TÃO SAUDÁVEL?

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granola é uma mistura de flocos de aveia, frutos secos, sementes, fruta, coco ou outro ingrediente à sua escolha. Esta simples refeição pode ser bastante equilibrada e completa. A granola é rica em proteínas, fibras e micronutrientes, tais como ferro, magnésio, zinco, cobre, selénio, vitaminas do complexo B e vitamina E. No que diz respeito às calorias, o seu valor varia bastante e depende, essencialmente, dos ingredientes utilizados. Ao comparar vários tipos de granola, é possível observar que, no geral, as granolas com mais frutos secos ou com adição de açúcares (seja sob a forma de adoçantes artificiais, como xarope de glucose; adoçantes naturais, como o mel; ou sob a forma de açúcar branco) são, obviamente, mais ricas em açúcares. As variedades com adição de nozes e sementes são mais ricas em proteínas e as que incluem apenas cereais integrais têm um valor mais elevado de fibra.

Pela

DRA. CATARINA SOFIA CORREIA Nutricionista, Clínica Tejo Saúde, Parceira Fitness Hut - Grupo Viva Gym

BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE Tal como já foi referido, tanto o valor nutricional como os benefícios irão depender dos ingredientes que fazem parte da composição de cada granola. No entanto, as granolas ricas em sementes, aveia e frutos secos (como a amêndoa) estão associadas a inúmeros benefícios. Por serem ricas em fibra e proteína, as granolas contribuem para uma longa sensação de saciedade, uma vez que potenciam a libertação de hormonas responsáveis por essa sensação e aumentam o tempo de digestão, o que contribui para um maior controlo do apetite. Por outro lado, o consumo de granola também melhora a pressão arterial, reduz os níveis de colesterol, reduz a quantidade de açúcar no sangue, melhora a saúde intestinal e fornece um elevado teor de antioxidantes, importantes para combater as inflamações do organismo. CONTRAPARTIDA Da mesma forma que a granola possui ingredientes saudáveis, também poderá conter ingredientes menos interessantes do ponto de vista nutricional, ricos em açúcares e gordura. Consumir mais do que a porção adequada às necessidades individuais pode levar ao aumento indesejado de peso, aumentando o risco de aparecimento de obesidade e doenças metabólicas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um consumo de açúcar limitado a 10% do total de calorias consumidas por dia, o que equivale, aproximadamente, a 50 gramas. Algumas granolas possuem cerca de 17g de açúcar numa única porção de 30g. Como é muito habitual ultrapassarmos a porção recomendada, é facilmente possível ingerir uma grande quantidade de açúcar numa única refeição. ESCOLHER A MELHOR GRANOLA Cada embalagem de granola é diferente e possui uma grande variedade de ingredientes. Por essa razão, torna-se essencial verificar a lista de ingredientes no rótulo da embalagem. Evite as granolas que tenham como primeiros ingredientes as palavras “açúcar”, “xarope de glucose” ou até mesmo “mel”. Escolha as granolas que possuam, pelo menos, 3 a 5 gramas de fibra por porção (habitualmente uma porção corresponde a 30g e muitos rótulos apenas apresentam a tabela nutricional para 100g de produto). A melhor granola é a caseira. Escolha produtos naturais e evite adicionar açúcar ou coloque apenas uma pequena quantidade de mel. Para além de ficar muito mais económico, poderá personalizar ao seu gosto.

Granola caseira

PREPARAÇÃO 1 Coloque os flocos de aveia, as amêndoas laminadas e as sementes num tabuleiro de forno forrado com papel vegetal. Junte a flor-de­-sal e misture. Adicione o mel uniformemente à mistura. 2 Leve ao forno. Coloque o tabuleiro na posição mais baixa e cozinhe a 180º C, durante 20 minutos, apenas com a parte de cima ligada. A meio da cozedura, retire e mexa a granola com uma espátula, para descolar do papel e misturar todos os ingredientes. Volte a colocar no forno. 3 Quando estiver pronta, retire do forno e junte as bagas e as passas. Misture bem e guarde num frasco bem fechado. A granola bem acondicionada dura vários dias, mantendo a textura crocante e o sabor.

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INGREDIENTES 4 1 ½ chávena de flocos de aveia (quinoa ou de trigo-sarraceno) 4 ½ chávena amêndoas laminadas (ou outros frutos secos à escolha) 4 ½ chávena sementes (abóbora, girassol, sésamo…) 4 2 colheres de sopa de mel 4 Flor-de-sal q.b. 4 Bagas goji q.b. 4 Uvas-passas q.b.

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Fazer granola caseira é mais fácil do que imagina. Siga os nossos conselhos e aprenda a fazer uma granola saudável, económica e deliciosa.

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[SAÚDE NUTRIÇÃO]

DIETA ANTICOLESTEROL O ÍNDICE DE COLESTEROL NO SANGUE É UM DOS INDICADORES DO NOSSO CORPO QUE DEVEMOS TER MAIS EM CONTA. CONTROLÁLO É UMA GARANTIA DE SAÚDE A MÉDIO PRAZO E NADA RESULTA TÃO EFICAZ COMO FAZÊ-LO ATRAVÉS DA UMA DIETA ADEQUADA.

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COLESTEROL É UM LÍPIDO – isto é, um determinado tipo de gordura – presente em alimentos como as gorduras animais, os ovos, os produtos lácteos e seus derivados. Além disso, também o organismo – em especial, o fígado – o produz em quantidades variáveis. Ainda que se trate de um componente necessário ao bom funcionamento de órgãos vitais e tecidos, assim como à formação de hormonas, vitamina D e outras substâncias, um nível de colesterol demasiado elevado – acima dos 220 mg/dl – pode causar sérios problemas, já que tende a acumular-se nas paredes das artérias. Para evitar que isto ocorra, há que ter muito claro quais os alimentos que fornecem um excesso de colesterol, de forma a poderem ser substituídos.

LISTA IDEAL DE COMPRAS 4 LEITE E DERIVADOS Recomendado: leite, iogurte, queijo fresco e requeijão. Todos desnatados. Consumo moderado: leite meio-magro, iogurte inteiro, coalhada, queijo fresco com nata e queijos semi-gordos. Estes alimentos são recomendáveis para pessoas com colesterol não muito elevado e sem problemas de obesidade. Proibido: leite gordo e leite condensado, iogurtes enriquecidos com gordura, queijos curados e natas.

4 CARNE, PEIXE, OVOS E DERIVADOS Recomendado: frango (sem pele), peru, peças magras de vitela e porco, coelho, codorniz, perdiz, presunto (sem gordura), fiambre de peru, peixes e ovos. Consumo moderado: carne de vaca e porco, perna de cabrito, fiambre e marisco. Proibido: peças gordas de vitela e porco, pato, fígado, rins, salsichas, enchidos, patês e fumados.

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4 CEREAIS, BATATAS E LEGUMINOSAS Recomendado: quase todos. Consumo moderado: bolachas, bolos caseiros feitos com leite magro e azeite.

Proibido: pastelaria industrial, gemas, pudins tipo toucinho-do-céu, batatas fritas de pacote e outros snacks.

4 VERDURAS E HORTALIÇAS Recomendado: todos, sem exceção. 4 FRUTAS Recomendado: quase todas. Consumo moderado: frutas em calda ou cristalizadas. Proibido: coco. 4 BEBIDAS Recomendado: água, infusões, sumos naturais e caldos magros. Consumo moderado: cerveja, sidra e vinhos de mesa. Proibido: álcool de alta graduação.

As duas caras do colesterol Há dois tipos de colesterol, em função da maneira como é transportado no sangue: 4HDL (lipoproteínas de alta densidade), conhecido como colesterol «”bom”; e 4LDL (lipoproteínas de baixa densidade), isto é, o colesterol “mau”. Um excesso de colesterol LDL incrementa o risco de doenças cardiovasculares. Os alimentos ricos em ácidos gordos saturados incrementam os níveis de LDL no sangue. Por sua vez, o HDL transporta o excesso de colesterol desde os tecidos para o fígado, onde é eliminado. Desta forma, também elimina algum do colesterol depositado nas artérias. É, portanto, desejável a existência de altos níveis de HDL e baixos níveis de LDL.

Um excesso de colesterol LDL incrementa o risco de doenças cardiovasculares; os alimentos ricos gorduras saturadas incrementam os níveis de LDL no sangue

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DIETA RECOMENDADA Para cada refeição, escolha apenas uma opção.

MEIO DA MANHÃ E LANCHE 4 Tangerinas com bolachas integrais de soja. 4 Infusão com pão de cereais, peru e rodelas de tomate. 4 Iogurte desnatado de cereais com pedaços de laranja.

JANTAR 4 Couve lombarda refogada com amêndoas. Bonito grelhado com pedaços de tomate. Pão. Uma laranja. 4 Salada de escarola, alho, romã, nozes, cogumelos e pedacinhos de presunto (sem gordura). Pão. 4 Pimentos grelhados com alho. Omeleta de atum ou anchovas. Pão. Sumo de tangerina.

4 GORDURAS Recomendado: azeite. Consumo moderado: manteiga e margarina vegetal. Proibido: margarina, manteiga, toucinho, óleo de coco e cremes de chocolate. 4 OUTROS PRODUTOS Recomendado: maionese com leite magro e molhos com pouco azeite. Consumo moderado: molhos comerciais e frutos secos. Proibido: produtos que contenham ovo, bolachas, salgados (como croquetes, empadas, etc.) e maionese.

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ALMOÇO 4 Escarola com alho, pedaços de laranja e romã. Lentilhas estufadas com pedaços de cenoura e batata. Um iogurte desnatado. 4 Creme de abóbora. Dourada no forno com pimentos. Pão. Uma tangerina. 4 Couve-flor salteada com cogumelos. Coelho no forno com alho e salsa. Pão. Uma tangerina.

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PEQUENO-ALMOÇO 4 Leite magro com café e pão integral com marmelada sem açúcar. 4 Iogurte desnatado com bolachas de soja e sumo de laranja natural. 4 Chá com leite magro e tostas com queijo magro e mel.

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[ESPAÇO VIDA SAUDÁVEL]

CORAÇÃO mais forte COM A DESCOBERTA DO Q10, FOI IDENTIFICADA UMA FORMA NATURAL DE AJUDAR O CORAÇÃO A CONTRAIR COM MAIS FORÇA. DOIS ESTUDOS RECENTES MOSTRAM CLARAMENTE COMO ESTE COMPOSTO NATURAL FAZ TODA A DIFERENÇA.

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E VEZ EM QUANDO, A CIÊNCIA dá-nos a conhecer uma nova descoberta que suscita a curiosidade e é tema de capa em vários jornais e revistas. Uma das descobertas científicas mais fascinantes dos últimos tempos é o Q10 e o papel fundamental deste composto, idêntico às vitaminas, na saúde cardíaca humana. A ciência desvendou um dos mistérios por que o ser humano perde vigor à medida que envelhece. E a boa notícia é que, com a ajuda do Q10, é realmente possível recuperar parte dessa energia e revitalizar o organismo. Uma substância natural, disponível numa pequena cápsula, pode literalmente aumentar a potência do músculo cardíaco e bombear sangue com a mesma força que tinha quando era jovem. Em semanas, irá sentir os benefícios de um coração mais forte. Irá sentir maior resistência e um aumento do bem-estar físico e mental que já não sentia há muito.

TORNAR, DE NOVO, FORTE O CORAÇÃO FRACO O impacto do Q10 no coração foi claramente demonstrado por cientistas dinamarqueses, que decidiram testar a substância em doentes com insuficiência cardíaca crónica. Normalmente, um grande número de doentes morre num período de cinco anos após o diagnóstico de insuficiência cardíaca, mas os resultados foram diferentes no estudo Q-Symbio, publicado o ano passado no Journal of the American College of Cardiology, Heart Failure. 420 doentes com insuficiência cardíaca crónica receberam, aleatoriamente, 3 x 100 mg de coenzima Q10 de elevada qualidade ou cápsulas com placebo, como complemento à terapêutica convencional. Os resultados foram surpreendentes.

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COM A IDADE, O CORAÇÃO PERDE Q10 A doença cardíaca é uma das muitas doenças associadas a níveis reduzidos de Q10 nas células. Contudo, a redução dos níveis de Q10 faz parte do processo de envelhecimento. Com os suplementos de Q10, há uma forma natural de combater o problema e, como o estudo Q-Symbio mostrou, pode inclusivamente ser utilizada em pessoas com problemas cardíacos.

VERIFIQUE SEMPRE A DOCUMENTAÇÃO O suplemento de Q10 usado no estudo Q-Symbio foi produzido mediante uma técnica única de microcristais de Q10 dissolvidos em óleo vegetal, que garante absorção total do constituinte ativo pelo organismo. Com mais de 100 estudos publicados a comprovar a suas biodisponibilidade, qualidade e segurança, este suplemento é o mais bem documentado do mercado e o mais utilizado em estudos com Q10. Na verdade, este suplemento de Q10, em concreto, foi escolhido como referência científica oficial da Associação Internacional para a Coenzima Q10 (ICQA), que é a organização que coordena toda a investigação sobre Q10 a nível internacional. Esta fórmula com 100mg de Q10 pode ser encontrada nas farmácias. Para mais informações sobre os dois estudos, consulte www.q10.pt

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MENOS 43% DE MORTES No grupo de Q10, registaram-se menos 43% de mortes. Além disso, os corações fragilizados passaram a trabalhar com mais força e energia, comparativamente ao coração dos doentes do grupo de controlo. O mérito da melhoria foi todo das cápsulas de Q10 e, aquando da sua publicação, o estudo surpreendeu os cardiologistas de todo o mundo.

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Em semanas, irá sentir os benefícios de um coração mais forte; irá sentir maior resistência e um aumento do bem-estar físico e mental que já não sentia há muito

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[SAÚDE FLASHS] RX inovador chega a Portugal Acaba de chegar ao nosso país um sistema de imagem inovador, designado EOS, que permite fazer o estudo do corpo inteiro com imagens 2D e 3D, com o doente em posição vertical. Com este novo equipamento médico será possível obter uma avaliação mais precisa e rigorosa de apoio ao diagnóstico e seguimento do doente. O EOS está disponível no Hospital CUF Descobertas. Até agora, nos sistemas de radiologia convencional, seriam necessárias várias exposições de radiação (RX) para adquirir imagens de estudos de coluna vertebral ou membros inferiores. Com o sistema EOS, passa a ser possível, com uma única aquisição, adquirir ima-

gens biplanares de coluna vertebral, membros inferiores e corpo inteiro. O novo sistema tem como grande vantagem, para o doente, a baixa dose de radiação. Esta poderá ser reduzida entre 50% a 85%

em comparação com equipamentos convencionais de RX e poderá chegar a cerca de 95% menos de radiação em exames específicos em comparação com sistemas de Tomografia Computorizada (TAC). “Nos equipamentos de TAC e RX é emitida radiação ionizante, que é cumulativa. Pode, por isso, ao longo do tempo e com a frequência da sua realização, causar danos celulares. Com o EOS, ao reduzirmos a exposição do doente à radiação ionizante, estamos a minorar a probabilidade de desenvolver esses danos”, explica o Dr. Jorge Mineiro, coordenador de Ortopedia no Hospital CUF Descobertas.

Exportações em Saúde atingem máximo histórico As exportações portuguesas em Saúde atingiram um novo recorde de cerca de 1,5 mil milhões de euros, o que significa um aumento de 14,5% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), tendo como fonte o Instituto Nacional de Estatística (INE). Estes dados reforçam o peso do setor da saúde na economia nacional e refletem o esforço feito pelas diferentes entidades no sentido de consolidar a presença de Portugal nos mercados externos. De acordo com Salvador de Mello, presidente do Health Cluster Portugal (HCP), “esta evolução positiva traduz o investimento persistente que tem vindo a ser feito pelas empresas nacionais na sua aposta de internacionalização e está em linha com o pacto de com-

petitividade e internacionalização para a Saúde, assinado no ano passado entre o Ministério da Economia e o HCP”. Este pacto é um importante instrumento para a concretização dos objetivos estratégicos do HCP, que definiu, até 2025, ultrapassar os 2,5 mil milhões de euros de exportações em saúde. Em Portugal, o setor da Saúde representa um volume de negócios anual na ordem dos 30 mil milhões de euros e um valor acrescentado bruto de cerca de 9 mil milhões, envolvendo perto de 90 mil empresas e empregando quase 300 mil pessoas. No valor de exportações estão incluídas a fabricação de produtos farmacêuticos de base, preparações farmacêuticas, equipamento de radiação e eletromedicina, instrumentos e material médico-cirúrgico.

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UP Clinic lança conceito de Smart Aging A Up Clinic – Surgery & Aesthetics acaba de lançar o conceito Smart Aging, uma abordagem preventiva que procura melhorar a qualidade de vida e retardar o envelhecimento celular, atrasando o aparecimento de doenças degenerativas. Com a coordenação da Dra. Ana Rita Victor, médica cardiologista especializada em Smart Aging, a equipa é mul-

tidisciplinar e inclui uma nutricionista funcional, Andreia Luís de Castro, fisioterapeutas, enfermeiras, um especialista em mindfulness, António Costa e o personal trainer Nuno Neves. A abordagem preventiva é focada nos 5 pilares em que assenta a medicina anti-envelhecimento: nutrição, exercício físico, suplementação não hormonal, modulação hormonal e estilos de

vida. Tendo em conta cada pilar, e após as avaliações médicas necessárias, são detetados os fatores responsáveis por acelerar o envelhecimento. Posteriormente, é elaborado um tratamento personalizado para melhorar as capacidades físicas e cognitivas e retardar os processos crónicos e degenerativos das células, que surgem com o envelhecimento. Na consulta, são ainda abordados alguns desequilíbrios hormonais e as suas consequências, tais como a menopausa, andropausa, diminuição da líbido, síndrome metabólica e falência ovárica prematura.

Rótulos nos Alimentos: Escolhas Informadas O Instituto Doutor Ricardo Jorge recebeu, recentemente, a conferência “Rótulos nos Alimentos: Escolhas Informadas”, que debateu os sistemas de rotulagem. A iniciativa, promovida pela DECO PROTESTE, em parceria com a Auchan, Danone e Nestlé, contou com a presença de Serge Hercberg, médico, investigador e “pai” do NutriScore. “Num estudo conduzido, em 2019, em Portugal, que comparou diferentes rótulos em alimentos da mesma categoria, o Nutri-Score apresentou a melhor performance, pois aumentou a qualidade nutricional das escolhas feitas pelo consumidor”, avançou. O Nutri-Score é um sistema gráfico fácil de ler e de entender, que classifica os alimentos numa escala de A a E, cada uma com uma cor diferente, do verde ao vermelho. “Não sendo um substituto da informação nutricional, que deve manter-se, o Nutri-Score é um indicador muito simples e intuitivo, que permite comparar facilmente a qualidade nutricional de produtos da mesma categoria”, explicou Hercberg. Esta evidência é, de resto, comprovada por mais de 40 estudos internacionais, que demonstram a eficácia deste sistema a impactar o ato da compra. Um estudo levado a cabo em 60 supermercados, em França, concluiu que o Nutri-Score melhora a qualidade nutricional do carrinho de compras em 10%. “Temos a demonstração na vida real que há uma modificação de comportamentos e há um aumento da qualidade nutricional das compras com a utilização deste sistema”, sublinhou o médico.

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[SAÚDE PREVENÇÃO]

Coronavírus COMO PROTEGER-SE? A PROPAGAÇÃO DO NOVO CORONAVÍRUS – DESIGNADO COVID-19 – PERMANECE NA ORDEM DO DIA, COM ATUALIZAÇÕES DO NÚMERO DE INFETADOS E VÍTIMAS A CADA MINUTO, EM TODOS OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. MAIS DO QUE ESTATÍSTICAS, IMPORTA SABER COMO PROTEGER-SE.

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HISTÓRIA É BEM CONHECIDA: surgiu na China, na cidade de Wuhan, no final de 2019, mas foi a sua rápida propagação, primeiro para a Coreia do Sul e países do Sudeste Asiático, depois para o Irão e Itália, entre vários outros países, que colocou o mundo em alerta,face à ameaça de uma possível pandemia capaz de ceifar muitos milhares de vidas. À data de fecho desta edição, o novo coronavírus, designado COVID-19, já tinha infetado mais de 80 mil pessoas e feito para cima de 2800 vítimas mortais. Portugal estava fora desta lista. O QUE É O COVID-19? Tal como tem sido dito e repetido, os coronavírus são uma grande família de vírus, comuns em todo o mundo, capazes de infetar seres humanos e animais. As estirpes conhecidas antes do COVID-19 causavam doenças respiratórias de intensidade leve a moderada. No entanto, o serotipo surgido em Wuhan nunca tinha sido identificado em seres humanos e revelou-se bem mais virulento e capaz de causar pneumonia grave, com risco de morte e sem um tratamento eficaz. A fonte da infeção ainda não estava

inteiramente confirmada, havendo várias teorias. SINTOMAS, TRANSMISSÃO E TRATAMENTO As pessoas infetadas com o COVID-19 apresentam sinais e sintomas semelhantes aos da gripe, ou seja, infeção respiratória aguda, com febre, tosse, dificuldade respiratória, cansaço e dores musculares. Em casos mais graves, a infeção evolui para pneumonia grave, com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte. Este quadro tem afetado, sobretudo, pessoas idosas e com doenças crónicas. O período de incubação vai dos 2 aos 14 dias, embora haja casos reportados nos quais mediaram 24 dias entre o contacto inicial com o vírus e a manifestação dos sintomas. Relativamente às vias de transmissão, certo é que esta se faz de pessoa a pessoa. Geralmente, os coronavírus transmitemse de uma pessoa para outras através do ar, quando o paciente infetado tosse ou espirra; por contacto pessoal próximo, em geral, das mãos; e por contacto com uma superfície que tenha sido contaminada com

o vírus. A possibilidade de o COVID-19 se transmitir pelas fezes ainda não estava afastada. Até à data, não existia um tratamento específico para este novo coronavírus. O tratamento aplicado aos pacientes é sintomático e de suporte dos órgãos, de acordo com a gravidade dos casos. Como se sabe, os antibióticos não são adequados para infeções virais e os antivirais existentes não parecem conseguir atacar esta estirpe. Ainda assim, a percentagem de cura da infeção é bastante elevada, ficando a taxa de letalidade pelos 2 a 3%. É necessário recordar que a gripe mata bastante mais: todos os anos são infetadas cerca de 5 milhões de pessoas, das quais mais de 600 mil sucubem às complicações. Só em Portugal, no ano passado, morrerem mais de 3000 pessoas por causas diretamente relacionadas com a gripe sazonal. COMO PROTEGER-SE? Sendo um novo vírus, ainda não existe vacina, embora já estejam em curso as investigações para o seu desenvolvimento. Os peritos apontam, para já, o prazo de um ano até ao lançamento de uma profilaxia eficaz.

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Assim, o melhor tratamento é a prevenção e esta passa por evitar a exposição ao vírus. Não tendo sido reportados casos em Portugal – repetimos, à data de fecho da edição –, não estavam indicadas medidas específicas de proteção. Nas áreas afetadas, a Organização Mundial de Saúde recomenda medidas de higiene, etiqueta respiratória e práticas de segurança alimentar, no sentido de reduzir a eventual exposição e transmissão da doença. Estas medidas podem e devem fazer parte, desde já, do nosso quotidiano: 4Evitar o contacto próximo com doentes com infeções respiratórias; 4Lavar frequentemente as mãos, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool, especialmente após contacto direto com pessoas doentes; 4Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar

ou tossir, com lenço descartável ou com o braço, nunca com as mãos, e deitar imediatamente o lenço no lixo; 4Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir, igualmente com detergente, sabão ou soluções desinfetantes; 4Evitar o contacto desprotegido com animais selvagens ou de quinta. A não ser em situações específicas, como estar constipado, o uso de máscaras não está recomendado. Além disso, é necessário saber usar a máscara: uma nova todos os dias, com o elástico adaptado à cana do nariz e nunca tocar com as mãos na zona potencialmente contaminada. RESTRIÇÕES NAS VIAGENS A Organização Mundial de Saúde não recomendava, nesta fase, restrições de viagens. Estas variam de país para país.

Contudo, é de bom senso evitar viajar para áreas onde estejam a ocorrer surtos. Quanto aos outros destinos, as recomendações de prevenção são as habituais para viajantes. Para já, não é obrigatória quarentena para quem tenha regressado recentemente da China ou de outros locais onde ocorreram surtos. Porém, como precaução para o próprio e para terceiros, as autoridades de saúde sugerem um período de quarentena voluntária de 14 dias. Para viajantes regressados das áreas afetadas que apresentem sintomas sugestivos de doença respiratória, durante ou após a viagem, antes de se deslocarem a um serviço de saúde, devem ligar para o número 808 24 24 24 (SNS24), informando sobre a sua condição de saúde e história de viagem, seguindo as orientações que vierem a ser dadas.

Nas áreas afetadas, a Organização Mundial de Saúde recomenda medidas MARÇO 2020

sentido de reduzir a eventual exposição e transmissão da doença

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de higiene, etiqueta respiratória e práticas de segurança alimentar, no

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[SAÚDE INFÂNCIA]

Higiene infantil 7 ideias para colocar em prática... uma para cada dia da semana!

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CRIAR HÁBITOS DE HIGIENE DESDE CEDO AUMENTA A POSSIBILIDADE DE SEREM SEGUIDOS AO LONGO DA VIDA. VEJA COMO É FÁCIL COLOCÁ-LOS EM PRÁTICA.

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VITAR MANTER A ROUPA E MOLHADA NO CORPO Praticar desporto é fundamental para o desenvolvimento e bem-estar das crianças, mas é necessário ter alguns cuidados após a prática desportiva. É importante garantir que a roupa húmida devido à transpiração é retirada do corpo e trocada por novas peças. O mesmo se aplica em atividades como a natação, depois da qual deve ser retirado o fato de banho molhado e utilizada roupa interior seca.

ARANTIR OS CUIDADOS DE HIGIENE DIÁRIA DAS CRIANÇAS é uma das missões de todos os pais, mas este é um desafio que deve ser partilhado em família, mostrando aos mais novos como é importante a adoção de determinados hábitos. São várias as estratégias que podem ser utilizadas e uma delas pode passar por implementar uma ideia a cada dia da semana. Assim, sugerem-se sete ideias que não devem ser esquecidas na rotina.

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COMPRAR ROUPA INTERIOR DE ALGODÃO A escolha da roupa interior é tão importante como a seleção de produtos de higiene a utilizar. Assim, a escolha deve sempre recair em peças 100% de algodão. A compra de roupa interior pode ser feita em conjunto com as crianças, dando-lhes oportunidade de escolherem as suas favoritas.

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UTILIZAR PRODUTOS ESPECÍFICOS PARA A HIGIENE ÍNTIMA Da mesma forma que se escolhem produtos adequados para os dentes, o rosto ou o cabelo, é essencial a utilização de produtos adequados na higiene íntima das meninas e que estes estejam acessíveis e visíveis na banheira. Estes produtos são formulados com um pH específico para a

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ser partilhado em família, mostrando aos mais novos como é importante a adoção de determinados hábitos zona íntima, evitando desconfortos e irritações. As soluções para a higiene íntima infantil devem ser testadas sob controlo pediátrico e ter uma fórmula extra suave, sem parabenos, sem sabão e sem álcool.

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LAVAR OS DENTES APÓS CADA REFEIÇÃO A higiene oral não pode ser descuidada, por muito que surjam reclamações na hora de lavar os dentes. Escolher uma pasta e escova de dentes adequada é o primeiro passo. Depois, o desafio é encontrar dinâmicas em família que promovam este

hábito, como irem lavar os dentes todos ao mesmo tempo. A escovagem dos dentes deve acontecer, pelos menos, duas vezes por dia.

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CORTAR AS UNHAS As unhas devem ser mantidas curtas para evitar a acumulação de bactérias e outras substâncias que podem facilmente acumular-se durante as brincadeiras do dia a dia. Esta é uma forma simples de manter as mãos e pés mais limpos, e uma tarefa rápida de realizar.

LAVAR AS MÃOS As crianças passam muito tempo no chão, a tocar em vários objetos com as mãos, que acabam por ir à boca variadas vezes. As mãos são uma das zonas do corpo das crianças às quais se deve dar mais atenção. Devem ser mantidas limpas para garantir que não acumulam bactérias e que estas não passam depois para a via oral. Contudo, é essencial deixar as crianças brincar e descobrir novas sensações.

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LIMPAR DA FRENTE PARA TRÁS Até nas idas à casa de banho é possível ensinar e incutir pequenos detalhes que fazem toda a diferença. Um deles está no momento de limpeza, que deve ser realizado de forma delicada, da frente para trás, para evitar a passagem de bactérias para a zona da vulva e vagina. Fonte: Lactacyd

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é uma das missões de todos os pais, mas que deve

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Garantir os cuidados de higiene diária das crianças

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[SAÚDE MULHER]

DISTÚRBIOS GINECOLÓGICOS mais comuns SABE QUAIS SÃO? CONHECIDAS PELO IMPACTO QUE TÊM NA QUALIDADE DE VIDA, PELO DESCONFORTO E DOR QUE PROVOCAM, AS DOENÇAS GINECOLÓGICAS AFETAM MULHERES ADULTAS DE TODAS AS IDADES. CONHEÇA AS PRINCIPAIS, SUAS CAUSAS, SINTOMAS E TRATAMENTOS.

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4VAGINOSE BACTERIANA A vaginose bacteriana é uma das causas mais frequentes de infeções vaginais, calculando-se que possa ser responsável por 40% do total de casos. Caracteriza-se, por um lado, pela diminuição dos lactobacilos produtores do ácido láctico e, por outro, pela multiplicação anómala de bactérias na vagina (essencialmente a Gardnerella vaginalis). É mais frequente em mulheres em idade fértil, embora também possa estar presente em mulheres na menopausa. Não se trata de doença de transmissão sexual, embora possa ser desencadeada pela relação sexual em mulheres predispostas, ao terem contacto com sémen de pH elevado. As suas características clínicas incluem corrimento vaginal abundante com odor fétido (semelhante a peixe podre), mais acentuado após a relação sexual e durante o período menstrual, de cor branco-acinzentada, e aspeto fluido ou cremoso. Embora o corrimento seja o sintoma mais frequente, quase a metade das mulheres com vaginose bacteriana são completamente assintomáticas. O TRATAMENTO recomendado faz-se com o recurso a antibiótico.

4CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

A vagina possui um ambiente complexo, que tem como principal elemento regulador os lactobacilos: são micro-organismos que produzem o ácido láctico, o qual é responsável por manter os valores do pH da vagina entre os 3,8 e 4,5, evitando assim que outros micro-organismos proliferem e se desenvolvam, levando a infeções. Neste sentido, quando ocorre um desequilíbrio da microbiota vaginal normal podemos estar na presença de uma infeção vaginal.

Caracteriza-se por uma inflamação sintomática da vulva e da vagina, causada por um fungo que habita a mucosa vaginal e digestiva, o qual cresce quando o meio se torna favorável para o seu desenvolvimento. Representa a segunda causa mais comum de corrimento vaginal. As relações sexuais não são a principal forma de transmissão, visto que estes organismos podem fazer parte da flora endógena em até 50% das mulheres assintomáticas. Cerca de 80 a 90% dos casos são devidos à Candida albicans. Alguns fatores podem predispor a proliferação do fungo, designadamente gravidez, diabetes, obesidade, uso de anticoncecionais orais de altas dosagens, uso de antibióticos ou corticoides, hábitos

As infeções vaginais são um problema recorrente e representam, por isso, uma das principais causas de consultas ginecológicas

de higiene e vestuário inadequados e contacto com substâncias alérgenas ou irritantes. Os sinais e sintomas mais comuns são: prurido vulvovaginal, ardor ou dor durante a micção, corrimento branco, grumoso e inodoro, vermelhidão e edema vulvar, fissuras e maceração da vulva e dor durante a relação sexual. O TRATAMENTO pode ser feito com antifúngicos na forma de creme vaginal ou por via oral.

4TRICOMONÍASE É uma infeção causada por um protozoário chamado Trichomonas vaginalis que tem os seres humanos como únicos hospedeiros. Nos homens costuma ser assintomáticos, enquanto nas mulheres causa, quase sempre, sintomas. A sua transmissão ocorre através da relação sexual desprotegida. O sintoma predominante é o corrimento abundante, amarelo ou amarelo-esverdiado (mais comum), com odor desagradável. São comuns também os sintomas inflamatórios na vulva e na vagina, como ardor, vermelhidão e edema vulvar e vaginal, prurido vulvar e, por vezes, dor ao iniciar a relação sexual. Em alguns casos, pode acometer a uretra e a bexiga, causando dor ao urinar, aumento na frequência e volume urinário, para além de dor no baixo ventre. O TRATAMENTO é feito com antifúngicos por via oral. INFEÇÃO URINÁRIA A infeção da bexiga é, em geral, causada por uma bactéria comum chamada Escherichia coli, que reside nos intestinos de pessoas saudáveis. Geralmente, agride mais as mulheres por terem a uretra mais curta e mais próxima do ânus do que os homens. Por isso, a prevenção passa por limpar sempre da frente para trás, ingerir água em quantidade, urinar com frequência, ter hábitos adequados de higiene íntima e evitar roupas muito apertadas. ENDOMETRIOSE A endometriose é uma doença ginecológica frequente na idade reprodutiva, que se caracteriza pela presença do tecido do endométrio, camada que reveste o interior do útero, fora do seu lugar habitual. É um distúrbio ginecológico que causa diversos tipos de desconforto – cólicas menstruais fortes, diarreia, dor pélvica crónica, dor durante as relações sexuais – e pode levar à infertilidade.

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CORRIMENTO VAGINAL As infeções vaginais são um problema recorrente e representam, por isso, uma das principais causas de consultas ginecológicas. Caracterizam-se habitualmente por corrimento vaginal, acompanhado de outros sinais e sintomas, tais como odor desagradável, prurido, ardor e, inclusive, dor.

As três principais causas de corrimento vaginal e que representam 95% dos casos são a vaginose bacteriana, a candidíase vulvovaginal e a tricomoníase.

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NTES DE DETALHARMOS AS CAUSAS E TRATAMENTOS das principais doenças tipicamente femininas, convém referir que a consulta regular ao ginecologista é fundamental para a saúde da mulher. Esta deve ser feita, pelo menos, uma vez por ano, a partir da idade adulta, e contribui de sobremaneira para prevenir eventuais distúrbios ginecológicos e para manter o bom funcionamento dos órgãos genitais e do sistema reprodutivo.

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[SAÚDE MULHER] O diagnóstico realizado pelo ginecologista leva em consideração os sintomas, mas também são efetuados exames como a ecografia ou a ressonância magnética. O tratamento pode recorrer ao uso de anticoncecionais, cirurgia para a retirada das lesões e, para as mulheres que querem ser mães, em geral será necessário submeterem-se a tratamentos de reprodução assistida. MIOMA UTERINO O mioma uterino é um tumor benigno composto por tecido uterino. Pode permanecer estável durante anos e, sem causa aparente, começar a crescer excessivamente e de forma rápida, em pouco tempo. As causas da sua formação são desconhecidas, porém afeta mais as mulheres negras e com obesidade.

Com efeito, a mulher com ovários poliquísticos ovula menos e tem ciclos menstruais irregulares, tem maior libertação de hormonas androgénicas e resistência à insulina (diabetes tipo 2). Os principais sintomas acabam por ser: dificuldade para engravidar; diabetes; pelos nos seios, buço e queixo; pele oleosa e acneica; queda de cabelo; obesidade e manchas escuras no pescoço e axilas.

A doença não tem cura, mas pode ser controlada através de medicamentos que variam de acordo com o quadro de sintomas e complicações. Normalmente, está indicada a utilização de anticoncecionais hormonais, que auxiliam na diminuição das hormonas masculinas e controlam o ciclo menstrual. Além disso, é conveniente manter hábitos de vida saudáveis, praticar exercício físico e evitar a obesidade.

O cancro da mama é considerado a principal causa de morte de mulheres entre os 35 e os 55 anos, no nosso país

Cancro da mama

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A maioria das mulheres – quase 75% – não apresenta qualquer sintoma, mas noutros casos estes podem ocorrer, sendo os mais comuns fluxo menstrual intenso, cólicas menstruais, anemia, sangramento fora do período menstrual, urgência em urinar, dor abaixo do umbigo ou sensação de pressão na região, e dor durante as relações sexuais. O diagnóstico é efetuado em função dos sintomas da paciente e confirmado por ecografia. SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLIQUÍSTICOS Este é um distúrbio que se inicia, geralmente, na puberdade ou adolescência, quando os ovários apresentam grande quantidade de folículos. Atinge cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva e é considerada uma das causas mais frequentes de infertilidade em mulheres que não ovulam adequadamente.

O cancro da mama, apesar de atingir também os homens, é muito mais comum entre as mulheres. É, de resto, considerado a principal causa de morte de mulheres entre os 35 e os 55 anos, no nosso país. Não existe uma causa específica conhecida, mas sabe-se que as mulheres que têm casos na família, as que menstruaram muito precocemente, as que entraram tardiamente na menopausa e as que nunca amamentaram são mais propensas a desenvolver cancro da mama. O melhor tratamento ainda é a prevenção. Para tal, é necessária a sensibilização das mulheres para a importância da observação e autopalpação mamária regular; realização de mamografias de rotina, anualmente, a partir dos 45 anos; e adoção de estilos de vida saudáveis, preferindo frutas e vegetais crus à gordura animal e açúcares rápidos, e prática regular de exercício físico.

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[SAÚDE MULHER] A PROPÓSITO DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Doenças reumáticas D

URANTE A SUA VIDA, CERCA DE 8% DAS MULHERES irão desenvolver uma doença reumática, contra cerca de 5% dos homens. Pensa-se que esta diferença possa ser devida a fatores genéticos, hormonais, ambientais e outros fatores ainda desconhecidos. Estas são o grupo de doenças mais frequentes nos países desenvolvidos, uma das principais causas de consulta nos cuidados de saúde primários e representam um importante problema médico, social e económico. As doenças reumáticas podem ser agudas, recorrentes ou crónicas e são causa de incapacidade quando não diagnosticadas ou tratadas atempadamente. Um estudo epidemiológico efetuado em Portugal, o EpiReumaPt, entre 2011 e 2013, teve como objetivo principal determinar a prevalência das doenças reumáti-

Pela

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DRA. MARIA JOÃO SALVADOR Assistente Hospitalar de Reumatologia; secretária-geral da Direção da Sociedade Portuguesa de Reumatologia

NO FEMININO

cas no nosso país. Das cerca de 12 doenças registadas em mais de 10.000 pessoas, 10 foram mais prevalentes em mulheres. Isto é muito importante e deve ser tido em conta, pelo grande impacto que tem na mulher e na sociedade em geral. Entre todas estas doenças, são mais conhecidas a artrite reumatoide (atinge três vezes mais as mulheres do que os homens), o lúpus eritematoso sistémico (atinge nove vezes mais as mulheres), a fibromialgia, a osteoartrose e a osteoporose. ARTRITE REUMATOIDE A artrite reumatoide é uma doença autoimune que atinge mais pessoas entre os 35 e os 50 anos e após a menopausa. É uma doença crónica inflamatória, caraterizada por inflamação das articulações, embora outros órgãos também possam ser comprometidos. Esta inflamação persistente, se não for tratada de forma adequada, pode levar à destruição das articulações, o que ocasiona deformidades e limitações para o trabalho e para as atividades da vida diária. Atinge cerca de 1% da população e qualquer pessoa, desde crianças até idosos podem desenvolver a doença. Pessoas com história familiar da doença têm mais risco de desenvolvê-la. DO LÚPUS À FIBROMIALGIA O lúpus eritematoso sistémico, também uma doença autoimune, afeta predominantemente mulheres jovens, com idade entre os 15 e 44 anos. É uma doença crónica que pode atingir diversos órgãos (coração, pulmões, rins), de forma por

vezes silenciosa, variando entre períodos de atividade e de remissão. São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: cutâneo, que se apresenta com manchas na pele (geralmente, avermelhadas ou eritematosas), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo e braços); e o sistémico, no qual um ou mais órgãos internos podem ser afetados, entre eles também a pele. Nas formas sistémicas, há muitas vezes dor nas articulações (artrite) e sintomas gerais como a febre, emagrecimento, perda de apetite e fadiga. Outras doenças autoimunes também mais frequentes em mulheres são a miosite (inflamação dos músculos, afetando duas mulheres para cada homem), a esclerose sistémica (3 para 1) e a síndrome de Sjoegren (ocorre 10 vezes mais na mulher). A polimialgia reumática e a arterite de células gigantes ocorrem na proporção de duas mulheres por cada homem. A fibromialgia, caracterizada por dor generalizada e persistente, fadiga, alterações do sono, entre outros sinais e sintomas, também é mais frequente em mulheres (8 para 1). DOENÇAS DEGENERATIVAS E OSTEOMETABÓLICAS As doenças degenerativas (por exemplo, osteoartrose das mãos e dos joelhos) e as doenças osteometabólicas (por exemplo, osteoporose), muito frequentes na população, afetam muito mais o género feminino e têm tendência familiar. Quase que podemos dizer que são processos “normais” do envelhecimento, pois depois dos 50 anos

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medicamentos e com um tratamento iniciado o mais cedo possível, é possível tratar as doenças reumáticas e permitir que todos tenham uma vida de qualidade

IMPACTO DA GRAVIDEZ AO EMPREGO É muito importante alertar as populações para as doenças reumáticas, principalmente as mulheres, uma vez que são as mais afetadas. O diagnóstico precoce destas doenças pode evitar muita dor, deformação e incapacidade. Estas doenças podem ser muito incapacitantes e deformantes e alterar toda a vida da mulher, desde a sua vida pessoal, a sua decisão de constituir família (muitas são jovens, quando ficam doentes) e a sua vida profissional. As doenças reumáticas podem dificultar ou complicar uma potencial gravidez e muitos dos tratamentos utilizados nestas doenças podem estar contraindicados durante a gestação e/ou amamentação. É, por isso, muito importante as mulheres que desejam engravidar serem seguidas regularmente numa consulta de Reumatologia, de forma a terem a sua doença bem controlada e a minimizar os riscos. Há assim muito mais hipóteses de a gravidez correr bem. No que diz respeito ao emprego, as entidades patronais e outras entidades competentes devem estar alertadas para estes problemas. Por vezes, é necessário ajustar horários, ajustar os locais e as condições de trabalho, para permitir a estas doentes manterem a sua atividade profissional. VERDADEIRAS HEROÍNAS Se tiver sintomas de dor, inchaço das articulações, rigidez, dificuldade em realizar as suas tarefas, procure o seu médico de Medicina Geral e Familiar. Este pode encaminhar rapidamente para uma consulta de Reumatologia, se necessário. Um tratamento adequado, numa fase inicial da doença, pode evitar todas as complicações e alterações e permitir uma vida normal e de qualidade. Muitas mulheres da minha consulta são verdadeiras heroínas! Elas têm de lidar com uma doença crónica, com dor e dificuldade de movimentos e, mesmo assim, manter o seu trabalho, cuidar dos seus filhos, cozinhar e cuidar da casa. Conseguem mesmo manter a boa disposição e alegria de viver! Elas concentram-se, não no que gostariam de fazer, mas sim no que conseguem fazer. Adaptam a sua vida, mas continuam a vivê-la, com entusiasmo e energia. Só assim se consegue vencer a doença. Com a ajuda do reumatologista, dos novos medicamentos disponíveis no mercado e com um tratamento iniciado o mais cedo possível, é possível hoje tratar as doenças reumáticas e permitir que todos tenham uma vida de qualidade e completa, fazendo tudo o que mais gostam! Feliz Dia da Mulher!

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Com a ajuda do reumatologista, dos novos

todos estamos em risco de desenvolver estas patologias. Contudo, principalmente na osteoporose, a prevenção e o tratamento precoces podem ajudar a retardar estas alterações e evitar deformações, incapacidade e fraturas.

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NESTE DIA INTERNACIONAL DA MULHER (8 DE MARÇO), É IMPORTANTE FALAR DAS DOENÇAS REUMÁTICAS, POIS AS MAIS DE 120 DOENÇAS DA ESPECIALIDADE DE REUMATOLOGIA PODEM AFETAR DESDE CRIANÇAS A IDOSOS, MASATINGEM MAIORITARIAMENTE O GÉNERO FEMININO.

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[SAÚDE MULHER]

Osteoporose AFETA 50% DAS MULHERES PÓS-MENOPÁUSICAS

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OSTEOPOROSE É UMA DOENÇA ESQUELÉTICA sistémica caracterizada por uma massa óssea baixa e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, contribuindo para a fragilidade e determinando um aumento do risco de fratura após pequenos traumatismos ou até espontaneamente. A osteoporose afeta mais frequentemente as mulheres do que os homens, mas é um problema global que atinge 150 milhões de pessoas. Cerca de 50% das mulheres pós-menopáusicas sofrem desta patologia.

Na coluna, as fraturas são frequentemente assintomáticas, sendo detetadas nas radiografias (achatamentos com deformação da vértebra). A acumulação destas deformações vertebrais conduz a cifose da coluna, diminuindo a mobilidade torácica e contribuindo para insuficiência respiratória e infeções pulmonares mais frequentes. Devemos pensar em osteoporose sempre que um doente apresenta fraturas após pequenos traumatismos, estando até então assintomático (período pré-clínico).

FRATURAS MAIS FREQUENTES As fraturas mais frequentes são na coluna, antebraço, fémur, costelas e bacia. As da anca, são acompanhadas de acentuada mortalidade (20%).

RECURSO À DENSITOMETRIA ÓSSEA Durante muitos anos, foram as radiografias ósseas o único meio de diagnóstico da osteoporose, o que induzia a erros de análise dada a subjetividade da mesma.

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A OSTEOPOROSE AFETA MAIS FREQUENTEMENTE AS MULHERES DO QUE OS HOMENS, MAS É UM PROBLEMA GLOBAL QUE ATINGE 150 MILHÕES DE PESSOAS. CERCA DE 50% DAS MULHERES PÓS-MENOPÁUSICAS SOFREM DESTA PATOLOGIA.

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Pelo

DR. DAVID MARTINS Medicina Geral e Familiar; Hospital da Lapa, Porto

Nos últimos anos, estabeleceu-se um amplo consenso de que a densitometria óssea (DEXA) constitui a melhor técnica de avaliação do estado da densidade mineral óssea. A fonte é estável, a exatidão e a precisão são elevadas. Este método permite também avaliar a evolução da doença e o resultado do tratamento instituído. Existe também avaliação laboratorial, reservada a situações de osteoporose secundária a outras doenças subjacentes. PREVENÇÃO É POSSÍVEL No entanto, é possível a prevenção da perda de massa óssea no adulto, nomeadamente através do exercício físico, ingestão adequada de cálcio, suplementação com vitamina D, diminuição do consumo de álcool, chá, café e tabaco, bem como através da terapêutica hormonal de substituição na mulher em fase pós-menopáusica. A importância da terapêutica farmacológica no tratamento da osteoporose é indiscutível. No entanto, é possível realizar intervenções úteis com medidas não farmacológicas orientadas para a correção dos défices nutricionais e modificação dos estilos de vida nocivos para o osso, bem como no sentido de evitar as quedas e para minimizar a intensidade do impacto.

Agentes farmacológicos 4 TERAPÊUTICA HORMONAL DE SUBSTITUIÇÃO Os estrogénios atuam diretamente sobre o osso através dos seus recetores, diminuindo a taxa de remodelação e a perda de massa óssea. Indiretamente, facilitam a absorção intestinal de cálcio, diminuindo também a sua exerção renal. Existem, no entanto, efeitos secundários indesejáveis, como retenção hídrica (edemas), aumento do risco do cancro da mama e aumento de riscos cardiovasculares, de trombose venosa e de embolismo pulmonar.

4 MODULADORES DOS RECETORES ESTROGÉNICOS São fármacos que se unem aos recetores dos estrogénios. O raloxifeno é o indicado no tratamento da osteoporose, particularmente vertebral, apresentando uma ação agonista sobre o osso, com a vantagem de redução do risco do cancro da mama invasivo. 4BIFOSFONATOS Análogos ao pirofosfato de cálcio com a capacidade de inibirem a reabsorção óssea. A administração oral exige algum rigor das normas de ingestão, nomeadamente o tempo de jejum (30 minutos).

A importância da terapêutica farmacológica no tratamento da osteoporose é indiscutível; no entanto, é possível realizar intervenções úteis com medidas não farmacológicas

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4Mulher pós-menopáusica; 4Menopausa precoce; 4Baixa estatura; 4Sedentarismo; 4Baixa ingestão de lacticínios; 4História familiar de osteoporose.

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FATORES DE RISCO

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[ESPAÇO AMPLIPHAR]

OSTEOPOROSE

A osteoporose é uma doença silenciosa caracterizada pela redução da massa óssea e da resistência mecânica, tornando os ossos mais frágeis e propensos a fraturas.

PREVENÇÃO

Na prevenção da osteoporose e das fraturas é importante, por um lado, estimular o aumento de massa óssea e, por outro, prevenir a perda óssea acelerada. A prevenção passa ainda pela correção dos fatores de risco e alteração do estilo de vida: prática de exercício físico regular, cessação tabágica, diminuição do consumo de álcool, exposição solar e aporte alimentar adequado de cálcio e vitamina D.

É a principal causa de fraturas ósseas graves em mulheres após a menopausa e em pessoas idosas, o que representa um grave problema de saúde pública.

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, sob a forma de comprimidos mastigáveis, fornece fitato, obtido do arroz integral (extrato de Oryza sativa), e vitamina D. oferece uma abordagem inovadora e segura para o bem-estar ósseo e prevenção da osteoporose. Os fitatos estão envolvidos nos mecanismos de formação e reabsorção óssea. Para que a massa óssea se mantenha constante, é necessário haver equilíbrio entre a formação do osso e a reabsorção do osso velho. Os fitatos não são produzidos no organismo, pelo que têm de ser fornecidos através da alimentação ou suplementação. O consumo de quantidades normais de alimentos ricos em fitatos (legumes, frutos secos, cereais integrais) é baixo na alimentação ocidental.

Prevenção da osteoporose M ulheres em pré-menopausa ou menopausa P essoas a fazer suplementos de cálcio ou vitamina D F ragilidade óssea

Vários estudos demonstraram que baixos níveis de fitatos estão correlacionados com menor densidade óssea e maior risco de fratura, pelo que é importante a regularização dos níveis de fitatos. A vitamina D contribui para a manutenção de ossos normais e para a normal absorção e utilização do cálcio e do fósforo.

Disponível em Farmácias e Espaços de Saúde é um suplemento alimentar. Os suplementos alimentares não devem ser utilizados como substitutos de um regime alimentar variado e de um modo de vida saudável.

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[SAÚDE PROGRESSOS]

Homens têm maior risco de

CANCRO DESCOBRIU-SE AGORA PORQUÊ

ESTUDO REVELA UM DOS PRINCIPAIS MECANISMOS BIOLÓGICOS QUE LEVA A QUE O CANCRO AFETE MAIS HOMENS DO QUE MULHERES: A PERDA DE FUNÇÃO DOS PRINCIPAIS GENES DO CROMOSSOMA Y.

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UE OS HOMENS SÃO MAIS SUSCETÍVEIS a desenvolver cancro do que as mulheres é um facto comprovado por numerosas investigações. No entanto, a razão dessa diferença tem permanecido desconhecida. Recentemente, uma equipa do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) identificou um dos principais mecanismos biológicos que leva a que os homens tenham maior risco de ter cancro do que as mulheres. Trata-se da perda de função de certos genes do cromossoma sexual Y, presente unicamente nos homens. O estudo, publicado no “Journal of the National Cancer Institute”, realizou-se em colaboração com a Universidade Pompeu Fabra, a Universidade de Adelaide e o Centro Genómico da Estónia.

PERDA DE FUNÇÃO DE SEIS GENES-CHAVE Baseando-se nos dados de 9 mil indivíduos, os investigadores estudaram a função de todos os genes do cromossoma Y em vários cancros. De acordo com os resultados da sua análise, a probabilidade de desenvolver cancro aumenta quando se perde a função de seis genes-chave do cromossoma Y em várias células. “Estudos recentes já tinham demonstrado que, ao envelhecer, as células de alguns

homens tendem a perder por completo o cromossoma Y, que é fundamental para a diferenciação sexual”, comenta Juan Ramón González, coordenador do estudo e chefe do Grupo de Bioinformática em Epidemiologia Genética do ISGlobal. “Apesar de a perda do cromossoma Y já ter sido previamente associada a uma maior incidência do cancro, as causas deste relação não se conheciam”. Estes seis genes do cromossoma Y estão implicados na regulação do ciclo celular, um processo que, quando falha, pode dar lugar ao desenvolvimento de tumores. “Curiosamente, são genes que têm uma cópia similar no cromossoma X”, explica Alejandro Cáceres, primeiro autor do estudo. “Se além da cópia no cromossoma X houver mutação nas mesmas células – o que se demonstrou que ocorre – a possível proteção biológica desses genes contra o cancro perde-se completamente”. UMA LINHA DE INVESTIGAÇÃO PRIORITÁRIA Compreender as diferenças biológicas entre homens e mulheres com cancro é crucial para desenvolver linhas de tratamento e prevenção personalizadas. “Os homens não só sofrem mais com cancro do que as mulheres, como têm um prognóstico pior”, comenta Juan Ramón

González. “De facto, a menor esperança de vida dos homens comparativamente com as mulheres explica-se, em parte, por esta razão”. A identificação dos fatores que tornam os homens mais vulneráveis ao cancro é uma linha de investigação importante que tenta mitigar os riscos dessa população. “Embora os homens possam estar mais expostos a agentes cancerígenos pelo seu tipo de trabalho ou aumentar o risco face à doença por evitarem novas idas ao médico, o nosso estudo demonstra que existem fatores biológicos que fazem como que o risco dos homens em relação ao cancro seja maior”, acrescenta Alejandro Cáceres. “E, aparentemente, um desses fatores encontra-se na essência de se ser homem: o cromossoma Y”. Segundo destacam os autores, a supressão do cromossoma Y pode dar-se, seja pela perda da função do cromossoma, seja por outros mecanismos mediados pela desativação química (epigenética) das mesmas regiões. “Certas exposições, como ao tabaco e outros tóxicos, poderiam afetar a função do cromossoma, alterando a sua epigenética”, afirma Juan Ramón González. E conclui, “os nossos resultados abrem a porta ao desenvolvimento de métodos de deteção dirigidos e terapias específicas para homens com cancro”.

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[SAÚDE NEUROLOGIA]

Doenças do

SISTEMA

NERVOSO O FUTURO É AGORA!

A DOENÇA NEUROLÓGICA, PELA SUA PREVALÊNCIA E MORBILIDADE, ASSUME UMA ENORME IMPORTÂNCIA PARA A SOCIEDADE PORTUGUESA. MAS O FUTURO É DE GRANDE ENTUSIASMO FACE ÀS DESCOBERTAS QUE TÊM SIDO FEITAS E AOS NOVOS TRATAMENTOS QUE TÊM VINDO A SER DESENVOLVIDOS.

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NEUROLOGIA É A ESPECIALIDADE MÉDICA que se dedica ao diagnóstico e tratamento das doenças do sistema nervoso. Enquanto ferramenta e agente de mudança, a Neurologia tem empregue na prática clínica os extraordinários avanços que a investigação em Neurociências tem produzido. O funcionamento exato do cérebro e das suas ligações (medula espinhal, nervo periférico e músculo), no indivíduo saudável como na doença, permanece, em grande parte, por descobrir. Felizmente, o sistema nervoso é matéria de trabalho de uma enorme rede de profissionais. Esta inclui investigadores de Ciência Básica, que estudam os mecanismos da doença e identificam possíveis alvos terapêuticos; e clínicos que podem traba-

lhar no terreno e no laboratório, colocando hipóteses e testando-as. Consequentemente, o conhecimento disponível em relação às doenças cresce a cada dia e a Neurologia fica progressivamente mais complexa, cabendo ao neurologista pesar toda a evidência e selecionar, para o doente concreto, os exames e tratamentos adequados. Dada a enorme complexidade das doenças que afetam o sistema nervoso, existe uma necessária subespecialização em diferentes áreas clínicas, cujos aspetos “novos” detalho seguidamente. DOENÇA CEREBROVASCULAR A doença cerebrovascular inclui o acidente vascular cerebral (AVC) isquémico e hemorrágico. O AVC continua a ser uma

das principais causas de mortalidade e incapacidade nas sociedades ocidentais e Portugal não é exceção. O AVC isquémico é mais frequente que o hemorrágico – ou seja, na maior parte dos AVCs, estes ocorrem por uma oclusão de uma artéria. Não é demais lembrar os sinais que podem sinalizar um AVC (os três Fs – dificuldade em Falar, falta de Força, assimetria da Face). A identificação e sinalização rápidas são fundamentais, dado que nos últimos anos têm sido empregues terapêuticas de fase aguda no AVC isquémico que permitem a repermeabilização de um vaso ocluído com excelentes resultados. Contudo, é melhor prevenir do que remediar – e, portanto, a adoção de um estilo de vida saudável, com dieta e exercício físico,

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DR. RUI ARAÚJO Neurologista; Centro Hospitalar Universitário São João; vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia

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DOENÇA DE PARKINSON A doença de Parkinson é habitualmente confundida com a doença de Alzheimer, apesar de clinicamente ser bastante dife-

do sistema nervoso cresce a cada dia e a Neurologia fica progressivamente mais complexa, cabendo ao neurologista pesar toda a evidência e selecionar, para o doente concreto, os exames e tratamentos adequados rente. Enquanto que a doença de Alzheimer ocorre principalmente com queixas cognitivas, sobretudo do foro da memória (capacidade de reter informação, especialmente a mais recente), a doença de Parkinson cursa primordialmente com queixas motoras, como tremor, desequilíbrio, alterações da marcha, rigidez dos braços e pernas, e numa maior lentidão de movimentos. Nos últimos anos, a investigação tem dado especial ênfase aos sintomas não-motores da doença: dificuldades do olfato, alterações da motilidade gastrointestinal, perturbação do sono, défice cognitivo e demência. Ainda que não exista uma cura para a doença, têm sido desenvolvidos múltiplos tratamentos farmacológicos para a doença de Parkinson, que melhoram, de forma

muito significativa, os sintomas. A reabilitação motora é também fundamental no plano de seguimento. Mais recentemente, a cirurgia da doença de Parkinson tem também permitido, em determinados doentes, uma melhoria muito significativa. Convém sublinhar que esta é considerada apenas para um grupo muito restrito de doentes e nunca como primeira opção, dados os riscos inerentes a uma intervenção cirúrgica ao cérebro. ESCLEROSE MÚLTIPLA A esclerose múltipla atinge, sobretudo, doentes jovens, evoluindo tendencialmente por surtos, isto é, pelo surgimento de défices neurológicos súbitos com recuperação parcial. Atualmente, perante a possibilidade de esclerose múltipla, o diagnóstico é habi-

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DEMÊNCIAS E DOENÇA DE ALZHEIMER A demência traduz-se por uma perda de faculdades cognitivas em comparação com um nível prévio de funcionalidade, acarretando dependência de terceiros nas atividades do dia a dia. É uma das patologias mais frequentes em Neurologia, sendo a doença de Alzheimer a doença paradigmática deste grupo. Nos últimos anos, múltiplas moléculas têm sido testadas no sentido de avaliar a capacidade de travar a progressão da doença. De momento, ainda não estão disponíveis tratamentos que mudem a história natural da doença; os tratamentos existentes apenas melhoram ligeiramente os sintomas, mas sabe-se que não travam a neurodegenerescência. Porém, da mesma forma que um estilo de vida saudável pode contribuir para a saúde cerebrovascular, também se sabe que a dieta e exercício físico ajudam a prevenir a progressão da demência.

O conhecimento disponível em relação às doenças

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é fundamental na prevenção de uma doença tão grave e tão frequente como é o AVC.

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[SAÚDE NEUROLOGIA]

tualmente realizado após observação clínica e documentação de lesões típicas na ressonância magnética. Esta área da Neurologia tem tido uma enorme evolução nos últimos anos, com surgimento de terapêuticas muito eficazes, que impedem a ocorrência de novos surtos e de novas lesões.

A cirurgia da doença de Parkinson tem permitido uma

CEFALEIAS As cefaleias são muito comuns. Praticamente todas as pessoas já tiveram dor de cabeça em algum momento das suas vidas. As causas são muito variadas: as cefaleias ditas “secundárias” referem-se a situações em que a cefaleia é o sintoma de uma outra doença, surgindo classicamente com “sinais de alarme”. Os “sinais de alarme” são, por exemplo, alterações visuais, náuseas e vómitos, agravamento na posição de deitado, surgimento com outros défices neurológicos, como dificuldades motoras, alterações da sensibilidade, do equilíbrio ou da linguagem. Excluído esse cenário, a maior parte dos doentes terá uma cefaleia primária. A enxaqueca é um tipo de cefaleia primária. Apresenta intensidade moderada a elevada, sendo de caráter latejante, cursando habitualmente com náuseas e vómitos e pode ser acompanhada de um fenómeno designado por aura. A aura visual é a mais frequente. Para a enxaqueca considerada grave e refratária, existem hoje tratamentos novos, como a toxina botulínica administrada por um neurologista com experiência em cefaleias. Ainda mais recentemente, surgiram medicamentos biológicos de síntese complexa – anticorpos monoclonais – que

demonstraram eficácia e segurança, os quais poderão estar disponíveis no futuro próximo.

melhoria muito significativa; mas convém sublinhar que esta é considerada apenas para um grupo muito restrito de doentes, dados os riscos inerentes

EPILEPSIA A epilepsia é uma doença neurológica caraterizada pelo “disparo” anómalo e sincronizado de um conjunto de neurónios. Imagine-se que, numa orquestra bem conduzida como é o cérebro saudável, um grupo de músicos decide ignorar a pauta e tocar de improviso, desalinhados com o restante grupo. É o que, de forma simplista, acontece na epilepsia. Esta pode manifestar-se de múltiplas formas, como movimentos involuntários, que podem ser unilaterais ou generalizados (a “convulsão”), perda de consciência, perda de continência vesical e confusão após o evento. Existem hoje múltiplos fármacos muito eficazes para tratamento da epilepsia. Em casos considerados de difícil controlo, e caso as caraterísticas da epilepsia o permitam, o recurso à cirurgia é possível, dados os centros de referência existentes em Portugal. DOENÇAS NEUROMUSCULARES As doenças neuromusculares são várias e muito diferentes, incluindo doenças do neurónio motor (a esclerose lateral amio-

trófica, por exemplo), nervo periférico (neuropatia), junção neuromuscular (por exemplo, miastenia gravis), e até do próprio músculo (miopatia). Para as doenças que são mediadas pelo sistema imunitário (como em certos tipos de miastenia gravis), os imunossupressores têm sido utilizados. Mais recentemente, para doenças determinadas geneticamente, têm surgido tratamentos inovadores considerados eficazes, cujo preço e repercussão social trazem novos desafios do ponto de vista ético, médico, e social. EM SUMA Em resumo, a doença neurológica, pela sua prevalência e morbilidade, assume uma enorme importância para a sociedade portuguesa. A investigação científica é imprescindível para que seja possível tratar o maior número de doentes, da melhor forma possível. O futuro é já e continuará a ser de grande entusiasmo face às descobertas que têm sido feitas e ao número de tratamentos que, previsivelmente, continuará a aumentar. Será necessário o envolvimento conjunto das sociedades científicas, organizações médicas e associações de doentes, de forma a que o impacto da doença neurológica no doente seja minorado.

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[SAÚDE ESTANTE] QUALQUER QUE SEJA A SUA IDADE, SEXO OU INTERESSES, LEIA OS CONSELHOS DE QUEM SABE, PARA UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL, BEM SUCEDIDA E FELIZ!

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+ Vida + Saúde + Tempo

Autor: Dr. Manuel Pinto Coelho Editora: Oficina do Livro

Neste livro, o especialista em medicina anti-envelhecimento mostra-nos como, através da alteração dos nossos hábitos quotidianos, é possível viver mais, com mais saúde e mais felizes. Com gestos simples, mas empenhados, podemos reduzir a incidência e os sintomas de várias patologias, das mais simples às crónicas, bem como impedir o aparecimento de doenças mais e menos graves. Mudar a alimentação, suplementar com nutrientes e hormonas, instituir a prática de exercício físico, são alguns dos fatores primordiais que pode alterar no seu dia a dia e assim contribuir para o seu bem-estar.

Guia Prático para Vencer a Ansiedade

Autores: Diogo Telles Correia e José de Almeida Brites Editora: Bertrand

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Estado Crítico – Histórias do Limiar da Vida Humana

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Autor: Dr. Matt Morgan Editora: Vogais

O Dr. Matt Morgan é médico de medicina intensiva, aquele a cujas mãos especializadas vão parar as pessoas a quem algo correu terrivelmente mal. Nessas alturas, é preciso ter fé na capacidade de a equipa médica tomar decisões de vida ou morte sob pressão extrema para desvendar os mistérios do corpo humano e diagnosticar com urgência uma doença misteriosa. Neste livro, o Dr. Matt Morgan guia-nos pela UCI, onde nos apresenta alguns dos casos mais interessantes e memoráveis em que trabalhou. Um olhar comovedor e perspicaz ao mundo da medicina e das pessoas que foram mudadas por ela, para sempre.

Palmas das mãos suadas, coração acelerado, tremores, músculos tensos. Estas sensações são-lhe familiares? Se sofre de ansiedade, este livro prático é para si. Das fobias aos pensamentos obsessivos e dos ataques de pânico à hipocondria, aqui encontrará todas as respostas às suas perguntas – e exercícios práticos e simples que pode começar a usar já hoje. Escrito com clareza e sensibilidade por um psiquiatra e por um psicólogo, este livro vai ajudá-lo a gerir a sua ansiedade dia a dia.

Cura – O Poder da Mente

Autora: Kelly Noonan Gores Editora: Lua de Papel

Quando uma pessoa recebe um diagnóstico negativo fica sem capacidade de resposta. A partir daí limita-se a cumprir ordens de terceiros e, em geral, segue o tratamento indicado sem nunca se questionar se existem alternativas melhores. Ao fazê-lo, porém, está a abdicar do poder que tem sobre a sua saúde, da enorme capacidade de se curar por si própria. E a verdade é que deveríamos ter mais confiança em nós mesmos e no nosso corpo. Neste livro, a autora acompanha a cura de duas pessoas com diagnósticos reservados; e em paralelo fala com algumas das mais brilhantes mentes do nosso tempo, de cientistas a líderes espirituais, que nos vão explicar tudo aquilo que os médicos não nos dizem.

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Kiryu Chiryo Kiryu Chiryo são palavras em Japonês. A prática do Kiryu tem como objetivo tornar o corpo/ mente/ espírito equilibrados, mais fortes e, em simultâneo, mais flexíveis, preparando-os para as adversidades do quotidiano. Este livro apresenta cerca de 100 fotografias que elucidam como realizar os movimentos e exercícios de Kiryu Chiryu.

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[SAÚDE ECOLOGIA]

Soluções práticas CONTRA AS

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS OS PROBLEMAS GRAVES RARAMENTE ADMITEM SOLUÇÕES SIMPLES E MILAGROSAS. NO ENTANTO, SE ALGO ESTÁ CLARO SOBRE AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS, É O MUITO QUE NÓS, CIDADÃOS ANÓNIMOS, PODEMOS FAZER PARA EVITAR O DESASTRE QUE SE AVIZINHA.

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RECENTE CIMEIRA DO CLIMA, que decorreu em Madrid, sob a égide das Nações Unida, não conseguiu um acordo sério sobre as regras dos mercados internacionais de carbono. O acordo alcançado, após dias de intensas conversações, pede um maior compromisso dos governos na luta contra as alterações climáticas, seguindo o calendário marcado pelo Acordo de Paris, mas não estabelece medidas concretas. Por outras palavras, foi impossível arrancar dos governos presentes um plano de choque contra as emissões de dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa. Para as organizações que, há décadas, têm vindo a denunciar o impacto ecológico das emissões de gases, o resultando desta cimeira constituiu um rotundo fracasso. PONTO DE NÃO RETORNO ESTÁ PRÓXIMO Já em 1992, aquando da Cimeira da Terra, no Rio de Janeiro, muitos cientistas alertavam para o facto da atividade humana estar a ter uma influência negativa no sistema climático do Planeta. Hoje, já restam dúvidas a este respeito. E mais: sabe-se que o impacto das emissões de CO2 na Terra está prestes a atingir o ponto de não retorno. Para alguns especialistas, temos menos de uma década para reagir. Se a desaproveitarmos, poderá ser tarde de mais para evitar que se derreta uma percentagem ainda maior das calotes polares, que se percam mais de 200 milhões de hectares de bosques e que se desertifiquem enormes áreas do Planeta, incluindo uma grande parte da Península Ibérica.

Entre as consequências mais negativas que poderiam afetar a humanidade, a médio prazo, destacam-se a inundação de zonas e cidades costeiras, a perda massiva de cultivos, a extinção de inúmeras espécies de plantas e animais, ciclos de tempestades mais intensas e catastróficas e o alargamento da área de incidência das doença tropicais. O QUE PODEMOS FAZER? Não resta qualquer dúvida: a alteração climática é uma das principais ameaças à Humanidade, nos tempos atuais. Para resolver o problema, é necessário a coordenação entre governos e esquemas de conduta claros e firmes, mas também cidadãos conscientes do problema e dispostos a aplicar o princípio de que as pequenas mudanças são igualmente importantes.

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Princípios claros 4 A expressão “alterações climáticas” refere-se às mudanças no clima em geral, derivadas da atividade humana. Os ciclos devidos a causas naturais denominam-se “variabilidade natural do clima”. 4 Chama-se efeito de estufa ao aquecimento do Planeta (entre 1,5 e 5º C em média, segundo os estudos) devido à concentração de uma série de gases, emitidos pelo homem, que retêm o calor da atmosfera. 4 Os gases com efeito de estufa são derivados da queima de combustíveis fósseis (sobretudo, dióxido de carbono), bem como o vapor de água, os clorofluorocarbonetos (CFC), o ozono, o metano e os óxidos de azoto.

Não resta qualquer dúvida: a alteração climática é uma das principais ameaças à

4Procure comprar eletrodomésticos cujo consumo de energia seja o mais baixo possível. 4Tente reduzir a quantidade de resíduos que gera, reutilizando e reciclando na medida do possível. 4Classifique e separe os lixos e deposite-os nos contentores adequados, para que outros possam reciclá-los. 4Reduza o consumo de água quente. Tomar duche de água morna, na primavera e no verão, resulta tão saudável quanto económico. 4Se poder evitar, não utilize o avião para trajetos curtos, inferiores a 500 quilómetros. A proliferação de linha aéreas low-cost também tem vindo a aumentar sensivelmente as emissões. 4Desligue o motor do seu automóvel, se vai estar parado mais de 1 minuto. Assegure-se de que a pressão dos pneus do seu veículo é a correcta. 4Faça uso dos transportes públicos, percorra a pé ou de bicicleta pequenas distâncias e coordene com amigos e conhecidos a partilha do automóvel, nas deslocações quotidianas, por exemplo de casa para o emprego e vice-versa. 4Se tiver possibilidades, opte por serviços e equipamentos de energias alternativas e renováveis, como por exemplo veículos elétricos.

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Humanidade, nos tempos atuais

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A regra de ouro do ativismo ecológico é: pensar a nível global e atuar no meio ambiente próximo. Qualquer um de nós pode dar a sua importante contribuição para um dos principais objetivos do milénio: reduzir sensivelmente a emissão de gases com efeito de estufa. Veja como: 4Desligue os computadores, quando não for usá-los durante 3 horas ou mais. 4Não deixe ligadas mais luzes do que as estritamente necessárias, ainda que seja durante curtos períodos de tempo. 4Se faz uso do aquecimento central, regule o termóstato para que a temperatura do espaço não ultrapasse os 20ºC. 4No verão, limite dentro do possível o uso do ar condicionado. Uma temperatura à volta dos 24ºC resulta perfeitamente confortável.

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[SAÚDE ESTUDOS]

BEM-ESTAR no O QUE DEVEM AS EMPRESAS SABER

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BEM-ESTAR E O TRABALHO SÃO DIMENSÕES BÁSICAs e fundamentais da realização do ser humano. Enquanto o bem-estar se encontra frequentemente relacionado com a satisfação com a vida e com a capacidade de cada um atingir o seu máximo potencial(1), o trabalho, seja ele pela vocação, pelo desafio pessoal ou apenas pela remuneração, tornou-se nos dias de hoje uma necessidade inquestionável. Estas dimensões da nossa vida são tão importantes, que se encontram reconhecidas na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, nomeadamente nos objetivos 3 – “Garantir uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades” e 8 – “Promover o crescimento económico sustentado, inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos”.

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DR. PEDRO OLIVEIRA E SOUSA Mestre em Fisioterapia; MBA Executivo na Porto Business School; Senior Product Manager Em colaboração com: Drª Daniela Simões; Drª Ana Vicente; Engº. Paulo Guerra; Engº. Hélder Alemida – Equipa de trabalho “Innergy – Soluções de bem-estar”, MBA Executivo da Porto Business School.

O INGRESSO NO MUNDO DO TRABALHO COMPORTA RISCOS PARA A SAÚDE E BEM-ESTAR DO INDÍVIDUO. O DEVEM AS EMPRESAS PORTUGUESAS SABER E O QUE PODEM FAZER?

TRABALHO AFETA A SAÚDE DOS PORTUGUESES Apesar da importância das duas dimensões, é possível verificar, através da análise de literatura relevante, que a relação entre bem-estar, saúde e trabalho é tudo menos harmoniosa. Segundo dados do relatório “Trabalho e Saúde em Portugal – 2016”(2), os trabalhadores portugueses reportam que o trabalho afeta negativamente a sua saúde mais frequentemente do que os trabalhadores da restante Zona Euro, apresentando também uma maior frequência de contextos psicossociais adversos no trabalho e mais queixas específicas de saúde, especialmente dor musculosquelética. Adicionalmente, nas estatísticas de bem-estar da OCDE(3), é possível constatar que Portugal se posiciona no terço inferior da lista de países membro em pontos fulcrais como o número de horas de trabalho semanal, a autoperceção do estado de saúde e a satisfação com a vida (38º num total de 40 paises!). COMPORTAMENTOS MENOS SAUDÁVEIS Na realidade, o ingresso no mundo corporativo tem a estranha capacidade de fazer os indivíduos adotarem comportamentos menos saudáveis. Por exemplo, a partir do momento em que se ingressa no mundo do trabalho, os indivíduos tendem a tornar-se menos ativos, aumentando, naturalmente, o nível de sedentarismo – um fator de risco conhecido de diversas doenças crónicas(4). Adicionalmente, a nossa dedicação ao trabalho é vivida de uma forma cada vez mais intensa, o que é visível no aumento do gap entre as horas de trabalho semanal e o tempo de dedicação à família e às ati-

vidades de lazer(3), o que afeta o equilíbrio entre vida pessoal e familiar. Na perspetiva corporativa, o bem-estar de cada colaborador não pode ser ignorado. Além desta dedicação diária, a idade média dos trabalhadores está a aumentar. Este facto, que se deve à alteração demográfica na estrutura etária da população, que levou a alterações legislativas relevantes, como o aumento da idade da reforma e a diminuição dos incentivos à reforma antecipada(5), indica-nos que cada trabalhador terá que se dedicar cada vez mais anos ao trabalho, o que poderá ser nocivo para a performance global da empresa, caso os trabalhadores não se encontrem motivados e produtivos ao longo do tempo. RISCO DE BURNOUT Além destes, existem muitos outros fatores que condicionam o bem-estar e a satisfação com o trabalho. O conteúdo, ritmo, volume e número de horas de trabalho, a participação e o controlo (ou a ausência destes), o desenvolvimento da carreira, a insegurança laboral, as relações interpessoais, a cultura organizacional e o equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional, são frequentemente apontados como fatores críticos de bem-estar e satisfação(6). Adicionalmente, a digitalização eliminou a barreira geográfica do trabalho, levando a uma sensação de conexão constante/ “presentismo” (manifestada na necessidade de aceder ao email, atender chamadas ou monitorizar o telemóvel), que afeta o repouso necessário, diminuindo diretamente a capacidade de autorregulação e o otimismo e, indiretamente, o nível de “engagement” e o risco de “burnout”(7).

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trabalho CUSTOS ELEVADOS De forma clara, a realidade descrita tem um custo elevado no bem-estar e performance do indivíduo e é diversa a evidência científica que suporta este facto. Vejamos alguns exemplos. 4A pressão para a agilidade, em detrimento da profundidade, a sobreposição de projetos e iniciativas, o “multitasking”, e o reforço e recompensa deste tipo de comportamentos, contribui para o aumento da prevalência de défice de atenção, afetando cerca de 47% dos trabalhadores(8). Por seu turno, este défice leva à distração, ausência de controlo, frenesim, desmotivação, stress, vício-na-ação, rigidez cognitiva e modo “piloto automático”, com impactos na produtividade e performance(8). 4A realização de múltiplas tarefas em simultâneo, o “multitasking”, impacta negativamente os níveis de eficiência e energia (devido ao “switch time”), destruindo a priorização (devida à perda de uma visão global), reduzindo a qualidade (porque erramos mais), dificultan-

do a criatividade (por criar uma mente “cheia”) e reduzindo o bem-estar (porque aumenta o stress)(9, 10). 4Há uma correlação negativa forte entre privação de sono e performance, com consequências que passam pela degradação das capacidades de raciocínio lógico, funções executivas, atenção e memória, até cenários de depressão, paranoia, ansiedade, coma e mesmo morte (11-13). 4A prática de exercício físico impacta positivamente a concentração, bem-estar, aprendizagem, criatividade, resistência mental, stress, entre outros, os quais, por seu turno, melhoram a performance organizacional/ funcional(14, 15). 4A exposição prolongada ao stress gera um impacto negativo a nível cognitivo, com consequência na função cerebral, o que pode propiciar perdas funcionais, como a redução da atenção e vigilância, redução da memória (memória de trabalho, memória de consolidação e memória de longo-prazo(16)) e alteração da tomada de decisão baseada no risco(17).

O QUE FAZER A NÍVEL CORPORATIVO? O bem-estar corporativo é, assim, um tema com o qual o qual todos nos conseguimos identificar, principalmente quando sentimos que este não existe. E quando não existe, no contexto de uma organização, existe uma correlação com o aumento dos custos com absentismo, aumento de acidentes de trabalho, baixas médicas e custos com seguros. Por outro lado, quando o bem-estar é marcadamente presente na organização, verificamos uma correlação positiva com o clima organizacional, retenção de talento, satisfação dos clientes e até produtividade e lucro da empresa. Considerando os impactos da falta de bem-estar nas organizações, não deverão as empresas portuguesas endereçar este tema de forma estruturada?

REFERÊNCIAS 1. Zhou Q, Chen G, Liu W. Impact of perceived organizational culture on job involvement and subjective well-being: A moderated mediation model. Social Behavior and Personality: an international journal. 2019;47(1):1-13. 2. Monjardino T, Amaro J, Batista A, Norton P. Trabalho e Saúde em Portugal 2016. Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto; 2016. 3. OECD. How’s Life? 2017: Measuring Well-being. Paris: OECD Publishing; 2017. 4. Kelishadi R. Life-Cycle Approach for Prevention of Non Communicable Disease. Advances in Experimental Medicine and Biology. 2019;1121:1-6. 5. Mäcken J. Work stress among older employees in Germany: Effects on health and retirement age. PLoS ONE. 2019;14(2):1-13. 6. WHO. Stress at the workplace [Available from: https://www.who.int/occupational_health/topics/stressatwp/en/. 7. Ragsdale JM, Beehr TA. A rigorous test of a model of employees’ resource recovery mechanisms during a weekend. Journal of Organizational Behavior. 2016;37(6):911-32. 8. Hallowell EM. Overloaded Circuits: Why Smart People Underperform. Harvard Business Review. 2005;83:54-62. 9. Loh KK, Kanai R. Higher Media Multi-Tasking Activity Is Associated with Smaller Gray-Matter Density in the Anterior Cingulate Cortex. PLoS ONE. 2014;9(9):1-7. 10. Wiradhany W, Nieuwenstein MR. Cognitive control in media multitaskers: Two replication studies and a meta-analysis. Attention Perception & Psychophysics. 2017;79(8):2620-41. 11. Zhao Z, Zhao X, Veasey SC. Neural Consequences of Chronic Short Sleep: Reversible or Lasting? Frontiers in Neurology. 2017;8:235. 12. Van Dongen HP, Maislin G, Mullington JM, Dinges DF. The cumulative cost of additional wakefulness: dose-response effects on neurobehavioral functions and sleep physiology from chronic sleep restriction and total sleep deprivation. Sleep. 2003;26(2):117-26. 13. Cappuccio FP, D’Elia L, Strazzullo P, Miller MA. Sleep duration and all-cause mortality: a systematic review and meta-analysis of prospective studies. Sleep. 2010;33(5):585-92. 14. Friedman R. Regular Exercise Is Part of Your Job. Harvard Business Review. 2014:2-4. 15. Friedman S. Get More Done by Focusing Less on Work. Harvard Business Review. 2015:2-5. 16. McEwen BS, Nasca C, Gray JD. Stress Effects on Neuronal Structure: Hippocampus, Amygdala, and Prefrontal Cortex. Neuropsychopharmacology. 2016;41(1):3-23. 17. Porcelli AJ, Delgado MR. Stress and Decision Making: Effects on Valuation, Learning, and Risk-taking. Current Opinion in Behavioural Sciences. 2017;14:33-9.

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[SAÚDE FITNESS] O ANDEBOL É UM DESPORTO COLETIVO MUITO POPULAR, TANTO NA EUROPA COMO NO RESTO DO MUNDO. É UM DESPORTO QUE EXIGE MUITO CONTACTO FÍSICO, ENVOLVE MUDANÇAS DE DIREÇÃO, SALTOS, ROTAÇÕES E TAMBÉM MUITOS MOVIMENTOS EXPLOSIVOS. DESTE MODO, TANTO PARA UM JOGADOR AMADOR COMO PARA UM PROFISSIONAL, EXISTE A NECESSIDADE DE REALIZAR UM TREINO DE FORÇA ADEQUADO, COMO COMPLEMENTO AO TREINO DE ANDEBOL. PARA ISSO, RECOMENDAMOS O TREINO DE MUSCULAÇÃO.

MARÇO 2020

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Pela PROFª RITA FRANCO

Licenciada em Ciências do Desporto e Educação Física pela Faculdade de Coimbra e em Fisioterapia pela Escola Superior de Saúde de Aveiro. Exerce funções no Holmes Place Arrábida como fisioterapeuta, personal trainer, instrutora de Pilates e Body Balance. Trabalha também como formadora na Holmes Place Training Academy, no âmbito do Pilates, Personal Training Foundation Course, Plataformas Vibratórias e Ginástica Abdominal Hipopressiva.

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ANDEBOL

E MUSCULAÇÃO

POTENCIA A TUA FORÇA!

A alta intensidade da modalidade promove um maior desgaste das articulações do ombro, anca e joelhos, devido à execução de movimentos repetitivos, mudanças de direção bruscas e ao impacto promovido pelo contacto permitido. A capacidade física do atleta é determinante para dar resposta a estas necessidades e para sucesso nas ações ofensivas/defensivas, com e sem bola. O treino de força tem um papel fundamental na otimização da capacidade contrátil, no desenvolvimento físico dos atletas mais jovens e na manutenção/otimização de atletas profissionais. A melhoria da capacidade motora vai tornar o atleta mais forte, rápido, ágil e resistente.

Treinar de forma tradicional, só com bola, pode não chegar para o praticante desta modalidade atingir o sucesso! Cada vez mais são implementados programas de treino de força, tanto em equipas profissionais como em equipas de escalões de formação, para potenciar as características dos atletas e prevenir possíveis lesões. A escolha, planeamento e monotorização de qualquer exercício deve ser orientada por um profissional de exercício físico qualificado e baseada na individualidade e “background” do atleta. A prescrição de exercício deve respeitar as características individuais do atleta, a modalidade e a posição em que joga. A experiência do atleta em treino de força é também muito importante para perceber como planear as sessões de treino ao longo da semana, bem como a sua intensidade e o tempo de recuperação.

BENEFÍCIOS da Musculação no Andebol Os principais benefícios do treino de força para um jogador de andebol são: 4 Prevenção de lesões; 4 Melhoria e aumento da eficiência do gesto técnico; 4 Aumento do rendimento desportivo; 4 Promoção de uma maior longevidade na carreira do atleta.

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TREINO DE FORÇA

PRESCRIÇÃO DE TREINO

MARÇO 2020

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ANDEBOL FOI INTRODUZIDO EM PORTUGAL, no formato de onze contra onze, nos finais de 1929, pelo suíço Armando Tschopp, começando a ser praticado na cidade do Porto. Em 1949, o alemão Henrique Feist introduziu o andebol de sete, que é o praticado atualmente. Esta modalidade consiste num desporto coletivo com variantes de indoor e praia em que se realizam ações de alta intensidade num curto espaço de tempo.

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EXERCÍCIOS Segue-se a sugestão de uma sessão de treino para um atleta de andebol. É de ressalvar a necessidade de uma avaliação constante e da adaptação dos exercícios em função das necessidades do atleta.

PRESCRIÇÃO DE TREINO - HIPERTROFIA SÉRIES/REPETIÇÕES CADÊNCIA TEMPO DE DESCANSO INTENSIDADE (% de 1 repetição máxima)

3 a 6 séries de 6 a 10 repetições 2 seg / 4 seg 30 a 90 segundos 75 a 85%

ISOMETRIA MUSCULATURA DA ANCA – FLEXÃO E EXTENSÃO Objetivo – Preparação para os exercícios seguintes; ativação dos músculos envolvidos no squat; avaliação da amplitude articular ativa disponível. Posição

inicial/execução

FLEXÃO DA ANCA – Deitado com uma perna elevada de modo ao joelho fazer um ângulo de 90º com a anca. O PT posiciona as mãos de modo a criar resistência e o aluno faz força para aproximar o joelho do peito.

EXTENSÃO DA ANCA – Em decúbito

ventral, o aluno vai fazer força para elevar a perna e fazer a extensão da anca.

SQUAT + JUMP BOX

Objetivo – Utilização de um exercício de força seguido de gesto técnico sem carga externa, idêntico ao da modalidade (salto), usufruindo da resposta contrátil do exercício anterior com carga externa. Sugestão – Podemos utilizar menor cadência na fase concêntrica (movimento explosivo), pois aproxima da realidade da modalidade, e maior cadência na fase excêntrica. Nota – O elástico tem a função de diminuir a inércia da barra e ajustar o perfil de resistência.

ROTAÇÃO EXTERNA DO OMBRO (CABOS) Objetivo – Reforço e estabilização da articulação do ombro muitas vezes desgastada com movimentos repetitivos (passe e remate). Posição inicial – De pé com as pernas afastadas à largura da anca; coluna neutra; abdominal ativado; ombros abduzidos; cotovelos fletidos 90º paralelos ao solo; mãos seguram nas pegas. Execução - Ao expirar, faz uma rotação externa do ombro e aponta com as mãos na direção do teto. Ao inspirar, retorna.

SQUAT Posição

inicial – De pé com as pernas afastadas à largura da anca; coluna neutra; abdominal ativado e barra apoiada na região do trapézio. Execução – Ao inspirar, flete a anca e os joelhos até onde consegue manter a coluna neutra. Ao expirar, retorna à posição inicial.

JUMP BOX Posição inicial – Posição de pé com a box em frente. Execução – Dar impulso com os braços e saltar com os pés paralelos para cima da box. Nota – Nos exercícios de potência, realizar 4 a 6 séries de 6 repetições.

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[FITNESS SAÚDE]

FRONTAL RAISE (HALTERES

CHEST PRESS (CABOS)

Objetivo – Fortalecimento da musculatura do ombro com maior ênfase no deltoide anterior. A utilização do banco inclinado promove um ajuste do perfil de resistência, adequando aquilo que é a capacidade contrátil do músculo nas diferentes amplitudes. Posição inicial – Posição sentado no banco inclinado, pernas paralelas; abdominal ativado; braços estendidos a segurar os halteres perto das coxas. Execução – Ao expirar, fazer uma flexão do ombro até os halteres ficarem alinhados com os ombros. Ao inspirar, retorna à posição inicial.

Objetivo – Fortalecimento do peitoral, músculo importante para a ação do remate no jogo; a melhoria da sua função e capacidade de gerar força vai potenciar o gesto técnico. Posição inicial – Sentado no banco com a coluna apoiada; abdominal ativado; braços na linha dos ombros e cotovelos fletidos 90º. Execução – Ao expirar, estende os cotovelos para a frente e, ao inspirar, retorna.

ROTAÇÃO TRONCO MOVIMENTO EXPLOSIVO (ELÁSTICO) ROTAÇÃO TRONCO (CABOS) Objetivo – Reforço abdominal e da coluna vertebral; melhoria da

estabilização do tronco para as situações de jogo que exijam saltos, mudanças de direção e impacto com adversários; também é importante no gesto do remate, porque aumenta a estabilização central. Posição inicial – Posição sentado com a coluna neutra; abdominal ativado; mãos seguram uma bola medicinal junto do peito, bem como o cabo de resistência. Execução – Ao expirar, roda a coluna para o lado oposto da máquina e, ao inspirar, retorna.

Objetivo – Potenciar, aproveitando o exercício anterior, uma maior ativação da musculatura através do movimento explosivo, a rotação típica de uma situação de jogo. Posição inicial – Posição de pé com as pernas afastadas à largura da anca; coluna neutra; abdominal ativado; braços estendidos na linha dos ombros a segurar um elástico. Execução – Ao expirar, faz uma rotação do corpo para a lateral, num movimento explosivo. Inspira e retorna à posição inicial, mas sem a explosão. Nota – Nos exercícios de potência, realizar 4 a 6 séries de 6 repetições.

Agradecimentos Personal Trainer: João Fonseca (Holmes Place Arrábida) Aluno: Rui Rodrigues (atleta de andebol na A.D. Sanjoanense; andebol de praia na E.F.E. – Os Tigres) Fotografia: Diamantino Catarino - NewLayers

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[SAÚDE DIVULGAÇÃO] Bean’Go

Pulmoll

Novas pastilhas para a garganta

Snacks naturalmente diferentes A Bean’Go é a nova e inovadora marca portuguesa de snacks saudáveis. Criados a partir do feijão vermelho, grão-de-bico e ervilha, os snacks da Bean’Go são 100% naturais, sem glúten, corantes nem conservantes. Constituem uma solução prática e irreverente para uma alimentação altamente saborosa, saciante e nutricionalmente superior, graças aos benefícios das leguminosas, que as tornam o substituto perfeito à proteína animal.

Chegou ao mercado farmacêutico nacional, pela mão da Ampliphar, a marca Pulmoll, pastilhas calmantes e refrescantes para a garganta, indicadas para diferentes ocasiões: rouquidão, tosse ou irritação da garganta, pessoas que procuram hálito fresco, problemas de boca seca (xerostomia), fumadores ou diabéticos. Pulmoll é distribuída em mais de 30 países. Em Portugal, a gama apresenta-se em cinco variedades de sabores sem açúcar: Limão; Laranja; Lima/Menta; Eucalipto/Mentol e Frutos Silvestres.

Nurofen para o tratamento da enxaqueca A marca Nurofen apresenta uma nova solução para o tratamento da enxaqueca. Chama-se Migrxpress, contém lisinato de ibuprofeno e apresenta-se como uma nova solução de rápida absorção e eficaz no tratamento desta patologia. A característica de rápida absorção traz diversas vantagens, tais como a atuação mais rápida do medicamento, um alívio da dor mais eficaz e um efeito analgésico mais prolongado.

Tem a certeza que apanha sol suficiente? A pele é capaz de produzir a vitamina D como resposta a uma exposição adequada à luz solar. Contudo, nem sempre passamos tempo suficiente expostos ao sol, sendo necessário recorrer à suplementação. BioActivo Vitamina D contém vitamina D3 dissolvida em azeite, contribuindo para o funcionamento normal do sistema imunitário, para a absorção normal de cálcio e fósforo e para a manutenção de dentes e ossos normais. Informe-se com o seu farmacêutico. Mais informações: www.bioactivo.pt

Beauty Complex

MARÇO 2020

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Um suplemento de beleza Se quer fortalecer e melhorar certos aspetos da sua saúde e beleza, talvez um suplemento seja a solução. Beauty Complex é um suplemento alimentar à base de complexo de L-Cistina, L-Metionina, Flavonoides, Vitaminas e Minerais, que contribui para a manutenção de um cabelo, pele e unhas saudáveis. Afinal, a beleza deve vir do interior. Distribuído por Solmirco Laboratórios e à venda em ervanárias e dietéticas.

Aquilea

A força da natureza Aquilea conta com uma vasta experiência na investigação de ingredientes naturais, com o objetivo de responder a todas as necessidades da vida atual. Esta estação a marca reforçou a sua linha de Vias Respiratórias com o lançamento de dois novos produtos que o vão ajudar no tratamento dos sintomas comuns da gripe e constipação, de uma forma natural e eficaz. O novo Aquilea Tosse Forte é um xarope que vem dar resposta à tosse seca e à tosse produtiva; enquanto Aquilea Garganta ajuda a proteger e a acalmar a garganta, ao mesmo tempo que ataca os agentes externos.

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Ritual SPA Îles Pacifique:

experimente!

No âmbito dos Rituais SPA inspirados nos 5 oceanos, a THALGO desenvolveu uma nova viagem sensorial à descoberta das ilhas do Pacífico, para uma profunda relaxação do corpo e uma agradável evasão do espírito. Îles Pacifique é o seu nome, um ritual corporal relaxante com “tuiponos” de areia quente inspirado nas tradições ancestrais de beleza da Polinésia. Este novo ritual spa de 2 horas propõe 3 escalas longínquas, na Ilha das Lagoas, em Bora Bora e Taiti, com os aromas inebriantes de Monoï e Baunilha.

Tena Silhouette: marca cinco estrelas TENA Silhouette recebeu o Prémio Cinco Estrelas na categoria Incontinência, distinção que premeia, entre outros valores, a inovação e a intenção de compra dos consumidores. TENA Silhouette venceu o troféu graças à revolução que esta roupa interior absorvente significou na proteção para incontinência, ao lançar no mercado a primeira cueca preta do sector com a segurança dos melhores absorventes. O preto é a cor favorita da maioria das mulheres e a que é usada com mais frequência.

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[SAÚDE PRÓXIMO NÚMERO] > ESPECIAL EMAGRECIMENTO < Conselhos para emagrecer com sucesso Não basta emagrecer muitos quilos para recuperar a linha e a autoestima perdida. Perder peso é uma meta que não deve ser estabelecida sem critério ou através de qualquer dieta, principalmente das “milagrosas”, que prometem ótimos resultados em muito pouco tempo. Para emagrecer, é preciso adoptar um estilo de vida saudável. Para sempre! Os nossos conselhos vão ajudar!

> TERMALISMO < Turismo termal: uma opção de saúde Atualmente, o termalismo já não se restringe à cura termal ou à estabilização dos doentes crónicos. Pretende-se fazer o aproveitamento do tempo de estadia para melhorar a componente estética e forma física ou corrigir hábitos civilizacionais errados: postura, alimentação e ritmo de vida, entre outros. Surgiu, assim, um novo conceito: o turismo termal.

DIRETOR:

Drª Luísa Carvalho (Especialista de Medicina Geral e Familiar) REVISÃO CIENTÍFICA:

COLABORADORES/CONSULTORES: Dr. A. Coimbra

de Carvalho (Dent.);Dr. Alexandre Fernandes (Nutrição); Drª Ana Maria Cordeiro (Radiodiag.); Prof. Antero da Palma Carlos (Alergo.); Dr. António Manuel Marques (Socio.); Dr. António Meyrelles do Souto (Ortop.); Dr.  Artur Aguilar (Oftalm.); Dr.  Artur P. Galvão (Psiq.); Dr. Baptista Fernandes (Cirur. Estét.); Dr. C. Canas Ferreira (Otorrino.); Dr. César Ramos (Imuno./Alergo.); Drª Cláudia Madeira Pereira (Psicologia Clínica); Dr. Duarte Vilar (Socio.); Dr. E. Melo Rocha (Alergo./Pediat.); Dr. Fernando Lacerda Nobre (Clín. Geral); Prof. Francisco J. Antunes (Venér./SIDA); Prof. Francisco Reich de Almeida (Oftal. Infant.); Drª Isabel do Carmo (Endocri.); Dr. J. Seixas Martins (Cirur. Plást.); Dr. João de Matos Silva (Homeop.); Dr. Joaquim Margalho Carrilho (Ass. Port. Medi. Adicção); Dr. José Pacheco (Sexo); Prof. L. Menezes Falcão (Cardio.); Dr. Libério Bonifácio Ribeiro (Pediat./ Alergo.); Prof. Lincoln Justo da Silva (Pediat.); Dr. Luís Mendes Graça (Obstet.); Dr. Manuel Costa Guerreiro (Psiq.-Assoc. Defesa Saúde Mental); Dr. Manuel Neves e Castro (Gineco.); Drª Margarida Cordo (Psico-Socio.); Drª Maria Antónia Frasquilho (Psiq. Med. Trabalho); Dr. Mário Andrea (Otorrino.); Nazaré Nunes (Estét.); Drª Paula Martinho da Silva (Adv.-Ética); Dr. Paulo Guimarães (Urolog.); Dr. Pedro Levy (Psiq.); Associação de Planeamento para a Família. E-MAIL:

> MULHER < Gravidez mês a mês: uma aventura inesquecível Está grávida! A vida que acaba de se formar dentro de si irá transformá-la completamente, por fora e por dentro. O bebé demorará nove meses a nascer, mas a experiência da maternidade já começou para si, ao saber que está esperando um filho. Será uma aventura inesquecível.

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