EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
AS MELHORES PRÁTICAS NO PARANÁ Inédito, Prêmio Educação Empreendedora Sebrae/PR destaca iniciativas criadas a partir do Programa que coleciona resultados, parcerias internacionais e histórias de sucesso.
E MAIS LEI ATUALIZA O SIMPLES NACIONAL E ABRE RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS
STARTUPS: ESPECIALISTA SUGERE DICAS PARA UM NEGÓCIO INOVADOR
SEBRAE EAD OFERTA CURSOS E SOLUÇÕES GRATUITOS PARA EMPREENDEDORES
ÍNDICE
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Serviço
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MUTIRÃO DA RENEGOCIAÇÃO: PARCELAMENTO DE DÉBITOS DO SIMPLES ESTÁ DISPONÍVEL
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NO OESTE DO PARANÁ, ENTIDADES FIRMAM PARCERIA PARA UTILIZAR ENERGIA SOLAR EM PROPRIEDADES RURAIS
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HORA DO EMPREENDEDOR APOSTAR E SE PREPARAR PARA 2017
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ESPAÇO UNIVERSITÁRIO FOMENTA EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
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SEBRAE/PR É DESTAQUE ENTRE AS MELHORES EMPRESAS PARA SE TRABALHAR NO BRASIL
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NO CHILE, EXPERIÊNCIA DO PARANÁ COM AS SGCs É DESTAQUE EM FÓRUM IBEROAMERICANO
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O COMPLIANCE NAS ORGANIZAÇÕES
Inovação
Economia
CAPA
CRESCER E EMPREENDER: UMA LIÇÃO QUE COMEÇA DESDE CEDO Empreender
FERRAMENTA PREV FOGO AGILIZA A ABERTURA DE PEQUENOS NEGÓCIOS NO PARANÁ Entrevista
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PARA STARTUPS, NASCER GLOBAL É PALAVRA DE ORDEM
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SEBRAE EAD DISPONIBILIZA CURSOS E SOLUÇÕES GRATUITOS PARA EMPREENDEDORES
Capacitação
Empreender
Qualidade
Inovação
Artigo
CONSELHO DELIBERATIVO O Conselho Deliberativo do Sebrae/PR é formado por representantes de segmentos do setor produtivo, de instituições de ensino, tecnologia e crédito e poder público. Funciona como uma assembleia geral e soberana, que representa a tomada de decisões de forma democrática e compartilhada. Ao todo, são 13 entidades que têm assento no Conselho Deliberativo do Sebrae/PR. Edson Luiz Campagnolo – Presidente do Conselho Deliberativo Banco do Brasil: Neirim Goulart Duarte - titular | Pablo Marcelo Favoretto - suplente Caixa Econômica Federal: Renato Scalabrin - titular | José Amilcar de Lucca Junior - suplente Centro de Integração de Tecnologia do Paraná (Citpar): Luiz Carlos Baeta Vieira - titular | Rubens Maluf Dabul - suplente Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep): Ágide Meneguette - titular| Carlos Augusto C. Albuquerque - suplente Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap): Rainer Zielasko - titular | Guido Bresolin Junior - suplente Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Fampepar): Ercílio Santinoni - titular | Jonas Bertão - suplente Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep): Edson Campagnolo - titular | Evaldo Kosters - suplente Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio): Darci Piana - titular|Ari Faria Bittencourt - suplente Fomento Paraná: Juraci Barbosa Sobrinho - titular|Heraldo Alves das Neves - suplente Sebrae Nacional: Elizabeth Soares de Holanda - titular | Joana Bona Pereira - suplente Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral: Silvio Magalhães Barros - titular | Mário José Dória da Fonseca - suplente Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar): José Roberto Ricken - titular |Nelson Costa - suplente Universidade Federal do Paraná (UFPR): Zaki Akel Sobrinho - titular | Elenice Mara Matos Novak - suplente
CONSELHO FISCAL
Faep: João Luiz Rodrigues Biscaia - Presidente do Conselho Fiscal | Dalton Celeste Rasêra - suplente Fecomércio: Alberto Franco Samways - titular | Edson Luiz Guariza - suplente Ocepar: Gerson José Lauermann - titular | João Gogola Neto - suplente
EXPEDIENTE
Coordenação: Fabíola Negrão – Gerente de Marketing e Comunicação Edição/Jornalista Responsável: Adriano Oltramari – Registro Profissional – 3434/13/37-PR e Camila Gioda Fumaco – Consultora especialista em Marketing
DIRETORIA EXECUTIVA Vitor Roberto Tioqueta – Diretor-superintendente Julio Cezar Agostini – Diretor de Operações José Gava Neto – Diretor de Administração e Finanças Textos: Adriano Oltramari, Aldy Coelho, Amanda de Santa, Bruna Komarchesqui, Camila Cabau, Juliana Dotto, Antonio Menegatti Neto e Patrícia Biazetto Impressão: Speedgraf Gráfica e Editora Ltda. Direção de Criação: CCZ*WOW
APRENDIZADO PARA O CRESCIMENTO EDSON CAMPAGNOLO PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DO SEBRAE/PR
Estamos no final de um ano em que a crise econômica e política no Brasil provocou o fechamento de empresas e milhões de desempregados. Um período mais desafiador para os empresários, que precisaram se reinventar, pensar diferente e utilizar sua criatividade para sobreviver ao cenário recessivo. Ano que demandou ainda mais a presença e o trabalho do Sebrae/PR para levar conhecimento e soluções, a fim de auxiliar os empreendedores a enfrentar obstáculos maiores. Realizamos, junto com nossos parceiros, ações e projetos em todo Paraná que envolveram o ambiente de negócios de micro e pequenas empresas. Do acesso ao crédito, estímulo à inovação com o Sebraetec, desburocratização de processos como licenciamento prévio com o Corpo de Bombeiros - que está nesta edição da revista, além da preparação do ambiente legal, com o Programa Cidade Empreendedora, que chegou a 127 municípios, representando 66% da população do Estado e 74% dos pequenos negócios do Paraná. Em ano de eleição, disponibilizamos o Guia do Candidato Empreendedor com a função de apoiar, orientar e embasar os projetos de governo com ações estratégicas focadas nas micro e pequenas empresas. Ampliamos o atendimento, inclusive com canais digitais, com as Salas do Empreendedor, Pontos de Atendimento ao Empreendedor, eventos e capacitações para os mais variados segmentos. Mesmo com contratempos, temos que persistir, organizar, preparar a gestão das empresas para entrar no ano que virá com perspectivas melhores. E nisso, podemos sempre contar com o time do Sebrae/PR, preparado e motivado para entender e atender micro e pequenos empreendedores. Nossos desafios são grandes, mas iremos superá-los. Passamos juntos por momentos conturbados da nossa economia e, esperamos, da mesma forma unidos, ajudar a recolocar o Brasil na trilha do desenvolvimento. Afinal, nosso País depende e muito, da capacidade empreendedora dos seus empresários.
O BRASIL PRECISA DOS EMPREENDEDORES JOSÉ GAVA NETO VITOR ROBERTO TIOQUETA JULIO CEZAR AGOSTINI DIRETORIA EXECUTIVA DO SEBRAE/PR
A missão do Sebrae/PR é promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios e estimular o empreendedorismo. Neste ano, como a maioria dos empreendedores, o Sebrae/PR viveu um período de desafios ainda maiores com o cenário econômico brasileiro. Obstáculos que motivaram a equipe em todo Estado por ter claro que a sobrevivência de micro e pequenas empresas, o nascimento de novos negócios mais organizados e atentos às oportunidades, exigiram mais preparo, além da força e o empreendedorismo dos paranaenses. O Sebrae/PR fortaleceu sua atuação na capacitação, na articulação de políticas públicas para criar um ambiente legal mais favorável, acesso a mercados, orientação para serviços financeiros, negócios inovadores, educação empreendedora e acesso à tecnologia e inovação. Para levar mais informação e soluções aos empresários de micro e pequenas empresas, prosseguiu com a estratégia de aumento da oferta digital de produtos e serviços, facilitando o acesso ao nosso portfólio. A participação mais efetiva nos territórios, o processo de aperfeiçoamento do modelo de atuação do Sebrae/PR, entendendo que os períodos de crise impõem não somente desafios, como também oportunidades valiosas, corroboram para almejar um ambiente de negócios mais otimista em 2017. As micro e pequenas empresas estão voltando a gerar empregos, e a Lei Complementar (PLC) 25/2007, o chamado de Crescer Sem Medo, começou a acontecer de fato com a renegociação e ampliação de prazos para refinanciamento de dívidas dos micro e pequenos. Gradativamente e, conforme a sua regulamentação, ainda criará outras oportunidades para empreender. O caminho para a retomada do crescimento passa pelas micro e pequenas empresas. O Sebrae/PR está, de forma presencial e virtual, pronto para auxiliar os empreendedores paranaenses a superar o cenário recessivo e reestabelecer um período de estabilidade e desenvolvimento.
Foto: Arnaldo Neto
Foto: Gelson Bampi/Fiep
EDITORIAL
SOLUÇÕES | SEBRAE/PR
EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA Foto: Luiz Costa
CAPA
CRESCER E EMPREENDER: UMA LIÇÃO QUE COMEÇA DESDE CEDO
VITOR TIOQUETA,
Programa coleciona grandes resultados, parcerias internacionais e histórias de sucesso em apenas três anos de aplicação. Com premiação inédita, Sebrae/PR reconhece as melhores iniciativas estaduais em cada uma das categorias do Programa Por Aldy Coelho
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SUPERINTENDENTE DO SEBRAE/ PR, DESTACA A PARCERIA COM AS INSTITUIÇÕES, MUNICÍPIOS E PROFESSORES
A
sociedade atual tem exigido cidadãos cada vez mais empreendedores, com competências múltiplas, capazes de aprender e adaptar-se em diversas situações. Mais que isso, há uma grande demanda de pessoas aptas para trabalhar em equipes, enfrentar desafios e encontrar novas soluções para os problemas existentes. Especialistas afirmam que um empreendedor não nasce pronto, mas que qualquer pessoa pode vir a sê-lo, desde que esteja bem preparado. E por que não educar, desde cedo, o indivíduo ao empreendedorismo, despertando nele suas características empreendedoras, que poderão transformá-lo em um agente realizador, em qualquer área em que se especialize? Diante dessa nova realidade, a inclusão da educação empreendedora nas escolas de Ensino Fundamental e Médio, assim como nas Instituições de Ensino Superior paranaenses, tornou-se uma das seis linhas estratégicas do Sebrae/PR, com foco no desenvolvimento do potencial empreendedor e criativo de estudantes e da população economicamente ativa, para aplicação dos conhecimentos adquiridos no mundo dos negócios e no trabalho. Em 2016, o Programa Educação Empreendedora do Sebrae/PR contabiliza 162 escolas participantes, sendo 64 da rede estadual de ensino, mais de sete mil professores capacitados, mais de 200 mil alunos atendidos em todo o Estado, 35 municípios com o Programa implementado em 100% das escolas de Ensino Fundamental. Para conceber a metodologia, foram realizadas visitas técnicas em países da Comunidade Europeia e elaborado um termo de referência para implan-
tação do programa no Paraná. Nele, o professor é peça-chave no processo. “O professor é fundamental para que essas iniciativas funcionem. É ele que vai levar até os alunos o conteúdo transformador, o leque de possibilidades existentes e as ferramentas necessárias para que possam realizar seus sonhos”, afirma Rosângela Angonese, coordenadora estadual do Programa. A intenção, de acordo com ela, é disseminar a cultura do empreendedorismo a partir do estímulo à criatividade, do pensamento crítico e do incentivo à realização, com aulas divertidas e metodologias diferenciadas. Primeiros passos Os cursos são desenvolvidos de acordo com princípios pedagógicos para levar seus participantes a entenderem que empreender é alcançar seus objetivos e realizar seus projetos de vida. As propostas buscam contemplar o contexto e as especificidades de cada faixa etária. Um exemplo é o curso Jovens Empreendedores Primeiros Passos, que visa incentivar os alunos das séries iniciais até o 9° ano a buscar o autoconhecimento, novas aprendizagens, além do espírito de coletividade. A aluna Rosicleide Madzgalla de Oliveira, de 11 anos, da Escola Municipal do Campo João Baptista Distéfano, em São Mateus do Sul, conta que os ensinamentos da sala de aula têm repercutido inclusive no negócio da família. “Agora, posso levar alguma coisa que aprendo na escola para minha mãe. Meus pais têm um mercadinho, bem pertinho da escola. Aprendi a decidir os preços, ver se está faltando alguma coisa e a fazer os pedidos. Me sinto orgulhosa tendo essas responsabilidades e isso tudo veio do Projeto.” No Ensino Médio, o foco é no desenvolvimento integral dos jovens, esti-
mulando o protagonismo juvenil, ao preparar os estudantes para os desafios do mundo do trabalho, a identificar oportunidades e a planejar o futuro. Toda a metodologia de ensino e material didático próprio são fornecidos pelo Sebrae, assim como a capacitação dos professores, que não envolve custos financeiros para o parceiro. “Trabalhamos com os alunos a responsabilidade, o compromisso, o desprendimento, e vemos resultados concretos nas mudanças de atitude. Os pais estão mais integrados com a escola, trazem o que têm em casa para compartilhar com a escola, vêm prestigiar o trabalho dos alunos. As crianças percebem que os pais estão mais atentos, presentes, e ficam mais felizes com essa participação”, conta Raquel Kuhn Miashita, diretora da Escola Municipal Frei Elias Zulian, de Ponta Grossa, uma das escolas integrantes do Programa. De olho no futuro Com foco nos estudantes do Ensino Superior, as ações do Programa Educação Empreendedora do Sebrae/PR começam com a inclusão de projetos voltados para o estímulo da cultura empreendedora nas instituições, por meio de editais, em que o Sebrae/PR subsidia parte do investimento técnico e financeiro destinado para concretizar os projetos propostos. Em 2016, 33 faculdades e universidades públicas e privadas, de diversas regiões do Estado, tiveram seus projetos aprovados, alguns dos quais poderão dar continuidade aos trabalhos já desenvolvidos dentro da IES, com a proposta de criação de centros de empreendedorismo dentro das instituições. “Nossa expectativa é que esses projetos gerem mais de 165 mil atendimentos até o final de 2018, com ações de 5
Foto: Luiz Costa
NA PREMIAÇÃO, FINALISTAS NA CATEGORIA PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL 1º CICLO
FINALISTAS NA CATEGORIA, PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL 2º CICLO RECEBERAM O RECONHECIMENTO
Foto: Luiz Costa
banco que oferece microcrédito para milhões de famílias carentes.
sensibilização, instrumentalização e geração de conhecimento para alunos de diversos cursos de Ensino Superior, desde administração, engenharia, até pedagogia ou jornalismo. O intuito é disseminar o empreendedorismo entre alunos, professores e a comunidade como um todo”, destaca a coordenadora estadual do Programa de Educação Empreendedora do Sebrae/ PR, Rosângela Angonese. Dentre os vários projetos de sucesso, está o programa de empreendedorismo com foco em negócios sociais, 6
encabeçado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em Curitiba, que desenvolve inúmeras atividades abordando o conceito e disseminando o empreendedorismo dentro e fora da instituição. Iniciado em 2013, o programa já realizou cursos de extensão, palestras, capacitações para formação de professores e alunos, e até um Congresso de Negócios Sociais e Empreendedorismo, que contou com a presença do economista indiano e ganhador do Prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus, criador do
“Foi um projeto genuíno, diria até ousado, que contou com a parceria do Sebrae/PR ao apostar em algo que propunha o aprofundamento do conceito e da abordagem em empreendedorismo social, uma temática ainda muito nova para a instituição”, assinala a professora e coordenadora do projeto, Ana Lucia Jansen. “Apesar de ter encerrado em 2015, o projeto ainda continua gerando resultados, como a assinatura de um termo de cooperação técnica entre a UFPR e a Yunus Negócios Sociais, uma rede de universidades internacionais que vai beneficiar alunos brasileiros com acesso a centros de empreendedorismo e incubadoras de todo o mundo. Foi uma ação que nasceu dentro do Programa Educação Empreendedora e que vai beneficiar inclusive o próprio Sebrae/PR, como nosso parceiro”, comenta. Resultado de uma parceria entre o Sebrae/PR e o Centro Universitário Fi-
Foto: Luiz Costa
FINALISTAS NA CATEGORIA PROFESSORES DE ENSINO MÉDIO
ladélfia (Unifil), foi criado em Londrina o Centro de Empreendedorismo Sustentável da UniFil, com objetivo de fomentar a implantação de empresas juniores, despertar nos universitários a vocação empreendedora e contribuir na formação de futuros agentes preparados para os desafios do mercado. “Vamos oferecer aos alunos e empreendedores o conhecimento nas mais diversas áreas. Os estudantes terão a oportunidade de praticar o que aprendem e contribuir com as pessoas que precisam de apoio na abertura de negócios”, diz o reitor Eleazar Ferreira. Outra ação de destaque dentro do Programa é o Desafio Universitário Empreendedor, uma competição nacional que consiste em uma plataforma virtual com atividades em forma de jogos, que difundem os conceitos de gestão, mercado, inovação e empreendedorismo para os estudantes de Ensino Superior. Na última edição, o Paraná foi o primeiro colocado no Brasil em número de inscrições no Desafio. Dos 21 mil alunos inscritos neste ciclo, sete mil
Foto: Luiz Costa
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR FINALISTAS DO PRÊMIO EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
foram alunos paranaenses e quatro deles representaram o Estado na fase nacional. “Aprendi muito mais do que eu esperava. São ensinamentos que você leva para a vida pessoal e profissional”, afirma o finalista Denielton Biava, estudante do curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Chopinzinho. Parcerias de sucesso Para a execução do Programa Educação Empreendedora, o Sebrae/PR con-
ta com diversas parcerias, entre elas com as prefeituras e secretarias municipais de Educação, com a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e até mesmo com a Babson College, universidade norte-americana de maior referência na área do empreendedorismo. Neste ano, uma parceria entre o Sebrae/PR e a Seed levou conteúdos de empreendedorismo a alunos do Ensino Fundamental II e Médio de escolas públicas do Estado, com o objetivo de capacitar 320 professores de 64 escolas (duas de cada Núcleo Regional 7
de Ensino), para trabalhar com 3,5 mil alunos do contraturno escolar. Inicialmente, as escolas estaduais selecionadas estão nos municípios que já implantaram o Programa no Ensino Fundamental, mas a ideia é que o projeto seja estendido aos 399 municípios, nos anos seguintes. “Já tive a oportunidade de trabalhar em parceria com o Sebrae/PR, quando fui secretária municipal de educação em Pato Branco. Agora, vamos inserir a educação empreendedora como um dos carros-chefes dos nossos projetos de educação ampliada. Aprendendo a empreender, nossos estudantes aprendem a construir uma sociedade melhor”, pontua a secretária de Educação, Ana Seres. Com a Babson College, a parceria teve início em 2015, quando cerca de 50 professores de instituições de ensino superior do Paraná participaram de uma qualificação especial com dois professores do Centro de Desenvolvi-
mento Empreendedor da Universidade. Foi uma imersão de quatro dias, com foco em conteúdos específicos para que os docentes tenham condições de disseminar, de forma adequada e atual, o empreendedorismo para seus alunos. “Nossa intenção é fortalecer a parceria com os municípios, com o governo do Estado e com entidades que nos ajudem a sensibilizar e dar sustentabilidade ao empreendedorismo juvenil, envolvendo ainda mais escolas, pais, alunos e professores”, reforça Rosângela Angonese. Prêmio Educação Empreendedora Em cerimônia realizada no mês de novembro, em Curitiba, o Sebrae/ PR premiou professores, Instituições de Ensino Superior e municípios que apresentaram as iniciativas mais expressivas na área da Educação Empreendedora em suas regiões. O objetivo do Sebrae/PR é identificar e divulgar
as melhores iniciativas promovidas no campo da educação empreendedora no Estado, por meio das ações implantadas em municípios, instituições de ensino e educadores. “Faz parte da missão do Sebrae/PR promover o empreendedorismo como forma de preparar cidadãos com uma visão mais empreendedora, independentemente da área em que atuem, que sejam capazes de fazer a diferença em suas comunidades e de mudar o mundo. Para isso, precisamos da parceria com os municípios, com as instituições de ensino, gestores e, principalmente, com os professores, que levam o conhecimento para nossas crianças”, destaca o diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Tioqueta. Dividida em cinco categorias, a ação inédita da entidade teve como objetivo reconhecer o desenvolvimento do empreendedorismo em nível escolar.
CONHEÇA OS PREMIADOS, POR CATEGORIA: CATEGORIA MUNICÍPIOS - Que implementaram o Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEEP) em 100% das escolas de Ensino Fundamental 1º ciclo, entre os anos de 2015 e 2016: Regional Norte - Apucarana, São João do Ivaí, Londrina, Ibiporã, Congonhinhas e Santana do Itararé; Regional Centro - São Mateus do Sul, Tibagi, Mato Rico e Nova Tebas; Regional Sudoeste - Barracão, Capanema, Manfrinópolis, Planalto e São Jorge D´Oeste; Regional Oeste - Quatro Pontes, Nova Santa Rosa, Tupãssi, Céu Azul, Nova Laranjeiras, Foz do Jordão, Santa Helena e Virmond; Regional Noroeste - Altônia, Goioerê, Icaraíma, Mamborê, Marilena, Nova Londrina, Santa Fé e Umuarama; Regional Leste - Rio Branco do Sul, Quitandinha, Campo do Tenente e Mandirituba; CATEGORIA PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL 1º CICLO – Vencedor Estadual Marilene Catarina Allievi Rodrigues, da Escola Municipal Maria Zuchinalli Slongo, em Barracão - Regional Sudoeste; CATEGORIA PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL 2º CICLO – Vencedor Estadual Dimas Correia, do Colégio Estadual Adélia Bianco Seguro, em Mato Rico - Regional Centro; CATEGORIA PROFESSORES DE ENSINO MÉDIO – Vencedor Estadual Rodolfo Fiorucci, do Instituto Federal do Paraná, em Jacarezinho - Regional Norte; CATEGORIA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) - Pontifícia Universidade Católica (PUC) campi Toledo, por apresentar o maior índice de educação empreendedora do Estado; Os premiados receberam troféus, certificados, e um pacote de viagens completo para participar de uma missão técnica para conhecer experiências de sucesso em educação empreendedora na Escola Sebrae de Formação Gerencial, no centro de referência de empreendedorismo do Sebrae em Minas Gerais, e no Instituto Inhotim, um dos mais relevantes acervos de arte contemporânea do mundo.
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O PROGRAMA EM NÚMEROS
Em três anos de atuação, o Programa Educação Empreendedora apresenta crescimento acima da expectativa.
Início em 2014 2016
Crescimento em três anos
Municípios
42
162
285%
Escolas
213
916
330%
Professores
1255
7126
467%
Alunos
26.000
203.000
680%
No Ensino Básico:
8,7
%
dos estudantes do Ensino Fundamental I, II e Médio receberam o conteúdo de empreendedorismo do Sebrae/PR nos últimos três anos
35
municípios do Paraná com o Programa Educação Empreendedora implantado em 100% das escolas
64 5 mil escolas e cerca de
alunos
do Ensino Estadual nos níveis Fundamental II e Médio já são atendidos pelo Programa de Educação Empreendedora
No Ensino Superior:
33
Instituições Estaduais
de Ensino Superior são parceiras do Sebrae/PR no Programa
18 dos alunos Ilustracões: Shutterstock
%
matriculados no Ensino Superior do Estado participam do Programa
165 mil alunos
serão atendidos pelo Programa até 2018
7 mil alunos inscritos
no Desafio Universitário Empreendedor em 2015, o maior número de inscritos do Brasil
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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR
EMPREENDER
DESBUROCRATIZAÇÃO NA PRÁTICA
FERRAMENTA PREV FOGO AGILIZA A ABERTURA DE PEQUENOS NEGÓCIOS NO PARANÁ Em funcionamento há cerca de dois meses, o Prev Fogo desburocratizou a abertura de empresas de baixo risco ao liberar em poucos minutos o documento de licenciamento prévio do Corpo de Bombeiros Por Camila Cabau
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DESDE QUE PASSOU A SER REALIDADE, O PREV FOGO
TEM TRAZIDO AGILIDADE E SEGURANÇA PARA O TRABALHO DA CONTADORA MARIANA GUSMAN E DE SEUS CLIENTES
D
esde o mês de setembro, a abertura de empresas passou a ser ainda mais simples no Paraná. Com o Processo de Licenciamento Prévio (Prev Fogo), uma plataforma online, o empreendedor tem acesso em poucos minutos ao documento prévio de licenciamento do Corpo de Bombeiros. O processo normal levava quatro dias e hoje é obtido em questões de minutos, enquanto o empresário completa suas informações no site.
licença imediata também do Corpo de Bombeiros.
O Prev Fogo é resultado do trabalho em conjunto do Corpo de Bombeiros, Sebrae/PR, governo do Estado e Junta Comercial do Paraná e faz parte da Redesim, projeto criado para simplificar o processo de abertura, alteração e baixa de empresas. Agora, além das licenças simplificadas da Vigilância Sanitária, órgão que já integrava o sistema no Estado, negócios de até 200 m², que se enquadrem na lista de atividades econômicas consideradas de baixo risco, passam a obter a
“Mesmo com tudo o que eu ouvia, resolvi que iria em frente e descobri que abrir a minha empresa foi muito fácil. Consegui fazer quase tudo sozinha e recebi rapidamente a licença para a abrir a minha confecção de enxovais. Ainda estou no começo das minhas atividades, mas posso dizer que tenho mais tempo para empreender do que para gastar com burocracia. Não tenho do que reclamar e estou satisfeita com todo o suporte que o sistema trouxe”, garante a empreendedora.
Nos meses de setembro a novembro, mais de 1.150 empresas e empreendedores foram beneficiados pela plataforma em todo o Estado, como Dircélia Paduani Sitta, de Icaraíma, no noroeste do Paraná, que sempre teve o sonho de abrir o próprio negócio. Mas o receio de entrar em uma área que dizia pensar ser cheia de burocracia e os conselhos negativos que recebia a impedia de empreender.
Mariana Gusman é gestora do Escritório Gomes de Contabilidade em Maringá e estava acostumada a esperar a média de prazo de quatro dias para agendar a vistoria e liberação dos Bombeiros durante a abertura de empresas de seus clientes. A profissional confessa que viu sua rotina se modificar depois do lançamento do Prev Fogo. “O processo está mais simplificado, é uma economia de tempo para o escritório e para os empreendedores. O sistema é simples, a emissão das guias é fácil. A Redesim já havia trazido muitos benefícios e o Prev Fogo otimizou ainda mais e é um estímulo ao empreendedorismo”, conta. Avaliação Para Luiz Marcelo Padilha, coordenador estadual de Políticas Públicas do Sebrae/PR, a principal preocupação do empreendedor precisa ser a saúde e o desenvolvimento de seus negócios e não sistemas burocráticos que desviam a energia do gestor. “Quando simplificamos processos de abertura,
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Foto: Luiz Costa
Lançamento do Prev Fogo
LANÇAMENTO DA FERRAMENTA,
NO DIA 20 DE SETEMBRO, NO SEBRAE EM CURITIBA
alteração e baixas de empresas, o empresário passa a ter mais tempo para a gestão do empreendimento, aumentando a competitividade dos negócios e a vitalidade dos mesmos”, completa o consultor. Padilha reforça, ainda, que o PrevFogo também tem desempenhado um importante papel para melhorar o ambiente de negócios do Estado, promovendo melhores condições de desenvolvimento dos negócios. Esta mesma visão do consultor do Sebrae/PR é compartilhada pelo presidente da Junta Comercial do Paraná (Jucepar), Ardisson Akel. “Trata-se de uma inovação de processos e nos coloca como um dos Estados com os sistemas mais estruturados, com uma quebra de paradigma para as atividades operacionais dos bombeiros. O Prev Fogo só é realidade porque a parceria entre as entidades envolvidas está em sintonia e focada em trazer benefícios aos empresários”, frisa Akel. Responsável pela mudança administrativa dentro do Corpo de Bombeiros,
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o major Gerson Gross, chefe do Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Paraná, relata que o sistema tem funcionado muito bem e rendido elogios de empreendedores de outros estados. “Dia destes atendi uma empresária de Santa Catarina que estava abrindo uma empresa em Curitiba. Ela estava na casa dela e havia conseguindo a licença em poucos minutos e já estava apta a abrir as portas. A ligação dela foi com o intuito de confirmar se o processo era real e se estava tudo correto, ela estava admirada com agilidade do Paraná”, lembra o major. O secretário de Estado do Planejamento e Coordenação Geral, Cyllêneo Pereira Júnior, recorda que desde que a Redesim passou a funcionar no Paraná foi identificado, que para melhorar ainda mais o sistema, seria preciso agilizar o licenciamento concedido pelos bombeiros. “Com o Prev Fogo, aumentamos a competitividade do Estado, o diferenciando dos demais. A burocratização de processos acontece em todo o País e neste caso o Paraná saiu na vanguarda e tem conquistado excelentes frutos”, enfatiza o secretário.
Participaram da cerimônia de lançamento da ferramenta, no dia 20 de setembro, no Sebrae em Curitiba, bombeiros de todos os grupamentos e subgrupamentos do Estado, o secretário estadual de Planejamento e Coordenação Geral, Cyllêneo Pereira Júnior; o presidente da Junta Comercial do Paraná ( Jucepar), Ardisson Akel; o diretor-superintendente do Sebrae/ PR, Vitor Roberto Tioqueta, e o diretor de Operações da entidade, Julio Cezar Agostini; o presidente da Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas (Conampe) Ercílio Santinoni; além do Comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Juceli Simiano Júnior, e do major Gerson Gross, chefe do Serviço de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Paraná.
Redesim Desde 2014, o Sebrae/PR acompanha, orienta e estimula o processo de implantação da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim). Trata-se de um sistema online que integra informações do governo federal, dos 399 municípios paranaenses, assim como de órgãos como Jucepar, Receita Estadual, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Polícia Civil, numa base de dados única. A plataforma traz segurança, agilidade e simplicidade aos processos de abertura, alteração e fechamento de empresas. O sistema integrador, que no Estado se chama Empresa Fácil, já é realidade em algumas regiões do Brasil. No Paraná, 206 dos 399 municípios já estão integrados ao sistema da Redesim. COMO ACESSAR O PREV FOG Você pode acessar o Prev Fogo pelo endereço www.empresafacil.pr.gov.br integrado à plataforma do Redesim, unificando a ferramenta dos Bombeiros ao sistema de simplificação.
SOLUÇÕES | SEBRAE/PR
ENTREVISTA
ENTREVISTA
PARA
STARTUPS, NASCER GLOBAL É PALAVRA DE ORDEM Aos 30 anos, Alessio Alionço, de Curitiba, gerencia uma equipe de 25 pessoas e mantém negócios em 140 países; segundo ele, sucesso inclui conhecer bem o setor antes de empreender e não ter medo de se arriscar por uma boa ideia Por Bruna Komarcherqui
Foto: Antonio Costa
ALESSIO ALIONÇO,
FOUNDER & CEO DA PIPEFY STARTUP CURITIBANA QUE ATENDE CERCA DE 40 MIL CLIENTES EM 140 PAÍSES
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EMPREENDEDOR
F
oi uma “dor de cliente” que levou Alessio Alionço, 30 anos, a apostar todas as suas fichas no Pipefy, uma plataforma para gerenciamento de processos internos de empresas. Na época, ele acabara de vender sua primeira startup, o Acessozero – um guia local de serviços – para um player global. “A empresa começou a crescer muito, e eu precisava padronizar os processos. Percebi que tinha muita ferramenta para desenhar processo, mas não tinha uma barata e fácil de usar para, de fato, rodar os processos da empresa. Coisas repetitivas, como recrutamento e seleção de funcionário, contas a receber, contas a pagar, pedido de reembolso”, lembra. A ideia deslanchou e, hoje, a equipe de 25 pessoas, instalada em Curitiba, atende 40 mil clientes – entre eles, grandes como Visa, Accenture e General Eletric – em 140 países. “Já abrimos de olho no mercado mundial. Como
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Foto: Antonio Costa
COMPARTILHOU SUA EXPERIÊNCIA COM JOVENS EMPREENDEDORES DE TODO ESTADO
não tinha encontrado nada, achei que essa era uma oportunidade boa para tentar trabalhar com mais mercados, e deu supercerto!”, comemora. Palestrante no encerramento do Encontro Estadual de Startup, promovido pelo Sebrae/PR, que reuniu cerca de 280 atores do ecossistema estadual, em Curitiba, em novembro, Alessio bateu um papo sobre startups com a Revista Soluções. “Não existe um perfil ideal, é quase uma ciência exata. O pessoal pergunta ‘qual a melhor idade para empreender?’. O mais cedo possível!”, garante ele, que começou aos 19 anos. Confira a entrevista: Revista Soluções – Quem é o Alessio Alionço? Você sempre foi empreendedor ou chegou a ser funcionário de empresa? Alessio Alionço – Fiz administração na UFPR, trabalhei em empresa júnior, durante três anos, trabalhei em con-
sultoria, abri minha primeira empresa, o Acessozero, um guia local de serviço, em que você conseguia comprar um serviço por um preço mais barato que o de balcão, negociado no volume com o estabelecimento. Oferecendo preço melhor no site, atraía clientes que não conseguia no ponto de venda tradicional, como esses sites booking. com, mesma lógica. Todo tipo de serviço: troca de óleo, gastronomia, estética, era um guia mesmo. Crescemos bastante e eu vendi o Acesso para o Apontador.com, em 2012, que era nosso maior concorrente. Lá no Apontador que tive a ideia do Pipefy, porque a empresa começou a crescer muito e a gente estava gerenciando várias equipes diferentes, e o pessoal usava essas ferramentas de gerenciamento de tarefas, mas eu precisava padronizar os processos da nossa empresa, colocar o que precisa ser feito, passo a passo, para guiar a equipe. E na época, não achei uma
EU ACHO QUE NÃO EXISTE ISSO DE ‘TAL PESSOA NASCEU PARA SER EMPREENDEDOR’. É QUASE UMA CIÊNCIA EXATA, QUALQUER UM PODE EMPREENDER.
empresa que eu conhecia. Fiz umas 40 entrevistas e saí com pré-venda de metade do pessoal que entrevistei. Ali vi que existia a necessidade. Daí desenhei essa ferramenta e, em novembro de 2014, ela estava já em beta, disponível para empresas que fizeram a aquisição para testar; em abril de 2015, abrimos para sair na app gratuito. Uma coisa interessante: Já abrimos de olho no mercado mundial. Como não tinha encontrado nada, achei que essa era uma oportunidade boa para tentar trabalhar com mais mercados, e deu supercerto. Desde que abrimos, teve uma aceitação superboa, a ferramenta é fácil de usar e hoje temos usuários em mais de 140 países, desde de ‘startupzinha’, lá no Vale do Silício, até grandes empresas, como a Visa, Accenture, General Eletric. Revista Soluções – Geralmente, uma startup olha para um problema local, mas você já partiu para uma coisa mais global. Como é essa experiência? Você já pensou global ou foi percebendo essa necessidade ao longo do processo?
ferramenta boa para fazer isso. Tive uma experiência de cliente que foi frustrada, porque tinha muita ferramenta para desenhar processo, mas não tinha uma barata e fácil de usar para, de fato, rodar os processos da empresa. Coisas repetitivas, como recrutamento e seleção de funcionário, contas a receber, contas a pagar, pedido de reembolso, aquilo que você usa um monte de planilha. Eu tive que ficar um ano no Apontador, por causa da venda, quando venceu o contrato eu saí já com essa ideia do Pipefy na cabeça. Já tinha falado com o chefe da equipe ‘cara, como pode não ter uma ferramenta fácil de usar?’ Ele falou ‘essas ferramentas tem que contratar uma consultoria de TI e meio que gastar dinheiro para fabricar uma coisa customizada’. Daí eu falei ‘não, acho que dá para fazer uma coisa self service, fácil do usuário usar’, e como meu skill é desenvolvimento de produto, eu desenhei o que seria essa ferramenta e fui validar com alguns donos de
Alessio Alionço – Na verdade, o que me fez ser global foram duas experiências que me impactaram muito do ponto de vista pessoal. A primeira foi a venda da minha primeira empresa, porque só vendemos por não conseguir levantar capital rápido suficiente para competir com outros grandes players. Quando fui levantar o dinheiro todo mundo falava ‘ó, você chegou na festa muito tarde, não tem espaço de mercado, mesmo o produto sendo melhor’. Imagina, fundei a empresa eu tinha 19 anos. Vendi, mas vendi com um gosto muito ruim na boca. Tinha sensação de que o negócio poderia ser muito maior. E um dos motivos pelo qual nos vimos obrigados a vender foi perceber grandes players globais atuando globalmente, entrando no Brasil e esses caras acabaram com qualquer oportunidade do nosso negócio crescer. O segundo ponto foi que, entre minha saída do apontador, quando de fato dei o start no Pipefy, fiquei trabalhando seis meses como consultor de pro-
duto em uma aceleradora israelense, parte remoto, parte em Israel. E lá percebi que todo empreendedor israelense, quando tem uma ideia de negócio, precisa pensar em como vender nos Estados Unidos e na Europa desde o início, porque eles não têm mercado local, é um país muito pequeno. Isso mudou muito meu mindset, eu falei ‘quando for empreender de novo, vou fazer bem com essa cultura do israelense, de já começar global, não focar no mercado local’, mesmo que seja muito fora da zona de conforto, tanto para tentar atender um cliente no mercado externo, quanto a questão da língua, que é muito difícil, mas no final deu certo. Revista Soluções – Como você conseguiu chegar nos primeiros grandes clientes? Alessio Alionço – Viral. O produto se vendeu sozinho, depois que entramos, começamos a dar atendimento. Revista Soluções – O que é o Pipefy? É uma plataforma de gerenciamento de processo interno da empresa. Qualquer procedimento em que você quer guiar seus funcionários para que executem aquela tarefa sempre da mesma forma, você consegue colocar esse processo com o Pipefy, e a ferramenta vai guiando o funcionário passo a passo. Um exemplo de compras: na primeira etapa, você tem que pedir o que quer comprar no formulário, aí isso vai para uma outra pessoa que tem que aprovar; aprovado, vai para a compra, de fato, daí tem que receber o produto e pagar o fornecedor. Isso dentro das empresas, geralmente, o pessoal combina, faz e-mail, planilha. Mas, quando você começa um processo que precisa ser um pouco mais eficiente, ter uma qualidade melhor, precisa que a ferramenta guie a equipe e garanta que esse passo a passo vai acontecer. Você consegue criar esse procedimento padrão com a nossa ferramenta e rodar isso dentro do Pipefy, de uma forma bem fácil. Revista Soluções – Como você orientaria um jovem empreendedor, ainda
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na faculdade em fase final de graduação. O que precisa para ter uma startup de sucesso? Alessio Alionço – Duas grandes coisas, fora o lugar comum. O primeiro: ir trabalhar no setor onde você quer abrir o negócio. É preciso ter uma experiência para saber se é válido ou não. Eu vejo muita gente falando ‘ai, eu tenho uma ideia’. Mas é uma ideia nada a ver com a área de atuação dele, o cara não tem conhecimento nenhum. No meu caso, eu tive a dor de cliente. Procurei muito ferramenta e sofri na mão de ferramentas que eu não gostava. Isso ajudou muito. A pessoa quer abrir uma hamburgueria. Cara, vai arranjar um emprego de cozinheiro numa hamburgueria, fica uns seis meses trabalhando, você tem noção do tamanho do abacaxi. Principalmente quem tem dinheiro tem preguiça de fazer isso. O segundo ponto é não esperar. O lugar comum é ‘ah, eu vou para o mercado, vou adquirir experiência, fazer um pé de meia e aí vou empreender, porque terei conhecimento e dinheiro’. Na verdade, não é o que acontece. Geralmente, quando você vai para o mercado, você começa a ganhar e você começa a ter conta, carro financiado, se não está casado, está noivo, isso faz com que você fique muito adverso a risco. O pessoal pergunta ‘qual a melhor idade para empreender?’. O mais cedo possível! Inclusive, na faculdade. Se tudo der errado, vai procurar emprego. Revista Soluções – Sem esse “pé de meia” para o investimento inicial, como fazer? Como chegar no investidor? Alessio Alionço – O investidor profissional nunca investe em ideia de negócio, mas em alguma coisa que já está funcionando, isso é muito importante. Aquele sonho ‘ah, vou conseguir um investidor para começar meu negócio’. Cara, isso não existe. Você pode achar um amigo, um parente que acredite em você, mas um investidor profissional que faz isso sempre não vai. Ele é um catalisador só, ele vai acelerar algo que já está acontecendo. O que eu su-
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giro para quem está começando é o exemplo da hamburgueria. Organiza um evento no teu salão de festa, convida os amigos, cobra lá R$ 20, R$ 30, faz uns hambúrgueres. Além de já colher opinião se está bom ou não, você já vai gerando fluxo de caixa, para fazer o negócio crescer. A partir do momento que o negócio começar a pedir dinheiro, você vai perceber. Se o evento for bom, mais gente vai querer, e vão te contratar. E aí vão querer encomendar, aí tua cozinha vai começar a ficar uma bagunça, porque você está fazendo um monte de hambúrguer. Aí você pensa ‘ou destruo minha casa, ou vou para uma cozinha industrial’. Então, está na hora de fazer um investimento e ter o espaço físico da hamburgueria. O pessoal pula esse elo de aprendizado. A grande parte dos empreendedores mais bem-sucedidos, inclusive, perfil do Sebrae, é aquele cara que começou pequenininho, em casa, fazendo freela, e o negócio vai ganhando tração. Você tem que fazer o negócio pedir mais dinheiro e investimento. Se tiver essa mínima tração, é provável que até ele vá gerar o caixa que precisa para fazer o negócio crescer. Revista Soluções – Que desafios esperar nesse início? Alessio Alionço – Esse processo inicial de empreender dessa forma, é como começar regime. Você coloca um monte de energia, trabalha um monte, mas ainda não vê os benefícios daquilo. Demora para as coisas começarem a engrenar. É importante para o empreendedor saber que esse é um processo natural. A curva de crescimento do empreendedor não é linear, igual quando você trabalha. Na verdade, é um J. Nos primeiros dois anos, você vai só gastar, não vai ter qualidade de vida, vai trabalhar mais, e aí, ao longo do tempo, as coisas vão se acertando, e você poderá desfrutar do valor que o negócio vai gerar. Revista Soluções – Existe um perfil ideal para empreender em startups? Alessio Alionço – Eu acho que não existe isso de ‘tal pessoa nasceu para ser empreendedor’. É quase uma
ciência exata, qualquer um pode empreender. Revista Soluções – Então, esse tipo de negócio é uma boa saída, inclusive no atual cenário econômico? Alessio Alionço – Com certeza! Revista Soluções – Como se proteger dos riscos de um investidor não muito alinhado ao seu projeto? Como conduzir esse diálogo? Alessio Alionço – Primeiro de tudo é se preparar, antes de falar com o investidor. Eu recomendo, explicitamente, a todos os amigos que pedem ajuda: pare tudo o que você está fazendo, não vá trabalhar nesta semana, e leia dois livros, um chamado Manual do Sócio, que fala de questões societárias e legislação, e o segundo é Venture Deals, que fala de como funciona a dinâmica de trabalhar com o investidor e como ele pensa. É aquela história do combinado não sai caro. Com o investidor, você pode colocar tudo no papel e se proteger. Especificamente no Brasil, tem que tomar muito cuidado com a pessoa que tem dinheiro, mas não é investidora. Médico, fazendeiro, dono da construtora, esses caras têm dinheiro, que ganharam na área de negócios deles, e investir em startup e
PARA ALIONÇO, O SUCESSO INCLUI CONHECER BEM O SETOR ANTES DE EMPREENDER E NÃO TER MEDO DE SE ARRISCAR POR UMA BOA IDEIA.
Revista Soluções – Existe algum ideal? Alessio Alionço – O ideal é sempre o empreendedor conseguir levar o negócio mais para frente possível sem pegar dinheiro. Depende muito, é difícil generalizar, mas eu acho que é muito importante o empreendedor fazer de tudo para ter o controle da empresa. Se você tem menos de metade da empresa ou fizer um contrato social em que o investidor tem muito veto, você acaba virando um funcionário de luxo, esse é o cuidado que precisa ter. Revista Soluções – Dicas para quem quer entrar no mercado global, como fazer? O que é importante ter em vista? Alessio Alionço – Primeiramente, é ter o mindset de que você é global first. Isso significa que você tem que fazer todo o conteúdo, plataforma, material em inglês e, eventualmente,
vai traduzir para português. O que eu vejo muito são produtos nacionais que o cara vai lá ‘troque o idioma’. Não é isso! Você não é uma empresa brasileira que, eventualmente, um estrangeiro vai entrar e vai fazer. Você tem que ser uma empresa global, parecer uma empresa global. O teu idioma A é o inglês, você tem que ter pessoas aptas a atender clientes internacionais, isso significa que elas devem ter fluência. Se você vai pensar global, o cliente tem que entrar no teu site e nem ver que é brasileiro. Revista Soluções – Hoje temos várias entidades empresariais, instituições de ensino e governos trabalhando os chamados ecossistemas de inovação. De que maneira isso ajuda no desenvolvimento das startups? Alessio Alionço – Acho que ajuda bastante. Principalmente, os programas de aceleração e educação empreendedora, as aceleradoras, ou programas locais mesmo. No Sebrae mesmo, já vi programas, e até fui mentor do Pirates. Teve empreendedor curitibano que saiu do Pirates e foi para o Y Combinator. Tem o Founder Institute, um pessoal muito legal, que sabe o que está fazendo. Eu acredito muito em instituições que realizam trabalho sério. E aqui mais uma dica:
cuidado com aquele falso mentor ‘ah, eu te dou mentoria se você me der 10% da sua empresa’. Isso não existe, isso é uma viagem! Mas o trabalho dessas instituições é muito bom e realmente ajuda muito o empreendedor. Revista Soluções – Como você enxerga o futuro desse movimento de startups no Brasil? Alessio Alionço – Eu vou falar o que, provavelmente, a galera não vai gostar de ler. Eu tenho uma preocupação muito grande, e parece um clichê, mas o mundo está cada vez mais globalizado. Antes ainda existia algum tipo de barreira, mas, hoje, você não vai comprar um Netflix do Brasil, só porque você é brasileiro, não vai usar um Face do Brasil, porque você é brasileiro. Então, ganha quem tem o melhor produto, independente da nacionalidade dele. Eu até agora não vi – acho que agora que estão começando as primeiras iniciativas – empresas brasileiras indo global e tendo o comprometimento de melhor produto da categoria, seja nos Estados Unidos etc. Eu vejo muito ‘eu vi tal coisa lá fora, vou fazer aqui no Brasil’. Eu acho que isso vai colocá-los numa situação bem ruim, principalmente nos próximos cinco anos.
“O PROCESSO INICIAL DE EMPREENDER É COMO COMEÇAR
REGIME, DEMORA PARA AS COISAS ENGRENAREM”, AFIRMA ALESSIO ALIONÇO
Foto: Antonio Costa
tecnologia está na moda. O que acontece é que ele não sabe ser investidor profissional, quer interferir muito no negócio, ou uma participação muito agressiva ‘ah, eu quero metade’. Se qualquer investidor, principalmente em um negócio extremamente inicial, já chegar pedindo mais de metade, pode pular fora que é fria.
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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR
CONHECIMENTO A UM CLIQUE CAPACITAÇÃO
SEBRAE EAD DISPONIBILIZA
CURSOS E SOLUÇÕES
GRATUITOS PARA EMPREENDEDORES Sem sair de casa, empreendedores podem ter acesso a conceitos, cursos e dicas importantes para os negócios, na educação a distância do Sebrae Por Antônio Menegatti Neto
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ídeos ao vivo, jogos de perguntas e até oficinas pelo celular são algumas das opções disponíveis na web para quem já é empresário ou quer abrir seu negócio. Com o avanço das tecnologias, a popularização dos smartphones e a rotina cada vez mais repleta de compromissos, o Ensino a Distância (EAD) tem se tornado uma opção interessante para quem está em busca de novos conhecimentos para empreender. O EAD do Sebrae é um bom exemplo de como os empresários e empreendedores podem obter conhecimentos sem sair de casa. Em 2016, somente no Paraná, o sistema EAD atendeu 4.600 pessoas físicas e 2.200 empresários de microempresas (MPEs) e empresas de pequeno porte (EPPs). “Verificamos que a participação feminina é maior (55% a 45%) e que a maioria dos usuários tem entre 18 e 25 anos. Em geral, são pessoas interessadas em adquirir conhecimento de forma mais flexível”,
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relata João Luis de Moura, consultor do Sebrae/PR na área de inovação. No endereço ead.sebrae.com.br, há opções para empresários e microempreendedores individuais (MEIs) e também para aqueles que querem empreender pela primeira vez. E o melhor: todas as modalidades são gratuitas, e os cursos dão direito a certificados. Atualmente, o Ensino a Distância do Sebrae oferece seis modalidades: cursos, oficinas por celular, e-books (livros em suporte eletrônico), podcasts (arquivos digitais de áudio), Papo de Negócio (vídeos com transmissões ao vivo) e games (jogos de questionários que têm como objetivo fazer uma avaliação dos conhecimentos, chamados de quizzes).
rem melhorar a gestão financeira da empresa); e Microempreendedor Individual (voltado para aqueles que querem saber sobre a formalização, impostos e vantagens de ser MEI).
Sem precisar ir ao Sebrae Muitas vezes, o Ensino a Distância é a solução para os empresários de grandes cidades. A rotina estressante, o pouco tempo disponível e até o trânsito congestionado são impeditivos para o deslocamento a uma das unidades do Sebrae.
Os mais procurados
Marcos Pereira da Silva, de Curitiba, proprietário há 12 anos do Marquinho’s Hot Dog, um trailer que vende cachorros-quentes no bairro Santa Quitéria, é aluno do EAD do Sebrae desde 2010.
De acordo com o consultor João Luis de Moura, três opções são as mais procuradas: Aprender a Empreender (para quem quer abrir um negócio); Análise e Planejamento Financeiro (indicado para empresários que que-
A facilidade de fazer os cursos em horários livres é o motivo principal para buscar a solução a distância. “Já fiz cursos sobre gestão de negócios, fluxo de caixa, controle de qualidade e atendimento. É possível aplicar os conteúdos
Foto: Luiz Costa
Foto: Divulgação
MARCOS PEREIRA DA SILVA, DE CURITIBA, UTILIZA A FERRAMENTA DESDE 2010
TÂNIA SOSTER, EMPRESÁRIA DE SÃO JORGE D’OESTE, UTILIZA OS HORÁRIOS LIVRES PARA APRENDER MAIS SOBRE GESTÃO
na empresa”, afirma Silva, que nunca foi a um ponto físico do Sebrae. “Uma vez por ano, recebo a visita de um consultor, que vem acompanhar como está indo o negócio”, completa. A empresária Tânia Maria de Lima Soster, sócia-gerente da loja Soster, que comercializa confecções e calçados em São Jorge D’Oeste, no sudoeste do Estado, vive uma realidade bastante diferente, em que a distância é o principal obstáculo. A regional Sul do Sebrae/PR, em Pato Branco, fica a 101 km, e o escritório de Francisco Beltrão está a 77 km de casa. Tânia comenta que procurou o EAD do Sebrae em busca de novas informações para aplicar no negócio. “É sempre importante ter mais conhecimentos para aplicar na empresa. E facilita muito escolher os horários para fazer os cursos. Faz três anos que utilizo o sistema EAD e continuarei usando”, afirma a empresária, que já fez curso sobre análise e planejamento financeiro, entre outros.
NO PORTAL EAD, OS CONTEÚDOS SÃO GRATUITOS.
DISCIPLINA É FUNDAMENTAL O Ensino a Distância oferece a possibilidade de aprender em casa, mas por outro lado, exige que o empreendedor seja disciplinado. Confira algumas dicas importantes relacionadas por João Luis de Moura, consultor do Sebrae/PR. Organize seu tempo: apesar de ter horários flexíveis, é recomendável estabelecer hora certa para o estudo, criando uma rotina. Tenha um ambiente de estudo: seja na casa ou no trabalho, ter esse ambiente ajudará a criar a rotina de estudos. Pergunte sempre: uma das vantagens da educação a distância é que você pode tirar suas dúvidas sem ficar com receio do que os outros alunos vão pensar de você. Não deixe para amanhã: deixar as atividades para a última hora é uma péssima estratégia para sua aprendizagem, por isso, se programe.
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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR
CRESCER SEM MEDO Ilustração: Jiw Ingka/Shutterstock
SERVIÇO
MUTIRÃO DA RENEGOCIAÇÃO: PARCELAMENTO DE DÉBITOS DO SIMPLES ESTÁ DISPONÍVEL A lei que atualiza o Simples Nacional traz uma série de benefícios aos empresários donos de micro e pequenas empresas. Parcelamento é uma das oportunidades para empreendedores 20
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icro e pequenos empreendedores de todo o País receberam uma boa notícia no final de outubro, quando o presidente da República, Michel Temer, sancionou (dia 27), o Projeto de Lei Complementar (PLC) 25/2007, também chamado de Crescer Sem Medo. A medida que amplia prazos para refinanciamento de dívidas, eleva teto de faturamento e cria progressão de alíquotas. O primeiro grande ponto da conquista é a renegociação de dívidas tributárias das micro e pequenas empresas. Neste contexto, o Sebrae está realizando o Mutirão da Renegociação, que além da parte tributária, foca também na renegociação de dívidas de aluguéis, fornecedores e bancos. Paralelamente, o Sebrae Nacional e nos estados está buscando firmar acordos e parcerias com bancos, conselhos de administradores de imóveis e grandes fornecedores para que renegociem dívidas de pequenas empresas. Somente para a Receita Federal, no Brasil, cerca de 600 mil micro e pequenas empresas devem R$ 21,3 bilhões. De acordo com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a ampliação do prazo é essencial para que esses negócios consigam permanecer no Simples Nacional. “É um fôlego a mais para que os pequenos negócios continuem com as portas abertas e gerando empregos. Nós lutamos e conseguimos um prazo excepcional, ou seja, de exceção. Nós podemos refinanciar essas dívidas em até 120 meses”, destacou. Em 14 de novembro, foi publicada no Diário Oficial a Instrução Normativa
1.670, que permite a opção prévia ao parcelamento dos débitos tributários contraídos até maio deste ano. A opção prévia pôde ser feita pelo site da Receita Federal até 11 de dezembro. Os contribuintes com débitos com a Receita receberão o formulário de opção na caixa postal do domicílio tributário eletrônico do Simples Nacional. Quem se manifestar favoravelmente ao parcelamento terá a notificação de desligamento do Simples Nacional, recebida em setembro, automaticamente suspensa. A renegociação é uma parte do Projeto de Lei Complementar (PLC) 25/2007. A partir das regulamentações específicas, o que deve ocorrer em 2017 e 2018, ele vai gerar uma série de oportunidades, que vão dar um novo fôlego aos pequenos negócios e à economia das cidades, estados e do Brasil. O projeto eleva o teto anual do Microempreendedor Individual (MEI) de R$ 60 mil para R$ 81 mil, a partir de 2018, além de criar uma faixa de transição de até R$ 4,8 milhões de faturamento anual para as empresas que ultrapassarem o teto de R$ 3,6 milhões, previsto na Lei Geral para o enquadramento como pequena empresa. A medida ainda prevê, para 2018, a redução de seis para cinco tabelas e de 20 para seis faixas, com a progressão de alíquota já praticada no Imposto de Renda de Pessoa Física. Assim, quando uma empresa exceder o limite de faturamento da sua faixa, a nova alíquota será aplicada somente no montante ultrapassado. O diretor-superintendente do Sebrae/ PR, Vitor Roberto Tioqueta, destaca a importância dos pequenos negócios para o desenvolvimento do Paraná e do País, e aposta nas oportunidades
ALÉM DE SEREM A MAIORIA E GERAR GRANDE PARTE DOS EMPREGOS, AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS SEMPRE DÃO UMA RESPOSTA RÁPIDA A MEDIDAS QUE ESTIMULAM O CRESCIMENTO. POR ISSO, É IMPORTANTE AVANÇARMOS AGORA NAS REGULAMENTAÇÕES DO PROJETO CRESCER SEM MEDO.
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Foto: Arquivo
ERCÍLIO SANTINONI,
“COMO A MICRO E PEQUENA EMPRESA ESTÁ NA BASE, ESSA RETOMADA DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO PODE SER O INÍCIO EM UM PROCESSO MAIOR DE RETOMADA DOS EMPREGOS E DA ECONOMIA DO PAÍS”.
a partir da renegociação e também da efetivação de todas as medidas contempladas com a nova lei. “Além de serem a maioria e gerar grande parte dos empregos, as micro e pequenas empresas sempre dão uma resposta rápida a medidas que estimulam o crescimento. Por isso, é importante avançarmos agora nas regulamentações do Projeto Crescer Sem Medo”, afirma Tioqueta. Para o presidente da Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Fampepar) e da Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dos Empreendedores Individuais (Conampe), Ercílio Santinoni, além dos benefícios da renegociação em si, a condução do processo pelo Sebrae é uma boa via para aproximar os pequenos negócios da entidade, que pode auxiliá-los com capacitações e soluções de melhorias em gestão. “A renegociação é um resgate da cidadania empresarial, que possibilitará a muitos pequenos uma retomada em
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sua relação com bancos e fornecedores. Como a micro e pequena empresa está na base, essa retomada da capacidade de produção pode ser o início em um processo maior de retomada dos empregos e da economia do País”, projeta. Segundo Santinoni, a Fampepar tem realizado reuniões mensais para debater o Crescer sem Medo. “Participamos de tudo e estamos empenhados na busca de soluções nesse sentido”, afirma. A proposta também regulamenta a figura dos investidores-anjo, aquelas pessoas que financiam com recursos próprios empreendimentos ainda em seu estágio inicial, como as startups, e permite que os pequenos negócios do segmento de bebidas (cervejas, vinhos e cachaças) possam optar pelo Simples Nacional. Outro ponto de destaque é que os donos de salão de beleza poderão dividir os custos tributários com os profissionais que trabalham em parceria, além do estimulo à exportação com a simplificação dos procedimentos de logística internacional.
PONTOS DE INOVAÇÃO DA LC 155, DE 27 DE OUTUBRO DE 2016 (PROJETO CRESCER SEM MEDO) TEMA
COMO ERA ANTES
COMO FICOU
VIGÊNCIA A PARTIR DA SANÇÃO EM 2016 Parcelamento especial
As empresas no Simples somente podem parcelar seus débitos em até 60 (sessenta) parcelas.
Possibilidade de parcelamento das dívidas tributárias vencidas até o mês de maio de 2016, em até 120 vezes, pelo prazo de 90 dias após a regulamentação pelo CGSN.
VIGÊNCIA EM 1º DE JANEIRO DE 2017 Incentivo aos investimentos em MPE (investidores-anjo)
Há risco para o patrimônio pessoal dos investidores de MPES, além das micro e pequenas empresas perderem o direito ao Simples ao passarem a ter participação societária da empresa investidora.
Proteção dos investidores em relação ao capital investido, desde que não participem da gestão das empresas e garantia de permanência no Simples Nacional.
VIGÊNCIA EM 1º DE JANEIRO DE 2018 Regime de transição para saída do Simples
As empresas do comércio que saem do Simples por terem excedido o limite de receita têm aumento de até 54% na carga tributária. As empresas da indústria têm até 40% de aumento e as do setor de serviços até 35%. Essa situação incentiva a adoção de subterfúgios e ocasiona perda de eficiência das pequenas empresas.
A criação de nova faixa até R$ 4,8 milhões permite aproximar de forma suave a saída do Simples da carga tributária do Lucro Presumido, criando um regime de transição necessário para tornar o modelo mais racional. Essa nova faixa, entre R$ 3,6 milhões e R$ 4,8 milhões não inclui a tributação do ICMS e do ISS.
Redução do número de faixas
Existem 20 faixas de tributação, a primeira até R$ 180 mil e a última entre R$ 3,42 milhões até R$ 3,6 milhões. A progressão de crescimento da receita para mudança de faixas – e aumento da tributação - é decrescente, também trazendo medo de crescer e distorções.
Passam a existir somente 6 faixas de tributação em progressão geométrica até o limite de R$ 4,8 milhões, simplificando a lógica de todo o sistema e aumentando a previsibilidade do aumento da tributação.
Progressividade da tributação
Entre uma faixa e outra de tributação existem O Simples passa a ter rampa suave por meio da aumentos que podem chegar a 36%, criando tributação por faixas, igual ao modelo do immedo das empresas crescerem. posto de renda da pessoa física. A nova alíquota decorrente do aumento de receita somente incide no que exceder a faixa anterior. A medida incentiva o crescimento das empresas.
Redução do número de tabelas e incentivo à criação de empregos
O Simples possui 4 tabelas de tributação para o setor de serviços (Anexos III, IV, V e VI). A situação do setor poderia ser mais simplificada, tornando a tributação mais uniforme.
O setor de serviços terá três tabelas de tributação, com redução das alíquotas para empresas que destinarem mais de 28% do seu faturamento para custeio da folha de pagamento, pro-labore e encargos da empresa. É o chamado fator emprego, que passa a incentivar ainda mais a criação de empregos no Simples.
Aumento do limite O limite atual do MEI é de R$ 60 mil anuais, do MEI desde 2012.
Revisão do limite do MEI para R$ 81 mil, incentivando a formalização de um número maior de pequenos negócios.
Unificação do recolhimento do INSS e FGTS
Os recolhimentos do FGTS e da contribuição previdenciária retida dos empregados são efetuados em guias e datas específicas.
Possibilidade de pagamento do INSS e FGTS em uma única guia, inclusive para as empresas optantes do Simples, em conjunto com os demais tributos.
Novos mecanismos para incentivar e facilitar a exportação
A figura do operador logístico internacional somente atende a MPE optante do Simples e não há previsão de processo eletrônico.
Os serviços de logística internacional simplificados poderão ser contratados por todas as MPEs de forma eletrônica.
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PONTOS DE INOVAÇÃO DA LC 155, DE 27 DE OUTUBRO DE 2016 (PROJETO CRESCER SEM MEDO) TEMA
COMO ERA ANTES
COMO FICOU
VIGÊNCIA EM 1º DE JANEIRO DE 2018
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Ampliação dos instrumentos de acesso ao crédito e criação de preferência em função da reciprocidade social
Há necessidade de ampliação da oferta de crédito às MPEs. O sistema financeiro atualmente alcança apenas as maiores das menores.
Inclusão do BNDES entre os bancos que devem manter linhas de crédito específicas para as MPEs, fixar metas de atendimento e divulgar resultados alcançados. Previsão de critério de reciprocidade social para acesso às linhas.
Reconhecimento do regime de parceria no setor de beleza
Os salões de beleza eram tributados pelas receitas geradas em suas instalações por parceiros como cabeleireiros, barbeiros, esteticistas, manicures, pedicuros, depiladores e maquiadores.
Os valores cobrados pelos parceiros foram excluídos da tributação do salão de beleza, que deve reter e recolher os tributos devidos por seus parceiros.
Inclusão no Simples de micro e pequenos produtores de bebidas alcoólicas
É vedada a opção pelo Simples aos micro e pequenos fabricantes de bebidas alcoólicas.
Passam a poder optar os produtores e vendedores no atacado caracterizados como micro e pequenas cervejarias, vinícolas, fabricantes de licores e destilarias. Devem ser registradas no Ministério da Agricultura e obedecer às normas da Anvisa e Receita Federal.
Incentivo à partici- Existem interpretações que vedam a participação do MEI em pação do MEI em licitações para a prestação licitações de serviços profissionais em função da sua natureza jurídica.
É vedada a imposição de restrições ao exercício de profissão ou à participação em licitações, inclusive nos casos de serviços de hidráulica, eletricidade, pintura, alvenaria, carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos.
Fiscalização orientadora em matéria tributária
Em matéria tributária, não há previsão de fiscalização orientadora aos optantes do Simples Nacional.
Os fiscos poderão utilizar o procedimento de notificação prévia visando à autorregularização, conforme regulamentação do Comitê Gestor do Simples Nacional.
Instrumento de aumento da qualidade de produtos e serviços
Existe dispersão de informações e fontes sobre certificação de qualidade de produtos e processos para as MPEs, o que dificulta a elevação do seu padrão de produção.
O Poder Executivo deve disponibilizar na internet essas informações, devendo os órgãos estatais e entidades privadas disponibilizar informações e procedimentos e normas aplicáveis aos processos de certificação em seu escopo de atuação.
Simplificação do nome empresarial
As MPEs utilizam obrigatoriamente as expressões “microempresa” ou “empresa de pequeno porte”, ou suas respectivas abreviações, “ME” e “EPP”, acrescidas ao seu nome empresarial.
Deixa de ser obrigatório o uso dessas expressões ou suas abreviações.
Ampliação do regime do MEI ao empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural
Empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural impedido de se formalizar como MEI.
O empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural pode contribuir como MEI, igualando-se em direitos aos empresários urbanos. A inclusão de ocupações permitidas ao MEI é feita pelo CGSN.
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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR
INOVAÇÃO
INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL
NO OESTE DO PARANÁ, ENTIDADES FIRMAM PARCERIA PARA UTILIZAR ENERGIA SOLAR EM PROPRIEDADES RURAIS Sistemas da energia renovável serão implantados em propriedades no oeste do Estado; monitoramento de três anos vai possibilitar análises em busca de modelo ideal ao segmento Por Juliana Dotto
GRANDES CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA,
Foto: João Paulo Triches/Copacol
OS AVIÁRIOS TAMBÉM TÊM AMPLO POTENCIAL PARA PRODUZIR ENERGIA A PARTIR DO SOL, UMA IMPORTANTE FONTE RENOVÁVEL
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“Existem relatos de outros países, com climas e condições diferentes, mas não há registros de pesquisas nacionais que comprovam qual o melhor formato de implantação do sistema fotovoltaico em propriedades rurais. Assim, a ideia é realizarmos este estudo no oeste do Paraná, a partir de parcerias de diversas instituições de fomento ao desenvolvimento do território, mas, gerando conhecimento para outras regiões do estado e país”, explica o gerente regional do Sebrae/ PR no oeste Orestes Hotz. A proposta pioneira no setor foi intitulada “Projeto de implantação de usinas de geração distribuída de energia elétrica a partir de módulos solares em propriedades rurais” e é fruto da parceria entre Itaipu Binacional, Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), Sebrae/PR, Sistema Ocepar e as cooperativas Lar, C. Vale e Copacol com apoio técnico da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Representantes das instituições assinaram convênio para atuação no projeto no dia 19 de outubro, na sede da Lar, em Medianeira, no oeste do Paraná.
Foto: Camila Catafesta Guterres/Lar
O
Paraná é destaque em geração de energias renováveis. Não só por abrigar, em seu território, a maior usina geradora de energia limpa e renovável do mundo, a Itaipu Binacional, mas, também, por estar entre os estados brasileiros com o maior número de conexões de energia solar fotovoltaica. A maior parte da energia gerada pela irradiação solar é no segmento residencial, entretanto, há indícios de que esse tipo de energia pode ser aproveitado, também, no campo.
REPRESENTANTES DAS ENTIDADES QUE ESTÃO À FRENTE DO PROJETO
De acordo com o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu Binacional, Herlon de Almeida, a iniciativa surgiu a partir de demandas das quatro Câmaras Técnicas (CT) de Proteína Animal do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), partindo de provocação da Ocepar em busca de respostas sobre a viabilidade e eficiência desse tipo de energia renovável no meio rural. “A proposta é instalar os sistemas de módulos solares em três propriedades rurais e monitorar o desempenho por um período de três anos. Acreditamos que, ao final, teremos as respostas que desejamos”, projeta. Pioneirismo Para o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, uma resposta à altura da provocação. “A região oeste é o lugar certo para começar esse estudo, pois conta com um grupo alinhado de instituições que fazem parte de um projeto maior, que é o POD. Tenho recebido perguntas sobre o que tem
sido feito na região para chegarem onde estão e esses projetos são uma resposta. As três cooperativas que darão o empuxo para essa pesquisa também serão exemplos pioneiros”, destaca. Hotz enfatiza, ainda, que a economia do oeste do Paraná é focada no agronegócio, assim, para o Sebrae/PR, o projeto tem cunho empresarial. “As cadeias produtivas, neste caso específico, de proteína animal, impulsionam grande parte da economia e requerem respostas para que possam inovar em diferentes aspectos. Gerar a própria energia pode ser, além de sustentável, uma nova oportunidade de renda para os produtores”, assinala o gerente regional do Sebrae/PR. O diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues, acredita que é um dos papeis das cooperativas, encontrar caminhos para o desenvolvimento dos associados. “Nosso foco são as pessoas. Queremos ver, ao final de cada projeto, que houve melhoria na
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LANÇAMENTO DO PROJETO
ACONTECEU NA SEDE DA LAR, EM MEDIANEIRA
qualidade de vida do produtor rural. Aderimos à iniciativa, pois acreditamos que vai dar certo e ser modelo para todos”, aponta. Na avaliação do presidente da C. Vale, Alfredo Lang, outra perspectiva interessante do projeto é a possibilidade de agregação em todas as cadeias produtivas, ajudando a reduzir um dos maiores custos de produção, que é a energia elétrica. “Nossa expectativa é viabilizar o projeto. Vai ajudar os produtores de frango e criadores de gado. Você aproveita uma energia limpa para tornar o produtor rural mais competitivo na medida em que permite a redução dos custos”, indica. “Vamos começar agora os testes com esta alternativa de energia renovável e esperamos que os resultados sejam satisfatórios para podermos repassá-la, futuramente, a todos os nossos
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Foto: Camila Catafesta Guterres/Lar
associados”, observa o presidente da Copacol Valter Pitol. Para ele, o aproveitamento da energia solar, além de diminuir o custo com a energia elétrica - considerada um dos gargalos da produção de aves, de consumo constante nos criadouros -, terá um importante impacto positivo no meio ambiente. Funcionamento Cada instituição tem papeis definidos no projeto. Itaipu, Sebrae/PR e Ocepar estão à frente da gestão do convênio, cada qual dentro de seus focos de atuação; PUCRS e PTI na operacionalização técnica dos sistemas de módulos de energia solar fotovoltaica; e as cooperativas, integrantes primordiais para a prática do processo, indicarão as três propriedades associadas para a instalação, farão o acompanhamento dos sistemas e disseminação do projeto com os demais associados.
Conforme Adriano Moehlecke, coordenador do Núcleo de Tecnologia em Energia Solar da PUCRS (NT-Solar), os módulos fotovoltaicos serão instalados nas propriedades a fim de converter energia solar em energia elétrica. “Isso é possível desde 2012, com a Resolução Normativa nº 482, que criou o Sistema de Compensação de Energia Elétrica. Entretanto, não se tem uma padronização para a implantação do sistema em meio rural. Por isso, a importância do projeto”, garante. A proposta é encontrar a melhor forma de uso dos módulos fotovoltaicos nas propriedades, monitorando e avaliando os resultados nestes três anos do projeto, complementa Moehlecke. “Vamos chamar o sistema de Agrosolar e buscar criar uma padronização para o uso com base nos resultados práticos”, observa.
As análises, ressalta a consultora do Sebrae/PR, Danieli Doneda, indicarão respostas para o uso da energia solar fotovoltaica nas propriedades. “É um projeto que pretende ser referência e gerar respostas sobre a viabilidade técnica e econômica do sistema, bem como investimento e tempo de retorno, qualidade da geração distribuída e, ainda, medir a eficiência de diferentes painéis fotovoltaicos existentes no mercado”, detalha. Reconhecimento Segundo Jorge Samek, diretor-geral brasileiro de Itaipu, este é o resultado concreto de que a união de instituições no POD une oportunidade e competência na busca por respostas ao desenvolvimento. “Com esse arranjo, podemos ser vanguarda e dar exemplo para outras regiões. O POD trabalha de forma organizada e, com isso, cria oportunidades como essa para o desenvolvimento”, enaltece.
Orestes Hotz, do Sebrae/PR, salienta que, assim como as micro e pequenas empresas das cidades, o meio rural também precisa ser reconhecido enquanto empreendimento. “São empresas rurais que também visam lucratividade, e tudo o que vier agregar em eficiência, inovação, sustentabilidade e busca por melhores resultados deve ser apoiado”, constata. “Este momento sintetiza uma fase de amadurecimento e mostra como o associativismo e cooperativismo transformam positivamente. A responsabilidade em continuar trabalhando em prol do desenvolvimento do território sem vaidades ou políticas partidárias só aumenta. O que estamos mostrando de oportunidade para o mundo é algo muito sério”, sintetiza o presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, Mario Costenaro.
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A PROPOSTA É INSTALAR OS SISTEMAS DE MÓDULOS SOLARES EM TRÊS PROPRIEDADES RURAIS E MONITORAR O DESEMPENHO POR UM PERÍODO DE TRÊS ANOS. AO FINAL, TEREMOS AS RESPOSTAS QUE DESEJAMOS. (HERLON DE ALMEIDA)
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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR
ECONOMIA
CENÁRIO 2017
HORA DO EMPREENDEDOR APOSTAR E SE PREPARAR PARA 2017 Na expectativa de retomada de crescimento, empresários devem estar atentos às mudanças do mercado e acompanhar o resultado de seus negócios
A
crise econômica e política no Brasil que culminou com o fechamento de empresas e milhões de desempregados pode estar se atenuando e 2017 é a grande aposta na retomada de crescimento. Essa indicação passa pelas micro e pequenas empresas, que desempenham papel relevante para a economia do País, tanto que nos últimos meses voltaram a registrar saldos positivos na geração de empregos. Os pequenos negócios que conseguiram manter a capacidade produtiva e o quadro de funcionários nos últimos dois anos, períodos marcados pela recessão econômica, saem com vantagens neste cenário. Quem pensa em empreender ou mesmo prosseguir no mercado, precisa estar atento ao mercado à qualidade da gestão do negócio.
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“O momento inspira otimismo em função da estabilização política. Tivemos um período marcado pela alta da inflação e oscilação do dólar, no qual não foi mantido o tripé econômico. A partir de agora, as micro e pequenas empresas, bem como as empresas em geral, terão condições de fazer um planejamento mais assertivo”, considera o coordenador do curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Jackson Bittencourt. “É extremamente importante que o Brasil volte a crescer e, principalmente, as micro e pequenas empresas, que têm papel fundamental e são chave para a geração de emprego e renda. Hoje, já são mais de 11 milhões de desempregados em todo o País”, cita o economista, ao frisar que os pequenos negócios são agentes econômicos
Foto: Luiz Costa
Por Patrícia Biazetto
O ECONOMISTA JACKSON BITTENCOURT ACREDITA QUE AS EMPRESAS TERÃO CONDIÇÕES DE FAZER UM PLANEJAMENTO MAIS ASSERTIVO EM 2017
Foto: Arquivo SEBRAE
ANDRÉ BASSO “NESTE MOMENTO DE RETOMADA DA ECONOMIA É IMPORTANTE QUE O EMPRESÁRIO ESTEJA ATENTO ÀS MUDANÇAS, POIS PODEM SURGIR TANTO OPORTUNIDADES QUANTO AMEAÇAS ÀS EMPRESAS ESTABELECIDAS”
muito flexíveis, que proporcionam dinamismo ao mercado e representam significativas vantagens socioeconômicas para o Brasil. A nova fase econômica, no entanto, continuará exigindo jogo de cintura do gestor, já que o processo de reinvenção dentro de uma empresa deve ser constante. É a percepção do gerente da Unidade de Atendimento Individual (UAI) do Sebrae/PR, André Basso. “O processo de reinvenção, de se adaptar às necessidades do mercado, não deve ser visto como algo esporádico pelo empresário, mas sim como um comportamento incorporado ao seu dia a dia. Neste momento de retomada da economia, é importante que ele esteja atento às mudanças, pois podem surgir tanto oportunidades quanto ameaças às empresas estabelecidas”, diz André Basso. Para ampliar a participação no mercado, conquistar novos clientes e aumentar os resultados, o gerente do Sebrae/ PR ressalta que três aspectos devem ser observados pelo empreendedor. A primeira abordagem é olhar para dentro da empresa, ou seja, reduzir custos, analisar a capacidade de mão de obra, melhorar a integração entre as equipes e verificar o que pode ser otimizado. Outro foco é o olhar para fora da empresa, que vai permitir enxergar quais são as oportunidades que estão surgindo em relação a clientes, potenciais parceiros, novos fornecedores, redes de distribuição, feiras e eventos do seu setor, dentre outras. A terceira recomendação é o gestor analisar seu próprio comportamento, reavaliando como se posiciona, se tem uma postura que alavanca resultados, se está sendo integrador, entre outras questões. Já o novo empreendedor, ou seja, quem pretende abrir o próprio negócio, também precisa se preparar e ter uma abordagem do mercado para a empresa. “Vemos muitos empresários
O PROCESSO DE REINVENÇÃO, DE SE ADAPTAR ÀS NECESSIDADES DO MERCADO, NÃO DEVE SER VISTO COMO ALGO ESPORÁDICO PELO EMPRESÁRIO, MAS SIM COMO UM COMPORTAMENTO INCORPORADO AO SEU DIA A DIA.
querendo se movimentar de dentro para fora da empresa, o que é errado. O mercado deve ser avaliado primeiro, com a análise do espaço a ser ocupado, do produto a ser vendido, da adequação logística, do conceito, da estrutura de marketing, da capacidade de terceirização, enfim, verificar os sinais de mais potencial para, daí sim, investir”, completa André Basso. A visão é compartilhada pelo coordenador do curso de Economia da PUCPR. Segundo ele, é necessário calcular as finanças, medir a demanda, entender o mercado, detalhar o máximo possível, para entrar no mundo dos negócios com confiança. Mas quais seriam os setores mais promissores para 2017? Para o economista, em um momento de retomada do crescimento econômico todos podem ganhar, tendo em vista que em 2018 ocorrem as eleições estaduais e para presidente da República. “A retomada do mercado de trabalho e 31
OS EMPRESÁRIOS EDUARDO E FELIPE,
Foto: Yi Lung Chi
DA TUBRAX METAIS SANITÁRIOS, DE PONTA GROSSA, ESTÃO OTIMISTAS COM 2017
a redução da Selic renovam as perspectivas favoráveis para a construção civil, por exemplo. O comércio deve ter uma recuperação gradual, em especial, as lojas de vestuário”, estima o economista.
Investimentos
novo maquinário ou para expandir a atuação. Para o economista Jackson Bittencourt, os juros praticados pelos bancos ainda estão muito elevados. “A taxa Selic teve três consecutivas altas, mas apresentou, recentemente, uma pequena queda. Isso já começa a sinalizar para que os bancos reduzam também suas taxas de juros”, completa. O ideal, segundo ele, é que o empresário avalie as taxas de juros e as linhas de crédito mais atrativas. Outra alternativa é que os empresários de micro e pequenas empresas procurem as cooperativas de crédito que, na maioria das vezes, têm taxas mais atrativas do que os bancos públicos e privados.
Muitos empresários devem se questionar se o momento é de fazer empréstimos, seja para investir em um
De olho na retomada da economia em 2017, os empresários Eduardo Seremeta e Felipe Turek, da Tubrax
Já para André Basso, do Sebrae/PR, há maior possibilidade de expansão das empresas que atuam com produtos ou serviços que permitem maior personalização ou atendem à necessidade cada vez maior de conveniência por parte do cliente. Mais do que um reflexo somente da retomada do crescimento, esta é também uma macrotendência importante do mercado.
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Metais Sanitários, de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, já estimam um crescimento de 20% a 30% nas vendas no próximo ano, com o aumento também na carteira de clientes e do portfólio de produtos. A previsão também é de contratar funcionários para atender a demanda do mercado. A empresa, que faz vendas eletrônicas e atende diferentes regiões do País, foi fundada em 2014, período do início da recessão econômica. “Obviamente que existiram limitações. A variação do câmbio e os recursos limitados de liberação de crédito, por sermos uma empresa nova, limitou nosso crescimento. Apesar disso, tínhamos feito um bom planejamento das nossas ações, o que nos permitiu sobreviver à crise”, dizem os sócios.
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EMPREENDER
CULTURA EMPREENDEDORA
ESPAÇO UNIVERSITÁRIO
FOMENTA
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO Proposta do ambiente, em Londrina, é preparar os universitários para empreender, fomentar a criação de novos negócios e consolidar uma cultura empreendedora dentro da instituição de ensino Por Amanda de Santa 34
Foto: Rubem Vital
ALUNOS, MEMBROS DA EMPRESA JÚNIOR DE DESIGN GRÁFICO, NASCIDA NO ESPAÇO
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mpreender é o desejo e o desafio de muitos jovens que hoje frequentam uma universidade. No meio acadêmico, poucos encontram oportunidade de desenvolver as habilidades necessárias para a criação de um negócio. Em Londrina, um espaço inovador está em atividade desde setembro deste ano e foi instalado para fazer a diferença na formação e atitude dos alunos. Com a criação do espaço, a partir de um convênio de cooperação entre o Sebrae/PR e o Centro Universitário Filadélfia (Unifil), a cidade ganhou o primeiro Centro de Empreendedorismo e Inovação do Estado. O ambiente possui estação de trabalho para uso compartilhado, rede WiFi, linha telefônica, e ambiente para consultoria individualizada. Entre as atividades que podem ser desenvolvidas pelo centro estão capacitações, eventos, e prestação de serviços. O projeto também prevê a geração de conhecimento sobre o tema empreendedorismo e capacitação do corpo docente para assessorar potenciais empreendedores. A partir da inauguração do espaço, os alunos foram incentivados a criar empresas juniores, para colocar os talentos a serviço da comunidade externa. Pelo menos duas já foram formadas pelos estudantes dos cursos de Design Gráfico e Engenharia Civil. Elas ainda estão em fase de formalização, mas já possuem estatuto e, por enquanto, funcionam como consultorias e atendem apenas a comunidade acadêmica. São a Unifica Design e a Unicivil. Apesar do pouco tempo de criação, a Unifica Design, formada por oito alunos, já desenvolve trabalhos para a instituição. “Estamos criando a identidade visual de um evento de arquitetura e fazendo a divulgação nas mídias sociais”, conta a aluna e membro da
empresa Franciane Vieira Alves, estudante do 1º ano Design Gráfico. Segundo ela, o Sebrae está auxiliando no processo de formalização da empresa júnior que, em breve, deve começar a atender a comunidade externa a preços abaixo do mercado. “Essa oportunidade está ajudando a nos tornarmos independentes, aprender a conviver e respeitar o outro, sem contar a experiência que vamos ganhar trabalhando direto com o cliente”, avalia. Cristiana Bouças, coordenadora do curso tecnológico de Design Gráfico da instituição, diz que a graduação é totalmente voltada para o mercado, por isso é necessário preparar os alunos com qualidade e rapidez. “O Sebrae vem auxiliar não só na empresa júnior, mas com cursos muito interessantes para todo o meio acadêmico. É uma ponte para o mercado”, descreve. O espaço do Centro de Empreendedorismo também é utilizado por sete alunos do curso de Engenharia Civil, que criaram a Unicivil. A coordenadora do curso, Carolina Alves do Nascimento Alvim, explica que a empresa júnior terá o importante papel de levar conhecimento e complementar a formação acadêmica dos estudantes na área administrativa. “A empresa júnior vai contribuir muito para o desenvolvimento dos alunos”, avalia. Ela lembra que o espaço do Centro de Empreendedorismo é neutro e tem caráter profissional e interdisciplinar. O estudante do 2º ano do curso de Engenharia Civil da Unifil, Bruno Carvalho, está animado com a novidade. Ele conta que o objetivo do grupo de alunos é fazer quase tudo o que uma empresa de engenharia faz. Os projetos para a comunidade externa serão desenvolvidos sob a supervisão de professores. “Achei ótima a criação do
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Foto: Rubem Vital
“O EMPREGO DO FUTURO TERÁ QUE SER GERADO”, AFIRMA ELEAZAR FERREIRA
centro porque incentiva os alunos a abrir um pouco a visão para o empreendedorismo, que não temos tanto contato na faculdade”, avalia. Startup já garantiu seu espaço A primeira startup a utilizar o espaço do Centro de Empreendedorismo e Inovação será a Conect Animal. A parceria foi firmada no mês de novembro. A zootecnista, professora do curso de Medicina Veterinária da Unifil e cofundadora da startup, Natália Albieri Koritiaki, diz que a ideia do negócio surgiu no Hackathon Smart Agro, realizado em 2016 durante a ExpoLondrina. “Estávamos trabalhando de casa e agora vamos utilizar o espaço do centro para nossas reuniões”, conta. A Conect Animal, segundo ela, tem foco no melhoramento animal, com o objetivo de conectar produtores e
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técnicos e integrar informações. ”Nossa ideia é vender o software e aplicar treinamentos”, explica. Para ela e os outros três sócios, o centro vai funcionar como uma incubadora. “Queremos realizar projetos com os alunos da Medicina Veterinária para divulgar o empreendedorismo nas Ciências Agrárias”, adianta. A Conect Animal integra o Projeto Startups do Sebrae/PR. Parceria de futuro “O emprego do futuro terá que ser gerado. Para isso, é importante incentivar o empreendedorismo entre os nossos alunos”, afirma o reitor da Unifil, Eleazar Ferreira. Segundo ele, as previsões apontam que várias atividades tradicionais, que hoje empregam centenas de pessoas, deixarão de existir. “O Centro de Empreendedorismo vai nos ajudar a qualificar nossos estudantes e oferecer a eles conheci-
O PROJETO PREVÊ A GERAÇÃO DE CONHECIMENTO SOBRE EMPREENDEDORISMO E CAPACITAÇÃO DO CORPO DOCENTE PARA ASSESSORAR POTENCIAIS EMPREENDEDORES.
Manual de implantação para novas parcerias no Paraná As instituições de ensino superior, que são parceiras do Sebrae/PR no projeto Educação Empreendedora, podem ter detalhes sobre a implantação e o funcionamento de um Centro de Empreendedorismo e Inovação por meio de um guia prático elaborado pela entidade e que será disponibilizado no portal oficial do Sebrae. Hoje, mais de 30 universidades que já desenvolvem projetos de empreendedorismo com o Sebrae podem implantar centros como o que foi inaugurado este ano na Unifil em Londrina, segundo a coordenadora estadual de Liderança e Educação Empreendedora do Sebrae/PR, Rosângela Angonese. “É importante destacar que o modelo a ser implantado em cada universidade poderá seguir distintas es-
mento para que eles possam empreender e gerar o próprio trabalho e renda”, argumenta. O reitor afirma ainda deseja formar egressos reconhecidos no mercado como profissionais de perfil empreendedor, executivo e proativo. “Queremos tirar nossos alunos da passividade”, diz. Para ele, ao gerar negócios, os novos profissionais vão empregar e ajudar a economia crescer. “Vamos apoiá-los até ganharem musculatura para tocar a vida de forma independente”, acrescenta. Em poucos meses de funcionamento, o centro já promoveu três grandes eventos, além da capacitação de professores. A expectativa da Unifil é inserir a disciplina Empreendedorismo em todos os cursos de Ensino a Distância (EAD) da instituição. O espaço também já abriga duas empresas ju-
tratégias, pois não existe um modelo único”, aponta. A implantação de centros de empreendedorismo nas instituições de ensino superior tem apoio técnico e financeiro do Sebrae. Entre os principais objetivos desses espaços estão o desenvolvimento de habilidades empreendedoras dos alunos para que eles saiam da universidade preparados para empreender; o fomento e suporte à criação de novos negócios por meio de consultoria, assessoria, prestação de serviços e treinamentos a potenciais empreendedores das comunidades interna e externa; e a promoção da integração entre corpo docente, alunos e demais atores para consolidar e perenizar a cultura empreendedora na instituição.
niores e uma startup. O coordenador do Centro de Empreendedorismo da Unifil, Emanuel Barbiero Antonio conta que, entre os eventos já realizados, está o TEDx Igapó, uma iniciativa pioneira do centro universitário que contou com 12 palestrantes e teve como tema “Inspiração Pé Vermelho”. Ponto de Atendimento do Sebrae O gerente regional do Sebrae/PR em Londrina, Heverson Feliciano, explica que a criação de um centro de empreendedorismo é uma das ações propostas pelo Projeto Educação Empreendedora, com o objetivo de dar suporte a novos empreendimentos e promover a interação entre a comunidade acadêmica e empresarial. “A Unifil é pioneira nesta iniciativa de aproximar a universidade e os empresários para gerar novos negócios”, aponta.
Em 2017, o Centro de Empreendedorismo e Inovação da UniFil vai ganhar um ponto de atendimento do Sebrae, que atenderá a comunidade interna e externa. O gerente regional do Sebrae/PR em Londrina, Heverson Feliciano, cita que esta é uma das ações para fortalecer o espaço. “Vamos oferecer ali todos os serviços do portfólio do Sebrae”, afirma. E as possibilidades para o centro são inúmeras. Segundo Feliciano, o espaço tem capacidade para, além de abrigar um ponto de atendimento ao empreendedor, oferecer serviços tecnológicos para empresários, funcionar como uma incubadora e aceleradora de empresas, ou até um laboratório de varejo. “Vários projetos podem ser implementados”, aponta.
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É DESTAQUE ENTRE AS MELHORES EMPRESAS PARA SE TRABALHAR NO BRASIL Edição de 20 anos do Guia Você S/A – As Melhores Empresas para Você Trabalhar detalha porque a empresa é referência nacional em educação e destaque em reconhecimento e recompensa
Foto: Luiz Costa
Por Adriano Oltramari
OS DIRETORES VITOR TIOQUETA E JOSÉ GAVA NETO,
COM OS TROFÉUS CONQUISTADOS PELA EMPRESA
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elo segundo ano consecutivo, o Sebrae/PR está entre as empresas que são modelo em gestão de pessoas no Brasil, de acordo com o Guia 2016 da Revista Você S/A. O anúncio das “150 Melhores Empresas para Você Trabalhar”, ranqueamento feito em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA) e disputado anualmente por companhias de todo o País, aconteceu no dia 3 de outubro, durante cerimônia oficial realizada na Sala São Paulo, na capital paulista. Em 2016, o Sebrae/PR recebeu dois prêmios. Melhor empresa do setor de educação e destaque nacional na categoria reconhecimento e recompensa, pelas diretrizes de desenvolvimento e valorização dos colaboradores. O reconhecimento ocorreu entre 345 empresas inscritas em 91 cidades de cinco regiões do Brasil, através de um levantamento criterioso feito por jornalistas da Você SA e técnicos da FIA. “É uma conquista importante para o Sebrae/PR, pois sempre nos preocupamos com nossos funcionários, pensando no seu desenvolvimento e motivação, justamente para atender cada vez melhor nossos clientes. Com certeza, é mais um grande estímulo para continuar a nossa missão de promover o desenvolvimento do Paraná, apoiando as micro e pequenas empresas e disseminando a cultura empreendedora”, pondera o diretor-superintendente, Vitor Roberto Tioqueta. A nota do Guia perfaz uma metodologia de análise do clima organizacional, considerando a opinião dos funcionários e aquilo que é ofertado. O Índice de Qualidade de Gestão de Pessoas (IQGP) avalia a empresa em pontos como gestão estratégica e objetivos; carreira; comunicação interna; employer branding; conhecimento e educação corporativa;
perfil de liderança; reconhecimento e recompensa; sustentabilidade e diversidade; saúde e segurança; e participação e autonomia. No Índice de Qualidade no Ambiente de Trabalho (IQAT), os próprios colaboradores avaliam o desenvolvimento, confiança, participação, comprometimento organizacional, justiça organizacional e satisfações com a liderança e com o trabalho. Nesta edição do prêmio, de 273 colaboradores do Sebrae/PR, 242 responderam questionários da Você SA de forma voluntária. “Passamos por uma metodologia criteriosa que nos concedeu a honra de sermos destaques entre empresas de todo o Brasil. Conquista alcançada graças à valorização atribuída à nossa equipe e pela qualidade da estratégia na gestão de pessoas. Um reconhecimento que nos faz, cada vez mais, nos conhecer e avaliar como equipe e organização”, comenta Alba Silva Anastácio Soares, gerente da Unidade de Gestão de Pessoas do Sebrae/PR.
É UMA CONQUISTA IMPORTANTE PARA O SEBRAE/PR, POIS SEMPRE NOS PREOCUPAMOS COM NOSSOS FUNCIONÁRIOS, PENSANDO NO SEU DESENVOLVIMENTO E MOTIVAÇÃO, JUSTAMENTE PARA ATENDER CADA VEZ MELHOR NOSSOS CLIENTES.
Equipe envolvida e satisfeita Durante o levantamento realizado no Sebrae/PR, o Índice de Qualidade no Ambiente de Trabalho (IQAT), ficou em 85,6, e o Índice de Qualidade na Gestão de Pessoas (IQGP), em 71,9%. Quando perguntados, 93,8% dos funcionários do Sebrae/PR disseram estar comprometidos com a organização; 84,7% aprovam os seus líderes; 84,8 % estão satisfeitos com o trabalho; e 83,5% acreditam ter desenvolvimento nas suas carreiras, entre outros indicadores. A nota final, revelada pelo Índice de Felicidade no Trabalho (IFT), fechou em 81,5. “O desenvolvimento do nosso ambiente organizacional, bem como a qualidade da gestão são premissas que buscamos diariamente no Sebrae/PR. Nesses dois anos em que participamos do prêmio da Você SA, o IFT pas39
Foto: Luiz Costa
EQUIPE SEBRAE/PR,
PRESENTE NO EVENTO DA VOCÊ S/A, EM SÃO PAULO
CONHEÇA MAIS sou de 78 para 81,5; a aprovação dos líderes passou de 78,6% para 84,7%; e a satisfação com o trabalho também subiu de 78% para quase 85%. São indicadores que apontam um rumo certo nas estratégias de gestão, imputam ainda mais responsabilidade na condução da empresa, e demonstram uma equipe forte e realizada”, observa José Gava Neto, diretor de Administração e Finanças do Sebrae/PR.
ção de um corpo técnico qualificado, que trabalha com a geração de valor em projetos e empresas estabelecidas nos territórios paranaenses. Essa nova conquista entre as melhores empresas para se trabalhar reflete na competência da equipe e, por consequência, no melhor atendimento os empreendedores, micro e pequenos empresários”, comenta o diretor de Operações, Julio Cesar Agostini.
Ser a melhor empresa no setor de educação e destaque nacional na categoria reconhecimento e recompensa, reflete na preparação e conhecimento de uma equipe, que trabalha em projetos e consultorias pelo desenvolvimento de novos negócios, fortalecimento e crescimento dos que estão no mercado e promove a cultura empreendedora.
No site http://vocesa.uol.com.br, estão as melhores empresas para trabalhar deste ano em 23 setores da economia; as que são destaque em sete categorias, dentre elas o Sebrae/PR; melhor empresa do setor de educação e destaque nacional na categoria reconhecimento e recompensa. Para levantar os dados e selecionar as 150 empresas selecionadas para o Guia 2016 da Você S/A, os repórteres especializados conversaram com 3.800 funcionários em 200 companhias pré-selecionadas entre as 354 inscritas neste ano.
“O Sebrae/PR estimula a educação e o desenvolvimento individual dos colaboradores, o que permite a forma-
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O Sebrae/PR – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná é, para quem já é ou quer ser empresário, a melhor opção para obter informação e conhecimento. Criado na década de 1970, o Sebrae é a instituição que mais entende de pequenos negócios, no campo e na cidade, e possui a maior rede de atendimento do País. No Paraná, conta com 6 regionais e 13 escritórios. A instituição chega aos 399 municípios por meio de Pontos de Atendimento, Salas do Empreendedor e parceiros locais, como associações, sindicatos, cooperativas, órgãos públicos e privados. O Sebrae/ PR oferece palestras, orientações, capacitações, treinamentos, projetos e programas, soluções com foco em ambiente de negócios; educação empreendedora; empreendedorismo e gestão; empresas de alto potencial e potencialização; liderança; e startups. Acesse o www.sebraepr.com.br e agende uma consultoria.
CRÉDITO
Ilustração: Macrovector/Shutterstock
INOVAÇÃO
NO CHILE,
EXPERIÊNCIA DO PARANÁ COM AS SGCs É DESTAQUE EM FÓRUM
IBEROAMERICANO Quase três mil empresas de micro e pequeno porte de mais de 160 municípios paranaenses já conseguiram acesso a empréstimos bancários por meio de uma das SGC no Estado. Até o primeiro semestre deste ano, o sistema movimentou R$ 98,2 milhões em operações no PR Por Bruna Komarcherqui
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Paraná é destaque no cenário nacional quando o assunto é Sistema de Garantias de Crédito. Mas o Brasil ainda tem muito que crescer no tema, sobretudo no campo das políticas públicas. Essas são as principais conclusões resultantes da participação da delegação brasileira no XXI Fórum Iberoamericano de Sistemas de Garantias e Financiamento para Micro e Pequenas Empresas, que reuniu mais de 400 especialistas de 22 países, em Santiago do Chile, no mês de outubro. O Brasil foi representado no evento pelas seis Sociedades Garantidoras de Crédito (SGC) do Paraná, mais uma do Rio Grande do Sul e uma de Minas Gerais, gestores do Sistema Sebrae, além de lideranças empresariais e do cooperativismo de crédito. Entre os cerca de 30 participantes brasileiros – 23 paranaenses – estava o coordenador de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae/PR, Flávio Locatelli Junior, que, a convite da Rede Iberoamericana de Garantias (Regar), apresentou um painel sobre o processo de construção do sistema de garantias do Estado. Locatelli ressalta que os dados apontam um recuo de 6,8% no crédito para pessoas jurídicas no sistema financeiro paranaense nos últimos 12 meses. No mesmo período, no entanto, as Sociedades Garantidoras de Crédito (SGC) deram um salto de 87,24%, e as cooperativas de crédito cresceram 18%, sendo que 43% das operações envolvem micro e pequenas empresas. “Isso demonstra que as SGC estão avançando e possibilitando o acesso ao crédito para os pequenos negócios. Todo o trabalho de articulação está fazendo a diferença no Estado”, comemora. Tanto é verdade, reforça ele, que, de abril a setembro de 2016, empresas paranaenses deixaram de pagar cerca de R$ 3 milhões em juros, ao contar com o aval de Sociedades Garantidoras de Crédito em suas operações. “Muitas vezes, o empresário não possui uma garantia, o imóvel da empresa não está no nome dele. Com a garan-
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tia, o risco é menor e, consequentemente, o juro também. E esse valor economizado a empresa vai gastar localmente e fazer girar a economia”, explica. Segundo o consultor do Sebrae/PR, mais da metade das operações brasileiras ocorrem no Paraná, onde as SGCs abrangem 162 dos 399 municípios. “Em outros estados, as iniciativas são pontuais, mas aqui trabalhamos uma estratégia de melhoria no ambiente de negócios. Como a falta de garantias é o principal problema, as ações envolvem criar mecanismos para possibilitar esse acesso ao empreendedor”, detalha. Estima-se, explica Locatelli, que de 30 a 40% dos créditos sejam negados por falta de garantias. Apesar disso, ele reforça que o grande diferencial das SGCs para os fundos de aval existentes no mercado é o foco no crédito orientado, viabilizado por meio de parcerias entre Sebrae, entidades empresariais e instituições financeiras. Antes da concessão da garantia, o empreendedor passa por consultorias e capacitações do Sebrae/PR, é orientado e recebe uma visita pré-crédito por parte da garantidora.
PARANAENSES NO FÓRUM IBEROAMERICANO DE SISTEMAS DE GARANTIAS E FINANCIAMENTO PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
EM UM ÚNICO SEMESTRE, MICRO E PEQUENAS EMPRESAS PARANAENSES ECONOMIZARAM R$ 3 MILHÕES EM JUROS, GRAÇAS ÀS SOCIEDADES GARANTIDORAS DE CRÉDITO
Foto: Divulgação
de municípios nas SGCs é fruto de um trabalho junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), que, há quatro anos, possibilitou legalmente o aporte de recursos municipais em fundos garantidores direcionados exclusivamente a micro e pequenas empresas (Acórdão 472/2012). “Desde que se iniciou esse processo das SGCs, está no plano o aporte de instituições públicas e privadas. Hoje, o Sebrae é o principal aportador”, argumenta. As SGCs
“Se ali se percebe que não é o momento, ele volta para a fase de consultorias. E, depois de liberado o crédito, há todo um acompanhamento da aplicação. O objetivo é o empresário entender o que busca e contratar um produto que realmente atenda suas necessidades. Esse processo diminui os riscos de inadimplência”, argumenta Locatelli. Cenário mundial Além da troca de experiências no Fórum Iberoamericano, do qual o Paraná participa desde 2008, Locatelli afirma que viagens como essas são importantes oportunidades de visitas técnicas. “É um evento institucional para operadores que nos permite conhecer políticas de governo e ver como as SGCs do mundo trabalham questões práticas, desde política de atendimento até produtos e parcerias”, conta. Para ele, o Fórum foi a oportunidade de perceber o quanto o Brasil ainda carece de um marco legal e de que o governo invista nos fundos de aval das garantidoras. “No Chile, existe uma rede de Sociedades Garantidoras, o governo tem medidas de incentivo ao crédito, aqui ainda não há política
pública forte, os fatos são isolados”, completa. Locatelli cita como bom exemplo o Japão, país convidado no evento, cuja relação entre garantias concedidas e PIB é a maior do mundo. “O Brasil está muito aquém nesse ranking. O nível de garantias é muito baixo ainda. Nesses países mais bem colocados, há políticas públicas fortes, aqui é mais o Sebrae fazendo esse trabalho de articulação, mas estamos evoluindo”, aponta. Prefeituras Para avançar e dar escala às operações, o Sebrae tem buscado diálogo com as prefeituras, estimulando o aporte dos municípios nas Sociedades Garantidoras, a exemplo de Toledo, no oeste do Estado. A prefeitura do município foi a primeira a aportar recursos em uma das seis Sociedades Garantidoras de Crédito do Paraná, há um ano. Foram R$ 125 mil alocados na GarantiOeste, primeira SCG paranaense, recurso capaz de viabilizar um volume de financiamentos de cerca de R$ 600 mil em um ano. O consultor do Sebrae/PR Flavio Locatelli Junior explica que o envolvimento
Importadas da Europa, onde estão consolidadas, as SGCs ganharam projeção no Brasil há pouco mais de oito anos e foram articuladas pelo Sebrae, junto a entidades empresariais e de crédito, como forma de conceder apoio aos pequenos negócios que não possuem garantias para oferecer às instituições financeiras. “Em 2008, o Sebrae abriu uma chamada pública para a constituição de SGC, por meio de articulações com a iniciativa empresarial. A entidade buscou tecnologia e conhecimento em outros países e encontrou o melhor modelo na Itália, onde as Sociedades Garantidoras de Crédito foram criadas após a Segunda Guerra Mundial e funcionam muito bem”, recorda. O sistema de garantias para as micro e pequenas empresas foi previsto pela primeira vez na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, de 2006. Uma SGC é uma entidade com filosofia focada no associativismo, ou seja, constituída por empresários ou entidades.
No Paraná R$ 22 milhões no fundo garantidor R$ 132 milhões em potenciais garantias, capazes de assegurar R$ 165 milhões em crédito para micro e pequenas empresas R$ 74 milhões em garantias já concedidas, que propiciaram R$ 98,2 milhões em financiamentos
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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR
O COMPLIANCE NAS ORGANIZAÇÕES
ARTIGO
Por Marcos Aurélio de Lima
exigências
regras
leis padrões
política
administração
transparência
N
o Brasil, por razões óbvias, o tema “compliance” nunca esteve tão em evidência como agora, discutido amplamente no mundo corporativo, especialmente no âmbito privado. Mas o que vem a ser esse termo inglês, aparentemente intraduzível para o português? O que significa? A quem e a que se destina? O conceito se aplica apenas a empresas privadas? Pode ser aplicado a entidades paraestatais? É o que esperamos responder neste artigo. Compliance, na falta de sinônimo melhor, significa conformidade. Conformidade com as leis e com a ética, com as normas e com a conduta, num mundo cada vez mais complexo e globalizado. Com a evolução da sociedade e a
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regulamentos
crescente complexidade do ambiente de negócios, as empresas passam a ter responsabilidade não só pelo cumprimento de leis, normas e regulamentos, mas também de conciliar demandas de outros segmentos da sociedade (grupos de defesa ambiental, por exemplo). Nesse ambiente, a observância não somente das leis, mas também de códigos de conduta internos, é fundamental para a sustentabilidade do negócio. Sustentabilidade aqui em sentido lato, significando, a um só tempo, sustentabilidade ambiental, de pessoas e da própria organização. Por que o compliance é importante? Para responder, tomo de empréstimo interessante exemplo citado por Sidney Ito, sócio e especialista em risk consulting da KPMG, em artigo recentemente publicado.
Marcos Aurélio de Lima Advogado, gerente da Unidade de Assessoria Jurídica do Sebrae/PR
Dizia ele que, em setembro de 1997, quando o cinto de segurança passou a ser obrigatório no Brasil, as pessoas usavam o equipamento para não serem multadas. Atualmente, utilizamos o cinto porque sabemos que é para a nossa segurança. Ninguém mais pensa na multa, e sim na preservação da vida. O mesmo acontece com o compliance. Reproduzo, por exemplares, as palavras do referido especialista: “Estamos no estágio inicial [do compliance]. Logo, ele deverá estar no formato punitivo, mas vai chegar um momento no qual o compliance será parte natural do negócio. No futuro, uma empresa afirmar que tem um bom compliance não vai ser mais exceção, e sim a regra!”. Num primeiro momento, “a empresa faz porque sabe que pode ser punida. Com o tempo, ela passa a fazer porque já está acostumada com a atividade. Numa ter-
ceira fase, a companhia investe em compliance porque começa a ver os benefícios que o cumprimento de regras e regulamentos traz para o seu negócio”. [...] “A empresa que conseguir atingir a terceira etapa desse processo terá uma vantagem competitiva sobre os seus concorrentes”. Portanto, o compliance é o conjunto de meios para fazer cumprir as políticas e diretrizes estabelecidas para o negócio, bem como para evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocasionar prejuízos à imagem e à reputação da empresa. Com a atividade de compliance integrada na governança corporativa, a empresa estará segura de sua conformidade regulatória e presta, periodicamente, ampla informação de suas atividades, como pré-requisito para garantir uma imagem pública de credibilidade perante clientes, parceiros, fornecedores e a sociedade em geral. Nessa linha, acredito que o conceito de compliance deve evoluir e ser expandido para abranger não apenas outros campos como também outros atores sociais, como é o caso das entidades integrantes do chamado Sistema S. Embora não pertencendo à Administração Pública, os serviços sociais autônomos (SEBRAE, SESI, SENAI, SESC, SENAC etc), por operarem com recursos públicos na forma de contribuições parafiscais, são considerados entes de cooperação com o Estado, vinculados aos princípios administrativos norteadores da atuação dos agentes públicos, a saber, legalidade, economicidade, eficiência e moralidade, entre outros.
Essa peculiar natureza jurídica está a exigir que tais entidades envidem esforços para avaliar a conveniência e oportunidade de criação e estruturação de programas de compliance robustos em suas organizações, que só virão ampliar e reforçar os atuais controles internos, evitando e mitigando riscos inerentes à sua natureza. Dentre tantos outros, destacam-se os riscos estratégicos, associados à tomada de decisão da administração da entidade, operacionais, relacionados a falhas, deficiências ou inadequação de procedimentos internos, pessoas e sistemas, e até mesmo riscos financeiros, ligados à sua saúde econômico-financeira. Quando bem estruturado e conduzido com seriedade, com o comprometimento inequívoco da alta direção e a conscientização do quadro de colaboradores, o compliance constituirá instrumento valioso senão imprescindível para o atingimento dos objetivos antes apontados. Mapear os riscos inerentes ao negócio, elaborar um código de conduta, desenvolver treinamento sobre o tema, realizar um inventário de todas as leis, normas e regulamentos a serem seguidos, ter formas de monitoramento e um comitê de auditoria para dar suporte ao compliance officer e fazer a alta direção comprar e vivenciar a ideia são passos indispensáveis à concretização de um consistente programa de compliance ou, como se convencionou chamar, de um programa de integridade corporativa. Nesse contexto, é imperioso registrar que não apenas as médias e grandes empresas devem se preocupar com a questão, mas também as micro e pequenas empresas, especialmente se estas mantiverem relações com a Administração Pública,
podendo, no limite, ser alcançadas pela chamada Lei Anticorrupção (Lei Federal nº 12.846/13). Daí a importância de conhecerem e observarem essa lei, a qual estabelece pesadas sanções aos infratores. Para levar conhecimento e informação ao seu público-alvo, o Sebrae e a Controladoria Geral da União (CGU) desenvolveram interessante cartilha sobre o tema da integridade para os pequenos negócios. Vale a pena ler, mesmo porque, numa sociedade que pretende ser mais justa e ética, temas como integridade, compliance e conduta tendem a ter um relevo cada vez maior. Por fim, uma última e importante reflexão. O tema está na moda, muito se fala e se discute, mas a questão central subjacente ao conceito de compliance reside na ética e conduta humanas. Já se disse alhures que ética e conduta são o ‘core’ que faz tudo funcionar numa organização, seja ela pública ou privada. Sem isso, todo programa de compliance não passará de uma grande fachada. Todo discurso não resistirá minimamente a uma análise mais rigorosa. Algumas empresas investigadas na Operação Lava-Jato assumiam, formalmente, toda uma gama de comprometimentos no discurso, mas não realizavam esse discurso no dia a dia. Por isso, quando se pensa no compromisso com a ética e a integridade corporativa, o primeiro e decisivo passo é o comprometimento da alta direção da empresa e a disseminação desse compromisso por todos os níveis da organização. Vale dizer, o célebre “fale e pratique” (talk and walk).
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