Booklet: "A responsabilidade de ser feliz é sua"

ESTÁ DISPOSTO A ASSUMIR O COMPROMISSO DE SER FELIZ? Neste booklet, complementar à newsle3er n.º 14 do SCP-­‐ UMa, abordamos elementos chave para promover o bem estar no nosso dia a dia, veiculando a importância da proaDvidade ao invés de uma mera reaDvidade face aos acontecimentos da vida.

Para si o que significa ser feliz? O que contribui para a sua felicidade?

Ser feliz para mim...____________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________

Ser feliz assume diferentes significações de pessoa para a pessoa, dependendo do significado que imprimimos às nossas experiências, vivências e relações que estabelecemos no dia a dia.

Por exemplo, para algumas pessoas o ser feliz pode significar ter sucesso académico/ profissional; para outras pode representar o assumir o papel de mãe/pai; estar rodeado de amigos; o fazer alguém sorrir; o ser capaz de ultrapassar um desafio importante, entre tantos outros.

Ser feliz não reside tanto no ter ou possuir bens materiais, mas sim no ser pessoa e nos “olhos de quem vê, pensa e sente” sobre si própria, a vida em geral e o mundo.

SenDrmo-­‐nos bem connosco próprios é um requisito essencial para obtermos sucesso nas diversas esferas da vida, incluindo no trabalho, facilitando a gestão e a superação dos desafios que nos são colocados.

Estudos demonstram que as pessoas que apresentam melhores níveis de bem-­‐estar revelam maior capacidade para manter o seu trabalho, maiores níveis de produDvidade, menores níveis de burnout e ainda maior capacidade para lidar com situações adversas.

Felicidade: DesUno ou responsabilidade pessoal?

A felicidade é, por isso, uma construção

diária!

Ser feliz não depende tanto das coisas que nos acontecem, mas sim da forma como as percepcionamos e das escolhas que fazemos, que nos aproximam ou afastam do caminho da felicidade.

Assim, as nossas ações influenciam e condicionam a resolução de problemas, podendo conduzir a resultados desejados ou menos desejados e, por conseguinte, afetar a forma como nos senDmos e estamos perante a vida.

Como tem construído a sua Felicidade?

Existem comportamentos e aUtudes que criam barreiras e dificultam esta construção da felicidade e bem estar.

Destacamos em seguida o top 5 destes comportamentos e aDtudes.

Tente idenDficar quais os que possam estar a consDtuir um entrave à construção do seu bem estar.

Comportamentos e aUtudes que nos e desviam da construção da felicidade e bem estar

TOP

5

1. Crenças e expectaUvas que temos em torno da felicidade Crenças e expectaUvas como:

“A felicidade não depende de mim, depende do comportamento e ações das outras pessoas (do chefe, da mãe, do amigo, do namorado, do professor, entre outros.”; “Não posso ser feliz com tamanhos problemas!”; “Ser feliz é uma questão de sorte!”; “Não sei ser feliz!”

“Não sei o que me faz feliz!; “A felicidade não é para todos!”; “A felicidade é só para alguns... é preciso ser bonito, bem sucedido, ter dinheiro e/ou estar numa relação.”

ConsDtui assim um entrave, a percepção de que ser feliz não depende de nós, nem das nossas ações ou esforços diários, sendo esta uma questão de sorte ou azar no jogo que é a vida. Estas crenças são auto-­‐limitaUvas, contribuindo para fomentar e incrementar os senUmentos de impotência, incapacidade, desânimo e desesperança na pessoa. Por sua vez, levam a que a pessoa realize menos esforços e tentaUvas para procurar resolver, alterar ou modificar qualquer situação pessoal, que lhe possa estar a causar mal-­‐estar, e consequentemente, a situação problema tende a permanecer igual ou a agravar-­‐se com o passar do tempo.

2. Ficar preso a situações passadas que ocorreram O ruminar constante sobre situações passadas (ex.: fim de um relacionamento, conflito, doença, retenção de ano, despedimento...), contribui para intensificar o mal estar associado às mesmas. Na verdade, não podemos apagar ou eliminar estas situações da nossa história de vida. Porém, o problema reside no modo como conDnuamos a nos relacionar com estas situações, e o que pensamos acerca das mesmas.

Consequentemente, tal impede-­‐nos de estar atentos e despertos para situações atuais, que podem vir a consUtuir oportunidades, por estarmos excessivamente focados nessas outras situações.

Comportamentos e aUtudes que nos e desviam da construção da felicidade e bem estar

TOP

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3. “Cobiçar” a felicidade dos outros Ao focarmos a nossa atenção na felicidade dos outros e ao guiarmo-­‐nos por esta, esquecemos, por vezes, de olhar para nós, para aquilo que nos faz feliz, até porque aquilo que faz feliz o outro, poderá não nos fazer felizes. Tal também, contribui para que adotemos uma postura passiva, não envidando esforços para resolver as situações que nos preocupam.

A par disto, o cobiçar a felicidade alheia apenas fomenta senUmentos de pena, inadequação, insaUsfação bem como senUmentos de inferioridade em relação a outras pessoas.

4. Medo do desconhecido e/ou do que amanhã traz Quando o medo pelo desconhecido e pelo futuro assumem grandes proporções, podem-­‐ nos fazer paralisar, levando-­‐nos a senUr menos capazes para reagir ou agir. Muitas vezes na origem destes medos está o fato de temermos as consequências associadas a uma tomada de decisão.

Note-­‐se que a mudança é a única constante da vida e, por isso, é tão importante que aprendamos a lidar com a mesma e a gerir a incerteza. Não podemos esquecer que esta mudança encerra também oportunidades únicas de aprendizagem e crescimento pessoal.

Comportamentos e aUtudes que nos e desviam da construção da felicidade e bem estar

TOP

5

5. Adoção de comportamentos de viUmização perante os problemas e dificuldades que surgem Quando nos deparamos com dificuldades e situações adversas, poderemos ter a tendência, de forma mais consciente ou inconsciente, de atribuir culpas e responsabilidades pelo sucedido a terceiros (colega, marido, professor, chefe) ou a forças exteriores (desDno). Nestas situações, poderemos ter dificuldade em reconhecer ou assumir qualquer envolvimento que possamos ter e que esteja a comprometer a resolução da situação.

Por vezes, este comportamento de viDmização também se pode manifestar sob a forma de queixas constantes (ex.: “qualquer coisa que faça não vale a pena, não resolve”; “não há nada a fazer”; “Não consigo!”)

O enfoque exclusivo nos obstáculos e nas limitações de uma determinada situação, não nos permite vislumbrar soluções para o problema enfrentado, nem tão pouco a mobilizar esforços para encontrar recursos e formas de resolver tal.

A adoção deste Dpo de comportamento, embora possa acarretar algum ganho secundário para a pessoa no momento, na medida em que evita assumir a responsabilidade por uma determinada ação e/ou situação, protegendo o seu orgulho e autoesDma, a longo prazo traz grandes consequências, entre as quais senUmentos de inadequação, frustração e insaUsfação constante para com a vida.

Assim é tão fundamental idenDficarmos estes comportamentos e aDtudes e desenvolvermos uma aUtude proacUva na construção da nossa felicidade e bem-­‐estar pessoal, considerando que todos nós, sem exceção, SOMOS RESPONSÁVEIS PELA CONSTRUÇÃO DA NOSSA FELICIDADE.

O que significa ser PROATIVO na construção da Felicidade?

Ser proacUvo

está relacionado com a capacidade de iniciar uma ação, tomar

iniciaUva, antecipar e prever dificuldades, obstáculos e situações futuras assim como planear formas para contorná-­‐las e ultrapassá-­‐las. Implica, pois, desenvolver uma visão estratégica em relação ao futuro, tendo em consideração o momento presente.

Comportamento reaUvo vs Comportamento proaUvo Com que quadro de caraterísUcas de comportamento se idenUfica mais?

Comportamento*reativo*

Comportamento*proativo*

Lógica'estímulo0resposta'

Influencia'o'meio'

Atribuição'de'culpas'e'responsabilidade'a'

Atribuição'de'culpas'e'responsabilidades'a'si'

terceiros'

próprio,'às'escolhas'que'toma'no'dia'a'dia'

Facilmente'influenciado'pelos'outros,'pelas'

Influenciado'sobretudo'pelos'valores'

circunstâncias,'condições'e'ambiente'

pessoais'

Linguagem/discurso'interno'mais' determinista'(Ex.:'“Sou'assim'e'pronto!”;' “Não'há'nada'a'este'respeito'que'possa' fazer”;'“A'culpa'é'do'outro!”)'

Linguagem/discurso'interno'mais'flexível'e' assertivo'(Ex.:'“Eu'escolho”;'“Eu'vou'fazer”;' “Vou'procurar'alternativas”)'

Foco'nas'preocupações,'obstáculos'e' dificuldades,'ou'seja,'no'que'não'pode' mudar.' '

Foco'na'resolução'criativa'de'problemas'

O que GANHA ao assumir uma postura PROATIVA no dia a dia?

Muitas vezes as situações não se resolvem por si só, pelo que se queremos que a situação se altere, modifique ou melhore, é necessário tomarmos iniciaUva, estabelecermos um plano de ação e, posteriormente, pormos o mesmo em práUca.

Deste modo, ao assumirmos o controlo das nossas vidas e a responsabilidade pelas nossas ações, estamos a nos colocar numa melhor posição para influenciar o curso das novas vidas, aumentando assim o nosso poder de tomada de decisão, senUdo de autoconfiança e autoeficácia e, consequentemente, os nossos níveis de bem estar.

Se pelo contrário, assumirmos a mera posição de expectadores, reagindo apenas às situações à medida que estas vão surgindo, limitamos o nosso leque de atuação e influência e de comando da nossa vida.

Em suma:

IniciaUva

Plano de ação

Assumir a

Ação

Aumenta: • Autoconfiança • Autoeficácia • Níveis de bem estar

responsabilidade

pelas nossas ações

6 1.

Para uma postura PROATIVA na CONSTRUÇÃO da Felicidade

Dicas chave

Assuma um compromisso consigo. Não se esqueça que a felicidade depende das escolhas que fazemos diariamente.

2.

Analise as situações que lhe desagradam e tome iniciaUva para modificá-­‐las.

3.

Encare os problemas e dificuldades como desafios e procure adoptar uma abordagem focada na resolução de problemas. Deste modo, em primeiro lugar idenMfique objeMvamente o problema, em segundo faça um lista das alternaMvas possíveis, em terceiro lugar analise e pese os prós e contras de cada alternaMva, em quarto lugar escolha a alternaMva mais viável e estabeleça um plano para sua concreMzação e, em sexto lugar, implemente o plano e avalie os resultados da sua implementação.

4.

Seja flexível. Não se centre apenas numa única forma de olhar para o problema ou de resolver o mesmo, nem tão pouco num único caminho para ser feliz. Faça as coisas de forma diferente de modo a obter diferentes resultados, sendo importante sair da sua zona de conforto.

5.

Acredite em si, nas suas capacidades e recursos pessoais para lidar com as diversas situações de vida. Caso considere, não ter os recursos suficientes, procure desenvolvê-­‐los.

6.

Persevere e não desista face às dificuldades encontradas e tentaUvas não bem sucedidas. Aproveite a aprendizagem obDda em experiências anteriores para tentar de novo e melhor.

5

Pontos a Reter

1.

Ser feliz é algo que pode estar ao alcance de todos nós.

2.

Ser feliz não depende tanto das situações, mas das nossas ações, comportamentos e escolhas diárias. Logo, nós escolhemos as nossas consequências.

3.

Somos responsáveis por influenciar o curso das nossas vidas. Tal, não implica que a vida deixe de ter altos e baixos, mas sim que seja capaz de aprender a gerir os baixos da vida.

4.

Somos autores da nossa história e da nossa felicidade, adoptando uma postura proaUva face aos desafios e diversas situações, e não meros expectadores da nossa vida.

5.

A felicidade é uma construção conlnua ao longo de toda a vida.

Um DESAFIO final...

Na próxima semana, escolha um situação ou algo que gostaria de mudar na sua vida e que esteja a provocar desconforto.

Pense num plano e ponha em marcha.

Dê o primeiro passo.

Após a sua implementação, reflita como se senDu e consequências associadas.

Pode aprofundar mais sobre o assunto, consultando:

BaDsta, A. (2012). O poder das emoções posiMvas. Editora Pactor

Bateman, T. & Crant, M. (1999). ProacDve Behavior: Meaning, Impact, RecommendaDons.

Business Horizons, 63-­‐70.

Greenglass, E. & Fiksenbaunm (2009). ProacDve coping, posiDve affect and well-­‐being: TesDng for MediaDon Using Path Analysis. European Psychologist, 14(1), 29-­‐39. doi: 1027/1016-­‐9040.14.1.29

Está disposto a assumir o compromisso de ser

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Serviço de Consulta Psicológica da Universidade da Madeira

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