SAÚDE E BEM-ESTAR Nº 308 - Setembro 2020

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| PSICOLOGIA COVID-19, DEPRESSÃO E SUICÍDIO |

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NÚMERO 308 MENSAL SETEMBRO 2020

CADA IDADE COM A SUA

DIETA REGRESSO AO TRABALHO ESTRATÉGIAS PARA GANHAR MOTIVAÇÃO

FIBRILHAÇÃO AURICULAR

VAI USAR APARELHO AUDITIVO?

5 CONSELHOS QUE NÃO PODE IGNORAR

É NECESSÁRIO DIAGNOSTICAR ATEMPADAMENTE

MAIS DE 120 MIL DOENTES EM PORTUGAL

CONHEÇA OS SINTOMAS, A EVOLUÇÃO E OS TRATAMENTOS

PREÇO CONTINENTE

ALZHEIMER

2,80€



[SUMÁRIO SAÚDE] Siga-nos em www.saudebemestar.com.pt Textos redigidos ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico

ESPECIAL NEUROCIÊNCIAS

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Alzheimer: a doença do esquecimento

12

Aprenda a pensar

ESPECIAL NEUROCIÊNCIAS

ESPECIAL NEUROCIÊNCIAS

ESPAÇO AMPLIPHAR

16

Melhorar a performance cerebral

18

COVID-19: depressão e suicídio

20

Selénio: um trunfo na proteção do organismo

22

Cada idade com a sua dieta

26

Doentes malnutridos: nutrição adequada é um direito de todos

28

Reforço do sistema imunitário

32

Regresso ao trabalho: estratégias para ganhar motivação

36

Astenia: mais do que cansaço...

38

Hepatites: prevenir a cirrose e o cancro do fígado

6

Alzheimer: a doença do esquecimento

ESPECIAL NEUROCIÊNCIAS ESPAÇO VIDA SAUDÁVEL

NUTRIÇÃO NUTRIÇÃO

ESPAÇO AMPLIPHAR PREVENÇÃO

PREVENÇÃO GASTRENTEROLOGIA

NUTRIÇÃO

Cada idade com a sua dieta

22

PROGRESSOS

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CARDIOLOGIA

Medicina de biorregulação: abordagem multidisciplinar CARDIOLOGIA

42

Fibrilhação auricular: é necessário diagnosticar atempadamente

44

Andropausa: menopausa no masculino?

46

Aparelho auditivo: 5 conselhos que não pode ignorar

50

5 motivos para treinar com um personal trainer

54

8 formas de libertar o corpo

60

Fim das manchas

Fibrilhação auricular: é necessário diagnosticar atempadamente

42

ANDROLOGIA

AUDIOLOGIA

FITNESS

ALTERNATIVAS BELEZA

ALTERNATIVAS

8 formas de libertar o corpo

54

É por demais evidente que, nos últimos meses, o efeito da quarentena profilática associada à pandemia de Covid-19 originou riscos agravados para a saúde mental DRA. MARLENE ROSA, do Grupo de Trabalho de Fisioterapia em Saúde Mental da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas

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As rubricas designadas por ESPAÇO são da exclusiva responsabilidade das empresas, marcas ou autores mencionados. Estatuto editorial em www.saudebemestar.com.pt

SETEMBRO 2020

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Eternos esquecidos: cotovelos, joelhos e calcanhares

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BELEZA


[SAÚDE OBSERVAÇÃO] COVID-19: 75% DOS PORTUGUESES QUEREM SER VACINADOS

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NVESTIGADORES DA NOVA SBE juntaramse a equipas da Universidade de Hamburgo, da Rotterdam Erasmus University e da Bocconi University, para saberem como lida a população europeia com a ameaça do vírus e até que ponto confiam e seguem os europeus as decisões políticas em torno da pandemia. As conclusões da segunda vaga da pesquisa que envolveu 7 países – Alemanha, Dinamarca, França, Holanda, Itália, Portugal e Reino Unido – são agora conhecidas, revelando, entre outros indicadores, que 75% dos portugueses tencionam ser vacinados contra a COVID-19 quando a vacina ficar disponível e 70% estão completamente confiantes de que a vacina será segura. Entre a primeira vaga de inquéritos de abril e esta segunda vaga, os portugueses mantêm-se como os europeus que maior vontade demonstram de virem a ser vacinados contra a COVID-19. Inclusive, na faixa etária dos 55 aos 64 anos ocorreu um ligeiro aumento na disposição de vacinar (+6 pontos percentuais). Os homens são os que se mostram mais dispostos a vacinarem-se (78%), assim como indivíduos com alta escolaridade (78%). Em toda a Europa, há uma tendência para muitas pessoas sentirem que o relaxamento das restrições esteja a acontecer de forma muito rápida e, segundo esta pesquisa, Portugal não é exceção, com 37% das pessoas a partilharem desta visão, em particular os que residem nas regiões do Alen-

tejo, Lisboa e Centro do País. Em contrapartida, 10% das pessoas em Portugal consideram que o retorno à normalidade está acontecer muito lentamente. Nesta segunda vaga da pesquisa, os inquiridos foram também questionados quanto aos locais onde se sentem mais protegidos. O maior ceticismo é encontrado em relação a locais religiosos e academias de fitness, enquanto a visita ao médico causa a menor preocupação, seguida dos supermercados, restaurantes e cabeleireiros. Entretanto, a Comissão Europeia anunciou no final de agosto a conclusão de negociações com a farmacêutica alemã CureVac para a compra de 225 milhões de doses de uma vacina contra a Covid-19. De acordo com o comunicado do organismo, “o contrato com a CureVac prevê a possibilidade de todos os Estados-Membros da UE adquirirem a vacina, bem como de doarem a países com rendimentos médios e baixos”. “Prevê-se que a Comissão coloque em vigor um quadro contratual para a compra inicial de 225 milhões de doses em nome de todos os EstadosMembros, que serão distribuídos assim que uma vacina se prove ser segura e eficaz contra a COVID-19. A Comissão mantém discussões intensivas com outros fabricantes de vacinas”, refere o mesmo comunicado.

70% dos portugueses estão completamente SETEMBRO 2020

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confiantes de que a vacina contra o novo

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coronavírus será segura, segundo um estudo em larga escala

DIARREIA AGUDA NO VERÃO A diarreia aguda é mais prevalente nos meses de calor e é um motivo frequente de ida às urgências. “Como passamos mais tempo em passeios, acabamos por comer mais vezes fora, havendo maior risco de ingestão de alimentos contaminados e de contacto com microorganismos, na areia, na terra e nas águas que escolhemos para tomar banho”, alerta o médico gastrenterologista Jorge Fonseca, diretor do Serviço de Gastrenterologia do Hospital Garcia de Orta e Professor Catedrático do Instituto Universitário Egas Moniz.

TÉCNICA INOVADORA EM OFTALMOLOGIA Uma equipa de cirurgiões da UOC – Unidade de Oftalmologia de Coimbra tem alcançado resultados muito promissores com a aplicação de uma nova lente intraocular para a correção da presbiopia em doentes com cataratas ou com cristalino transparente, desde que reúnam as condições técnicas necessárias. Esta clínica aplicou, pela primeira vez em Portugal, a técnica em mais de 20 pacientes, resultando em grandes melhorias.


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[ESPECIAL NEUROCIÊNCIAS]

SETEMBRO 2020

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AINDA NÃO SE CONHECEM AS CAUSAS EXATAS DA DOENÇA DE ALZHEIMER, EMBORA CONSTITUA UMA DAS PRIORIDADES PARA A CIÊNCIA MÉDICA. O QUE SE SABE AO CERTO É QUE, QUANTO MAIS CEDO FOR DETETADA, MAIS EFETIVOS SÃO OS TRATAMENTOS. CONHEÇA OS FATORES DE RISCO, OS SINTOMAS, AS ETAPAS DA DOENÇA E ALGUNS DOS MAIS RECENTES AVANÇOS TERAPÊUTICOS.

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Alzheimer A DOENÇA DO ESQUECIMENTO

A

LZHEIMER é uma doença neurodegenerativa crónica, que se caracteriza pela perda progressiva das funções cognitivas cerebrais, como a memória, o juízo, o pensamento abstrato e a linguagem, bem como pelo aparecimento de problemas psicopatológicos e comportamentais. Esta doença provoca um elevado grau de incapacidade para o doente, condicionando fortemente a sua vida e, também, a dos seus familiares ou cuidadores. A doença de Alzheimer é a causa de demência mais frequente entre os idosos, embora a sua génese ainda seja desconhecida. Nos jovens, é extremamente rara, sendo meramente ocasional entre pessoas de meia-idade. Torna-se mais frequente, isso sim, à medida que a idade avança. Estima-se que, em Portugal, mais de 200.000 pessoas sofram de demência, 60% a 70% dos casos correspondendo a doença de Alzheimer.

4Educação – Ter uma mente ativa e um elevado nível de escolaridade – e, portanto, de estímulos cerebrais – pode influenciar como fator de proteção. 4Vida saudável – Os fumadores, os hipertensos, os diabéticos e as pessoas com colesterol elevado têm maiores probabilidades de desenvolver Alzheimer ou qualquer outra demência. FASES DA DOENÇA Os neurologistas dividem a evolução da doença de Alzheimer em três fases, segundo a relação do doente com a realidade. Cada uma apresenta características próprias e necessidades específicas. Embora artificiais, estas fases servem, genericamente, de guia para a evolução do doente. 4Fase inicial – O seu decurso é indeterminado e varia de caso para caso, embora se aponte para 3 a 4 anos de duração. É nesta fase que surgem as primeiras falhas de memória, que consistem em esquecer datas e nomes de pessoas, por exemplo. São habituais as mudanças de humor e de ânimo, por vezes motivadas pelo facto do paciente estar consciente da perda de controlo, situação que pode levá-lo a passar por uma fase depressiva. Quanto à linguagem e à compreensão, o paciente continua raciocinando, embora revele dificuldades para encontrar as palavras exatas e tenda a misturar ideias que não têm uma relação direta. Nesta fase, o doente pode levar uma vida praticamente normal. É nesta altura que deve ter lugar o diagnóstico e durante a qual os familiares devem informar-se sobre o que está para vir, no sentido de se irem adaptando a nova situação. 4Fase intermédia – Os sintomas apresentados são de uma gravidade moderada e resultam da já considerável diminuição da memória do doente, que fica assim mais dependente dos familiares ou cuidadores, para atividades como vestir-se corretamente, lavar-se, comer, etc.

FATORES DE RISCO Uma questão que os investigadores continuam a colocar é: como se desencadeia a doença de Alzheimer? O desconhecimento da causa concreta desta patologia está rodeado de mistério, existindo muitas teorias diferentes, embora nenhuma concludente. O que se conhece são os fatores que podem influenciar o seu desenvolvimento e, provavelmente, acelerá-lo. 4Idade – É o fator de risco mais evidente. A partir dos 65 anos, a probabilidade de sofrer Alzheimer aumenta notavelmente. As pessoas que ultrapassam esta idade têm cerca de 10% de probabilidades de sofrer Alzheimer; a partir dos 75 anos, a probabilidade aumenta para 20%; a partir dos 85, para 40% e assim sucessivamente. Especialistas assinalam, ainda, que as mulheres são mais vulneráveis à enfermidade, não porque a probabilidade de sofrê-la seja maior, mas porque têm uma esperança de vida mais alargada. 4Herança genética – As pessoas com antecedentes familiares de Alzheimer podem A doença de Alzheimer caracteriza-se por um apresentar um maior risco de desenvolver processo neurodegenerativo progressivo, com esta doença, embora não seja um fator muito importante em termos absolutos, já a destruição dos neurónios, principalmente que depende da confluência de outros fatores. De acordo com as estatísticas, apenas 1% dos que têm função na memória dos casos de Alzheimer têm antecedentes familiares.


[ESPECIAL NEUROCIÊNCIAS] Importância dos exercícios cognitivos

SINTOMAS da doença

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É importante conhecer os principais sintomas de alerta. Cada doente começa por manifestar certos sintomas concretos, embora muitos sejam comuns. Se nota que algum familiar seu apresenta dois ou mais destes sintomas, durante um período de tempo prolongado, convém que o leve a consultar um neurologista. 4 PERDA DE MEMÓRIA – Quando os esquecimentos começam a ser mais frequentes do que o habitual, aumentando de frequência à medida que o tempo passa. Em muitos casos, o doente está consciente dos seus esquecimentos e isso irrita-o, procurando escondê-lo. 4 DESORIENTAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL – Quantas vezes ouvimos os nossos idosos dizerem “não sei que dia é hoje...”? Quando se perde a noção da passagem do tempo, é motivo para começar a preocupar-se. Por outro lado, se o idoso deixa de controlar os espaços que lhe eram familiares, como o caminho para o mercado ou para o jardim, há que procurar ajuda imediata. 4 DIFICULDADES NA VIDA QUOTIDIANA – Tarefas que antes eram fáceis

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O comportamento do doente de Alzheimer pode tornar-se algo agressivo, sendo habituais os medos e as alucinações. A conversação torna-se mais lenta, o doente não acaba as frases e repete as mesmas coisas muitas vezes. Nesta fase, o doente já não pode andar sozinho na rua, porque se desorienta com muita facilidade. O diagnóstico, nesta altura, já não oferece dúvidas, sendo o momento, infelizmente, em que muitos doentes vão, pela primeira vez, ao médico. Esta fase costuma ter uma duração de dois a três anos. 4Fase avançada – É a fase final da doença. O paciente deixa de conseguir

transformam-se num mundo de dificuldades. O idoso esquece-se, por exemplo, de como usar os eletrodomésticos ou onde guarda objetos do quotidiano. 4 DIFICULDADES NA LINGUAGEM – Ao tentar expressar-se, o paciente não encontra as palavras adequadas para os conceitos e os objetos, sucedendo o mesmo ao tentar lembrar-se dos nomes das pessoas e dos lugares. Esta dificuldade deixa-o muito nervoso. 4 DESORGANIZAÇÃO – Por vezes, levam a cabo ações disparatadas e absurdas quanto à colocação das coisas, guardando objetos em locais irracionais, como a roupa no frigorífico, por exemplo. 4 ALTERAÇÕES NO COMPORTAMENTO – Se se produz uma ação que o motive, o paciente sofre alterações bruscas de humor e de comportamento. 4 AUSÊNCIA DE INICIATIVA – Decisões da vida quotidiana, como preparar a comida, controlar o dinheiro, planear as compras, etc., deixam de interessar ao doente. Este limita a sua atividade quotidiana a tarefas simples, que não impliquem uma iniciativa concreta.

realizar quaisquer das tarefas do dia a dia. Perde o contacto com o mundo e não consegue comunicar nem responder a nenhum dos estímulos exteriores. O paciente fica totalmente desorientado no espaço e no tempo, deixa de reconhecer os familiares, perde todas as capacidades verbais, deixa de controlar os gestos e, na fase terminal, deixa de conseguir mastigar e engolir e não controla os esfíncteres. Esta fase – que pode prolongar-se por dois ou três anos – é a mais dura, tanto para o doente como para os seus familiares, relativamente aos quais ele está total e absolutamente dependente.

A realização de exercícios diários de estimulação da cognição e da memória ajuda os doentes de Alzheimer a retardarem a perda das suas capacidades cognitivas. De acordo com psicoterapeutas, a estimulação das capacidades cognitivas é fundamental em doentes com deterioração intelectual, nomeadamente com a doença de Alzheimer, uma vez que se pretende atrasar o declínio destas capacidades. Uma das consequências desta patologia prende-se com a existência de défices, sobretudo, no que diz respeito à memória imediata. Este tipo de memória apresentará resultados positivos com exercícios regulares. Como exemplo, um desses exercícios consiste em contar uma história e pedir ao doente que tente contar a mesma história usando as suas próprias palavras. É importante que a informação recebida seja bem compreendida, mas no caso de existirem erros no relato da história contada pelo idoso, não se deve dramatizar, aceitando a sua própria versão. Este tipo de intervenção contribui para prevenir ou minorar o declínio das funções cognitivas, como a memória, a linguagem e o raciocínio, entre outras. Além deste tipo de exercícios, é importante que o doente também seja estimulado a realizar atividades físicas, tais como caminhadas.



[ESPECIAL NEUROCIÊNCIAS] CIÊNCIA EM CONSTANTE EVOLUÇÃO Até hoje, não se conhece a verdadeira causa da doença de Alzheimer. Por isso, não existe qualquer tratamento que possa curá-la. Este prognóstico tão pouco animador é verdadeiro, embora também seja certo que a constante evolução da ciência médica abre perspetivas otimistas.

4Tratamento precoce – O início de um tratamento numa fase precoce da doença é vital para retardar a sua evolução. Os especialistas consideram que existe uma “janela crítica”, durante a qual o tratamento deve ser iniciado para que tenha maior eficácia. Quanto mais se atrasa a instauração da terapêutica, pior é o prognóstico. Com efeito, existem medicamentos, como os inibidores da colinesterase, que podem travar o agravamento de alguns dos sintomas, durante um período de tempo mais ou menos prolongado. Por sua vez, a memantina é um outro fármaco – pertencente a um grupo de medicamentos designados antagonistas dos recetores N-metil-D-aspartato – que pode mitigar os sintomas nas fases intermédias e avançadas da doença. 4Investigação – Atualmente, estão em curso diversas linhas de investigação, tendo em vista o tratamento definitivo. Alguns estudos já demonstraram que determinados anti-inflamatórios podem atrasar a evolução da doença. Também existem trabalhos que apontam os antioxidantes como capazes de retardar o seu avanço. A utilização de células estaminais mesenquimais está igualmente a ser testada. Porém, nenhum destes estudos é, por agora, concludente.

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4Ajuda psicológica – A ajuda psicológica faz parte do tratamento, durante os primeiros estágios da doença de Alzheimer, nos quais o paciente está consciente do seu problema e ainda comunica bem com o exterior. A depressão é frequente nessa fase inicial, podendo controlar-se à base de um tratamento antidepressivo adequado, o qual incrementará bastante a sua qualidade de vida.

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4Medicina paliativa – A chamada medicina paliativa é uma especialidade cujo objetivo prioritário é cuidar do doente na fase terminal da sua vida, aliviando, na medida do possível, a dor e o sofrimento. O doente poderá manter, desta forma, uma certa qualidade de vida, que lhe permitirá enfrentar esses dolorosos momentos com dignidade.

DESCOBERTO MECANISMO que atrasa uma das causas de Alzheimer Uma equipa internacional liderada pelo investigador Cláudio Gomes, do BioISI - Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, descobriu um novo mecanismo bioquímico nas células nervosas que retarda a formação dos depósitos de agregados de proteína no cérebro, causadores da doença de Alzheimer. A descoberta, publicada em Junho de 2018 na revista científica Science Advances, da prestigiada American Association for the Advancement of Science, revela que uma proteína inflamatória abundante no cérebro e produzida como resposta a danos nas células nervosas pode ter uma nova função e constituir a primeira linha de defesa na supressão da formação de agregados amiloide. A proteína S100B era já bem conhecida pelo seu papel multifuncional em processos de sinalização celular e neuroinflamação, sendo mesmo um biomarcador de lesões cerebrais traumáticas e

de envelhecimento – curiosamente, dois fatores de risco da doença de Alzheimer. “A nova função que agora evidenciamos para a proteína S100B como regulador da agregação proteica estabelece um novo elo entre dois processos celulares que estão profundamente afetados em várias doenças neurodegenerativas: agregação proteica e neuroinflamação”, elucida o Prof. Cláudio Gomes, coordenador do estudo. A doença de Alzheimer resulta da acumulação de formas tóxicas da proteína beta-amiloide sob a forma de agregados que causam a morte dos neurónios, resultando em demência. Este processo neurodegenerativo é acompanhado de importantes alterações bioquímicas no cérebro, como as que resultam da abundante produção de moléculas da resposta neuroinflamatória. De entre estas, destacam-se as chamadas alarminas, como a proteína S100B, que foi agora objeto de atenção especial.

Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer No mês em que se assinala o Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer, a 21 de setembro, a Associação Alzheimer Portugal lança uma campanha solidária onde pretende apresentar-se como um “recomeço” com que as pessoas podem contar, após conhecerem o seu diagnóstico ou do seu familiar, ao mesmo tempo que chama a atenção para os sinais de alerta e importância do diagnóstico precoce. Estima-se que em Portugal existam cerca de 200.000 pessoas com demência e que esse número irá triplicar até 2050, chegando a mais de meio milhão de indivíduos em Portugal e a cerca de 135 milhões em todo o mundo. A demência é causada por doenças do cérebro, sendo a doença de Alzheimer a forma mais comum, constituindo cerca de 60% a 70% dos casos. Constituída para promover a qualidade de vida das Pessoas com Demência, dos familiares e cuidadores, a Associação Alzheimer Portugal conta mais de 30 anos e um leque de serviços que, em 2019, chegou a quase 7000 beneficiários. Ana Bola, Ivo Canelas, Mariana Barbosa, Rita Brutt, Sandra Santos, Sara Norte e Vítor Norte são as caras desta campanha, onde surgem imagens que parecem ser de despedida, mas que acabam por se transformar em recomeços, indicando que a Alzheimer Portugal está disponível para ajudar no recomeço após o diagnóstico. Quanto mais cedo forem detetados sinais, mas cedo se pode obter o diagnóstico e mais facilmente se pode contribuir para retardar os seus sintomas. Pessoas mais novas também podem desenvolver demência e podem continuar a viver bem durante vários anos, quando a demência é detetada em fases iniciais.



[ESPECIAL NEUROCIÊNCIAS]

APRENDA A PENSAR DIARIAMENTE, PENSAMOS EM MIL COISAS QUASE SEM DARMOS CONTA. E, EMBORA POSSA PARECER, A PENSAMENTO NÃO É UM PROCESSO ALEATÓRIO: É SEMPRE POSSÍVEL INCREMENTAR O GRAU DE CONTROLO SOBRE A NOSSA MENTE. SE SE PREOCUPA COM AQUILO QUE PASSA PELA SUA CABEÇA, ENCONTRARÁ NESTE ARTIGO UM IMPORTANTE GUIA PRÁTICO PARA QUE OS PENSAMENTOS JOGUEM A SEU FAVOR.

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REQUENTEMENTE, temos a sensação de que, mais do que sermos nós a pensar, é o nosso cérebro que pensa por nós. São “seus” os pensamentos que, por vezes, não somos capazes de controlar, que nos apanham de surpresa, nos baralham, nos deprimem e não nos deixam avançar. No entanto, embora o cérebro nunca descanse, nem mesmo quando dormimos, e pareça funcionar segundo as suas própria regras, podemos fazer um esforço consciente para controlar a sua atividade. Com um pouco de prática, podemos conseguir que os pensamentos desordenados e negativos sejam substituídos por outros, fruto de reflexão e do sentido que queremos dar às nossas vidas. Em seguida, explicamos como funciona o cérebro, como se geram os pensamentos e o que deve fazer para obter o pleno controlo desse milagre quotidiano que é o ato de pensar.

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SOMOS AQUILO QUE PENSAMOS 4Pensar transforma-nos naquilo que somos – Não só porque se trata da característica principal do ser humano, mas porque é a atividade mental diária que determina a nossa personalidade e a forma de nos relacionarmos com o mundo. Até certo ponto, somos aquilo que pensamos. 4Pensar não é uma atividade de rotina nem espontânea – Embora, por vezes, não nos demos conta, o pensamento exige sempre um esforço da nossa parte. A mesma operação mental que utilizamos para enfrentar um problema que exige um trabalho intelectual – reconhecê-lo, analisá-lo, avaliá-lo e resolvê-lo – pode e deve servir, também, para ajudarmos a reconduzir os pensamentos que nos incomodam ou que não controlamos. Uma ideia negativa que se transforma em obsessiva deve ser reconsiderada, reperspetivada e, se possível, desativada. 4O pensamento tem dois níveis – Há um primeiro nível imediato e superficial, que é uma resposta a condicionantes externos. Precisamente, este nível tão espontâneo é aquele que pode escapar ao nosso controlo. Em contrapartida, existe um nível mais profundo, o refletivo, em que o nosso controlo sobre o processo mental pode ser quase absoluto. A conclusão é clara: o objetivo é tentar reconduzir os pensamentos imedia-

tos que nos perturbam para esse nível refletivo, para assim os controlarmos mais facilmente. 4O cérebro não é uma máquina – Embora, muitas vezes, se compare o cérebro a um computador, não é assim, nem funciona de forma autónoma nem infalível. Ainda não compreendemos todos os mecanismos que regulam a imaginação, a criatividade ou as emoções, mas sabemos que é possível potenciá-los e, sobretudo, aprender a utilizá-los em nosso próprio benefício. 4Pode aprender-se a pensar – Essa é a conclusão a que queremos chegar. Pensar de forma superficial ou refletiva levará à tomada de decisões-chave que condicionarão as nossas vidas. Por isso, o importante é que estejamos conscientes da nossa atividade mental e sejamos capazes de a canalizar da melhor forma possível. Isto é, afinal, controlar a nossa mente. OTIMISTAS OU PESSIMISTAS? Uma das qualidades pessoais que melhor nos definem é se tendemos a ver o copo meio cheio ou meio vazio. Isto é, se somos otimistas ou pessimistas. A que pode dever-se esta opção vital tão transcendente? Em primeiro lugar, a fatores biológicos e sociais, como, por exemplo, a relação que temos com os familiares e amigos, dado que estes deixam uma marca muito significativa na configuração do nosso pensamento.


É a atividade mental diåria que determina a nossa personalidade e a forma de nos relacionarmos com o mundo; ou seja, somos aquilo que pensamos


[ESPECIAL NEUROCIÊNCIAS] Contudo, os pensamentos negativos nem sempre são um problema. Por vezes, podem corresponder a uma estratégia de prevenção do cérebro, um esforço adaptativo que nos prepara contra possíveis desgraças futuras – uma desilusão amorosa, a reprovação num exame, a morte de um ente querido, etc. Grave é quando esses pensamentos se tornam dominantes, pois implicam um dispêndio energético desnecessário: pelo mesmo “preço”, podemos aprender a ver as coisas de um modo positivo, algo que é muito mais estimulante e saudável.

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ESTRATÉGIAS ÚTEIS Especialistas no estudo do pensamento delinearam um conjunto de estratégias muito úteis, para aprender a pensar de forma positiva. No entanto, essas estratégias apenas servem em caso de níveis de negatividade considerados normais, pois se esta for fruto de uma perturbação psicológica, como a depressão ou a ansiedade, deve consultar-se o médico, para obter um tratamento específico. Em primeiro lugar, vejamos alguns exemplos práticos de pensamento negativo, que podem ocorrer em situações quotidianas e causar-nos angústia, medo ou tristeza: 4 O meu filho não me telefonou. Será que aconteceu alguma coisa?”. 4 “Tenho uma apresentação e não consigo falar em público”. 4 “A minha namorada está magoada com algo e eu não percebo o que é”. 4 “Estou tão feia que nem consigo olhar-me ao espelho”. Todas estas situações têm sequências previsíveis, que condicionam o nosso comportamento: esperaremos o telefonema do filho, num estado de angústia extrema; bloquearemos no momento de falar; reagiremos de modo negativo perante a namorada, precipitando um possível conflito ou um agravamento das relações; não apreciamos uma festa por não nos sentimos bonitas... Porém, esses pensamentos são perfeitamente reversíveis. O objetivo não é ignorar a realidade, mas sim aprender a vê-la de um ângulo mais favorável. Estes seriam possíveis pensamentos alternativos aos atrás expostos: 4 “O mais provável é que o meu filho esteja sem bateria no telemóvel e me telefone amanhã; certamente que está tudo bem”. 4 “Sim, sou capaz de falar em público; apenas necessito de preparar bem aquilo que vou dizer, para ganhar segurança e naturalidade”. 4 “É provável que a minha namorada tenham tido um mau dia; vou perguntar-lhe se está bem e se posso fazer alguma coisa por ela”. 4 “Com a roupa adequada e uma maquilhagem fantástica, vou fazer furor na festa”.

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PASSAR DA TEORIA À PRÁTICA Tudo o que dissemos até aqui parece muito simples, mas o facto é que há uma questão em aberto: como passar da teoria à prática? Não é assim tão difícil: basta fazer um esforço para ser sistemático, identificar os pensamentos negativos e procurar alternativas.

Qual é a PARTE DO CÉREBRO DEDICADA AO PENSAMENTO?

Quando pensamos em algo de forma consciente, temos tendência a levar a mão à testa. Porquê? Pode ter uma explicação biológica. Traçando uma linha reta na cabeça, do nariz para a nuca, dividimos o cérebro em duas partes: o hemisfério direito e o esquerdo. Cada hemisfério divide-se, por sua vez, em quatro lóbulos: o frontal, o parietal, o occipital e o temporal. As duas partes do lóbulo frontal encontram-se, como o nome indica, na parte dianteira do crânio. E é, precisamente, nesta zona do cérebro que se produzem os pensamentos. Os lóbulos frontais são considerados o núcleo de controlo da nossa personalidade. Neles residem as funções motoras, a espontaneidade, o pensamento criativo, a tomada de decisões futuras, a memória, a língua, o juízo, o controlo do impulso e o comportamento social. Uma lesão nesta zona pode afetar, de forma grave, as funções psíquicas, intelectuais e emocionais.


Verá como lhe ocorrem, sem esforço, pensamentos alternativos e abordagens mais otimistas. Não há nenhum segredo: todos podemos fazer uso da nossa flexibilidade mental. Se puser em prática estas simples instruções, aprenderá a detetar os seus pensamentos, a avaliá-los de forma positiva e, se necessário, mudá-los. Desta forma, sentirse-á mais seguro e tranquilo, os seus comportamentos serão mais adequados a cada situação e tudo isso traduzir-se-á num maior bem-estar mental. Basta praticar. Façao e verá como o seu grau de controlo aumenta em muito pouco tempo.

Controlar os pensamentos negativos não é assim tão difícil: basta fazer um esforço para ser sistemático, identificar os pensamentos e procurar alternativas IDEIAS DE FORÇA 4 O pensamento orienta-se para a resolução de problemas. Há que ter em conta que, como esforço orientado, requer sempre uma satisfação. Há que procurá-la. 4 O ato de pensar responde sempre a uma motivação, que pode ter origem num fator natural, social ou cultural. Há que detetar qual é a nossa principal motivação, para a controlar em cada situação concreta. 4 Pensar leva-nos a elaborar juízos, através dos quais expressamos a nossa posição perante certas situações. Há que ter em conta que é a expressão destas posições que nos define como pessoas, por isso, deve estar sob controlo.

4 Tente não antecipar – Muitas vezes, ao anteciparmos as situações negativas, sentimos uma ansiedade que pode derivar em atos contrários aos nossos desejos. Exemplo: repetir que não se vai sair bem numa entrevista de emprego predispõe à insegurança e isso joga, inevitavelmente, contra si. É preferível prepararse, repetir que tudo irá correr bem e ver o que acontece, sem fazer avaliações precoces. 4 Centre a sua atenção naquilo que está a fazer – Se está com um grupo de amigos, é preferível centrar a atenção na conversação geral, do que encerrar-se nos seus próprios pensamentos. 4 Pergunte – É melhor saber sempre o que está a acontecer, para não efetuar interpretações que possam induzir em erro. É preferível conhecer a realidade e saber aquilo com que podemos contar. 4 Planifique bem o seu tempo – Muitas vezes, perdemos tempo e energia dando voltas a uma situação, sem obter qualquer benefício. Exemplo, se tem de entregar um trabalho na próxima semana, é muito mais produtivo planificar e marcar umas horas para se dedicar a esse trabalho, em vez de pensar nisso e não fazer nada. 4 Minimize as coisas que não têm importância – Dê prioridade aos assuntos realmente importantes. 4 Adie certos pensamentos – Por vezes, podemos passar horas dando voltas a um assunto, sem conseguir tirar conclusões. Isto distrai-nos da tarefa que temos em mãos ou não nos permite apreciar aquilo que estamos a fazer. É muito mais útil comprometer-se a abordar esse pensamento num momento mais propício do dia e, então, pensar nele em exclusivo e durante o tempo necessário. Desta forma, poderá passar o resto do tempo de mente livre de preocupações.

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concreta => Emoção negativa => => Pensamento negativo => Pensamento alternativo => => Nova emoção

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Situação

OUTROS CONSELHOS

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Para isso, um bom primeiro passo seria comprar um diário e registar, durante vários dias, os seus pensamentos, seguindo o seguinte esquema:


[ESPAÇO AMPLIPHAR ] apresenta uma fórmula completa com nutrientes importantes para a função cerebral, memória e concentração, função psicológica e sistema nervoso, conferindo proteção antioxidante e energia.

está indicado para pessoas sob stress profissional, estudantes, idosos em declínio das suas faculdades mentais, pessoas com falhas de memória e fadiga intelectual e para todos que pretendam melhorar a performance cerebral.

ENERGIA

MEMÓRIA/CONCENTRAÇÃO

FUNÇÃO PSICOLÓGICA E SISTEMA NERVOSO

Ómega 3 Vitaminas

Guaraná

Minerais

Fosfolípidos

Ginkgo biloba

Carotenóides

Glutationa

5-HTP L-arginina

Glutamina Ginseng

PROTEÇÃO ANTIOXIDANTE FUNÇÃO CEREBRAL

Disponível em Farmácias e Espaços de Saúde Suplemento alimentar. Os suplementos alimentares não devem ser utilizados como substitutos de um regime alimentar variado e de um modo de vida saudável.


FUNÇÃO CEREBRAL

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[ESPECIAL NEUROCIÊNCIAS]

COVID-19 DEPRESSÃO E SUICÍDIO

A PROPÓSITO DO DIA MUNDIAL DA PREVENÇÃO DO SUICÍCIO

NO CONTEXTO DA ATUAL PANDEMIA, HÁ UMA FORTE TENDÊNCIA PARA DESVALORIZAR A SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA. POR SUA VEZ, A DEPRESSÃO É A PRINCIPAL CAUSA DE MORTE POR SUICÍDIO. NO MÊS EM QUE SE ASSINALA O DIA MUNDIAL DA PREVENÇÃO DO SUICÍDIO, IMPORTA UNIR ESFORÇOS E AJUDAR QUEM SE ENCONTRA EM SOFRIMENTO.

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DEPRESSÃO consiste numa perturbação mental muito comum no ser humano. Caracteriza-se por ser uma perturbação emocional persistente, que afeta negativamente a forma como a pessoa se sente, pensa e age. Provoca, por sua vez, sentimentos de tristeza e/ou perda de interesse, nomeadamente nas atividades habituais do quotidiano, e diminui de forma significativa a capacidade funcional da pessoa, quer a nível profissional, quer a nível social. DIAGNÓSTICO DA DEPRESSÃO No contexto atual, a existência da pandemia de Covid-19 constituiu uma ameaça para a saúde, tanto a nível físico como psicológico, considerando-se urgente e emergente uma atitude. De facto, estamos a viver uma situação de instabilidade emocional significativa, em que os sentimentos de angústia, tristeza, depressão, raiva, medo, bem como outras alterações, dominarão o nosso dia a dia. Como consequência, prevê-se que, haverá uma forte tendência a desvalorizar a sintomatologia depressiva, uma vez que a mesma terá poderá ser confundida com a tristeza e esgotamento, o que dificultará o diagnóstico da depressão.

Todos temos o dever de estar atentos e informados sobre a depressão e as suas consequências, para unir esforços e ajudar quem se encontra em sofrimento


Pela

DRA. RITA TRINDADE

TRATAMENTO da depressão 4 Psicoterapia cognitivo-comportamental 4 Medicamentos 4 Outras técnicas comprovadas cientificamente, como, por exemplo, neurofeedback.

DEVER DE ESTAR ATENTO Todos temos o dever de estar atentos e informados sobre a depressão e as suas consequências, para unir esforços e ajudar quem se encontra em sofrimento. Por isso, todas as atitudes são preciosas quando se suspeita que alguém possa estar depressivo e com pensamentos suicídas. O importante, numa primeira fase, é

A DEPRESSÃO PRECISA SER TRATADA A depressão, tal como as doenças físicas, precisa de ser tratada. Em todos os casos, o recurso à psicoterapia é fundamental e, em casos mais específicos, deve-se complementar o tratamento com a utilização de psicotrópicos. Lembre-se que a grande maioria das pessoas deprimidas melhora substancialmente com um tratamento apropriado. De uma forma geral, os quadros depressivos de intensidade moderada a grave são tratáveis com a conjugação da Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e medicação. Sendo que, em casos ligeiros, serão intervencionados apenas com Psicoterapia Cognitivo-Comportamental. Reforço o alerta: se conhecerem alguém que possa ter uma perturbação de humor, o mais importante a ser feito é aconselharlhe a procurar ajuda. Não devemos minimizar a depressão, antes pelo contrário, devemos ser ativos na procura de uma resposta. A saúde mental é um assunto sério: sem saúde mental não há saúde.

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4 Sente-se triste sem motivo aparente; 4 Tem vontade de chorar frequentemente, mesmo sem motivo aparente; 4 Perdeu o interesse por atividades que anteriormente lhe davam prazer; 4 Sente-se cansado e esgotado, sem vontade de fazer nada; 4 Critica-se constantemente e sente-se inútil; 4 Tem problemas de concentração e lapsos de memória frequentes; 4 Sente dores de cabeça, de costas ou de estômago, sem haver uma causa física; 4 Deseja morrer porque a morte parece a única saída para acabar com a angústia.

tentar entender o que está a acontecer e quais os sentimentos associados. Não tenha medo de perguntar à pessoa porque se sente triste, deprimida e se está a pensar em suicídio (desistir de algo). Sendo que é improvável, para não dizer impossível, que a depressão passe por si só, torna-se fundamental que o primeiro passo seja aceitar que precisamos de ajuda e, consequentemente, procurar ajuda dos profissionais de saúde mental (psicólogos e psiquiatras).

SETEMBRO 2020

SINAIS a que deve estar atento

CAUSA DE 800 MIL SUICÍDIOS A depressão é o “trilho doloroso” que induz a um sofrimento intenso, conduzindo em casos extremos ao suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, cerca de 300 milhões de pessoas tinham diagnóstico de depressão. Em Portugal, a realidade não é diferente da situação mundial: estima-se que haja cerca de um quinto da população (22,9%) com sintomatologia depressiva. Atualmente, sabe-se que a depressão é considerada a doença que mais contribui para as mortes por suicídio, com um índice bastante elevado: falamos de 800 mil situações por ano, em todo o mundo. Apesar de ainda ser um assunto tabu da nossa sociedade, o suicídio encontra-se entre as 10 principais causas de morte em Portugal e em todo o mundo. No nosso país, anualmente, suicidam-se cerca de 1000 pessoas. No entanto, desde o início da pandemia, o número de suicídios aumentou drasticamente, assunto que está nas primeiras páginas dos jornais, tal como os números de infetados por COVID-19. No entanto, é mais fácil olhar para o lado e mascarar esta realidade, do que nos comprometermos.

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Psicóloga Clínica e da Saúde; Trofa Saúde Hospital de Barcelos e Trofa Saúde Hospital de Braga Norte


[ESPAÇO VIDA SAUDÁVEL]

Selénio UM TRUNFO NA PROTEÇÃO DO ORGANISMO 20


CONSTIPAÇÕES CONSTANTES, UNHAS QUEBRADIÇAS E PROBLEMAS DE TIROIDE. NA ORIGEM DESTES PROBLEMAS PODE ESTAR, SIMPLESMENTE, A FALTA DE UM NUTRIENTE ESSENCIAL DENOMINADO SELÉNIO, QUE SE SABE HOJE SER INDISPENSÁVEL PARA A SAÚDE HUMANA.

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NHAS QUEBRADIÇAS E SISTEMA IMUNITÁRIO FRAGILIZADO TÊM ALGUMA LIGAÇÃO? Segundo a ciência, sim. A falta de selénio, um mineral essencial ao nosso organismo, deixa as unhas enfraquecidas e o sistema imunitário debilitado, sendo os sintomas nas unhas os primeiros a manifestar-se. Este mineral, que o nosso corpo não fabrica e que obtemos através dos alimentos, é importante para um bom desempenho do sistema imunitário – a guarda-avançada do organismo, que nos defende das infeções virais, como a gripe –, para a saúde e resistência das unhas e também para o bom funcionamento da tiroide. Desempenha, ainda, um papel importante na ajuda à prevenção de problemas cardiovasculares, reumatismo, infertilidade e alguns tipos de cancro. ONDE ENCONTRÁ-LO? Castanha-do-Brasil, atum, sardinha, carne alimentada a pasto e cereais são, teoricamente, boas fontes de selénio. Contudo, mesmo seguindo uma dieta rica e variada, não existe a garantia da sua ingestão em quantidade suficiente para ser eficaz. Em Portugal, tal como noutros países da Europa, os solos são muito pobres em selénio, devido, entre outras razões, a fatores geológicos e agricultura intensiva. O selénio é um mineral presente no solo que é absorvido pelas plantas e que o ser humano obtém através da ingestão dessas mesmas plantas ou da carne de

animais que se alimentam delas. Se a terra for cultivada intensivamente, sem que os minerais sejam repostos, estes tornam-se insuficientes no solo e, consequentemente, na nossa alimentação. Na Finlândia, onde o teor de selénio no solo era extremamente baixo, o governo aprovou uma lei, em 1984, determinando o enriquecimento com selénio de todos os fertilizantes. Consequentemente, a taxa de selénio na população aumentou e a taxa de doença cardíaca diminuiu. Para garantir um aporte diário adequado de selénio, é importante fazer uma alimentação variada, eventualmente complementada com selénio sob a forma de suplemento alimentar. QUE SUPLEMENTO ESCOLHER? Há cada vez mais pessoas a tomar suplementos de selénio, como forma de prevenção dos problemas que a sua insuficiência pode trazer. Mas nem todos os suplementos garantem um bom nível de absorção pelo organismo. Até à data, o melhor nível de absorção foi obtido com uma levedura de selénio orgânico patenteada, que garante, de acordo com estudos realizados, uma taxa de absorção de quase 90% do teor de selénio. Um suplemento deste mineral que contenha também zinco terá o benefício adicional de contribuir para uma melhoria da pele, uma vez que o zinco favorece os mecanismos de reparação dos tecidos envolvidos na formação de pele nova e na cicatrização de feridas.

Há cada vez mais pessoas a tomar suplementos de selénio, como forma de prevenção dos problemas que a sua insuficiência pode trazer 5 sinais de FALTA DE SELÉNIO 4 Queda de cabelo e fragilidade/descoloração das unhas; 4 Metabolismo lento (hipotiroidismo); 4 Imunidade comprometida; 4 Infertilidade (no homem e na mulher); 4 Dificuldade de concentração.

... e 5 sinais de FALTA DE ZINCO 4 Manchas esbranquiçadas nas unhas; 4 Pele seca; 4 Perda de olfato/paladar; 4 Caspa; 4 Diminuição da libido.


[SAÚDE NUTRIÇÃO]

CADA IDADE COM A SUA

DIETA SEGUIR UMA DIETA SAUDÁVEL E EQUILIBRADA EM QUALQUER IDADE É A MELHOR RECEITA PARA UMA VIDA LONGA E PLENA DE SAÚDE. NO ENTANTO, CADA PERÍODO CONCRETO APRESENTA NECESSIDADES ESPECÍFICAS, QUE CONVÉM TER EM CONTA AO PLANEAR E PREPARAR AS REFEIÇÕES QUOTIDIANAS.

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ADA IDADE COM A SUA DIETA: esta é a conclusão a que chegou um grupo de especialistas em Nutrição da universidade inglesa de Norwich. Os resultados das suas investigações apontam para a necessidade de dar primazia a grupos concretos de alimentos em cada fase da vida. Esta abordagem facilita o equilíbrio do organismo e faz com que seja menos traumático perder peso, em caso de necessidade.

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DOS 20 AOS 30 ANOS

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As pessoas desta faixa etária deveriam consumir quantidades elevadas de vegetais de folha verde, como os brócolos, as acelgas ou a rúcula. A razão prende-se com o facto destes alimentos serem muito ricos em ácido fólico, um nutriente que ajuda a prevenir doenças cardíacas e circulatórias. Os investigadores também recomendam a ingestão de tomate (preferencialmente cozinhado ao vapor) como acompanhamento de carnes e peixes, pois contém licopeno, substância eficaz na prevenção de determinados tipos de cancro.


Outros alimentos recomendados

4 Geleia real – Fornece uma boa quan-

MEIO DA MANHÃ 4 Um lácteo magro ou um kiwi ALMOÇO 4 Espargos gratinados 4 Peixe branco no forno 4 Um iogurte

Outros alimentos recomendados

4 Aveia – É a melhor opção para começar ao dia carregado de energia. A aveia está especialmente indicada para as situações de stress, fadiga e astenia, pois contém amido, ácidos gordos essenciais (como o linoleico), lecitina, fósforo, vitamina B1 e uma substância, a avenina, que exerce um ligeiro efeito sedante sobre o sistema nervoso. 4 Framboesas – Talvez seja uma das fontes mais desconhecidas de vitamina C, indispensável para a formação do colagénio, sendo benéficas para os ossos, dentes e glóbulos vermelhos. Devido ao seu elevado conteúdo em fibras, são um excelente regulador intestinal. Também são ricas em minerais tão necessários como o potássio e o magnésio. 4 Arroz integral – Além de ser uma excelente fonte de hidratos de carbono complexos, o arroz integral fornece elevadas quantidades de fibras e uma quantidade significativa de vitaminas do grupo B (as mais energéticas). Como acontece com outros cereais integrais, as suas calorias são metabolizadas pelo fígado e transformadas em glucose, que se distribui por todo o corpo sob a forma de energia sustentada.

Menu-tipo PEQUENO-ALMOÇO 4 Aveia com leite magro 4 Sumo de laranja natural

LANCHE 4 Uma peça de fruta

MEIO DA MANHÃ 4 50g de pão integral com 40g de queijo light

JANTAR 4 Guisado de grão com legumes 4 Uma peça de fruta

ALMOÇO 4 Arroz integral salteado com verduras

4 Peixe branco em papelote 4 Uma peça de fruta LANCHE 4 Um punhado de amêndoas JANTAR 4 Feijão-verde 4 Acelgas ou espinafres cozidos 4 Peito de frango grelhado 4 Um iogurte

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PEQUENO-ALMOÇO 4 Café com leite magro 4 Duas colheres de cereais 4 Sumo de duas laranjas

Nesta década da vida, é importante ingerir snacks saudáveis, para manter os níveis de glucose durante todo o dia e evitar a fome. Os especialistas recomendam como snack ideal as amêndoas cruas, pois são ricas em gorduras monoinsaturadas. De facto, investigações demonstraram que comer um punhado diário de amêndoas é um hábito mais recomendável para reduzir os níveis de colesterol LDL (o mau) e proteger a saúde cardíaca em geral.

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Menu-tipo

DOS 30 AOS 40 ANOS

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tidade de vitaminas (A, C, B), minerais e substâncias que favorecem o bom funcionamento hormonal. Além disso, a geleia real é uma das melhores fontes de ácido pantoténico e a única fonte natural de um ácido gordo menos comum, o 10-hidroxi-2-decenóico, ao qual se atribui uma boa parte do poder reconstituinte. 4 Iogurte – Ajuda a fortalecer os ossos e os dentes, equilibra a flora intestinal, favorece a digestão da lactose, intervêm no crescimento, facilita a perda de peso e, além disso, contribui para a reserva de cálcio necessária na meia-idade. 4 Grão – O seu elevado conteúdo em hidratos de carbono de absorção lenta converte o grão na melhor opção para manter níveis de energia elevados, sem engordar. Além disso, esta leguminosa é uma importante fonte de proteínas de origem vegetal e contém nutrientes diretamente implicados na energia física e mental, como o magnésio, o fósforo e vitaminas do grupo B. 4 Espargos – Outro dos alimentos com um elevado conteúdo em ácido fólico. O seu conteúdo de fibras, aliado ao escasso valor calórico, também converte os espargos em ótimos aliados para combater os problemas de obstipação.


[SAÚDE NUTRIÇÃO] Entre os 40 e 50 anos, a ingestão de cálcio deve reforçada, a fim de prevenir a osteoporose, especialmente no caso das mulheres Menu-tipo PEQUENO-ALMOÇO 4 Uma taça de leite magro com cereais integrais 4 Duas peças de fruta

ALMOÇO 4 Alcachofras com presunto 4 Posta de salmão no forno 4 Uma peça de fruta

MEIO DA MANHÃ 4 Uma fruta ou um iogurte magro

LANCHE 4 Um iogurte magro com um punhado de pinhões JANTAR 4 Caldo vegetal 4 Peito de frango grelhado 4 Um iogurte magro

DEPOIS DOS 50 ANOS DOS 40 AOS 50 ANOS

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Neste período da vida, a ingestão de cálcio deve ser reforçada, a fim de prevenir a osteoporose, especialmente no caso das mulheres. É imprescindível incluir na dieta quotidiana diversos produtos lácteos desnatados, bem como nozes, sementes, peixes gordos e azeite.

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Outros alimentos recomendados 4 Salmão – É uma importante fonte de ácidos gordos ómega 3. Contém selénio, um antioxidante que já demonstrou a sua importância no atraso do envelhecimento. 4 Pinhões – São ricos em cálcio e magnésio e constituem uma boa alternativa ou complemento dos produtos lácteos, pelo que estão especialmente recomendados para pessoas com problemas de osteoporose ou de descalcificação óssea. O seu consumo regular reduz o risco de sofrer doenças cardiovasculares. 4 Cereais integrais – Fornecem energia e um amplo leque de nutrientes, sendo ainda uma excelente fonte de fibras. 4 Uvas – São ricas em nutrientes que protegem os vasos sanguíneos e o músculo cardíaco dos danos provocados pelos radicais livres. Desde sempre, a uva foi um alimento recomendado nos estados de debilidade, anemia, problemas renais e intestinais ou no tratamento da obesidade.

As pessoas desta faixa etária devem aumentar a ingestão de espinafres, pois está demonstrada a relação entre esta verdura e a prevenção dos problemas de visão relacionados com a idade. Da mesma maneira, é recomendável o consumo habitual de alimentos como alho, cebola, maçã, devido às respetivas propriedades anticancerígenas. Outros alimentos recomendados

4 Pato – Além de um importante fornecimento de proteínas baixas em gordura, a carne de pato é rica em tirosina, um aminoácido que aumenta a concentração de dopamina e noradrenalina, duas hormonas que trabalham a nível cerebral e que estão implicadas no aumento da motivação, asseguram o bom estado dos reflexos nervosos e aumentam a resistência ao stress.

4 Sementes de girassol – São ricas em vitamina E, um nutriente cuja carência aumenta o risco de sofrer uma maior deterioração física. 4 Ovos – A gema é uma das principais fontes de fosfolípidos, as chamadas moléculas da memória. Trata-se de um tipo de gorduras que participa na criação da mielina, uma substância que reveste os nervos. A mielina reforça as funções cerebrais e otimiza o rendimento intelectual.

Menu-tipo PEQUENO-ALMOÇO 4 Café com leite magro 4 Duas tostas de pão integral 4 40g de queijo MEIO DA MANHÃ 4 Um iogurte magro com um punhado de sementes de girassol ALMOÇO 4 Feijão verde com batata cozida ao vapor 4 Peito de pato grelhado 4 Uma peça de fruta LANCHE 4 Uvas JANTAR 4 Tomate com queijo no forno 4 Um iogurte magro



[SAÚDE NUTRIÇÃO]

Doentes

MALNUTRIDOS NUTRIÇÃO ADEQUADA É UM DIREITO DE TODOS

EMBORA SEJA UMA SITUAÇÃO CONHECIDA DE TODOS, A MALNUTRIÇÃO DOS NOSSOS DOENTES CONTINUA A SER IGNORADA, SUBDIAGNOSTICADA E SUBTRATADA PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. CONTUDO, É IMPERATIVO QUE TODOS OS INDIVÍDUOS MALNUTRIDOS OU COM RISCO DE MALNUTRIÇÃO SEJAM SISTEMATICAMENTE RASTREADOS, AVALIADOS E TENHAM ACESSO A CUIDADOS NUTRICIONAIS ADEQUADOS.

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MALNUTRIÇÃO POR CARÊNCIA (ou desnutrição) significa não comer o suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais diárias. Resulta na perda de peso não programada, sobretudo perda de massa muscular, fundamental para a recuperação, mobilidade e autonomia do indivíduo. A sua presença agrava a condição clínica do doente, leva ao aumento dos reinternamentos hospitalares e a elevadas taxas de complicações e mortalidade, comprometendo a eficácia de muitas terapêuticas farmacológicas e cirúrgicas.

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SITUAÇÃO IGNORADA A malnutrição associa-se a diversas patologias, como doenças geriátricas, oncológicas, neurológicas, respiratórias, gastrointestinais e infecciosas, independentemente da faixa etária, região e classe social da população afetada. Os efeitos adversos relacionados com a toma de medicação podem interferir com a ingestão de alimentos ou provocar falta de apetite, náuseas ou vómitos, assim como os baixos rendimentos e o isolamento, devido à idade ou à doença, podem contribuir para a malnutrição. Embora seja uma situação conhecida de todos, continua a ser ignorada, subdiagnosticada e subtratada pelos profissionais de saúde, com consequências para os doentes e para o SNS. A perda de peso é um dos sinais visíveis da malnutrição e só é aceitável em dietas de

emagrecimento, não podendo ser considerada “normal” no internamento hospitalar ou nos idosos na comunidade. RISCO DE AGRAVAMENTO Dados preliminares da prevalência em Portugal indicam que 2 em cada 4 adultos internados estão em risco de malnutrição, em contraste com a média europeia de 1 em cada 4, sendo uma situação de alarme. A prevalência real da malnutrição só

Pelo

DR. ANÍBAL MARINHO Médico intensivista, presidente da APNEP – Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica e porta-voz da campanha ONCA (Optimal Nutritional Care for All) em Portugal.

será obtida quando o Ministério da Saúde começar a publicar dados sistematizados de prevalência nacional, prática comum em diversos países europeus. Se antes da atual pandemia, a realidade destes doentes já era preocupante, acreditamos que agora é ainda mais, pelo agravamento do seu estado nutricional e pelo aumento do número de doentes malnutridos fora do contexto hospitalar. Muitos dos doentes COVID-19 terão pela frente longos meses de recuperação funcional, sendo a manutenção de um adequado estado nutricional um fator crucial para o sucesso da sua reabilitação. MALNUTRIÇÃO É REVERSÍVEL A boa notícia é que malnutrição é reversível, desde que o indivíduo seja sujeito ao rastreio nutricional, ou seja, desde que a malnutrição seja identificada precocemente e instituída uma intervenção nutricional individualizada, tendo em conta a condição clínica, necessidades nutricionais e preferências do mesmo. Quando o ato de se alimentar se torna limitado e a alimentação oral deixa de ser possível ou suficiente, há necessidade de recorrer à nutrição clínica. Seja por via entérica (oral e sonda) ou via parentérica (intravenosa), a nutrição clínica passa a ser a única solução possível para nutrir o doente, prevenindo o desenvolvimento de malnutrição ou corrigindo uma situação já instalada.


atempado, a uma terapêutica nutricional individualizada e ao acesso equitativo

Nutritional Care for All –, uma iniciativa que une diversas entidades de 18 países, como sociedades médicas, associações de doentes e agentes políticos, numa missão conjunta de implementação do rastreio nutricional e otimização dos cuidados nutricionais, construindo e acelerando a disseminação de boas práticas. Tem como objetivo que todos os indivíduos malnutridos ou com risco de malnutrição sejam sistematicamente rastreados, avaliados e tenham acesso a cuidados nutricionais adequados. DIREITO A UMA NUTRIÇÃO ADEQUADA A implementação da campanha ONCA em Portugal tem sido reconhecida e distinguida internacionalmente, mas falta-nos ainda assegurar que o acesso à nutrição clínica na comunidade seja equitativo, mesmo quando as nossas entidades políticas reconhecem que esta se encontra devidamente regulada na maioria dos países europeus, onde o acesso está garantido a 100%. Aguardamos a publicação da

Norma Clínica DGS “Implementação da Nutrição Entérica e Parentérica no Ambulatório e Domicílio em Idade Adulta”, já aprovada, e a qual será um passo importante na garantia de que todos os indivíduos tenham acesso a cuidados nutricionais adequados, equitativos e de alta qualidade. Temos uma preocupação mediática constante em promover o aumento da esperança de vida da população, mas esse aumento tem forçosamente de ser complementado com um aumento da qualidade de vida dessa mesma população. Temos de nos preocupar em recuperar os nossos doentes para uma vida ativa com qualidade ou, pelo menos, com a dignidade a que todo o ser humano deve ter direito. Todos temos o direito ao rastreio nutricional atempado, a uma terapêutica nutricional individualizada e ao acesso equitativo à nutrição clínica na comunidade. O acesso a uma nutrição adequada é um direito de todos. Exigi-lo é um dever comum, de profissionais de saúde, doentes, cuidadores/familiares, opinião pública e decisores políticos.

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à nutrição clínica na comunidade

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CAMPANHA INTERNACIONAL A atual acessibilidade zero à nutrição clínica no ambulatório/domicílio traduz-se em elevados custos diretos e indiretos para o SNS, com detioração da condição clínica do doente, ao contrário do que acontece noutros países europeus. Temos o exemplo da nossa vizinha Espanha, onde desde o século passado a nutrição clínica no ambulatório/domiciliária é comparticipada, ou seja, há mais de 20 anos, em oposição a Portugal, onde continuamos a negligenciar estes doentes. Desde 2016 que Portugal faz parte da campanha internacional ONCA – Optimal

Todos temos o direito ao rastreio nutricional

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NECESSIDADE DE NUTRIÇÃO CLÍNICA Estima-se que, anualmente, mais de 115 mil doentes em risco nutricional ou malnutridos na comunidade necessitem de apoio nutricional com recurso a nutrição clínica (entérica e parentérica). São doentes que, quando têm alta hospitalar, saem sem ser qualquer apoio ou comparticipação na aquisição da nutrição clínica, indispensável, muitas vezes, à sua sobrevivência, qualidade de vida e tratamento da doença-base. Na comunidade, a falta de acessibilidade à nutrição clínica, por falta de apoio financeiro do Estado, acentua desigualdades sociais, uma vez que apenas os indivíduos com capacidade financeira para tal conseguem reverter a sua malnutrição no contexto ambulatório/domicílio.


[ESPAÇO AMPLIPHAR ]

REFORÇO DO SISTEMA IMUNITÁRIO

São conhecidos os inúmeros benefícios para a saúde da Vitamina D, também designada como Vitamina do Sol. Apesar de Portugal ser um dos países mais ensolarados da Europa, estudos recentes comprovam que cerca de 65% da população portuguesa apresenta baixos níveis de Vitamina D no organismo. A vitamina D é produzida pela pele quando exposta ao sol, podendo também ser obtida através da dieta ou da suplementação. As fontes naturais mais ricas em vitamina D são os óleos de fígado de peixe. Os ovos, carne, leite e a manteiga também contêm pequenas quantidades de vitamina D.

A vitamina D é essencial no metabolismo e mineralização ósseos, sendo uma das principais responsáveis pelo controlo dos níveis de cálcio e fósforo. Tem também um papel importante no funcionamento dos músculos e no reforço do sistema imunitário. Recomenda-se uma ingestão diária entre 10 e 20 µg. A carência em vitamina D poderá agravar-se como consequência do recolhimento domiciliário e isolamento social aconselhados devido ao Covid-19.

Em busca de novas estratégias de intervenção para fazer face à pandemia, estão a decorrer alguns estudos sobre o eventual papel da vitamina D na resposta imunitária ao Covid-19. No combate ao risco de infeção por Covid-19, ganha especial importância reforçar o sistema imunitário. No caso particular da diabetes mellitus, o excesso de açúcar no sangue e o processo de inflamação mais acentuado, acarreta maior vulnerabilidade aos diabéticos, pois sobrecarrega e compromete a resposta do sistema imunitário. Uma vez comprometido, o sistema imunitário pode não conseguir dar os sinais de alarme da doença, podendo avançar rapidamente para quadros mais graves. Uma vez que os altos níveis de glicose associados à diabetes afetam o funcionamento do sistema imunitário, o controlo da glicémia constitui a medida mais eficaz para proteger os diabéticos de infeções. O crómio, em conjunto com a insulina, ajuda a transportar a glicose da corrente sanguínea para as células, onde esta constitui uma importante fonte de energia. Na falta de crómio, este processo não ocorre tão eficazmente, aumentando os níveis de glicose no sangue. Várias investigações referem a capacidade do crómio para regular as concentrações de açúcar no sangue, ajudando a promover o controlo da diabetes. Assim, “com os níveis de glicémia controlados, o risco de um diabético contrair Covid-19 é idêntico ao de uma pessoa saudável.” é um suplemento minerovitamínico com 200 µg de crómio, sob a forma de levedura de crómio, e 20 µg de vitamina D, adequado a diabéticos, que reforça o sistema imunitário.



[SAÚDE FLASHS] Raul Vieira - Grupo Farmacêutico completa um século de existência É uma das farmacêuticas mais antigas do País e, precisamente na altura em que assinala 100 anos de existência, vê Portugal e o mundo lidar com uma grave crise sanitária. Chama-se Raul Vieira - Grupo Farmacêutico, tem uma estrutura familiar que já vai na quarta geração, sendo hoje liderada por duas das quatro bisnetas do seu fundador, que perante o cenário provocado pela COVID-19 imediatamente decidiram assinalar o centenário da empresa com uma doação a uma unidade de saúde. O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, foi a entidade escolhida. Depois de se

terem destacado no setor das vacinas, soros de uso humano e veterinário, derivados de plasma e cosmética, a empresa aposta agora exclusivamente na medicina de biorregulação de origem natural. Foi em 1999 que Margarida e Maria de Macedo assumiram a liderança da empresa. Na altura, fruto de experiência pessoal e na sequência da obtenção de um contrato com um dos mais prestigiados laboratórios alemães do setor para serem a sua representante em Portugal, decidiram apostar exclusivamente na comercialização deste tipo de soluções, à data, pouco conhecidas no País. “Focámo-nos em promover novas opções terapêuticas baseadas nos processos biológicos de autorregulação e associadas à visão mais vanguardista da saúde e das ciências nas últimas décadas, ou seja, o enfoque psiconeuroendocrinoimunológico”, explica Maria de Macedo. “Tem-se registado um aumento da utilização deste tipo de opções terapêuticas”, afirma a empresária, acrescentando: “Existem vários exemplos de medicamentos com base em componentes naturais, seja em distúrbios gastrointestinais, seja na mitigação de estados de ansiedade, em distúrbios do sono ou, ainda, no domínio da inflamação e das doença musculoesqueléticas”.

Grupo Saúde Viável - Insparya investe 2,5 milhões

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O Grupo Saúde Viável - Insparya, especialista no diagnóstico, tratamento e investigação nas áreas da Saúde e Transplante Capilar, inaugurou recentemete, no Porto, uma nova unidade clínica e um inovador centro de Investigação & Desenvolvimento – _Insparya Science and Clinical Institute. Com este investimento de 2,5 milhões de euros, o Grupo, presente em Portugal e em Espanha, em parceria com Cristiano Ronaldo, cimenta a sua posição internacional, baseada em tecnologia e investigação científica de ponta. Com uma equipa de uma dezena de investigadores, provenientes das mais diversas áreas científicas (incluindo, Medicina, Engenharia Biomédica, Engenharia Mecânica ou Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, entre outras), este centro de I&D terá duas valências: a investigação tecnológica, com o desenvolvimento de soluções de robótica e de prognóstico com reconstrução 3D do paciente, com recurso a tecnologias como Inteligência Artificial e Machine Learning, por exemplo; e a investigação biomédica e em células estaminais, para o desenvolvimento de terapias regenerativas com vista à cura da calvície e à compreensão de mecanismos moleculares que permitam o tratamento da alopecia em pacientes que até hoje não o podem fazer.

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Biocodex Microbiota Foundation lança Bolsa Estão abertas as candidaturas à Bolsa Internacional para Projetos de Investigação 2021, da Biocodex Microbiota Foundation. A Bolsa deste ano é subordinada ao tema “Os efeitos funcionais da microbiota intestinal humana no autismo” e tem um valor de 200 mil euros. Esta Bolsa Internacional, aberta a candidatos de todos os países, pretende distinguir o melhor projeto de investigação dentro desta temática. As candidaturas podem ser submetidas até 30 de novembro de 2020, através do endereço de e-mail: apply@BiocodexMicrobiotaFoundation.com. A decisão do Comité Científico será anunciada em março do próximo ano. A Biocodex Microbiota Foundation atribui todos os anos uma bolsa para projetos internacionais e uma bolsa para projetos nacionais, contribuindo para acelerar a investigação e o conhecimento científico na área da microbiota.

Ansiedade e depressão levam portugueses a procurar ajuda A procura de serviços de Psicologia, aconselhamento e psicoterapia aumentou 312% entre Junho e Julho, sendo a ansiedade, a depressão e os problemas matrimoniais que mais estão a afetar a saúde mental dos portugueses, revela um estudo realizado pela Fixando, plataforma portuguesa para a contratação de serviços locais. Os portugueses sentem cada vez mais a preocupação e a necessidade de prestarem atenção às duas doenças do século: ansiedade e depressão, que lideraram as causas das buscas por psicólogos e psicoterapeutas, sendo que o confinamento só veio agravar a manifestação destas patologias. Nervosismo, cansaço e dificuldade em dormir são os motivos mais comuns relatados pelos inquiridos que, ao procurarem ajuda, pretendem gerir a ansiedade e o stress, melhorar a qualidade de vida e lidar com a depressão. Também o aconselhamento matrimonial tem sido bastante solicitado, sendo que o principal objetivo de 71% dos casais é restituir a confiança e melhorar a comunicação.



Regresso ao [SAÚDE PREVENÇÃO]

ESTRATÉGIAS PARA GANHAR MOTIVAÇÃO O REGRESSO AO TRABALHO PODE SER FONTE DE DESÂNIMO, ANSIEDADE E DESORIENTAÇÃO. PARA ENFRENTAR DE NOVO A ROTINA, O SEGREDO ESTÁ EM COLOCAR MENTE E CORPO EM ORDEM.

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ORES DE CABEÇA, cansaço profundo, taquicardia, insónias e até problemas do foro intestinal são alguns dos sintomas da depressão pósférias, a forma mais agravada do stress que afeta alguns de nós no momento de deixar o descanso para trás. Apesar deste distúrbio psicossomático atingir uma pequena fatia da população – alguns psicólogos e psiquiatras consideram mesmo que este tipo de depressão, enquanto tal, não existe, que a fadiga está associada a alterações somáticas difíceis de diagnosticar – a verdade é que a maioria se depara, em maior ou menor grau, com algum desalento no momento de enfrentar novamente a rotina e os compromissos.

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Para evitar esta melancolia, importa adotar algumas medidas, em particular se o seu emprego é emocional e/ou fisicamente exigente. Falamos de “estratégias” mentais, mas também de cuidados físicos que, além de ajudarem a reparar os “estragos” do verão, contribuem para alimentar o bem-estar, fundamental quando nos sentimos sem motivação nem energia.

PENSE JÁ NAS PRÓXIMAS FÉRIAS Nada dá mais alento e eleva mais o estado de espírito do que começar já a planear as férias seguintes. Mas se estas estão marcadas para só daqui a um ano, a sua frustração face ao retorno laboral tende a disparar consideravelmente.


trabalho VOLTE UNS DIAS ANTES Se for para fora, procure regressar, pelo menos, dois dias antes, de modo a poder habituar-se à rotina gradualmente. E porque não começar a trabalhar a meio da semana, por exemplo a uma quarta-feira? Deste modo, evita ter de enfrentar cinco dias de uma vez – se a primeira semana for mais curta, a ansiedade e o stress serão menores. Lembre-se que o seu corpo rege-se por um ritmo próprio, uma espécie de relógio interior que regula o funcionamento do organismo segundo períodos de atividade.

A primeira semana pode parecer-lhe penosa e difícil de ultrapassar, mas a verdade é que o seu estado de espírito durante os primeiros cinco dias não passa de uma sensação passageira

DESAFIE-SE Aproveite a “rentrée” para experimentar algo novo que ansiava há muito, seja fazer um curso de culinária ou começar a praticar desporto. Deste modo, estará a evadirse mentalmente e a recriar sensações que tantas vezes experimentou durante as férias, altura em que somos bombardeados com impressões e informações pouco familiares, responsáveis por fazer disparar o nosso entusiasmo. A rotina faz-nos, de certo modo, esquecer este estado de espírito, pelo que só precisa de contrariá-la para conseguir o tão desejado “efeito férias”. MAIS HORAS DE SONO O sono é o mais sacrificado durante as férias, altura em que vivemos numa certa anarquia de horários. Durante este período, os efeitos não se fazem notar, mas o ritmo

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PENSAMENTO POSITIVO As férias podem fazer-nos esquecer o que mais apreciamos naquilo que fazemos. Aproveite para refletir sobre o melhor que a sua profissão e o seu emprego lhe oferecem – seja realização pessoal, bons colegas ou remuneração atrativa. Concentre-se nos pontos positivos e verá como é

mais fácil ultrapassar qualquer desconforto associado ao regresso. Está cientificamente provado que a nossa predisposição mental tem impacto direto sobre a forma como vivemos determinadas experiências.

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NÃO MERGULHE DE CABEÇA NO TRABALHO Se à sua espera estão pilhas de tarefas e compromissos, respire fundo. Em primeiro lugar, de nada adianta começar a desesperar com a montanha de trabalho que tem pela frente. Não tente fazer tudo nos primeiros dias – além de a sua produtividade ainda ser muito reduzida, por ter estado algum tempo parado, estará a depositar pressão acrescida sobre si mesmo. Faça uma tarefa de cada vez, comece pelas mais simples e procure falar com os seus colegas e superiores de modo a perceber quais devem ser as suas prioridades. Ao envolverse gradualmente no trabalho, não correrá o risco de se sentir “engolido”.

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Se lhe for possível, divida as férias, no mínimo, em dois períodos. O segredo está no equilíbrio: se o período for demasiado grande, dificulta o regresso à realidade e esgota a possibilidade de novas férias para breve; se for muito pequeno, não dá tempo para se alienar do stress do dia a dia. Se o mapa das férias for bem estipulado ao longo do ano – com dias livres aqui e ali para “esticar” alguns fins de semana – conseguirá evitar excesso de cansaço. Este é, aliás, outro fator a ter em conta: evite tirar férias só quando se sentir à beira do limite. Quando assim é, corremos o risco de o stress viajar connosco e de não conseguirmos desligar as ideias. Antes de ir, deixe tudo organizado. Deste modo, evitará passar as férias a pensar naquilo que ainda lhe falta fazer.


[SAÚDE PREVENÇÃO] PLANTAS que promovem o bem-estar Como (quase) sempre, a natureza tem a resposta. A fitoterapia à base de infusões pode ser uma preciosa ajuda “extra” no momento de levantar o ânimo e de ajudar a transitar do mundo do “dolce fare niente” para o mundo das responsabilidades. 4 ERVA-CIDREIRA As propriedades calmantes da Melissa officinalis são recomendadas por diversos fitoterapeutas, que aconselham a erva-cidreira para amenizar sintomas de ansiedade ou falta de ânimo. Em estado depressivos, revela-se um bom sedativo, atuando ao nível do sistema nervoso.

do trabalho põe a nu os malefícios que advêm de dormir pouco. Procure dormir entre sete a oito horas para descansar bem e manter as ideias em ordem – quando raciocinamos com clareza relativizamos tudo o que se passa à nossa volta. ESTADO DE ESPÍRITO PASSAGEIRO A primeira semana pode parecer-lhe penosa e difícil de ultrapassar, mas a verdade é que o seu estado de espírito durante os primeiros cinco dias não passa de uma sensação passageira. Assim que recuperar a produtividade – percebendo como se sente preenchido quando está ativo e envolvido num projeto – irá sentir-se novamente cheio de energia e motivado para abraçar novos desafios. No entanto, se está descontente com o seu emprego, tenha cuidado: evite precipitar-se e tomar decisões sérias logo após as férias, pois o mais certo é que o seu discernimento ainda esteja toldado pela desorientação do regresso. INVISTA EM SI Ocupe-se com o seu bem-estar e verá como se torna bem mais fácil envolver-se novamente na realidade da sua vida. A verdade é que a maioria das pessoas aproveita as férias para se alienar – e bem – de tudo: dos compromissos, da alimentação saudável, do exercício físico. Se tem o hábito de ir ao ginásio ou de caminhar ao final do dia, procure recuperá-lo logo na primeira semana de trabalho, de modo a sentir que está, aos poucos, a readaptar-se ao seu quotidiano. E SE O PÂNICO SE INSTALAR? Para ser considerado síndrome ou depressão pós-férias, é necessário que a tristeza associada ao regresso ao trabalho seja acompanhada de sintomas físicos específicos que condicionem o próprio quotidiano. Só quando os sintomas perduram durante os 15 dias posteriores ao início da vida laboral é que existem motivos para alarme. Neste caso, não se trata apenas do medo do regresso – um sentimento que, dizem os especialistas, está intrinsecamente ligado à liberdade que as férias proporcionam – mas, antes, de uma condição psicológica que exige acompanhamento profissional, dado que a síndrome pode ser o sinal de uma problemática latente que importa abordar com urgência.

A fitoterapia pode ser uma preciosa SETEMBRO 2020

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ajuda no momento de levantar o

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ânimo e de ajudar a transitar para o mundo das responsabilidades

4 VALERIANA Está cientificamente comprovado que os princípios ativos da valeriana melhoram os problemas de insónia e o estado anímico das pessoas que a consomem. 4 CHÁ VERDE Graças às catequinas, à cafeína e à teofilina, substâncias que aumentam os consumos metabólicos das gorduras, o chá verde é o melhor aliado da “rentrée”, altura em que, por norma, nos deparamos com alguns quilos a mais. Os antioxidantes naturalmente presentes nesta planta são ainda fundamentais para evitar a produção de radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento das nossas células. 4 BORRAGEM Os óleos desta planta (Oenothera biennis) apresentam um elevado conteúdo de ácido gama-linoleico, que protege a pele tanto dos efeitos negativos das radicações UV A (responsáveis pelo envelhecimento e imunossupressão), como dos produzidos pelos UV B (responsáveis pelo eritema solar). 4 CAVALINHA Outra planta com benefícios para a pele, em particular a que foi castigada pelo sol. Além de propriedades diuréticas, a cavalinha tem ainda a particularidade de ajudar a pele a repor os seus minerais. Fornece, por exemplo, uma grande quantidade de silício, componente fundamental do tecido conjuntivo do cabelo, pele e unhas.



[SAÚDE PREVENÇÃO]

Astenia

MAIS DO QUE CANSAÇO... ASTENIA É O TERMO MÉDICO USADO PARA DEFINIR UM ESTADO DE FRAQUEZA GERAL DO ORGANISMO, COM SENSAÇÃO DE FALTA DE FORÇA E CANSAÇO, DESPROPORCIONAL AO ESFORÇO E QUE NÃO DESAPARECE COM O REPOUSO.

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SENSAÇÃO DE CANSAÇO EXCESSIVO constitui uma queixa cada vez mais frequente dos doentes que procuram o seu médico de família. Este cansaço é descrito como um estado de exaustão, com sensação de fraqueza muscular, prostração, falta de energia e falta de iniciativa, entre outras queixas. E ao contrário de um cansaço ou fadiga fisiológicos, este estado de exaustão não é proporcional aos esforços físicos ou mentais, nem desaparece habitualmente com o repouso. Se são estes os sintomas, estamos perante aquilo que os médicos designam por astenia. ORIGEM PSÍQUICA OU SOMÁTICA Em mais de metade dos casos, a astenia é de origem funcional, sendo, muitas vezes, causada por stress prolongado, exaustão

profissional, ou associando-se a perturbações de ansiedade ou depressão. Mas, por vezes, a astenia pode ser de origem orgânica, sendo sintoma de uma patologia subjacente. A astenia é uma queixa particularmente frequente após um quadro infeccioso (bacteriano ou viral). Sintomas como lassidão, fraqueza, dificuldades de concentração ou perda de apetite persistem muitas vezes para além do tratamento específico da infeção, podendo resultar na perda de produtividade e compromisso funcional. MANIFESTAÇÕES DA ASTENIA A astenia caracteriza-se por manifestações físicas (ex. fadiga muscular, diminuição da resistência física), psicológicas (ex. baixa autoestima, desmotivação), intelectuais (ex. alterações da atenção,

concentração ou memória) e sexuais (ex. diminuição da líbido, autoavaliação pessimista do desempenho sexual). TRATAMENTO DA ASTENIA O tratamento da astenia não deve descurar a sua causa. Em caso de astenia somática, o tratamento terá como objetivo tratar a doença de base. Se a astenia for de origem psíquica, deverá também procurar-se resolver os fatores causais. Em ambos os casos, pode ser útil um tratamento antiasténico, capaz de normalizar a deficiente gestão dos recursos energéticos do organismo que caracteriza a astenia. Também se recomenda manter um estilo de vida saudável: higiene de sono adequada, alimentação equilibrada e atividade física regular.

AO CONTRÁRIO DE UM CANSAÇO OU FADIGA FISIOLÓGICOS, A ASTENIA É DESPROPORCIONAL AOS ESFORÇOS FÍSICOS OU MENTAIS E NÃO DESAPARECE COM O REPOUSO



[SAÚDE GASTRENTEROLOGIA]

Hepatites PREVENIR A CIRROSE E O CANCRO DO FÍGADO

AS HEPATITES TÊM CAUSAS, FREQUÊNCIAS E MANIFESTAÇÕES VARIÁVEIS, TAL COMO VARIÁVEIS SÃO OS MÉTODOS DE TRATAMENTO. COMUM A TODAS É A NECESSIDADE DE CONTROLO DOS FATORES DE RISCO E DE ESTABELECIMENTO DE UM DIAGNÓSTICO PRECOCE, COM VISTA A PREVENIR A EVOLUÇÃO PARA CIRROSE OU CANCRO DO FÍGADO.

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MA HEPATITE CONSISTE numa inflamação do fígado. Os sintomas são variados, incluindo naúseas, vómitos, dor abdominal, fadiga, fezes claras, urina escura, coloração amarelada da pele e escleróticas. No entanto, é importante referir que na grande maioria dos casos as hepatites são assintomáticas. O diagnóstico é realizado através de exames laboratoriais que revelam enzimas hepáticas (chamadas transaminases) aumentadas. Este achado, por mais ligeiro que seja, deve determinar de imediato uma investigação.

VARIEDADE DE CAUSAS Apesar das mais conhecidas serem as hepatites víricas, existe uma variedade de outras causas de hepatite. Existem causas infecciosas (vírus, bactérias e parasitas), causas tóxicos (como o álcool, produtos ditos naturais e medicamentos), causas metabólicas (como o fígado gordo não alcoólico) e causas autoimunes. Destaco, pela sua importância e frequência, as hepatites víricas e a esteatohepatite não alcoólica, recentemente denominada esteatohepatite associada a doença metabólica.

HEPATITES VÍRICAS As hepatites víricas são muito frequentes, existindo múltiplos vírus que podem associar-se a um quadro de hepatite: alguns provocam uma doença sistémica que envolve vários orgãos e que pode envolver o fígado, como o citomegalovírus, vírus epstein-barr; outros provocam principalmente doença hepática (vírus hepatotrópicos). Existem 5 principais vírus hepatotrópicos – também chamados vírus das hepatites: vírus da hepatite A (VHA), B (VHB), C (VHC), D (VHD) e E (VHE).


O VHA e VHE são transmitidos através de consumo de água ou alimentos contaminados e originam, na quase totalidade dos casos, infeções agudas. INFEÇÕES AGUDAS A infeção pelo VHA é mais frequente nos países em desenvolvimento, com más condições sanitárias. Contrariamente, a sua prevalência tem vindo a diminuir nos países ditos desenvolvidos. Este facto não é necessariamente vantajoso, uma vez que nas crianças a infeção é maioritariamente assintomática ou com sintomas ligeiros, enquanto que no adulto a hepatite A pode ser grave e, em casos raros, fulminante. A infeção pelo VHA é aguda, autolimitada. Existe vacina disponível. A infeção pelo VHE tem ganho relevância nos últimos anos. Inicialmente considerada exclusiva de países em desenvolvimento, tem sido cada vez mais diagnosticada nos países desenvolvidos, mesmo na ausência de contexto epidemiológico (nomeadamente viagens a países com elevada prevalência, como a Índia ou o Paquistão). Pensa-se que nos países desenvolvidos o VHE transmite-se principalmente pelo consumo de carne pouco cozinhada de suínos contaminados. O VHE é, tal como o VHA, uma infeção aguda, embora em alguns casos especiais possa tornar-se crónica (doentes imunodeprimidos, nomeadamente doentes transplantados). TRANSMISSÃO PARENTÉRICA Os VHC, VHB e VHD são de transmissão parentérica, isto é, transmissão pelo sangue (mais frequente para o VHC), por via sexual ou transmissão da mãe para o bebé (mais frequente para o VHB). Podem cursar com hepatite aguda ou hepatite crónica. A transmissão mãe-bebé (chamada transmissão vertical) da hepatite B é a principal via de propagação do vírus nos países em desenvolvimento, onde não existem cuidados pré-natais. Deste modo, em países africanos e do Oriente, muitos bebés nascem com VHB, uma infeção que vai persistir toda a sua vida. A hepatite C tem sido associada à toxicodependência, no entanto, existem outras formas de adquirir a doença (transfusões sanguíneas anteriores a 1992, tatuagens), incluindo um número significativo de pessoas sem fator de risco identificável.

NECESSIDADE DE ANÁLISES Estas hepatites víricas crónicas são assintomáticas, na sua grande maioria, durante muitos anos, acabando por se manifestar numa fase em que já progrediram para cirrose ou cancro do fígado. Deste modo, se não for realizada uma análise de sangue com as enzimas hepáticas e uma serologia viral, o indivíduo pode viver décadas sem saber que está infetado. É fundamental que, na presença de alteração das análises hepáticas, de fatores de risco e em doentes oriundos de países endémicos, seja realizada a serologia vírica, pelo menos, uma vez na vida. TRATAMENTOS E VACINAS A hepatite C tem cura, tendo ocorrido nesta última década uma revolução do seu tratamento, com aparecimento de medicamentos antivíricos potentes, muito eficazes e bem tolerados, com regimes posológicos simples e curtos (2 a 3 meses). A hepatite B, ao contrário da hepatite C, não tem cura. Existem medicamentos que conseguem inibir a replicação viral, mas não eliminam totalmente o vírus. Nem todos os doentes com infeção pelo VHB necessitam tratamento, uma vez que, em alguns casos, não existe doença hepática apesar da infeção vírica. Mas é importante referir que existe vacina eficaz disponível para a hepatite B. A hepatite D ou delta ocorre exclusivamente em doentes com hepatite B, cursando com uma doença mais grave. FÍGADO GORDO A esteatohepatite não alcoólica (EHNA) é um tipo de hepatite que ocorre em doentes com fatores de risco metabólicos como a hipertensão arterial (HTA), diabetes mellitus (DM), dislipidemia, obesidade. A acumulação de gordura a nível hepático determina alterações inflamatórias que, em alguns casos, podem levar a fibrose hepática e cirrose. O diagnóstico deve ser equacionado perante alterações nas análises hepáticas em doentes com evidência imagiológica de fígado gordo. Em alguns países desenvolvidos, a EHNA é já a primeira causa de transplante hepático. Não existe, atualmente, tratamento específico para esta doença. Medidas de controlo dos fatores de risco acima mencionados, incluindo perda de peso, exercício, medicamentos para controlo adequado da HTA, DM e dislipidemia, já demonstraram ser úteis para impedir a progressão da doença.

Gastrenterologista; Hospital Beatriz Ângelo, a convite da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

4 A hepatites são, na sua maioria, assintomáticas; 4 Pequenas alterações nas análises do fígado (transaminases), devem originar uma investigação de doenças hepáticas; 4 O rastreio para o diagnóstico da hepatite C é fundamental, uma vez que existe cura para esta doença; 4 O diagnóstico da hepatite B é importante, sendo que o rastreio deve ser oferecido a pessoas oriundas de países endémicos e a todas as grávidas; 4 A esteatohepatite não alcoólica é o grande desafio da atualidade, pela sua incidência e tendência de crescimento no futuro.

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Em resumo


Medicina de biorregulação ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR A ABORDAGEM BIORREGULATÓRIA FAZ USO DE UMA VISÃO SISTÉMICA E MULTIDISCIPLINAR QUE, ALÉM DE AMPLIAR AS POSSIBILIDADES DO DIAGNÓSTICO, PERMITE OLHAR PARA A DOENÇA EM PROFUNDIDADE E OTIMIZAR DA GESTÃO DA TERAPÊUTICA, DE ACORDO COM A ESPECIFICIDADE DE CADA DOENTE.

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O CONSIDERAR O PROCESSO EVOLUTIVO da Medicina, verifica-se uma profunda alteração de paradigma ao longo das últimas décadas, em que a abordagem reducionista de outrora, de foco mais linear, cartesiano e limitado, tem vindo a perder terreno para uma visão sistémica, de foco multifatorial, complexa e integrada. Este processo evolutivo está intimamente ligado ao aparecimento e desenvolvimento das chamadas Ciências Ómicas, de que são exemplo a Genómica, a Transcriptómica, a Metabolómica ou ainda a Proteómica, as quais, ao serem associadas às ferramentas bioinformáticas, têm proporcionado um inestimável contributo para uma melhor compreensão da complexidade biológica. Assim, temos hoje a oportunidade de verificar que a complexidade do organismo não pode ser reduzida a uma lista de moléculas, ou a alterações orgânicas individuais, pelo que se torna da maior importância antes entender e abordar as redes responsáveis pela regulação destas alterações.

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VISÃO FECHADA Sem qualquer sofisma, constata-se que o método científico permitiu um avanço em várias áreas da Medicina ao longo do tempo. No entanto, é também possível imputar as limitações das ferramentas que lhe estão associadas como responsáveis por dotar a visão médica de um certo grau de miopia que desvalorizou a abordagem sistémica e, consequentemente, um vasto conjunto de terapias, algumas delas ancestrais, no qual prevalece como a visão da unidade dinâmica do ser humano. Um exemplo claro dessa visão fechada são as doenças crónicas, onde os fatores etiológicos da doença são pouco claros, e onde os diagnósticos clínicos são confinados a diferentes especialidades, tornando mais difícil a demonstração da ligação entre algumas doenças. A consequência desta abordagem é a adoção de opções farmacológicas focadas na sintomatologia, ou na tentativa de interromper o processo evolutivo da doença.

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ABORDAGEM TERAPÊUTICA DA INFLAMAÇÃO Entretanto, alguns fatores de desregulação encontram-se já identificados numa base de dados global relativa às doenças crónicas. Um dos mais importantes fatores é “a inflamação” que, sendo muitas vezes silenciosa e mimética, é também frequentemente mal interpretada e mal abordada. Sabe-se que existe uma base inflamatória na grande generalidade das doenças crónicas, como, por exemplo, as alergias, a asma, as doenças reumáticas, os distúrbios metabólicos e endócrinos, as doenças cardiovasculares, as doenças neurodegenerativas ou, ainda, as doenças oncológicas.

Pelo

DR. JUAN CARLOS HERRERA Professor Internacional de Medicina de Biorregulação de Sistemas (BrSM) Director Médico Raul Vieira, Grupo Farmacêutico


[PROGRESSOS SAÚDE] Fundamentalmente, existem dois tipos de inflamação: a aguda e a crónica. Quando a inflamação é aguda, estamos perante um processo fisiológico benéfico que deve ser modulado para ser resolvido, assim como as suas causas. Por oposição, a inflamação crónica é um processo patológico resultante da desregulação de uma inflamação aguda não resolvida. Um exemplo frequente são os quadros de infeções bacterianas recorrentes tratadas com vários antibióticos. Na prática, o doente repete os quadros infecciosos, apesar de receber os antibióticos indicados, o que pode levar à utilização de medicamentos cada vez mais complexos. Tipicamente, e na generalidade destes casos, instala-se um quadro inflamatório subagudo, que posteriormente se torna crónico. Nestes casos, o conceito de biorregulação não é tido em consideração na seleção da abordagem terapêutica, pelo que o foco se encontra exclusivamente nas bactérias enquanto principal agente causador da doença. FATORES ASSOCIADOS À DESREGULAÇÃO Tal como numa abordagem convencional, também a abordagem biorregulatória valoriza o fator bacteriano infeccioso. No entanto, a abordagem biorregulatória procura sempre a modificação dos outros fatores reguladores dos sistemas, e neste caso, com ênfase na reposta imunitária. Além da infeção, existe provavelmente um componente inflamatório devido à modificação prévia do tecido associada a diferentes fatores, que devem ser avaliados individualmente: 4fatores alimentares: proteínas pró-inflamatórias que se encontram em alimentos processados ou com bissulfitos, produtos lácteos, açúcares, gorduras saturadas ou produtos que recorrem, por exemplo, a corantes ou a acidificantes: 4carências nutricionais prévias; 4síndromes inflamatórias associadas a mucosas e epitélios, que favorecem a alteração da resposta imunitária pela modificação do tecido linfático associado (por exemplo, sinusite, bronquite, gastrite, colite, asma, cistite, vaginose ou, ainda, dermatite); 4disbiose intestinal frequentemente favorecida por dietas inadequadas, stress, obstipação crónica ou, ainda, a utilização de alguns medicamentos como os antiácidos e os anti-inflamatórios não esteroides; 4sobrecarga hepática ou alterações funcionais associadas a alguns alimentos, a alguns medicamentos ou substâncias tóxicas; 4fatores emocionais que impactam simultaneamente os sistemas neurológico, imunitário e endócrino (por exemplo, medo, ansiedade, depressão ou distúrbios do sono); 4fatores relacionados com a atividade física; 4exposição solar. Estes são alguns dos fatores frequentemente associados aos processos de desregulação. Todos eles foram profundamente estudados nas últimas décadas, tendose assistido à sua introdução paulatina na atividade clínica ao longo do tempo. ABORDAGEM BIORREGULATÓRIA Assim sendo, um processo de biorregulação implicaria a modificação de fatores alimentares pró-inflamatórios, uma nutrição adequada do ponto de vista metabólico, calórico e anti-inflamatório, a estimulação dos processos de desintoxicação globais, a atividade física e, ainda, o controlo do stress. A abordagem à doença deve incluir a supressão das causas, que tanto poderão ser múltiplas como individuais, a utilização de medicamentos com indicação adequada, o recurso à terapêutica imunomoduladora, por intermédio de medicamentos com a capacidade de não suprimir a resposta inflamatória, com sustentação científica adequada, com recurso a terapêutica probiótica de acordo com a situação individual, a terapias ortomoleculares apropriadas para cada caso e, finalmente, uma grande variedade de abordagens diferenciadas que visam restaurar o sistema imunológico ao nível das mucosas. O contexto da abordagem biorregulatória é alicerçado numa abordagem multidisciplinar que considera em cada momento a componente social e contextual de cada doente. Assim, uma visão sistémica, além de ampliar as possibilidades do diagnóstico, permite olhar para a doença em profundidade e otimizar da gestão da terapêutica. Isto implica que cada um dos nossos sistemas biológicos que sustentam as diferentes especialidades médicas possam ser enriquecidos com uma visão mais complexa, multicausal, politerapêutica e sempre humana da doença.

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Fibrilhação auricular É NECESSÁRIO DIAGNOSTICAR ATEMPADAMENTE SABIA QUE A FIBRILHAÇÃO AURICULAR AUMENTA EM 5 VEZES O RISCO DE AVC, EM 3 VEZES O RISCO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E EM 2 VEZES O RISCO DE DEMÊNCIA E DE MORTALIDADE?

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FIBRILHAÇÃO AURICULAR (FA) é a arritmia cardíaca mantida mais comum em todo o mundo, sendo responsável por 20 a 30% dos acidentes vasculares cerebrais isquémicos. Diagnosticar atempadamente esta arritmia pode revelarse fundamental na prevenção de complicações como AVC, insuficiência cardíaca, demência ou mesmo morte súbita. A FA pode implicar uma significativa redução da qualidade de vida, mas pode ser controlada através da gestão de comportamentos, hábitos de vida, medicação e, nalguns casos, de ablação.

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SINTOMAS MUITO LIMITATIVOS A fibrilhação auricular associa-se a um aumento de risco para vários problemas, particularmente o acidente vascular cerebral (AVC). Em Portugal, a prevalência desta arritmia cardíaca na população com idade igual ou superior a 40 anos é de cerca de 2,5%. A partir dos 65 anos, a prevalência aumenta para 10%, ou seja, cerca de um em cada 10 portugueses com mais de 65 anos desenvolve esta doença. Estudos indicam que esta é uma condição que aumenta em 5 vezes o risco de AVC, em 3 vezes o risco de insuficiência cardíaca e em 2 vezes o risco de demência e de mortalidade. Embora esta possa ser uma doença silenciosa, a verdade é que muitos doentes apresentam sintomas muito limitativos, como sensação de batimentos descoordenados do coração (palpitações), pulsação rápida e irregular, tonturas, sensação de desmaio ou mesmo perda do conhecimento, dificuldade em respirar, cansaço, confusão ou sensação de aperto no peito.

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SUCESSO TERAPÊUTICO Uma vez diagnosticada, a FA pode ser eficazmente controlada na grande maioria dos doentes, através da alteração de hábitos de vida, fármacos antiarrítmicos, ablação e terapêutica anticoagulante. De acordo com as normas estabelecidas na maior parte dos países europeus, a maioria dos doentes com FA tem indicação para terapêutica anticoagulante oral, para prevenção


[CARDIOLOGIA SAÚDE] do AVC e do tromboembolismo sistémico, nomeadamente através da utilização de anticoagulantes não antagonistas da vitamina K, conhecidos por NOAC. Esta decisão deve ser tomada com o envolvimento de um médico e deve, subsequentemente, haver um plano de acompanhamento do doente. O sucesso terapêutico é tanto maior quanto mais esclarecidos estiverem os doentes. Há várias formas de fibrilhação auricular, sendo que as diferenças se prendem, sobretudo, com o tempo de duração e a persistência da arritmia. Quanto mais tarde for diagnosticada esta arritmia, mais difícil poderá ser conseguir uma terapêutica eficaz. A FA caracteriza-se pelo facto do doente apresentar um ritmo irregular que pode ser detetado nos exames ao coração, como o eletrocardiograma ou o Holter, entre outros. MEDIR A PULSAÇÃO AJUDA A PREVENIR ARRITMIAS O coração assegura que o sangue é distribuído a todas as partes do corpo, variando a atividade em função das necessidades do organismo, ou seja, bombeia mais quando é necessário dar resposta a uma situação de esforço e menos quando o organismo está em repouso. Num adulto saudável em repouso, o coração bate cerca de 60 a 100 a vezes por minuto, sendo o seu ritmo regular. Quando ocorre uma arritmia cardíaca, como a FA, o coração bate de uma forma irregular. Assim sendo, a medição do pulso é a maneira mais simples de vigiar o ritmo do coração. Esta medida simples poderá ajudar a detetar batimentos cardíacos irregulares, identificar precocemente FA e prevenir doenças graves. FATORES DE RISCO Muitos são os fatores de risco que podem estar na origem das arritmias. Tabagismo, stress, consumo de bebidas alcoólicas, estilos de vida sedentários, consumo de drogas, toma incorreta de alguns medicamentos e excesso de cafeína estão na origem de muitas arritmias. Existe ainda um grupo de comorbilidades que potenciam o aparecimento de episódios de FA e que são a diabetes, a obesidade, a insuficiência cardíaca, a hipertensão arterial, a síndrome de apneia obstrutiva do sono e a doença coronária, entre outras. Alguns fatores de risco associados à FA são modificáveis, pelo que alterar o seu estilo de vida e cumprir os tratamentos de acordo com as indicações do seu médico pode reduzir o risco de desenvolver esta arritmia e as suas complicações.

Fibrilhação auricular EM PORTUGAL 4 A partir dos 50 anos, a prevalência da fibrilhação auricular ronda os 2,5 %; 4 A partir dos 60 anos, a prevalência aumenta para o dobro, por cada década de vida; 4 A partir dos 65 anos, 10% dos portugueses têm fibrilhação auricular; 4 Se não for controlada, esta arritmia aumenta 5 vezes o risco de AVC, 3 vezes o risco de insuficiência cardíaca, ao mesmo tempo que duplica o risco de demência e de mortalidade.

Cardiologista com subespecialidade de Eletrofisiologista, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; professora auxiliar de Farmacologia na Faculdade de Medicina de Coimbra; representante da Ordem dos Médicos na Comissão de Farmácia e Terapêutica da ARS; elemento da Direção da Sociedade Portuguesa de Cardiologia; elemento do Colégio de Farmacologia Clínica.

4 Envelhecimento 4 Hipertensão arterial 4 Insuficiência cardíaca 4 Diabetes 4 Tabagismo 4 Obesidade 4 Doença coronária 4 Síndrome de apneia obstrutiva do sono

A fibrilhação auricular aumenta o risco da formação de pequenos coágulos sanguíneos, que podem deslocarse para o cérebro, causando um AVC. Estima-se que cerca de um terço dos AVC possam ter como origem a FA, daí a necessidade de terapêutica com anticoagulantes orais, no sentido de tornar o sangue mais fluido.

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PROFª. NATÁLIA ANTÓNIO

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20% dos AVC são de causa cardioembólica

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Fatores de RISCO


[SAÚDE ANDROLOGIA]

Andropausa MENOPAUSA NO MASCULINO? NAS MULHERES, A MENOPAUSA MARCA A ENTRADA NUMA NOVA FASE DA VIDA; NOS HOMENS, COM A CHEGADA DOS 50, SURGEM OS PEQUENOS PROBLEMAS...

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QUE O HOMEM VIVE, COM O INÍCIO DA ANDROPAUSA, não se pode comparar exatamente às transformações físicas e psíquicas que sucedem à mulher, nomeadamente o fim da fertilidade. Eles não sofrem modificações hormonais brutais e podem procriar até ao fim da vida. Mas o envelhecimento do homem também é irreversível. Quanto mais avança na idade, mais as suas faculdades tendem a declinar. A principal causa desta evolução é a testosterona, cujos níveis baixam progressivamente com a idade.

HORMONA OMNIPRESENTE A testosterona está na origem do desejo sexual masculino e que, se os seus níveis forem baixos, a vida sexual do homem será menos ativa. Decididamente omnipresente, esta hormona também tem muita influência sobre as faculdades intelectuais, bem como sobre a agressividade e o sentido de domínio. Experiências levadas a cabo com homens que não sofreram de um défice de testosterona mostraram que esta hormona tem vários efeitos benéficos: musculatura mais forte, maior dinamismo, atitude empreendedora e forte desejo sexual.

A diminuição dos níveis de testosterona repercute-se, antes de mais, na sexualidade, adormecendo o desejo sexual

SINTOMAS que não enganam 4 Fadiga sem razão, acompanhada, por vezes, de dores musculares e tendinites; 4 Sono pouco tranquilo; 4 Problemas de memória relativos a factos recentes; 4 Ansiedade pouco habitual; 4 Humor depressivo; 4 Vontade de urinar com frequência; 4 Aumento de peso a nível abdominal; 4 Calores súbitos, sobretudo a seguir a esforços, emoções, por vezes, à noite, perturbando o sono; 4 Suores localizados, no tronco e couro cabeludo; 4 Disfunções sexuais, sobretudo diminuição da libido, do desejo sexual, uma certa indiferença, com menor frequência de relações sexuais, ereção instável.

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PRÓSTATA: problemas inevitáveis

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A próstata de um homem jovem tem o tamanho de uma noz, de 20 gramas aproximadamente. Ao envelhecer, a próstata aumenta frequentemente de volume, comprimindo a uretra. A este aumento chama-se hipertrofia benigna da próstata. A evolução deste problema atinge praticamente todos os homens, mas a respetiva gravidade varia de indivíduo para indivíduo. Com a idade, a hipertrofia acaba por obstruir a uretra, o que prejudica a micção: o débito de urina e a força do jato diminuem, aumentam a frequência das micções e a sensação desagradável de bexiga cheia. Muitas vezes, a micção termina gota a gota. Os homens desta idade devem ser vigiados, pois surgem casos de cancro da próstata, com alguma frequência.


SINAIS EVIDENTES Se um homem perto dos 50 sofre de falta de entusiasmo, de pouco dinamismo e, claro, de uma diminuição do apetite sexual, ao mesmo tempo que se constata uma diminuição global da massa muscular, podemos considerar que estes factos estão ligados a uma diminuição significativa dos níveis de testosterona.

As consequências são diversas. A diminuição dos níveis de testosterona repercute-se, antes de mais, na sexualidade, adormecendo o desejo sexual e dando lugar a problemas de ereção. A diminuição de testosterona terá, também, um papel importante na remineralização dos ossos. O homem ficará igualmente exposto, tal como a mulher, à osteoporose.

Finalmente, a sua incidência sobre a fadiga, o stress e os problemas vasculares são de ter em conta. A fim de minimizar a diminuição de testosterona com a idade, a manutenção desta hormona esteroide, naturalmente produzida pelo organismo, consiste no fornecimento de bons esterois alimentares ou fitoesterois, percursores naturais desta hormona, tal como se encontram nos óleos de pevides de abóbora, noz de palma e alguns outros óleos vegetais.


[SAÚDE AUDIOLOGIA]

Vai usar aparelho auditivo?

5 CONSELHOS QUE NÃO PODE IGNORAR SE VAI USAR UM APARELHO AUDITIVO PELA PRIMEIRA VEZ, CONHEÇA ALGUMAS DICAS E CONSELHOS QUE VÃO FACILITAR A ADAPTAÇÃO.

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S ESPECIALISTAS EM APARELHOS AUDITIVOS ALERTAM para a necessidade de haver consciência relativamente ao processo de adaptação ao aparelho auditivo, porque este pode ser um processo difícil, exigente a nível psicológico e demorado, contrariamente à ideia comum. No entanto, está comprovado que a utilização do aparelho auditivo a longo prazo melhora significativamente a qualidade de vida dos utilizadores, impedindo que estes se sintam socialmente excluídos, por não poderem acompanhar o que os rodeia. Seguem-se os cinco processos necessários para que seja efetuada uma adaptação completa ao uso do aparelho auditivo.

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DIÁLOGO COM O FORNECEDOR APARELHO DO

O aparelho auditivo será ajustado às necessidades do utilizador durante os primeiros meses de utilização, razão pela qual é necessário que exista um diálogo aberto e próximo com o fornecedor, para que o processo de ajuste seja eficaz e corresponda às necessidades do utilizador.

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GESTÃO DE EXPETATIVAS

Ansiar ouvir pode ser um problema, quando as expetativas são elevadas e os resultados não chegam tão rápido. Enquanto o aparelho não estiver devidamente ajustado nunca fará parte do utilizador e, devido às etapas necessárias no processo de ajuste, o utilizador pode sentir-se desmotivado e deixar de acreditar nos benefícios da sua utilização. Para que tal não aconteça, é necessária uma gestão de expetativas, acompanhada da noção clara de todo o processo.

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1 EM CADA 4 JOVENS corre o risco de ficar surdo a curto prazo

Utilizadores de aparelhos auditivos têm MAIOR ESPERANÇA DE VIDA Um estudo publicado na revista Age and Ageing, desenvolvido por uma equipa de investigadores da Islândia, mostrou que idosos com perda auditiva têm uma taxa de mortalidade mais elevada do que aqueles que usam aparelhos auditivos. A pesquisa foi feita a cerca de 5000 islandeses com idades a partir de 67 anos. Entre os participantes, 25,4% manifestaram perda auditiva, 9,2% tinham deficiência visual e 7% deficiência visual e auditiva. O estudo centrou-se na relação entre perda auditiva e visual com a mortalidade, demonstrando que os idosos com perda auditiva e/ou visual correm maiores ris-

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cos de morrer dentro de um período de cinco anos, comparando com a restante população. O número de pessoas que sofre de problemas auditivos tem vindo a aumentar devido, em grande parte, à exposição contínua à poluição sonora. A facilidade no acesso a “gadgets” também contribui para este fenómeno da perda de audição. É por isso que a os especialistas aconselham, como forma de prevenção, a realização de rastreios auditivos e a procura de ajuda especializada, caso se verifiquem sintomas de perda de audição, no sentido de encontrar a solução mais adequada para o cada problema.

Os jovens portugueses apresentam, cada vez mais, perda auditiva induzida pelo ruído. O número de pedidos de ajuda especializada tem vindo a aumentar nos últimos anos e os níveis de audição dos jovens equivalem, em grande parte dos casos, a défice auditivo geralmente registado em pessoas com mais de 60 anos de idade. Este tipo de perda auditiva é definitivo e, como tal, irreversível. A situação é particularmente alarmante se considerarmos que, cada vez mais cedo e com maior frequência, os jovens se autoexpõem a níveis muito elevados de ruído, principalmente através do uso diário de aparelhos de reprodução de música a um volume desaconselhável. Também a Comissão Europeia estima que, nos próximos anos, 10 milhões de jovens europeus correm o risco de sofrer perda auditiva irreversível.

MÉTODOS E OBJETIVOS

A definição de etapas no processo, em conjunto com o seu audiologista, permite-lhe adquirir motivação quando esta faltar.

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VEJA O SEU APARELHO COMO UMA NOVA PARTE DE SI

A crença errada de que usar aparelho auditivo é como colocar óculos pode gerar mal-entendidos. Note que até os óculos podem causar dores de cabeça nas primeiras utilizações, devido à diferença de graduação; no entanto, quando se trata de um aparelho auditivo, a questão é aprender a ouvir de um modo diferente.

europeus correm o risco de sofrer perda auditiva irreversível, headphones com o volume demasiado alto

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As pessoas que nos são próximas são importantes em qualquer etapa, sobretudo quando se trata de adquirir um equilíbrio físico e mental. Não as exclua deste processo e confidencie os seus sentimentos e medos em relação ao que está a passar, pois não está sozinho.

devido à utilização de SETEMBRO 2020

FALE COM FAMILIARES E AMIGOS

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10 milhões de jovens


[SAÚDE ESTANTE] QUALQUER QUE SEJA A SUA IDADE, SEXO OU INTERESSES, LEIA OS CONSELHOS DE QUEM SABE, PARA UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL, BEM SUCEDIDA E FELIZ!

Título:

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O Grande Livro da Alimentação Saudável

Autora: Ágata Roquette Editora: Contraponto

Quantos de nós já não seguiram planos alimentares para controlar um problema de saúde ou para diminuir de peso? De facto, difícil não é adotar um plano alimentar, o desafio quase nunca superado é o de o manter, isto é, o de transformar novos comportamentos em hábitos de vida. Por isso, este não é apenas um livro para quem deseja perder 5 quilos em um mês, este é sobretudo um parceiro para a vida, um livro para quem quer emagrecer e ser saudável de modo duradouro. Porque ter saúde depende, em grande medida, daquilo que comemos, está nas mãos de cada um escolher em que condições quer viver o tempo que tem pela frente.

A Cura Keto

Autor: Prof. Jurgen Vormann e Nico Stanitzok Editora: Nascente

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Saúde para Elas

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Autora: Dra. Andreia de Almeida Editora: Bertrand

O guia essencial sobre a saúde, o sexo, a beleza, as hormonas, a menopausa e a arte de envelhecer no feminino. Este livro procura inspirar as leitoras e ajudá-las a compreender e a aliviar os seus sintomas, para que possam realmente prosperar na sabedoria de cada etapa de vida. Com uma voz médica no feminino, este kit de sobrevivência, pensado para mulheres, deseja partilhar conhecimentos inspiradores para a felicidade, a longevidade e a vitalidade.

A Cura Keto apresenta um plano eficaz de 28 dias, pobre em hidratos de carbono e rico em gorduras saudáveis, que treina o seu corpo para queimar gordura em vez de glucose, reduzindo a inflamação e fomentando uma perda de peso constante e sustentada. Inclui uma introdução completa à ciência subjacente à dieta cetogénica, com orientações claras a respeito das gorduras vitais, dos hidratos de carbono e da percentagem de proteínas. Com mais de 85 receitas simples e saborosas, que abrangem pequenos-almoços, pratos principais, snacks e doces, não irá sentir fome quando alterar a sua alimentação.

Yoga para Pessoas pouco Flexíveis

Autores: Max e Liz Lowenstein Editora: Nascente

Não tem de ser flexível para praticar yoga. É praticando yoga que ganha flexibilidade. Quer tenha uma amplitude de movimentos limitada, quer se sinta intimidado em aulas cheias de pessoas “desdobráveis”, este livro demonstra-lhe que, com tempo e paciência, qualquer pessoa se pode tornar mais flexível praticando yoga. Um programa de iniciação ao yoga, com instruções detalhadas para aumentar a flexibilidade, a saúde e o bemestar de todos os praticantes.


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Aceitação Radical

Autora: Tara Brach Editora: Lua de Papel

Sentimo-nos muitas vezes aquém do que esperam de nós. Vivemos na companhia de um juiz interior implacável, que não nos perdoa nada: não somos bons, inteligentes, elegantes ou ricos o suficiente. A partir de uma síntese de psicologia ocidental e sabedoria oriental, a autora apresenta um método essencialmente prático, cujo objetivo é ajudar o leitor a aceitar-se exatamente como é – e essa aceitação, como veremos, é a única e verdadeira liberdade de que podemos gozar.

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O Cérebro Noturno

Autor: Dr. Guy Leschziner Editora: Vogais

Insónia, narcolepsia, terrores noturnos, apneia e sonambulismo são apenas algumas das perturbações que afetam quem não consegue descansar a mente e o corpo à hora de deitar. Neste livro, o Dr. Guy Leschziner apresenta-nos as histórias impressionantes dos seus pacientes e os problemas que eles enfrentam, revelando a neurociência por detrás da mente humana quando se encontra adormecida. Com prefácio da Dra. Teresa Paiva, uma das maiores especialistas nacionais em Medicina do Sono.

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[SAÚDE FITNESS]

5 MOTIVOS PARA

treinar com um

PERSONAL TRAINER REGRESSE AOS TREINOS NA MELHOR COMPANHIA! CONHEÇA OS 5 PRINCIPAIS MOTIVOS PARA TREINAR DE FORMA PERSONALIZADA.

Pela PROF.ª ANA ANDRADE

Doutoranda em Atividade Física e Saúde, pela Universidade Lusófona de Lisboa (ULHT). Mestre em Exercício e Bem-Estar, ULHT Lisboa;Personal Trainer e Group Trainer no Holmes Place Parque das Nações.

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A

PESAR DOS INÚMEROS BENEFÍCIOS da prática regular de atividade física em inúmeras patologias, como a obesidade e a diabetes, ainda há muita resistência à sua prática. Uns pelo desconhecimento por onde devem começar, outros por falta de motivação. Se pretende iniciar um programa de treino ou não está a ver resultados com a rotina de treinos atual, um Personal Trainer é a solução ideal para si. São inúmeros os motivos que levam as pessoas a solicitar um acompanhamento personalizado: ser iniciado, querer emagrecer, recuperar de uma lesão ou, simplesmente, ter alguém que possa potenciar o seu desempenho. Personal Trainer é um conceito de treino onde o planeamento é realizado de acordo com a sua condição física atual e os seus objetivos. Geralmente de 1 para 1, visa promover o máximo de motivação, resultados e segurança. Para além do programa de treino e planeamento, o Personal Trainer irá ajudá-lo na promoção de um estilo de vida saudável e ativo, auxiliando com estratégias que visam reduzir comportamentos sedentários. Mesmo que já treine com regularidade, um acompanhamento personalizado pode sempre aumentar o seu grau de compromisso, fornecer-lhe dicas de acordo com os seus objetivos e condição física atual, de forma a ter mais sucesso nas metas definidas. Conheça os 5 principais motivos para treinar com um Personal Trainer.

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[SAÚDE FITNESS]

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NÃO SABE POR ONDE COMEÇAR Se está a começar, talvez não tenha a consciência de quão desafiante é praticar exercício e manter esse hábito. É normal não saber, não tem que saber tudo! O mais importante é saber por onde começar e um Personal Trainer vai ajudá-lo nessa tarefa, ao desenhar um planeamento de treino adequado às suas necessidades e condição física atual. Também irá explicar a importância de treinar diferentes tipos de estímulos (cardiovascular, força, flexibilidade) e respetivos benefícios, assim como com que frequência, intensidade e duração deverá praticá-los. Ademais, irá ter um aconselhamento sobre como evitar comportamentos sedentários e estratégias para se manter ativo no seu dia a dia.

Primeira abordagem Numa primeira abordagem, o Personal Trainer irá realizar: 4 PAR-Q: questionário sobre a condição física atual do praticante e historial clínico; 4 Avaliação de bioimpedância: análise corporal; 4 Entrevista motivacional: definição de objetivos para a mudança de comportamento; 4 Elaboração de um programa de treino e planeamento, de acordo com a sua condição atual e objetivos; 4 Promoção de um estilo de vida saudável e ativo: estratégias para evitar comportamentos sedentários e promoção de atividade física no dia a dia.

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TREINA, MAS NÃO VÊ RESULTADOS Embora treine com alguma regularidade e já há algum tempo, continua sem atingir resultados. Os motivos podem ser diversos, como a falta de motivação, plano desadequado ou, provavelmente, não se está a desafiar tanto como deveria. Neste caso, o Personal Trainer pode ajudar, analisando o que está a fazer, e ajustar o plano de acordo com os seus objetivos, tornando-os mais exequíveis e eficazes. Pode também ajudar a definir metas realistas dos seus objetivos, de acordo com a sua condição atual e estabelecer metas mensuráveis para os concretizar. Ter um treinador pessoal torna o praticante mais comprometido com a tarefa, assim como poderá desafiá-lo a aumentar a intensidade. Aprender a treinar com um Personal Trainer é sempre uma mais-valia para a sua segurança e qualidade de execução. Sem se aperceber, poderá estar a realizar um exercício de forma errada e não estar a potenciar a ativação muscular ou a obter os resultados pretendidos. Não só a nível da execução técnica, assim como cadências (velocidade) de execução, amplitudes de movimento e até diversidade de treino. Por exemplo, no processo de emagrecimento, as pessoas focam-se muito em treinos cardiovasculares; contudo, é fundamental construir massa magra para gerar um maior dispêndio energético ao longo do dia. O Personal Trainer é um professor qualificado, que irá explicar o melhor método de treino de forma individualizada. É sempre bom contar com a ajuda de um especialista, especialmente quando estamos a falar da nossa saúde.

Se está a começar, talvez não tenha a consciência de quão desafiante é praticar exercício e manter esse hábito; o treino SETEMBRO 2020

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personalizado faz

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toda a diferença

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TEM UMA LIMITAÇÃO, PATOLOGIA OU LESÃO ESPECÍFICA Se tem alguma limitação, patologia ou lesão, um Personal Trainer é determinante para a sua saúde. Existem muitas especializações no que diz respeito a populações especiais, quer estejamos a falar de doenças crónicas (cardiovasculares, asma, cancro, etc.), doenças metabólicas (hipertensão, diabetes, obesidade, etc.) ou, ainda, no pré e pós-parto, que o podem ajudar mediante a sua condicionante. A nível de lesões, é também determinante (na maioria dos casos), na recuperação, realizar reforço muscular na zona afetada. Poderá sempre colocar o seu médico em contacto com o seu Personal Trainer, de forma a fazerem um trabalho de equipa, sempre com vista à promoção da saúde e qualidade de vida do praticante. Esta abordagem faz como que, ao trabalhar a área afetada, reduza o risco de reincidência da lesão.


SEGURANÇA É CONFIANÇA! Nos health clubs Holmes Place, devido à situação pandémica que atravessamos com a COVID-19, todas as normas da Direção-Geral da Saúde estão a ser cumpridas. De destacar a limpeza do calçado e medição da temperatura corporal à entrada do clube, a existência de álcool-gel para desinfetar as mãos e equipamentos, bem como o uso obrigatório de máscara por parte do Personal Trainer e do aluno, que apenas a poderá tirar durante a prática de exercício.

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ESTÁ A TREINAR PARA UMA PROVA Nunca correu na vida e começou a fazer os primeiros quilómetros a muito custo. Quer seja para uma prova de 5km ou para uma maratona, para uma prova de obstáculos ou para fazer triatlo, nada melhor do que falar com quem percebe, para definir a melhor estratégia com vista ao seu objetivo. E aqui não falamos apenas do planeamento de treino, que deverá ser ajustado para a prova em questão, tendo em conta a especificidade da modalidade, como também o seu Personal Trainer irá refinar a sua técnica, de forma a minimizar o risco de lesões. Por exemplo numa prova de corrida, irá avaliar o tipo de passada, a postura, a cadência e o ciclo, bem como monitorizar a gestão de esforço durante o evento. Não precisa tornar-se um atleta de alto rendimento, mas se a saúde está sempre em primeiro lugar, convém perceber o que está a fazer para ter sucesso nessa tarefa.

Fotógrafo: Miguel Moura Agradecimentos: Fábio Madeira

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NÃO TEM MOTIVAÇÃO A motivação apresenta-se como uma das maiores barreiras para a prática de atividade física e exercício. Por muita vontade que tenha de se exercitar ou perder peso, todos sabemos que a vontade passa. A motivação de um Personal Trainer vai levar a que se comprometa mais com o seu plano de treino e consiga atingir os seus objetivos. Terá a responsabilidade de atualizar o seu treinador a cada sessão (e esta tarefa não tem de ser castradora, mas sim incentivadora), de como está a cumprir, ou não, o planeamento. Também o compromisso de ter alguém à sua espera faz com que, em vez de pensar “estou cansado, vou para casa”, reflita a sua opção e decida por “estou cansado, mas o meu treinador está à minha espera”. Aumentando o compromisso também aumenta as hipóteses de ter mais resultados. COMO TREINAR COM UM PERSONAL TRAINER? O mais importante na aquisição de serviços de um Personal Trainer é verificar a sua certificação profissional. Todos os Personal Trainers, sejam fisiologista do exercício ou técnico de exercício, têm que ter cédula profissional validada pelo Instituto Português do Desporto e Juventude. Nos health clubs Holmes Place, encontra todos os profissionais certificados, não só com cédula profissional, como também todos têm o curso de suporte básico de vida (SBV) e resgate aquático. Cada profissional tem a sua área de especialidade: populações especiais, corrida, pré e pós-parto, pilates, meio aquático entre outros. Sempre que escolher treinar com um Personal Trainer, acima de tudo, opte sempre pela sua segurança. O valor é o investimento que fará na sua saúde. Sempre que pensar “é muito caro”, questione-se “quanto vale a minha saúde?” e faça a escolha certa.


[SAÚDE ALTERNATIVAS] APRENDER A LIBERTAR O CORPO NÃO É FÁCIL. PARA DISSOLVERMOS O CONDICIONAMENTO QUE A FORMA DE VIDA MODERNA E AS NOVAS AMEAÇAS NOS IMPÕEM, NECESSITAMOS DE TEMPO E DE VONTADE. AS TÉCNICAS QUE PROPOMOS CARACTERIZAM-SE POR ENVOLVEREM E INTEGRAREM O CORPO E O ESPÍRITO, NUM OBJETIVO ÚNICO: O BEM-ESTAR.


8 FORMAS

libertar DE

o corpo N

ÃO OBSTANTE todo o conhecimento que uma boa parte da população instruída já possui sobre prevenção para a saúde, ainda existem muitos obstáculos, gerados pelo estilo de vida moderna e pelas novas ameaças ao bem-estar, que não nos permitem uma total reconciliação com o nosso corpo. Está sobejamente demonstrado que as pessoas que se conseguem manter mentalmente sãs vivem de forma mais satisfatória e são capazes de encarar os problemas de um modo muito mais eficaz. Quase todos nós sentimos o nosso corpo de forma incompleta e, por vezes, quase incomodativa. Porém, aprender a libertar o corpo não é fácil. Para dissolvermos este condicionamento, necessitamos de tempo e de vontade. Uma das soluções para uma relação equilibrada connosco próprios e com o meio que nos rodeia centra-se na plena consciência daquilo que sentimos e numa verdadeira vontade de mudar. Por outro lado, não podemos ignorar que a reaquisição da consciência corporal é algo que ninguém pode fazer por nós. PRIMEIRO OBJETIVO: DESBLOQUEAR-SE Para começar, nada melhor do que recordar as palavras de Alexander Lowen, autor de diversos livros sobre bem-estar integral: “A sensação de identidade deriva da sensação de estar em con-

tacto com o corpo. Para se conhecer a si mesmo, tem de se ser consciente daquilo que se sente”. Somos seres tridimensionais, por isso, este processo de aprendizagem não se limita a um âmbito físico, mas também incide no terreno mental e emocional. É especialmente importante saber descobrir certos detalhes que enriquecerão e otimizarão o esforço, como aprender que alimentos nos convêm mais, que pessoas ou situações da vida quotidiana nos causam stress ou mal-estar e como podemos exercitar a melhor ferramenta de que dispomos: o nosso próprio corpo. Quase todos os desportos e exercícios da cultura ocidental estão orientados no sentido de aumentar a musculatura e modelar o corpo. As técnicas que propomos, pelo contrário, caracterizam-se pelo facto de envolverem e integrarem o corpo e o espírito, num objetivo único: o bem-estar. Antes de começarmos a detalhá-las, cabe salientar que as técnicas aqui apresentadas requerem uma prática contínua, sendo também importante não pensar que se tratam de curas automáticas e milagrosas para todos os problemas. A essência de todas elas é a relaxação e uma atitude iminentemente recetiva, relativamente aos sinais do próprio corpo. São, no entanto, uma oportunidade ideal para aprendermos a expressar-nos, bem como para encontrarmos o caminho que conduz ao equilíbrio pessoal.

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relativamente aos sinais do próprio corpo

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e uma atitude iminentemente recetiva,

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A essência de todas estas técnicas é a relaxação


[SAÚDE ALTERNATIVAS]

3.

MEDITAÇÃO

Quem medita e aprende a reduzir a sua tensão física e mental, encontra o caminho para a tranquilidade e a felicidade torna-se numa atitude intuitiva face à existência. A relaxação é essencial para experimentar e integrar tudo aquilo que se sente. Para começar a meditar, apenas é necessário um quarto sem ruídos e ter presente que não se deve procurar nada de especial nesta técnica, salvo uma maior autoconsciência. Inicialmente, pode ser útil fixar o olhar na chama de uma vela ou noutro objeto ou concentrar-se apenas na respiração. O “zen” é uma das escolas de meditação que mais se enraizou no Ocidente.

Quem medita e aprende a reduzir a

1. CHI

KUNG

O Chi Kung é um sistema chinês de trabalho corporal inspirado na tradição filosófica taoísta, cujas origens remontam há mais de 4000 anos. Consiste na conjugação de uma série de técnicas de respiração, posição corporal, movimentos e meditação, que ajudam o discípulo a aproveitar o “Chi”, a força vital, que também é o elemento-chave de outras disciplinas, como o Aikido e o Tai Chi. A prática do Chi Kung equilibra o “yin” e o “yang”, de modo a que o “Chi” possa circular livremente e ajude a sentir a harmonia que existe entre a pessoa e o mundo. Os exercícios de Chi Kung caracterizam-se por um contínuo deslocamento do peso e por um uso muito expressivo dos gestos corporais. Para aproveitar os benefícios desta técnica, há que aprender quatro princípios básicos: relaxamento, tranquilidade, consciência e movimento. Exercita-se e pratica-se, sobretudo, a capacidade de diminuir voluntariamente o ritmo da respiração, para aumentar a capacidade dos pulmões e desintoxicar o organismo. Pouco a pouco, consegue-se um estado mental tranquilo, um corpo flexível e uma postura equilibrada.

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2. IOGA

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O ioga é o mais antigo sistema para o desenvolvimento mental, físico e espiritual. É surpreendente o número quase ilimitado de exercícios e subtis variantes que compõem esta disciplina. Após pouco tempo de prática, é fácil entender os princípios básicos destes movimentos, o corpo torna-se mais flexível e, consequentemente, a mente fica mais tranquila e equilibrada. O Hatha Yoga, a variante mais praticada no Ocidente, abarca a mente e o corpo de uma maneira muito completa. Ensina a disciplina e a concentração mental necessárias para conseguir abrir a novas dimensões da consciência. Os exercícios de respiração e as posições são muito importantes, neste processo. Quanto aos movimentos, devem praticar-se lentamente, com muita concentração, e serem mantidos durante o máximo de tempo fisicamente possível, mas sempre com o cuidado de não se lesionar. As próprias necessidades e o nível de experiência determinam as posições a praticar.

sua tensão, encontra o caminho para a tranquilidade e a felicidade torna-se numa atitude intuitiva face à existência

4. MÉTODO FELDENKRAIS

Desenvolvido pelo físico Moshe Feldenkrais, este processo de aprendizagem centrado no corpo inclui sequências específicas de movimento e orientações verbais. O seu objetivo é corrigir os maus hábitos no uso do corpo e treiná-lo para que os seus movimentos sejam muito mais livres e simples. Ensina-se em duas variantes diferentes: a consciência através do movimento – indicada para grupos amplos – e a integração funcional – que dá melhores resultados nas terapias individuais. Esta técnica ajuda a destruir as tensões mais arreigadas e fomenta o equilíbrio estrutural, liberta a respiração e proporciona uma enorme sensação de bem-estar emocional. Por outro lado, é muito recomendável para as pessoas que necessitam da presença de um guia e, também, para as que preferem trabalhar em equipa.

O ioga é o mais antigo sistema para o desenvolvimento mental, físico e espiritual; e é surpreendente o número quase ilimitado de exercícios e subtis variantes que compõem esta disciplina



[SAÚDE ALTERNATIVAS]

5. PSICOLOGIA

BIODINÂMICA

Esta técnica foi criada por Gerda Boyesen. Trata-se de um método terapêutico que vê na libido a representação mais palpável do vínculo entre a mente e o corpo. Para Freud – o “pai” da psicanálise, 18561939 –, a libido é a energia dos instintos de vida, que se reparte entre o eu – libido narcisista – e os objetos ou as pessoas – libido objetal. Segundo Gerda Boyesen, quando o livre fluxo da libido se vê bloqueado por algum trauma, produzem-se acumulações energéticas e as emoções ficam “encurraladas” na psique, com o que se produzem quadros sintomatológicos de depressão e ansiedade. Boyesen também descobriu que os intestinos do homem acumulam o stress resultante da vida quotidiana. Através de uma técnica especial de massagem, pode ativar-se positivamente o sistema natural do corpo, para aliviar a tensão. Paralelamente, durante o tratamento, o terapeuta harmoniza a libido, movendo as suas mãos pela superfície do corpo, de um modo muito semelhante à massagem tradicional.

6. TÉCNICA ALEXANDER

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O australiano F. Mathias Alexander (1869-1955) desenvolveu este método, para resolver os seus próprios problemas com a voz, dificuldade que nenhum especialista tinha conseguido solucionar. Em vez de se resignar, Alexander encontrou as forças para investigar o que lhe estava a acontecer: com a ajuda de um espelho, começou a observar os seus movimentos e apercebeu-se de que a sua cabeça tendia para trás, facto que lhe provocava uma enorme tensão nos músculos do pescoço e afetava a sua voz. Foi, então, que descobriu a solução: se deixasse de interferir no funcionamento natural do seu corpo, este recuperaria o equilíbrio, a coordenação e a liberdade inatas. A sua técnica estendeu-se e começou a aplicar-se ao tratamento de muitos outros problemas. A Técnica Alexander é, antes de mais, um método pedagógico, que permite aprender a detetar e eliminar tensões e maus hábitos. Esta terapia é adequada para quem sente mal-estares corporais, problemas de locomoção, de circulação, enxaquecas e todo o tipo de consequências de um uso errado do organismo. Também recorrem a esta técnica aqueles que precisam de um bom equilíbrio corporal para tirarem o máximo de partido da sua expressividade: atores, modelos, cantores, músicos, desportistas, entre outros.

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7. TERAPIA DA DANÇA Aprender a dançar é uma forma de aprender a expressar, através do corpo, as nossas sensações e sentimentos. Todos já dançámos, em jovens, mas este hábito está hoje afastado da vida quotidiana da maioria das pessoas. A dança africana, pela sua graça e ritmo irresistíveis, pode constituir uma boa forma de começar a descobrir os ritmos de movimento do organismo. A dança ocidental, pelo contrário, preocupa-se mais com o espaço. Em África, pelo contrário, o fator dominante é o ritmo. Os impulsionadores da dança como técnica de integração entre corpo e o espírito foram Rudolph Laban e Margaret Morris, que inspiraram toda uma corrente de ideias, que levou a compreender a dança sob uma nova perspetiva. Não obstante, foram Alain e Françoise Chatraine quem desenvolveu um método muito mais complexo e eficaz, para ajudar a pessoa através do movimento e da dança. O critério que seguiram foi englobar, num único contexto ativo, as capacidades expressivas e curativas da música, da dança, da arte, da psicologia e da fisiologia. O movimento livre ensina-nos a conhecer o corpo, a expressar os sentimentos mais profundos e a redescobrir a nossa capacidade criativa. Dançar é aceitar-se a si mesmo e deixar-se inundar pelos ritmos do Universo. A dança atinge o nível máximo de expressividade quando a mente, o corpo e a alma se encontram bem integrados. Para o conseguir, os alunos devem aprender a relaxar-se, a recarregar a sua energia pessoal e a substituir a autocrítica e a tensão pelo mero prazer de se moverem.

8. TERAPIA GESTALT

A terapia Gestalt é um método de psicoterapia e crescimento pessoal, que foi criado, nos anos 40, por Fritz Perls (1893-1976), a partir de influências tão variadas como a psicanálise, a psicologia, a filosofia existencial e a espiritualidade oriental. Utiliza-se, habitualmente, como terapia de grupo. Mediante esta técnica, o paciente aprende a ser mais consciente de si mesmo, como organismo total, a viver aqui e agora e a alcançar uma relação equilibrada e autêntica entre o corpo, a mente e o meio exterior.



Fim das manchas [SAÚDE BELEZA]

SÃO A HERANÇA DO SOL, O PRINCIPAL SINTOMA DO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO, O DESESPERO DE MUITAS MULHERES: SÃO AS MANCHAS NA PELE.

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ÁRIOS INDICADORES da indústria cosmética e da Dermatologia têm vindo a denunciar a hiperpigmentação – vulgarmente denominada por “manchas” – como o problema cutâneo que mais preocupa e afeta as mulheres, superando inclusive as rugas, até há algum tempo o sintoma número um do fotoenvelhecimento. Enquanto há décadas constituíam uma preocupação exclusiva das mulheres da América Latina, Médio Oriente e África, devido ao maior número de horas anuais de sol destas regiões, atualmente as manchas constituem também uma preocupação ocidental. A pele caucasiana apresenta, já de si, tendência para desenvolver determinados tipos de pigmentações, mas o agravamento dos perigos solares é o grande culpado pela incidência cada vez maior do problema. MELANINA A MAIS Na esmagadora maioria das vezes, as manchas de idade – ou lentigos solares – são uma consequência da exposição excessiva aos raios ultravioleta, o que justifica o seu aparecimento em idades mais avançadas. Ultimamente, porém, tem-se observado que as manchas se manifestam cada vez mais em peles menos maduras, devido aos maus hábitos de exposição solar que, na juventude, muitas mulheres adotam. Mesmo antes dos 30, há mulheres que desenvolvem manchas solares – pequenas, castanhas e arredondadas – dado que nenhuma faixa etária está a salvo dos problemas estéticos cutâneos. A experiência dita que, quanto mais cedo a pele for sujeita ao sol, mais cedo a hiperpigmentação se manifesta, essencialmente por duas razões: por um lado, devido à produção excessiva de melanina que está por detrás da formação das manchas de idade, enquanto mecanismo natural de defesa da pele contra as agressões ambientais; por outro, devido à ação nociva dos raios ultravioleta sobre a renovação celular, que impedem a pele de travar, naturalmente, a formação excessiva e contínua de pigmentação, mesmo após a agressão inicial ter desaparecido.

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O outono é a altura do ano mais indicada para a realização de tratamentos antimanchas com laser

LUZ INTENSA PULSADA Menos agressiva que o laser, a luz intensa pulsada trata de forma mais leve as alterações da pele. A técnica faz uso da emissão de luz e calor na quantidade certa, direcionada para os locais a tratar, causando apenas um leve calor na região. O tratamento com luz intensa pulsada é versátil, podendo ser feito em qualquer área do corpo. É indicado para todas as idades e permite eliminar manchas escuras, suavizar sardas e a rosácea, bem como tratar o acne. Para as pessoas que não toleram facilmente a dor, é recomendada a luz intensa pulsada, pois a sua ponteira é maior e provoca menos incómodo. Contudo, para se chegar a um resultado satisfatório, este método exige de um maior número de sessões, comparativamente ao laser.

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RESURFACING COM LASER A radiação solar tem uma maior incidência no rosto e nas mãos, porque são as zonas do corpo mais expostas. Os índices de proteção e os cremes hidratantes limitam os riscos de aparição de manchas e rugas prematuras. Mas, uma vez instaladas, podem eliminar-se, recorrendo a uma técnica de cirurgia estética denominada “resurfacing” com laser CO2. Este tratamento cirúrgico requer anestesia local, ligaduras durante 24 a 48 horas e a aplicação de agentes tópicos, nos dias seguintes. O outono e o inverno são as épocas mais recomendadas para uma intervenção deste tipo, já que a pele não deve ser exposta ao sol senão passados alguns meses da intervenção.

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DESPIGMENTANTES O uso de produtos despigmentantes é, talvez, o tratamento mais utilizado pelas mulheres. No entanto, a maioria, embora atenue as manchas, não consegue eliminá-las por completo. Por outro lado, quando se deixam de usar, ao menor raio de sol, a mancha torna a aparecer. Assim, o menor custo destes produtos revelase, na realidade, um maior encargo financeiro e médio prazo. A melhor solução é, sem dúvida, o recurso a tratamentos dermatológicos ou estéticos, os quais, embora dispendiosos, proporcionam bons resultados.

TIPOS DE PEELINGS As mulheres que se decidam por uma intervenção médica devem, primeiro, informar-se muito bem sobre os prós e os contras. Para as mulheres jovens – que apresentam um aspeto cansado e, inclusive, mais idade do que a que têm –, os médicos propõem um tratamento esfoliativo, que elimina a camada córnea da epiderme, por meio de substâncias químicas. Estes tratamentos podem ser de três tipos: 4 peeling profundo – para rugas pronunciadas; 4 peeling de profundidade intermédia – para marcas de acne e linhas de expressão; e 4 peeling superficial – contra as manchas. Este último consiste na aplicação tópica de agentes químicos esfoliantes moderados, como os ácidos orgânicos naturais – por exemplo, o ácido glicólico. Este método obriga a um total de quatro sessões, no decurso de dois meses. Não requer anestesia e apenas provoca uma ligeira vermelhidão ou inchaço.

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PROBLEMAS A DOBRAR A razão para as peles mais jovens estarem cada vez mais sujeitas ao aparecimento de manchas prende-se também com a combinação entre os UV e o uso de pílulas anticoncecionais. O resultado é, com frequência, o melasma, um tipo de mancha provocada por alterações hormonais, cuja incidência se acentua e agrava com a exposição solar, surgindo normalmente sobre o lábio superior, maçãs do rosto e queixo. Com características diferentes, mas igualmente inestéticas e problemáticas – tanto para as mulheres como para os homens – temos ainda as manchas de acne, as únicas não relacionadas com o sol. Neste caso, as manchas escuras que aparecem decorrem de um deficiente processo de cicatrização, além de estarem quase sempre associadas a uma depressão da superfície da pele. No entanto, e independentemente da tipologia, as manchas têm um fim: há como eliminálas de uma forma rápida e não agressiva.


Eternos esquecidos [SAÚDE BELEZA]

COTOVELOS, JOELHOS E CALCANHARES

QUASE SEMPRE ESCONDIDOS, OS COTOVELOS, OS JOELHOS E OS CALCANHARES TAMBÉM SECAM, GRETAM-SE E DETERIORAM-SE. NO ENTANTO, BASTA UM MÍNIMO DE ATENÇÃO, PARA LHES DEVOLVER TODA A SUAVIDADE.

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UITAS VEZES ESQUECIDOS – o creme hidratante raramente chega a estas zonas –, cotovelos, joelhos e calcanhares sofrem, em 90% dos casos, de secura cutânea. E embora este seja o problema mais comum, também é o de mais fácil resolução. Banhos ou duches com água tépida – pois a água quente retira à pele os seus óleos naturais –, evitar sabões fortes, eliminar as células mortas através da exfoliação e aplicar um produto hidratante são os quatro passos a seguir.

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SOLTAR OS PROBLEMAS Aplicar creme nos cotovelos, joelhos e calcanhares, depois do duche, nunca é suficiente. A menos que se prepare a pele para receber a hidratação, não haverá “bebida” que possa acalmá-la. Pelo contrário, com uma preparação adequada, pode-se saciar a sede da pele. Como? Muito simples: primeiro, libertando-a das células mortas; e, depois, hidratando-a em profundidade. Todos os dias, a pele gera uma camada de células mortas na sua superfície, o que impede a penetração do creme hidratante e faz com que a lubrificação seja ineficaz. Com a exfoliação, elimina-se a barreira formada pelas células deterioradas, abrindo o caminho para uma boa hidratação.

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Banhos ou duches com água tépida, evitar sabões fortes, eliminar as células mortas através da exfoliação e aplicar um produto hidratante são os quatro passos a seguir

Os exfoliantes cosméticos – produtos granulados – desincrustam as escamas da pele, as quais são eliminadas com a água, deixando a pele lisa e flexível. Por seu lado, os exfoliantes manuais – luvas de crina, esponjas vegetais ou a clássica pedra-pomes – também são eficazes a varrer as durezas e a suavizar a pele. Nos cotovelos, joelhos e calcanhares, é indispensável repetir esta operação uma ou duas vezes por semana.

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Se não dispomos de um exfoliante cosmético, sob a forma de gel ou creme, podemos utilizar um método caseiro, para arrastar as células mortas dos cotovelos, joelhos e calcanhares. Um pouco de sal ou açúcar, diluído em água tépida, bastará para o conseguir. Uma vez obtida a mistura, aplicase na zona a suavizar, com uma vigorosa massagem circular. Se se utilizar uma luva de crina ou uma esponja natural, o efeito será ainda maior. Em seguida, lava-se com água tépida e aplica-se um creme hidratante. A pele ficará como nova!

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EXFOLIANTE CASEIRO

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COMPOSTOS SUAVIZANTES Com o passar dos anos, a secura cutânea corporal acentua-se. A qualidade de uma pele depende da qualidade da respetiva camada córnea e aquela torna-se rugosa – por vezes, até forma crostas –, fundamentalmente nos cotovelos, nos joelhos e, sobretudo, nos calcanhares. As características principais de uma pele seca são o aspeto apagado e a falta de brilho. O objetivo é, pois, conseguir uma pele suave, luminosa e tensa. Para o conseguir, deve conjugar-se uma ação hidratante imediata com uma de longa duração. Na realidade, trata-se de preservar o capital de elastina da pele, melhorando o microrrelevo cutâneo e ajudando a uma boa coesão celular. Para uma boa hidratação, é necessário um creme que seja facilmente absorvido. O óleo de amêndoa (emoliente que suaviza), a manteiga de cacau (lubrificante e hidratante), a lanolina ou a glicerina (humidificantes) e as vitaminas E e F (suavizantes e antioxidantes), incluídos nos cremes corporais, são particularmente indicados para tratar as peles secas. É importante aplicar este tipo de produtos todos os dias, depois do banho, através de uma massagem suave, que ajudará a amolecer as zonas mais duras.


[SAÚDE DIVULGAÇÃO] Cotovelos, joelhos e calcanhares protegidos O Crème Corps Haute Nutrition 24H, da Thalgo, responde com a sua elevada capacidade nutritiva para a proteção dos cotovelos, joelhos e calcanhares. Como responsáveis, os ativos marinhos da linha Cold Cream Marine estabelecem uma sinergia entre o complexo Seve Bleue des Oceans, o óleo e a cera de algas, para remineralizar, suavizar e nutrir intensamente a pele. Os pés encontram também resposta específica na linha Cold Cream Marine, com o Crème Pieds Haute Nutrition.

Iswari lança

novos pequenos-almoços A Iswari, marca nacional da área dos superalimentos, acaba de lançar duas novas variedades na categoria de pequenos-almoços: Despertar de Buda Reishi & Arábica e Despertar de Buda Amendoim & Banana, dois novos sabores totalmente isentos de açúcar adicionado. Estas duas novas misturas vêm juntar-se à linha Despertar de Buda que passa assim a disponibilizar três sabores com 0% de açúcares adicionados, numa gama que conta agora com um total de 11 variedades diferentes.

Prevenção e correção de estrias e cicatrizes Com Bariéderm Cica-Óleo Dermatológico, a Uriage associou a sua expertise dermatológica aos poderes da natureza e lançou um óleo da nova geração. Um cuidado eficaz com a sua pele, com uma fórmula natural, o aliado perfeito para o seu corpo e fases de mudança, ajuda a prevenir e corrigir as estrias e marcas na pele.

Proteção e tranquilidade para os seus ouvidos

Solução para o alívio da menopausa Femal One é uma alternativa no controlo dos afrontamentos associados à menopausa. Com ação 100% não hormonal e por ser constituído por componentes de origem natural, este produto tem como principais benefícios a contribuição para o conforto e bem-estar da mulher, estando à venda em farmácias e parafarmácias.

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Inovação antimanchas Thalgo

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Com a idade, o processo natural de pigmentação da pele fica desregulado. Acentuado pela influência dos fatores de stress ambiental, como os UVA, a poluição, a luz azul ou o tabaco, este fenómeno tem início cada vez mais cedo, provocando a formação de manchas. Criado para uma correção personalizada, o ritual profissional Lumière Marine da Thalgo, com tripla esfoliação progressiva, é eficaz a combater o problema das manchas.

Os ouvidos são um dos órgãos mais sensíveis do nosso corpo, desempenhando um papel fundamental na nossa postura e bem-estar. É importante dar-lhes a devida proteção, sobretudo numa altura em que o dia a dia é cada vez mais ruidoso e agitado. Com mais de 100 anos de experiência, a OHROPAX oferece uma vasta gama de tampões para os ouvidos, de diferentes formas e materiais, que respondem às mais variadas necessidades, tendo com objetivo comum: proporcionar proteção auditiva.

Em casa, os cuidados diários são de rápida eficácia: o Crème Uniformisante ajuda a prevenir e a combater as manchas castanhas. A Eau de Soin Clarificante é uma água de cuidado, fresca e enriquecida com ácido hialurónico, para clarificar a tez e alisar a pele. A linha inclui ainda o Soro Corretor para Cuidado das Manchas do Rosto, um concentrado em extrato de alga castanha, que permite atuar simultaneamente nas manchas e noutras irregularidades pigmentares, para uma tez mais luminosa e manchas menos visíveis.


Termas de Chaves

com nova imagem de dermocosmética Uma nova imagem, mais elegante e sofisticada, e dois novos produtos: um creme refirmante e um creme de pés. A linha dermocosmética Termal Aquae, desenvolvida à base da Água Termal Flaviense, reforça assim a sua oferta ao nível de produtos e apresenta-se com uma nova roupagem. As características únicas desta água dão origem a produtos com um elevado nível de hidratação e que se apresentam como importantes aliados para as mais variadas necessidades de todos os tipos de pele.

Coleção eco-friendly Seaside A Seaside inova com mais uma grande aposta, ao lançar uma coleção sustentável, já disponível em todas as suas lojas físicas e em Seaside.pt Os inovadores artigos de calçado e acessórios são certificados VEGAN e contam com o suporte da PETA. São feitos com fibras de ananás (Piñatex), cortiça, e sem materiais de origem animal. A própria utilização do plástico é também sustentável, já que emprega materiais recuperados dos oceanos, graças à ajuda da Seaqual Initiative, uma entidade focada na limpeza dos oceanos e responsável por inúmeras iniciativas.

Acupuntura - Osteopatia - Naturopatia Medicina Tradicional Chinesa Auriculoterapia - Iridologia Aconselhamento Nutricional Massagens - shiatsu drenagem linfática manual massagem desportiva e de relaxamento

INSTITUTO DE MEDICINA REGENERATIVA E SAÚDE NATURAL*

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Avon apresenta

Cotonella Invisible

O verão pede roupa interior invisível! A Avon acaba de apresentar na sua linha best seller de roupa interior Cotonella uma nova coleção designada Invisible, perfeita para ele e para ela. Cotonella Invisible é completamente sem costuras e disponibiliza peças com algodão elástico de alta qualidade e com tecido técnico de sensação fresca e de efeito invisível. Além disso, tem cores que combinam com cada tom de pele para que possa usar com as suas peças favoritas sem se preocupar com transparências indesejadas ou costuras visíveis.

LISBOA • BENFICA • BARREIRO Rua da República da Bolívia, 55 B

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[SAÚDE DIVULGAÇÃO] Ambientes mais saudáveis

Dettol lança novo Gel Desinfetante de Mãos Acaba de ser lançado em Portugal o Dettol Gel Desinfetante de Mãos Antibacteriano, que elimina 99,9% dos vírus e bactérias. Porque não necessita de água, este gel é ideal para utilização dentro e fora de casa, podendo ser usado entre as lavagens das mãos. Dermatologicamente testado, com um conveniente formato de 50 ml, é o produto ideal para prevenir a proliferação de bactérias e vírus, conseguindo uma rápida higiene das mãos onde quer que esteja.

Seja qual for o modelo, a gama de Purificadores de Ar da Airfree está apta a tornar mais saudáveis os ambientes internos, nas habitações, escritórios e outros espaços em que se queira respirar um ar puro. Para esta marca portuguesa, falar da importância de um purificador de ar é transversal às várias estações do ano, e não se restringe ao problema das alergias respiratórias, já que é fundamental, nos ambientes onde convivem várias pessoas, diminuir os microrganismos do ar (vírus, bactérias, fungos), evitando a contaminação cruzada. Líder no tratamento do ar em espaços internos, a Airfree, através do sistema patenteado TSS, esteriliza o ar a altas temperaturas no seu interior (sem aquecer o exterior ou o espaço onde se encontram), até que 99,99% dos microrganismos sejam destruídos e o ar retorne, purificado, ao ambiente. De forma segura, silenciosa, económica, e sem necessitar manutenção, estes purificadores de ar são sinónimo de mais saúde e qualidade de vida.

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Francisco Duarte

Drª Luísa Carvalho (Especialista de Medicina Geral e Familiar)

REVISÃO CIENTÍFICA:

COLABORADORES/CONSULTORES: Dr. A. Coimbra

de Carvalho (Dent.);Dr. Alexandre Fernandes (Nutrição); Drª Ana Maria Cordeiro (Radiodiag.); Prof. Antero da Palma Carlos (Alergo.); Dr. António Manuel Marques (Socio.); Dr. António Meyrelles do Souto (Ortop.); Dr.  Artur Aguilar (Oftalm.); Dr.  Artur P. Galvão (Psiq.); Dr. Baptista Fernandes (Cirur. Estét.); Dr. C. Canas Ferreira (Otorrino.); Dr. César Ramos (Imuno./Alergo.); Drª Cláudia Madeira Pereira (Psicologia Clínica); Dr. Duarte Vilar (Socio.); Dr. E. Melo Rocha (Alergo./Pediat.); Dr. Fernando Lacerda Nobre (Clín. Geral); Prof. Francisco J. Antunes (Venér./SIDA); Prof. Francisco Reich de Almeida (Oftal. Infant.); Drª Isabel do Carmo (Endocri.); Dr. J. Seixas Martins (Cirur. Plást.); Dr. João de Matos Silva (Homeop.); Dr. Joaquim Margalho Carrilho (Ass. Port. Medi. Adicção); Dr. José Pacheco (Sexo); Prof. L. Menezes Falcão (Cardio.); Dr. Libério Bonifácio Ribeiro (Pediat./ Alergo.); Prof. Lincoln Justo da Silva (Pediat.); Dr. Luís Mendes Graça (Obstet.); Dr. Manuel Costa Guerreiro (Psiq.-Assoc. Defesa Saúde Mental); Dr. Manuel Neves e Castro (Gineco.); Drª Margarida Cordo (Psico-Socio.); Drª Maria Antónia Frasquilho (Psiq. Med. Trabalho); Dr. Mário Andrea (Otorrino.); Nazaré Nunes (Estét.); Drª Paula Martinho da Silva (Adv.-Ética); Dr. Paulo Guimarães (Urolog.); Dr. Pedro Levy (Psiq.); Associação de Planeamento para a Família. E-MAIL:

saudebemestar@silroc.pt

Raquel Madureira, Adobe Stock, Arquivo FOTOGRAFIA:

Sono tranquilo

Com uma fórmula que inclui 1mg de melatonina, também conhecida como a hormona do sono, e 10mg de niacina (vitamina B3), o BioActivo Melatonina ajuda a reduzir o tempo necessário para adormecer e contribui para aliviar os sintomas causados pelo jet-lag e trabalho por turnos. À venda em farmácias. Mais informações em www.bioactivo.pt

Portugal desenvolve primeira máscara que inativa o SARS-CoV-2

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DIRETOR:

A máscara MOxAdTech superou com sucesso os testes realizados pelo Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM), que a tornam na primeira máscara com capacidade de inativar o vírus que causa a COVID-19. Totalmente “Made in Portugal”, o inovador projeto de cooperação entre a comunidade empresarial, académica e científica para o desenvolvimento de uma máscara reutilizável de elevado desempenho tinha já o comprovativo de proteção microbiana, acrescentando agora a capacidade do tecido de inativar o vírus SAR-CoV-2. A MOxAdTech resultou da cooperação entre o fabricante Adalberto, a retalhista de moda MO da Sonae Fashion, o iMM, o centro tecnológico CITEVE e a Universidade do Minho.

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