SAÚDE E BEM-ESTAR nº 313 - Fevereiro 2021

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| CONSELHOS FRESENIUS KABI NUTRIÇÃO DO DOENTE ONCOLÓGICO |

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NÚMERO 313 MENSAL FEVEREIRO 2021

CUIDE DO SEU

CORAÇÃO E EVITE DOENÇAS COMPLICADAS

CANCRO DO PÂNCREAS CONHEÇA OS ESFORÇOS DA FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD

EPILEPSIA

IMPORTÂNCIA DE UMA ABORDAGEM PRECOCE

DISFUNÇÃO

SEXUAL

MENOS PRECONCEITOS

SAÚDE

• ESPECIALISTA ESCLARECE TODAS AS DÚVIDAS • PREVENÇÃO PERINATAL: COMO EVITAR O PIOR

PREÇO CONTINENTE

2,80€

MAIS

É SEGURO ENGRAVIDAR?



[SUMÁRIO SAÚDE] ESPECIAL GRAVIDEZ

6

Em tempo de pandemia é seguro engravidar?

8

Prevenção perinatal: evitar o pior

12

Vigilância médica: a melhor garantia de saúde

18

Conheça os exercícios que vão reduzir as dores nas costas

ESPECIAL GRAVIDEZ

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ESPECIAL GRAVIDEZ

Textos redigidos ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico

ESPECIAL GRAVIDEZ

ESPECIAL GRAVIDEZ

Em tempo de pandemia é seguro engravidar?

6

ESTUDOS

24

Dor em Portugal: elevada prevalência, baixa procura de soluções

26

Trave a dor antes que a dor o trave a si

28

Qual a importância da gordura alimentar na nossa saúde?

30

Carne de porco contribui para uma dieta equilibrada: verdadeiro ou falso?

32

5 alimentos essenciais para a saúde do seu coração

34

Cuide do seu coração... e evite a doença coronária

ESPAÇO VIDA SAUDÁVEL

NUTRIÇÃO

NUTRIÇÃO

NUTRIÇÃO

CARDIOLOGIA

CARDIOLOGIA

Cuide do seu coração... e evite a doença coronária

ESPAÇO AMPLIPHAR

38

Reforço do sistema imunitário

40

Cancro do pâncreas: uma nova epidemia

ONCOLOGIA

34

NEUROLOGIA

Epilepsia: importância de uma abordagem adequada

46

ESPAÇO FRESENIUS KABI

44

Gestão nutricional do doente oncológico

46

Epilepsia: importância de uma abordagem adequada

50

Disfunções sexuais: menos preconceito, mais saúde sexual

52

Como combater a falta de concentração e memória?

54

Reconstituir família: recomeçar de novo

NEUROLOGIA

SEXOLOGIA

ESPAÇO AMPLIPHAR

PSICOLOGIA

BELEZA

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A doença de Parkinson exige um acompanhamento a diferentes níveis, um apoio que parou devido às restrições associadas à pandemia da COVID-19, com menos acesso à fisioterapia e mais isolamento ANA BOTAS, presidente da APDPk Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson

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As rubricas designadas por ESPAÇO são da exclusiva responsabilidade das empresas, marcas ou autores mencionados. Estatuto editorial em www.saudebemestar.com.pt

FEVEREIRO 2021

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Pele e frio: como combater as afeções mais comuns

Pele e frio: como combater as afeções mais comuns

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BELEZA


[SAÚDE OBSERVAÇÃO] TRANSPLANTES DEVEM SER PRIORIDADE DA PRESIDÊNCIA EUROPEIA

A

SOCIEDADE PORTUGUESA DE TRANSPLANTAÇÃO vê a presidência portuguesa do Conselho da UE como uma janela de oportunidade para colocar esta área no topo das prioridades da Comissão Europeia, ideia debatida recentemente numa mesa redonda virtual promovida por aquela Sociedade Científica. Esta mesa teve como objetivo alertar a tutela para dar primazia à Doação e Transplantação de Órgãos no plano de ação na área da Saúde da Presidência do Conselho da UE, durante o primeiro semestre de 2021. “A SPT, em conjunto com as outras entidades que participaram nesta mesa redonda, como o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), a Ordem dos Médicos e as Associações de Doentes, pretende fazer todos os esforços necessários para que a área de transplantação seja cada vez mais vista como uma prioridade nos sistemas de saúde e que a doação e recolha de órgãos inverta o decréscimo acentuado que tem vindo a registar ao longo dos últimos meses”, afirma a Dra. Susana Sampaio, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação. As principais medidas identificadas neste even-

to para a área da transplantação, para o próximo ano, assentam em três eixos: melhorar a formação e coordenação das equipas no terreno, elaborar um plano de comunicação eficaz para obter mais dadores vivos e apostar na valorização dos profissionais de saúde ligados à área do transplante. Acresce ainda a importância do envolvimento político de todos os governantes, para se conseguir aplicar estas medidas em Portugal e estendê-las a outros países europeus. De acordo com dados apresentados pelo IPST, Portugal tem sido um dos três países europeus com a taxa mais elevada de colheita de órgãos, por cada 100 mil habitantes. No entanto, a pandemia da Covid-19 já refletiu um decréscimo do número de transplantes realizados ao longo de 2020, com uma queda de 52% do total de transplantes realizados entre janeiro e junho, acrescidos também de uma redução do número de dadores. O debate contou com a participação de representantes de várias entidades nacionais na área da saúde ligadas à transplantação e membros da Comissão Europeia para discutir o caminho desta área que, no entender dos participantes, deve ser prioritária.

A área de transplantação deve ser vista como uma FEVEREIRO 2021

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prioridade nos sistemas de saúde, para que se inverta

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o acentuado decréscimo que tem vindo a registar-se, ao longo dos últimos meses, na doação e recolha de órgãos

PORTUGUESES MAIS PESSIMISTAS Segundo dados do Observador Cetelem Natal 2020, 72% dos portugueses manifestam uma opinião negativa acerca da situação atual do país. Em setembro, este valor era de 48%. Os mesmos 72% dos inquiridos revelam-se pouco otimistas com a evolução da situação do país durante o primeiro trimestre de 2021. Relativamente à sua situação pessoal, o cenário é menos pessimista: menos de metade (43%) dos inquiridos manifesta uma opinião negativa, valor semelhante ao registado em setembro. Adicionalmente, consideram que a sua situação pessoal será bastante idêntica no primeiro trimestre de 2021.

MENSAGEM DE SOLIDARIEDADE A Compal, a Cruz Vermelha Portuguesa e produtores nacionais de frutas e legumes deram as boas vindas a 2021 com uma mensagem de união e solidariedade, levando o melhor de Portugal com o melhor da natureza a alguns lares de famílias portuguesas. Estes produtores entregaram, através da CVP, 100 cabazes por todo o país, a lares e famílias onde este gesto faz a diferença. Num ano em que a crise se fará sentir ainda mais, é importante começá-lo com otimismo, contribuindo também para uma alimentação equilibrada em tempos de confinamento.


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[ESPECIAL GRAVIDEZ]

É seguro en EM TEMPO DE PANDEMIA

NO ATUAL ESTADO DE PANDEMIA, MUITOS CASAIS INTERROGAM-SE SE SERÁ ESTE O MOMENTO OPORTUNO PARA TEREM UM FILHO. QUAIS OS RISCOS PARA A GESTANTE E PARA O BEBÉ? EIS ALGUMAS RESPOSTAS QUE SE DESEJAM TRANQUILIZADORAS.

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VACINA PARA O NOVO CORONAVÍRUS representa um virar de página na história desta pandemia, mas não o tão esperado regresso à normalidade. Este levará mais algum tempo e obriga-nos a continuar com as nossas rotinas e a uma adaptação contínua às circunstâncias, sem nunca esquecer as regras de segurança instituídas. A gravidez, não deve, por isso, ser adiada, seja ela espontânea ou através de procriação medicamente assistida. Até porque, para as mulheres, o tempo e a idade são fatores decisivos para a tão desejada gravidez. TRANQUILIDADE E SEGURANÇA A mensagem que devemos passar para as mulheres e para os casais é de tranquilidade e segurança. Até ao momento, nenhuma Sociedade Científica desaconselhou a gravidez devido à pandemia. Os estudos internacionais e interdisciplinares já realizados confirmam que a gravidez não é um fator

Pela

FEVEREIRO 2021

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DRA. CATARINA GODINHO

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Médica ginecologista/obstetra do IVI e especialista em Medicina da Reprodução

de risco para a doença, mas sim a idade e a existência prévia de doenças cardiovasculares, respiratórias ou renais, diabetes e obesidade, entre outras. As mulheres grávidas poderão passar pela doença de forma leve ou assintomática, como acontece com a maioria da população. Também não está demonstrado cientificamente que a infeção por SARSCoV-2 durante a gravidez esteja associada a uma maior incidência de problemas médicos ou obstétricos. No entanto, os fatores de risco atrás referidos durante a gravidez, como a hipertensão arterial crónica, obesidade e diabetes gestacional, poderão agravar-se num eventual quadro de infeção por COVID-19. Com ou sem infeção, com estas condições associadas, a grávida será considerada de risco e terá todo o acompanhamento previsto no protocolo médico instituído para estes casos. VÍRUS É TRANSMISSÍVEL AO FETO? Quanto à possibilidade de as mulheres grávidas com COVID-19 poderem transmitir o vírus ao feto ou ao recém-nascido é uma situação muito rara – existem dois casos descritos, de acordo com a DireçãoGeral da Saúde – mas não está devidamente clarificada a forma de transmissão. Ou seja, até ao momento, tudo indica que o vírus se propaga, sobretudo, por contacto próximo de gotículas respiratórias. No caso dos fetos e dos recém-nascidos, estão por investigar outras vias de transmissão vertical, antes, durante e após o parto. Até ao momento, o vírus da COVID-19 ainda não foi encontrado no fluído vaginal, no sangue do cordão umbilical ou no leite materno. O feto está protegido pela barreira fetoplacentária contra inúmeras infeções. Alguns vírus, como a rubéola ou a varicela, podem atravessar esta barreira e provocar complicações congénitas no bebé. No caso

do novo coronavírus, essa capacidade está limitada e os estudos apontam para bebés nascidos sem doenças congénitas. E embora existam casos reportados de nascimentos prematuros em grávidas infetadas com COVID-19, não há dados disponíveis que comprovem, de forma inequívoca, a relação entre a infeção e a prematuridade. PRECAUÇÕES A TOMAR Ainda sobre este aspeto em concreto, segundo a Direção-Geral da Saúde, outras infeções virais respiratórias que ocorrem durante a gravidez, como a gripe, têm sido associadas a complicações neonatais, incluindo baixo peso ao nascer e prematuridade. Além disso, ter uma constipação ou gripe com febre alta no início da gravidez pode aumentar o risco de certas malformações congénitas. No caso da COVID-19, essa relação não está estabelecida. Portanto, o melhor é tomar todas as precauções, para prevenir este ou outros vírus. Também não existe evidência sobre a transmissão do novo coronavírus pelo leite materno. Apesar disso, não amamentar é uma decisão a ponderar no caso de infeção, uma vez que há risco de transmissão ao recém-nascido por contacto de proximidade. Tanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) como a UNICEF recomendam a manutenção do aleitamento materno. Se a mulher suspeitar que está infetada, deve procurar assistência médica o mais rapidamente possível e seguir as recomendações do profissional de saúde. Em qualquer caso, para prevenir o risco de infeção – uma vez que a proximidade entre mãe e recém-nascido é grande e há um elevado número de pessoas assintomáticas – pode ser útil o uso de máscara quando o bebé é amamentado, no momento do banho e nas mudas de fralda. Recomenda-se também a frequente lavagem de mãos e a desinfeção de superfícies.


gravidar? AJUSTES NECESSÁRIOS Em suma, não há razão para adiar a maternidade devido ao novo coronavírus. As precauções são semelhantes relativamente a outros vírus. Durante a gravidez e, em particular, no acompanhamento da gestação, é importante controlar a ansiedade e evitar deslocações desnecessárias ao médico. Além disso, ter sempre presente três medidas preventivas: evitar locais fechados e com muitas pessoas, usar máscara e garantir a higiene adequada e frequente das mãos ao longo do dia. Atualmente, para minimizar a ansiedade gerada pela pandemia, clínicas, hospitais e centros de apoio à grávida ajustaram-se para garantir um acompanhamento o mais próximo da normalidade possível. Existem aulas de preparação para o parto online e, nos casos em que não é permitido um acompanhante nas ecografias, a consulta pode ser assistida por videochamada. As medidas de segurança no momento do parto também foram adaptadas para tentar impedir o contágio por COVID19. Embora o protocolo seja diferente em cada um dos hospitais e clínicas, são efetuados testes no momento da admissão, além de outras medidas preventivas, como o uso de máscara e desinfeção de mãos e espaços. Durante o período crítico da pandemia, a presença de acompanhantes durante o parto esteve limitada ou mesmo proibida em muitos países, incluindo Portugal, mas sendo este um momento tão importante para os pais e para a criança, e que tanta ansiedade estava a causar, as recomendações foram atualizadas por forma a permitir a presença de um companheiro ou de um familiar. As Sociedades Médicas, a OMS e UNICEF foram algumas das entidades que sempre defenderam o direito da mãe ao acompanhamento no parto, deixando ao critério dos médicos os casos de doença grave em que a mãe necessite de entubação e anestesia geral.

Estudos internacionais e interdisciplinares já realizados confirmam que a gravidez não é um fator de risco para a doença; não há razão para adiar a maternidade devido ao novo coronavírus


[ESPECIAL GRAVIDEZ]

Prevenção

PERINATAL EVITAR O PIOR A POSSIBILIDADE DE APLICAR MEDIDAS PREVENTIVAS NA FASE PERINATAL – ISTO É, ANTES DO NASCIMENTO – PERMITE EVITAR NO BEBÉ DOENÇAS PRODUZIDAS POR AGENTES PATOGÉNICOS EXTERNOS OU POR CAUSAS GENÉTICAS.

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CHAMADA PREVENÇÃO PERINATAL inicia-se no momento em que o casal encara a decisão de conceber um filho e encerra-se na primeira semana de vida fora do útero materno, com a análise destinada ao diagnóstico precoce de uma eventual doença metabólica. Contudo, a maior parte das ações preventivas realizam-se na mãe ou através dela. A utilidade da prevenção primária reside no facto de ajudar a evitar doenças produzidas por agentes patogénicos externos ou por alguma causa genética previamente demonstrada. Não obstante, esta utilidade vê-se limitada pelo facto de, em cerca de 60% dos casos, não se conhecerem as causas exatas e menos ainda quando os defeitos são congénitos. FATORES PATOGÉNICOS Há uma série de fatores patogénicos externos que são conhecidos e que é imprescindível neutralizar, nesta fase perinatal. Entre outros, destacam-se, pela sua maior frequência, a exposição do embrião a radiações, aos medicamentos teratogénicos – fármacos que tendem a produzir anormalidades no embrião –, aos gérmenes infecciosos, às substâncias tóxicas, a determinados agentes físicos ou a idade da mãe no momento da conceção. Deste modo, são fatores de risco para o futuro ser, entre outros, o facto da gestante ter mais de 40 anos de idade, a ingestão de certos fármacos, o consumo de álcool e tabaco, a exposição aos raios X, a incompatibilidade de Rh ou o possível contágio de doenças, como a rubéola, a toxoplasmose, a sífilis e a SIDA. Outra medida de prevenção primária, não menos fundamental, consiste em levar uma alimentação adequada e correta, que garanta à gestante um índice apropriado de nutrientes, especialmente ácido fólico. CARGA GENÉTICA PATOLÓGICA No caso de se conhecerem antecedentes familiares ou pessoais de carga genética patológica, nalgum dos membros do casal, o médico pode aconselhar a evitar a conceção. Competirá ao casal tomar a decisão de assumir ou não o risco. As doenças genéticas podem ter a sua origem num ou em vários genes ou derivarem de uma alteração da estrutura cromossómica. No primeiro caso, se o gene é transportado pelo cromossoma X – como sucede no caso da hemofilia –, pode diminuir-se o risco, selecionando o sexo do embrião, fecundando “in vitro” e implantando-o depois.

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Quando a perturbação é poligénica – ou seja, depende de vários genes –, a prevenção primária limita-se a recomendar aos pais portadores que não tenham filhos. Os médicos também desaconselham a conceção no caso das perturbações se deverem a alterações da estrutura dos cromossomas dos pais: se os dois membros do casal sofrerem de um defeito cromossómico, a probabilidade de que os filhos sofram uma perturbação congénita é de 100%, probabilidade que, em teoria, se reduz exatamente para metade quando apenas um deles tem o defeito; na prática, porém, este valor é 10 vezes menor. Também pode suceder que os pais com cromossomas normais tenham um filho com defeitos cromossómicos; no entanto, o risco de ocorrência destes casos é inferior a 1 por cento.

ou a exploração clínica assim o aconselham: por exemplo, no caso da idade da mãe ser superior a 35 anos, quando já existem filhos com cromossomopatias ou se existirem antecedentes familiares de defeitos do tubo neural. PRIMEIRA “FOTOGRAFIA” A ecografia é um dos recursos mais comuns do diagnóstico prénatal. Esta técnica permite a deteção precoce de perturbações cardíacas ou renais, alterações do volume do líquido amniótico ou anomalias na posição da placenta, malformações do esqueleto, etc. Por esta razão, a ecografia é, hoje em dia, uma exploração rotineira em termos obstétricos. Outra das técnicas utilizadas com maior frequência no diagnóstico de anomalias fetais é a amniocentese. Este método, praticado entre a 14ª e a 16ª semana de gestação, por um obstetra com experiência, permite – por via trans-abdominal e com a ajuda ecográfica – obter células amnióticas.

FEVEREIRO 2021

Um grupo limitado de patologias é suscetível de tratamento intrauterino; nesta área, incluem-se não só as infeções fetais – por exemplo, a sífilis ou a toxoplasmose –, como também certas deficiências que podem ser corrigidas mediante suplementos dietéticos, administrados diretamente no feto, através de cateteres inseridos na veia umbilical. Também existem diversas técnicas cirúrgicas intrauterinas que permitem corrigir algumas estruturas congénitas anormais, como a hérnia diafragmática. Finalmente, a cirurgia neonatal, opção que nos últimos tempos tem avançado consideravelmente, corrige eficazmente mais de 50% dos casos de malformações do recém-nascido. As possibilidades preventivas das doenças congénitas estão intimamente ligadas à evolução da tecnologia médico-cirúrgica. Por isso, a esperança de resolução de problemas potencialmente graves é cada vez maior.

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CIRURGIAS intrauterina e neonatal

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DIAGNÓSTICO PRECOCE Quanto à prevenção secundária perinatal, o mais importante é diagnosticar as perturbações antes delas se manifestarem. Os exames e explorações que se devem realizar relativamente a esta matéria – quase sempre à mãe, mas também ao feto e ao recém-nascido – são de quatro tipos: análises de sangue, biopsias da vilosidade placentária, amniocentese e ecografias. Deste modo, os níveis da alfafetoproteína estabelecidos em análises do sangue da mãe podem indicar a presença de defeitos do tubo neural do feto, como espinha bífida, por exemplo. Se forem elevados, pode estabelecer-se – com um valor previsivo de 60% – que existe alguma perturbação deste tipo; o diagnóstico deve ser completado com ecografia e amniocentese. O aumento dos níveis da alfafetoproteína materna constitui, também, um indicador de outras anomalias congénitas, de atraso no crescimento do feto, de gestações múltiplas ou de morte fetal: daí o seu interesse como teste de realização sistemática nas grávidas. É fundamental que todas as grávidas se submetam à análise de anticorpos da sífilis, da rubéola, da toxoplasmose, do vírus da imunodeficiência humana e da hepatite B, sem esquecer a determinação do grupo sanguíneo e do Rh. A análise do sangue do feto, por seu lado, que se realiza a partir de uma amostra obtida do cordão umbilical, permite o diagnóstico precoce de metabolopatias, perturbações sanguíneas, infeções, miopatias e alterações do crescimento. Este tipo de exames está recomendado, exclusivamente, quando os antecedentes


[ESPECIAL GRAVIDEZ] Ainda que a biopsia da vilosidade placentária ofereça a grande vantagem de estabelecer diagnósticos precoces, apresenta o inconveniente de ser invasiva, pelo que deve reservar-se para as gravidezes de alto risco. Logicamente, o valor do diagnóstico precoce assenta no facto de ser possível pôr em marcha o oportuno tratamento corretor. Assim, quando se deteta uma perturbação no feto ou no recém-nascido, é importante responder no momento preciso e com a ação mais adequada; e, no caso do feto, avaliar a conveniência ou não de prosseguir com a gravidez até ao fim. Há uma

Prevenir o ATRASO MENTAL Quando se efetua a análise ao sangue do recém-nascido, a partir de uma gota de sangue do calcanhar – análise, esta sim, obrigatória – pretende controlar-se a situação da fenilalanina e das hormonas tiroideas, com o fim de prevenir a fenilcetonúria e o hipotiroidismo. A determinação precoce de perturbações evita, mediante medidas dietéticas adequadas, o desenvolvimento de alterações que implicariam atraso mental. No caso de existirem indícios que o aconselhem, os pediatras poderão procurar seletivamente, no sangue do recém-nascido, outras perturbações metabólicas ou sanguíneas. Este tipo de problemas também pode controlar-se adequadamente com medidas dietéticas especiais ou mediante a restrição de alguns nutrientes.

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Através da amniocentese é possível, portanto, estudar cromossomas patológicos, enzimas e marcadores bioquímicos, com vista à deteção precoce de numerosas perturbações. Este método de diagnóstico não está, no entanto, isento de riscos para o feto, pelo que deve reservar-se para comprovar observações obtidas, previamente, por outro tipo de exames.

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EM BUSCA DA SÍNDROMA DE DOWN Outra das técnicas que permitem o diagnóstico precoce de alguns defeitos, entre a 9ª e a 11ª semana, é a biopsia da vilosidade placentária – ou coriónica. Este método consiste na obtenção de uma amostra do córion – parte da placenta –, através da sucção por via vaginal, sob visão direta ou empregando um cateter ultrassónico. O estudo da amostra permite diagnosticar mais precocemente a trissomia 21 – vulgarmente conhecida como síndroma de Down – mediante análises cromossómicas, bem como detetar, oportunamente, enzimopatias e obter o ADN para estudar doenças genéticas.

série de anomalias que podem implicar uma carga tremendamente pesada na vida futura daquele ser que está para nascer, bem como malformações extremas e certas perturbações do metabolismo para os quais a Medicina ainda não tem resposta. Provocar prematuramente o parto permite, nalguns casos, tratar eficazmente a alteração; são os casos da hidrocefalia obstrutiva ou dos atrasos de crescimento de origem materna. Noutras ocasiões, a realização de uma cesariana soluciona determinados problemas obstétricos, como as infeções do canal do parto.

As possibilidades preventivas das doenças congénitas estão intimamente ligadas à evolução da tecnologia médico-cirúrgica; por isso, a esperança de resolução de problemas potencialmente graves é cada vez maior



O CONTROLO MÉDICO, DURANTE A GRAVIDEZ, É A MELHOR GARANTIA PARA A SUA SAÚDE E A DO BEBÉ QUE TEM DENTRO DE SI.

VIGILÂNCIA MÉDICA A MELHOR GARANTIA DE SAÚDE


[GRAVIDEZ ESPECIAL] Se uns meses antes de engravidar, se comportar como se já estivesse grávida, isto é, cuidando da alimentação, deixando de fumar e abrandando o ritmo de vida, evitará muitos dos problemas, tanto

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CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ Primeiro, surge o atraso do período. Depois, o resultado de um teste caseiro. É muito provável que esteja grávida, mas a confirmação do seu estado deve ser feita pelo ginecologista/obstetra, na primeira consulta pré-natal. Esta consulta deve fazer-se o mais rápido possível. Ser-lhe-á feita uma exploração física completa – peso, altura, tensão arterial, palpação da tiroide e das mamas, exploração do abdómen, da pele, das pernas, etc.; também terá de fazer análises ao sangue e à urina e, possivelmente, uma citologia, para despistar a presença de infeções. Haverá, igualmente, lugar a um exame para determinar a configuração do útero. Em seguida, o especialista, não só se interessará pelos seus antecedentes médicos – doenças crónicas, doenças graves, intervenções cirúrgicas, alergias, medicamentos que toma habitualmente, etc. – , como também pedirá uma informação detalhada sobre os seus hábitos de vida – trabalho, tipo de alimentação, prática de algum desporto, etc. – e sobre as doenças dos familiares diretos do casal, para determinar se poderá existir alguma doença hereditária. Por último, será necessário anotar alguns dados ginecológicos particularmente importantes para o controlo da gestação: idade da primeira menstruação, duração habitual do ciclo menstrual e existência de algum aborto prévio. Cada vez com maior frequência, realiza-se uma ecografia transvaginal, para obter as primeiras imagens do embrião e da placenta.

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TUALMENTE, POUCOS SÃO OS CASAIS que se deixam surpreender por uma gravidez. A maioria planifica-a atempadamente, fazendo-a coincidir com uma fase mais favorável da sua vida e, inclusive, “escolhem” a época do ano em que gostariam que o bebé nascesse. No entanto, muitas vezes, esquecem-se do mais importante: a respetiva saúde. Os especialistas recomendam que a mulher deve “pôr-se em forma”, antes de ficar grávida. Para o conseguir, o ideal é consultar o seu ginecologista, quando decide ter um filho, normalmente uns meses antes de se produzir a fecundação. Esta consulta pré-gravidez é essencial para prevenir muitos dos problemas. Se uns meses antes, se comportar como se já estivesse grávida, isto é, cuidando da sua alimentação, deixando de fumar e abrandando o ritmo de vida, evitará muitos dos problemas, tanto para si como para o futuro bebé. É, igualmente, o momento de começar a tomar suplementos de ácido fólico. Está demonstrado que, se consumir esta vitamina, na dose adequada, uns meses antes da gravidez, reduz-se o risco de que o bebé tenha deficiências do tubo neural.

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para si como para o futuro bebé


[ESPECIAL GRAVIDEZ] CONSULTAS PERIÓDICAS Embora seja difícil estabelecer o número ideal de consultas, algumas entidades sanitárias indicam, como mínimo, sete visitas ao obstetra, mas recomendam-se que se planifiquem nove, ao longo de toda a gestação. Não existe uma regra fixa e cada paciente necessitará de ir às consultas com maior ou menor frequência, de acordo com os fatores de risco que apresente. O mais frequente é uma consulta de quatro em quatro semanas, até à 36ª; depois, de duas em duas, até à 38ª semana; e a partir daí, uma vez por semana, até ao momento do parto. Se existirem problemas, durante a gestação ou a mãe sofrer de algum tipo de perturbação que requeira maior vigilância, a frequência das consultas será determinada pela natureza e gravidade do problema. Em cada visita, será pesada e medir-lheão a tensão arterial. Também observarão as pernas e as mãos, para detetar a aparição de edemas ou varizes e avaliarão a evolução da altura uterina, palpando o ventre. Com igual frequência, serão pedi-

SINAIS DE ALARME

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Vá imediatamente ao hospital, se tiver algum dos seguintes sintomas: 4Vómitos muito intensos e persistentes; 4Dor ao urinar; 4 Inchaço em zonas do corpo distintas dos pés e tornozelos ou que não desaparece após o descanso noturno; 4Dores de cabeça frequentes e intensas; 4Diarreia aguda; 4Hemorragia vaginal; 4 No terceiro trimestre, ausência de movimentos fetais.

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das análises ao sangue e à urina, cujos valores se irão atualizando e comparando com os anteriores. Habitualmente, não são necessários toques vaginais, salvo durante o último mês. ENTRE A 15ª E A 18ª SEMANA, praticamente a todas as grávidas, será efetuado um exame conhecido por “triple screening” bioquímico. Com uma análise de sangue, determina-se a presença de três hormonas: a alfafetoproteína – AFP –, a gonadotropina coriónica – Gch – e o estriol não conjugado (iE). Os valores das análises são avaliados consoante a idade da mulher e os resultados ajudarão a calcular o risco de anomalias cromossómicas. De acordo com os resultados obtidos, aconselhar-se-á a realização de outros testes mais específicos, nomeadamente a amniocentese. ENTRE A 24ª E A 28ª SEMANA, fazse um exame – teste de O’ Sullivan – para determinar a presença de glucose no sangue. Se o teste for positivo, isto é, os valores de glucose são superiores a 140 mg/ dl, será feito outro teste semelhante – a chamada curva de glicemia –, para confirmar o diagnóstico de diabetes gestacional. Se este problema for detetado precocemente, pode instaurar-se uma dieta adequada, para nivelar os valores da glucose no sangue. Em poucos casos, é necessário recorrer à administração de insulina ou outro tipo de medicamento. DURANTE AS ÚLTIMAS QUATRO SEMANAS DE GRAVIDEZ, em cada consulta, avalia-se como está o colo do útero e efetua-se um registo cardiotocográfico, o qual, por um lado, informará sobre a atividade cardíaca do feto e, por outro, sobre a eventual presença de contrações uterinas. A PARTIR DA 36ª OU 37ª SEMANA, pode realizar-se uma amnioscopia, técnica destinada a ver a cor do líquido amniótico.

O exame não é doloroso: por via vaginal, introduz-se um tubo em forma de cone – o amnioscópio –, através do colo do útero, o qual permite visualizar o líquido. Assim, os médicos podem saber se o líquido está tingido de mecónio, o que indica o possível sofrimento fetal e obriga a provocar o parto. DOENÇAS DA MÃE A maioria das doenças que podem afetar uma mulher adulta não são incompatíveis com a gravidez, embora obriguem a uma vigilância médica mais rigorosa. Vejamos as mais comuns, durante a gestação:

4Hipertensão – Trata-se de um dos problemas de saúde com maiores repercussões, durante a gravidez. Este “assassino silencioso” pode afetar tanto a mãe como o feto, pelo que o controlo médico das grávidas hipertensas é muito mais rigoroso. A hipertensão é causa de prematuridade e de atraso no crescimento intrauterino, podendo tornar-se muito perigosa, se deriva em eclampsia. A hipertensão está associada à idade: entre 7 e 10 pessoas com mais de 35 anos têm valores de tensão elevados, embora muitas delas não o saibam. Pode acontecer que a hipertensão surja apenas durante a gravidez, situa-se que é conhecida como hipertensão induzida pela gravidez; porém, se for acompanhada de outros sintomas, como edemas ou presença de proteínas na urina, trata-se de uma pré-eclampsia. Se o problema já era crónico, o risco destas perturbações é maior, pelo que insistirão em que cuide da alimentação, repouse bastante e continue a tomar os medicamentos prescritos pelo obstetra. Se lhe incharem as mãos, os tornozelos ou a cara e se aparecerem dores de cabeça ou dores gástricas fortes, deve ir imediatamente às urgências.



[ESPECIAL GRAVIDEZ] 4Diabetes – A gravidez atua como um fator agravante da diabetes e as necessidades de insulina aumentam. No entanto, hoje em dia, as mulheres diabéticas podem ter gravidezes sem problemas, quase na mesma percentagem que as grávidas saudáveis. Apenas será necessário um maior controlo. Ao longo de toda a gravidez, o objetivo será manter os valores de glicemia dentro dos limites normais. Como estes valores variam ao longo do dia, é provável que lhe recomendem que efetue, você mesma, o controlo diário, com um aparelho de medição caseiro. A dieta e o exercício físico são as principais medidas preventivas, mas nalguns casos, será necessário administrar insulina ou modificar as doses se se administravam antes. As mesmas precauções são necessárias, se se trata de uma diabetes gestacional – que apenas aparece durante a gravidez e remite após o parto –, detetada através do teste de O’ Sullivan. 4Asma – É a alteração respiratória mais frequente, durante a gravidez. O seu curso é imprevisível, pois pode melhorar, permanecer estável ou piorar, com a gravi-

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Gravidez depois dos 35

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Uma percentagem elevadíssima de mulheres tem o seu primeiro filho depois dos 35 anos. Mesmo que o seu estado de saúde seja bom, a partir desta idade aumentam os riscos de deficiências congénitas e cresce a possibilidade de surgirem complicações. Por isso, consideram-se “de risco” as gravidezes depois dos 35 anos. Os protocolos recomendam que estas grávidas sejam mais vigiadas, especialmente se sofrem de hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes ou obesidade. Também existe um maior risco de existência de fibromiomas, tumores benignos do útero, que podem complicar a gestação, se o seu tamanho for grande. Por outro lado, não se deve esquecer que 95% dos casos de síndroma de Down estão relacionados com a idade da mãe e que a idade é, igualmente, um fator agravante de outras cromossomopatias. Problemas como o crescimento fetal retardado ou a placenta prévia aumentam, se a mulher já passou do 35 anos. De qualquer modo, não se assuste: estamos a falar de gestações que requerem um controlo mais rigoroso, apesar da esmagadora maioria ser levada a cabo com êxito.

dez. Com um controlo adequado, os efeitos da asma sobre o feto não deverão gerar preocupações. Aproximadamente, um terço das grávidas piora; portanto, nas primeiras consultas, aconselhá-la-ão deixar de fumar ou evitar o contacto com fumadores e ser-lhe-ão feitas recomendações sobre como prevenir as causas que podem desencadear uma crise asmática, nomeadamente constipações e outros tipos de infeções, bem como a exposição a substâncias alérgicas. Se, apesar destas precauções, se produzir um ataque de asma, deve dirigirse imediatamente ao hospital. O terceiro trimestre é o período mais crítico para as grávidas asmáticas.

4Epilepsia – Em mais de metade das mulheres epiléticas, a gravidez não provoca qualquer alteração na doença. Além disso, não se comprovou que esta doença provoque uma maior percentagem de abortos, pré-eclampsia ou partos prematuros. Porém, nalguns casos, pode intensificar as convulsões. Deste modo, é imprescindível que o médico ajuste as doses dos medicamentos, de modo que beneficiem a mãe, mas não prejudiquem o bebé. Não se deve deixar um

tratamento necessário, por medo de lesar o feto, pois poderia ser mais perigoso para ele não controlar os ataques.

4Problemas cardíacos – Atualmente, o progresso da Obstetrícia e o controlo adequado das grávidas com cardiopatias permitem, inclusive, que mulheres transplantadas possam ter filhos. No entanto, não podemos ignorar que existe um maior risco de complicações e que o parto pode ser mais problemático que o de uma mulher saudável. A maioria das doenças cardíacas agravam-se durante a gestação e, dependendo do tipo de cardiopatia, pode surgir uma ou outra complicação. Nestes casos, é essencial a consulta de pré-gravidez. Nela, o ginecologista aconselhará sobre os cuidados que se devem ter: evitar o stress e o cansaço físico, o calor excessivo, o sal na dieta e o aumento excessivo de peso, durante a gravidez. Durante todos estes meses, é provável que se façam vários controlos cardiológicos. O parto pode decorrer sem complicações. Durante a dilatação, farão eletrocardiogramas e frequentes medições de tensão arterial. Tudo o que for necessário, para que não surja nenhum imprevisto.



[ESPECIAL GRAVIDEZ] PRATICAMENTE TODAS AS GRÁVIDAS EXPERIMENTAM ALGUM DESCONFORTO DURANTE A GRAVIDEZ, EM ESPECIAL NA REGIÃO LOMBAR. CONHEÇA OS EXERCÍCIOS QUE PODEM AJUDAR.


Está grávida? CONHEÇA OS EXERCÍCIOS QUE VÃO REDUZIR AS DORES NAS COSTAS

Pela PROF.ª ANA ANDRADE

Doutoranda em Atividade Física e Saúde, pela Universidade Lusófona de Lisboa (ULHT). Mestre em Exercício e Bem-Estar, ULHT Lisboa; Personal Trainer e Group Trainer no Holmes Place Parque das Nações.

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QUAIS OS BENEFÍCIOS DE PRATICAR EXERCÍCIO? A prática regular de exercício físico durante a gravidez promove o tónus muscular, a força e a resistência, ajudando o corpo a suportar o peso extra e preparando-o para o esforço do parto. A recuperação pós-parto é muito mais rápida quando a mãe pratica exercício durante a gravidez. A prática de exercício físico durante a gestação também diminui desconfortos físicos, como dores nas costas, prisão de ventre, fadiga e inchaço, além de ajudar a

DORES NAS COSTAS: UM PROBLEMA RECORRENTE Praticamente todas as grávidas experimentam algum desconforto musculoesquelético durante a gravidez, apresentando um maior risco de queixas, principalmente na região lombar. A mudança do centro de gravidade, a rotação anterior da pélvis, o aumento da lordose e o incremento da elasticidade dos ligamentos são os principais responsáveis pelos sintomas.

FEVEREIRO 2021

JÁ PRATICAVA EXERCÍCIO ANTES? Se está grávida e deseja fazer exercício físico, a primeira questão é: já praticava exercício antes? SE SIM, não existem contraindicações para a prática do mesmo. Mas lembre-se que, nesta fase da vida, o objetivo não é emagrecer, mas sim focar a atividade sempre com o propósito de promoção da saúde e bemestar do bebé. Poderá combinar exercícios aeróbicos (caminhadas, bicicleta, elítica) e exercícios de resistência muscular (agachamentos, lunges, pranchas), em intensidades leves ou moderadas. Exercícios de mobilidade e flexibilidade também podem ser realizados, mas sempre no conforto articular e sem abusar da amplitude de movimento, uma vez que o aumento da produção da hormona relaxina irá promover uma maior mobilidade articular. SE NÃO praticava exercício, só deverá começar a fazêlo no segundo trimestre, ou seja, quando completadas 12 semanas de gestação. Até essa altura, recorra apenas a caminhadas diárias de 10 a 20 minutos, para promover alguma atividade física. As recomendações gerais para a prática de exercício durante a gestação são de, pelo menos, 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana, para obtenção de benefícios de saúde significativos e redução das complicações da gravidez.

manter o humor mais estável, a autoestima em alta e o sono em dia. A percentagem de partos pré-termo é menor entre as mulheres que se exercitam durante toda a gestação e, principalmente, no terceiro trimestre, justamente o período em que as grávidas costumam abrandar o ritmo. As grávidas devem também exercitar os músculos do pavimento pélvico, através dos exercícios de Kegel, de maneira a prevenir a incontinência. Recomendamos a ajuda de um profissional de exercício certificado para prescrever um treino ajustado ao seu historial e condição física atual.

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A

MATERNIDADE É UM MOMENTO ÚNICO na vida de qualquer mulher. Durante a gestação, o corpo atravessa diversas mudanças que influenciam a prática das mais variadas atividades, desde o exercício físico até às comuns tarefas do dia a dia. Alterações metabólicas e fisiológicas são reações de adaptação para o desenvolvimento do bebé e de preparação para o momento do parto, apresentando um grande impacto quando se fala da prática de exercício físico.


[ESPECIAL GRAVIDEZ]

Como minimizar as dores nas costas? Ao realizar os 5 exercícios que lhe propomos, pelo menos, três vezes por semana, irá sentir uma redução da intensidade das dores de costas, em especial na zona lombar, aumentando também a mobilidade da coluna.

1) AGACHAMENTO Na

posição de agachamento

pés paralelos à largu-

ra da anca, com ligeira flexão dos joelhos

sentar

2) AGACHAMENTO COM ROTAÇÃO DA COLUNA Na

posição de agachamento

pés paralelos à largura

os glúteos para trás e para baixo, com os joelhos

da anca, com ligeira flexão dos joelhos

alinhados com a ponta do pé.

sobre os joelhos e rodar o braço para fora no conforto

Descer a anca até aos 90º (numa posição confortável), mantendo o peito aberto e os ombros relaxados. Subir e voltar à posição inicial. Realizar 2 séries de 10 a 15 repetições. Descansar 30 segundos entre séries.

apoiar as mãos

da amplitude articular, até sentir uma torção da coluna.

Manter

o peito aberto, ombros afastados das orelhas e

abdominal ligeiramente contraído.

Realizar 2 séries de 6 a 8 repetições para Descansar 30 segundos entre séries.

cada lado.

3) PONTE DE GLÚTEOS Deitar

de barriga para cima (se necessário, com apoio de

uma almofada nas costas), com os joelhos alinhados com o calcanhar e os pés afastados à largura da anca.

Subir

os glúteos, contraindo-os ao máximo, até que consiga

até ficar em posição de ponte, apoiada pelos ombros.

Demorar 2

segundos a levantar e

2

a baixar, ou seja,

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<

movimentos lentos e controlados.

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20

Realizar 2 séries de 6 a 10 repetições. Descansar 30 segundos entre séries.


4) POINTER Deitar

no chão em

4

apoios, esticar de forma alternada a mão esquerda

e a perna direita, voltar ao centro e repetir.

Manter

sempre o queixo

para dentro, ombros afastados das orelhas e os joelhos à largura da anca.

Abdominal

ligeiramente contraído, evitando a curvatura excessi-

va da lombar.

Realizar 3

séries de

10

repetições.

Descansar 30

segundos entre séries.

Ao realizar estes exercícios, irá reforçar a sua postura e fortalecer a região lombar e, desta forma, irá reduzir as dores que ocorrem durante a gravidez. Uma melhor postura irá melhorar os níveis de energia em geral e promover uma melhor capacidade respiratória, reduzido também a fadiga.

5) ROTAÇÃO TRONCO (3 APOIOS)

Cuide de si e do seu bebé. Desejamos-lhe uma “hora pequena”.

do

Amaral

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Fotografia: Miguel Moura Agradecimentos: Ana Peixoto

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Deitar no chão em 3 apoios, manter a cabeça em frente dos braços. De baixo para cima, rodar para fora um braço no conforto articular da coluna, voltar à posição inicial e repetir. Realizar 2 séries de 6 a 8 repetições para cada lado. Descansar 30 segundos entre séries.

Durante a prática, certifique-se que está sempre bem hidratada, mantenha uma intensidade de esforço de leve a moderada (reduza as séries e repetições sempre que necessário) e lembre-se de respirar de forma controlada e natural. O objetivo não é sentir-se ofegante, nem com dores, o objetivo é fortalecer o corpo para o momento do parto e ajudar na recuperação pós-parto.


[SAÚDE FLASHS] Hospital St. Louis na linha da frente do combate à arritmia

Grupo ASISA abre primeira clínica em Portugal

O Hospital St. Louis inaugurou recentemente um inovador equipamento para o tratamento da fibrilhação auricular que utiliza a crioenergia. Este equipamento, o POLARx, da Boston Scientific, único em Portugal, permite diminuir a complexidade da intervenção cirúrgica utilizada para o tratamento da arritmia que mais aflige a população portuguesa, a fibrilhação auricular. Com este novo equipamento, a equipa cirúrgica do Centro de Arritmologia de Lisboa (CAL), em parceria com o Hospital St. Louis, passou a oferecer uma intervenção que, para além de diminuir a complexidade da mesma, faz com que esta seja mais segura e rápida e, consequentemente, com melhores resultados para o paciente. De acordo com o Dr. Bruno Tereno Valente, médico do Centro de Arritmologia de Lisboa, “este equipamento oferece um tratamento mais célere, o que no contexto atual permite colmatar as necessidades de assistência médica, que se têm vindo a deteriorar em consequência da covid-19.”

O Grupo segurador ASISA, que conta com mais de 2,5 milhões em clientes e um volume de negócios de cerca de 1,4 mil milhões de euros, abriu a sua primeira clínica própria em Portugal. Esta abertura, em Lisboa, faz parte dos planos de expansão e de crescimento do Grupo ASISA no nosso país. A nova clínica dedicar-se-á, primeiramente, a acolher a atividade ligada ao seguro ASISA Dental e, ao longo de 2021, irá disponibilizar, gradualmente, novas especialidades médicas (medicina general, pediatria, ginecologia e dermatologia), assim como serviços de estética e de nutrição que no âmbito da oferta ASISA Care. Com o o certificado de Qualidade ISO 9001, a Clínica ASISA Dental terá 7 gabinetes, equipados com a mais moderna tecnologia para realizar as mais avançadas técnicas de diagnóstico e tratamento oral, que incluem tratamentos preventivos, cirúrgicos e de implantes, ortodontia e ortodontia invisível, além de emergências e estética bucal.

Elastron premiada como Melhor PME Exportadora

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Drone de transporte de órgãos para transplante vence competição nacional

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A 2ª edição do concurso de inovação em saúde Life Enablers, competição promovida pela farmacêutica Takeda, para promover a inovação na saúde, foi ganha pela equipa ByOhope, com o projeto de desenvolvimento e integração de uma rede organizada e inteligente de veículos aéreos não tripulados (drones), cujo objetivo é participar ativamente no transporte de órgãos para transplante, em território nacional, com possibilidade de escalar internacionalmente. O júri, composto por médicos, enfermeiros, representantes de associações de doentes, teve ainda a oportunidade de sugerir que o projeto evoluísse também para resolver outras necessidades e eventuais ideias, como, por exemplo, transporte de medicamentos, sangue ou monitorização de doentes à distância. A ByOhope é uma equipa composta por estudantes universitários da Universidade da Beira Interior, da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e da Universidade do Minho.

A Elastron foi premiada pela AICEP como Melhor PME Exportadora, uma distinção reveladora do exemplar desempenho desta empresa. O prémio foi dado a conhecer na 4ª sessão da Conferência AICEP 2020 “Exportações & Investimento”, na presença do Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. Fundada em 1978, a Elastron Portugal é uma empresa focada no comércio de tecidos sintéticos, microfibra, pele natural e artificial, com presença em países como Itália, Espanha, Roménia, Alemanha e Bulgária, oferecendo soluções especialmente pensadas para a indústria de estofos e calçado. Recentemente, demonstrou a sua capacidade de inovação e adaptação ao panorama atual, com a criação de uma nova unidade de negócio de Healthcare, para a produção de máscaras descartáveis com diversos modelos e cores. Com um valor acrescentado bruto no valor de 4,9 milhões de euros, José Carlos Oliveira, o presidente executivo da empresa, acredita que “o mercado é global” e por isso existe a necessidade das empresas nacionais apostarem na internacionalização. Para o CEO, é importante continuar a apoiar o tecido empresarial nacional para que “todos possamos recuperar com muita força, porque dependemos todos uns dos outros”.



DOR em Portugal [SAÚDE ESTUDOS]

ELEVADA PREVALÊNCIA, BAIXA PROCURA DE SOLUÇÕES O “ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A DOR EM PORTUGAL” TEVE COMO OBJETIVOS PRINCIPAIS ADQUIRIR UMA VISÃO GERAL SOBRE A DOR JUNTO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA E ANALISAR O SEU COMPORTAMENTO NA PROCURA DE SOLUÇÕES.

Q

UASE 60% DOS PORTUGUESES que nos últimos seis meses sofreram de algum episódio de dor apontam a cabeça como o local mais prevalente dessa dor, concluiu um estudo exploratório sobre a dor em Portugal, promovido pela farmacêutica Angelini e recentemente apresentado. Relativamente ao tratamento e alívio da dor, as pessoas procuram ações imediatas quando sentem dores de cabeça. Já nos outros tipos de dor, mais de metade dos inquiridos esperam que passe.

DORES DE CABEÇA, MUSCULARES E LOMBARES Segundo o estudo, depois das dores de cabeça (59%), as dores musculares representam o tipo de dor mais prevalente para 51% dos inquiridos, seguidas pelas dores lombares, com 48% das respostas. A dor óssea, que representa a menor fatia, continua, no entanto, a afetar 15% da população que teve dores nos últimos seis meses. Oito em cada 10 inquiridos afirmaram ainda que já experienciaram até três tipos de dor, sendo que, na categoria de dores recentes (última semana), 58% afirma ter dores de cabeça; na categoria de dor distante (últimos três meses), 19% afirma ter dores musculares; e finalmente, na dor remota (últimos três a seis meses), 17% afirma ter dor cervical. Em relação à durabilidade, a dor aguda é o tipo dominante. Já relativamente à frequência, no mínimo, seis em cada 10 inquiridos experienciaram dor frequente, principalmente dor cervical e articular. TRATAMENTO E ALÍVIO DA DOR O estudo, que analisou ainda os hábitos e comportamentos no tratamento e alívio da dor, apurou que, em relação às dores de cabeça, as pessoas procuram ações imediatas (60%), maioritariamente através de analgésicos ou outras medicações orais (85%). Relativamente às dores musculares, mais de metade dos inquiridos (54%) dizem esperar que a dor passe, mesmo após um dia. Uma resposta semelhante pode ser observada relativamente às dores lombares (48% esperam que passe), dores musculares (51%), dores cervicais (47%) e dores ósseas (54%). Foi ainda observado que, quando comparados todos os tipos de dor, a menor tolerância dos inquiridos diz respeito às dores de cabeça. Já a tolerância mais elevada observa-se relativamente às dores musculares, principalmente junto dos jovens adultos. Os inquiridos com idade mais avançada, por sua vez, lidam mais facilmente com os outros tipos de dor, sendo que a familiaridade e a experiência podem desempenhar um papel importante nesta questão.


Importância da opinião de um profissional de saúde Sobre o estudo O estudo, realizado entre os dias 13 e 24 de março de 2020 e que contou com um total de 600 participantes, teve como objetivos principais adquirir uma visão geral sobre a dor junto da população portuguesa e analisar o seu comportamento na procura de uma solução, em função da sua tipologia. Para tal, foram selecionados 9 inquiridos entre os 20 e os 24 anos, 18 inquiridos entre os 25 e os 34 anos, 26 inquiridos entre os 35 e os 44 anos, 23 inquiridos entre os 45 e os 54 anos e 24 inquiridos entre os 55 e os 65 anos. Da amostra, 51% é do sexo feminino e 49% é do sexo masculino, localizando-se maioritariamente nas regiões Norte (37%), Centro (23%) e Lisboa (28%). 73% dos inquiridos praticam exercício físico, maioritariamente corrida ou caminhada (72%). 25 >

A Dra. Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, afirma: “A pandemia e o período de confinamento podem ter contribuído para aumentar o comportamento da automedicação entre os portugueses, justificado pelo medo de ir aos hospitais ou até mesmo às farmácias. No entanto, não podemos desvalorizar a importância da opinião de um profissional de saúde, mesmo quando se trata apenas de uma dor ligeira. Neste campo, os farmacêuticos desempenham um papel fundamental, sendo, muitas vezes, o primeiro e único contacto dos doentes que sofrem frequente ou ocasionalmente de dores”.


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[VIDA SAUDÁVEL ESPAÇO]

TRAVE A DOR

antes que a dor o trave a si AS DORES ARTICULARES DO JOELHO PODEM TORNAR A VIDA INSUPORTÁVEL, OBRIGANDO MUITAS VEZES À TOMA DE ANALGÉSICOS E ANTIINFLAMATÓRIOS OU ATÉ A CIRURGIA. MAS O SULFATO DE GLUCOSAMINA, ASSOCIADO À CONDROITINA E AO SELÉNIO, PODE AJUDAR.

C

OMO ACONTECE COM UMA DOBRADIÇA ou qualquer outro objeto sujeito a uso diário, há uma altura na vida em que as articulações começam a deteriorar-se, o que afeta a qualidade de vida, resultado da dor e da redução da mobilidade. Os medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, bem como a substituição cirúrgica da articulação, são as opções mais frequentes para resolver este problema. Porém, existem cada vez mais pessoas a recorrer a uma associação natural eficaz, de ação comprovada e sem efeitos secundários: sulfato de glucosamina, sulfato de condroitina e selénio. REPARAR A CARTILAGEM DETERIORADA O sulfato de glucosamina e o sulfato de condroitina têm a capacidade de aliviar a dor e travar a progressão da degradação

da cartilagem articular. O primeiro é obtido a partir do marisco e o seu constituinte ativo é um elemento inerente à síntese da cartilagem do organismo. Tomado como suplemento, estimula a produção de nova cartilagem saudável pelo organismo, de uma forma totalmente natural, e previne a perda progressiva de cartilagem. Alguns estudos demonstraram que o sulfato de glucosamina pode: 4 Aliviar a dor articular com a mesma eficácia um medicamento anti-inflamatório; 4 Travar a degradação da cartilagem articular; 4 Melhorar o funcionamento das articulações. O EFEITO BENÉFICO DA CONDROITINA Extraída de cartilagem animal, normalmente de tubarão, esta substância também

demonstrou ser eficaz. Num estudo publicado na revista científica Arthritis and Rheumatism, o sulfato de condroitina de primeira qualidade foi associado a uma redução significativa da dor e da perda de espaço interarticular, provando o seu interesse no tratamento da osteoartrose. PORQUÊ SELÉNIO? Segundo alguns estudos científicos, o selénio, um oligoelemento essencial, tem, ao que tudo indica, importância na fase inicial da osteoartrose. Um estudo americano, com 940 participantes, concluiu que as pessoas com os níveis mais elevados de selénio apresentavam uma redução de 40% do risco de desenvolver osteoartrose do joelho, quando comparado com as pessoas que tinham os níveis mais baixos. Dado o baixo teor de selénio nos solos europeus, os cereais cultivados em Portugal são também pobres em selénio.

O sulfato de glucosamina e o sulfato de condroitina têm a capacidade de aliviar a dor e travar a progressão da degradação da cartilagem articular


[SAÚDE NUTRIÇÃO]

QUAL A IMPORTÂNCIA DA GORDURA ALIMENTAR NA NOSSA SAÚDE?

A

FEVEREIRO 2021

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S GORDURAS SÃO constituídas por uma estrutura composta por uma molécula de glicerol ligada a ácidos gordos. Estes podem ser classificados em saturados ou insaturados. As gorduras com elevado teor de ácidos gordos saturados são tipicamente sólidas e mais estáveis à temperatura ambiente, tornando-as geralmente menos propensas à deterioração ou oxidação. Estas encontram-se principalmente em produtos de origem animal, como carnes, laticínios e ovos, mas também em óleos vegetais, como o óleo de palma e o de coco. As gorduras com elevado teor de ácidos gordos insaturados são mais líquidas à temperatura ambiente, o que as torna mais benéficas para a saúde, mas também podem tornar-se mais vulneráveis à deterioração ou oxidação, tanto nos alimentos como no corpo. Além disso, existem ainda os ácidos gordos trans. Estes são produzidos nos óleos líquidos parcialmente hidrogenados com o intuito de melhorar a estabilidade do óleo. Alguns estudos demonstraram que os trans, embora não sendo totalmente saturados, podem aumentar os fatores de risco

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associados à doença cardiovascular. Deste modo, as indústrias agrícolas e alimentares estão a desenvolver óleos e gorduras que sejam estáveis em alimentos e, simultaneamente, benéficos para a saúde humana. O MELHOR E O PIOR As gorduras desempenham importantes papéis nos alimentos. Afetam a aparência, a textura, absorvem e transportam os sabores e transferem calor para os alimentos. No organismo humano, a gordura é um componente essencial das membranas celulares (bem como do tecido nervoso e do cérebro) e encontra-se envolvida no transporte e armazenamento das vitaminas lipossolúveis A, D, E e K, bem como na produção e funcionamento adequado das principais hormonas que regulam a pressão sanguínea, a coagulação, a função imunológica e a contração muscular. As gorduras fornecem 9 kcal por cada grama, sendo densamente mais calóricas que os hidratos de carbono e as proteínas, com 4 kcal/g. Assim, a ingestão de gordura deve exigir uma maior atenção, para garantir que as necessidades calóricas individuais não são excedidas.

Segundo a FAO/WHO (2010), as gorduras saturadas devem contribuir com menos de 10% da energia diária total ingerida em adultos com idade superior a 18 anos e menos de 8% em crianças de 2 a 18 anos. De acordo com a EFSA (2010), a recomendação de gorduras saturadas é que a sua ingestão seja a mais baixa possível.

O QUE DIZEM OS ESTUDOS? De acordo com uma revisão de diversos estudos que relacionam o consumo de gordura saturada e o seu efeito na saúde, observou-se que as gorduras saturadas, por si só, não tiveram efeito sobre a mortalidade por doenças cardiovasculares ou acidentes vasculares cerebrais. No entanto, há evidência de que a redução da sua ingestão reduz os riscos destas doenças cardíacas e melhora os níveis séricos de colesterol total, colesterol LDL e de triglicéridos. Relativamente ao risco de desenvolver diabetes tipo II, não houve evidência suficiente para tirar uma conclusão sobre a sua relação com a redução da ingestão de gorduras saturadas. Evidências sobre a relação entre a ingestão de gorduras saturadas e a pressão arterial, medidas antropométricas e resultados cognitivos não foram esclarecidas, havendo, no entanto, alguns estudos limitados que demonstraram uma associação positiva entre a redução do consumo de gorduras saturadas e a redução do peso corporal e do índice de massa corporal (IMC). A importância da presença de gordura na dieta para a saúde humana, especialmente sob a forma de ácidos gordos insaturados, é hoje amplamente reconhecida. Trata-se de atingir o equilíbrio na nossa alimentação diária, substituindo as gorduras saturadas por gorduras insaturadas, e procurar alimentos que sejam também ricos noutros nutrientes importantes.



[SAÚDE NUTRIÇÃO]

CARNE DE PORCO contribui para uma

dieta equilibrada VERDADEIRO OU FALSO? A

FEVEREIRO 2021

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OS BENEFÍCIOS E OS INCONVENIENTES DA CARNE DE PORCO TÊM SIDO AMPLAMENTE DEBATIDOS AO LONGO DO ÚLTIMO SÉCULO E SÃO AINDA OBJETO DE MÚLTIPLOS MITOS, QUE GERAM DESINFORMAÇÃO E CONFUNDEM OS CONSUMIDORES.

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DÚVIDA QUE SE IMPÕE é saber se a carne de porco produzida na Europa é adequada a uma dieta saudável e porquê. A resposta é sim, é adequada a uma dieta saudável, porque obedece às mais rigorosas condições higienossanitárias e reúne um conjunto de nutrientes importantes, que contribuem para o equilíbrio do organismo humano.

BENEFÍCIOS NUTRICIONAIS E quais são esses nutrientes? Como atuam no nosso organismo? Potássio – Contribui para o equilíbrio do sistema nervoso e dos níveis de pressão arterial, desempenhando também um importante papel no funcionamento dos músculos; Fósforo – Contribui para manter os ossos e os dentes saudáveis, bem como para um bom equilíbrio energético; Zinco – Protege as células contra danos oxidativos, desempenhando um papel importante na qualidade do cabelo, da pele, das unhas e da visão;

Ferro – Contribui para a formação normal dos glóbulos vermelhos e da hemoglobina e para o trânsito de oxigénio no corpo, diminuindo o cansaço e a fadiga e facilitando o desenvolvimento cognitivo das crianças; Vitamina B1 – Contribui para o normal funcionamento do coração e do metabolismo energético; Vitamina B3 – Reduz o cansaço e a fadiga; Vitamina B6 – Ajuda a regular a atividade hormonal e facilita o metabolismo da energia das proteínas e da glucose; Vitamina B12 – Protege o sistema imunológico; Proteínas – Contribuem para aumentar e conservar a massa muscular necessária para o normal crescimento e desenvolvimento das crianças; Gorduras – As gorduras monoinsaturadas contribuem para o equilíbrio do colesterol sanguíneo. Em conclusão, a carne de porco é uma fonte muito completa de proteínas, vitaminas e minerais, indispensáveis ao equilíbrio do nosso organismo.


A carne de porco é uma fonte muito completa de proteínas, vitaminas e minerais, indispensáveis ao equilíbrio do nosso organismo

FEVEREIRO 2021

Num mundo onde abundam as mensagens contraditórias, é cada vez mais difícil saber quando é que uma informação é verdadeira ou falsa. A iniciativa “Let’s Talk About Pork From Europe” tem o propósito de desmistificar algumas das controvérsias mais frequentes, esclarecendo, de forma séria e transparente, o modelo de produção europeu de carne de porco e demonstrando que os padrões de qualidade e segurança alimentar da União Europeia são os mais elevados do mundo e os mais exigentes em termos de bem-estar animal, biossegurança e ambiente. A campanha de esclarecimento “Let’s Talk About Pork From Europe” decorre até Julho de 2022, em Portugal, Espanha e França, dirigindo-se essencialmente a públicos jovens, entre os 18 e os 30 anos. Mais informações em www.letstalkabouteupork.com

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LET’S TALK ABOUT PORK FROM EUROPE

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DIVERSIDADE E SABOR Mas os benefícios da carne de porco não se circunscrevem às suas qualidades nutritivas. A carne de porco é também uma das mais versáteis em termos de confeção, é habitualmente muito saborosa e permite uma fácil digestão. Independentemente da forma como é cozinhada – cozida, frita, assada, estufada ou grelhada – mantém sempre intactas as suas características nutricionais. A aposta da indústria na inovação tem permitido desenvolver derivados de carne, com conteúdos reduzidos ou modificados de nutrientes menos saudáveis, como o sal ou a gordura, o que também confere à carne de porco um estatuto de aliado fidedigno em dietas alimentares mais rigorosas.


[SAÚDE NUTRIÇÃO]

ALIMENTOS ESSENCIAIS

saúde do seu

PARA A

CORAÇÃO A DIETA E UM ESTILO DE VIDA MAIS SAUDÁVEIS DESEMPENHAM UM PAPEL MUITO IMPORTANTE NA SAÚDE DO CORAÇÃO E PODEM DIMINUIR GRANDEMENTE O RISCO DE DOENÇA CARDÍACA.

N

ESTE MÊS DE FEVEREIRO celebramse, no mesmo dia, duas datas importantes para o coração: o Dia dos Namorados e o Dia do Doente Coronário. As doenças cardiovasculares são responsáveis por quase um terço de todas as mortes no mundo. Só em Portugal, cerca de 35 mil pessoas morrem anualmente por doenças cardiovasculares. A dieta e um estilo de vida mais saudáveis desempenham um papel muito importante na saúde do coração e podem diminuir o risco de doença cardíaca, atuando na pressão sanguínea, nos níveis de triglicéridos e nos níveis de colesterol. Neste artigo, vou revelar cinco alimentos que deve consumir para maximizar a sua saúde cardíaca. Desta forma, poderá aproveitar durante muitos mais anos o dia de São Valentim com a sua cara metade e, principalmente, garantir mais anos de vida com qualidade.

Pela

FEVEREIRO 2021

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DRA. CATARINA SOFIA CORREIA

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Nutricionista; Clínica Tejo Saúde Bobadela, Parceira Fitness Hut - Grupo VivaGym

1 ABACATE

O abacate é uma excelente fonte de gorduras monoinsaturadas. Este tipo de gordura é aquele que o nosso organismo melhor tolera. O seu consumo está associado à diminuição do colesterol “mau” (LDL), o que, por sua vez, diminui o risco de doença cardíaca. Por outro lado, os abacates são ricos em potássio, nutriente essencial para a saúde do coração ao contribuírem para a diminuição da pressão arterial. Ainda assim, o seu consumo deve ser moderado, não ultrapassando meio abacate por dia (aproximadamente 140g).

2 TOMATE

O tomate é rico em licopeno, um pigmento natural com poderosas propriedades antioxidantes. Este previne os danos sofridos pela oxidação das células e inflamações, as quais podem contribuir para o desenvolvimento de doenças cardíacas. Níveis baixos de licopeno no sangue estão associados a um maior risco de ataque cardíaco e de derrames. Por outro lado, consumir tomate com regularidade aumenta os níveis de “bom colesterol “bom” (HDL).

3 NOZES

As nozes são uma fonte de fibras e de diversos micronutrientes, tais como magnésio, cobre e manganês. O seu consumo regular poderá reduzir o colesterol LDL, tal como o abacate, baixar a pressão arterial, o stress da oxidação das células e a inflamação, tal como acontece com o consumo de tomate. Por esta razão, o consumo regular e moderado de nozes (30g por dia, cerca de um punhado) está associado a um menor risco de doença cardíaca.


Sementes como a chia,

4 EDAMAME

O edamame, para quem não conhece, são as vagens de soja antes de amadurecem. De origem asiática e tal como muitos produtos de soja, o edamame é rico em isoflavonas de soja, um flavonoide que contribui para a diminuição dos níveis de colesterol e melhora a saúde do coração. Além disso, é rico em fibras e antioxidantes, que fornecem inúmeros benefícios à saúde em geral.

5 SEMENTES

Sementes como a chia, a linhaça e o cânhamo são excelentes fontes de nutrientes que têm um grande impacto na saúde cardiovascular, onde se incluem as fibras e os ácidos gordos ómega 3. As sementes de cânhamo, por exemplo, são ricas em arginina, um aminoácido que tem sido associado a níveis de marcadores inflamatórios reduzidos na corrente sanguínea. Já a linhaça contribui para a manutenção da pressão arterial e dos níveis de colesterol.

a linhaça e o cânhamo são excelentes fontes de nutrientes que têm um grande impacto na saúde cardiovascular, onde se incluem as fibras e os ácidos gordos ómega 3


[SAÚDE CARDIOLOGIA]

Cuide do seu

CORAÇÃO ...E EVITE A DOENÇA CORONÁRIA

NESTE MÊS EM QUE SE ASSINALA O DIA NACIONAL DO DOENTE CORONÁRIO - E EM TODOS OS OUTROS - CUIDE DO SEU CORAÇÃO E EVITE A DOENÇA CARDIOVASCULAR! OS CARDIOLOGISTAS E A SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA ESTÃO DISPONÍVEIS PARA CONTINUAR A FAZER SEMPRE MAIS E MELHOR PELA SAÚDE DOS PORTUGUESES.

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S DOENÇAS CARDIOVASCULARES continuam a ser a principal causa de morte em Portugal, sendo responsáveis por mais de 30.000 mortes por ano. Assinala-se no dia 14 de fevereiro, em plena pandemia de COVID-19, o Dia Nacional do Doente Coronário. Neste dia, tal como em todos os outros, devemos relembrar a extrema importância de cuidarmos da nossa saúde cardiovascular. Assim, interessa perceber: 4 O que é a doença coronária? 4 Como podemos cuidar da saúde cardiovascular? 4 Qual o impacto que a COVID-19 está a ter na gestão das doenças cardiovasculares?

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EM QUE CONSISTE? A doença coronária consiste na presença de placas formadas por colesterol e cálcio nas artérias que irrigam o coração (artérias coronárias). Quando a placa de colesterol é grande, pode condicionar parcialmente a passagem de sangue nessa artéria, originando uma diminuição do fluxo de sangue para uma determinada região do músculo cardíaco (miocárdio), o que habitualmente acontece durante o esforço físico e está associado a dor torácica tipo “aperto” (angina de peito). Adicionalmente, em algumas pessoas, estas placas tornam-se “instáveis” e originam a formação de um trombo (coágulo de sangue) que pode entupir totalmente a artéria coronária – esta situação origina o enfarte agudo do miocárdio.

O enorme progresso feito nas últimas décadas no diagnóstico e tratamento das diversas apresentações de doença coronária não nos pode fazer esquecer o importante peso que continua a ter para o indivíduo e para a sociedade, em termos de morte prematura, anos de vida saudável perdidos e necessidade de reabilitação após um evento. COMO EVITAR? E como evitar a doença coronária? Tudo começa com a prevenção antes da doença se instalar, sublinhando-se a necessidade de fazer uma alimentação saudável, praticar atividade física (no contexto atual, respeitando as regras de distanciamento social e outras indicações dadas pela Direção Geral da Saúde) e não fumar. De seguida, é fundamental o reconhecimento dos sintomas que levantam a suspeita de doença coronária, tal como um desconforto torácico opressivo associado ao esforço ou em repouso, o que deve motivar um contacto com o médico de família ou cardiologista assistente. Tudo isto se aplica às pessoas que já tiveram um enfarte agudo do miocárdio, sendo também de maior relevância o rigoroso cumprimento da medicação prescrita, para evitar a recorrência de um novo evento coronário e para aumentar os anos de vida. IMPACTO DA COVID-19 Também o diagnóstico e tratamento da doença coronária estão, há um ano, a sofrer os efeitos da pandemia de COVID-

19, doença causada pela infeção pelo vírus SARS-CoV 2. As pessoas com fatores de risco vascular e doença cardiovascular apresentam maior risco de desenvolver as formas moderadas e graves da COVID-19, e sabe-se que o próprio vírus pode originar lesão cardíaca e condicionar, assim, um aumento do risco de morte dos doentes infetados.

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DR. RICARDO LADEIRAS LOPES MD PhD; cardiologista, Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho; assistente convidado, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto


AGRESSORES do coração Alguns dos principais fatores de risco cardiovascular: 4 Tabagismo 4 Hipertensão arterial 4 Níveis elevados de colesterol 4 Obesidade 4 Stress 4 Contracetivos orais 4 Consumo de álcool 4 Diabetes mellitus 4 Hipertrofia do ventrículo esquerdo 4 Fibrilhação auricular, um tipo de arritmia cardíaca

Saiba como IDENTIFICAR UM ENFARTE

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SINTOMATOLOGIA A sintomatologia mais comum num enfarte é uma dor no peito (aperto, pressão, ardor), com irradiação aos membros superiores (braço esquerdo, costas e pescoço, dorso ou mandíbula), podendo ser acompanhada de suores, náuseas, falta de ar e dor abdominal. Perante estes sintomas, uma pessoa não deve hesitar em pedir a ajuda, contactando imediatamente o Serviço Nacional de Emergência Médica (INEM), através do número 112. Uma equipa experiente do INEM é enviada ao local para transportar o doente para a unidade hospitalar equipada e especializada para o tratamento do enfarte agudo do miocárdio – a angioplastia primária –, permitindo reabrir as artérias obstruídas e restaurar a circulação sanguínea no miocárdio.

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O enfarte agudo do miocárdio – vulgarmente conhecido por ataque cardíaco – ocorre quando se dá a morte das células de uma parte do músculo cardíaco, na sequência de uma obstrução completa de uma artéria do coração, as chamadas artérias coronárias. Atualmente, estão identificados fatores que potenciam o surgimento desta doença cardíaca. O tabaco, a hipertensão arterial, o colesterol elevado, a diabetes, a obesidade e antecedentes familiares constituem fatores de risco que podem conduzir a esta situação de emergência médica. No entanto, o maior desafio que se coloca é o facto da população portuguesa não reconhecer os sintomas de um enfarte e, muitas vezes, não saber agir perante o quadro de uma emergência médica.


[SAÚDE CARDIOLOGIA] RECOMENDAÇÕES PARA A SAÚDE CARDIOVASCULAR A prevenção das doenças cardiovasculares é multifatorial: isto é, deve dirigir-se aos múltiplos fatores de risco da doença e deve começar muito cedo, inclusive desde a infância. Saiba quais os comportamentos que deve tentar corrigir: 4 HIPERTENSÃO ARTERIAL – Reduza o sal da alimentação, o álcool – não beba mais que 2 dl/dia – e o peso, como profilaxia da hipertensão. Meça a sua tensão arterial e procure o seu médico de família, se ela for igual ou superior a 140/90 mmHg.

Reduza a ingestão de gorduras saturadas e de colesterol – manteiga, leite e queijo gordos, ovos, gordura da carne –, substituindo-as por gorduras não saturadas – azeite, óleos vegetais, margarinas moles, peixe. Use carnes brancas de aves, sem pele. 4 TRIGLICÉRIDOS – Faça também esta análise e fale com o seu médico. Se estiverem altos, deverá reduzir o peso, as calorias alimentares e o álcool, aumentando o exercício físico. 4 DIABETES – Controle o valor do açúcar no sangue e, se não for normal, consulte o seu médico. 4 STRESS – Lembre-se de que não há melhor “pílula calmante” do que um bom passeio a pé: aprenda a relaxar e a ter tempos livres. 4 SEDENTARISMO – De todos os erros atrás citados, a falta de atividade física é, talvez, o mais frequente, quando é, afinal, o mais fácil de corrigir: faça uma pequena marcha a pé, todos os dias, de cerca de 30 minutos; habitue as crianças a uma vida com desporto; aproveite todas as ocasiões para permanecer ativo – deslocações a pé, subir escadas, saltar à corda, fazer ginástica, natação, dança, jardinagem, etc.; volte a fazer desporto, mas oiça primeiro o seu médico, se já passaram alguns anos e, sobretudo, se engordou.

4 TABACO – Não comece a fumar e, se já fuma, pare tão depressa quanto possível, recorrendo a ajuda médica, se necessário. E procure não fumar passivamente. 4 CONTROLE O SEU PESO – Evite pesar mais do que o número de centímetros que tem acima de 1 metro de altura. Por exemplo, se mede 1,65 metros, não passe dos 65 Kg. Todavia, é mais científico recomendar que mantenha o índice de massa corporal – peso em kg, a dividir pelo quadrado da altura – entre 20 e 25 Kg/m2. 4 COLESTEROL – Saiba o valor do seu colesterol no sangue e, se for acima de 190mg, determine também as suas frações LDL e HDL. É o colesterol LDL que é prejudicial, enquanto o HDL é benéfico e, de certo modo, contraria os efeitos do anterior.

Os exames complementares de diagnóstico realizados na investigação da doença cardiovascular sofreram uma queda abrupta de 40 a 60% a nível global

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com a chegada da pandemia

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Dados muito recentes, publicados já em 2021, sugerem algo preocupante: os exames complementares de diagnóstico realizados na investigação da doença cardiovascular sofreram uma queda abrupta de 40 a 60% a nível global com a chegada da pandemia de COVID-19. Perante a possibilidade do não diagnóstico de doença cardiovascular grave, implicando, por um lado, a sub-utilização de terapêuticas preventivas que melhoram o prognóstico e, por outro, a apresentação da doença cardiovascular apenas nas suas formas mais graves, o verdadeiro impacto do último ano de pandemia nos indicadores de doença cardiovascular são ainda largamente desconhecidos. ALOCAÇÃO DE RECURSOS É fundamental haver uma alocação adequada de recursos de saúde que permita minimizar a morbilidade e a mortalidade por COVID-19, mas também por todas as outras doenças não COVID19 que têm um impacto muito pesado na saúde dos portugueses, como é caso das doenças cardiovasculares. Neste mês em que se assinala o Dia Nacional do Doente Coronário, lembre-se que todos somos agentes de saúde e que o principal responsável pela nossa saúde somos nós próprios! Cuide do seu coração e evite a doença cardiovascular! Os cardiologistas portugueses e a Sociedade Portuguesa de Cardiologia estão disponíveis para continuar a fazer sempre mais e melhor pela saúde cardiovascular em Portugal!



[ESPAÇO AMPLIPHAR]

REFORÇO DO SISTEMA IMUNITÁRIO São conhecidos os inúmeros benefícios para a saúde da Vitamina D, também designada como Vitamina do Sol. Apesar de Portugal ser um dos países mais ensolarados da Europa, estudos recentes comprovam que cerca de 65% da população portuguesa apresenta baixos níveis de Vitamina D no organismo. A vitamina D é produzida pela pele quando exposta ao sol, podendo também ser obtida através da dieta ou da suplementação. As fontes naturais mais ricas em vitamina D são os óleos de fígado de peixe. Os ovos, carne, leite e a manteiga também contêm pequenas quantidades de vitamina D. A vitamina D é essencial no metabolismo e mineralização ósseos, sendo uma das principais responsáveis pelo controlo dos níveis de cálcio e fósforo. Tem também um papel importante no funcionamento dos músculos e no reforço do sistema imunitário. Recomenda-se uma ingestão diária entre 10 e 20 µg. A carência em vitamina D poderá agravar-se como consequência do recolhimento domiciliário e isolamento social aconselhados devido ao Covid-19.

Em busca de novas estratégias de intervenção para fazer face à pandemia, estão a decorrer alguns estudos sobre o eventual papel da vitamina D na resposta imunitária ao Covid-19. No combate ao risco de infeção por Covid-19, ganha especial importância reforçar o sistema imunitário. No caso particular da diabetes mellitus, o excesso de açúcar no sangue e o processo de inflamação mais acentuado, acarreta maior vulnerabilidade aos diabéticos, pois sobrecarrega e compromete a resposta do sistema imunitário. Uma vez comprometido, o sistema imunitário pode não conseguir dar os sinais de alarme da doença, podendo avançar rapidamente para quadros mais graves. Uma vez que os altos níveis de glicose associados à diabetes afetam o funcionamento do sistema imunitário, o controlo da glicémia constitui a medida mais eficaz para proteger os diabéticos de infeções. O crómio, em conjunto com a insulina, ajuda a transportar a glicose da corrente sanguínea para as células, onde esta constitui uma importante fonte de energia. Na falta de crómio, este processo não ocorre tão eficazmente, aumentando os níveis de glicose no sangue. Várias investigações referem a capacidade do crómio para regular as concentrações de açúcar no sangue, ajudando a promover o controlo da diabetes. Assim, “com os níveis de glicémia controlados, o risco de um diabético contrair Covid-19 é idêntico ao de uma pessoa saudável.”

é um suplemento minerovitamínico com 200 µg de crómio, sob a forma de levedura de crómio, e 20 µg de vitamina D, adequado a diabéticos, que reforça o sistema imunitário.



[SAÚDE ONCOLOGIA]

Cancro do

PÂNCREAS UMA NOVA EPIDEMIA O CANCRO DO PÂNCREAS JÁ É A QUARTA CAUSA DE MORTE POR CANCRO NA EUROPA E, NOS PRÓXIMOS 10 ANOS, PODE ALCANÇAR A SEGUNDA POSIÇÃO. NO SENTIDO DE CONTRARIAR ESTA TENDÊNCIA, SÃO NECESSÁRIOS MAIS RECURSOS PARA INVESTIGAR E PERCEBER MELHOR OS MECANISMOS BIOLÓGICOS DA DOENÇA, PARA CONSEGUIR DIAGNÓSTICOS MAIS PRECOCES E PARA PODER OFERECER NOVAS PERSPETIVAS DE TRATAMENTO.

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URANTE DÉCADAS, O CANCRO DO PÂNCREAS foi considerado uma doença pouco frequente. Mas nos últimos 20 anos, os números têm aumentado exponencialmente em quase todo o mundo, especialmente nos países mais industrializados. Atualmente, o cancro do pâncreas já é a quarta causa de morte por cancro na Europa e, nos próximos 10 anos, estima-se que o número de novos casos aumente mais de 70% e se possa tornar na segunda causa de morte por cancro na Europa e nos EUA.

CAUSA DIFÍCIL DE IDENTIFICAR Quando falamos de cancro do pâncreas estamos, habitualmente, a referir-nos ao tipo mais comum, mas existem outros tumores do pâncreas menos frequentes, geralmente com melhor prognóstico, tais como os tumores neuroendócrinos. Em muitos doentes com cancro do pâncreas, é difícil identificar uma causa ou fator de maior risco, mas a doença está associada ao consumo de tabaco, ao consumo excessivo de álcool, à obesidade ou a outras doenças do pâncreas, como

a pancreatite crónica ou alguns tipos de lesões “pré-malignas”. É raro que se identifiquem alterações genéticas hereditárias, mas pessoas com história familiar próxima de cancro do pâncreas têm maior risco de desenvolvimento da doença e, nestes casos, pode justificar-se um seguimento médico mais regular. Na Fundação Champalimaud, foi desenvolvido um programa para acompanhar pessoas ou famílias com maior risco de cancro, procurando prevenir ou detetar mais precocemente a doença.

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DR. CARLOS CARVALHO Diretor da Unidade de Cancros Digestivos da Fundação Champalimaud


cro do pâncreas, alguns investigadores da Fundação Champalimaud têm dado atenção à possibilidade de algumas partículas microscópicas libertadas no sangue pelas células dos tumores – chamadas “exosomas” – poderem vir a ajudar na deteção do tumor e permitir o diagnóstico numa fase mais inicial. MELHORES RESULTADOS Nos últimos anos, têm havido avanços significativos no tratamento do cancro do pâncreas. Novos regimes de quimioterapia conseguem obter melhores respostas e têm sido usados em fases mais iniciais da doença, para reduzir o volume do tumor antes da cirurgia e para reduzir a probabilidade de metástases. Atualmente, com a combinação da quimioterapia e de cirurgia avançada, mais de 40% dos doentes operados sobrevivem,

pelo menos, 5 anos. Muitos destes doentes têm, assim, a possibilidade real de cura ou de sobrevivência longa após tratamento. Quando a doença está localizada, a cirurgia tem um papel fundamental no tratamento do cancro do pâncreas. Mas uma das maiores dificuldades na cirurgia pancreática é a situação profunda do pâncreas, entre o estômago e a coluna vertebral, e muito perto de múltiplos vasos sanguíneos importantes. Frequentemente, o cancro do pâncreas cresce à volta destes vasos sanguíneos, o que torna tecnicamente difícil ou mesmo impossível a ressecção completa do tumor. Nestes casos, a quimioterapia pode tentar reduzir o tumor e facilitar a cirurgia. Contudo, os cirurgiões pancreáticos podem ainda ter de ressecar alguns destes vasos críticos invadidos pelo tumor, o que requer sempre uma grande especialização.

Novos regimes de quimioterapia conseguem obter melhores respostas e têm sido usados

reduzir a probabilidade de metástases

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o volume do tumor antes da cirurgia e para

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DIAGNÓSTICO TARDIO Infelizmente, não existe um método simples de rastreio, que nos permita o despiste precoce do cancro do pâncreas na generalidade da população. Na fase inicial, o cancro do pâncreas pode ser silencioso ou provocar sintomas pouco específicos, tais como fadiga, perda de peso, falta de apetite, dor abdominal persistente ou o aparecimento de diabetes. A maioria dos doentes só mostra sintomas mais evidentes numa fase tardia e, por isso, cerca de 80% dos cancros do pâncreas só são diagnosticados numa fase avançada. O cancro do pâncreas pode evoluir rapidamente e de forma agressiva. Atualmente, à altura do diagnóstico, cerca de metade dos doentes têm metástases do tumor noutros órgãos e, mesmo em fases mais iniciais, em que o tumor está mais localizado, nos primeiros anos após a cirurgia continua a existir um risco elevado de células tumorais residuais poderem desenvolver novas metástases. Nestas fases mais avançadas, o cancro do pâncreas torna-se uma doença mais difícil de tratar e, por isso, a sobrevivência global da doença aos 5 anos após diagnóstico não ultrapassa os 10%, o que torna o cancro do pâncreas um dos tumores malignos com mais elevada mortalidade. Pensando na importância de conseguir um diagnóstico mais precoce do can-


[SAÚDE ONCOLOGIA] Na Fundação Champalimaud, os cirurgiões pancreáticos têm uma enorme experiência nos vários tipos de procedimentos, desde a cirurgia minimamente invasiva e robótica, às mais complexas recessões de vasos envolvidos pelo tumor. E os cirurgiões fazem parte de uma equipa multidisciplinar, em que vários especialistas e investigadores procuram diagnosticar com rigor a doença e oferecer aos doentes com cancro do pâncreas as combinações individuais de tratamento mais adequadas a cada caso.

NOVAS ESTRATÉGIAS No cancro do pâncreas, uma das maiores limitações tem sido o menor investimento dirigido para a investigação e tratamento. Apesar de ser um dos tumores malignos com maior crescimento na incidência de novos casos e de poder tornar-se a segunda causa de morte por cancro, mais do que o cancro da mama, do cólon ou da próstata, estima-se que menos de 2% dos fundos de investigação para o cancro sejam dedicados ao cancro do pâncreas.

No Centro Botton-Champalimaud pretendese desenvolver formas de tratamento e ensaios clínicos mais inovadores, capazes de oferecer

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aos doentes uma esperança mais concreta

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São necessários mais recursos para investigar e perceber melhor os mecanismos biológicos da doença, para conseguir diagnósticos mais precoces e para poder oferecer novas perspetivas de tratamento. E o investimento financeiro tem de ser acompanhado pelo desenvolvimento de equipas multidisciplinares mais dedicadas. Sem mais recursos e sem uma estratégia mais dirigida, o progresso pode continuar a ser demasiado lento para muitos doentes e famílias afetados pela doença. NOVO CENTRO EM LISBOA O lançamento em Lisboa do novo Centro de Cancro do Pâncreas Botton-Champalimaud é uma clara resposta à necessidade de promover um investimento mais consistente e dirigido para o melhor conhecimento e controlo da doença. Este Centro vai reunir um grupo internacional de clínicos e investigadores que trabalhará efetivamente em conjunto, numa mesma equipa e no mesmo edifício. O novo edifício, no campus da Fundação Champalimaud, foi especialmente desenhado e equipado com novos serviços clínicos, blocos operatórios, tecnologias e plataformas de investigação, todos especificamente dedicados ao tratamento dos doentes com cancro do pâncreas. No Centro Botton-Champalimaud pretende-se, não apenas explorar o conhecimento da biologia e evolução do cancro do pâncreas, mas sobretudo desenvolver formas de tratamento e ensaios clínicos mais inovadores, capazes de oferecer aos doentes uma esperança mais concreta de um melhor controlo da doença. Mas a batalha contra o cancro do pâncreas, tal como a ciência em geral, requer uma estratégia que implica partilha de conhecimento e cooperação internacional. Neste sentido, o Centro Botton-Champalimaud já iniciou as primeiras colaborações com outros centros oncológicos internacionais na área do cancro do pâncreas. Espera-se, assim, que se possam abrir novas perspetivas para o conhecimento da doença e para o tratamento dos doentes. Um desafio que só será possível graças à confiança e à colaboração ativa dos nossos doentes que, já hoje, nos cedem pequenas amostras de sangue ou do tecido tumoral, habitualmente colhidas nas biopsias e nas cirurgias a que são submetidos durante o seu tratamento, para a nossa investigação. Em troca, temos a obrigação de descobrir mais sobre a doença, para lhes podermos oferecer melhores tratamentos.



[ESPAÇO FRESENIUS KABI]

GESTÃO NUTRICIONAL no

doente oncológico A

MALNUTRIÇÃO ASSOCIADA À DOENÇA, como sinónimo de desnutrição, caracteriza-se pela impossibilidade em atingir as necessidades nutricionais através da alimentação habitual diária. Sendo um estado de insuficiente ingestão alimentar, a malnutrição resulta na perda de peso não programada, traduz-se na perda de massa muscular, e tem origem na falta de apetite, na diminuição da ingestão alimentar e em alterações no metabolismo e/ou digestão e absorção dos nutrientes. GRUPO DE RISCO Os doentes oncológicos são um grupo de risco para o desenvolvimento de malnutrição, uma vez que as alterações no metabolismo, associadas aos sintomas que experienciam, tornam-no mais suscetí-

A MANUTENÇÃO DE UM ESTADO NUTRICIONAL ADEQUADO É FUNDAMENTAL PARA A SAÚDE E BEM-ESTAR DOS DOENTES ONCOLÓGICOS. vel ao desenvolvimento de desequilíbrios nutricionais. Os números são reveladores, estimando-se que um em cada três doentes oncológicos estão malnutridos, mesmo na presença de excesso de peso e obesidade. A perda de peso é um dos sintomas mais frequentes da doença oncológica, mesmo antes do diagnóstico. Pela depleção da massa magra, a perda de peso, está associada à diminuição da eficácia dos

tratamentos oncológicos, pela necessidade de reduzir a dose administrada de quimioterapia e de interromper ou adiar os ciclos de tratamento, estando, ainda, associada à diminuição da sobrevida. Quando o peso é estabilizado, verifica-se a diminuição das complicação associadas e a melhoria da sobrevida do doente oncológico. De forma a evitar a deterioração do estado nutricional do doente oncológico, a monitorização frequente do peso corporal e massa muscular deve ser incluída aquando da implementação de um plano de cuidados nutricionais individualizado e adaptado às preferências do doente, às necessidades nutricionais e à condição clínica atual. Dietas restritivas não são recomendadas e devem ser evitadas, de modo a prevenir estados de malnutrição e o declínio funcional associado.

DRA. CÉLIA LOPES Nutricionista Fresenius Kabi


A suplementação nutricional oral é recomendada como complemento da alimentação, para quando não é possível atingir as necessidades nutricionais somente com a alimentação habitual Se para um adulto saudável recomenda-se a ingestão de 0,8 a 1 g de proteína/kg de peso por dia, para um doente oncológico recomenda-se a ingestão de 1 a 1,5 g de proteína/kg de peso por dia, o que significa que o doente oncológico necessita de um aporte de proteína superior a um adulto saudável. O aumento das necessidades prende-se com as alterações do metabolismo específicas da doença oncológica. No entanto, apesar de existir um aumento nas necessidades, sabe-se que o doente oncológico ingere diariamente menos proteínas que um adulto saudável, sendo a sua ingestão proteica média de apenas 0,7g a 1 g de proteína/kg de peso por dia. O aporte proteico inferior às necessidades origina

permitindo evitar complicações e melhorar a qualidade de vida dos doentes oncológicos e dos seus cuidadores e familiares. Um doente oncológico bem nutrido tolera melhor as terapêuticas antineoplásicas e apresenta menores taxas de complicações. Os suplementos nutricionais orais devem ser introduzidos na dieta de forma progressiva, atingindo a dose recomendada nos primeiros 3 a 5 dias de terapêutica nutricional, e ser ingeridos continuamente pelo período de, pelo menos, 3 meses ou de acordo com as recomendações específicas do profissional de saúde. Devido à acentuada falta de apetite, o doente oncológico apresenta uma melhor adesão aos suplementos nutricionais de

ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL O aconselhamento nutricional detalhado, ao doente e familiares/cuidadores, é fundamental para assegurar a ingestão nutricional adequada e a adesão aos suplementos nutricionais. É necessário explicar as razões para a toma, os benefícios da suplementação nutricional, que existem diferentes sabores disponíveis e apresentações (líquidos, pudim, em pó), e o modo de utilização (ex.: ingerir entre as refeições ou à ceia, introduzir a suplementação de forma progressiva, sabor melhorado quando tomado frio, agitar antes de abrir). A juntar às necessidades nutricionais específicas do doente oncológico, há que ter em conta que cada indivíduo experiencia diferentes sintomas e tem diferentes preferências alimentares, pelo que a adequação nutricional terá sempre de ser individualizada e monitorizada frequentemente. No caso da suplementação nutricional é importante ter em especial atenção a variedade de sabores e consistências disponíveis, para garantir uma correta adesão à terapêutica nutricional durante todo o tratamento. É importante estar atento aos diferentes fatores que possam comprometer o estado nutricional e atuar precocemente, logo desde o diagnóstico. A manutenção de um estado nutricional adequado é fundamental para a saúde e bem-estar dos doentes oncológicos.

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SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL ORAL A suplementação nutricional oral é recomendada como complemento da alimentação, para quando não é possível atingir as necessidades nutricionais somente com a alimentação habitual. Pela adequação do estado nutricional, os suplementos nutricionais orais representam uma solução clínica eficaz no tratamento da malnutrição,

elevada densidade nutricional (3,2 kcal/ ml) e de baixo volume (125ml). O suplemento nutricional oral recomendado para o doente oncológico deve fornecer, pelo menos, 400 kcal por frasco e um teor de proteína igual ou superior a 20 g de proteínas por dia, associado a alto teor em vitamina D e baixo volume.

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diminuição na força e função muscular, e consequentemente redução da mobilidade, independência e qualidade de vida.

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NECESSIDADES PROTEICAS E ENERGÉTICAS As necessidades proteicas e energéticas encontram-se aumentadas na doença oncológica, pelo que o grande desafio da terapêutica nutricional é garantir o correto aporte nutricional diário, pelo aumento da ingestão de alimentos comuns. Verifica-se que grande parte dos doentes oncológicos não consegue colmatar o aumento das necessidades energéticas e proteicas apenas com a alimentação habitual, devido a complicações e/ou sintomas associados, como a falta de apetite.


EPILEPSIA FEVEREIRO 2021

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IMPORTÂNCIA DE UMA ABORDAGEM ADEQUADA

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É MUITO IMPORTANTE PODERMOS AVANÇAR COM UMA ABORDAGEM ADEQUADA EM FASES PRECOCES DA EPILEPSIA, ONDE SABEMOS SER MAIS FÁCIL O SEU CONTROLO. INFELIZMENTE, AINDA EXISTE UMA GRANDE DISCREPÂNCIA ENTRE QUEM PODE SER TRATADO E QUEM REALMENTE ESTÁ A SER TRATADO.

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EPILEPSIA AFETA ENTRE 20 a 90 mil portugueses e, todos os anos, surgem em média cerca de 2 a 5 mil novos casos. Destes, cerca de 250 serão refratários aos tratamentos médicos. O que significa que um décimo dos doentes com epilepsia vai ter sempre crises, apesar da medicação, o que torna fundamental um diagnóstico precoce e avaliação prévia do tipo de epilepsia. Mas, para perceber esta patologia, os seus mecanismos e o que são as crises epiléticas é preciso explicar alguns conceitos.


[NEUROLOGIA SAÚDE] CRISES REPETIDAS Assim, ao falarmos sobre a epilepsia, é fundamental perceber que esta é uma doença que tem ponto de partida numa perturbação do funcionamento do cérebro. As crises epiléticas desenvolvem-se no sistema nervoso central, devido a uma descarga anormal de alguns ou da quase totalidade dos neurónios cerebrais. Esta descarga leva à ocorrência de episódios de convulsões, de curta duração (pode ir de segundos a minutos), e que envolve diversas funções mentais e físicas, dependendo das áreas afetadas do cérebro. A epilepsia, por sua vez, é uma doença com uma predisposição para gerar crises epiléticas repetidas. Estas crises epiléticas, na verdade, todas as pessoas podem ter, em determinadas condições, como infeções ou intoxicações. É a repetição destas crises que leva ao diagnóstico de epilepsia. EPILEPSIA REFRATÁRIA A persistência na frequência das crises epiléticas após o uso de, pelo menos, dois medicamentos, devidamente indicados para o tipo de epilepsia e nas doses corretas, é o que define epilepsia refratária. A persistência de crises não controladas e de forma continuada pode criar lesões a longo prazo. Isto é particularmente grave no caso das crianças com epilepsia refra-

acabam por estigmatizar quem sofre de formas mais ligeiras, que estão no outro extremo do espetro da epilepsia e são, sem dúvida, a larga maioria. A epilepsia deve, pois, ser considerada como uma doença crónica e deve-se evitar que provoque alterações profundas na vida de um indivíduo. Ao longo da história, tivemos exemplos de figuras de grande importância para humanidade que sofreram de epilepsia, como por exemplo Alfred Nobel, Agatha Christie, Prince, Theodore Roosevelt, Michaelangelo, entre muitos outros. Esta doença não os impediu de realizar grandes feitos históricos. ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR Desta forma, a epilepsia exige uma abordagem multidisciplinar para contrariar os efeitos psicossociais, entre os quais os receios do doente e família, vergonha e medo do estigma, isolamento social, perda de autonomia, dificuldade no acesso e manutenção do emprego ou restrições à condução (que é legalmente permitida a condutores do grupo B quando a epilepsia está controlada). Junte-se a este cenário a importância de explorar os desafios e tratamentos da epilepsia para se conseguir controlar o maior número possível de crises, causando o mínimo de efeitos desagradáveis.

Apesar da epilepsia poder ser grave em alguns casos, na grande maioria, as

CIRURGIA INOVADORA COM RECURSO A LASER Em 2019, no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN), foi realizado pela primeira vez uma cirurgia inovadora com recurso a laser para tratamento de uma epilepsia refratária. O tratamento foi efetuado no Serviço de Neurocirurgia do CHULN a uma criança de 2 anos com um hamartoma hipotalâmico e epilepsia refratária. Com esta técnica – a termoablação por laser (Laser interstitial thermal therapy –LITT) – é possível destruir tecidos doentes no cérebro, de forma minimamente invasiva, com taxas de complicações menores e internamentos mais curtos. A doente teve rapidamente alta, não se registando qualquer complicação ou desconforto e tendo ficado com a sua epilepsia controlada na altura. Esta técnica foi introduzida na Europa, em 2018, e implementada pela primeira vez em Portugal, neste centro, com um trabalho que juntou neurocirugiões, neuropediatras, neurologistas, neuroanestesias, neurorradiologistas, enfermeiros, técnicos de radiologia, entre muitos outros profissionais de saúde.

crises são ligeiras, de fácil controlo com medicação e não provocam acidentes

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DR. ALEXANDRE RAINHA CAMPOS Neurocirurgião no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN)

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ESTIGMA PARA MUITOS Apesar da epilepsia poder ser grave em alguns casos, na grande maioria, as crises são ligeiras, de fácil controlo com medicação e não provocam acidentes, mas a sua existência causa grande insegurança nas pessoas com epilepsia, bem como a familiares e conhecidos. Esta insegurança está relacionada, muito provavelmente, com o conhecimento dos casos mais dramáticos de epilepsias graves. Estes casos, com perturbações de desenvolvimento associadas

COMO PODE SER FEITO O RECONHECIMENTO PRECOCE DA DOENÇA? A epilepsia pode surgir em qualquer idade, com o pico de incidência nas crianças e nos idosos. A causa também vai variar e pode ser de natureza genética, secundária ou por lesões cerebrais (após acidentes, infeções, tumores ou através de um acidente vascular cerebral, por exemplo) ou alterações no desenvolvimento cerebral. É, desta forma, uma doença que transporta incerteza e que pode ter diferentes causas e características nas crises, assim como a frequência com que se repetem e na facilidade com que são controladas. Isto é, dependendo da idade, tipo de crise(s), presença ou não de alterações no sistema

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tária, em que esta pode prejudicar gravemente o desenvolvimento cerebral. As descargas constantes impedem, assim, o cérebro de se desenvolver normalmente e podem tornar-se incuráveis, se não forem tratadas atempadamente.


[SAÚDE NEUROLOGIA]

Quando se estabelece um diagnóstico de epilepsia refratária ou quando pode existir uma forma curável, é fundamental referenciar o doente para um dos cinco grandes centros de tratamento de epilepsias

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psicomotor e/ou observação neurológica e das alterações no eletroencefalograma (EEG) e ressonância magnética cerebral (RM CE), as epilepsias podem classificarse em vários síndromes epiléticos.

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EXAMES AUXILIARES DE DIAGNÓSTICO Para se conseguir avaliar as descargas elétricas cerebrais, pode ser utilizado o eletroencefalograma (EEG), que existe há cerca de um século, o qual permite distinguir diferentes padrões patológicos e localizar focos epiléticos (a zona que leva à existência de crises). Além disso, é igualmente importante identificar, com exames como a ressonância magnética cerebral, alterações cerebrais que possam justificar a epilep-

sia. Dependendo do tipo de epilepsia, algumas formas, principalmente na infância, evoluem espontaneamente para a cura. Contudo, há também casos em que a doença acompanha a pessoa ao longo da vida, apesar de existir tratamento. Sempre que surja a hipótese de se estar perante uma criança ou um adulto com epilepsia, devem ser realizados os exames clínicos e complementares de diagnóstico e, se se confirmar, referenciar para consulta de Neuropediatria ou de Neurologia. A grande maioria das pessoas com epilepsia pode ser acompanhada corretamente pelo seu médico de família, mas se houver persistência de crises, deve ser também acompanhado por um neuropediatra ou neurologista, que saberá quando referenciar para Centros de Epilepsias Refratárias.

COMO TRATAR A EPILEPSIA? O principal objetivo do tratamento é que se consiga garantir o controlo das crises epiléticas após o diagnóstico do tipo de epilepsia. Afinal, é importante escolher o fármaco mais adequado à pessoa e suas características. Referindo que é fulcral que a medicação seja cumprida de forma regular, tendo em atenção o cruzamento com outros medicamentos e a adoção de um estilo de vida saudável no que concerne os hábitos de sono, alimentação e consumo de álcool ou drogas. Estes comportamentos levam a que a grande maioria dos doentes consiga controlar, com terapêutica farmacológica, a sua patologia. Por sua vez, há alguns casos que, independentemente da medicação, continuam com crises e é necessário adotar outros procedimentos. Felizmente, a medicina tem evoluído muito no controlo da epilepsia, tanto a nível farmacológico como nas tecnologias cirúrgicas, que conseguem controlar com eficácia e segurança crescente uma grande parte das epilepsias refratárias. CENTROS DE TRATAMENTO DE EPILEPSIAS Quando se estabelece um diagnóstico de epilepsia refratária ou quando pode existir uma forma curável, como é o caso de alguns tumores cerebrais ou malformações do seu desenvolvimento, é fundamental referenciar para os grandes centros de tratamento de epilepsias de Portugal. No nosso país temos cinco centros: dois no Porto, um em Coimbra e dois em Lisboa. Estes centros têm o conhecimento de todos os tratamentos inovadores de vanguarda para o seu tratamento e alguns fazem


[MULHER SAÚDE]

As técnicas menos invasivas têm vindo a tornar-se cada vez mais seguras e o receio da cirurgia não deve ser colocado à frente de uma potencial cura da epilepsia

FEVEREIRO 2021

CIRURGIAS MINIMAMENTE INVASIVAS Atualmente, a cirurgia é um dos tratamentos que se encontra reservado para aproximadamente um terço das epilepsias refratárias. Apesar de só ser aplicado a uma pequena minoria desta população, os resultados são cada vez mais encorajadores, com cura numa percentagem elevada de casos e melhoria do controlo de crises em grande parte dos restantes.

Nos últimos anos, temos assistido ao aparecimento de novas técnicas cirúrgicas que têm conseguido diminuir o incómodo causado pela própria cirurgia. São exemplo disso as técnicas minimamente invasivas que, de forma segura, aumentam a capacidade de diagnóstico, aumentando a sua precisão, com redução de complicações. Também para o tratamento é agora possível realizar técnicas minimamente invasivas que permitem controlar a epilepsia, mantendo todas as funções possíveis para o doente e minimizando os efeitos colaterais. Com técnicas como a termoablação por laser, é possível visualizar, em simultâneo e em tempo real, onde estamos a inativar um potencial foco da epilepsia e proteger estruturas importantes na sua vizinhança.

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parte, inclusive, de uma rede europeia para tratamento das epilepsias. Nestes centros, as epilepsias são abordadas por grupos multidisciplinares que procuram diagnosticar e encontrar o melhor tratamento para cada caso individual.

FALAR ABERTAMENTE E DESMITIFICAR OS RECEIOS Infelizmente, ainda existe uma grande discrepância entre quem pode ser tratado e quem realmente está a ser tratado. É necessário que os médicos que acompanham estas pessoas os referenciem mais precocemente. Para tal, é preciso falar abertamente e desmitificar os principais receios que existem com os procedimentos cirúrgicos. Mesmo as técnicas menos invasivas têm vindo a tornar-se cada vez mais seguras e o receio da cirurgia não deve ser colocado à frente de uma potencial cura da epilepsia. Só depois de falar com alguém que conheça realmente as opções cirúrgicas para o caso em concreto e que possa explicar quais os riscos potenciais da intervenção é que essa decisão poderá ser feita de forma consciente. Temos de apostar no futuro da cirurgia da epilepsia, com um desafio maior nas idades pediátricas. Nestas idades, com menor carga de doença e farmacológica, existe um melhor prognóstico associado. É muito importante podermos avançar com uma abordagem em fases precoces da doença, onde sabemos ser mais fácil o seu controlo. Para isso, é fundamental referenciar mais cedo para os Centros de Epilepsia do País.

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Este procedimento garante, assim, menor morbilidade cirúrgica. Ao reduzir o desconforto pela utilização de apenas a introdução de uma fibra de laser no cérebro, os doentes podem ter alta no dia seguinte e retomar rapidamente a sua vida prévia. Como consequência, sofrem um menor impacto pessoal, social e financeiro.


[SAÚDE SEXOLOGIA] O DIA EUROPEU DA DISFUNÇÃO SEXUAL, QUE SE ASSINALA A 14 DE FEVEREIRO, TEM COMO PRINCIPAL OBJETIVO CONSCIENCIALIZAR AS PESSOAS PARA A EXISTÊNCIA DE PROBLEMAS SEXUAIS E DAS SUAS CONSEQUÊNCIAS, MAS TAMBÉM VISA CONTRIBUIR PARA COMBATER MITOS, IDEIAS ERRADAS, FALTA DE INFORMAÇÃO, MEDO DE PROCURAR AJUDA, ASSIM COMO RECEIOS ACERCA DAS RESPOSTAS TERAPÊUTICAS EXISTENTES.

Disfunções sexuais FEVEREIRO 2021

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MENOS PRECONCEITO, MAIS SAÚDE SEXUAL

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C

HAMA-SE DISFUNÇÕES SEXUAIS às perturbações da função sexual - nomeadamente do desejo, do interesse, da excitação subjetiva, da excitação fisiológica (ereção e lubrificação), da ejaculação, do orgasmo e da dor/dificuldades na penetração vaginal - sempre que estas perturbações causem sofrimento e mal-estar. Estas perturbações podem ter origem orgânica, psicológica ou mista. Mesmo quando a origem é orgânica, o impacto psicológico e emocional pode ser muito intenso.

IDEIAS NEGATIVAS O Dia Europeu da Disfunção Sexual, que se assinala a 14 de fevereiro, tem como principal objetivo consciencializar as pessoas para a existência de problemas sexuais e das suas consequências, mas também visa contribuir para combater mitos, ideias erradas, falta de informação, medo de procurar ajuda, assim como receios acerca das respostas terapêuticas existentes.


Pela

PROFª DRª PATRÍCIA M. PASCOAL Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica; psicoterapeuta, professora universitária e investigadora

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desenhadas à medida das queixas das circunstâncias de vida de cada pessoa

As ideias negativas acerca das disfunções sexuais incluem crenças disfuncionais e rígidas, como, por exemplo: “quem tem um problema destes não vai fazer ninguém feliz”; “não sou uma pessoa normal, as pessoas normais não têm este problema”; “se procurar ajuda vão perceber que sou um/a falhado/a”; “é melhor não falar nisto, nem me envolver, porque só vou criar má reputação”; “a vida assim não tem mais graça”. Ideias como estas assumem, por vezes, um caráter repetitivo e persistente, sendo até intrusivas, fazendo com que a pessoa fique presa numa bolha e num círculo vicioso de falta de esperança e solidão, não conseguindo perspetivar que uma vida sexual saudável e satisfatória possa existir sem presença da função sexual idealizada. Estes receios são reforçados por mensagens recorrentes, vindas de diferentes fontes acerca do que é uma sexualidade perfeita: jovem, penetrativa, frequente, multi-orgásmica, apaixonada, intensa e com genitais funcionais. AJUDA ESPECIALIZADA A crença de que os problemas sexuais são insolúveis associa-se a pior saúde mental. As disfunções sexuais, assim como os problemas sexuais, estão associadas a humor deprimido, ansiedade, problemas e insatisfação conjugais, menor satisfação e menor qualidade de vida. Por isso, é muito importante que as pessoas que se sentem infelizes com a sua vida sexual não escondam as suas dificuldades e falem com quem os pode ajudar (por exemplo, parceiro/a sexual; profissional de saúde). A procura de ajuda especializada, junto de profissionais com competência específica, assegura uma avaliação cuidada, diagnósticos precisos e intervenções desenhadas à medida das queixas e da sua compreensão, e à medida das circunstâncias de vida de cada pessoa. Mesmo em casos em que a recuperação ou aquisição da função desejada não é possível, a menorização do sofrimento e o incremento do prazer podem contribuir para uma maior qualidade de vida sexual. Calar e esconder não é solução. Falemos de sexualidade, mas também dos problemas sexuais. Assim, conseguiremos mais suporte, menos estigma, menos preconceito, mais saúde sexual.

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[SAÚDE PSICOLOGIA]

Reconstituir COMEÇAR DE NOVO

A CADA MINUTO QUE PASSA, OCORRE MAIS UM DIVÓRCIO. AS FAMÍLIAS DESFAZEM-SE, OU MELHOR, TRANSFORMAM-SE. TUDO PORQUE AS PESSOAS COM FILHOS DE OUTRAS RELAÇÕES OPTAM POR VOLTAR A JUNTAR-SE COM ALGUÉM. NESTAS NOVAS FAMÍLIAS, O EQUILÍBRIO NEM SEMPRE É FÁCIL.


família

4 Cimentar a nova relação No início, é normal que os membros do casal sejam totalmente absorvidos pelas novas exigências familiares, em particular com os filhos. Estes podem sentir ciúmes do progenitor e competir pela sua atenção. Outro fator de instabilidade são as demonstrações públicas de carinho, que podem perturbar, particularmente, os

filhos adolescentes. Nestes casos, o casal deve encontrar um tempo só seu para fortalecer o vínculo amoroso, que será também mais benéfico para os filhos, criando assim um ambiente familiar mais estável. Contudo, é importante não negligenciar a relação íntima. Para tal, o mais aconselhável é fazer pequenas “escapadinhas românticas” sem os filhos.

4 Paternidade na nova família É sempre mais fácil constituir uma nova família com crianças pequenas, ao contrário do que acontece com os adolescentes. Uma família em formação exige uma confluência de forças que coincide com a necessidade de afeto e estruturação que os mais pequenos também pedem. Porém, em idades mais avançados, o processo é inversamente proporcional. Qualquer adolescente atravessa, nesta fase, a procura da sua identidade, uma busca que se faz no sentido contrário ao da família, ou seja, através do afastamento. A necessidade existencial e evolutiva do adolescente entra, assim, em conflito com a ligação que a nova família exige. Mais uma vez, cabe ao padrasto ou à madrasta gerir a situação, assumindo para esse efeito o papel de conselheiro e amigo, não o de educador. Numa família reconstituída, é conveniente que o progenitor biológico esteja encarregue do controlo e da disciplina até o novo membro do casal ter um vínculo sólido com os enteados.

É quase sempre difícil para um filho aceitar novas pessoas; a nova relação tende a ser vista como um impedimento à reconciliação

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que os seus pais biológicos possam amar FEVEREIRO 2021

UMA REALIDADE “MADRASTA” Estes novos agregados familiares enfrentam, naturalmente, desafios mais exigentes do que uma família tradicional que não tenha enfrentado o divórcio. Contudo, o método aconselhado para ultrapassar os obstáculos não difere muito do das famílias “virgens”. Em ambas, é necessário haver uma boa capacidade para solucionar problemas de forma adequada e um excelente entendimento entre os protagonistas da relação. Os conflitos intrinsecamente ligados às famílias reconstituídas são previsíveis, contudo, de difícil resolução. Quem decide casar-se ou juntar-se em união de facto com uma pessoa separada ou viúva enfrenta, juntamente com todos os outros membros da família, a adaptação a uma unidade familiar já existente. Nestas circunstâncias, surgem constantemente dificuldades que põem à prova a capacidade de negociação. As figuras do padrasto e da madrasta são as menos apreciadas neste contexto familiar. Uma realidade “madrasta” que exige alguma capacidade de improviso num papel que a sociedade se habitou a estereotipar. De todos os guiões que as personagens familiares têm que interpretar num lar reconstituído, o de padrasto é o mais difícil de compor e aquele que mais determina o êxito da nova família.

ÁREAS DE CONFLITO Eis as principais áreas que podem dar origem a tensões nas famílias reconstituídas: 4 Preparação para voltar a casar Qualquer casal deveria acordar previamente sobre o local onde vai viver e como vai partilhar despesas e gastos. O mais recomendável é instalar-se num lugar que seja novo para ambos. Desta forma, todos se irão sentir na sua própria casa. Também é conveniente utilizar um fundo monetário comum ao invés de orçamentos separados. Por outro lado, podem ocorrer conflitos derivados de ressentimentos e feridas passadas, tanto nos mais jovens como nos adultos. No caso das crianças, só o facto de saberem que um dos seus progenitores vai voltar a casar-se desperta a consciência de que não vai haver uma futura reconciliação entre os pais. Os ex-cônjuges também podem demonstrar reações emocionais menos agradáveis, ao saber que o seu ex-companheiro irá envolver-se oficialmente numa nova relação.

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“A MULHER DO MEU PAI FOI BUSCARME AO COLÉGIO”. “Amanhã janto com a minha mãe e o meu padrasto”. Estas e outras frases têm-se tornado cada vez mais frequentes entre as famílias, porque o seu núcleo (pai, mãe e filhos) já não é o que era. O aumento do número de divórcios na Europa está na génese das novas famílias, tão diferentes das que entendemos por “tradicionais”. As mais comuns são as monoparentais, aquelas em que os filhos vivem apenas com um dos progenitores, e as reconstituídas. Este último tipo de organização familiar caracteriza-se por um casal que tenha, pelo menos, um filho fruto de uma relação anterior.


[SAÚDE PSICOLOGIA]

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ESTRATÉGIAS de sobrevivência

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Existem detalhes essenciais ao bom funcionamento da nova família: 4 Qualquer que seja a decisão, os padrastos nunca podem substituir a mãe e o pai. 4 Não esperar que essa nova pessoa seja um remendo na família que se desfez. 4 Estar atento à atitude dos enteados e procurar perceber se tentam criar um mau ambiente para o novo cônjuge. Nestes casos, os pais biológicos devem perguntar calmamente aos filhos como se sentem e não subestimar as manifestações de raiva e ciúme. 4 Recordar às crianças que devem respeitá-lo, mesmo que não o queiram. 4 Não procurar imprimir à família reconstituída a dinâmica de uma família tradicional. 4 Lembrar-se sempre que não existem expais, apenas ex-maridos e ex-esposas. 4 Ter consciência de que os pais biológicos da criança, apesar de separados, necessitam criar alianças em nome do bem-estar dos filhos.

4 RELAÇÃO ENTRE

4 Os adolescentes que foram o apoio

PADRASTO/MADRASTA E OS ENTEADOS A tendência é querer conquistar o mais rapidamente possível o filho da outra pessoa. Contudo, é fundamental conhecer de antemão o estado emocional que este atravessa. Por norma, as crianças preferem que o contacto afetivo se limite a uma relação verbal, com os elogios a serem melhor aceites que os abraços ou os beijos. Neste sentido, os rapazes costumam aceitar melhor os padrastos do que as raparigas. É importante realçar que está em causa um conflito de lealdade para com o pai ou mãe que não vive no novo lar.

dos pais durante o processo de divórcio podem sentir-se substituídos. 4 É quase sempre difícil para um filho aceitar que os seus pais biológicos possam amar novas pessoas. A nova relação tende a ser vista como um impedimento à reconciliação. 4 Quando há uma boa relação com o padrasto ou a madrasta, os mais novos podem sentir que estão a ser desleais para com o progenitor que não vive com eles. 4 Os filhos biológicos e os enteados podem competir pela atenção dos pais. 4 Os filhos dos padrastos podem sentir ciúmes da relação que estes mantêm com os enteados. 4 Por vezes, os padrastos ou madrastas sentem-se culpados por passarem mais tempo com os enteados que com os próprios filhos. 4 Os enteados podem contestar a sua autoridade quando esta difere das regras dos pais. 4 Os pais biológicos podem competir entre si pelo afeto dos filhos. 4 Cada membro do casal pode ter tendência a educar somente os seus filhos.

QUESTÕES SENSÍVEIS As famílias reconstituídas enfrentam, além dos conflitos normais, problemas de relacionamento entre os novos membros. Os mais comuns são: n Os filhos que vivem sob o mesmo teto com padrastos podem sentir que pertencem a duas famílias distintas. Frases como “não és meu irmão” ou “não fales assim com a minha mãe” denunciam esta indefinição emocional. 4 A frustração e raiva que sentem pela separação dos pais podem traduzirse em hostilidade para com os novos cônjuges.

A melhor estratégia para levar de vencida o difícil desafio de reconstituir família resume-se em poucas palavras: bom senso e paciência.



[SAÚDE ESTANTE]

Doutor, Preciso de Ajuda! Autores: Christopher Kelly e Marc Eisenberg Editora: Planeta

Um guia prático para ter em casa, escrito por dois prestigiados médicos, para consulta rápida de mais de 40 sintomas. Abrange dezenas de sintomas diferentes e pistas sobre a causa provável e se deve procurar ou não de imediato um médico. Escrito com humor e piadas, ajuda a acalmar e a pensar racionalmente os sintomas que estamos a sentir. Um livro indispensável para o hipocondríaco que existe em cada um de nós.

2020 na Tua História

FEVEREIRO 2021

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Autora: Joana Brandão Editora: edição de autor

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As saudades dos avós, os superpoderes dos novos heróis, a aula do Presidente na televisão, as pantufas sempre nos pés, as viagens que ficaram por fazer, a praia que quisemos esticar, a festa de aniversário adiada… São alguns temas abordados neste livro para crianças dos 5 aos 11 anos, que convida os mais novos a refletir e a desenhar como foi o ano de 2020, num exercício importante de expressão e partilha.

Livro Base da Macrobiótica Autora: Sónia Dias Editora: Influência Quando se ouve falar em macrobiótica, muitos pensam apenas em dieta alimentar, mas a alimentação saudável de base macrobiótica é o ponto de partida para uma forma maior de estar na vida. A alimentação é a chave e o ponto de partida para a transformação. É esse o caminho que a autora propõe neste livro: inspirar a viver uma vida mais saudável, respeitando a forma como se alimenta, como cuida da sua saúde e do seu corpo. No fim do livro, encontra ainda um plano de 40 receitas transformadoras que mostram a maravilhosa cultura alimentar da macrobiótica.

Sonhemos Juntos Autor: Papa Francisco Editora: Planeta O Papa Francisco traz-nos uma mensagem de esperança. A crise da Covid expôs como nunca a iniquidade da nossa sociedade, mas também a resiliência, a generosidade e a criatividade de tantas pessoas. Com uma franqueza sem precedentes, o Papa Francisco revela como três crises na sua vida o fizeram mudar para melhor. Perante a crise, temos duas escolhas: voltar a um estado de pré-crise ou, com coragem, mudar e emergir melhores do que éramos antes. O Papa exorta-nos a não baixar os braços, a não permitir que a dor porque todos passámos tenha sido em vão. Atrevamo-nos a sonhar.



[SAÚDE BELEZA]

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Pele e frio COMO COMBATER AS AFEÇÕES MAIS COMUNS

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S GRIPES E RESFRIADOS, os problemas dermatológicos, as dores de ossos e a queda de cabelo são alguns dos problemas que mais facilmente se associam ao tempo frio. No entanto, convém identificá-los e percebêlos com maior amplitude, para melhor encontrar as soluções de tratamento adequadas a cada caso.

CUIDADO com o Sol de inverno Quanto maior é a altitude, maior é intensidade da luz solar. Assim, para praticar desportos de inverno, é absolutamente necessário proteger a pele com filtros solares, com o fator de proteção que corresponda a cada tipo de cútis. Mas algumas peles também deveriam ser protegidas da radiação solar diariamente e durante todo o ano, sobretudo as mais propensas à aparição de manchas. Durante o inverno, também recebemos radiação ultravioleta e é esta que produz o envelhecimento da pele. Justifica-se, pois, usar sempre cosmética que contenha um filtro solar.

FRIEIRAS Esta é a mais comum infeção da pele por fungos e talvez um dos problemas mais frequentes e associados ao frio. Este problema tão incomodativo, e muitas vezes limitador no dia a dia, pode ser facilmente evitado se se antecipar e hidratar abundantemente as mãos e os pés, as zonas mais afetadas. Para eliminar as indesejadas frieiras, existem atualmente no mercado cremes com ativos que asseguram a regeneração cutânea, hidratam e atenuam as sensações de formigueiro e comichão provocadas por este problema. Assim, quando procurar um creme para este problema, certifique-se de que este tem na sua composição ginkgo biloba e de que é rico em vitaminas A, E e B5, ativos naturais que prometem regenerar a sua pele na totalidade e em pouco tempo.

PELE SECA Outra das agressões muito comuns nesta altura do ano é a pele seca, que provoca o aparecimento de fissuras, e que, nos casos mais graves, pode originar feridas. Numa primeira instância, como forma de prevenir estas situações incómodas, é imprescindível proteger as zonas mais sensíveis com agasalho e vestuário adequado, através do uso de calçado quente e de luvas, dado que os pés e as mãos são das zonas mais propensas a estes problemas. Aliado a isto, é importante que não descure um cuidado diário da pele e a aplicação de um bálsamo específico para mãos e pés. Neste ponto, é necessário que escolha produtos com alguns ativos específicos, como lipesteres e cera de abelha, que para além de hidratarem em profundidade, protegem e favorecem a cicatrização da pele.

4 PÉS Se no seu caso, este problema da pele seca com tendência a evoluir para feridas acontece apenas nos pés, deverá optar por um tratamento mais específico. Nesta situação, por se tratar de uma zona particularmente sensível e por estar sujeita a constante fricção, o mais indicado será um tratamento que combine um exfoliante, um hidratante e um creme regenerador. Um bom creme exfoliante, composto por celulose, elimina as células mortas da pele, suavizando rugosidades. Um bálsamo rico em óleos especiais garantirá a hidratação necessária após a exfoliação. E, para finalizar, recomenda-se o uso de um creme regenerador, normalmente à base de manteiga de karité, castanhada-índia ou arnica, e com vitamina A e glicerina vegetal.

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SE PARA SI O FRIO É SINÓNIMO DE PROBLEMAS DE PELE, DESCUBRA A MELHOR FORMA DE OS PREVENIR E TRATAR.


[SAÚDE BELEZA] PARA ALÉM DA PELE

4 MÃOS Se, por outro lado, tem tendência para que sejam as mãos as mais afetadas com o frio e consequente pele seca, a solução também passa pela aplicação de um creme hidratante. Neste caso, os mais recomendados devem fornecer uma hidratação intensa e profunda, proteger contra temperaturas muito frias ou altas e restaurar a função barreira da pele. Para isto, deve ter em conta cremes que contenham na sua fórmula óleos ricos em ómega 3, 6 e 7.

LÁBIOS SECOS E GRETADOS A desidratação, fruto da descida das temperaturas, pode igualmente tornar os lábios secos, gretados e até mesmo inflamados. Por isso, mais uma vez, para evitar o agravamento desta situação, que é uma das consequências mais vulgares do tempo rigoroso, o importante é a prevenção. A resolução deste problema passa pela aplicação de um bálsamo de lábios com capacidades aliviantes, hidratantes, reparadoras e regeneradoras. Por isso, na hora de escolher um produto, deve ter em conta aqueles que contenham aloé vera, glicerina vegetal e vitamina A.

ACNE TARDIA E PELE SENSÍVEL De uma forma geral, a pele é bastante afetada com as estações mais frias, por isso os problemas dermatológicos já existentes tendem a agravar-se nesta altura do ano. O que quer dizer que, se sofre de problemas como acne tardia ou pele sensível e reativa, deve redobrar os seus cuidados. Para os casos de acne tardia ou pele com tendência acneica, deve preferir cremes com péptidos de quinoa. Estes são os melhores para o seu caso. Mas se o seu problema é a pele sensível e reativa, fique a saber que os produtos mais indicados terão óleo destilado de girassol e cicloceramida, um ativo que inibe as reações inflamatórias, suavizando e reforçado a tolerância cutânea.

Bastante recorrentes também nesta época de descidas acentuadas de temperatura e de instabilidade climática são as dores de ossos e articulações. Este problema, decorrente ou não de doenças crónicas, pode ser bastante incómodo e condicionar as atividades quotidianas. Por isso, ainda que possa ser impossível tratar definitivamente a sua origem, é possível atenuar os sintomas de dor sem que tenha de recorrer a fármacos. Para tal, fique a saber que as massagens cranianas específicas, aliadas a massagens de reflexologia e à massagem russa, permitem aliviar tensões, enquanto o sistema circulatório é estimulado, promovendo um equilíbrio natural do organismo. Esta massagem de alívio total é indicada para pessoas que sintam muita tensão corporal e queiram relaxar. Previna as possíveis agressões que o tempo frio acarreta, proteja-se nesta época com os produtos mais indicados para os seus problemas e aproveite a beleza que o inverno tem para lhe oferecer!

De uma forma geral, a pele é bastante afetada com as estações mais frias, por isso os problemas dermatológicos já existentes tendem a agravar-se nesta altura do ano

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QUEDA DE CABELO

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A queda de cabelo é também uma consequência das temperaturas frias para muitas pessoas. Tanto homens como mulheres podem padecer deste problema, que se fica também a dever ao enfraquecimento dos tecidos cutâneos. Para esta situação, existem tratamentos capilares à base de ampolas e champôs especiais antiqueda. No entanto, em muitos casos, o tratamento com recurso a estes produtos atenua, mas não resolve em profundidade. Se esta é a sua realidade, saiba que poderá encontrar a sua solução com uma massagem específica, estimuladora de pontos revitalizadores e reparadores das agressões do frio, que combine massagem de reflexologia e massagem com pedras quentes. Pode encontrá-la em vários SPA e centros de massagens espalhados pelo País.



[SAÚDE DIVULGAÇÃO] Pele mais radiante e luminosa Uma vida agitada, má hidratação e noites mal dormidas podem fazer com que as primeiras rugas apareçam mesmo numa pele jovem. É importante que a pele seja energizada para se proteger e se livrar destes sinais prematuros de envelhecimento. A nova fórmula da linha NIVEA Q10 Energy, com o poder de 3 antioxidantes – Q10, vitamina C e vitamina E – é feita à medida das mulheres dos 25 aos 35 anos.

Vitamina C O melhor aliado do sistema imunitário A vitamina C é um elemento solúvel em água que protege o organismo contra o stress oxidativo, sendo, por isso, um importante antioxidante. Especialistas, profissionais e órgãos oficiais da Saúde têm vindo a alertar para a importância do reforço do sistema imunitário, no qual a vitamina C poderá ser um excelente aliado. O novo BioActivo Vitamina C apresentase em comprimidos revestidos com 750 mg de vitamina C na forma de ascorbato de cálcio (não ácido), com qualidade farmacêutica. À venda em farmácias.

Nova formulação para aumentar os níveis de vitamina D

Pele mais resistente, mais lisa, mais jovem

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A partir dos 40 anos, começam a surgir rugas e manchas, e a pele torna-se uma preocupação. O envelhecimento biológico, o stress, o cansaço, a poluição e os raios UV abrandam o metabolismo a todos os níveis. Ao mesmo tempo que devemos adotar medidas corretivas, devemos cuidar devidamente da nossa pele e darlhe o que for necessário. A SVR desenvolveu BIOTIC, uma gama inovadora composta por 4 produtos regeneradores que fortalecem e restauram a pele através de uma associação de 3 ativos essenciais à função da pele: probióticos pasteurizados, vitamina C estabilizada e ácido hialurónico. A pele torna-se mais forte e suave, e parece mais jovem. Para além disto, cada um dos 4 produtos é composto por um ingrediente ativo extra para ir de encontro às suas necessidades específicas, sem esquecer a textura luxuosa.

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A pele é capaz de sintetizar vitamina D como resposta a uma exposição adequada à luz solar. Contudo, com as recomendações para ficar em casa, a população portuguesa poderá não estar a produzir vitamina D suficiente. BioActivo Vitamina D Forte contém 3000 UI (75 microgramas) de vitamina D3, dissolvida em azeite extraído a frio para aumentar a absorção no sistema digestivo. Contribui para o funcionamento normal do sistema imunitário e para a manutenção de dentes e ossos normais. À venda em farmácias. Mais informações: www.bioactivo.pt

Hyalu Procollagène: inovação Thalgo Com a idade e as repetidas exposições ao sol, as funções metabólicas da pele alteram-se, provocando uma redução da produção natural de ácido hialurónico e de colagénio: as rugas instalam-se e tornam-se visíveis, mesmo com o rosto em repouso. Hyalu Procollagène é a proposta inovadora da Thalgo. É o primeiro “filler” marinho que preenche as rugas, para um triplo resultado devidamente avaliado: pele instantaneamente mais volumosa, rugas visivelmente alisadas, rugas progressivamente preenchidas, mesmo as já instaladas. Este complexo THALGO inédito associa 3 ácidos hialurónicos de diferentes pesos moleculares e uma glicoproteína proveniente do microbioma marinho, ativadora de colagénio, para conferir volume, alisar e preencher as rugas.

Para cuidar das peles secas ou muito secas O frio, as atmosferas superaquecidas, a fricção das roupas, higienização repetida com sabão ou gel alcoólico, fragilizam e alteram a integridade da barreira da pele. O Laboratório THALGO criou a primeira fórmula Cold Cream em versão Marine para fortalecer e restaurar a epiderme da pele seca e muito seca, proporcionandolhes conforto, flexibilidade e resistência. Altamente concentrada em óleo e cera de algas, em sinergia com o complexo de oligoelementos marinhos Sève Bleue des Ocèans, Cold Cream Marine apresenta uma afinidade excecional com a pele e um potencial de bioassimilação incomparável.


MO lança linha de maternidade A marca de moda portuguesa MO, após o lançamento da linha Comfort no final do ano passado, volta a surpreender em 2021 com uma nova linha de maternidade – mom by MO – dedicada a todas as mulheres e a pensar na fase mais importante das suas vidas: a chegada do bebé. Desenhada a pensar nas transformações do corpo da mulher, nas suas necessidades e, sobretudo, no seu conforto, a linha inclui peças essenciais para os momentos de gravidez e período pós-parto. Desenvolvida e fabricada integralmente em Portugal, a mom by MO é uma linha sustentável, que recorre a matérias-primas como o algodão orgânico e fibras ecofriendly.

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Cozinha inteligente com Miele Com a mais recente gama de aparelhos de cozinha – Geração 7000 -, a Miele leva os sistemas de assistência inteligente a um novo nível, onde encontra aplicações que facilitam a experiência na cozinha. A app Miele@mobile permite ter uma visão geral dos seus equipamentos e o controlo nas suas mãos. Para além de possibilitar a ligação entre todos os aparelhos e ter acesso ao status de cada um, permite ainda mudar parâmetros (temperatura, duração...). A cozinha inteligente Miele conta ainda com uma câmara integrada nos fornos – FoodView. Através de ligação à internet, esta transmite imagens em qualidade HD para um tablet ou smartphone, que a partir daí, permite reajustar facilmente a temperatura e o tempo de confeção

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[SAÚDE DIVULGAÇÃO] Unilabs desenvolve plataforma IA de combate à covid-19 A unidade de Data Intelligence da Unilabs implementou, no decorrer da pandemia, o projeto Intelli4COVID, que se materializou numa plataforma inteligente e data-driven para resposta à covid-19. O projeto tira partido do big data e da inteligência artificial (IA) como instrumento para garantir uma otimização de resposta às populações em matéria de realização de testes de diagnóstico, mas também para apoiar os decisores numa resposta preditiva perante o desenvolvimento da epidemia. A estratégia de IA materializou-se em seis linhas de atuação: a CovidHub, uma platafor-

ma de recolha e processamento em real time do ecossistema e streams de dados gerados; a CovidDrive, um sistema de gestão inteligente de postos drive-thru; a CovidAlarm, com um sistema inteligente de alarmística data-driven; a CovidLab, um sistema inteligente e integrado de rastreio de amostras para a realização de testes; e a CovidGeoIntelligence, um sistema capaz de processar informação geográfica assente em algoritmos inteligentes para apoio à previsão da evolução do surto. Foi ainda desenvolvido um dashboard de analítica inteligente de casos infetados designado por CovidInsightsPortal.

INOKEM reforça desinfetantes em resposta à nova estirpe covid-19 A tecnológica portuguesa de engenharia bioquímica INOKEM reforçou os seus produtos desinfetantes, de forma a dar uma resposta mais eficaz contra a nova estirpe covid-19. Em resposta à nova mutação do Sars-CoV2 que, segundo Erik Volz do Imperial College London, pode ser 70% mais contagiosa do que a mutação anterior, a INOKEM decidiu reforçar a fórmula dos seus

produtos de desinfeção com alterações estratégicas, de forma a aumentar a margem de segurança na eliminação do vírus. Em concreto, a tecnológica alterou a composição dos seus desinfetantes através de um reforço de matériasprimas (biocidas) e da utilização de uma tecnologia que junta três tipos diferentes de biocidas naturais e bioquímicos, permitindo que as solu-

ções finais sejam aplicadas em qualquer tipo de material, sem que exista nenhum tipo de contraindicação e mantendo a sua biodegradabilidade a 100 por cento.

FEVEREIRO 2021

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Cláudia Jacques dá o rosto pela campanha #UnidosPeloAbraço

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Para assinalar o seu 28º aniversário, a Associação Abraço criou, em parceria com a Unifardas SA, uma edição solidária de 10 mil máscaras de proteção individual, certificadas pelo CITEVE, que contam agora com a participação especial da relações públicas Cláudia Jacques, enquanto rosto da iniciativa. A campanha #UnidospeloAbraço tem como objetivo criar um equipamento que evite a propagação da covid-19 e, ao mesmo tempo, angariar verbas para fazer face aos custos elevados que a associação tem com os equipamentos de proteção individual de utilização única, que são diariamente utilizados por todos os funcionários, nas várias respostas sociais, nomeadamente apoio domiciliário e familiar, lar residencial, apartamentos, gabinete dentário e centros de rastreio. A iniciativa solidária #UnidospeloAbraço conta com cinco modelos de máscaras certificadas

pelo CITEVE para o nível 3, que se adaptam ao estilo de cada um e que foram testadas para permeabilidade e retenção de partículas, constituídas por duas camadas de material respirável, confortável e adaptável.

DIRETOR:

Francisco Duarte

Drª Luísa Carvalho (Especialista de Medicina Geral e Familiar)

REVISÃO CIENTÍFICA:

COLABORADORES/CONSULTORES: Dr. A. Coimbra

de Carvalho (Dent.);Dr. Alexandre Fernandes (Nutrição); Drª Ana Maria Cordeiro (Radiodiag.); Prof. Antero da Palma Carlos (Alergo.); Dr. António Manuel Marques (Socio.); Dr. António Meyrelles do Souto (Ortop.); Dr.  Artur Aguilar (Oftalm.); Dr.  Artur P. Galvão (Psiq.); Dr. Baptista Fernandes (Cirur. Estét.); Dr. C. Canas Ferreira (Otorrino.); Dr. César Ramos (Imuno./Alergo.); Drª Cláudia Madeira Pereira (Psicologia Clínica); Dr. Duarte Vilar (Socio.); Dr. E. Melo Rocha (Alergo./Pediat.); Dr. Fernando Lacerda Nobre (Clín. Geral); Prof. Francisco J. Antunes (Venér./SIDA); Prof. Francisco Reich de Almeida (Oftal. Infant.); Drª Isabel do Carmo (Endocri.); Dr. J. Seixas Martins (Cirur. Plást.); Dr. João de Matos Silva (Homeop.); Dr. Joaquim Margalho Carrilho (Ass. Port. Medi. Adicção); Dr. José Pacheco (Sexo); Prof. L. Menezes Falcão (Cardio.); Dr. Libério Bonifácio Ribeiro (Pediat./ Alergo.); Prof. Lincoln Justo da Silva (Pediat.); Dr. Luís Mendes Graça (Obstet.); Dr. Manuel Costa Guerreiro (Psiq.-Assoc. Defesa Saúde Mental); Dr. Manuel Neves e Castro (Gineco.); Drª Margarida Cordo (Psico-Socio.); Drª Maria Antónia Frasquilho (Psiq. Med. Trabalho); Dr. Mário Andrea (Otorrino.); Nazaré Nunes (Estét.); Drª Paula Martinho da Silva (Adv.-Ética); Dr. Paulo Guimarães (Urolog.); Dr. Pedro Levy (Psiq.); Associação de Planeamento para a Família. E-MAIL:

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