Seafood Brasil #1

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INTERNACIONAL

NAS Gテ年DOLAS

A disputa dos fornecedores pelo mercado brasileiro

Cresce oferta de pescado com qualidade

Ediテァテ」o 1 Jan/Abr 2013

APAS 2013

A melhor vitrine para o varejo de peixes e frutos do mar


APAS 2013

Apresentação O projeto Seafood Brasil é uma nova plataforma de comunicação direcionada à promoção do consumo de peixes e frutos do mar no Brasil, baseada em um portal na web, mídias sociais, eventos com a cadeia produtiva e uma publicação com profundidade para quem faz negócios em prol do crescimento do setor. Este encarte especial marca o lançamento do projeto com o preview da feira Apas 2013, uma das melhores vitrines mundiais do varejo de pescado. Os expositores relacionados ao setor que participarão no evento estão concentrados aqui.

O peixe está na gôndola Em meio à Apas, maior vitrine supermercadista da América Latina, o varejo se dá conta de que o cenário para o consumo de peixes e frutos do mar no Brasil nunca esteve tão favorável. Processadores, distribuidores e importadores projetam expansão ainda maior da oferta de produtos neste ano, motivados por vários fatores. Incremento da classe média, apelo crescente por alimentação saudável,

Nas próximas páginas, o leitor terá um diagnóstico destes atores, como os chilenos com o salmão (pág. 16), os argentinos e seus produtos marinhos (pág. 18), as opções selvagens do Alasca (pág. 24), o bacalhau de Portugal e da Noruega (pág. 21), as conservas e moluscos equatorianos e peruanos (pág. 26) e a variedade de fornecedores brasileiros de pescado e ingredientes (pág. 10 e 31). Boa leitura e até a próxima edição, em agosto!

Redação Brasil Ricardo Torres (ricardo@seafoodbrasil.com.br), André Toso (andre_toso@yahoo.com.br) Rua Eng João Monteiro da Gama, 77. Saúde. CEP 04144 -120. São Paulo/SP Tel.: (55-11) 4063-0412 Argentina Julio Torre (julio@seafoodbrasil.com.br) Defensa 441 / 6º G/H (C1065AAG) Buenos Aires (1065) Tel.: (54-11) 4342-0236

www.seafoodbrasil.com.br /seafoodbrasil /seafoodbrasil

aumento da oferta disponível nos grandes centros e da nova configuração tributária do setor, com redução de PIS/Cofins para peixes, são alguns deles.

Textos: André Toso e Ricardo Torres (Brasil) Fotos: Seafood Brasil / Empresas

O

Brasil é um país de tradições de consumo muito arraigadas, intimamente relacionadas à sazonalidade ou à disponibilidade de produtos. Quando se trata de pescado, isso fica ainda mais evidente. O bacalhau na Páscoa, as porções de frutos do mar à beira da praia e a maionese com atum no verão são bons exemplos. Mas se a cada ano essas tradições se renovam, também é verdade que a sazonalidade já não é um fator tão preponderante para a intenção de consumo. O varejo mudou esse panorama: ao aumentar a oferta de pescado disponível, encurtou a distância entre o consumidor e os produtos, diminuiu a dependência das feiras livres e agora começa a reverter a situação de demanda reprimida por mais e melhores produtos – frescos ou industrializados – nas gôndolas. Basta visitar qualquer loja de uma das grandes

redes para constatar por que a peixaria já não é uma “área desértica” no segmento de perecíveis. Na verdade, em qualquer que seja a área, os supermercados nunca estiveram tão cheios. A chave para entender isso passa pelo otimismo dos consumidores, que não se abala nem com o ceticismo do mercado financeiro e setor privado com a evolução do ritmo da economia. No ano passado, dados do instituto Kantar Worldpanel e da consultoria Nielsen apresentados na feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas) mostravam que o Brasil tem os consumidores mais otimistas da América Latina: 76% dos brasileiros avaliavam que a sua situação econômica iria melhorar no próximo ano. O reflexo no varejo é direto. O Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (IBEVAR) lançou no fim do ano passado, em parceria com a PwC Brasil,


RANKING DE SUPERMERCADISTAS 1 2 3 4 5

Pos. 2010

1 2 3 4 5

Razão social

Companhia Brasileira de Distribuicao * Carrefour Com. e Ind. Ltda. Wal-Mart Brasil Ltda. Cencosud Brasil Comercial Ltda. Companhia Zaffari Comércio e Indústria

Sede

SP SP SP SE RS

TOTAL 5 MAIORES 6 7 8 9 10

6 8 9 10 7

Prezunic Omercial Ltda. Irmãos Muffato & Cia Ltda. A Angeloni Cia Ltda. Condor Super Center Ltda. Dma Distribuidora S/A

12 11 15 13 14 16 17 19 18 24

Supermercados Bh Com de Alm Ltda. Sonda Supermercados Exportacao e Imp. SDB Comércio de Alimentos Ltda. Coop - Cooperativa de Consumo Y. Yamada S/A - Comércio e Indústria Líder Comércio e Indústria Ltda. Savegnago - Supermercados Ltda. Carvalho Fernandes Ltda. Super Mercado Zona Sul S/A Multiformato Distribuidora S/A TOTAL 20 MAIORES

52.680.572.081 28.766.457.922 23.468.413.042 6.236.893.579 2.910.000.000

VAR. (11/10)

45,8% -0,8% 5,1% 78,1% 16,9%

114.062.336.624 RJ PR SC PR MG

TOTAL 10 MAIORES 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Faturamento bruto/2011

2.653.524.868 2.308.726.048 2.165.248.246 2.136.499.686 2.009.326.125

1.904.909.468 1.836.740.311 1.736.193.000 1.661.639.147 1.581.327.256 1.401.408.965 1.140.582.523 1.130.132.903 1.033.853.758 1.027.396.136 139.789.845.064

1.571 235 521 152 29 2.508

8,3% 19,9% 19,4% 23,6% 4,1%

125.335.661.597 MG SP SP SP PA PA SP PI RJ MG

Nº de lojas

31 35 23 33 94 2.724

23,5% 16,4% 29,1% 9,2% 4,8% 8,7% 14,9% 19,1% 7,1% 59,0%

112 24 45 29 34 14 26 49 33 22 3.112 Fonte: ABRAS/Nielsen

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Pos. 2011


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Prometti (topo), do Grupo Pão de Açúcar: rede vendeu 12,3 mil toneladas de peixes em 2012. Já Marcio Santana, do Cencosud, indica que pescado é o que mais cresce em perecíveis

a segunda edição do ranking das 100 maiores empresas do varejo brasileiro, que não inclui apenas os supermercadistas. Em 2012, com dados de 2011, o relatório mostrou que há 58 empresas do setor com faturamento superior a R$ 1 bilhão operando no País, quando no ano anterior eram 44. No fechamento de 2013, o próximo ranking pode ter 70 companhias. Juntas, essas empresas faturaram mais de R$ 260 bilhões em 2011. Nas gôndolas a situação também é imensamente favorável. Todos os anos, a Apas faz em abril um diagnóstico das principais redes do autosserviço. O tradicional ranking envolve as 20 maiores empresas do segmento, que representam 5,4% do PIB brasileiro. Em 2011, o grupo liderado pelo GPA, Wal-Mart, Carrefour e Cencosud faturou R$ 224,3 bilhões, mantendo a tendência de alta verificada há oito anos. Essa pujança alimenta a perspectiva por números superlativos também para esta Apas 2013. A organização espera que entre 6 e 9 de maio, último dia da feira, a Apas termine com R$ 5 bilhões em negócios encaminhados. Mais de 550 expositores confirmaram participação nos quatro pavilhões do Expo Center Norte, em São Paulo, dos quais mais de 20 estão relacionados a peixes, frutos do mar e ingredientes associados. Em torno de 70 mil visitantes, entre eles 600 executivos internacionais de 51 países, devem percorrer os corredores do pavilhão. A feira ocorre em um período do ano em que tanto os fornecedores quanto os varejistas normalmente estão fazendo balanços positivos. O Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do País, tinha a previsão de que a Páscoa em 2013 tenha assistido a um incremento importante do consumo. “Extra e Pão de Açúcar esperam aumentar a venda de pescados em 10% nessa Páscoa em comparação ao mesmo período de 2012. Já o Assaí, rede de atacado autosserviço do GPA, espera um aumento de 20% na categoria”, explica o gerente geral do Centro de Distribuição de pescado do GPA, Marco Aurélio Prometti. Só de bacalhau, a rede comprou 2,6 mil toneladas. “Mas focamos também em cortes especiais, como lombos, filés, além do salmão e dos peixes

nacionais, como pacu, pintado, tilápia. O pirarucu fresco, que pode ser encontrado em filés e cortes especiais, também tem grande demanda”, explica Promete. Mas as redes enxergam expansão dessazonalizada de pescado no Brasil. Só o GPA comercializou 12,3 mil toneladas em 2012 de mais de 140 tipos de peixes, dos quais o mais consumido é o salmão, seguido por filé de tilápia Saint Peter. Já a rede chilena Cencosud, em franca expansão no País, classificou em entrevista recente à revista Redes & Seafood o pescado como a categoria que mais cresce entre os perecíveis. “Crescemos de 6% a 7% em pescado no quesito mesmas lojas por ano. Está acima da média de perecíveis e da média da loja”, explica Marcio Santana Silva, gerente de perecíveis do Cencosud. Ambas as redes viram o consumo subir de 6 kg/per capita/ano em 2003 para 10 kg/per capita/ano no ano passado, segundo dados do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) baseados em dados de disponibilidade de pescado por habitante. Dados recentes do MPA também evidenciam que o pescado vence a corrida em relação às demais proteínas animais. Entre 2006 e 2010, o pescado cresceu 34% na preferência do consumidor, enquanto a carne de frango aumentou 23% e a carne bovina sofreu um decréscimo de 14% no consumo per capita anual. O grande competidor atual ainda é a carne suína, cujo consumo chega a 14 kg per capita/ano. Se já estava animado com estes indicadores, o setor ficou ainda mais otimista com outra notícia. Atento à possibilidade de aumento da inflação de alimentos, o governo federal anunciou em 8 de março um pacote de desoneração de impostos federais que afetam a cesta básica, e incluiu o peixe nisso. As carnes em geral terão 9,25% a menos de PIS/Cofins, o que deve promover uma redução de até 6% no preço final de peixes e frutos do mar. “Pela primeira vez no Brasil, a carne de peixe recebe a mesma atenção que a do frango, a bovina e a suína”, disse o ministro do MPA, Marcelo Crivella. Nas gôndolas do varejo, esse maior equilíbrio entre as proteínas animais se torna tendência, como comprova a ade-



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Diretoria do Grupo 5: embalagem, canal de atuação e porcionamento são fatores críticos para o sucesso das marcas do setor no varejo

Delvecchio Diniz (topo), diretor comercial da Beira-Mar, diz que empresa cresceu 55% entre 2011 e 2012. O potencial do setor atrai gente como o Alaska Seafood Marketing Institute, representado no Brasil por José Madeira.

são das empresas do segmento à Apas. A cada ano a feira se consolida como palco de excelência para a apresentação ao varejo de novidades preparadas à base de peixes e frutos do mar. Novos e tradicionais expoentes como Beira-Mar, Gomes da Costa, Coqueiro e Frescatto fazem do evento sua vitrine, mas a cada ano assistem à expansão de concorrentes nacionais e ao incremento de participação de atores internacionais. Desde 2010, a participação de estrangeiros interessados no segmento surpreende: delegações da Argentina, Chile, Equador e Peru, subsidiárias de empresas portuguesas e espanholas, além de escritórios de representação como o Alaska Seafood Marketing Institute (ASMI) não querem desperdiçar a oportunidade de disputar o maior mercado de consumo sul-americano. Não é de admirar que algumas destas empresas, que terão participação da Apas, cresçam regularmente acima de dois dígitos. A Beira-Mar registra uma expansão de 55% entre 2011 e 2012. “Para 2013, as pretensões continuam agressivas: crescimento de 60% em relação ao ano passado”, anuncia Del Vecchio Diniz, diretor comercial da Ampex Brasil, que detém a marca. Os planos da Beira-Mar, comenta Diniz, estão alicerçados no fato de que o mercado brasileiro de pescado tem uma clara tendência de crescimento. “O consumidor de hoje procura alimentos saudáveis

e o peixe, além do valor nutricional, é rico em proteína e Ômega 3”. Para o diretor, no entanto, a oferta continua menor que a demanda. “Isso prejudica o crescimento do mercado como um todo, mas também se torna uma oportunidade para a Beira-Mar”, conclui. A Copacol, tradicional cooperativa que opera com pescado desde 2009, também vislumbra crescimento constante no segmento. Valdemir Paulino dos Santos, gerente comercial da cooperativa, explica: “Fechamos o ano de 2012 com faturamento de R$ 45 milhões e a expectativa para 2013 é um número 40% maior”, projeta. Santos também enxerga que o consumo no Brasil tem um aumento gradativo pelo fato de o consumidor estar cada vez mais ciente dos benefícios que o pescado traz à saúde. “Neste sentido, a qualidade do produto deve ser levada, e muito, em consideração”, observa. “Em minha opinião, em breve o Brasil alcançará a média mundial, mas para tanto precisamos contar com os meios de comunicação, incentivos governamentais na cadeia produtiva e ações concretas para contribuir para que o custo do pescado fique mais acessível para toda a população”, finaliza Santos. Ações de marketing são fundamentais para elevar a atenção da população sobre a qualidade do pescado. Uma das entidades que melhor tem explorado estas possibilidades recentemente é o


Evolução do consumo de proteínas animais no Brasil. (2006-2010)

desconhecimento de outras opções existentes”, complementa. Vencida a barreira do bom produto, resta desfazer os temores dos clientes do varejo na compra de pescado. Uma pesquisa conduzida recentemente pelo Grupo 5 mostrou que, no varejo, o cliente ainda tem um certo receio na compra de frutos do mar, gerado pelo pouco domínio no manuseio e preparação. “já no

food service acontece exatamente o contrário, uma vez que a responsabilidade pelo preparo é transferida para chefe de cozinha, e nesse caso os pratos a base de frutos do mar são quase sempre a opção escolhida”, indica Tathyana Araújo, diretora comercial para o Food Service do Grupo 5. O truque talvez seja justamente fazer com que cada brasileiro se sinta um verdadeiro chef.

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Alaska Seafood Marketing Institute ASMI, cujo objetivo principal é divulgar, representar e assessorar cerca de 300 empresas de pescado do Alaska. Depois de debutar na edição 2012 da Apas, o Alaska Seafood se tornou um importante elo entre processadores e exportadores brasileiros e a indústria desta inóspita região dos Estados Unidos. “Não existia empresa certificada para exportar do Alaska para o Brasil. O peixe que vinha de lá, muitas vezes, chegava indiretamente de Portugal e da Dinamarca”, comenta José Madeira, o representante da ASMI no Brasil. A escolha pelo Brasil, segundo Madeira, não é difícil de entender. Foi realizado um estudo sobre o mercado brasileiro e observou-se que, em uma década, o consumo per capta de peixe praticamente dobrou. “O consumo mínimo de 12 kg pela Organização Mundial de Saúde ainda não foi atingido, o que nos mostra um crescimento inevitável”, garante. Para Madeira, ações como a Semana do Peixe, realizada em setembro pra estimular o consumo de peixe no Brasil, e o aumento da classe média são fortes sinais de que chegou a vez do pescado. Se as estatísticas apontam um crescimento notável no consumo de pescado, seja no varejo ou no food service, isso implica em um aprofundamento da exigência do consumidor. Ele está cada vez mais informado, busca mais opções em produtos certificados, com qualidade e praticidade. “Ou seja, para as indústrias do setor não adianta apenas produzir e ofertar produtos aleatoriamente, é preciso entender e encontrar a melhor forma de explorar essa demanda”, explica Diego Fávero, diretor de Supply Chain do Grupo 5, empresa que presta serviços do gênero a empresas como Vivenda do Camarão e Bacalhau Dias. O executivo atenta para o fato de que é comum encontrar excelentes produtos que acabam não emplacando, por motivos simples como porcionamento incorreto na embalagem ou por terem sido lançados num canal de atuação equivocado. “Do outro lado, também não é raro ver estabelecimentos comerciais trabalhando com produtos não adequado pelo


APAS 2013

Onde está o

pescado na Apas?

PRODUTOS Bacalhau Alaska Seafood . . . . . . . . . . . . . 15 Bom Porto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Brasmar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Grupo 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Nutriplus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Riberalves . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Soguima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Camarão, filés ou produtos processados Alaska Seafood . . . . . . . . . . . . . 15 Brasmar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Copacol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Frescatto . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Fundación Exportar . . . . . . . . . 14 Grupo 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Opergel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Perú/ Adex . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 ProEcuador . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Salmão inteiro ou em pedaços Alaska Seafood . . . . . . . . . . . . . 15 Brasmar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Copacol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Frescatto . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Opergel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 ProChile . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

Conservas e processados de atum, sardinha etc Alaska Seafood . . . . . . . . . . . . . 15 Ampex/ Beira-Mar . . . . . . . . . . 3 Camil/ Coqueiro . . . . . . . . . . . . 17 Di Salerno . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Eurofoods . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Fundación Exportar . . . . . . . . . . 14 Gomes da Costa . . . . . . . . . . . . 19 Perú/ Adex . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Premium Distribuidora . . . . . . 10 ProEcuador . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Ingredientes associados

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Asteca Hinomoto . . . . . . . . . . . . . 8 Bunge . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Carbonell/Gomes da Costa . . 19 Di Salerno . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Eurofoods . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Gallo/ Cargill . . . . . . . . . . . . . . . 27 Grupo 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Hojiblanca/ Sandeleh . . . . . . . 28 Predilecta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Premium Distribuidora . . . . . . . 10 Sakura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Tozan/ Grupo Brasil Kirin . . . . . 22 Yoki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

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302

303

500

6 502

736

740 503

721 730

726

729

738

200

720

.

731 735

715

716

718

719 710

SAÍDA

ENTRADA

4 700

123

SAÍDA

ENTRADA PRINCIPAL Informações

Ambulatório

Sanitários

Lanchonete

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5 714


Para

encher o carrinho A atraente oferta de peixes e frutos do mar da Apas

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Salmão selvagem direto da fonte O maior dos Estados americanos desembarca pela segunda vez na Apas, por meio de seu escritório no Brasil, o Alaska Seafood Marketing Institute (ASMI). Mas os produtos que representam já estão nas prateleiras do consumidor, e outros virão, como comprova a participação no estande do ASMI de marcas com boa penetração no varejo, como Noronha Pescados, Nativ Pescados, Dias e Bom Porto. As duas últimas já trabalham com o bacalhau Gadus macrocephalus, enquanto as demais aproveitam

a oportunidade para apresentar novidades. A Noronha, por exemplo, lança o salmão, o bacalhau e a polaca com um selo do Alasca. Em embalagens de 800 gramas, os produtos são uma aposta da Noronha em um produto considerado premium. Veja mais em www.alaskaseafood.com.br Alaska Seafood 353 / E / Cinza

da empresa, com ultracongelamento e um sistema de etiquetagem capaz de oferecer rastreabilidade em qualquer produto. Veja mais em www.brasmar.com Brasmar 141 / Azul

Lombos de bacalhau gourmet O clássico aperitivo A luso-brasileira Brascod/Bom Porto marca sua quarta participação com o lançamento de uma linha voltada ao food-service, a Gourmet Pronto a Cozinhar. A caixa, de 1kg, traz lombos do bacalhau conhecido como Porto Imperial, da espécie Gadus morhua. Outras espécies também são presença garantida, como é o caso do Gadus macrocephalus, importado do Alasca. A Bom Porto é uma das pioneiras na importação desse bacalhau. Bom Porto 243 / Azul

Mix de peixes e frutos do mar A Brasmar aposta desta vez em misturas de mexilhões, moluscos e peixes, que incluem pescada, salmão, espadarte e outros. A novidade fica por conta da sardinha e o polvo importados, que seguem o mesmo padrão rigoroso de qualidade

Os bolinhos de bacalhau da Riberalves conservam a receita tradicional portuguesa, tão popular no Brasil. Além do produto, vendido em embalagens de 360g, o estande da empresa terá opções de bacalhau em lombo, posta e desfiado, em diversas apresentações. O famoso “bacalhau em 20 minutos”, slogan da empresa que procura ressaltar a praticidade do preparo do bacalhau também está lá. Veja mais em www.bacalhauriberalves.com.br Riberalves 316 / Cinza

Seco, salgado ou com 70% de bacalhau Mar Salgado e Amar são as duas marcas dos lombos, postas, lascas e mantas e processados de bacalhau da portuguesa Nutriplus, que volta à Apas com o intuito de incrementar a atuação no País depois de vencer o complexo processo de obtenção de licenças brasileiro. Os bolinhos com 70% de bacalhau e os lombos sem espinhas são duas das novidades do estande. Veja mais em www.nutriplus.pt Nutriplus 255 / Azul


A encorpada linha da Frescatto ganha um incremento ainda maior. Na linha tradicional, a marca expõe 18 produtos, como o filé de linguado, filé de congro rosa, posta de cação, camarão cinza e aneis de lula. Mas a empresa vai apresentar também dois novos produtos: Salmão Smoked Roasted (nos sabores

Clássico, Alho e Pimenta e Ervas Finas) e Lombo de Salmão Defumado Fatiado. Ambos aliam o poder da praticidade, mas com uma qualidade gourmet. Os novos produtos também possuem o Selo Kosher, dado pela comunidade judaica para alimentos que são tratados e preparados segundo os preceitos da religião judaica. Veja mais em www.frescatto.com Frescatto 620 / Verde

A nova força em conservas Terceira marca em conservas segundo nova pesquisa da Nielsen, a Beira-Mar é a aposta da Ampex na Apas 2013. A linha chega a 13 produtos, entre eles: sardinhas e anchovetas – nas versões em óleo e molho de tomate –, os atuns ralados e sólidos – nas versões em óleo e ao natural – e o atum em pedaços em óleo em embalagem pouch de 500g e 315g.

Desde o seu primeiro ano de existência, a Beira-Mar participa da Apas pelo evento ser considerado pela empresa como um canal direto com os clientes. Para 2013, o principal lançamento apresentado na feira é a sardinha-laje em embalagens de 425g e 250g. Outra novidade são as latas litografadas de sardinhas e anchovetas. Veja mais em www.beiramarbrasil.com Ampex / Beira-Mar 238 / Azul

Novas marcas, mais sustentabilidade Mais de 15 anos de atuação com importações de produtos argentinos, chilenos e mais recentemente asiáticos estão no estande da Opergel na Apas. A principal inovação é o lançamento da marca de pescados Ocean, da qual faz parte o salmão Verlasso – cultivado no Chile com uma quantidade de peixes selvagens na ração 75% menor

que o convencional: normalmente o salmão necessita 4 kgs de peixes selvagens para cada kg adquirido; no Verlasso, a relação é 1:1. O produto que chega ao Brasil agora só está disponível atualmente em algumas cidades dos Estados Unidos. Opergel também aproveita a chance para apresentar seu parceiro no Vietnã, a Navico, que está na vanguarda da qualidade do cultivo e processamento de pangassius. Veja mais em www.opergel.com.br Opergel 639 / Verde

50 anos de experiência a favor do pescado O foco da Copacol na Apas é divulgar os seus 50 anos de história com o objetivo de fortalecer a marca e também as suas principais linhas de produtos. Os filés de tilápia temperados congelados são uma das principais novidades, mas a linha também contempla os empanados, com steak, tiras de tilápia empanadas e fishnuggets. A lista de produtos é grande e conta ainda com Camarão Sete Barbas, Camarão Vermelho, Filé de Abadejo, Filé de Merluza, Filé de Pescada, Filé de Saithe, Posta de Cação, Sardinha e Cavalinha. A inovação não fica só nos produtos: a empresa tem um jogo interativo alocado no próprio estande em que anunciará todos os produtos. Veja mais em www.copacol.com.br Copacol 312 / Cinza

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Defumados com praticidade


Churrasco de bacalhau, caldos, peixes e camarões

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Essa é a oferta estendida de produtos disponíveis no estande do Grupo 5, empresa de marketing e logística responsável pelo ingresso dos produtos Vivenda do Camarão nos supermercados. A Apas será a vitrine para o lançamento do filé de bacalhau especialmente desenvolvido pela Dias, outra cliente do Grupo 5, para uso na churrasqueira. Completam o mix a linha de caldos à base de frutos do mar da Bom Caldo, os cubos e filés de cação da Karam's Mar e o lançamento da Vivenda do Camarão para a feira: o camarão empanado em embalagem para o autosserviço. Veja mais em www.grupo5bs.com.br Grupo 5 802 / Vermelho

Coxinhas de merluza A argentina Congelados Artico é uma das forças de Mar del Plata que estarão na Apas promovendo produtos com valor agregado à base de merluza. Os empanados da empresa

contam com clientes como a Leardini, que no ano passado colocou no mercado uma linha kids, que contou com licenciamento da Disney e foi elaborada pela Artico. Medalhões, sticks e o clássico filé empanado se juntam a pratos prontos como o suflê de merluza para compor a oferta disponível na feira, que terá como grande novidade a coxinha de merluza. Veja mais em www.congeladosartico.com.ar Pavilhão Fundación Exportar 347, 348, 349 / Cinza

Processados a bordo Toda a captura da frota da argentina San Arawa se processa assim que sobe a bordo, nos barcos-fábrica “Tai An” e “San Arawa”, que operam no Atlântico Sul. Esse frescor que permeia os filés interfolhados (ou IQF), os pescados HGT e o surimi é a distinção que a empresa apresenta na Apas. O hoki (Macroronus magellanicus), polaca (Micromesistius australis) e a merluza negra (Dissostichus elegionoides) são os princpais itens da oferta da empresa. Destaque: filés de hoki, sem gordura e espinhas, chegam com selo do Marine Stewardship Council, que assegura uma pesca sustentável. Veja mais em www.sanarawa.com. Pavilhão Fundación Exportar 347, 348, 349 / Cinza

Tradição e modernidade em enlatados e processados A Gomes da Costa tradicionalmente demonstra seu poder de fogo em inovações na Apas e neste ano não será diferente. A sardinha-laje de 450 gramas surge em função de uma demanda do consumidor por maior quantidade de produto. Paralelamente, os congelados ganham impulso, com a nova torta de atum e outras opções no segmento de conservas com mexilhão. Outra novidade em apresentação na feira é a linha de vegetais em conserva, com aspargos e alcachofra. Veja mais em www.gomesdacosta.com.br Gomes da Costa 335 / Cinza

Novidades à vista A lusa Soguima não quis indicar o que apresenta em termos de novidades na Apas 2013 antes do fechamento desta edição, pois pretende apresentar as inovações só na feira. Mas a boa penetração de seus produtos Reymar no Brasil é um sinal de que vem coisa boa por aí no estande da empresa. A certeza é que lá estão os consagrados lombos, postas lascas, bolinhos e mantas de bacalhau. Veja mais em www.soguima.com Soguima 351 / Cinza


Acompa帽ando al sector pesquero nacional Participaci贸n en ferias 2013 www.marargentino.gob.ar


Quem

vende ao Brasil?

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Textos: Julio Torre (Argentina) e Ricardo Torres (Brasil) Fotos: Seafood Brasil/ Empresas

Muito se fala sobre seus 8 mil km de costa, o maior potencial hídrico do planeta, as potencialidades de recursos para cultivo e extração de organismos aquáticos para alimentação, mas a verdade é que o Brasil é um país importador – no que se refere a pescado, ou seafood. O problema – se é que isto pode ser considerado um problema – é que o apetite do brasileiro por produtos do gênero só cresce. Em 2012, a importação de seafood cresceu 5%, alimentando uma tendência de expansão que já se estende por sete anos. Dos 43 exportadores no total, 10 são responsáveis por 10% do volume. Ainda que a China desponte como maior provedor em termos de toneladas, a maior receita foi obtida pelo Chile, por intermédio da venda quase exclusiva do salmão de cultivo. Uma análise da balança comercial do ano passado mostra, porém, que os asiáticos vencem a briga por oferecer escala de processamento para várias espécies. Isso possibilitou o ingresso massivo da polaca, ou polaca-doAlasca (antes chamada de merluza-do-alasca), carro-chefe das vendas chinesas como filé branco. Já a Noruega, terceiro exportador e com o melhor resultado por tonelada, tem suas vendas apoiadas fortemente em um único item, o bacalhau tradicional seco e salgado em mantas. A espécie Gadus morhua é a de maior valor, mas a que caiu no gosto – e no bolso – do consumidor foi a saithe, grande carro-chefe dos noruegueses no Brasil. As variantes ling e zarbo também fazem parte da oferta da Noruega, mas em menor grau de importância. Os tradicionais filés de merluza argentina (hubbsi) são o principal item do país vizinho, mas o que o torna o quarto do ranking de vendedores é a oferta variada de produtos, tais como pescada, corvina, badejo, hoki e outras, além da variedade de mariscos e mexilhões. Na sequência da lista vem Portugal, que também tem o bacalhau com 51% do faturamento, mas por sua vez tem predominância do bacalhau seco da espécie Gadus morhua, chamado aquí de Bacalhau do Porto –categoria que representa 31% das vendas portuguesas. Em sexto lugar, o Uruguai concentrou suas vendas em 2012 em filés e postas de cação, espécie que também pesa nas vendas de Taiwan e Espanha, seguidos pelo Marrocos– que, assim como Lituânia, Holanda e Alemanha, aposta suas fichas nas populares sardinhas.

OS FORNECEDORES DO BRASIL (2012) PAISES

CHILE CHINA NORUEGA ARGENTINA PORTUGAL VIETNÃ URUGAY MARROCOS TAIWAN ESPANHA PERU LITUÂNIA ISLÂNDIA HOLANDA TAILÂNDIA EL SALVADOR SINGAPURA CANADÁ EE.UU. ECUADOR JAPON COSTA RICA ALEMANHA T. y TOBAGO ÁFRICA DO SUL OUTROS TOTAL

US$

TONS

US$/T

323.626.355 217.900.423 204.264.236 106.415.553 97.225.110 78.387.487 28.864.141 22.835.601 14.316.225 10.803.804 8.068.810 7.433.117 7.159.443 5.575.770 4.184.555 4.005.531 3.908.006 2.098.622 2.050.666 1.720.082 1.174.794 576.052 568.048 510.327 413.658 4.396.129

70.104 76.607 30.506 33.657 13.117 34.379 12.765 22.951 6.221 5.719 3.846 8.916 1.657 6.712 1.498 1.202 1.692 372 1.574 628 451 313 682 228 374 4.535

4.616 2.844 6.696 3.162 7.412 2.280 2.261 995 2.301 1.889 2.098 834 4.321 831 2.793 3.334 2.310 5.640 1.303 2.738 2.605 1.841 833 2.240 1.107 969

1.158.482.545

340.706

3.400



Chile

Do temaki à prateleira do supermercado Textos: Julio Torre (Argentina) e Ricardo Torres (Brasil) Fotos: Seafood Brasil/Empresas

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O

salmão chileno deve muito à profusão de restaurantes especializados em comida japonesa no Brasil. Nos últimos 10 anos, os rodízios que oferecem abundância de sashimis, sushis e onigiris se tornaram uma febre no País e criaram um terreno fértil para a espécie comercializada pelos chilenos, o Salmão do Atlântico (Salmo salar). Os exportadores daquele país enviaram ao Brasil em torno de 70 mil toneladas do peixe, o que posicionou o Brasil como o terceiro cliente em importância para as fazendas de cultivo chilenas. O mercado parecia ter se acomodado a um fornecedor só, até a chegada de novos competidores no segmento, como o escritório do Alasca no Brasil que está promovendo o salmão selvagem. Coincidência ou não, a agência estatal ProChile acelerou desde o ano passado

algumas atividades no Brasil em prol do seu produto. O órgão se associou a 26 produtores de salmão daquele país para criar a marca Salmón de Chile. Os responsáveis pela marca no Brasil disseram à imprensa em janeiro que a expectativa é crescer para além de 90 mil toneladas neste ano. De julho de 2012 até janeiro deste ano, mais de US$ 2 milhões estão sendo investidos na promoção do pescado, o que inclui campanhas na TV, página no Facebook e a própria participação na Apas. Alguns dos 26 produtores de salmão estarão no generoso pavilhão que a ProChile tem na Apas 2013. É uma demonstração de confiança em um mercado que pagou US$ 326 milhões por produtos de seafood, dos quais 96% foram de salmão de cultivo. A gigante norueguesa Marine Harvest, que tem filial no Chile, foi o principal fornecedor

chileno que o Brasil teve durante o ano de 2012 (veja o quadro). Um ano considerado difícil para a indústria salmoneira, porque o preço perdeu terreno tanto na oferta norueguesa (-17%) como nas vendas do Chile (-28%). Este ano o setor já dá sinais de retomada, com um crescimento de 30% no primeiro bimestre em ambas as origens. Uma hipótese para a tendência é o desempenho dos filés nos Estados Unidos, o segundo mercado para o salmão chileno depois do Japão, e pela demanda sustentada do Brasil, que em 2012 comprou 50% a mais que no ano anterior. Um destes compradores é a Frescatto, que possui diversos produtos de valor agregado à base de salmão. Para Rafael Barata, gerente de exportações da marca, o salmão cultivado no Chile não cresceu como esperado e, com isso, há menos biomassa para ofertar. “Junto a isso a demanda dos EUA subiu e os preços foram para as nuvens. Do fim de 2012 para cá já subiram mais de 50%”, frisa. “Agora é esperar e ver como o consumo vai se comportar frente aos novos preços.” Barata está alinhado com as percepções do mercado. De acordo com o portal www.undercurrentnews.com, especialis-


(*) Reserva de identidade Fonte: Ifop.

EXPORTADORES

000/US$

TONS

US$/T

Marine Harvest Chile S.A. Salmones Mjltiexport. S.A. Empresa não-identificada * Pesquera Los Fiordos Salmones Blumar (ex-Itata) Salmones Friosur S.A. Salmones Camanchaca S.A. Australis Mar S.A. Cultivos Marinos Chiloe S.A. Invertec P. Mar de Chiloe S.A. G. M. Tornagaleones Ltda. P. del Mar Ventisqueros S.A. Acuimag Ltda. Inversiones Pacifico Sur Ltda. Salmones Humboldt S.A. Acuinova Chile Copal S.A. Salmones Pacific Star Integra Chile S.A. Comercial Austral S.A. Otros (28)

60.588,0 39.626,3 34.805,6 24.333,6 21.898,4 17.124,2 13.673,9 12.872,1 8.066,4 7.222,4 7.209,8 6.604,4 5.002,0 4.374,1 4.365,2 3.244,5 2.586,1 2.361,7 2.265,7 1.916,4 15.571,8

12.794 8.234 7.295 5.671 4.490 3.767 3.085 2.899 1.702 1.559 1.621 1.465 1.419 927 1.070 498 599 578 396 344 3.007

4.735,7 4.812,8 4.771,0 4.291,3 4.877,5 4.545,6 4.432,7 4.440,3 4.740,5 4.631,8 4.446,7 4.507,5 3.525,3 4.718,0 4.081,2 6.513,8 4.316,6 4.086,0 5.721,5 5.566,1 5.178,3

295.712,6

63.420

4.662,8

TOTAL

A chegada dos mexilhões Durante os quatro dias da feira, o pavilhão do ProChile também traz a participação especial da marca setorial chilena Patagonia Mussel. A razão é que, junto à agência estatal está a Asociación de Miticultores de Chile (AmiChile), que promove fortemente o mexilhão das costas chilenas. A campanha, cujo logo ilustra este quadro, já teve resultados favoráveis em lugares como a Rússia e indica que haverá uma introdução do Mytilus chilensis no mercado brasileiro, onde até agora só conseguiu uma presença muito discreta. Além deste produto, e por intermédio da Compañía Pesquera Camanchaca e da Agrosuper, a lista de produtos ofertados inclui salmão inteiro e em filés congelados ou em conservas, ostras, camarões e jureis congelados.

Compra de salmão fresco Ano 2.012

50.858 toneladas Ano 2.000

5.046 toneladas

No ano passado, o Brasil comprou 63.420 toneladas de salmão e 80% foi de produto fresco. Desde o começo do novo milênio, esse volume cresceu 10 vezes (gráfico). Nos embarques, como é de praxe, a variedade Salmão Atllântico dominou com folga (86%), ao passo que o Salmão do Pacífico gerou apenas 2.600 toneladas. Na cesta de salmonídeos também chegaram 4.126 toneladas de trutas, cuja cotação atingiu um valor fob de US$ 4.123 por tonelada, contra US$ 4.663 que registrou a média dos salmões.

tas creem que o aumento da cotação mundial da espécie oscilará entre 16% e 26%, mas alertam para o fato de que um ritmo vertiginoso de alta poderia interferir na demanda. De qualquer maneira, a indústria chilena tenta equilibrar o preço da tonelada com os custos de produção. O cenário ainda se ressente da crise sanitária de 2011 e uma das sequelas é a relação dívida/patrimônio que está no balanço de muitos salmoneiros. Não é por acaso que haja o ritmo atual de compras, fusões e resgastes financeiros. No ano passado houve duas operações de peso, como os US$ 110 milhões que pagou a Mainstream, filial da norueguesa Cermaq, pelos ativos da Cultivos Marinos Chiloé; e os US$ 36 milhões que a Friosur pagou pelo cultivo da Pesquera Landes. Em 2013, a fusão com a Salmones Pacific Star foi o caminho escolhido pela Trusal para superar as dificuldades. Já a AquaChile, maior salmoneira do país, decidiu aumentar seu capital. Tal vez para comprar outras empresas, já que a crise na Europa segue alimentando ofertas, como foi o caso da Acuinova, filial da espanhola Pescanova – que surpreendeu o mercado com sua recente convocatória de credores. Diante deste cenário, é possível que a exportação chilena de salmonídeos supere US$ 3 bilhões. No ano passado, segundo o informe mensal elaborado pelo órgão alfandegário do Chile, o faturamento total foi de US$ 2,85 bilhões, entre salmões (69%) e trutas (31%). A boa recuperação dos cultivos também surge como fator que pode conter a continuidade dos aumentos. Em 2012, a produção aquícola chilena foi de 1,05 milhão de toneladas, das quais 804 mil foram de salmonídeos. Os dados, divulgados pela secretaria do governo responsável pela área de pescado, a Sernapesca (Servicio Nacional de Pesca y Acuicultura), precisou que a despesca do salmão do Atlântico, a principal espécie, aumentou 50,6% e chegou a 398 mil toneladas. Se esse crescimento continuar, a tendência altista não terá tantos motivos para seguir.

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VENDAS DE SALMÃO CHILENO 2012


Argentina

A merluza da “família Mercosul” Textos: Julio Torre (Argentina), André Toso e Ricardo Torres (Brasil) Fotos: Empresas

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M

erluzas com batatas no forno, à portuguesa, com creme de leite e uma infinidade de outras receitas demonstram o forte vínculo do Brasil com a merluza argentina (Merluccius hubbsi). A valorização de distribuidores brasileiros consolidados, como a Frescatto, também são outro indicativo importante. A empresa mantém em seu portfólio a venda de filés de merluza, tanto em embalagens de 500g como para food service, por conta da boa aceitação que os filés brancos argentinos têm nos restaurantes e nas cozinhas domésticas. Mas o momento

agora é de readequação dos filés no mercado, tidos agora como um produto mais nobre. “A merluza argentina está com oferta constante e preço estável. Acredito que muito porque a demanda do Brasil já não é tão grande, então não é difícil conseguir produto”, explica Rafael Barata, Gerente de Comércio Exterior da Frescatto. Esse reposicionamento é resultado da entrada em massa de produtos asiáticos, como a polaca-do-alasca chinesa (Theragra chalcogramma) e o pangassius vietnamita, cujos preços chegam a ser mais vantajosos que o frango. Tais produtos ocuparam um seg-

Expositores da Argentina Nome Arbumasa Coomarpes F. del Sudeste Glaciar P. Kaleu Kaleu Mardi Netuno Arg. Newsan Puerto Miñor San Arawa

Estande Pavilhão 347/348/349 347/348/349 347/348/349 347/348/349 347/348/349 347/348/349 347/348/349 347/348/349 347/348/349 347/348/349

Cinza Cinza Cinza Cinza Cinza Cinza Cinza Cinza Cinza Cinza


Importações da Argentina 2012 MERCADORIA

US$ fob

Kilos

66.866.281 23.096.718 3.276.457 1.747.151 1.701.017 1.626.466 1.488.076 1.470.077 1.134.118 1.063.748 927.019 675.778 365.107 320.300 148.700 97.353 77.058 69.043 68.920 60.765 53.857 38.132 26.250 17.162

20.805.270 4.218.341 2.434.349 487.623 757.150 1.225.980 689.823 697.106 334.653 677.180 440.880 326.714 96.189 164.500 22.000 31.494 54.000 19.050 9.400 24.218 31.740 7.741 3.500 7.835

106.415.553

33.566.736

Files de Merluzas Outros Filés Cavalinhas Outros Moluscos Outros Peixes Curimatas (Prochilodus Spp.) Merluzas e Abroteas Merluza Rosada (Hoki) Outros Filés Trairas, Outras Carnes, etc Corvina Potas e Lulas Outras Carnes Piaus (Leporinus Spp.) File de Salmao Sibas (Chocos) (etc) e Sepiolas Cavalas, Cavalinhas e Sardas Filé/Merluza (Merluccius Spp.) Carpas Outros Exceto File Tainhas (Mujil Spp.) Otros Salmoes Caranguejos Verdinhos TOTAL

Carlos Serra, gerente de comércio exterior de Coomarpes, e uma imagem do túnel de congelamento IQF importado da Suécia. Com o novo equipamento, mais possibilidades se abriram, entre as quais está a comercialização do produto congelado individualmente em bolsas plásticas de 1 kg e em grandes volumes.

Importações de filés ANO

CHINA 000u$s

2012 2011 2010 2009 2008 2007

VIETNÃ

tons

u$s/t

000u$s

tons

143.354 61.569 167.528 66.252 65.626 27.162 11.794 5.088 21.098 9.502 4.786 2.322

2.328 2.529 2.416 2.318 2.220 2.061

77.938 68.474 23.574 6.303 -

34.284 29.525 12.112 3.283 -

u$s/t

2.273 2.319 1.946 1.920 -

ARGENTINA 000u$s tons u$s/t

91.680 122.589 138.481 127.713 101.682 102.883

25.495 33.922 47.114 49.797 32.473 37.583

3.596 3.614 2.939 2.565 3.131 2.737

SEAFOOD BRASIL • ABRIL 2013 • 19

mento de filés brancos baratos, que não convencem alguns consumidores e chefs mais rigorosos com a qualidade do pescado. No ano passado, quando se popularizou, a polaca chegou inclusive a ser chamada de merluza-doalasca, o que motivou uma queixa argentina ao governo brasileiro. A reclamação chegou à esfera governamental e determinou, afinal, a mudança do nome. A diferença principal, além da espécie, é o processo de fabricação. A merluza chega fresca à filetagem, enquanto a polaca chinesa sofre dupla congelação: é congelada inteira depois da captura (ou despesca), para ser descongelada nas plantas chinesas dedicadas à filetagem e depois recongelada. Esse maior frescor é o argumento dos argentinos para reforçar a posição da merluza de peixe da “família Mercosul”, como estão identificados os caminhões refrigerados de marca brasileira que transitam pelas ruas de Mar del Plata, principal porto pesqueiro da Argentina. Todos os anos, uma média de 85 empresas – quase todas marplatenses –, despacham pescado aos principais centros urbanos brasileiros. A cesta de produtos inclui, além da merluza, corvinas, cavalinha, abadejo, pescada, linguado, namorado, a merluza negra, entre outros. Mais recentemente foi incorporado à lista o hoki (ou merluza rosada), com filés muito frescos, por conta do processo de congelamento a bordo do barco. O calamar argentino, ou lula, também ocupa espaço importante no Brasil, tanto inteiro como em tubos ou aneis. E enquanto as exportações de camarão vermelho (Pleoticus muelleri, o langostino) não começam, apesar da autorização do governo brasileiro, as centollas representam os crustáceos. Entre os exportadores se destacam nomes como a Centauro, do grupo Contessi, que concentra suas vendas em filés de merluza ou merluzão para venda a atacadistas e distribuidores. O mesmo item orienta as vendas da Mardi, outra veterana no mercado brasileiro, que está investindo em produtos empanados. Nesse segmento a Congelados Artico já tem uma posição


consolidada, e aproveitará a Apas para demonstrar as novidades de sua linha de empanados. A catarinense Leardini, que confirmou a participação na Apas apenas em 2014, é uma de suas clientes na linha “kids” da Artico, que traz personagens da Disney e exigiu adaptação de toda a unidade fabril para estes produtos. Quase toda a indústria pesqueira de Mar del Plata tem vínculos com o Brasil, que variam de acordo com o panorama do mercado. Nomes tradicionais e muito associados à merluza, como Solimeno, Moscuzza, El Marisco ou Mattera acrescentaram calamares às vendas depois de incorporar barcos especializados em lulas (jiggers) a suas frotas. Coomarpes, uma cooperativa marplatense de 60 anos de idade, já teve o Brasil como 70% de seu faturamento e perdeu terreno, mas o investimento recente em um moderno túnel

de congelamento pode mudar a situação. “Já estamos negociando contratos com novas apresentações, tanto para filés como peixes inteiros e em embalagens de isopor”, indica Carlos Serra, gerente de comercialização e exportações de Coomarpes. Nos últimos anos também apareceram nomes de outros portos, como é o caso de San Arawa – que opera com hoki e merluza negra desde a Terra do Fogo, no extremo sul do país vizinho –, ou Iberpesca, que distribui aneis de lula desde Puerto Rawson, na província de Chubut. Foi dali que inclusive se falou de exportar camarão vermelho ou langostino depois da visita de autoridades sanitárias do Brasil, mas entre os argentinos há mais céticos que otimistas sobre esta questão. São esses atores que abastecem os distribuidores brasileiros que, assim como a Frescatto, estão na Apas. A

Copacol, que desde 2009 atua com pescado, tem boa parte de sua linha de seafood de origem argentina: merluza, abadejo, pescada e cavalinha. A importadora paulistana MGA, dona da marca Di Salerno é outro distribuidor brasileiro de produtos argentinos. Entre os primeiros produtos a serem importados, ainda na década de 90, para abastecer o food service brasileiro, estava o filé de anchoíta. Atualmente, a Di Salerno oferece em torno de 80 produtos, mudou sua sede para Tamboré (SP) onde ocupa uma área de 4.200m² e importa de diversos países, como Itália, Espanha, Portugal, Turquia, China, Peru, entre outros. Com perfil similar, mas mais focado na Europa, a Eurofoods também importa alguns produtos da Argentina, como os filés de aliche Melilla, cuja embalagem ostenta a bandeira do parceiro da “família Mercosul”.


Portugal

Nome Brasmar Bom Porto Dias Nutriplus Riberalves Soguima

O acirrado mercado do bacalhau Textos: André Toso e Ricardo Torres (Brasil) Fotos: Nutriplus/SeafoodBrasil

B

rás e Gomes de Sá podem facilmente ser confundidos com bairros das capitais brasileiras, mas não se receberem uma simples adição: bacalhau. O Bacalhau à Brás ou à Gomes de Sá são dois dos maiores legados da colonização portuguesa no Brasil, largamente consumidos nas datas católicas em que não se costuma comer carne bovina, suína ou de aves. Mas no geral o consumo beira 2 kg per capita por ano em terras tropicais, segundo empresas do setor, enquanto na antiga sede do império o consumo chega a ultrapassar 40 kg per capita anuais. O termo bacalhau se refere ao pro-

cesso de salga de alguns peixes, mas o preço final varia conforme a espécie utilizada. Atualmente, nas gôndolas dos supermercados encontram-se três principais: Gadus morhua (Bacalhau do Porto ou do Atlântico), Gadus macrocephalus (Bacalhau do Pacífico) e o Pollachius virens (Bacalhau Saithe). Variações menos comuns, mais ainda encontradas, são o Ling e Garbo. Como a diferença populacional é gritante entre os dois países, mesmo um consumo de 2 kg per capita anuais coloca o Brasil no posto de maior importador mundial de bacalhau. São 53 mil toneladas consumidas por ano, o que aquece a disputa entre os principais fornecedores:

Estande

Pavilhão

141 243 802 255 316 351

Azul Azul Vermelho Azul Cinza Cinza

Noruega (60% do mercado), Portugal, China e agora os Estados Unidos, com os produtos advindos do Alasca (40%). Esta competição acirrada promove uma intensa busca por diferenciação. Na última Apas, em 2012, a tendência era a apresentação do produto dessalgado – uma variedade ainda pouco popular no Brasil –, mas a variação seca e salgada ainda resiste como opção principal dos consumidores. Ela é o carro-chefe da Bom Porto, representante brasileira do grupo português Rui Costa e Souza & Irmão S.A., que não se considera uma importadora. “Somos a própria indústria e trazemos nossa produção para o Brasil, podendo assim atender ao mercado tanto com mercadoria já nacionalizada ou com importação direta”, comenta Sergio Karagulian, gerente de Marketing e Trade da Bom Porto. Atuando desde 2002 por aqui, a empresa já possui três sedes próprias no Brasil e acumula um estoque de duas mil toneladas de produto para atender a demanda interna. Karagulian revela otimismo com a participação na Apas deste ano. “É um momento de aproximação ainda maior com nossos clientes, de interação e obviamente de acesso a novos e potenciais clientes que queiram nos conhecer e trabalhar”, diz. A Bom Porto estima um crescimento entre 14% e 18% para 2013, principalmente com investimentos em produtos para food service – principal novidade que será apresentada na feira. Outra empresa portuguesa que aposta cada vez mais forte no mercado consu-

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Expositores de Portugal


Importações de Portugal 2012

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Produtos

(No sentido anti-horário) Estande da Riberalves em 2012: aposta na diversidade de opções. Bom Porto, de Karagulian, espera crescer até 18% em 2013. António Guimarães, da Soguima (1º à dir., acima), junto a representantes da empresa no Brasil na Apas 2012

US$ FOB

Kg

Bacalhaus polares, lings, zarbos, etc.secos, não defumados 112.109.557 Bacalhaus (gadus) secos, mesmo salgados, mas n/ defumados 81.010.095 Bacalhaus (gadus) salgados, não secos, não defumados, salmoura 6.272.563 Saithes (polachius virens), lings e zarbos (brosme brosme) 3.105.879 Arenques, cong., exc.fígado, ovas, sêmen 802.484 Filés de bacalhau, secos, salgados, em salmoura, n/ defumado 362.100 Caranguejos congelados 184.115 Outros peixes congelados, exceto filé e outras carnes 118.068 Fígados, ovas e sêmen de peixes, congelados 98.634 Outros peixes salgados n/ secos, n/ defum e em salmoura 57.075

19.996.380 8.547.350 676.275 541.975 628.540 37.000 6.006 30.335 10.200 12.500

midor nacional é a Riberalves, especializada na produção de bacalhau dessalgado e congelado, e que possui um escritório comercial no Brasil desde 2008. Uma rede de distribuidores regionais, por meio de importação direta via Portugal, faz os produtos chegarem a pequenas, médias e grandes redes de supermercado do Brasil. Marcelo Nasser, diretor comercial da Riberalves, conta que o bacalhau dessalgado e congelado angaria cada vez mais consumidores brasileiros. “Por estar pronto, com o sal no ponto certo para o preparo, este tipo de produto acaba com o longo trabalho de dessalga e atende perfeitamente as necessidades da vida moderna”, descreve. Sérgio Couto Reis, administrador da

portuguesa Brasmar – especializada em ultracongelados –, conta que a empresa investiu para expandir a capacidade de produção de bacalhau dessalgado congelado. Isso a levou a um resultado expressivo em terras portuguesas: faturamento superior a 60 milhões de euros em 2012. Talvez a maior veterana em participações na Apas entre as empresas portuguesas, a Soguima volta pela oitava vez à Apas para fidelizar os brasileiros com sua marca Reymar. As operações no País, combinadas às de Moçambique e Rússia, deverão fazer com que a empresa cresça na ordem de 17,5% em 2013. “Obviamente o mercado brasileiro de Pescado reflete o dinamismo da econo-


Foto: Divulgação/NSC

Produto norueguês já deu samba

Importações da Noruega 2012 Produtos

US$ FOB

Kg

Bacalhaus polares, lings, zarbos, etc.secos, não defumados 112.109.557 Bacalhaus (gadus) secos, mesmo salgados, mas n/ defumados 81.010.095 Bacalhaus (gadus) salgados, não secos, não defumados, salmoura 6.272.563 Saithes (polachius virens), lings e zarbos (brosme brosme) 3.105.879 Arenques, cong., exc. fígado, ovas, sêmen 802.484 Filés de bacalhau, secos, salgados, em salmoura,n/ defumado 362.100 Caranguejos congelados 184.115 Outros peixes congelados, exceto filé e outras carnes 118.068 Fígados, ovas e sêmen de peixes, congelados 98.634 Outros peixes salgados n/secos, n/defum e em salmoura 57.075

19.996.380 8.547.350 676.275 541.975 628.540 37.000 6.006 30.335 10.200 12.500

Johnny Håberg, do Conselho Norueguês da Pesca no Brasil, representa 15 exportadores noruegueses mia e as tendências sociológicas que todos conhecemos”, reflete António Guimarães, diretor da empresa. “Por isso acreditamos que as vendas de pescado no mercado brasileiro vão continuar a crescer e fazer deste mercado uma inevitabilidade para qualquer empresa do setor”, completa. Avaliação similar tem a Nutriplus, dona das marcas Amar e Mar Salgado, que luta para disputar o mercado nacional há vários anos. “Infelizmente, só em 2011 conseguimos obter as autorizações de exportação para este mercado. Tivemos 2 anos e meio para aguardar aprovação deste complexo licenciamento”, explica André Silva Ciríaco, diretor comercial da empresa. Superado o problema burocrático, ele compara a estratégia de atuação no Brasil à do azeite Gallo. “Atualmente são líderes de mercado. É uma marca que acompanhou muita transição e turbulência política, mas é onipresente - o consumidor sempre teve acesso à marca. Gostaríamos daqui a umas décadas, de poder dizer o mesmo. Faremos por isso”, promete. Pela frente, além das empresas já estabelecidas aqui há mais tempo e de falta de apoio que reclamam em seu próprio país, eles têm um enorme desafio: os noruegueses.

SEAFOOD BRASIL • JAN/ABR 2013 • 23

Enquanto buscavam peixes para a Semana Santa neste ano, os consumidores brasileiros provavelmente passaram por alguma comunicação sobre o “bacalhau da Noruega”. Mais de 700 pontos varejistas tinham material de divulgação da marca em todo o Brasil, com 260 promotores trabalhando em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. As ações no mundo on-line também foram impressionantes: diversos posts no Facebook e notícias no site www.bacalhaudanoruega.com.br ajudaram a alimentar a base de fãs superior a 30 mil pessoas na rede social. Mas nada equiparado ao que os noruegueses fizeram em 2007, quando investiram amis de R$ 1 milhão no desfile da Imperatriz Leopoldinense no Rio de Janeiro. Na ocasião, Chacrinha se misturou a Nordy – mascote com fantasia de bacalhau – no enredo “Teresinhaaa, uhuhuuuu!! Vocês querem bacalhau?”. O trabalho culminou com o lançamento de um livro que contou a história do desfile. Quem está por trás disso é Johnny Håberg, responsável pelo Conselho Norueguês da Pesca (NSC), órgão do governo local que promove o consumo dos produtos de seafood noruegueses em todo o mundo. No Brasil, eles representam em torno de 15 exportadores destes produtos, a maioria ligada ao bacalhau. “O maior volume é do bacalhau saithe, mas em receita é equilibrado entre todos os tipos que importamos”, explica Håberg. “Historicamente, o saithe tem sido muito mais barato que o gadus, então mais consumidores optaram por ele. No Nordeste ele é muito utilizado para pratos específicos, como bolinhos, por conta de sua textura e preço. Mas agora o preço para o Gadus morhua é muito competitivo e mais consumidores podem comprar o 'autêntico bacalhau'”, finaliza.


Alasca

A “selvageria” do Alasca Textos: André Toso e Ricardo Torres (Brasil) Fotos: ASMI

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O

s visitantes da Apas 2012 se surpreenderam ao encontrar, em uma discreta esquina do pavilhão, um estande do Alasca. Foi assim, sem alarde, que a norte-americana Alaska Seafood Marketing Institute (ASMI) debutou no Brasil, com o objetivo de divulgar, representar e assessorar cerca de 300 empresas de pescado do Alasca no País. Depois do escritório da Noruega e do Chile, que representam seus países, a novidade fica por conta de uma representação de um Estado que já demonstra ter o poder de fogo de um país, no que tange ao marketing do consumo de pescado. Esse é o perfil do ASMI Brasil que, desde o ano passado, tornou-se um importante elo entre processadores e

exportadores brasileiros e a indústria desta inóspita região dos Estados Unidos. “Não existia empresa certificada para exportar do Alaska para o Brasil. O peixe que vinha de lá, muitas vezes, chegava indiretamente de Portugal e da Dinamarca”, comenta José Madeira, o representante da ASMI no Brasil. A indústria pesqueira do Alasca é formada por cerca de 300 empresas, desde uma gigante como a Trident Seafoods até pequenos pescadores, que vendem no mercado doméstico ou repassam para cooperativas. Toda a estratégia do ASMI no Brasil está baseada na mensagem de que o pescado do Alasca é selvagem, natural e sustentável. E a “selvageria” não está só no salmão, mas no discurso em relação à concorrência. Um exemplo é o

material de divulgação que circula desde o ano passado, que compara a cor e a quantidade de gordura entremeada entre o salmão de cultivo e o selvagem, ressaltando o aspecto saudável da opção do Alasca. “Pelo fato de o salmão nadar por longas distâncias nos mares do Alasca, eles apresentam níveis menores de gordura e alta concentração de Ômega 3”, assinala Madeira. De fato, a aquicultura é proibida na região e, por lei, apenas 80% do peixe fica no mar, só cerca de 20% são pescados. “Tudo isso para garantir uma reprodução sustentável”, defende. A polaca, por sua vez, é congelada a bordo uma única vez, diferentemente das variantes chinesas mais comuns, e sem aditivos ou antibióticos. “O mercado de food service brasileiro demanda


Importações dos Estados Unidos 2012 Produtos

Bacalhaus secos (gadus) Bacalhau-do-Atlântico e bacalhau-do-Pacífico congelados Bacalhaus polares, lings, zarbos, etc.secos, não defumados Outros peixes salgados n/secos, n/defum e em salmoura Filés de bacalhau congelado Outs. carn. de peixes, fresc., refrig.ou congelados Filé de polaca-do-alasca (theragra chalcogramma) congelado Outros peixes secos, mesmo salgados, mas não defumados Saithe (pollachius virens), congelado Tubarão-azul,eviscerado, s/ cabeca e s/ barbatana,cong.

isso, pois o peixe com químicos e congelado diversas vezes costuma quebrar, o que atrapalha a apresentação do prato”, explica Madeira. São espécies com essas características que começam a desembarcar no Brasil. Madeira diz que o início dos trabalhos

US$ FOB

Kg

38.846.424 37.738.525 4.711.307 4.302.366 1.891.365 1.431.711 1.398.529 1.185.107 924.678 916.500

4.898.880 3.480.361 904.700 970.500 168.040 140.806 563.905 275.000 171.430 725.000

da ASMI no País se concentra no bacalhau, que já está à disposição dos consumidores com as marcas Dias e Bom Porto. Na edição deste ano da Apas, a Noronha lançara o salmão, o bacalhau e a polaca com um selo indicativo de procedência do Alasca.

Se a primeira participação do ASMI na feira serviu como uma porta de entrada para contatos com fornecedores, neste ano será a vez de apresentar os primeiros resultados. Além da Noronha, Nativ e Damm marcarão presença no estande como parceiros, já que irão lançar no segundo semestre linhas com pescados do Alasca. O executivo da ASMI dá seu recado: “a cultura de consumo de peixe no Brasil está se solidificando e agora entra em uma segunda fase: a qualidade. O peixe do Alasca é premium e com o aumento do poder de compra e o conhecimento maior sobre pescados é uma oportunidade única. A análise da balança comercial de pescado dos EUA de 2012 não captura os resultados que a iniciativa já produziu, mas com diversas empresas já registradas e autorizadas a exportar, não se espera outra coisa para o fechamento de 2013 que não sejam números surpreendentes.


Expositores do Peru Nome

Estande Pavilhão

Agropesca Austral Group Coinrefri Pesquera Hayduk Proanco/ C. Andina Produmar/ Conser.

Peru e Equador

Os próximos da fila Textos: Julio Torre (Argentina) e Ricardo Torres (Brasil) Fotos: Seafood Brasil

P

ara um exportador de pescado do tamanho do Peru, os US$ 8 milhões que o país faturou com o Brasil no ano passado não parecem significativos. Mas dez anos atrás esse patamar não chegava à casa dos milhões. Ainda mais tímido no mercado nacional, apesar de

ser um player importantíssimo no exterior, o Equador faturou mais de US$ 1,7 milhão com vendas de filés e conservas. Se os números expressam discrição, a presença massiva de empresas dos dois países na Apas mostra justamente o contrário no que diz respeito ao marketing. Tanto a PromPeru quanto a ProEcuador,

109 109 109 109 109 109

Azul Azul Azul Azul Azul Azul

as agências de promoção de exportações destes países, apostam muitas fichas nas possibilidades de gerar negócios com os varejistas nacionais e, principalmente, acessar o mercado com distribuidores locais. O Peru chega com sete empresas do setor, que tem a lula gigante (Dosidicus gigas) como principal produto. Não à toa, porque o molusco já rendeu aos peruanos 40% do faturamento obtido em todo o ano passado. Em ordem de importância a cavala e o cação vêm na sequência, seguidos por um grupo de peixes H&G (sem cabeça e eviscerado) liderado pelo valorizado dourado-do-mar ou peixe tábua (mahi mahi, Coryphaena hippurus). Mas em relação aos preços o maior deles é pago pelas vieiras, uma iguaria fina nos restaurantes brasileiros, que os peruanos conhecem como conchas de abanico (Argopecten purpuratus). Estes

Importações do Peru 2012

SEAFOOD BRASIL • ABRIL 2013 • 26

Mercadoria

US$ FOB

KG

Trutas Cavalinhas Tubarao-Azul Outros Peixes Files De Trutas Vieiras Potas e Lulas Sibas e Sepiolas Em Outras Fomras Outros Moluscos

1.601 1.849.276 1.047.111 1.088.318 190.569 149.559 3.178.826 171.737 50.375 341.438

300 1.430.560 962.000 194.000 21.200 10.000 1.026.786 58.980 18.240 123.985

Total

8.068.810

3.846.051

AS VENDAS DA DÉCADA

Ano 2.003

385 toneladas

Ano 2.012

3.846 toneladas


Expositores do Equador Nome

Estande Pavilhão

Conservas Ideal Conservas Isabel Markfish Marbelize Salica

Dado o espaço disponível no mercado de conservas, a segunda tarefa parece bem mais fácil, como mostra a própria experiência da parceira brasileira. As representantes do seafood – Marbelize, Conserval Ideal, Conservas Isabel (propriedade da espanhola Conservas Garavilla), Salica e Markfish – são todas reconhecidas mundialmente por suas conservas. “Em um futuro não muito distante, o Brasil se tornará um dos mais importantes destinos das exportações equatorianas de enlatados”, aposta Marcelo Fabara, diretor de vendas da Marbelize, que apresenta em seu estande o atum em pouches (saco de alumínio flexível). Enquanto a Conservas Ideal exibe um perfil similar à Marbelize, segundo informa seu gerente comercial, Miguel Buenaventura, a Salica e a Markfish trazem mais diferenciação. Marlon Barchi, da Salica (dona da marca Atún Campos), inclui na cesta de produtos o atum cru congelado em lombo ou fatias,

Azul Azul Azul Azul Azul

que pretende introduzir em distribuidores e cadeias de supermercado. Já a Markfish traz uma lista com pratos prontos, que contempla arroz e saladas com atum, além de outras opções em conservas, como relata a gerente, Diana Machado. A outra tentativa do Equador já é mais distante. Ginger Cueva, responsável pelo comércio exterior da tradicional exportadora de camarões Omarsa, esteve na Apas 2012, mas desistiu de participar neste ano. O motivo: “somos processadores e exportadores de camarão congelado e, como nação, não temos autorização para exportar o nosso produto. O tema das licenças de exportação também é caro a Marlon Barchi, da Salica: “A oferta equatoriana poderia ser mais significativa no Brasil, mas infelizmente os trâmites para os registros são tão difíceis que desencorajam os produtores equatorianos.” Nisso, equatorianos, peruanos e muitos outros exportadores estão de pleno acordo.

Importações do Equador 2012 Produtos

Outs.carn.de peixes, fresc., refrig.ou congelados Merluzas e abroteas (merluccius ,urophycis ),congeladas Cavalinhas, congeladas Outros peixes congelados, exc.filés, outras carnes,etc. Outros filés congelados, de peixes Outros atuns frescos, refrig.exc.filés, outs.carnes, etc. Outs.atuns congelados, exc.filés, outs.carnes, fígados,etc Espadarte (Xiphias gladius), frescos ou refrigerados

US$ FOB

Kg

473.508 324.074 299.768 271.031 203.450 74.503 72.880 868

80.450 215.650 216.830 67.376 24.925 5.952 17.000 100

SEAFOOD BRASIL • JAN/ABR 2013 • 27

produtos alcançaram uma média de US$ 15 mil por tonelada. Além dos congelados, as conservas são item fundamental no catálogo de expositores como a Pesquera Hayduk, a Austral Group – filial peruana da norueguesa Austevoll – e na Consernova – que esteve na Apas em 2012 e é um empreendimento das espanholas ThenaisieProvôté e Promar. A conexão espanhola segue, porque a Promar, que integra o grupo Profand, igualmente é a matriz da Produmar, que também habita o pavilhão peruano em 2013 em companhia da Agropesca, Productora Andina de Congelados e Coinrefri. Francisco Takahashi Iguchi, gerente geral da Coinrefri, confirmou que a intenção principal com a participação na feira é apresentar o cação-azul, vieiras, dourado-do-mar e anchovetas, mas, principamente, oferecer a pota em diversas apresentações, embora a empresa não tenha trazido amostras. O desenvolvimento industrial peruano alcançado pela espécie tem sido a chave para as vendas mundiais de mais de US$ 300 milhões. Se o foco do Peru é nas lulas, podese dizer que o Equador tem duas grandes pretensões no Brasil: introduzir seu camarão de cultivo, terceiro maior item da pauta de exportações peruanas, que lhe rende divisas próximas a US$ 1,25 bilhões; e incrementar a distribuição de conservas, que já ganhou bastante terreno com as importações da nova terceira colocada do mercado no Brasil, a Beira-Mar.

638 638 638 638 638


Expositores brasileiros * Nome

Quem

vende no Brasil?

Estande Pavilhão

Ampex/Beira-mar Camil/Coqueiro Di Salerno Eurofoods Premium Dist. Gomes da Costa Copacol Frescatto Opergel Grupo 5 **

238 365 325 307 633 335 312 620 639 802

Azul Cinza Cinza Cinza Verde Cinza Cinza Verde Verde Vermelho

* ainda não citados ** Bacalhau DIAS, Bom Caldo, Karam's Mar e Vivenda do Camarão

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Textos: André Toso e Ricardo Torres (Brasil) Fotos: Seafood Brasil

Q

ue a venda do pescado no Brasil tem um perfil internacionalizado em relação às matérias-primas, não é novidade. Outro fato pouco inédito é que comprar lá fora é uma tendência crescente: entre 2002 e 2012, o faturamento dos exportadores cresceu quase seis vezes no período, ao passo que o volume variou 140%. Enquanto isso, apesar da conversão da Secretaria

Especial de Aquicultura em Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o País ainda produz pouco pescado em comparação a outros países. A produção nacional aquícola ou pesqueira beira 1 milhão de toneladas há mais de dez anos. Para ser mais preciso, a produção nacional oscilou discretamente de 843,3 mil toneladas em 2000 para 1,264 milhão de toneladas em 2010 (último dado disponível, segundo o MPA).

Isso tem um claro reflexo na disponibilidade de pescado ao varejo. Como os supermercados brasileiros são cada vez mais gigantes, a lista de fornecedores capazes de atender à demanda e com musculatura suficiente para negociar com os grandes grupos supermercadistas se reduz. Por isso o ritmo de ascensão dos exportadores. A forte participação internacional na Apas é, portanto, sintomática: mostra que existe


após ano, o desempenho continua alto, principalmente pela capacidade de inovação e diferenciação da empresa. Luis Manglano, gerente de marketing, conta que o ano de 2012 registrou crescimento de 16% em relação a 2011. Além dos tradicionais enlatados, a empresa investe há vários anos em produtos com valor agregado, como congelados, pratos prontos e torta de atum, além dos empanados de merluza. Para ele, o consumo de produtos da empresa está crescendo muito nos últimos anos por três tendências: produtos saudáveis, práticos e sofisticados. “O pescado em lata reúne essas três características e apresenta um futuro promissor”, resume. O gerente avalia que a margem de crescimento do pescado é grande, revela aumento efetivo e tendência de alta. Isso comporta os lançamentos que a Gomes da Costa e os outros expositores prepararam para a Apas 2013 e que, em breve, estarão nas gôndolas de todo o País (veja na seção Lançamentos da Apas 2013” por “Para encher o carrinho). A feira também será vitrine para a Copacol, que neste ano completa 50 anos. Com 4,8 mil associados e 7,2 mil colaboradores, a cooperativa abate 340 mil aves e 33 toneladas de tilápia ao

Estande da Gomes da Costa na Aaps 2012: empresa continua líder do mercado em conservas

dia. O foco da cooperativa na Apas é realçar sua história apresentando novos produtos à base de tilápia. Além da modalidade congelada, a Copacol aposta nos empanados, com steaks, tiras de tilápia empanadas e fishnuggets. A lista de produtos é grande e faz da empresa, junto à Frescatto, uma das únicas fornecedoras de camarão da Apas em 2013, que não terá a presença tradicional da Nutrimar. Camarão sete barbas e o vermelho estão na lista, junto a filés de abadejo, filés de merluza, filés de pescada, filés de saithe, posta de cação, sardinha e cavalinha. Tais produtos também compõem a encorpada linha de congelados da Frescatto, mas a empresa chega a mais uma edição da Apas com um incremento ainda maior em suas linhas de industrializados. Na linha tradicional, a marca irá expor 18 produtos, como o filé de linguado, filé de congro rosa, posta de cação, camarão cinza e aneis de lula. Só esta linha apurou em janeiro vendas 48% maiores que todo o último trimestre de 2012. Esse resultado positivo aparece também na distribuição da linha nos supermercados, que aumentou 54% no mesmo período. Diante da crescente demanda, a marca investiu R$ 6 milhões

LÍDERES DE VENDAS NAS CONSERVAS Atum e bonito

1° 2° 3° 4° 5°

Marca

Gomes Da Costa / Gomes Da Costa Coqueiro / Pepsico Beira Mar / Beira Mar 88 / Gomes Da Costa Pescador / Femepe

TOP 5: 81,8% Sardinha

1° 2° 3° 4° 5°

Marca

Gomes Da Costa / Gomes Da Costa Coqueiro / Pepsico Beira Mar / Beira Mar 88 / Gomes Da Costa Pescador / Femepe

TOP 5: 92,2% Fonte: Nielsen/Revista SuperHiper

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uma demanda reprimida por pescado, que exige o complemento de produtos estrangeiros para diversificar e qualificar a oferta disponível. Como resultado deste cenário, nos últimos anos floresceram empresas com capital nacional, mas em boa parte apoiadas por matérias-primas do exterior. A Ampex Brasil é uma delas. Em fevereiro de 2010, a empresa iniciou sua comercialização e distribuição e criou a marca Beira-Mar. A empresa avaliou que o crescimento do setor comportava uma linha de pescados em conservas e desenvolveu uma linha que hoje chega a treze produtos, entre atum, sardinha e anchoveta, que têm Tailândia, Equador e Peru como origens principais. Todos os produtos estarão expostos no stand que a empresa terá na Apas, que tem o papel de causar mais impacto em um mercado ainda dominado pela Gomes da Costa e pela Coqueiro (ver quadro). Outras correm por fora com volume de venda de conservas e market-share menos importante, mas lutam para incrementar suas vendas. Casos de Di Salerno, Eurofoods e Premium Distribuidora. Mas a líder ainda incontestável deste segmento é a Gomes da Costa, braço do grupo espanhol Calvo no Brasil. Ano


Consumidor demanda cada vez mais pescado e empresas nacionais recorrem a exportadores para manter regularidade e qualidade da oferta

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Paulino dos Santos (topo), da Copacol: filés de tilápia são carro-chefe da empresa. Rafael Barata (acima, à dir.), gerente de comércio exterior da Frescatto, acompanha o diretor, Thiago Deluca, na última Apas.

em mudanças de suas embalagens, que ficaram mais modernas e resistentes, e na ampliação da capacidade de produção. Em industrializados, o foco será em lançamentos de produtos à base de salmão. A Frescatto está presente nas 10 maiores redes de supermercado do Brasil, segundo o ranking Abras, e alguns dos principais restaurantes das capitais brasileiras. Depois do crescimento de 25% nas vendas em 2012, a empresa se convenceu da existência de grandes oportunidades no mercado de autosserviço e food service. É a mesma aposta de Ivan Lasaro, diretor geral da Opergel. Neste ano a empresa chega a 25 anos de experiência na distribuição de pescado, notadamente o salmão fresco e congelado – Lasaro viaja constantemente ao Chile para acompanhar os cultivos e transacionar diretamente com seus fornecedores locais. Os resultados apurados em 2012 dão a medida do esforço do empresário. “O volume de faturamento em 2012 foi de R$ 240 milhões e esperamos um crescimento de 15% este ano”, diz. Parte do

resultado deve ser alcançado por conta das novidades que a empresa apresentará na Apas. Uma nova marca de pescado, chamada Ocean, se soma à apresentação de um salmão cultivado de forma sustentável e do parceiro da empresa no Vietnã, responsável pelo cultivo e processamento de pangassius que a Opergel comercializa. Os parceiros também são o foco da Grupo 5, empresa responsável pela concepção e introdução dos produtos Vivenda do Camarão no grande varejo. Formado em parte por ex-funcionários da Netuno, a empresa presta serviços que envolvem desde a força comercial até o trade marketing, passando pela inteligência logística e pesquisa e desenvolvimento. No stand da Apas 2013, além da Vivenda, a empresa demonstra produtos seafood de outras três empresas do setor: Bacalhau DIAS, Bom Caldo e Karam´s Mar. Um dos principais lançamentos é uma linha de bacalhau para ser assado na brasa. Diego Fávero, diretor de supply chain, resume: “Finalmente um produto de seafood para o país do churrasco!”.


Expositores de ingredientes Nome

Ingredientes: casamento perfeito

Carbonell/ Gomes da Costa Di Salerno Eurofoods Premium Distribuidora Tozan/ Grupo Brasil Kirin Sakura Bunge Gallo/Cargill Yoki Predilecta Hojiblanca/ Sandeleh

Estande Pavilhão 335 325 307 633 544 121 334 511 538 434 755

Cinza Cinza Cinza Verde Azul Azul Cinza Verde Verde Cinza Vermelho

Q

uando se pensa em pescado é difícil não imaginá-lo regado no azeite ou mergulhado no shoyu. Bacalhau e azeite, salmão e shoyu. São combinações consagradas e cada vez mais presentes na mesa dos brasileiros e nos cardápios dos restaurantes. Exemplo claro é o azeite, que segundo pesquisas da Nielsen, teve um crescimento de consumo de 16% no último ano. Observando essa realidade, afirma Luis Manglano, gerente de marketing da Gomes da Costa, a companhia decidiu trazer ao Brasil o azeite espanhol Carbonell. A parceria já é comum com os produtos de conserva da matriz da empresa, o Grupo Calvo. A última novidade foi deixar essa relação entre o pescado e o ingrediente ainda mais evidente, com o lançamento do Azeite Extra Virgem Especial para Bacalhau. “Ele foi formula-

do com azeitonas especialmente selecionadas para reforçar o sabor forte do bacalhau; entre seus atributos estão o bom teor de acidez (0,5%) e o sabor frutado e intenso”, descreve Manglano. O novo produto amplia a linha Carbonell disponível hoje no mercado brasileiro. A marca possui os azeites tradicional, virgem, extra virgem, especial e os monovarietais (alberquina, picual e hojiblanca). Na Apas, a Gomes da Costa tem neste segmento uma profusão de competidores, já que as gigantes Bunge e Cargill também levam à feira seus azeites, assim como outros distribuidores e importadores, como a Di Salerno, Eurofoods, Sandeleh e Premium Distribuidora. Igualmente acirrada é a disputa pelo mercado de shoyu, o molho de soja japonês que se consagrou graças aos restaurantes japoneses. Na Apas deste ano, a Tozan apresentará sua tradicional linha

no estande do Grupo Brasil Kirin e aposta no apelo saudável para se impor diante de concorrentes do mesmo padrão, como a Sakura, e outros, como a Yoki e Predilecta. A empresa defende que seu produto segue a milenar tradição japonesa, que respeita o longo período de fermentação natural da soja e do trigo. “Por possuir grande quantidade de proteínas da soja, que são benéficas ao organismo, o produto apresenta baixa quantidade de sódio, ação antioxidante, baixas calorias e não contém gorduras”, diz a Tozan. Se uma das questões que fazem o mercado de pescado no Brasil crescer é a preocupação do consumidor com a saúde, tanto o shoyu quanto o azeite são um complemento para que o brasileiro assegure uma longevidade semelhante à do Japão e o prazer pela vida dos povos mediterrâneos. Se peixe faz bem, parece que peixe com azeite e shoyu faz ainda mais.

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Textos: André Toso Fotos: Seafood Brasil/Empresas



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