Direcção
Joana Nicolau Sónia Bento Tó
Equipa
Alberto Darame Ivo Alves Vanessa Cardoso Daniela Ribeiro Moisés Regalado Olheiro A.Silva (Primouz) P.Silva (Primouz)
Design
Hugo Araújo (Snake) André Almeida (Phomer) Propaganda 13
Webmaster Fresh
Colaboradores João Coelho (Hip) Red Fox SpeH Sagas PM TurnTable
2006 foi um ano de coisas boas, mas agora em 2007 a IV STREET volta com coisas ainda melhores! Imaginem aquele cozinhado maravilhoso que a vossa mãe faz, ou então aquele bolo de chocolate... pois, mas isso nem aos calcanhares chega da ementa IV STREET desta edição. Finalmente será desvendado quais os Verdadeiros melhores álbuns de 2006! Sim, os verdadeiros porque fomos nós que escolhemos! Nesta edição podem contar com Dealema na despedida do Hard Club, entrevista a um dos melhores writers nacionais, o "famoso" festival Hip Hop no Pavilhão Atlântico, criticas, fotos e muito, muito mais. PS: Agradeço desde já os vossos desejos de um bom ano para nós, vá desejem... óoo por favor =)
Actualidade Internacional
1
Actualidade Nacional
3
Urban Voices
5
Fest. HipHop Pav.Atlântico
6
Dealema no Hard Club
7
Biografia John Legend
9
Mundo Complexo
12
Passatempo Lirical Radio Mix
14
James brown (1933-2006)
15
Os melhores ábuns de 2006
17
Flowfest - João Barros
29
Críticas a CD’s
31
Doc
36
Pró mudança a jejuar no meditianismo
40
Urban Movement - Fusão Caracas
42
Graffiti - O melhor dos festivais de 2006
44
Zoom-in Dealema no Hard Club
46
Vá para fora cá dentro - Ílhavo
47
IV Street @ net
48
42 9
12
17
44
Por: Fresh
Sub Escuta
7
6
Mafia K'1 Fry - Jusqu'à la mort
Talib Kweli & Madlib – Liberation
Está de regresso ás lides discográficas o super colectivo francês Mafia K'1 Fry. Fundado em 94 por Kery James e constituido actualmente pelos restantes elementos, 113, Intouchable, Rim'K, OGB, Demon One, Manu Key, Teddy Corona, os Mafia K´1 Fry apresentam no próximo dia 29 de Janeiro pela Hostille, o novo álbum JUSQU’A LA MORT, que sucede a LA CERISE SUR LE GHETTO.
Hell Razah Renaissance Child Conhecido por fazer parte do colectivo da década de 90 os Sunz Of Man, por ter participado em faixas de vários álbuns de elementos do Wu Tang Clan, e mais tarde por se juntar a Tragedy Khadafi, Timbo King e Killah Priest formando os Black Market Militia, o rapper Hell Razah surge finalmente com o seu álbum a solo. Intitulado RENAISSANCE CHILD, a antecipada estreia a solo do emcee de Brooklyn, conta com participações de luxo entre as quais as MF DOOM, Talib Kweli, Rass Kass, Killah Priest, Tragedy Khadafi e R.A. the Rugged Man. A produção mantém o nível elevado, contando com instrumentais de 4th Disciple, Bronze Nazareth, Shuko. RENAISSANCE CHILD tem data de lançamento prevista para 20 de Fevereiro, pela Nature Sounds.
Afinal os rumores tinham fundamento, e não só se tinha falado que Talib Kweli e Madlib iriam fazer um álbum em conjunto, como esse mesmo projecto já está feito e disponibilizado para download gratuito. LIBERATION são 9 faixas com emcee'ing de Kweli e produção de Madlib.
Projecto Underground Animals O projecto Underground Animals vai ser liderado pelo superprodutor Danger Mouse, e irá reunir outros tantos produtores de médio e alto estatuto ainda desconhecidos. Bem ao estilo Gorillaz, os Underground Animals vão existir num universo específico virtual, no qual cada elemento partilha uma história. O resultado final sonoro surge do conjunto de produções e respectivas colabo’s com outros artistas no meio. Cada um dos elementos terá um pseudónimo e um instrumental da sua autoria. Espera-se que o álbum esteja nas ruas em princípios de 2007.
Brother Ali The Undisputed Truth
Apathy Baptism by Fire Confirmado numa recente entrevista por Steve Rifkind, o CEO da SRC Records, o Wu Tang Clan prepara o seu regresso ás lides discográficas já para este ano de 2007. Cinco anos depois do último álbum, IRON FLAG, o Clan lendário prepara o seu regresso para finais deste ano.
Regresso do WU
Depois do álbum de 2006 EASTERN PHILOSOPHY, Apathy começa bem o ano com o projecto BAPTISM BY FIRE. Um disco que reúne 27 faixas que vão desde freestyles e material não editado, as raridades e novos temas podem contar com participações de Celph Titled, Esoteric, Motive, One Two, Styles of Beyond, Vinnie Paz, Emilo Lopez, J-Zone, The Inhumanz, entre muitos outros.
Depois de SHADOWS ON THE SUN e do EP CHAMPION, o emcee Brother Ali prepara-se para lançar o seu próximo projecto discográfico intitulado THE UNDISPUTED TRUTH. Com produção a cargo de Ant dos Atmosphere, o projecto verá a luz do dia a 6 de Março deste novo ano, pela Rhymesayers. Também em calha estão outros projectos para o ano de 2007, entre os quais novos registos de Mac Lethal, Jake One, Abstract Rude & Vitamin D, e Los Nativos. E por outro lado, DVD's de Atmosphere e MF Doom, tal como a reedição neste último particular, do OPERATION: DOOMSDAY e MM…FOOD.
Mixtape 16 Barras O emcee Deus Verbal organizou o projecto MIXTAPE 16 BARRAS. Este projecto vai reunir convidados da nova escola do Norte a Sul de Portugal. Podemos contar com as participações de Acme, 1º Pelotão, CDkrew, Micnizado, Still G, NGA (Força Suprema), Sniper (Kubiko Records), Punido, Mad Skill, Eifel, Fire K (South Soldiers) & Dj David Kz. MIXTAPE 16 BARRAS está para download de forma gratuita em: http://deusverbal.blogspot.com, desde o dia 1 de Janeiro.
Compilação De Costas Pró Mundo DE COSTAS PRÓ MUNDO é uma compilação totalmente organizada por Riffs (Mente Creativa), que conta com o apoio da Urbano Street Wear, 3º Divisão e da DarkMixtapes. Nesta compilação podemos contar com as participações de AL-X & Mr. Lee, 3º Divisão, Sniper, Branco, DJ Madkutz, DJ Sizza, Raptor, entre outros. O single de apresentação já se encontra escolhido, e será o tema de Al-X & Mr. Lee “De Costas Viradas pró Mundo!” que pode ser sacado no site Tuga Underground.
NACIONAL Zeb Tape #1 - Special Portugal A ZEP TAPE #1 – SPECIAL PORTUGAL já se encontra disponível para download gratuito. Participações de nomes como Halloween, Ikonoklasta, Royalistick, Mad V, RealPunch, Tranquilo, Da White Pills, NGA, Sniper e Geny, entre muitos outros. De salientar que a próxima Zeb Tape será um especial França. Para mais informações podem consultuar o site http://myspace.com/zebtape e o blog oficial http://zeblak.skyblog.com
Flowfest 2007 - Próximo Nível Novidades da Covil Como já foi adiantado na Edição de Dezembro, o primeiro lançamento da Covil em 2007 será o álbum de Suarez VISÃO DE UM ESTRANHO, com direito a vídeo clip. Para além do projecto de Suarez, a Covil em 2007 vai por nas ruas: A Compilação do DJ MCM, que será totalmente produzida pelo próprio e terá convidados de norte a sul do pais. ALEM DO TEJO VOL. 2 – VERSÃO MAIS PESADA. Será uma outra novidade de 2007, uma compilação produzida por Suarez que terá como intervenientes só mc´s do Alentejo. E finalmente, DJ Parasita prepara uma Mixtape de sua autoria.
Novos Caminhos vol.1 e Mixtape Monte Olimpo - Criar Oportunidades Como já tinha sido referenciado numa edição da IV Street, o MC/Produtor X-Ray lançou no dia 1 de Janeiro a sua compilação “NOVOS CAMINHOS VOL.1. Além desta compilação, X-Ray abriu caminho e deu uma ajuda ao emcee Espanhol (La Dupla) para por a MIXTAPE MONTE OLIMPO – CRIAR OPORTUNIDADES nas ruas. Ambos os projectos estão desde o dia 1 de Janeiro para download em http://xrayakaalcatraz.blogs.sapo.pt . Para além destes projectos que se encontram em download, X-Ray juntou-se com MC/Produtor Explicito e criaram o 2B. No futuro será lançado um EP desta dupla.
Já tem data marcada, aquela que promete ser uma das maiores festas do ano do HipHop Nacional. Dia 14 de Abril, no Teatro da Cerca em Coimbra, vai realizar-se a terceira edição do Flowfest. Para esta edição de 2007, podem contar com um cartaz bastante apelativo, com vários nomes da cena nacional entre os quais Sam The Kid, SP & Wilson, Sir Scratch, além de colectivos da zona de Centro como os Outro Nível, Sickscore, SBT2, entre outros.
O Casting dos Deck-Arte O álbum de estreia dos Deck-Arte, O CASTING será editado no Verão de 2007 pela Matarroa. A dupla composta por XTense e Swipe encontra-se a trabalhar no seu álbum de estreia desde Novembro de 2005. Esta será uma das estreias mais aguardadas do novo ano, após o sucesso obtido com o EP XPERMATOSWÓIPE.
X-Tasy – Celebração Já se encontra disponível para download gratuito a maquete do emcee XTasy, intitulada CELEBRAÇÃO. Participações de nomes como Maze, Verónica Larréne e Nina, e produções a cargo de Dj Tombo, Raze e Flash. Maquete gravada, misturada e masterizada inteiramente por Alpha.
Homem em Missão - EP Promo Enquanto se espera pelo à muito anunciado álbum de estreia de Maze, vai ser disponibilizado gratuitamente via internet, um pequeno EP de promoção desde mesmo futuro projecto. Intitulado Homem em Missão, vão poder brevemente sacar o EP em myspace/aceproduktionzhe adquarterz.com ou myspace/mazedlm.com
o DJ Sizza se portou bem a “riscar”. Tanto Branco como Hadjy mostraram uma enorme vontade a dar puros freestyles, sem nada escrito nem nada decorado. As suas dicas fizeram aumentar o ambiente que se sentia entre o público e o palco. Sai Branco e sobe Sniper para dar apoio ao seu irmão mais novo. Notouse que Hadjy já sente um bom à vontade no palco e as suas músicas fazem sentir um Hip Hop de nova escola. Porque não fazer um intervalo de concertos e assistir a um Street Dance (Breakdance)? Foi isso que aconteceu logo após a actuação do irmão de Sniper. Um elevado número de elementos deram o seu melhor para animar o público quente. De regresso aos concertos e com mais um grupo da Kubiko Records, S1ºM. Formado por Branco, Saz e Kilat e acompanhados pelo DJ Sizza nos pratos. Muita energia do palco fez com que o público entrasse em sintonia com S1ºM. Depois das quatros músicas, Branco demonstrou que como bom
MC tem a capacidade de se enganar no meio de uma canção e partir logo para um improviso. Foi isso que aconteceu na música “Sonho Irónico”, com beat de Raze. Para terminar a sua actuação a solo, Branco fez sorrir o público com “São Sorrisos”. Já passavam das 02:00 horas quando a dupla de Almada La Dupla & DJ X-Acto subiu ao palco. Este grupo já tem demonstrado de Norte a Sul que tem capacidade para animar uma festa e esta noite não fugiu à regra. Apresentaram temas do EP de apresentação com uma energia em cima do palco que não se vê muito. Para acabar, o grupo vindo de Lisboa UBSquad a partir da “União” mandam o resto da casa abaixo. Este grupo de Lisboa conseguiu fechar em grande! Já que a festa foi aberta por grupo da Kubiko Records, porque não fechar com uma nova dupla da Kubiko Records? Exbonafide (Sniper e Best). “Urban Voices” teve o seu fim com open mic uma boa prestação com niggas já mais para um lado do que para outro.
Artistas: Akon, Fat Joe, Ja Rule, Ashanti Local: Pavilhão Atlântico Dia: 11 de Dezembro de 2006 ARTISTAS DE TOPO DÃO CONCERTO MEDIOCRE
Apesar do frio que se fez sentir cá fora antes de as portas se abrirem, já se sentia boas vibrações no ar. E como uma festa de Hip Hop não começa sem um atraso, este não fugiu a regra. As portas para a Urban Voices abriram quando faltam um pouco para as 22H30m, com o soundcheck já feito. Depois das portas, o ambiente quente e o frio que se sentia foi desaparecendo. Já com a casa composta em termos de público, a Kubiko Records (KR Family), deu o início à festa. Os MC´S Branco, Saz, Best, Sniper e Kilat, acompanhados pelo DJ Sizza, subiram ao palco para cantar “Nosso Mundo”. Este grupo sentia uma enorme a vontade em cima do palco e desde as primeiras rimas conseguiram uma boa resposta pela parte do público. Branco foi o escolhido para chamar os seguintes grupos, a noite ainda era uma criança quando os Clandestinos (oriundos de Setúbal), subiram para demonstrar que com esforço consegue-se ir longe. Este grupo demonstrou ter uma postura novata, tiveram uma boa entrada com um ragga que puxou pelo público presente, mas a má
recolha de instrumentais não os ajudou para as músicas que ainda faltavam (cada grupo/MC que subia ao palco tinha direito a quatro músicas). Ainda a representar o “rap sadino”, seguiu-se a dupla CAP e Horigynal (Almada) e com o DJ Xtreme (Ex-Quebradiscos) nos pratos, decidiram mostrar os seus skillz em músicas conjuntas. Tanto CAP como Horigynal são dois nomes que começam a mostrar os frutos de um trabalho maduro e com resultados positivos. Como dupla conseguiram funcionar bem. Como numa boa festa há sempre improvisos, o grupo Direitos Iguais subiram ao palco com um dos seus elementos a dar o beatbox (que mais tarde se iria ouvir durante os pequenos intervalos da festa), enquanto o técnico de som improvisado, Sniper, procurava os beats. Senti que esta formação necessitava ainda de treino e de organização, mas que ainda assim conseguiram fazer uma boa actuação; trouxeram inclusivé para a sua actuação o MC Dixs vindo de Quarteira. Depois da actuação de Direitos Iguais, Branco subiu ao palco e chamou Hadjy (irmão de Sniper), para um freestyle em que
O cartaz anunciava, para este espectáculo no Pavilhão Atlântico a 11 de Dezembro, Akon, Ja Rule, Ashanti, Fat Joe, Busta Rhymes e Sean Paul, e estes dois últimos artistas não compareceram. Os outros deram um concerto pouco sério, pouco entusiasta e básico. A promessa de festa era elevada, mas a decepção foi maior ainda. Akon é o primeiro e começa com “Guetho” e “Locked Up”. O cantor sabia onde estava porque só gritava “Portugal, Portugal”. E também sabia que a maioria da histeria do público vinha da secção feminina. Até que o cantor senegalês formou uma fila extensa de raparigas no palco a dançar para ele. Akon focou-se mais no álbum de estreia, seguindo com “Belly Dancer” e “Lonely”, do que com o segundo disco, KONVICTED. Limitou-se a exercer a vontade de transformar o palco do Pavilhão Atlântico num bordel, em vez de dar um concerto. O MC de Brooklyn, Fat Joe, traz os capangas, os tiros e mostrou-se incapaz de verbalizar um concerto sozinho. Anunciou ME, MYSELF & I, novo álbum, apesar de ter optado por um alinhamento na grande parte por clássicos. Fat Joe, que se intitula um gansta rapper, também tem um tema reggaeton, bem à moda de Daddy
Dealema no Hard Club
Yankee, mas com tiros, claro. Para dançar, “Lean Back” e “What’s Luv”. A voz rouca de Ja Rule com a companhia de Ashanti durante 15 minutos e um DJ competente deram um concerto minimamente decente, até que Ja Rule resolveu desabafar o seu beef com 50 Cent e dizer que o sonho da vida dele é matá-lo. Arrufos à parte, o estandarte Murder Inc esteve içado do princípio ao fim, o rapper
DEALEMA BRILHA EM DIA DE FECHO
Dealema comemoram dez anos de existência e dão um concerto brilhante no dia em que o Hard Club fecha as portas. Este sítio foi o berço do colectivo e, agora, são eles, já músicos maduros, que o vêem partir. Nostalgicamente. O tiro de partida é dado com “Bofiafobia” e “Homem em Missão”, uma das criações individuais de Maze com a produção de Ace. Todo o alinhamento desta noite foi a recordação de uma década a fazer música, uma espécie de
americano entoou o famoso single “Holla Holla”, ou “I Cry”, entre outros sucessos, sem faltar “I’m Real”, uma das parcerias com J. Lo. A ele juntou-se Ashanti, uma das vozes femininas do R&B americano, que não cantou mais do que três músicas. Passeou de um lado para o outro, no seu salto alto e saiu sem grande aparato. Tal como todos os outros artistas que por lá passaram.
Texto: Vanessa Cardoso Fotos: Speh
Artistas: Dealema Local: Hard Club, V. N. Gaia Dia: 22 de Dezembro de 2006
em Agosto do ano passado. Fuse informa o núcleo com as suas líricas e instrumentais agressivos e mostra, mais uma vez, aquela mistura musical a que habitou o público. Para completar o círculo, Ex-peão faz entoar “Bairro”, uma reconstrução de revestimento electrónico e conteúdo social/político. Logo depois, entra Marta Ren e com a sua fantástica voz para recordar “Talento Clandestino” e anunciar
best of da qual “Fundação” ou “A Cena Toda” fazem parte. No meio de elogios e dedicatórias, os Delema estavam visivelmente emocionados. “Sólida Oportunidade de Mudança”, mais um passo à frente na carreira a solo de Mundo marcou pontos, tal como aconteceu com “Metamorfose”, uma novidade dealemática apresentada como a chave para a evolução da humanidade. Para comemorar o aniversário, os amigos, companheiros, colegas Mind da Gap, sobem ao palco para partilhar a “Coalisão” que os une. Maze a solo é outra prenda de Natal, outra prenda para o Hip Hop português. Une-se a Ace no refrão num instrumental lindíssimo já anteriormente revelado nas Noites Ritual Rock
o novo “Pacífico”, com o objectivo de integrar o próximo disco dos Dealema, um hino à nãoviolência. Eles agradecem o reconhecimento, nós agradecemos a existência e persistência. “Fado Vadio” encerra. Permitam-me a nostalgia. Não persistem dilemas, o Hip Hop já não é uma alternativa, já não é marginal, é uma celebração. Texto: Vanessa Cardoso Fotos: Snake
Biografia
Depois de GET LIFTED as expectativas estavam acima da média. O mais recente disco ONCE AGAIN lançado no final de 2006 entrou para as listas de melhores álbuns do ano do género. O menino do coro da igreja e artista de múltiplos talentos mostra o que é fundir sonoridades e ensina-nos a ouvir piano, como se ele falasse. Com respeito e paixão. Com talento próprio, experiência e a benção de Kanye West, o nativo de Springfield, Ohio já mostrou que não se ficaria por um principado breve. Há quem acredite que estava destinado. John Legend, nascido no Ohio como John Stephens (começou a ser chamado por Legend por um amigo de Chicago que achava que Stephens não era nome de artista), aos seis anos via vídeos de Michael Jackson na televisão e pensava em voz alta que um dia podia fazer coisas que ele fazia e que seria descoberto. Vinte anos mais tarde, aquilo que parecia tão distante concretizou-se. A música tornou-se no tema central na vida de Legend. Se lhe pedíssemos para descrever o seu estilo, quase adivinhamos a resposta. O compositor e músico oferece uma sonoridade espirituosa e cheia de alma, enraizada nas profundezas do Gospel e na subtileza Soul urbana, fundindo-se com o Hip Hop, pautada com uma sagacidade e doçura lírica. E diria de si mesmo, cantor, compositor, músico, produtor, ambicioso e sonhador. Depois de dois álbuns gravados ao vivo, chegou a hora de se ouvirem com atenção o fabuloso GET LIFTED, e volvido o sucesso do disco estreante, chega-nos ONCE AGAIN, o passo seguinte. A imprensa e a indústria discográfica já está a considerar ONCE AGAIN um dos melhores discos de 2006 e indispensável para os amantes da Soul, apesar de ainda estar fresco nos aparelhos de som. O músico demonstra com o disco de estreia uma habilidade extrema em conjugar os clássicos do Gospel, um Soul à boa moda antiga e as características do sabor contemporâneo do R&B e do Hip Hop. ONCE AGAIN representa uma fusão de diversas influências musicais, cultivadas e experienciadas ao longo do tempo pelo autor. Mas desta vez Legend foca-se muito mais em criar músicas para piano, num ambiente íntimo, quase bucólico. É este, sem dúvida, um investimento forte, para se afirmar como cantor e compositor.
DE MÃOS DADAS COM A MÚSICA A credibilidade e experiência que até hoje conquistou não são fruto da sorte ou do acaso. As raízes familiares são extremamente importantes na criação artística de John Legend, até porque o ambiente familiar em que cresceu respirava musicalidade. Tinha um piano em casa, no qual aprendeu a tocar e a ler música sozinho e por iniciativa própria bastante cedo. Quando tinha oito anos entrou para o coro da igreja local e a avó ensinou-lhe algumas músicas Gospel. Com isto, com aulas de música clássica que, entretanto, começou a ter, pôs em prática os ensinamentos musicais no coro da igreja e desenvolveu o ouvido. Durante o ensino secundário, já fazia modestas gravações com temas de natureza Gospel. E, como fã de Gospel, começou a prestar atenção a que passava na rádio, experienciando novas sonoridades como Jodeci, Boys II Men, LL Cool J e MC Hammer. Quando partiu para a faculdade, mudou-se da cidade que o viu nascer para a Pennysylvania, para se formar em Inglês. Vivia repartido entre os estudos e dois empregos, o que gradualmente ia ficando para trás, uma vez que dedicava cada vez mais tempo a cantar e a tocar piano, a gravar maquetes com colegas da faculdade e a fazer pequenas actuações em concursos de talentos ou em noites de microfone aberto e, ainda, a dirigir o coro da igreja da localidade onde vivia. No fim dos anos 90 muda-se para a Filadélfia. Foi nessa altura que se tornou mais visível no panorama musical da cidade e entrou em contacto com novos artistas que eram o núcleo duro do crescimento do movimento Neo-Soul, como The Roots e Jill Scott. Envolvendo-se com as pessoas certas, deixou de ser John Stephens para ser John Legend e continuou a actuar pelos bares de Filadélfia. Estava a meses de começar a trabalhar em GET LIFTED. A partir de 2000 e do sucesso pela Filadélfia a música de Legend viajou para os palcos de Nova Iorque, Boston, Atlanta e Washington DC. Ele também aparecia frequentemente no mesmo cartaz de artistas R&B de reconhecimento nacional, na altura, como Musiq, Jaheim, Amel Larrieux, Glenn Lewis, Floetry, The Roots, Common, Talib Kweli, Clipse, Res e Black Eyed Peas, tal como já começava a passar nas rádios. Assim, a audiência do cantor tornava-se, aos poucos, cada vez maior, mais assídua e calorosa.
OS FEITOS DE LEGEND, AMIGO DE WEST Através do colega de faculdade e colaborador Devo Harris, conheceu Kanye West, que estava em alta como produtor discográfico para Jay Z e Scarface. West viu um concerto de
Legend e algum tempo depois começaram a trabalhar juntos. Das primeiras sessões resultou “Do What I Gotta Do”, baseado num sample de “Til You Come Back To Me” de Aretha Franklin. West tocou-a ao vivo e o público adorou, o que proporcionou um trabalho mais frequente entre os dois norte-americanos. Kanye West parecia ter caído do céu na vida de John Legend. Começaram as colaborações com os melhores do R&B e da Soul nos Estados Unidos. O piano que se ouve em “Everything Is Everything” de Lauryn Hill é obra das mãos de Legend.
Os anos de 2003 e 2004 foram o expoente máximo da consolidação do talento do artista. Aparece como vocalista, pianista e co-autor de “Graduation Song”, “Family Business” e “Never Let Me Down” no recente COLLEGE DROPOUT de Kanye West. Legend emprestou a belíssima voz a “You Don’t Know My Name” incluído no multi-platinado “THE DIARY OF ALICIA KEYS e produziu “If I Ain’t Got You” também de Alicia Keys. Participa em ELEPHUNK, o disco dos Black Eyed Peas, no tema “The Boogie That B”. Em “Encore” e “Lucifer”, temas de Jay Z no THE BLACK ALBUM, Legend canta e toca piano. Escreveu e participou como pianista no single de Janet Jackson “I Want You”. Parte em digressão com o amigo Kanye West entitulada “School Spirit Tour”. Tem uma breve parrticipação no filme “Loverboy” e contracena com as estrelas de Hollywood Marisa Tomei, Kyra Sedgwick e Kevin Bacon. Colabora na música “Slow Jamz” de Twista, juntamente com Jamie Foxx e em “Overnight Celebrity”. Lidera como vocalista o tema “Selfish” que será o primeiro single extraído do próximo álbum de Slum Village. Colabora, também, com Talib Kweli em “I Try” (com Mary J. Blige) e “Always
On My Mind” do álbum “BEAUTIFUL STRUGGLE”. Aparecerá, ainda, em produções futuras de Britney Spears, Eve e Common como cantor e pianista.
AS RAÍZES E A PARTILHA Se começou a cantar e a aprender a tocar por volta dos seis, pensa-se que hoje, o multitalentoso John Legend tenha um currículo invejável. Apesar de ter um rol inacabável de produções e colaborações, mas também ele se dedicou a criações próprias. E no âmbito das suas criações e actividade, certos nomes não podem ser escondidos. As primeiras influências que desenvolveram o conceito John Legend foram, quando falamos de Gospel, Edwin Hawkins, Shirley Caesar, Commissioned, Jonh P. Kee e James Clevend. De horizontes mais abertos, o cantor também bebeu na fonte de Stevie Wonder, Aretha Franklin, Curtis Mayfield, Al Green, The O’Jays e Lauryn Hill. John Legend gravou LIVE AT SOB’S, em Nova Iorque, num espectáculo único, em Dezembro de 2002. Neste disco nota-se a inexperiência em encarar o público, pois sabe a timidez. E, ainda, o mais recente SOLO SESSIONS VOL. 1 – LIVE AT THE KNITTING FACTORY. Este é um cd raro, que não se encontra à venda em qualquer loja. Conta com uma banda bem recheada, com coro feminino e com o turntablist Young Devo. Por: Vanessa Cardoso
Depois de ACREDITES OU NÃO, os Mundo Complexo preparam-se agora para o lançamento do álbum ESTAMOS JUNTOS. IVStreet: “ESTAMOS JUNTOS” significa que, depois de um período de “repouso”, podemos encontrar os Mundo Complexo mais unidos do que nunca? Kwan: A ideia de chamar ao disco ESTAMOS JUNTOS veio dessa mesma expressão que nós utilizamos muitas vezes entre nós… Em vez de um até amanhã, por exemplo, dizemos “estamos juntos”… Essa expressão pode ser muita coisa, porque para além de uma “despedida” - um até já ou até amanhã, também quer dizer: “se precisares de alguma coisa conta comigo”, “obrigado” ou “é bom ter um amigo como tu”. Acho que essa expressão encerra todos estes significados subliminares, por assim dizer, e essa faceta de ser uma frase que se utiliza no diaa-dia, quase sem nos apercebermos, pareceunos interessante. Indo ao encontro do sentido da tua questão, também acho que, talvez de uma forma inconsciente, a escolha recaiu sobre esta expressão porque realmente
estamos mais unidos do que nunca e só assim é que é possível queeste projecto continue… É muito difícil viver da música em Portugal, como se sabe, e nós também já não somos muito novos e as vidas vão mudando de tal forma que em certas fases é mesmo necessário estarmos focados naquilo que queremos para que a energia esteja sempre direccionada para onde interessa. O Ridículo, que é o nosso produtor e um dos mc´s vive presentemente no Porto, eu tenho a minha carreira como dj para gerir e participo em vários outros projectos musicais, tal como o Tony, não só como vocalista mas também como percussionista, e o Tranquilo editou também o seu álbum a solo e foi pai há pouco tempo - isto tudo para dizer que há muita coisa envolvida nas nossas vidas para além de Mundo Complexo, e os caminhos individuais de cada um também têm que ser respeitados, dai o período de ”repouso” que referes, necessário para nos adaptarmos a todas estas situações,
embora nunca tenha deixado de haver uma enorme vontade de fazermos musica juntos. O nosso primeiro disco saiu em 2003 e o segundo sai agora em 2007 - pelo meio temos muitos concertos e muitas participações em colectâneas daí que o “repouso” também é relativo. Já queríamos lançar o segundo disco há algum tempo e agora é a altura certa. IVS: Que tipo de temas ou assuntos é que vão abordar neste novo álbum? K: Não sei se é possível falar sobre todos, mas o tema das relações está muito presente neste disco, tal como no anterior, porque é algo que obviamente nos interessa… A amizade, o amor ou a forma como crescemos marca muito as nossas letras, tal como a nossa relação com a cultura hip-hop e a música em si. Também há uma vertente de intervenção social, por exemplo, mas não queria desvendar muito sobre isso até porque acho que o interessante é que quem ouça a música tenha a sua própria interpretação sobre o conteúdo. IVS: Quais é que serão as diferenças mais significativas entre este álbum e o ACREDITES OU NÃO? K: Este está definitivamente mais maduro do que o anterior, o que é normal e desejável quando se compara com o disco que se fez antes. Penso que o objectivo de todos os artistas é evoluir e conseguir materializar essa evolução de alguma forma, seja nos concertos ao vivo, seja nos discos. No fundo queremos sempre que o novo disco seja melhor que o anterior, e eu penso que conseguimos isso. Este tem mais instrumentos, por isso penso que estará mais orgânico. Por outro lado há elementos que serão sempre diferentes e que se prendem com a evolução do Ridículo enquanto produtor e do amadurecimento dos mc´s. Temos também mais convidados em relação ao anterior, por exemplo, e isso acaba por dar uma outra sonoridade ao disco, até porque desta vez temos dois instrumentais do Sam the Kid e no outro tínhamos só um instrumental de alguém que não o Ridículo, nesse caso o D Mars. O próprio processo de gravação também foi diferente, gravámos este no Verão e o outro tinha sido no Inverno, e isso também se reflecte na sonoridade do álbum. No fundo todos este elementos acabam por diferenciar este disco do anterior. A sonoridade dos Mundo Complexo que as pessoas já conhecem está lá mas com alguns elementos diferentes, na nossa opinião a elevar a fasquia. IVS: Falando precisamente sobre a participação de convidados no álbum. Será possível adiantarem alguns nomes? K: Já referi a participação do Sam the Kid,
que é responsável pela produção de dois temas, o que foi mais uma experiência diferente para nós e realmente o Sam é um produtor e um ser humano fantástico. Aliás, todos os convidados são muito especiais para nós… O Melo D é nosso amigo há muitos anos e inclusive eu toco com ele na sua Good Vibes Band portanto esta colaboração era inevitável. O NBC também é um amigo de longa data e alguém com quem queríamos gravar alguma coisa há algum tempo. Temos também o SP que é um amigo recente, um dos artistas da nova geração com mais talento, cuja voz me pareceu perfeita para o tema onde participa e de facto o resultado final prova isso, acho eu. Outra convidada é a Rita Sardinha, uma amiga nossa que participou no álbum a solo do Tranquilo e portanto alguém que tem vindo a trabalhar connosco há algum tempo, inclusive ao vivo. Há também a participação da Ana Magalhães, sobrinha do Ridículo que era uma das protagonistas da capa do ACREDITES OU NÃO e agora canta neste, no tema “Puto Charila”…engraçado não é? Ainda mais engraçada foi a participação, também nessa canção, de uns miúdos que andavam a brincar na rua na altura em que estávamos a gravar as vozes… Foi uma ideia do momento que funcionou muito bem. Para além destes vocalistas temos também os músicos convidados: O Hélder “Kissassa” Godinho gravou os baixos de ESTAMOS JUNTOS apesar de já não estar a tocar connosco actualmente, o Tomé Brandão, que nos tem acompanhado ao vivo, tocou as guitarras, e o produtor, Duarte Ornelas, também tocou teclados. Ficámos muito satisfeitos com o resultado de todas estas colaborações e realmente são uma mais-valia para o disco. Muito obrigado a eles todos! IVS: Como é que decorreu o período de gravação? E onde é que foi feita? K: Gravámos o álbum nos Black Sheep Studios, em Mem Martins, entre Junho e Setembro de 2006. Fizemos tudo com muita calma, sem pressas, o mesmo se passando em relação à mistura e masterização, o que por vezes acaba também por se tornar um bocado cansativo. Houve sempre boa disposição mas também grande preocupação para tudo ficar bem. Nessa altura há sempre um bocado de ansiedade à mistura… O normal quando se está em estúdio… IVS: Vocês fizeram um primeiro registo com o carimbo da Loop Recordings. Como é que surgiu a ideia de lançarem agora este álbum pela Matarroa? K: Depois de decidirmos que não íamos gravar o segundo disco na Loop começámos a ponderar as nossas opções e surgiu um contacto com o
Martinez, que já conhecemos há muito tempo d o m e i o h i p - h o p, e e l e m o s t r o u - s e imediatamente interessado. Achamos que a Matarroa tem vindo a desenvolver um trabalho muito interessante, não só em termos gráficos mas também no que respeita à sonoridade dos discos, e agradou-nos a forma como trabalham com os seus artistas. Essencialmente procurámos uma editora que nos desse total liberdade para fazermos a nossa música, tal como aconteceu na Loop, e a Matarroa encaixa bem naquilo que nós pensamos que uma editora deve ser. IVS: Já há data para o lançamento do álbum? Quando é que podemos começar a ouvir um primeiro single? K: Em princípio o álbum será editado em Março ou Abril e um pouco antes o single estará a rodar nas rádios, mas ainda não temos data oficial de lançamento. Estamos também empenhados no vídeo que vamos rodar em breve e a partir daí vamos definir datas. IVS: E quanto a datas para concertos de apresentação? Já há algumas? K: Ainda não podemos adiantar nenhuma data concreta mas estamos já a falar com algumas pessoas sobre isso. IVS: Não sei se querem deixar alguma mensagem final… K: Essa é sempre difícil…por isso para já só espero que gostem do álbum e que apareçam nos nosso concertos ao vivo. Estamos juntos!!! Por: Daniela Ribeiro
LIRICAL RADIO MIX é o novo projecto da Lirical Record que, segundo os próprios, "visa divulgar a importância da mensagem no mundo Hip Hop em Portugal". Como artista convidado para aquele que é o primeiro de toda uma sequência de cd-singles, podemos contar com PM, que presenteia o público com o tema "R: Maldita Rassa", devidamente acompanhado de duas remixes (da autoria de NGA e Geny), uma versão acústica, três instrumentais, dois vídeos e uma galeria de fotos. Os três primeiros leitores que enviarem nome e morada completos, bem como a frase "Hip Hop é liberdade, respeito, poder e mensagem", para forstreetmagazine@gmail.com, terão direito a um exemplar grátis deste trabalho. Para mais informações, visitem www.hiphopexcentrico.blogspot.com
Nacional
Por:Moisés Regalado
Antes de mais, Bom 2007 – que seja um ano pelo menos tão bom como aquele a que sucede (fica sempre bem começar pelo princípio e pelo cliché, como uma vez me ensinaram). Este foi um ano em que se perderam várias personalidades intimamente ligadas ao Hip Hop, entre as quais se destacam Proof (D12), J Dilla e, não menos importante, James Brown. Mas nem só pela negativa ficará marcado 2006. Vários dos melhores nomes do Rap mundial lançaram novos trabalhos (ainda que nem todos com os melhores resultados), e várias surpresas se revelaram. Sendo a IV Street constituída, obviamente, por várias pessoas, todas elas com gostos relativamente diferentes, o desafio foi lançado: cada membro da equipa deveria construir um Top que reflectisse os melhores lançamentos do ano transacto, da maneira mais parcial e subjectiva possível. Assim sendo, seguem-se os diferentes Top’s, relativos quer ao panorama nacional, quer internacional (salvo excepções), com todas as escolhas devidamente comentadas e fundamentadas – mais uma vez, exceptuando alguns dos casos Posto isto: concordem, discordem, mas desfrutem!
Internacional
Nacional
Internacional
Nacional
Internacional
Sam the Kid – Pratica(mente)
Cut Chemist – The Audience is Listening
Sam the Kid – Pratica(mente)
India Arie - Testimony: Vol.1 Life & Relationships
Um álbum completo a todos os níveis, com excelente conteúdo, fascinante forma e fantástica sonoridade. Uma peça que pela sua maturidade eleva a fasquia de todo o Hip Hop Nacional.
Sr. Alfaiate – A Vida na Ponta dos Dedos A aposta que faltava a nível de scratch e produção. Experimental e dedicado – o tira-teimas quanto ao valor do scratch. Provavelmente, o primeiro álbum tuga em que o scratch se revela intimista.
Valete – Serviço Público
Numa altura em que se questiona a necessidade de Hip Hop de intervenção, surge a prova. Um álbum coerente no seu conteúdo, claro no seu objectivo e afirmativo na sua sonoridade.
Nerve – Promoção Barata
O Hip Hop mais ao lado fez uma jogada de mestre. Das rimas aos instrumentais, do concreto ao abstracto, do rotineiro ao psicótico, é a garantia de um salto gigante na qualidade rimática nacional.
DarkSunn – Fractal EP
Porque o Hip Hop não existe sem instrumentais, podemos esperar daqui apenas qualidade. A seriedade, a independência e a musicalidade que faltava às produções nacionais.
Uma incrível miscelânea de estilos e sons. Pormenorizada, cuidadosa, surpreendente e cativante, é assim que Cut Chemist constrói esta produção maravilha.
O melhor álbum de Hip Hop português que algum dia ouvi. Um disco intemporal, praticamente perfeito, totalmente vindo do coração. Será só um disco? Não, é uma obra de arte. Samuel, a bênção!
Atma – Beyond the Speed of Mind
Mind da Gap – Edição Ilimitada
Embora não pareça, é um álbum verdadeiramente revolucionário – que maior revolução pode haver que a elevação do espírito humano? O grande valor está nas rimas, ainda que a vertente instrumental esteja de se lhe tirar o chapéu.
Gnarls Barkley – St. Elsewhere
Danger Mouse parece incapaz de produzir sem qualidade e voltou a prová-lo com Cee-Lo. Inovador, melodioso, um estouro de singles e um sucesso bem merecido.
Ill Bill - Ill Bill is the Future Vol.2: I’m a Goon!
O Hip Hop pode ter morrido, mas Ill Bill mantém-se de pé. Violento, extremista, insultuoso e com uma atitude de ferro, o futuro pode contar com um Ill Bill cada vez melhor e um Dj Lethal impecável nas produções.
O trio portuense mostra a excelente forma musical em que se encontra, com produções bem originais e um outro nível vocal.
Sr. Alfaiate – A Vida na Ponta dos Dedos
É evidente a mestria no scratch em Portugal. Acima de tudo, Assassin é maduro e criativo neste álbum. Instrumentais que contagiam, convidados escolhidos a dedo.
Mundo – Sólida Oportunidade de Mudança
O disco de estreia de Mundo só podia ser assim! É o espelho dele. Transparente, emotivo, genuíno.
Valete – Serviço Público
A essência da música está aqui. Um espólio de composições Soul. Comovente.
Lupe Fiasco – Food & Liquor
Um disco fresquíssimo! Não estava à espera de tanta qualidade, com momentos altos de Hip Hop de bom nível.
Nate James – Set The Tone
Uma entrada em grande na música. Os ritmos Soul e Funk são transversais do início ao fim.
John Legend - Once Again
O carimbo Soul está marcado e desta vez para assumir um estilo mais vincado e inesquecível. Uma voz muito mais segura. Do piano para o nosso deleite.
Matisyahu – Youth
Uma boa surpresa e uma certa revolução de ambiente Reggae mesclado com Rap, com o acompanhamento digno de uma banda fantástica, em palco também.
Duro e cru. A capacidade de escrita de Valete é quase imbatível. Mostra uma inteligência acima da média e uma capacidade de surpreender bem forte.
Glue – Catch as Catch Can
Uma mistura equilibrada de liricismo e instrumentalidade, CATCH AS CATCH CAN não podia ficar por mencionar. Hip Hop do mais party até ao mais introspectivo, repleto de pequenos vícios como “Vessel”, “Beat Beat Beat” e “Never Really Know”.
Nacional Sam the Kid – Pratica(mente) Esta vai direitinha para quem diz que Rap não é música. E também para quem diz que “Faço erro crasso amasso
Internacional OutKast – Idlewild
O Hip Hop, enquanto música, deve muito à black music na sua generalidade. Aqui está a prova disso
ultrapasso fracasso” é flow à Sam the Kid (imitem lá agora!). E, já agora, para os gangstas das teclas que, apesar de serem insultados a torto e a direito na faixa "Ignorância", vão curti-la e cantarolá-la como se não houvesse amanhã – são estes pequenos nadas que tornam o Hip Hop bonito. Valete – Serviço Público Liricismo ao mais alto nível – quando menos se espera, lá aparece mais uma super-dica no meio da música, seja ela qual for. Uma mensagem de que eu não consigo discordar. Já para não dizer que gostei de verificar que, num álbum produzido maioritariamente por Sam the Kid e Conductor, o destaque vai direitinho para MeK0 e Dj Scotch. Nerve – Promoção Barata Todos temos um lado paranóico dentro de nós, e é sempre bom verificar que além de não sermos os únicos assim, há alguém ainda pior, e que ainda por cima tem a ousadia de espalhar os seus problemas mentais aos sete ventos como se de arte se tratasse (mas o pior/melhor é que se trata mesmo de arte!). V/A – Bota Sentido 19 temas, sendo 11 deles inéditos, 9 dos quais me deixaram MESMO com água na boca para o ano Matarroês de 2007. Uma razão mais do que suficiente, não vos parece? Ex-Peão – Máscara Esta é aquela parte em que se começa a entrar no campo da "exclusão de hipóteses". No entanto, Ex-Peão merece este lugar, muito em parte devido ao espírito de arriscar por si demonstrado, que veio a resultar numa quantidade aceitável de músicas realmente boas e viciantes – afinal, ele é muito mais do que "Quando o Amor se Torna Veneno".
mesmo, que em jeito de homenagem ao swing e ao blues veio tirar 2006 da apatia.
Mos Def – True Magic
"Hei, eu acho que descobri a fórmula" – it's a kind of magic. Basta conjugar Mos Def no seu melhor (grande musicalidade!) com uma equipa de produção quase anónima, mas eficaz, e voilá: temos Rap. Puro e duro.
Surreal and The Sound Providers – True Indeed
O mc Surreal até que nem é um prodígio mas, além de cumprir sem falhas o papel de que foi incumbido (entenda-se por isso qualquer coisa tipo “ouve-se muito bem”), ainda vai dando um ar da sua graça com óptimas dicas, aqui e ali (não são tão poucas quanto isso!). Quanto aos Sound Providers, são “apenas” a dupla que veio trazer algumas das produções mais frescas que a comunidade Hip Hop ouviu nos últimos tempos – isso diz tudo.
Glue – Catch as Catch Can
A prova de que versatilidade não significa necessariamente dispersão. Isto pode parecer ultrapassado, ou fora de moda, mas eu ainda gosto de Rap com Ritmo e Poesia! E é por isso mesmo que este CATCH AS CATCH CAN me surpreendeu tanto – ou então estou simplesmente apaixonado pelas duas últimas faixas do álbum, “Vessel” e “Truth or Dare”.
Murs & 9th Wonder – Murrays Revenge
Muito se falou sobre a utilização consecutiva da mesma tarola nos beats de 9th Wonder, mas o que é certo é que, mais um vez, este não desiludiu (pelo contrário!). O mesmo se pode dizer de Murs, que transformou num bom álbum aquilo que poderia ter sido simplesmente um álbum bem produzido.
Nacional
Internacional
Sam the Kid - Pratica(mente)
Lupe Fiasco - Food & Liquor
Valete – Serviço Público
Strange Fruit Project - The Healing
Fica em primeiro lugar nas minhas preferências, mas ganhando por photo finish com o SERVIÇO PÚBLICO do Valete. Musicalmente mais maduro, variado e trabalhado que o anterior, não o consegue porém, superar no seu resultado final. SOBRE(TUDO) será sempre SOBRE(TUDO), mas este PRATICA(MENTE) conquista pelo seu intimismo, pela sua paisagem instrumental fértil e, claro, pela qualidade inegável de Sam the Kid como malabarista verbal. O Puro liricista da tuga. Valete é dos poucos emcees nacionais que faz e sempre fará o verdadeiro SERVIÇO PÚBLICO com os seus álbuns. Sempre corrosivo na sua lírica, transpirando cultura, carácter e autenticidade nos seus sons, coloca o dedo na ferida, doa a quem doer. Valete é aquele rapper que podemos apresentar aos nossos amigos cépticos na qualidade existente no Rap nacional. Metaleiros a curtir Valete? Yes Siiir!
Ex-Peão – Máscara
Este é menos consensual e precisa de uma pré-disposição para ser apreciado. Mas, na sua essência, a MÁSCARA de Ex-Peão é dos álbuns mais corajosos do ano, e aliando isso à sua inerente qualidade merece ser "o primeiro da segunda linha de classificados". Pessoalmente gostei bastante deste álbum, que consegue conjugar muito bem o Rap com outras sonoridades mais pesadas e/ou electrónicas. Para primeiro álbum a solo, arriscar desta forma, perante um público de Hip Hop bastante critico, é de louvar. Arriscou e arriscou bem.
Ao título de álbum do ano, pode muito bem e com toda a justiça, juntar o título de emcee do ano. Lupe Fiasco é uma lufada de ar fresco de autenticidade, apresentando a melhor alternativa para quem está farto de todo o ambiente poluído que se tornou a indústria do "jogo" nos States. Aliado a uma produção bastante sólida, o universo temático que apresenta é alternativo e diferente pela positiva. Além disso o quatro-olhos tem skills para dar e vender. A revelação do ano!
Jazzy Style e Boom Bap do melhor que tenho ouvido, Rap com alma e que aposta sempre no lado positivo da coisa. Um colectivo musicalmente muito apurado, e tal como o próprio nome do CD indica, ouvir THE HEALING é uma espécie de terapia sonora: "Vá, agora abra os olhos e vai-se sentir leve, descontraído e relaxado...".
Army of the Pharaohs Torture Papers
Hardcore Shit! Estes rapazes são feios, são maus, e pronto...relativamente porcos. Army of the Pharaohs é o super colectivo que reúne dos melhores nomes do Hardcore/Horrorcore Rap dos States. Com produções que destroem tudo à sua passagem, TORTURE PAPERS é o Holocausto Sonoro do ano. Pesado, muito pesado!
Surreal and The Sound Providers - True Indeed
O que foi dito sobre os Strange Fruit Project podia ser dito sobre esta parceria entre o talentoso emcee Surreal e a dupla de produtores Sound Providers. Uma parceria de sucesso que originou este TRUE INDEED, o álbum que mais me
Sam the Kid – Pratica(mente) Double D Force - Enforce the Funk
Um projecto que passou injustamente ao lado de maior parte do movimento Hip Hop nacional. Não sendo na sua essência um álbum de Rap, é na sua qualidade e maturidade sonora interligando elementos do funk, electrónica e soul, que ENFORCE THE FUNK bate aos pontos outros exemplares do panorama HipHopiano. Por isso e não só, mesmo não sendo 100% Rap, merece figurar nesta lista. D-Mars e D-Fine, uma relação bonita e de sucesso, que demonstra o nível a que se pode chegar quando existe a dose certa de talento e trabalho. Um álbum que podia muito bem ombrear com os melhores a nível de produção lá fora.
Mundo – Sólida Oportunidade de Mudança
Ao contrário do seu camarada nos Dealema, Mundo apresenta um trabalho sólido, sem surpresas e bem ao seu estilo. Não tirando mérito a S.O.M., este é um álbum que vale acima de tudo pelas participações de grande nível, tanto na produção como no mic.
surpreendeu pela positiva este ano, e que merece todo o destaque e uma atenta audição.
Mais um trabalho de grande qualidade marcado por bons instrumentais e rimas maduras.
The Roots - Game Theory E finalmente os old school The Roots, eternos candidatos a figurarem entre os melhores sempre que lançam um álbum. Os The Roots são mais que um colectivo de Rap, são músicos na verdadeira essência da palavra, e é isso que fazem: Música, e de grande qualidade. Se é verdade que já fizeram melhor, também é verdade que fizeram o suficiente para pertencerem ao Top5 deste ano.
Sr. Alfaiate – A Vida na Ponta dos Dedos
NOTA: Por referir ficam trabalhos como: Cut Chemist – THE AUDIENCE IS LISTENING; Nas – HIP HOP IS DEAD; Glue – CATCH AS CATCH CAN; Murs & 9th Wonder – MURRAYS REVENGE; Braille – BOX OF RHYMES, entre outros.
Twism – Banda Sonora
NOTA: Por referir ficam trabalhos
como: Raze – SEM DADOS DISPONÍVEIS; Dj Maskarilha – CONSPIRAÇÃO; Sr. Alfaiate – A VIDA NA PONTA DOS DEDOS; Nerve – PROMOÇÃO BARATA.
Excelentes cortes e boa costura. Um álbum que abre os horizontes ao Hip Hop português.
Raze – Sem Dados Disponíveis
Para mim esta é a prova viva de que o bom Hip Hop não precisa de estar à venda na Fnac. É preciso mais iniciativas assim!
Valete – Serviço Público
O Hip Hop nacional estava mesmo a precisar de qualquer coisa assim. O Valete fez um verdadeiro SERVIÇO PÚBLICO ao lançar este álbum.
J Dilla – The Shining
J Dilla continua a “brilhar” mesmo depois de morrer. O trabalho deste mc e produtor dificilmente cairá no esquecimento.
The Roots – Game Theory
Internacional
SERVIÇO PÚBLICO, e de grande qualidade, é o que se trata aqui. Valete não tem qualquer dificuldade em se exprimir e em exprimir as suas visões – contrição brilhante das faixas.
SP & Wilson – Barulho O grupinho de Chali2Na continua a controlar a qualidade daquilo que faz. Mais um álbum que não cansa ouvir.
Bom conteúdo e muito ritmo. Uma das melhores vozes do Hip Hop europeu…
Nacional Valeu bem o tempo de espera, contém pormenores muito bons e interlúdios pensados ao pormenor. Dá vontade de por a tocar repetidas vezes. Realmente viciante.
Jurassic 5 – Feedback
Promoe – White Man's Burden
Mais um registo ao estilo próprio da banda de Black Thought. Vale a pena ouvir…
Sam The Kid – Pratica(mente)
Internacional
A batida perfeita está cada vez mais perto. Quem é que não gosta de um samba assim???
As palavras têm realmente muita força. Álbum modesto mas bem construído.
Valete – Serviço Público
Nacional
Marcelo D2 – Meu Samba é Assim
Inovador é a palavra-chave. De facto é por esta inovação que por vezes se grita, e com muito bons resultados. Exploração muito boa do beatbox.
Ken Starr - Starr Satus
Belas batidas, boas rimas e boas participações. Ritmo constante. Álbum coeso em que todas as partes convergem para o mesmo ponto.
Surreal and The Sound Providers - True Indeed
Originalidade, simplicidade…com um toque de Jazz. Prime o play e deixa-te fluir.
Strange Fruit Project - The Healing
Álbum homogéneo, grandes produções e líricas que se ligam muito bem…é muita fruta.
DJ Hi-Tek - Hi-Teknology 2: The Chip
Bem ao estilo Hi-Tek, com liberdade para fazer a sua obra. Está visto que convida pessoas ilustres e as serve à
Sr. Alfaiate – A Vida na Ponta dos Dedos É de louvar o 1º de álbum de scratch que se faz aqui por parte de um dos melhores Dj’s Nacionais. Palmas para este grande Sr. Alfaiate.
Mundo – Sólida Oportunidade de Mudança Projecto nortenho que é um bom retrato do próprio Mundo: garra e atitude.
Nacional Sam the Kid – Pratica(mente)
Álbum muito bem estruturado do principio a fim, cheio de pormenores que levam a audições repetitivas, viciante!!!! Tanto encheu como superou totalmente as expectativas.
Valete – Serviço Público
Verdadeiro SERVIÇO PÚBLICO, no sentido mais amplo das palavras, palavras estas que Valete, mais uma vez, provou ser mestre em manejar.
Sr. Alfaiate – A Vida na Ponta dos Dedos
Palmas, pois é o 1º de álbum de scratch que se faz por cá, e quando o Dj é dos melhores portugueses, senão o melhor, o álbum atinge outro nível. Músicas como a “Air Wavin” são difíceis de esquecer.
SP & Wilson – Barulho
Inovador! Vai por caminhos poucos explorados do rap tuga e o próprio beatbox é um grande atractivo. Ao vivo, estes dois superam ainda mais as expectativas.
Twism – Banda Sonora
Álbum bem conseguido por este mc algarvio, bastante biográfico e coerente de princípio a fim.
mesa da melhor maneira.
J Dilla – Donuts
2006 será sempre recordado por uma grande perda. J Dilla abandonou-nos mas deixou duas grandes obras: este DONUTS e THE SHINING, dois excelentes álbuns. DONUTS é um álbum bom logo pela manhã ao pequeno-almoço mas que pode ser ouvido pelo resto do dia. De facto são DONUTS mágicos que alimentam corpo, mente e espírito. RIP J DILLA.
Internacional Pete Rock – Underground Classics
‘Tá bem!! É uma compilação de sons já produzidos por Pete Rock, mas não deixa de ser uma preciosidade de 2006. Este faz jus ao nome, é clássico. Para mim Premier é Deus e Pete Rock está à sua direita.
Nas – Hip Hop is Dead
É complicado quando o primeiro álbum da carreira é considerado o melhor, porque depois andamos sempre na sombra disso. Nas nunca irá superar isso, mas manteve-se firme e continua a lançar álbuns que vale a pena escutar. (melhor que o do patrão dele!!!)
Marcelo D2 – Meu Samba é Assim
Se em À PROCURA DA BATIDA PERFEITA ficámos espantados com a musicalidade deste rapper, neste aqui a parada sobe, mermão!!!
Strange Fruit Project – The Healing
Já não ouvia algo tão bom do género desde o álbum THE LISTENING dos Little Brother. Para mim umas das felizes surpresas de 2006!!!
O single ”Força das palavras” fica na minha lista das mais tocadas em 2006.
Nacional
J Dilla – The Shining
2006 será para sempre o ano em que perdemos um dos maiores vultos da produção, mas também será o ano de duas preciosidades, DONUTS e este THE SHINING. Com isto temos a certeza de que a batida de J Dilla estará sempre nos nossos corações!!! (RIP J-DEE)
Nacional
Valete – Serviço Público
Sam the Kid – Pratica(mente)
Sam The kid – Pratica(mente)
Sr. Alfaiate – A Vida na Ponta dos Dedos
Pelo seu poder persuasivo, poder de storytelling, pelo conhecimento impresso nas músicas, pelos seus trocadilhos, duplos sentidos e principalmente pela sua mensagem. Pelo álbum mais recheado de pormenores, pela sua perfeição na estruturação das músicas e pela genialidade da sua rima e do seu flow.
Nigga Poison – Resistentes
Pela boa surpresa que me proporcionaram e pela boa construção de músicas. E pelo seu vídeoclip!
SP & Wilson – Barulho
Pela frescura que trouxeram com o seu álbum. Pelo beatbox maravilhoso.
Nerve – Promoção Barata
Porque ele é um doido varrido com estilo e musicalidade, e porque quando escreve parece que está a espalhar a “doença” que transporta.
Não é por interesses (NOTA: Phomer é o responsável pelo design deste mesmo álbum). É mesmo porque é do melhor que cá se faz!
Mais uma vez não é por interesses! Mas acho que se deve destacar uma obra que é um objecto conceptual, acho que é a primeira vez que alguém vai tão longe no Hip Hop tuga. Criar um alter-ego e um álbum conceptual instrumental com uma imagem distinta só pelo amor à música é de louvar! Não esquecer as participações ao mais alto nível internacional e a prova que em Portugal também se fazem coisas como no resto da Europa e nos Estados Unidos. É que editoras como a Ninjatune ou Dj’s como o Shadow, Kid Loco, etc, também fazem parte do Hip Hop e são de alto renome a nível internacional. Em Portugal já existe algum culto em volta desse estilo instrumental desde fins de 90, mas também já está na hora de se tornar um estilo comum e bem recebido, principalmente no meio do Hip Hop.
Valete – Serviço Público
É impossível não estar no top do que melhor se faz na tuga, apesar de pessoalmente "ainda" não gostar tanto
deste álbum como do primeiro.
SP & Wilson – Barulho
Mundo – Sólida Oportunidade de Mudança
Valete – Serviço Público
Mek0 – Variedade Sonora vol.1
Ex-Peão – Máscara
SP & Wilson – Barulho
Halloween – Projecto Mary Witch
Eu conheço o gajo back in the days e este é um álbum que faz sentido para quem é da zona norte de Lisboa e conhece a streetlife. Vejam-no como uma diversão ou como intervenção. Sei pessoalmente que representa uma dedicação ao rap de mais de 10 anos de freestyles na rua e em caves escuras. Muitos podem não gostar ou compreender, mas acho que faz parte do Hip Hop haver álbuns assim. Há diferentes estilos, uns melhores que outros, uns com melhor mensagem, outros com melhor produção, mas o rap é feito de pluralidades e é por isso que é lindo. Não acho bem haver a descriminação que vejo muitas vezes (pelo menos no panorama de Lisboa). O nosso meio já é pequeno e não devia haver divisões e exclusões.
V/A – Revistados 25-06
Não nos podemos esquecer de destacar uma produção de excelente qualidade que demonstra que o Hip Hop tuga cresceu bastante nos últimos anos. É de louvar que uma major e uma banda com um grande historial dediquem ao Hip Hop tuga esta homenagem devidamente merecida e cumprida.
Nacional
Nacional
Sam the Kid – Pratica(mente)
Sam the Kid – Pratica(mente)
Nacional Sam the Kid – Pratica(mente)
Valete – Serviço Público
Mind da Gap – Edição Ilimitada
Twism – Banda Sonora Mind da Gap – Edição Ilimitada
Sr. Alfaiate – A Vida na Ponta dos Dedos
Ex-Peão – Máscara
as necessidades de acessibilidade, funcionalidade e movimento. Assim sendo, vai ser possível chegar até ao evento de variadíssimas maneiras e sair de lá também muito facilmente e a qualquer hora. Para quem não está em Coimbra, o Flowfest está a criar um programa de apoio de modo a tornar mais fácil a vinda até a cidade e a estadia na mesma. Todos os detalhes vão estar disponíveis muito em breve.
Depois de “Poesia nos Pratos” o Flowfest está de volta à cidade de Coimbra com um “Próximo Nível”. A data do evento já está marcada para o dia 14 de Abril, no Teatro da Cerca. O organizador João Barros (também conhecido como Quizmaster) adiantou-nos um pouco alguns pormenores sobre o evento: IVSTREET: Qual é o conceito do Flowfest e como vai funcionar este “Próximo Nível”? João Barros: O Flowfest consiste na apresentação de artistas consagrados que nunca tenham vindo até Coimbra ou que raramente tenham tido a hipótese de vir até cá (como o NBC e o Blackmastah que estiveram no Flowfest de 2006), para além de um catálogo de novos talentos e de um conjunto de actividades, para fazer com que o público leve para casa muito mais do que uma série de concertos. O conceito de "Próximo Nível" significa uma evolução em termos de conteúdos, promoção, espectáculo e modo de trabalho. Esperamos que o público saia do evento a dizer que o Flowfest levou este tipo de eventos a um próximo nível. IVS: Quais os nomes confirmados para o cartaz deste ano? JB: Já temos um cartaz poderoso, e ainda estamos a guardar alguns segredos. Sam The Kid, SP & Wilson, Sir Scratch, Sickscore, SBT2, Wandering Style Crew, X-Tasy e outros vão estar presentes nesta festa, que vai ainda contar com pequenas actuações e iniciativas que vão ser absolutas surpresas. IVS: Para além das várias actuações haverá algum tipo de actividades paralelas?
IVS: Para além das várias actuações haverá algum tipo de actividades paralelas? JB: O Flowfest está ainda a promover um Fan Slam para a tarde do evento, criado para desenvolver uma interacção entre os artistas e o público através de jogos, conversas, meet & greets, apresentações e possíveis showcases. Para além disso, o Flowfest vai ser levado a bairros mais desfavorecidos, vai viajar pelo país, vai ser apresentado de um modo muito mais abrangente e vai estar presente em outras iniciativas. Tudo isto são segredos que vão ser desvendados a seu tempo IVS: chega ao Haverá apoio no quem não é Coimbra? JB: O local passar vai ser de e foi escolhido propósito para
Como é que se local dos concertos? algum tipo de transporte para da zona de onde a acção se vai fácil acesso, de servir
IVS: Qual vai ser o preço dos bilhetes e onde é que vai ser possível adquiri-los? JB: Também ainda se está a definir o preço dos bilhetes, e vai ser um preço muito acessível para o tipo de evento que é, uma vez que queremos chegar a todo o tipo de público. Infelizmente o bilhete vai ter que reflectir altos custos de produção e de promoção, para além do IVA vergonhoso de 21% de que a música ainda sofre, como se não se tratasse de cultura. IVS: O que é que é necessário fazer para participar no concurso de mc’s? JB: O concurso de mc's está a aceitar trabalhos até 31 de Janeiro e aquilo que basta fazer é enviar um email a pedir informações para e depois enviar o trabalho. - Como é que vai funcionar a escolha dos vencedores do concurso? E quando vai ser feita? JB: Como este ano esta experiência do concurso ainda é nova, vai ser a equipa do Flowfest a escolher os projectos que entram no evento, baseado na produção original, rimas, flow e sentido estético da própria música. A escolha dos vencedores vai começar a ser feita logo a seguir ao fim do período de recepção IVS: A que regalias têm os vencedores direito? JB: O(s) vencedor(es) da “Operação Atitude” entram directamente no Flowfest e ganham a possibilidade acima de outros projectos de trabalhar connosco durante um ano, recebendo estatuto de preferência para os acontecimentos que se desenrolarem. IVS: Últimas palavras… JB: Envolve os teus amigos. Espalha a mensagem. Vem ajudar-nos a fazer desta a maior festa do ano. Queremos criar um espírito de união e de celebração. Mas só o podemos fazer se o público estiver envolvido. O Flowfest 2007 vai mesmo até ao “Próximo Nível”. Um big up para todos aqueles que nos acompanham e acompanharam até agora, é só graças a vocês que estamos a poder fazer o que fazemos. Por: Daniela Ribeiro
Hall of Justus
Soldiers of fortune ABB Records
de Carlitta Durand, (pena o restante álbum não seguir o mesmo trilho). Soldiers of Fortune é um álbum que escutado á primeira não cativa muito, contudo a tecla rewind existe e graças a isso podemos encontrar pormenores interessantes, no entanto para o colectivo que é e por alguns dos membros mais requisitados exigia-se um desempenho acima do satisfatório.
uma variedade de estilos. Diversificações de uma mesma essência. Por: Pedro Silva
Nicolay Here BBE
Snoop Dogg
The Blue Carpet Treatment
Por: André Silva
DoggyStyle / Geffen
Justus League a.k.a Hall of Justus é um colectivo oriundo da Carolina do Norte que é um agregado de outros grupos e mc’s tais como The Away Team, Joe Scudda, Cesar Comanche, L.E.G.A.C.Y, Big Dho e os mais mediáticos Little Brother contando também com vários afiliados. No entanto, o grande número de intervenientes no álbum não joga muito a favor deste e por vezes ‘manda umas bolas aos poste ou mesmo ao lado’ pois não há grandes novidades para quem já está familiarizado com certos elementos do colectivo e mesmo ao ouvir pela primeira vez parece não surgir algo fresco, ficando um álbum aquém das expectativas. Maioria do álbum está produzido de forma muito semelhante e previsível pois todos os produtores seguem uma linha muito idêntica logo era de enaltecer alguma ajuda de seguidores de outras linhas ou então 9th wonder podia ter orientado bem as coisas mas se calhar não quis ter demasiado protagonismo. Quanto ao desempenho dos mc’s, não existem grandes destaques individuais apesar dos Mc’s dos Little Brother aparecerem a outro nível juntamente com o rapper de Brooklyn Skyzoo( que já conta com um álbum inteiramente produzido por 9th wonder), Jozze Mo e Cormega. No capítulo das faixas, temos de referenciar o ritmo acelerado de ‘Try me again’ com os aceleras Big Pooh e Jozee Mo, ‘ S-k-Y’ do prometedor Skyzoo, ‘Back at it’ com os Little Brother bem acompanhados por Cormega, com um beat baseado num piano que nos faz lembrar a atmosfera daqueles bares antigos de jazz e finalmente aquela faixa que se destaca facilmente neste álbum, ‘Life of the Party’, batida fornecida por Nottz , bem explorada por Phonte e Big Pooh e com um refrão bem encaixado por parte
An2.one Sentimentalizando HipHoptamo
An2.one (Ex Turbo Gangstar) lança-se agora a solo com o álbum SENTIMENTALIZANDO. Conta com inúmeras participações, entre elas estão: Rui Unas, Mentekapta, Mr.Zed, Mr.D, etc. Oriundo da Margem Sul, zona que já nos habituou a trazer bons mc´s. Mas como tudo na vida também há a parte má e An2.one encaixa-se nela. É um álbum muito pobre em termos técnicos: flows e rimas. An2one apresenta-nos uma escrita muito básica e primária. Não tem qualquer tipo de magia na escrita, parecem letras de 5 minutos. Em relação ao flow é um pouco melhor mas mesmo assim fraquinho. Por vezes o seu flow encontra-se descompassado com o instrumental e dá a sensação de ser um flow primitivo, antigo. Os únicos pontos positivos que se consegue encontrar são: a “Intro” com a personagem Mister U de Rui Unas e a última faixa com Mr.D, "Why?". Esta a conseguir sobrepor-se ao restante álbum. Se não soubesse que este álbum foi lançado agora e se me perguntassem em que ano ele teria sido editado, eu diria que tinha sido na era do RÁPUBLICA e dos Black Company. O álbum teria sido considerado muito bom nesse tempo, agora não. Fazendo-me passar pelo Marcelo Rebelo de Sousa, este álbum de 0 a 20 leva um 6. Reprovado. Por:Olheiro
Nicolay produtor europeu oriundo de Utrecht, encontrando-se actualmente a trabalhar em North Carolina onde tem os contactos e colaborações que lhe começaram a dar prestigio. Surgindo associado a nomes como Little Brother, e Strange Fruit Project, colaborando ainda no projecto THE FOREING EXCHANGE; Nicolay já produziu e colaborou em vários álbuns de artistas como Cesar Comanche e Darien Brockington entre colaborações e remixes surge-nos agora com o seu novo trabalho intitulado HERE após os álbuns THE DUTCH MASTERS VOL.1 e CITY LIGHTS 1.5. Trata-se de um álbum calmo, com faixas não só Rap mas também algumas mais viradas para o R&B, em que os beats estão adaptados á temática de cada faixa e imprimindo a cada uma delas a energia que as mesmas pedem. O álbum surge um pouco surpreendente pois os artistas convidados não são nomes muito sonantes do Rap ou R&B, mas o que não impossibilita o facto de se tratar de um trabalho de grande qualidade. Em verdade cada artista surge em bom nível na faixa que ocupa e é bem apoiado com os instrumentais de Nicolay que se auxiliam de vários instrumentos e alguns samples para se aprimorarem. Não se tratando de um álbum propriamente pessoal e como tal não ter nenhuma temática especifica ou fio condutor, olhando ao facto de ser um álbum de um produtor, e olhando desta forma para a produção propriamente dita, os instrumentais são diversificados e aderem bem ao estilo de cada convidado, e vice-versa, podese dizer que Nicolay abre a passerelle para os convidados poderem mostrar o seu valor e se exibirem á vontade. Em suma, um bom trabalho que pelo facto de ter bastante gente a colaborar permite oferecer
Um novo trabalho de quem não está a ficar mais novo e sujeito á falibilidade nos aspectos que a boa qualidade exige. Snoop Dogg apresenta-nos THE BLUE CARPET TREATMENT provando e sublinhando que já está na altura deste descansar e dar lugar a outro tipo de Hip Hop. O esforço que se nota em manter os “cronics” nos instrumentais e em imortalizar o Gangsta Rap, não aparece na capacidade vocal e lirical de Dogg parecendo que construiu o álbum com o intuito de ter algo a provar, o que é matemáticamente compreensível visto ser um gigante do “Hip Hop de agressão verbal” hoje criticado por órgãos e ícones mediáticos, tocando o ridículo por estar anexado á imagem de Justin Timberlake, Pussycat Dolls, entre outros. Outrora um colosso com técnica fresca e um flow único, Snoop fazia flutuar qualquer rima na época que estas faziam sentido. Será cruel adjectivar este trabalho por muito que mereça mas isso minimizaria a credibilidade da crítica e por isso sugiro ao leitor atenção ao álbum e que tire as suas conclusões. Dissecando o que está em causa, nem tudo está mau no álbum o que realmente falta é algum pulso de ferro do artista principal. Passando a explicar esta perspectiva, Snoop entregou o álbum a Deus Dará e limitou-se a confiar no nome que possui como selo de garantia. Basicamente, o álbum está com gente a mais parecendo mais uma gala de entrega de prémios que um trabalho discográfico. A instrumentalização leva nota positiva no seu geral mas não entusiasma e quanto ás temáticas, não sendo algo original de S.D., voltam-se muito
á objectização do sexo feminino o que leva a pensar que D-O Double G já não tem idade para brincar ás pistolas e volta-se para outro dos elementos do trifecta americano (dinheiro, mulheres e violência). As participações portam-se bem e muitas são muito bem escolhidas como B-Real, R. Kelly, Damian Marley, Jamie Foxx, Dr. Dre, D’Angelo. Recomendam-se aos gritos e a pular as faixas Round Here, Boss’ Life, Imagine e lamenta-se que as músicas restantes não dêem continuidade á qualidade das acima referidas. A todos um feliz 2007 e mantenham a Paz. Por: Alberto Darame aka Frozone
a maior parte deste trabalho. Se maneira há de enriquecer semelhante projecto, e tornar toda a ambiência ainda mais provida de sentido, nada melhor do que convidar as pessoas certas para as faixas certas. X-Tasy não negligenciou esse facto e fez-se acompanhar de Maze, que em “Significado” presenteia os ouvintes com a sua escrita, perfeita para este tipo de tema. De igual modo satisfatórias são as participações das cantoras Verónica Larrénne e Nina, que atribuíram a CELEBRAÇÃO o brilho que de outra maneira lhe ficaria em falta. Em suma, este é um trabalho surpreendente, apesar de toda a imaturidade que um rapper de 19 anos possa transparecer, e que, acima de tudo, deixa as expectativas bem altas relativamente ao futuro. E ainda dizem que o XTasy faz mal! Por: Moisés Regalado
X-Tasy
Celebração
Edição de autor
InViruz Produções Que melhor maneira há de acabar 2006 e acolher o novo ano se não a celebrar? É mesmo esse o convite feito por X-Tasy logo no primeiro tema, “Celebração”, que já se tornara conhecido do público aquando da edição de SEM DADOS DISPONÍVEIS, de Raze. A sonoridade é fresca e arriscada, muito em parte devido às produções de Tombo e, sobretudo, de Flash, com quem este rapper revela uma grande afinidade musical. O que é certo é que já faltou mais para que a produção nacional deixe de ser “dominada” pelos mesmos. As palavras, intimistas e reflectivas, são debitadas com um timbre de voz rasgado que se revela em perfeita sintonia com as batidas, preenchendo e dando vida a qualquer que seja o beat. Tudo isso, aliado à grande noção musical de XTasy, que se arrisca, e bem, a cantar em alguns dos temas, resulta num tipo de som que tem potencial para agradar a todos: a quem gosta de Rap, a quem gosta de música no geral e, principalmente, a quem está apaixonado – “música para fazer bebés” define na perfeição
Compilação Império Clandestino Edição de Autor
InViruz, o mentor de IMPÉRIO CLANDESTINO, trata-se de um Mc/Produtor de Castelo Branco. Todas as produções estão a cargo deste jovem produtor. Os convidados são: Dizzy, MJ Crew, Sage, Passivo, Spell, InViruz, Kombatente, Rivolean, Obajara, Nova Guarda, Puto Okulto, WeB e Pamastrike. Ao ouvir a compilação nota-se que a organização e os participantes ainda são inexperientes. A nível dos temas das faixas são sempre os mesmos assuntos ou com assuntos abordados de formas básicas. Alguns dos pontos positivos da compilação são: a "Intro" por parte de Dizzy, alguns bons refrões como das faixas "Não custa nada" e Nova Guarda. Em termos de produções, InViruz tem a sua melhor prestação na faixa "Estereótipos". Em relação ao dualismo de InViruz (MC e produtor) é notória a distância
de capacidades entre essas duas facetas, sendo a de produção a melhor. Em suma, está uma compilação fraca em termos de qualidade de mc´s. É só mais uma. Por:Olheiro
India Arie
Testimony Vol.1: Life & Relationship
Poeta de Rua
Arquivo da Alma Edição de autor
Depois das suas participações nas compilações HIPOCENTRO com o tema "Crítica de bloqueio" e INVICTA RAP com o tema "Pedra a pedra", Poeta de Rua desvenda-nos caminhos para o seu "ARQUIVO DA ALMA". Mc de origem nortenha, Amarante, brota um mc de cariz intimista e introvertido. Este álbum conta com participações de Tekilla, Né (Barrako 27), Rakel Morais e três membros da Orquestra do Norte (O.N). Poeta de Rua não se assume apenas um mc, ao longo do álbum é evidente a importância que ele dá aos instrumentais. Ao contrário do habitual ele deixa-os respirarem e mostrarem-se, seja antes ou depois de ele entrar na música. Como produtor, o norte a ganhar outro produtor de mão cheia, sem dúvida a sua melhor característica. É de salientar as faixas "Carta D´Ouro" e "Interior". Faixa a faixa notase que o ambiente sonoro do álbum é muito nocturno e citadino. O ponto fraco de Poeta de Rua é o seu flow, ao longo do álbum soa sempre ao mesmo, a potência de voz é que vai variando conforme a música. Poeta de Rua utiliza uma escrita, por vezes, muito abstracta e cheia de sentimentalismo e por vezes de uma forma crua e directa. Com uma escrita simples consegue passar os seus vários pontos de vista. A nível de participações vocais, não conseguiram irem para além do básico. Outro aspecto a salientar é o grande trabalho a nível de design, Kilombo está de parabéns. Em suma, é bom ver que no grande Porto surgem novos nomes e que o Norte não é apenas 2 ou 3. Bom trabalho. Por:Olheiro
India Arie volta em 2006 com um disco bem igual a ela. Delicioso. Músicas arrepiantes, compostas à guitarra acústica, seguindo o caminho daquilo que é realmente fazer música. O ambiente criado é pacífico, muito, muito Soul, com uma voz cada vez mais seguro e translúcida. Destaque para o primeiro single “I’m Not My Hair” com a participação de Akon. Por:Vanessa Cardoso
BARRAKO 27 Substractum
SUBSTRACTUM, o segundo álbum de Barako 27, o projecto do característico MC do Porto que agora conta com a activa participação do MC Speg, saiu no final de 2006. Este registo discográfico em nada foge à linha seguida por A EVOLUÇÃO 200, o primeiro álbum. A produção de Mundo em “Desequilíbrio” é uma mais-valia, pela criatividade instrumental, quanto às vozes, têm rima mais alargadas e calmas. D-One empresta a produção a “Lágrimas de Sangue” onde Speg se mostra a solo. Já “Basta” é uma das faixas mais ricas de SUBSTRACTUM, a todos os níveis, incluindo o positivismo liricista. A “Dança dos Vândalos”, com a produção de Dacy e com a participação de Keso, traduz-se uma música fresca
instrumentalmente e até dançavel. Ainda, as participações de Berna, Mundo novamente, Gully, Ozak, DJ Guze, Patrícia, entre outros, entregam ao disco de Barrako 27 uma lufada necessária, cadencias rítmica que enriquecem e diversificam o trabalho. Os temas das faixas incidem sobre o mesmo, ou seja, uma série de contestações de âmbito político sempre com bastante consciência social, os sentimentos que movem Né, criador, produtor e voz principal deste projecto, uma vontade em criar música, um amor imenso e intenso pelo movimento Hip Hop, a “Persistência” em se manter nele. É mais um disco para o Hip Hop nacional.
novos nomes e não qualidade. Quando um projecto tem essa finalidade não vale a pena. É a qualidade que é valorizada e não a quantidade dos novos nomes. Por:Olheiro
Mind da Gap
Edição Ilimitada
Por:Vanessa Cardoso
Zeblak
Mixtape ZebTape #1
Edição de autor
O fenómeno não pára. Já é notória a importância da Internet e o seu poder de divulgação de informação, desta, Zeblak foi o último a utilizála. Surge assim com ZEB-TAPE 1 (SPECIAL PORTUGAL) de forma gratuita em http://rapidshare.com/files/9576398/ZebTape_1__special_portugal_.zip. Constituída por 19 faixas e 1 videoclip, este último, já um pouco antigo. Numa primeira apreciação reconhecese algumas faixas, as únicas que conseguem manter a cabeça desta "tape" fora de água, sendo eles Halloween, Ikonoklasta e Royalistick. De resto, são poucos os que merecem uma referência positiva. São eles: Mad V pela sua frescura de ambiente e de tema, traz uma hilariante história, NGA pelo seu flow descontraído e Incógnito pela sua letra. Sendo o Zeblak um DJ esperava ouvir algum scratch dele, não foi possível. Conclusão: depois de ouvir a mixtape dá a sensação que Zeblak quis lançar um trabalho só para mostrar
Doc é um writter nortenho, mais propriamente da Maia, anda nestas andanças desde à 7 anos para cá e pertence às crews, Nosteam e Peixekru. Para além de writter é um grande amante desta arte querendo desfrutar tudo o que esta tem para oferecer. Fica o testemunho de alguém muito experimentado, relatando-nos o seu início, episódios, iniciativas e ainda algumas dicas, ou seja, um ponto de vista abrangente sobre GRAFFITI de uma forma agradável e bem disposta. Dêmos a palavra ao SR.Doutor.
Quem ouvir o disco pela primeira vez até pode pensar que foi feito a brincar, tal o tom humorístico nele contido. A verdade é que os Mind da Gap voltam às lides com um dos melhores discos nacionais de Hip Hop do passado ano. O trio portuense mostra a excelente forma musical em que se encontra, com produções bem originais e um outro nível vocal. “Não Stresses” teve direito a euforia geral, as restantes não decepcionam mesmo, pelo contrário, contagiam. Por:Vanessa Cardoso
IVStreet: O que é que te levou a enveredar pelo graffiti? Doc: Interessei-me pelo graffiti por volta de 97, na altura com 15 anos, costumava andar de patins em linha e de skate, e no Skate Parque onde andava, já havia umas pinturas feitas por uma malta da zona ; eu como sempre gostei de desenho e achei aquilo curioso. Mais tarde, em 98, comecei a tentar fazer umas pinturas, e somente em 1999/2000 é que consegui realizar o meu primeiro graffiti oficial, já com alguma técnica e algumas cores à mistura. No fundo, comecei por influência do pessoal do skate e desenvolvi esse gosto ao inserir-me no meio do Hip Hop. Começei a pintar na minha zona, falei também com a escola na qual andava e eles deixaram-me fazer lá umas experiências, depois foram aparecendo cada vez mais oportunidades para pintar legalmente. IVS: Alguma razão especial para que tenhas escolhido a tag ‘DOC’? Doc: Ora muito fácil!!!(risos) Quando comecei a pintar, na altura o meu objectivo a nível profissional era um dia ser médico, ora como deves imaginar, fiquei pelo caminho rapidamente nos estudos, 12ºano e não passou daí(risos), passo a dica , ‘povo tentem sempre pelo menos fazer o 12ª ano, é importantíssimo para os dias de hoje’, ou seja, na brincadeira e porque queria assinar as minhas peças, arranjei a tag “ Dr.” que rapidamente passou para “Doctor” e ficou-se para já por “Doc” até ao dia em que d e va m u d a r. E n t r e t a n t o t i v e a l g u n s pseudónimos, como FAUX e PUR, mas poucos graffitis elaborei com essas tags.
IVS: O que é que o graffiti trouxe á tua vida? Doc: GRAFFITI MUDOU A MINHA VIDA incrivelmente (risos)… fez-me conhecer pessoas, diferentes culturas, diferentes sentimentos e pensamentos. Permitiu-me viajar e ter sempre um lugar para ficar, e principalmente despertoume para vida, de uma forma indirecta mas fezme despertar, viver mais intensamente, escutar mais o interior, o que nos leva a seguir o caminho que pretendemos percorrer.
IVS: Tal como tu, muitos writers portugueses viram-se agora para campos paralelos ao graffiti, como personalização de objectos, design, etc. Como vês este panorama? Achas que os writers começam a ter os seus créditos fora do graffiti (galerias, exposições) em que a sua arte é reconhecida por toda a gente e deixa-se de limitar o reconhecimento apenas aqueles que estão por dentro do graffiti? Doc: Bem, vejo isso com muitos bons olhos, pois é sinal de abertura da mentalidade da comunidade em geral, assim como das próprias pessoas envolvidas no graffiti. Não se pode negar que cada vez mais existem oportunidades para writters exporem a sua arte de forma legal em galerias, instituições, eventos, etc, por vezes existe é a negação dos writters à abertura de portas para a comunidade em geral. Mas no fundo, eu considero que isto está no bom caminho, pelo menos na minha forma de ver. IVS: Como vês o street art? Uma alternativa ao graffiti ou uma evolução deste? Achas que está a ser bem aproveitado em Portugal ou ainda precisamos de trabalhar muito para atingir outros patamares? Doc: Eu acho que não temos que atingir patamares, temos sim que fazer aquilo que nos dá prazer e o que vai na alma de cada um, foi assim que aconteceu nos outros países e foi assim que Street Art evoluiu. Eu adoro Street Art, visto ser uma fuga a regras e ideologias, é simplesmente para tu curtires e te divertires na rua, sendo esta ponto de encontro para toda a gente, rico ou pobre, temos uma mistura bem porreira, pessoas e arte, e o resultado é arte gratuita para as pessoas. Considero também a evolução da arte em geral.
IVS: Soube que estas férias, tiveste uma viagem ao estrangeiro. Conta-nos um pouco da experiência? Que ideias trouxeste lá de fora? Doc: Foi excelente, adorei, (risos). Acordo sem o meu dinheiro na estação de comboio de Paris, pois não tínhamos ( eu e o Anty) sítio para ficar, perco o telemóvel em Poitiers (França) e a carteira na Holanda (risos), depois foi a lei da sobrevivência. Não foram bem umas férias, mas sim busca de conhecimento e evolução pessoal, embora tenha ficado sem algumas coisas materiais, foi sem dúvida positivo. Pintei em França e apercebi-me de muito boas coisas lá, mas também outras más, estive em Poitiers, e as pessoas lá são muito fechadas para o graffiti, já em Angouleme a história foi diferente pois fui convidado para ir lá pintar num festival de música e graffiti, grandes paredes, muita tinta e muita diversão, de notar também que é a cidade da banda desenhada, embora os artistas plásticos lá não valorizem a malta do graffiti, ou seja, a lenga lenga de sempre, em todo o lado é igual (risos). Na Holanda conheci artistas da velha escola em que maioria deles demonstravam ter imensos problemas com a polícia, problemas devido a graffs que tinham pintado já há algum tempo, visto que lá a polícia investiga ao pormenor os graffitis. Pintamos também com gente mais nova e apercebi-me que pelo menos na cidade onde estávamos Zwolle, é muito difícil eles terem espaços para pintarem legalmente, espaços como fábricas abandonadas, espaços esses que aqui para nós não faltam. Uma dica: povo tenham cuidado com tag´s e bomb’s em demasia pois qualquer dia começam a investigar por aqui também. IVS: Como vês o graffiti nacional de hoje em dia, superou ou está aquém das expectativas que possas ter criado no
passado? Doc: Só tenho pena de não termos mais povo old school no activo, são poucos, o que faz parecer que não temos história neste movimento que é brutal e mundial, ou seja, quando comecei, uma das minhas grandes expectativas era um dia conseguir pintar bem para poder pintar com os que eu admirava, infelizmente muitos deles desistiram, o que acabou por se tornar numa esperança falhada, mas já tive a oportunidade pintar com o WIZE, EITH, YOUTH e espero um dia apanhar o EXAS numa parede (risos). Em relação ao graffiti em geral, é um bocado difícil responder a isso, pois a forma como eu via o graffiti à uns anos atrás e a maneira de eu pensar é bem diferente da forma como eu penso e encaro o graffiti actualmente, ou seja as opiniões que eu tinha na altura já não tem muito valor neste momento. Embora ache que realmente houve algo negativo com o passar dos anos e com a evolução do graffiti, a união e o respeito entre writters desapareceu com o aparecimento de influências importadas de outros sítios, como problemas entre writters de diferentes zonas, roubos, crews com espírito gang e não receptíveis a união e luta por uma causa melhor. IVS: Fala-nos um pouco da iniciativa ‘ Sementes de Rua’? Doc: É uma associação que eu e mais um grupo de jovens , com a ajuda de Fundação Filos
e Margem criámos e que tem como objectivo, o desenvolvimento sócio-cultural dos jovens, ajudando e apoiando estes em actividades relacionadas com cultura urbana, 4 vertentes do Hip Hop, skate, diversos desportos urbanos, concertos e diversos eventos ,não esquecendo outros estilos musicais como Funk, Rock, Hardcore, Punk e Metal e tentar indicar uma luz aí a muita gente que tem talento e não tem oportunidade. IVS: Qual a tua opinião sobre as jams que se organizam por cá? São poucos? Apoios existem? Doc: Eu acho que é excelente a existência de jams, só o facto de tanta gente estar no mesmo local pela mesma causa é brutal, embora existam poucas jams, vamos ver se a ‘Sementes de Rua’ poderá dar uma ajuda neste campo. Apoios são muito difíceis, quando se fala de graffiti a quem poderá apoiar , os apoios tornamse muito escassos, não entendendo porquê, pois os artistas além das latas deveriam ser pagos pela sua arte, a realidade é que existem poucos apoios, principalmente por parte do estado. IVS: Do contacto diário que tens com as pessoas, qual é a opinião delas perante aquilo que fazes? Doc: Uiiiiiiiiii (risos).No geral a opinião das pessoas é que isto é coisa de criança e que eu
devo arranjar um bom emprego e levar uma v i d a n o r m a l ? ? ? ( . . .) s e m c o m e n t á r i o s IVS: Sempre olhaste o graffiti como uma vertente da cultura HipHop ou achas que é algo que se vem desenraizando da sua origem? Doc: Graffiti está imensamente ligado ao Hip Hop, embora como todos sabem cada vez mais existam pessoas exteriores ao Hip Hop a fazer graffiti, eu pessoalmente, gosto de Hip Hop, mas o tipo de som que mais ouço é Metal e Hardcore, aliás tenho até uma banda deste género, ou seja neste momento a minha ligação ao Hip Hop é mesmo e somente o graffiti. IVS: Agradecimentos? Mensagem final? Doc: Agradeço a todos, a vocês e toda a vossa produção pelo convite, e a todos que lutam por algo melhor e transmitem bons pensamentos aí à malta. Um especial obrigado aos UCA, por todo o conhecimento que me transmitem, NOSTEAM e PXCRU, por me aturarem nas produções, MÃE NATUREZA por me acolher aqui fisicamente e nos proporcionar lindas e magníficas realidades, AMIGOS, FAMILIA e SARAH por acreditarem em mim e me apoiarem. UNIÃO aí entre o povo, não precisamos de crossar ninguém não faltam paredes. Por: André Silva
Fusao Caracas
No ano de 2002 nasce uma nova crew de Bboys que vem se juntar ao panorama Hip Hop no Brasil. Denominada Fusão Caracas, somos de Carapicuiba, zona oeste de São Paulo. Tal como muitas crews, temos dificuldade para nos mantermos activos, e apesar sermos de uma periferia e não termos uma estrutura adequada nem apoios de ninguém, é o amor que temos pela vertente e pela cultura, que faz com que sejamos uma grande equipa que batalha essas dificuldades. Conhecemo-nos através de outros amigos bboys, quando ainda existiam as crews Street Break Crew e a Revolução Break. Um dia a Street Break foi convidada para fazer shows num bairro nobre de São Paulo, mas como a equipa em si tinha poucos elementos, convidaram a Revolução Break para se juntar a eles e formar um espectáculo único. A partir daí nunca mais nos separamos e formamos uma nova crew, da junção dessas duas, chamada Fusão Caracas. No ano seguinte fomos seleccionados para competir no principal campeonato de Bboy aqui no Brasil. Ganhamos algumas batalhas, e hoje em dia podemos dizer que dentro da dança não temos um estilo definido, ou um estilo em que nos destaquemos. Cada integrante se destaca em algo, e é isso que nos faz diferentes das outras crews. Agora estamos querendo competir fora do Brasil, temos vontade de participar em alguns eventos de Hip Hop em Portugal ou em outros países. Os Fusão Caracas são: Bboy João, Bboy Blackinho, Bboy Now, Bboy e Writter Zoio, Bboy e Writter Dunda e Bboy Torão. O Hip Hop Brasileiro como cultura é único. Apesar de ser um movimento originário das periferias norte-americanas, o Hip Hop não encontrou barreiras no Brasil, onde se instalou com uma certa naturalidade. A apropriação de elementos não estão necessariamente ligitimados na cultura brasileira, deu-se de
O BreakDance no Brasil
forma mais natural e tranquilo porque estamos num mundo globalizado. O que, no entanto, não significa que o Hip Hop Brasileiro não tenha influências locais. O movimento no Brasil é híbrido, com traços evidentes da cultura nacional: Por exemplo no Hip Hop brasileiro tem Rap com um pouco de samba. Tem break parecido com capoeira onde o Bboy brasileiro se destaca no power move, saltos, freeze’s e ritmos. Tem graffiti com cores muito vivas onde o ideal é transmitir uma mensagem positiva.
campeonatos de break, campeonatos de DJ’s.
Mas as diferenças estão para além do visível. Na opinião dos militantes brasileiros, o Hip Hop Nacional também é muito crítico e politizado, quer ver o povo melhor e prega a informação e cultura. Antigamente os rappers brasileiros faziam músicas em que falavam de Drogas, ladrões, coisas do genero. Os rappers não faziam músicas para os Bboys. A sociedade via o Hip Hop como uma coisa para marginal, maloqueiro, bandido, drogado e isso por influência das letras. Hoje em dia os emcee’s estão cada vez mais criativos e muitos deles estão fazendo letras para mudar essa imagem negativa que a sociedade imaginava do Hip Hop. Interessante é também ver o cada vez maior número de mulheres cantando Rap, dançando, fazendo graffiti, nos toca discos. Vê-se também mais mulheres em shows de Rap, encontros de graffiti,
Gostaríamos de deixar um recado para todos que curtem e praticam essa maravilhosa cultura que se chama HIP HOP. Lutar sem desistir, o espaço que você consegue através da luta. Não adianta você dançar muito e ficar só na sua casa ou no treino. Não adianta você ser um óptimo bboy, bgirl, DJ, Emcee ou writter, e só dançar, tocar, cantar para as paredes e deixar a sua arte no papel. Tem que expôr o seu trabalho para outras pessoas verem. É lutar e ter muita perseverança e mostrar que você é capaz de ser alguém na vida através do Hip Hop.
Hoje os Bboys podem dançar em qualquer lugar que são aplaudidos, um graffiteiro pode fazer sua Arte e muitos tiram fotos do graffiti, isso é o Hip Hop, isso é verdadeiramente uma cultura que cada vez mais cresce no Brasil e no Mundo. Aos poucos a nossa crew está conseguindo o seu espaço entre as que estão na luta há mais tempo, através de respeito, humildade e muita dedicação.
M u i t a Pa z , A m o r, S a ú d e e Re s p e i t o. Humildade é fundamental para o ser Humano. Por: BBoy Dunda
Fusão Caracas
O melhor dos
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que ocorreram em 2006.
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x-pe 達o M az e e A ce
d n u M
o d n u M e e s u F , e z a
Vá para
fora
cá dentro
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net
Em que lugar é que podemos encontrar Hip Hop em Ílhavo? Onde é que o pessoal se costuma juntar? Sinceramente... Cá não temos nenhum lugar físico onde se possa encontrar Hip Hop, tirando algumas actuações de grupos de dança "Hip Hop" que vão havendo por aí. De resto só se encontra sons de rap nos mp3s do pessoal, só se vê break se conhecermos algum b-boy e ainda se vão vendo alguns bombings pelas ruas. Quem são os intervenientes activos no Hip Hop, nas suas quatro vertentes, neste momento em Ílhavo? Em termos de rap, que implica levar isto a sério, só temos o meu colectivo, que é a Casquilho Produções (www.myspace.com/casqprod) e, que eu saiba, os Gaf. Squad (www.myspace.com/gafsquad) da Gafanha da Nazaré, uma das nossas freguesias. O único writter Ilhavense que vai levando o graff para a frente é o Seda, da DUK (Destruição Urbana Krew), e quanto ao breakdance e dj'ing... desconheço. Sei que há mais alguns beatboxers por aí, mas o único que eu conheço é mesmo o Nisso, da Casquilho. Que paredes ainda estão por pintar? Algumas. Em S.Salvador, a freguesia principal de Ílhavo, nem tanto, mas nos arredores há
Dj Dizzy com um novo site, um design muito apelativo, pimp o suficiente para apresentar este Dj residente em S. João da Madeira. Dj Dizzy iniciou-se em Agosto de 2004 e passados apenas 6 meses ficou no 5º lugar no ITF da Zona Norte. Recentemente com o Eckz criou a nova Label VDC Records. Fiquem atentos este Dj vai dar que falar…
sempre sítios fixes para pintar, é uma questão de procurar. Mas digo-te mesmo, por mim passavam tinta branca por cima de 90% dos nossos graffs e faziam cenas decentes em cima. Com vês o panorama a nível de Hip Hop em Ílhavo? Está melhor, pior que há uns tempos atrás? Tem futuro? Muito melhor. Há 2 ou 3 anos atrás eu julgavame o único gajo a sentir Hip Hop em Ílhavo, não conhecia ninguém. E sei que havia mais pessoal na mesma situação, que depois se veio a cruzar comigo. Temos pernas para andar, porque somos gajos com as ideias no sítio, que respiramos a cultura como parte da nossa vida. E, sem falsas modéstias, temos talento para fazer cenas decentes no futuro. Qual era o Mc ou writter ou b-boy ou dj português que gostasses de ter em Ílhavo? Como teu vizinho. Gostava que Ílhavo tivesse dj's e b-boys, fossem eles quais fossem! Desde que fossem gajos com talento e força de vontade, claro. De resto estou contente com o panorama, ainda curto muito o feeling de sermos poucos, mas bons. Acho que nem fazia sentido de outra maneira. E além disso curto colaborar com pessoal de fora de Ílhavo, é sempre bom contactar com outras terras. Nem que seja com Aveiro, que já tem um movimento a ficar muito forte.
Um site nacional, de Hip Hop em geral, nascido nos últimos meses de 2006. Um projecto ainda em desenvolvimento, já com uma vasta colecção de mp3 disponíveis gratuitamente para download como de vídeos de Hip Hop português. O grande ponto que talvez marque a diferença será as dezenas de letras que o TugaUnderground dispõe para consulta.
Por:Moisés Regalado
Para quem sente a necessidade de estar constantemente actualizado no que diz respeito a Hip Hop Internacional, então o HipHopDx é um site a visitar varias vezes. Bastante organizado, está repleto de informações sobre os vários lançamentos recentes, vídeos, e ainda artigos relacionados com as notícias mais recentes. Ainda com uma categoria “HipHop Singles” a não perder.
Por: Fresh