Editorial Lei Geral Estadual Agora é lei. O governador Beto Richa sancionou em novembro a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa Estadual, um anseio da classe empresarial e do setor produtivo. A nova legislação, que deve ser regulamentada com o apoio do Fórum Permanente das Micro e Pequenas Empresas do Estado do Paraná, é um avanço. O Paraná é o sétimo estado brasileiro a reconhecer, legalmente, a importância dos pequenos negócios disporem tratamento diferenciado e favorecido.
João Paulo Koslovski Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR
As micro e pequenas empresas representam 99% dos estabelecimentos formais hoje no Brasil e são responsáveis pela geração de 60% dos empregos. Estimular o seu fortalecimento é instituir uma política pública em favor do desenvolvimento. A decisão do governo do Paraná foi acertada ao reconhecer o esforço das entidades na construção de uma proposta, parte de uma agenda positiva que tem o apoio do Sebrae/PR para estimular o empreendedorismo.
Preparados, para marcar ‘gol’ Em 2010, quando o Sebrae/PR lançou programa exclusivo para micro e pequenas empresas de olho na Copa de 2014, parecíamos estar diante de uma realidade distante. “Para quê discutir isso agora?” era pergunta recorrente. Hoje, temos certeza que o tempo dispensado foi valioso. Valeu cada minuto de consultoria, capacitação, treinamento e trabalho de convencimento.
Julio Cezar Agostini, Vitor Roberto Tioqueta e José Gava Neto Diretoria Executiva do Sebrae/PR
Muitas empresas atendidas, inspiradas no evento esportivo, ganharam ‘musculatura’, mérito do interesse e empenho dos próprios empresários que, assim como o Sebrae/PR, enxergaram a Copa como um motivo para elevar de patamar. A Copa não tem fim em si mesma, mas serve de estímulo para superar seus desafios e melhorar. O Mundial tem tempo para começar e tempo para acabar. E o mais responsável que podemos deixar como legado são micro e pequenas empresas mais fortes. O empresário que estiver preparado, marcará ‘gol’.
‘Giro’ pelo empreendedorismo A Revista Soluções traz nesta edição entrevista com Pedro Mello, escritor e empresário que já entrevistou centenas de pessoas, entre empreendedores, analistas e consultores. Sua proposta é levar bons exemplos de trabalho e sucesso para quem está começando ou passando por dificuldades.
Leandro Donatti Editor
Destaque para reportagem, com a opinião de especialistas, sobre a cultura do erro e o comportamento dos empreendedores diante do fracasso. E outros três temas do momento: o uso de embalagens por micro e pequenas empresas que querem vender mais; a onda de estudantes que transformam seus trabalhos de conclusão de curso em negócios; e as pop up stores, também conhecidas como lojas temporárias.
Boa leitura!
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Índice Conselho Deliberativo Modelo de gestão compartilhada, o Conselho Deliberativo do Sebrae/PR é formado por representantes de segmentos do setor produtivo, de instituições de crédito e poder público. Funciona como uma assembleia geral, soberana, que representa a tomada de decisões de forma democrática. Ao todo, são 13 entidades que têm assento no Conselho Deliberativo do Sebrae/PR.
João Paulo Koslovski Presidente do Conselho Deliberativo
Agência de Fomento do Paraná S/A (FOMENTO PARANÁ) Juraci Barbosa Sobrinho – titular Alexandre Teixeira – suplente
Banco do Brasil José Roberto Sardelari – titular Joares Angelo Scisleski – suplente
Caixa Econômica Federal Fabio Carnelós – titular Enilson Araújo – suplente
Centro de Integração de Tecnologia do Paraná (CITPAR) Luiz Carlos Baeta Vieira – titular Rubens Maluf Dabul – suplente
Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) Ágide Meneguette – titular Carlos Augusto Cavalcanti Albuquerque – suplente
Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (FACIAP)
Conselho Fiscal
Jefferson Nogaroli – titular Rainer Zielasko – suplente
João Luiz Rodrigues Biscaia – FAEP (presidente do Conselho Fiscal)
Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Paraná (FAMPEPAR)
Dalton Celeste Rasêra – FAEP Suplente
Ercílio Santinoni – titular Jonas Bertão – suplente
Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) Edson Campagnolo – titular Evaldo Kosters – suplente
Federação do Comércio do Paraná (FECOMÉRCIO) Darci Piana – titular Ari Faria Bittencourt – suplente
José Georgevan Gomes de Araújo – FIEP Titular
Capa - Pág. 14
Paulo Roberto Munhoz – FIEP Suplente Umberto Marineu Basso Filho – FECOMÉRCIO Titular Alberto Franco Samways – FECOMÉRCIO Suplente
Sebrae Nacional Elizabeth Soares de Holanda - titular Joana Bona Pereira – suplente
Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul (SEIM)
Diretoria Executiva
Ricardo José Magalhães Barros – titular Horácio Monteschio – suplente
Vitor Roberto Tioqueta Diretor Superintendente
Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (OCEPAR)
Julio Cezar Agostini Diretor de Operações
João Paulo Koslovski – titular Nelson Costa – suplente
José Gava Neto Diretor de Gestão e Produção
Copa do Mundo prepara empresas para mercado De olho nas oportunidades de 2014, e dispostos a dar um upgrade nos negócios, empresários do Paraná encontram no Sebrae apoio para dar novo rumo para seus empreendimentos
Serviço PÁG.
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2014, ano promissor (e de desafios)
Comportamento
Entrevista Errar nem sempre é sinal de fracasso
PÁG.
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Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Mercado
Zaki Akel Sobrinho – titular Joel Souza e Silva – suplente
Com que ‘roupa’ vou... embalar meu produto?
Pág. 8
PÁG.
36
PÁG.
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Lei no PR beneficia pequenos negócios
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Empreendedores apostam em ‘nascimento’ planejado
PÁG.
Desmistificar para crescer
Expediente da Revista Soluções
sebrae@pr.sebrae.com.br http://asn.sebraepr.com.br
Coordenação Renata Todescato Gerente de Marketing e Comunicação
Críticas e comentários, mande um e-mail para revistasolucoes@pr.sebrae.com.br
Edição/Jornalista Responsável Leandro Donatti Registro Profissional – 2874/11/57-PR Ammanda Macedo Especialista em Marketing Adriana Schiavon Gonçalves Especialista em Marketing Reportagens: Adriana De Cunto, Ana Ehlert, Andréa Bordinhão, Flora Guedes, Francielle Colpani, Giovana Chiquim, Maigue Gueths e Mirian Gasparin. Fotos: Aron Mello, Eduardo Frezarin, Guilherme Costa, Juliana Knobel, Luiz Costa e Rodolfo Buhrer.
Na opinião do escritor e empresário Pedro Mello, autoconhecimento é muito mais importante do que a elaboração de um plano de negócios
Tendência Pop up stores caem no gosto das pequenas
Capacitação
Anuncie na Revista Soluções: publicidade. revistasolucoes@pr.sebrae.com.br PÁG.
Impressão Artes Gráficas Renascer Ltda. (Mult-graphic)
Artigo
Design Gráfico e Diagramação Ingrupo//chp Propaganda Periodicidade Trimestral Tiragem 20 mil exemplares ISSN 1984-7343
Julio Cezar Agostini
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Projeto de faculdade pode ser bom negócio
Associativismo Aliança estratégica gera nova empresa mais forte
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58 Personalidade
Pág. 69 ...jogar para vencer é diferente de querer vencer...
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Giro pelo Paraná 4
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PÁG.
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O segredo do sucesso é acreditar no seu potencial
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Linha direta com o leitor
Cartas
Radar da pequena empresa
Um ‘jogo rápido‘ sobre os pequenos negócios
Revista Soluções – www.solucoessebrae.com.br
Parabéns pela qualidade editorial e gráfica da Revista Soluções. Além do interesse intelectual, de aprendizado e conhecimento, há matérias que podem ser utilizadas para debater temas em treinamentos e leitura, que costumamos recomendar ao nosso pessoal de gestão. Trabalhamos no setor de desenvolvimento de pessoal da Emater. Antonio Celso C. Souza – consultor – Curitiba/PR
Retirei um exemplar da Revista Soluções na unidade do Sebrae/PR em Londrina, e achei muito interessante. Se puder, me incluam na lista de assinantes!!! Giovani Cogo - empreendedor – Londrina/PR
Quero parabenizar a equipe editorial da Revista Soluções, do Sebrae/PR, pela forma como são tratados os diferentes assuntos. Na matéria “Es-
A décima nona edição da Revista Soluções teve como tema de capa reportagem especial com o título “Pequenas e grandes, parceria produtiva”. Em pauta, um projeto, em execução no Paraná, que reúne empresas de diferentes portes e trabalha o encadeamento produtivo, inovando nas relações empresariais. Quando grandes e pequenos interagem e cooperam a produção aumenta e a qualidade melhora, garantem os especialistas no tema.
Desigualdade
Massa salarial
Remuneração
A diferença salarial entre homens e mulheres é menor nas micro e pequenas empresas (24%) do que nas médias e grandes (44%). A desigualdade ainda existe, mas em uma década caiu 2% nos pequenos negócios, enquanto nas grandes empresas cresceu 6%. Os dados se referem ao período de 2000 a 2011 e têm como base a PNAD.
O estudo feito em parceria entre o Sebrae Nacional e Dieese mostra ainda que a massa salarial (soma de todas as remunerações) das mulheres cresceu 254% em uma década, ante 194% dos salários dos homens. As mulheres representam quase 40% dos 15,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada em micro e pequenas empresas.
Ainda de acordo com o Anuário das Mulheres, a remuneração média das trabalhadoras das micro e pequenas empresas no Brasil cresceu mais do que a do público masculino. Entre os anos de 2000 e 2011, o salário médio real das mulheres aumentou em média 21%, enquanto que entre os homens o crescimento foi de 18%.
Recorde
Inadimplência
Valor médio
A informação é da Serasa Experian. A pontualidade de pagamentos das micro e pequenas empresas atingiu 96,4% em setembro de 2013 (último índice divulgado), recorde histórico para a série mensal iniciada em janeiro de 2006. A cada 1.000 pagamentos realizados, 964 foram quitados à vista ou com atraso máximo de sete dias.
Para os economistas da Serasa Experian, o recorde atingido pela pontualidade de pagamento das micro e pequenas empresas decorre do atual cenário de sucessivas quedas da inadimplência dos consumidores que, quitando em dia seus compromissos financeiros, favorecem a administração de caixa por parte das empresas.
O valor médio dos pagamentos pontuais recuou 3,9% em relação ao mesmo mês em 2013 (R$ 1.841 contra R$ 1.916). O maior valor médio foi registrado pelos pagamentos pontuais das empresas de serviços (R$ 1.910), seguido pelo das empresas comerciais (R$1.851) e, por fim, pelas micro e pequenas empresas do segmento industrial (R$ 1.725).
Negros
Escolaridade
Concentração
Quase a metade das micro e pequenas empresas brasileiras são comandadas por empreendedores negros. Em dez anos, de 2001 a 2011, a quantidade de empreendedores negros cresceu 29% (entre os que se declaram brancos, o crescimento foi de 1%), elevando a participação da raça negra de 43% para 49% no segmento.
Além de empreenderem em maior número que no passado, os empreendedores afrodescendentes melhoraram a escolaridade, diz estudo do Sebrae Nacional. Apesar de ainda possuírem menos tempo de estudo do que os brancos, o nível escolar público dos empreendedores negros cresceu 41% nos dez anos analisados, contra 17% dos brancos.
A maior concentração dos negros donos de negócios está no nordeste do País, somente na Bahia estão 12% do total. Comércio e agricultura são os setores que mais têm proprietários de empresas que se declaram negros, ambos com 23%. Os demais se distribuem entre os setores de serviços (21%), construção civil (19%) e indústria (10%).
pião, ajuda entender melhor” - pude observar que esse profissional pode ser inserido em qualquer tipo de empresa. Sou bibliotecária na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus Apucarana e pensei... por que não? Sueli Alves da Silva – bibliotecária – Apucarana/PR
A Revista Soluções sempre está antenada nas novidades, o que para nós empreendedores é muito importante, porque só assim conseguimos compreender o mercado e o seu funcionamento. Parabéns pelo trabalho e continuem assim. Carlos Souza – vendedor – Curitiba/PR
Sou Selma, aqui do Rio de Janeiro. Acabo de receber meu exemplar da Revista Soluções! Muito obrigada , pois vejo a publicação do meu nome, com a minha opinião sobre a Revista, na Linha Direta com o Leitor. Agradeço de coração! A qualidade das matérias está cada vez melhor. Parabéns para toda a equipe. Quero aproveitar o máximo de aprendizado de cada página. Sucesso. Selma Claro - empreendedora - Rio de Janeiro/RJ
Queremos sua opinião revistasolucoes@pr.sebrae.com.br
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também dá um bom retorno. Mas por trás
do dos negócios aconteceu na década de
dessa brincadeira existe o fato de que essa
1980, quando ele tinha 13 anos. O menino
pergunta deveria ser completamente re-
vendia leite congelado para a vizinhança do
formulada. Ao invés de perguntar às outras
bairro onde morava, em São Paulo. Como a
pessoas qual negócio dá um bom dinheiro,
maioria dos microempreendedores, o garoto
você deveria primeiro perguntar a si mes-
estava pensando em aumentar a renda, ou
mo, e a mais ninguém, o que você gosta de
melhor, a mesada. As experiências acumula-
fazer. Você consegue responder essa per-
das desde a adolescência são o pano de fun-
gunta?”, cutuca.
do para as palestras, livros, documentários, vídeos e programas de televisão que Pedro Mello produz sobre empreendedorismo.
da Revista Soluções. Ele acredita que o em-
mo e colaborador do Portal do Empreende-
preendedorismo de oportunidade, feito
dor, Pedro Mello escreveu os livros “Startup
com mais planejamento, está ganhando es-
Brasil”, publicado em 2011, e “Guia de So-
paço no Brasil, apesar de considerar que é
brevivência do Empreendedor”, de 2005. Em
muito alto o número de pessoas que come-
2011, produziu o primeiro documentário
çam a empreender com o objetivo de au-
brasileiro sobre franquias, a série “7 Peca-
mentar a renda familiar. O autor elogiou o
dos Capitais do Franchising”. Também criou
comprometimento do brasileiro com o tra-
os programas “Fiz do Zero” e “Nos Bastido-
balho e alfinetou a classe política: “O que
res do Franchising”. É fundador do Grupo
falta é esse lado empreendedor, sustentá-
Quack, holding que reúne as empresas Pa-
vel e batalhador influenciar o governo.”
paya Filmes, MBA60segundos e Tecnozoide.
Acompanhe, a seguir, a entrevista com Pe-
Ainda mantém investimentos em startups
dro Mello.
empreendedores, analistas e consultores. A proposta é levar bons exemplos de trabalho e sucesso para quem está começando ou passando por dificuldades. Muitos dos comentários, no blog ou nas palestras, têm uma pitada de provocação. Quem ousaria
crescer
questionar a eficácia de um plano de negócios? Pedro Mello ousou. Ele não acredita que essa ferramenta ajude micro e pequenas empresas nos primeiros anos de vida. Na opinião do autor, está cada vez mais difícil para uma empresa se destacar em um mercado bastante competitivo. Porém, as chances aumentam para aquelas que têm
ou é possível desenvolver essa habilidade? Pedro Mello - Tudo na vida se desenvolve. Algumas pessoas têm mais tino comercial, que são mais habilidosas com gente. Outras, menos habilidosas com gente. São perfis diferentes. Se não pudesse ser desenvolvido, não haveria o Empretec (metodologia usada em cursos do Sebrae, voltada para o desenvolvimento de características de comportamento empreendedor). Revista Soluções - Que avaliação o senhor faz do nível de empreendedorismo praticado, hoje, no Brasil?
povo criativo, é um povo empreendedor. As
to e não somente para ganhar dinheiro.
pessoas são trabalhadoras. Cada vez a gente
Como tantos outros especialistas, Pedro tipo de negócio está dando um bom dinheiro atualmente”. Em um de seus posts, no Blog do Empreendedor, o autor comenta, com ironia, a inconveniente pergunta: “Mi-
O autoconhecimento é um passo importantíssimo para as pessoas terem um índice de sucesso maior nos negócios
outras, menos tino comercial. Tem pessoas
Pedro Mello - Acho que o brasileiro é um
tráfico de drogas tem uma margem de lu-
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empreendedorismo nasce com as pessoas
iniciam um negócio a partir de um propósi-
nha vontade é responder que certamente o
Por Adriana de Cunto
Revista Soluções - O senhor acha que o
foco no cliente e para os empresários que
Mello sempre é questionado sobre “qual
Na opinião do escritor e empresário Pedro Mello, autoconhecimento é muito mais importante do que a elaboração de um plano de negócios
Big Lab, do Sebrae/PR, MBA60 e Fundação Dom Cabral, conversou com a reportagem
Já entrevistou centenas de pessoas, entre
Desmistificar para
Curitiba, onde participou do evento Think
Exame, criador do Canal do Empreendedoris-
para pequenas e médias empresas.
Pedro Mello, empresário e autor do Blog do Empreendedor, do Portal Exame
Pedro Mello, que esteve recentemente em
Autor do Blog do Empreendedor, do Portal
focadas em serviços, produtos e conteúdo
Entrevista
Foto: Luiz Costa/La Imagen
Pedro Mello
A primeira incursão de Pedro Mello ao mun-
tem mais informação, mais cursos, mais publicações. Cada vez fica mais fácil empreender. É uma coisa mais sustentável. Falando de estabilidade econômica, estamos falando de 20 anos sem inflação, sem aquela coisa louca que a gente vivia. Acho que agora estamos em uma época ótima para cada vez mais desenvolver as pequenas empresas.
cro excelente, prostituição nunca passou
Revista Soluções - Existe o empreendedo-
por crises financeiras e roubo de mercado-
rismo por oportunidade, planejado, e o em-
rias, apesar do alto custo com logística,
preendedorismo por necessidade, quando
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as pessoas começam fazendo um “bico”
mos no mercado para ajudar as pessoas a
você montar um negócio só para ganhar o
conseguirá desenvolver. Tem um trabalho
para ganhar um pouco mais de dinheiro. O
se desenvolverem.
seu dinheirinho e pagar as suas contas. Você
aí muito importante de autoconhecimento.
tem que ser feliz em tudo que está fazendo.
Acho que esse é um processo importante
Agora, se você quiser construir um negócio
para qualquer empreendedor, antes de co-
que realmente tenha um impacto maior, que
meçar. Talvez, ler um pouco mais, comprar
Pedro Mello - No programa “Fiz do Zero”,
cresça mais que os outros, ter um propósito
algumas publicações, comprar umas revis-
que eu tive na Ideal TV, foram 33. Foram
é um dos primeiros passos. Por exemplo, o
tas, fazer Empretec, comprar bons livros
programas de 30 minutos. No livro “Startup
Alexandre, da Cacau Show (Alexandre Tadeu
de empreendedores.
Brasil” foram dez pessoas. E tem aqueles
Costa, fundador da empresa) queria fazer
que eu entrevisto nos bastidores do Fran-
chocolate de qualidade a um preço acessível
chising. Já tem 120 programas. Não sei
para a população. Esse era o propósito. E ele
quantos foram com empreendedores, mas
conseguiu. Você não precisa comprar choco-
Pedro Mello - Startup é só uma maneira
foi uma boa quantia.
late nem da Nestlé e nem da Lacta no super-
mais elegante e sofisticada de chamar uma
mercado. Pode comprar o chocolate da Ca-
microempresa que está começando. Tem
cau Show. Ele não é tão bom quanto o da
algumas pessoas que dão uma definição
Kopenhagen, mas é um chocolate bom, me-
para startup como uma empresa que pode
Pedro Mello - Foram anos conhecendo pes-
lhor do que os de fabricação em massa, de
se tornar um modelo escalável em curto
soas e ouvindo boas histórias. É relaciona-
grandes fábricas.
prazo e que atinja tamanho muito maior
Brasil está nessa fase do empreendedorismo de oportunidade? Pedro Mello - Acho que tem bastante empreendedorismo por oportunidade e o brasileiro está cada vez mais se despertando para isso. Veja como startups e empreendedorismo se tornaram assuntos comentados. Quando escrevi meu primeiro livro, quando comecei a fazer as minhas primeiras colunas, em 2000, 2001, sobre empreendedorismo, quase ninguém falava sobre
Revista Soluções - Como descobre os empre-
dorismo foi em 2005. Tinha uns cinco, seis
endedores que participam das entrevistas?
está todo mundo falando. O empreendedorismo por oportunidade está realmente se desenvolvendo muito. Agora tem também por necessidade, porque a gente está em
mento. Leio em uma revista, vejo uma matéria interessante. É por aí.
um mundo cada vez mais competitivo. Tem
Revista Soluções - O que uma boa história
muita gente pensando em ter seu negócio
de empreendedorismo deve ter?
próprio, mas não necessariamente empreender do zero. Por isso que as franquias têm se desenvolvido tanto. O mercado de franchising, há dez anos, cresce 15% ao ano. Que é cinco, seis vezes o PIB brasileiro. Ele cresce muito mais rápido porque tem muita gente pensando em abrir uma franquia que já é testada, tem suporte - do que co-
Revista Soluções - Qual é o segredo da Cacau Show?
startup, como tradução literal, é o começo da empresa. Não muda nada em relação ao que a gente vê no dia a dia. Milhares de pequenas empresas nascem todos os dias.
ela tem propósito, tudo muda de figura.
nenhuma, a gente poderia colocar que se
Você pega os empreendedores que criaram
você não tiver propósito, será miserável, pe-
empresas porque tinham um propósito
queno, mais um entre milhares de outros.
só no dinheiro. Eu vejo que aquelas que pri-
que as empresas normais. Mas o fato é que
um presente. Por isso, a empresa chegou ao tamanho em que chegou. Mas, de maneira
sultado dessas empresas. Ao invés de focar
ficar? Elas são uma tendência?
Pedro Mello – Transformar chocolate em
Pedro Mello - Pra mim, propósito. Quando
maior. Nossa, é totalmente diferente o re-
Revista Soluções - As startups vieram para
Revista Soluções - Como conseguir se diferenciar em um mercado cada vez maior?
Revista Soluções - Por que é importante que o empresário desenvolva uma visão mais humanista? Pedro Mello - As pessoas ouvem falar que precisam ter planos de negócios para o negócio dar certo. E as pessoas nem sabem
meçar tudo do zero.
meiro querem resolver um problema ou
Pedro Mello - É cada vez mais difícil se dife-
que planos de negócios surgiram após a Se-
querem melhorar a vida de algum tipo de
renciar no mercado porque tem muita gen-
gunda Guerra Mundial para reerguer as em-
Revista Soluções - Na sua opinião, as fran-
potencial cliente são as empresas que me-
te, tem muita competição. O romper a ‘bo-
presas que estavam completamente des-
lhor se desenvolvem.
lha’, agora, para mim, é fazer parte de uma
truídas
rede. Por que as redes de franquia estão se
empresas. Os planos de negócios foram
desenvolvendo tanto? Porque você deixa de
montados pelos Philips Kotler da vida (Phi-
ser uma lavanderiazinha com balcão meia-
lip Kotler é considerado um dos ‘Papas’ do
quias são a solução para quem quer ter seu próprio negócio, mas não tem ideia de onde partir ou também não quer ousar? Pedro Mello - As franquias fazem bem esse
Revista Soluções - O senhor lembra de algum case de sucesso que marcou?
na
Europa.
E
eram
grandes
papel. Diminuir o risco, te colocar como parte
Pedro Mello - Pega o Miguel Krigsner, de O
-boca, com uma instalação e iluminação fra-
Marketing) entre 1950 e 1955 como uma
de um grupo maior, com mais respaldo e in-
Boticário. O propósito dele foi deixar as
cas, sem uniforme. De repente você vira
forma de estruturar planos para que elas
fraestrutura. É um empreendedor, mas não é
mulheres mais cheirosas, mais atraentes,
uma lavanderia da 5àSec, ou de outras mar-
voltassem a crescer e serem indústrias em
um empreendedor que se arrisca tanto.
cuidar da feminilidade. E ele levou isso no
cas, como Lavasecco. Marcas que têm um
uma época industrial, de grandes empre-
Boticário de maneira mais do que evidente.
padrão de qualidade melhor, que têm uma
sas. E isso foi passando das médias para as
A Dona Zica, de Beleza Natural, queria dei-
infraestrutura melhor, mais apresentável,
pequenas até que as pequenas começaram
xar o cabelo mais bonito para aumentar a
têm treinamento. Então, isso já é um rompi-
a se ver com a necessidade de montar busi-
autoestima da mulher negra. Ela conseguiu
mento de ‘bolha’ tremendo. Você vai para
ness plan. Sinceramente, não é uma coisa
e o negócio dela é um sucesso por causa
uma estrutura muito mais profissional. Fora
necessária para uma microempresa. Ela foi
disso. Como eles, há centenas de pessoas
isso, acho que atender o cliente bem, de ter
sendo colocada como se fosse necessária
que fazem isso no dia a dia.
o foco no cliente, é mais importante. É onde
porque nasceu lá em 1950 dessa forma.
as empresas realmente se diferenciam.
Mas não era para esse público.
tão, um ingrediente para o empresário
Revista Soluções - Como as pessoas po-
Revista Soluções - Os planos de negócios
romper a ‘bolha’ e não ser apenas mais um
dem se desenvolver para se tornarem em-
não são importantes?
no mercado?
preendedoras?
característica muito própria. No Canal do
Pedro Mello - A questão do propósito vai
Pedro Mello - Uma coisa fundamental, que
partir de um momento em que você chega
Empreendedor, a gente conta muitas histó-
ser uma coisa para poucos. A maior parte
eu indico a todo mundo, é o Empretec. O
em um patamar e quer ir para um patamar
rias e recebe também muitos artigos de co-
vai fazer um negócio para ter dinheiro mes-
primeiro ponto é fazer isso. É um curso es-
mais alto, aí sim, você precisa se organizar,
lunistas. Passamos as dicas do que eles
mo. Ter dinheiro para pagar as contas. Eu
sencial para olhar se você tem o perfil em-
se planejar. Mas nos primeiros anos, você
mais utilizam para ter sucesso e colocamos
não levaria isso (propósito) como sendo
preendedor de verdade. Se não tem, enten-
precisa sobreviver. Dinheiro para pagar as
em evidência as melhores práticas que ve-
uma coisa fundamental. Não tem problema
der quais são os comportamentos que você
contas, para crescer. Até o momento em
Revista Soluções - Você conta histórias de sucesso e apresenta cases de empreendedores que estão se destacando. Como essas histórias podem ajudar quem está começando ou quem está passando por dificuldades nos negócios? Pedro Mello - Elas mostram experiências de vida de quem já foi lá e fez. Eu tenho diversos trabalhos publicados. O livro “Startup Brasil“ mostra dez empreendedores que tiveram sucesso e cada um deles tem uma
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res o senhor já entrevistou?
isso. Meu primeiro livro sobre empreendelivros sobre o assunto nessa época. Agora
A gente não vai encontrar tantas novas Volkswagens, vamos encontrar pequenas empresas cada vez mais profissionalizadas, capacitadas
Revista Soluções - Quantos empreendedo-
Revista Soluções - O propósito seria, en-
Não tem problema montar um negócio só para ganhar dinheiro e pagar as contas, mas é preciso estar feliz em tudo que se está fazendo
Pedro Mello - Eles são importantes, mas a
11
que você pode parar, planejar e aí dar sal-
sas são a fonte de crescimento do País. A
tos maiores. Muita gente que recebe essa
gente não vai encontrar tantas novas
coisa do plano de negócios, que são pura-
Volkswagens, Microsofts, Fords, Alcoas. A
mente numéricos, estratégicos, focam em
gente vai encontrar micro e pequenas em-
falar quais são as suas fraquezas, fortale-
presas cada vez mais profissionalizadas,
zas, quais são as oportunidades, quais são
com mais treinamento, mais capacitação,
as ameaças, competidores, qual a estrutu-
aptas a gerar empregos diretos para o bra-
ra de custo, coisas mais estratégicas, mas
sileiro, para aumentar a renda de todos.
não olha em momento algum quem vai tocar a empresa. Que é o aspecto humano. Acho que é o mais importante. Olhar quem
ções para aprender?
são os sócios daquela empresa. Quais são
Pedro Mello - Tem muita coisa ainda para
os pontos fortes e fracos de cada um.
aprender, mas a gente está no caminho. Tem
Onde cada um é muito bom e onde cada
muita coisa boa sendo feita. Veja o trabalho
um é muito ruim e não deveria atuar. No
do Sebrae, eu sou um entusiasta do Sebrae.
tempo em que eu trabalhei com capital de
O Empretec, acho fantástico o trabalho que
risco, analisei entre 5 e 6 mil business plans
o Empretec faz. Você pega a Endeavor, tam-
e neles havia 100 páginas falando sobre o
bém, fazendo um trabalho maravilhoso de
negócio e, depois, na página 101, somente
inspirar empreendedorismo. Acho que tem
uma página falando dos sócios. E falava
tantas iniciativas bacanas. A Associação Bra-
coisas boas, as grandes conquistas que
sileira de Franchising, que é superprofissio-
cada um teve. Sinceramente, não são com
nal. É uma das associações mais profissiona-
grandes conquistas que você terá um ne-
lizadas do Brasil e do mundo como entidade
gócio de sucesso. É entendendo quais são
de franchising. Só tem coisas positivas sendo
os seus maiores fracassos e quais são as
feitas. O que falta é esse lado empreende-
suas maiores fraquezas, para que você não
dor, sustentável, batalhador influenciar o
seja colocado para tocar alguma área onde
governo. No governo, pessoas estão muito
na década de 1970, o Sebrae apoia as deci-
as suas fraquezas se tornem evidentes. En-
mais preocupadas com a sua agenda pessoal
sões dos empresários, dos potenciais empre-
tão, quando eu falo do aspecto mais huma-
do que com uma a agenda coletiva. Nosso
sários e dos potenciais empreendedores, no
no, são os sócios se conhecerem melhor,
próximo grande movimento é esse empre-
campo e na cidade, porque é a instituição
olharem para dentro e não para fora.
endedorismo se alastrar para as áreas do
que entende de pequenos negócios e possui
Quando você fala em plano de negócios,
setor governamental. Se isso funcionasse,
você está falando para o mundo exterior.
estaríamos crescendo de outra forma.
Em momento algum está olhando para o seu mundo interior.
No que o Sebrae/PR pode ajudar Para quem já é ou quer ser empresário, o Sebrae/PR é a opção mais fácil e econômica de obter informações e conhecimento. Criado
a maior rede de atendimento do País. Ao todo, são 27 unidades e aproximadamente 600 postos de atendimentos espalhados de
Revista Soluções - No seu blog, o senhor já
norte a sul do Brasil. No Paraná, conta com
abordou Empreendedorismo e Metafísica. O
seis regionais e 11 escritórios. A instituição
empreendedor precisa ter sorte também?
chega aos 399 municípios do Estado por
Pedro Mello - Não, metafísica não é sorte.
atendimento e de parceiros locais, como as-
Pedro Mello - O autoconhecimento é im-
Quando eu falo de metafísica, é tudo o
sociações, sindicatos, cooperativas, órgãos
portante. Entender suas potencialidades,
que vai além do físico. O meta é além e o
públicos e privados. Acesse o Portal do Se-
suas fraquezas, fazer alinhamento das
físico é o nosso mundo, dos cinco sentidos.
brae/PR no www.sebraepr.com.br.
suas expectativas com os sócios. O que
Então estamos acostumados a focar no
você espera do negócio? Qual a sua visão
mundo que a gente consegue ver, tocar,
do negócio? O que você espera que o ou-
sentir, olfato, ouvir. Só que a gente tem
tro sócio faça? O que você está disposto a
um mundo muito maior, que vai além dos
fazer para aquela sociedade dar certo? São
sentidos. A importância que eu dou nessas
pontos que devem ser colocados no papel.
palestras é você se conhecer melhor, olhar
E, às vezes, isso é muito mais importante
para dentro. Quando você olha para den-
do que ficar escrevendo 100 páginas de
tro, conecta-se com aquilo que não é mais
um negócio que ainda nem nasceu. E que
tangível, que não pode ser tocado.
Revista Soluções - É preciso então autoconhecimento?
na hora em que você colocar para funcionar, depois de três meses, ele vai estar completamente diferente daquilo que você colocou no papel. Revista Soluções - Como o senhor enxerga o futuro do empreendedorismo brasileiro?
12
Revista Soluções - Ainda temos muitas li-
meio de atendimento itinerante, pontos de
UM SIMPLES PASSO NO SEU PRESENTE PODE SIGNIFICAR UM GRANDE SALTO NO SEU FUTURO.
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dedor, onde você é colaborador, há várias
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Capa
Legado
Copa do Mundo prepara empresas para mercado De olho em 2014, empresรกrios do Paranรก buscam apoio no Sebrae para dar um novo rumo para seus empreendimentos
Por Maigue Gueths
14
15
produzir brindes oficiais da Copa. E os pro-
que, a princípio, as empresas tinham medo
do Ateliê Suiane Maria, uma pequena loja de
dutores de pequenas propriedades rurais e
de investir e não ter retorno. Mas depois de
confecção feminina no Largo da Ordem, no
da agroindústria, sobretudo na Região Me-
um trabalho de divulgação, palestras, anún-
Centro Histórico da Curitiba, decidiu diversi-
tropolitana de Curitiba, também procuram
cios em mídia, o Programa Sebrae 2014 caiu
ficar sua produção e apostar em um novo ni-
os melhores canais de venda para atingir
no gosto dos empresários do Estado, tanto
cho de mercado: os souvenirs, lembranças da
esse público.
que hoje seu site (www.sebraepr2014.com.
cidade. Por enquanto, criou imãs e uma bolsa, todos com estampas mostrando Curitiba. Seu objetivo é atender a demanda de um pú-
nos negócios ligados nas oportunidades que
Para elaborar o Programa, em 2010, o Sebrae
e pequenas empresas e microempreendedo-
Nacional encomendou junto à Fundação Ge-
res individuais paranaenses participam do
tulio Vargas (FGV) um estudo do impacto da
Programa Sebrae 2014, cujo objetivo é justa-
Copa junto aos empreendedores e empresá-
mente permitir que as empresas possam fa-
rios de micro e pequenas empresas. Após
zer bons negócios com a Copa do Mundo.
analisar as Copas do Mundo da Alemanha,
Assim como Suiane, quase 1.000 empresários
Além dessas, no entanto, mais uma legião de
em 2006; da África do Sul, em 2010, e gran-
de micro e pequenas empresas de várias cida-
empresários segue a mesma trilha. É o que
des eventos já realizados no Brasil, a FGV
des do Paraná estão nesse mesmo caminho,
aponta uma pesquisa, realizada pela Associa-
concluiu que o evento traria impactos em dez
preparando-se e capacitando-se com o Se-
ção Comercial do Paraná (ACP), pela Federa-
setores econômicos. Particularizando o estu-
brae, para aproveitar as oportunidades que
ção das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)
do para os 12 estados-sede, no Paraná che-
jeto Souvenir Curitiba ou SouCuritiba, como
um evento deste tamanho vem proporcionar
e pela Federação do Comércio do Paraná (Sis-
gou-se à conclusão de que os impactos acon-
também é chamado. Ao todo, 60 produtores
aos negócios locais. Empresários de Curitiba,
tema Fecomércio Sesc Senac PR) junto a 500
teceriam em sete setores.
artesanais, empresários e empreendedores
Litoral, Campos Gerais e de Foz do Iguaçu, im-
empresas associadas às entidades, e divulga-
portantes destinos turísticos do Estado se or-
da em março deste ano pela Secretaria de
ganizam e buscam consultorias para melhorar
Estado para Assuntos da Copa de 2014.
tal paranaense e, em especial, os 160 mil estrangeiros
e
600
mil
brasileiros
que
prometem encher a Curitiba por ocasião da Copa do Mundo, em 2014.
a qualidade de seus empreendimentos.
“Por coincidência, dos dez setores, aqui no Paraná sete foram coincidentes com o que o Sebrae/PR já atuava em projetos setoriais. No
Suiane Oliveira Cardoso, empresária que aposta na marca
se inscreveram para participar. Destes, 23 foram escolhidos com um total de 39 produtos, que vão integrar a Coleção SouCuritiba e que serão vendidos exclusivamente pelos
final, nós acabamos agregando tudo em seis
Cidades-polo na produção de vestuário,
afirmou que pretendia realizar investimen-
grupos, porque decidimos agrupar Turismo e
como Maringá, Cianorte e Terra Roxa, por sua
tos visando a Copa de 2014, sendo que 22%
Artesanato. Assim, ficamos com os setores da
vez, trabalham para atender com qualidade a
das empresas já estavam investindo naquela
Construção Civil; Agronegócio; Turismo e Ar-
onda de brasilidade que vai tomar conta das
época e outros 23% ainda pretendiam iniciar
tesanato; Comércio Varejista; Tecnologia da
roupas no ano que vem. Apucarana, como
esse movimento. Mais da metade (53%) das
Informação; e Vestuário”, diz Aldo Carvalho.
não podia deixar de ser, garantiu autorização
empresas que responderam à pesquisa dis-
da Federação Internacional do Futebol
O Sebrae/PR atua nessas áreas porque são
seram que os investimentos seriam alocados
(FIFA), entidade diretiva do Mundial, para
aquelas onde há maior densidade de micro e
“Como eu trabalho no Centro Histórico, já es-
em comércio e serviços, 37% na indústria e
pequenas empresas, além de microempreen-
tava sentindo a demanda dos turistas por
8% em outros setores. A maior parte desses
dedores individuais, aqueles que recente-
souvenirs mais bacanas. Então o projeto veio
investimentos (63%) está concentrada em
mente se formalizaram. Outros motivos são o
atender a vontade”, conta Suiane, que, além
Curitiba e Região Metropolitana; já 27%
fato de ocorrer em todo o Paraná e, ainda, ter
de empresária, é designer gráfica. Ela criou
iriam para o interior do Paraná e 10% para
uma contribuição mais forte no Produto In-
uma coleção de cinco imãs com pontos turís-
outros estados. A pesquisa revelou, ainda,
terno Bruto (PIB) do Estado.
ticos da cidade e uma bolsa, com estampa
Assim, o Programa Sebrae/PR 2014 nasceu
desses mesmos cinco locais. “Primeiro, criei a
Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen
Quase metade das empresas pesquisadas
que 45% pretendiam concentrar os recursos em máquinas e equipamentos; 26% em comércio e serviços; 22% em capacitação e 7% em pesquisas e desenvolvimento.
do Artesanato, a entidade não tinha um trabalho específico para essa demanda. Como
ciais, nas lojas Leve Curitiba, Empório Metropolitano, em quiosques dentro de grandes congressos sediados em Curitiba e, ainda, em site, estruturado pelo Curitiba Convention & Visitors Bureau.
bolsa, mas aí vi que o projeto podia se desdobrar em outro produto. Pesquisei e vi que podia ofertar um produto de mais valor agregado, mas também um produto mais barato,
alternativa, foi criado o Projeto Souvenir
sanato do Sebrae/PR e coordenador do Pro-
Curitiba, que está atrelado ao Projeto de
para o turista levar de presente, colecionar,
grama Sebrae/PR 2014, Aldo Cesar Carvalho,
Turismo. “Para cada setor, foi desenhado
fácil de levar”, diz.
conta que há três anos o Sistema Sebrae co-
um projeto dentro da sua realidade, olhan-
meçou a estudar um projeto para que sua
A designer Ariane Regina dos Santos tam-
do as orientações que o programa nacional
clientela de micro e pequenas empresas
da Copa trouxe, que é de aproveitamento
bém está cheia de expectativas com o Proje-
aproveitasse um evento dessa magnitude as-
das oportunidades dentro de um grande
sim que o Brasil foi definido como sede da
evento esportivo. É pontual, mas na prática
Copa e, com mais especificidade quando as
estamos tendo oportunidade de antecipar
12 cidades-sede dos jogos foram definidas.
ações que talvez, numa linha regular, levas-
brae começou a falar em Copa, lá por 2010 e
Aldo Carvalho, coordenador estadual do Programa Sebrae/PR 2014, em frente à Arena da Baixada em obras
com projetos para essas seis áreas. No caso
parceiros do programa em espaços espe-
O coordenador estadual de Turismo e Arte-
Aldo Carvalho confessa que, quando o Se-
16
br) conta com mais de 2.200 leitores e seguidores regulares.
o momento apresenta. As quase 1.000 micro
blico crescente de turistas que visitam a capi-
Quase 1.000 empresários de micro e pequenas empresas de várias cidades do Estado preparam-se e investem em capacitação com o Sebrae/PR
Esses são apenas alguns exemplos de peque-
Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen
A empresária Suiane Oliveira Cardoso, dona
2011, “a gente ficou meio que falando sozi-
sem mais tempo.
‘Cara’ de Curitiba
Cidades-polo no vestuário, como Maringá, Cianorte e Terra Roxa, trabalham para atender a onda de brasilidade que vai tomar conta das roupas em 2014
to. Dona da Badu Design, sua marca em trabalhos de papelaria feitos em tecido e papel, ela criou dois produtos para a coleção SouCuritiba. O marquelata é um marcador de páginas em papel kraft texturizado ou em acetato colorido, recortado a laser com imagens de pontos turísticos da cidade. O outro produto é um porta-bloco adesivo. Trata-se de
nho, porque todos achavam que 2014 ainda
O Ateliê Suiane Maria foi um dos estabeleci-
um porta post-it, cuja capa traz selos também
estava muito longe”. Outra dificuldade é
mentos selecionados para participar do Pro-
com pontos turísticos.
17
Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen
uma coleção de lembranças da Capital bastante interessante. “Participaram artesãos, designers, artistas plásticos, uma editora, uma empresa que faz doces, dentre outros profissionais. Resultou em 39 produtos com um mix bem variável. Tem uma lata de arte Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen
de Curitiba, bonecos de papel machê com as etnias que formaram Curitiba, fantoches para crianças de personagens curitibanos, como a gralha azul, o joão-de-barro, um marcador de página para pessoas marcantes, produtos mais convencionais de lembrança, como imãs, bottons, mas com uma leitura bem curitibana”, explica. Os produtos selecionados compõem a mar-
Ariane Regina dos Santos, designer, desenvolveu souvenirs de olho na Copa
ca SouCuritiba e serão vendidos, durante dois anos, exclusivamente dentro dos espaços previstos pelo Projeto, ou seja, em site autorizado pelo Projeto e nas lojas do Leve
rantes e o comércio, por exemplo, todos pre-
que têm cardápio em dois idiomas? Pouquís-
cisam de tecnologia da informação. Já o
simos. E isso acontece porque eles não des-
turismo se relaciona com o agronegócio, com
pertaram ainda o interesse em se adequar”,
o comércio varejista, com o vestuário. Nós
afirma Aldo Carvalho.
mapeamos tudo, e a ideia é aproximar, moti-
Curitiba e Empório Metropolitano. Para Pa-
gar o emprego formal para empreender com
trícia Albanez, esse é um dos grandes ga-
Em seguida, aparece o setor do comércio va-
produtos de papelaria, que são comercializa-
nhos dos produtores que agora terão acesso
rejista, com um projeto que visa melhorar o
dos em bazares, em lojas da cidade, além de
a pontos de venda que antes eles não ti-
atendimento, segurança alimentar na área
vendas pela internet. Assim como Suiane, ela
nham. “O Souvenir Curitiba é uma oportuni-
de gastronomia, além de qualificar para ade-
também pensava em como poderia aumentar
dade imperdível não apenas para que os em-
quação das lojas. Nesse campo, o Sebrae/PR
Entre as quase 1.000 empresas que entraram
as vendas com a Copa do Mundo. “Eu estava
preendedores
o
priorizou o trabalho em três regiões de Curi-
no Programa, segundo ele, a metade é da
me preparando para as oportunidades da
faturamento em função da Copa, mas tam-
tiba, onde a incidência de turistas será maior:
área de turismo. São hotéis, pousadas, res-
Copa, fazendo pesquisa e, quando surgiu a
bém para que aproveitem outros eventos
o Centro Histórico; o entorno da Arena da
taurantes, agências de turismo receptivo.
oportunidade do SouCuritiba, ... amei. Achei
que venham a acontecer e que demandem
Baixada, onde acontecerão os jogos; e o Ae-
Outras 200 são ligadas ao agronegócio. Já as
uma grande oportunidade de aprendizado,
souvenirs de primeira linha”, avalia.
roporto Internacional Afonso Pena.
outras 300 dividem-se entre os outros qua-
nha cidade”, conta entusiasmada. Segundo a consultora do Sebrae/PR, Patrícia Albanez, responsável pelo Projeto Souvenir
possam
aumentar
Setores impactados
Para o setor do vestuário, o Programa Sebrae/PR
var que os setores ‘conversem’ e percebam as oportunidades de negócio. São oportunidades de ampliar que, muitas vezes, no dia a dia, o empresário não observa”, diz Carvalho.
tro setores econômicos.
2014 atua principalmente nas zonas de pro-
Carvalho ressalta, ainda, os dois grandes ob-
O estudo feito pela FGV para o Sebrae trouxe
dução, como Maringá, Cianorte e Terra Roxa,
jetivos do Sebrae ao fazer o projeto visando a Copa. O primeiro foi fazer com que as empre-
informações preciosas para que a entidade
prestando assessoria de moda, analisando
Curitiba, a proposta paranaense foi inspira-
pudesse definir como trabalhar com os em-
tendências. O trabalho é feito em duas li-
sas se preparassem para aproveitar as opor-
da no Souvenir Carioca e no Souvenir Niterói
preendedores e empresários de micro e pe-
nhas, junto a empresas que vão produzir
tunidades. O segundo, ao fazer com que as
, iniciativas do Sebrae daquelas cidades tam-
quenas empresas. Uma das vantagens do es-
itens oficiais autorizados pela FIFA e as de-
empresas aproveitassem as oportunidades,
bém com vistas a inovar em souvenirs para o
tudo, segundo o coordenador do Programa
mais, para que aproveitem o momento do
foi construir e deixar uma situação melhor
mercado do turismo.
Sebrae/PR 2014, Aldo Carvalho, foi apresen-
verde-amarelo, da brasilidade, uma tendên-
para elas, ao que se chamou de legado.
tar uma cronologia dos setores impactados.
cia que deve aparecer forte no ano que vem.
meira com foco no empreendedorismo, com
O primeiro setor econômico impactado foi a
Finalmente, para o setor do agronegócio,
conceitos sobre gestão e perfil empreende-
construção civil, com a exigência de adequa-
Aldo Carvalho ressalta que a Copa 2014 vem
No Centro Histórico de Curitiba, uma das re-
dor. A segunda buscou uma relação de vivên-
ções urbanas e obras, muitas feitas com o
com uma característica de Copa sustentável,
giões consideradas prioritárias pelo Progra-
cia do turismo, para que os participantes pu-
PAC Copa. Em seguida, o impacto apareceu
seja social, cultural, econômica ou ambiental,
ma do Sebrae/PR, em função do grande mo-
dessem ter uma nova perspectiva sobre a
no setor da tecnologia da informação, em
por isso a expectativa é de valorização das
vimento de turistas, muitas mudanças no
cidade, conhecendo sua história e principais
função das melhorias tecnológicas necessá-
empresas que estiverem envolvidas com sus-
entorno vêm ocorrendo há um pouco mais
personagens. A terceira foi direcionada às
rias em vários outros segmentos.
tentabilidade e, consequentemente, de valo-
de tempo. Uma parceria entre a Prefeitura
rização do produto local. Nesse viés, o Pro-
de Curitiba, Sistema Fecomércio Sesc Senac
grama trabalha para aproximar produtores
PR, Sebrae/PR, comerciantes e proprietários
de orgânicos da Grande Curitiba ou do Litoral,
de imóveis daquela região viabilizou um pro-
dos cafés premiados do Norte Pioneiro do Es-
jeto de revitalização do Centro Histórico e
tado, de cachaça orgânica, de mercados pro-
de toda a região próxima ao hoje Paço da Li-
missores como o Mercado Municipal de Curi-
berdade, prédio histórico onde abrigou a
tiba e da Centrais de Abastecimento do
antiga sede do poder municipal.
No Paraná, o Projeto teve três fases. A pri-
oficinas de design e inovação. A última etapa consistiu na escolha dos produtos.
18
plo, quantos restaurantes que você conhece
Ariane conta que há algum tempo decidiu lar-
network e também de produzir algo para mi-
O primeiro setor econômico impactado foi a construção civil, com a exigência de adequações urbanas e obras, muitas feitas com o PAC Copa
Marquelatas e porta-blocos adesivo SouCuritiba
O terceiro campo de impacto é o turismo, o que envolve hospedagem, alimentação,
Crescendo na hora certa
“O pano de fundo era produzir lembranças
agenciamento de receptivo, transporte, en-
com a cara de Curitiba e que pudessem ser
tre outros. “É a oportunidade de melhorar a
comercializadas em grandes eventos como a
competitividade dos elos produtivos do tu-
Copa”, diz Patrícia Albanez. Outra preocupa-
rismo. Esses estabelecimentos podem sair
ção foi não se restringir ao conceito de arte-
de um patamar de competitividade para um
sanato, que, segundo a consultora do Se-
mais alto, com turistas estrangeiros e mesmo
brae/PR, limitava os modos de produção de
nacionais que vêm com poder aquisitivo mais
“Assim, começamos a perceber também a re-
nas Ruas São Francisco e Riachuelo. Muitos
souvenirs. Para ela, o trabalho resultou em
alto e exigências também maiores. Por exem-
lação entre os setores. Os hotéis, os restau-
empresários, em especial donos dos bares e
Paraná (Ceasa-PR), por exemplo.
São inúmeras oportunidades para ampliar seus negócios que, muitas vezes, no dia a dia, os empresários acabam não observando como possíveis
A revitalização já mudou a ‘cara’ do comércio
19
Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen
Fernando Abdul Hak, empresário, aposta na ampliação de seu empreendimento para atrair clientes restaurantes existentes na região, estão
O próprio Fernando Abdul está investindo na
aproveitando para se capacitar. Com as con-
ampliação da área externa de atendimento
sultorias do Sebrae/PR e Fecomércio, estão
no seu Oriente Árabe. De 65 lugares, a casa
aprendendo a ‘repaginar’ vitrines, reorgani-
passará para uma capacidade de 110 lugares.
zar mercadorias, qualificar empregados,
“Começamos a pensar em aumentar a partir
além de aperfeiçoar aspectos relacionados à administração e à contabilidade. Com isso, os empresários estão se preparando não apenas para o Mundial, mas também para o mercado, cada vez mais competitivo.
da metade de 2012, pensando na Copa e também no crescimento de turistas que hoje
O Programa Sebrae 2014, em execução em
vêm para Curitiba. Com o projeto de revitali-
12 estados brasileiros, onde estão localiza-
zação, que está deixando o lugar mais atra-
das as cidades-sede da Copa, é destaque no
ente, a ideia foi aumentar a nossa área exter-
Paraná. Uma das soluções oferecidas aos empresários participantes é o Alerta da
Em meio a esse processo, donos de estabe-
na, que privilegia a vista do lugar.” De acordo
lecimentos sentiram a necessidade de se
com o empresário, o objetivo é aumentar em
tendências sobre questões relacionadas ao
15% o faturamento do restaurante com a am-
tema. Com o uso de ferramentas de inteli-
pliação. O segundo passo, segundo ele, será
gência competitiva, o Alerta da Copa traduz
organizar para melhor atender os turistas e a população local e criaram a Rede Empresarial do Centro Histórico, que hoje conta com 19 empresas filiadas, sendo dez do ramo da gastronomia. “Nossa região estava muito degradada e nós percebemos que tínhamos que fazer algo para mudar essa visão”, conta o presi-
aumentar a cozinha, que agora se tornou pequena para atender a nova clientela. “Assim como os empresários do Centro Histórico de Curitiba, os empresários do Paraná estão de olho nas oportunidades que o Mun-
dente da Rede, Fernando Abdul Hak, pro-
dial apresenta. “O Programa conseguiu ante-
prietário do Oriente Árabe, tradicional res-
cipar ações que as empresas, talvez, só se
taurante da cidade.
preocupassem em fazer mais tarde, lá pelos
Dentro dessa proposta de revitalização comercial, muitos empreendedores estão investindo pesado para melhorar a qualidade e a capacidade de atendimento. O Bar do Alemão,
20
No que o Sebrae/PR pode ajudar
Copa, com a prospecção de informações e
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anos de 2015 ou 2016. Talvez, elas não tivessem feito agora se não fosse a Copa. Outra implicação positiva é o legado que a iniciativa
NÃO EXISTE UM ÚNICO JEITO DE FAZER SUA EMPRESA CRESCER.
Saiba mais
está deixando para os empresários. Tudo o
com 35 anos de existência e capacidade para
que estão conquistando agora, vai permane-
mais de 400 pessoas, por exemplo, comprou a
cer depois da Copa. É o que chamamos de le-
vizinha Casa Vermelha, um imóvel tombado
gado. E o interessante é que nosso trabalho
pelo Patrimônio Histórico de Curitiba, para po-
não acaba aqui. Sempre vai ter mais para fa-
der duplicar sua capacidade de atendimento.
zer”, conclui Aldo Carvalho, do Sebrae/PR.
Para saber mais sobre o Programa Sebrae/PR 2014, acesse o www.sebraepr2014.com.br.
21
com base em informações de mercado, seja
Copa do Mundo que será sediada no País. No
analisado o ambiente para prever as ações
entanto, de acordo com os economistas, o
futuras. O passo seguinte é o gestor organi-
Brasil deve enfrentar o maior déficit em tran-
zar os recursos materiais e humanos, dirigin-
sações correntes da história.
do-os para os setores essenciais.
O desequilíbrio nas contas públicas e o risco
E, por último, na avaliação de Joel Souza e
de inflação em patamares elevados também
Silva, o empresário precisa saber como está
são preocupantes, segundo a análise do eco-
caminhando o seu empreendimento, por
nomista Gilmar Mendes Lourenço, diretor-
meio da implantação de um sistema de con-
-presidente do Instituto Paranaense de De-
trole, que deve ser permanente, principal-
senvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
mente diante de um cenário econômico tão
Esse cenário amplia os desafios para as mi-
delicado como o previsto.
cro e pequenas empresas.
te. “Independentemente de qualquer adver-
sempenho acanhado da economia mundial e
sidade, a primeira orientação é para que o
o calendário eleitoral – em 2014, estão pre-
empresário acredite em seu negócio, depois
vistas eleições para presidente, deputados e
trabalhe com afinco para obter sucesso.”
senadores - devem forçar o governo a con-
Joel Souza e Silva afirma que o primeiro pas-
econômico amparado no mercado interno.
mento, tanto para quem está começando quanto para quem já tem um negócio esta-
que exigirá juros elevados para segurar as
belecido. Ele ressalta que a economia é mo-
pressões inflacionárias”, avalia. O economis-
vida por eventos específicos.
ta credita à Copa mais alvoroço e entrada de
No caso do turismo, as organizações que
cos reais.
da Copa. Os reflexos do evento não ficarão restritos às cidades-sede dos jogos e devem
deve resultar em aumento de gasto público,
apresentar impacto em toda a região. “Cabe
provocando maior deterioração da capacida-
ao empresário, do setor ou não, antever o
de orçamentária e financeira do governo.
futuro para atuar no presente. Ou seja: pen-
tentativa de sufocar os focos inflacionários e
sar no que eu posso oferecer aos visitantes que vierem para a cidade onde eu atuo. Isso
atrair capitais de curto prazo.
é planejar.”
“Nesse contexto, as empresas têm de privi-
Um bom planejamento, no entendimento do
legiar a maior racionalidade nas decisões de
Independentemente da adversidade, a orientação é para que o empresário acredite em seu negócio, e depois trabalhe com afinco para obter sucesso
atuam no ramo terão mais trabalho no ano
Em relação às eleições, afirma que o pleito
Por isso, os juros permanecerão altos, na
(e de desafios)
so de qualquer empreendedor é o planeja-
“Principalmente pela via do gasto público, o
dólares no Brasil do que impactos econômi-
2014, ano promissor
“Se você não controla, não gerencia”, adver-
Lourenço explica que a continuidade do de-
centrar suas apostas em um crescimento
Serviço
O especialista aponta que no planejamento,
para a economia brasileira, em função da
professor de Administração UFPR, é feito
endividamento e postergar planos mais arrojados. As escolhas estratégicas mais encorpadas deverão ser agendadas para 2015”, aconselha o economista do Ipardes. Mas como enfrentar os desafios de 2014 e manter resultados satisfatórios nos negó-
Foto: Luiz Costa/La Imagen
Perspectivas
O ano de 2014 tem tudo para ser promissor
cios? Para o professor de Administração da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e conselheiro do Sebrae/PR, Joel Souza e Silva, o cenário pode parecer complicado, mas os empresários não podem perder o otimismo.
Para enfrentar possíveis adversidades, como risco de inflação, micro e pequenas empresas devem planejar, organizar, e controlar seus negócios
Ele afirma que os micro e pequenos negócios devem fechar o ano com resultados positivos. “Crescimento sempre vai ter. Pode ser que menor do que nos outros anos, mas vai ter, até mesmo em função do crescimento populacional”, diz. Para tanto, Joel Souza e Silva orienta os empreendedores a planejar, orga-
Por Ana Ehlert
22
nizar, dirigir e controlar seus negócios.
Joel Souza e Silva, professor do curso de Administração da UFPR e conselheiro do Sebrae/PR 23
Foto: Divulgação
“Com a alta do dólar, além do aumento da
dois. Para atender a demanda, a empresa
demanda por conta dos grandes eventos es-
deve dobrar a frota, de 15 para 30 bicicle-
portivos, podemos prever um aumento de
tas. “A nossa meta é chegar a pelo menos
turistas estrangeiros”, destaca. Gustavo Car-
50 bikes até maio de 2014”, contabiliza Gus-
valho relata ainda que as condições que faci-
tavo Carvalho.
litam a vinda de turistas estrangeiros ao Brasil são as mesmas que desestimulam a saída do brasileiro para o exterior. “Isso nos dá um panorama positivo do aumento do turismo doméstico, o que também é positivo.”
O empresário credita o otimismo ao produto oferecido que, na sua avaliação, tem valor
Planejar - Olhar o que aconteceu.
agregado alto em comparação ao preço. De
Analisar o ambiente e preparar ações para o futuro.
acordo com ele, o serviço oferece exclusividade se aproximando, cada vez mais, do con-
A KuritBike é uma empresa inovadora que,
ceito de turismo de experiência, que é muito
há três anos, foi a primeira de Curitiba a ofe-
valorizado pela nova tendência do turismo
recer pacotes turísticos cujos trajetos são
mundial. “Tudo isso nos coloca em uma posi-
feitos de bicicleta. Os preços partem de R$
ção de destaque no mercado do turismo de
60 por pessoa, para passeios em grupos.
lazer em Curitiba.”
Atualmente oferece oito roteiros, com
Para conseguir vencer os desafios de 2014, a
guias, em que o cliente pode conhecer a ci-
KuritBike tem como meta ampliar a presen-
dade e a região de acordo com seu interesse.
ça no mercado turístico da cidade, formando
No passeio visitam bares, museus, parques,
parcerias com hotéis, diversificando a clien-
cafés e a Estrada da Graciosa. Um novo rotei-
tela com projetos voltados também à popu-
ro deve ainda ser lançado e, em 2014, mais
lação da cidade, aumentando o portfólio de roteiros para atender públicos mais segmentados. Gustavo Carvalho afirma que preten-
Giselle Mattos Leão Abdanur, empresária de Guarapuava, vai investir em planejamento e relacionamento com clientes com estudo de mercado e informações cla-
Pesquisa, planejamento e controle Recomendações para ter um negócio bem-sucedido
ras. Elas podem ser coletadas por meio de pesquisas (quantitativas e/ou qualitativas), observação e estudo do ambiente, além de índices de desenvolvimento econômico e populacional, obtidos junto a institutos de
1 2
sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Federação do Comércio (Fecomércio), Federa-
3
ção das Indústrias do Estado do Paraná
Atenda bem os clientes, que são a razão de ser do seu negócio Cumpra tudo o que prometeu. Por isso, pense antes de prometer
“Ler, conversar com pessoas do ramo e com os seus clientes para saber se as expectativas deles estão sendo atendidas é também uma forma de estudar e aprender. Pois o cliente é a razão de ser do seu negócio”, afir-
4
O proprietário da empresa KuritBike Cicloturismo Urbano, Gustavo Carvalho, espera crescer apesar da adversidade. De acordo com ele, a área do turismo segue as tendências gerais da economia. Mas, às vezes, o que
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7
Tenha sempre bom humor Tenha sempre a mão os controles que ajudam você a avaliar os resultados do seu negócio Tome decisões com base em informações confiáveis, fazendo pesquisa ou consultando sites, publicações especializadas e institutos de pesquisa
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Fonte: Joel Souza e Silva, da UFPR
às pessoas competentes para a ação.
Controlar - Monitorar os resultados constantemente para alimentar o planejamento.
Fonte: Joel Souza e Silva, da UFPR
planejamento voltado à fidelização dos clien-
Ele também planeja uma série de mudanças
tes e atração de mais público com promoção
na gestão da empresa, para aumentar o con-
de eventos. Ela conta que, devido ao fato de a
trole sobre a qualidade do serviço, o fatura-
loja ficar em frente a uma escola, os jogos da
mento e investir na capacitação da equipe.
Copa podem até atrapalhar, em função do ca-
Entre as ações previstas está o monitora-
lendário escolar, que prevê a dispensa dos
mento de cada bicicleta, para melhorar o
alunos nos dias dos jogos da Seleção Brasilei-
aproveitamento e reduzir a taxa de ociosida-
ra e nas finais do campeonato.
de do equipamento. “Essa consciência per-
Uma saída, de acordo com Giselle, será trans-
No que o Sebrae/PR pode ajudar
mitir os jogos em um telão no espaço do café,
Cuidados redobrados na gestão
oferecendo uma opção de lazer diferenciada
Em Guarapuava, a 250 quilômetros de Curiti-
“Estabeleci laços de amizades com a minha
mas e soluções empresariais, com foco em
ba, a empresária Giselle Mattos Leão Abda-
clientela, que acaba sempre me ajudando com
desenvolvimento de empreendedores; impul-
nur vê com cautela o rumo do seu empreendi-
dicas de produtos que eu posso oferecer.”
so a empresas avançadas; competitividade
com o Dom Henrique Empório & Delicatessen
aos clientes, com degustação de produtos.
Para driblar as limitações do mercado local,
O Sebrae/PR oferece palestras, orientações, capacitações, treinamentos, projetos, progra-
setorial; promoção de ambiente favorável para os negócios; tecnologia e inovação; aces-
Giselle se diferenciou com o mix variado de
so ao crédito; acesso ao mercado; parcerias
produtos que oferece. No empório, que co-
internacionais; redes de cooperação; e forma-
cenário econômico de inflação e dólar alto,
meçou basicamente com bebidas e presen-
ção de líderes. Ligue para 0800 570 0800 e
previsto, influi diretamente no seu dia a dia.
tes voltados para utilidades domésticas, a
agende uma consultoria.
pães especiais e presentes –, ela afirma que o
“Trabalho muito com produtos importados e, neste ano, além da oscilação do dólar, tivemos a substituição tributária, que elevou os
é ruim para alguns setores pode ser favorável para outros.
sede da empresa.
– onde vende produtos importados, cafés,
ma Joel Souza e Silva.
Do limão, uma limonada
Faça tudo como se fosse para você
Dirigir - Alocar os recursos junto
Cabe ao empresário, independente do setor em que trabalha, antever o futuro para atuar no presente, de forma competitiva
de locação de bicicletas que hoje oferece na
mento em 2014. Trabalhando há seis anos
(Fiep) e Ibope Mídia, dentre outras.
Organizar - Definir como irá usar os recursos materiais, tecnológicos e humanos.
de estender aos hotéis parceiros o serviço
mitirá o aumento da nossa produtividade.”
pesquisas conceituados, como Instituto Bra-
Conversar com pessoas do ramo e com clientes para saber se as expectativas estão sendo atendidas é também uma forma de estudar e aprender
Seja ético em seu negócio
Método de gerenciamento para melhoria contínua
nossos custos com as bebidas em 30%”, explica. Em vigor desde 1º de março, esse sistema tributário prevê a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no momento em que o produto sai da fábrica.
implantação da cafeteria e da panificação, esta última em outubro, ajudou a fortalecer o negócio com o giro do dia a dia. O clima frio que predomina em Guarapuava favorece o empreendimento. “Quando nevou, em ju-
Saiba mais
lho deste ano, o café ficou bastante movimentado. Para 2014, embora os desafios sejam imensos, com um bom planejamento e cultivo da boa relação com os clientes, vou
Giselle afirma que a saída será redobrar os
buscar agregar ainda mais valor ao meu ne-
cuidados na administração do negócio com
gócio”, pontua.
Quer saber mais sobre planejamento, organização e controles? Acesse o Portal do Sebrae/PR, no www.sebraepr.com.br.
25
Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen
medo de futuros empreendedores. “No Bra-
normal. E poderá ser saudável para o seu
sil, é difícil abrir um negócio e o empresário
negócio. Um dos maiores medos dos brasi-
arca com cargas tributárias e custos altos.
leiros quando querem empreender é o de
Além disso, quando o negócio não deu certo,
errar. Afinal, ali se está investindo tempo e
muitas vezes, fica marcado, as instituições
capital. Além disso, há o estigma do fracas-
financeiras colocam mais dificuldades para
so. No entanto, os erros fazem parte dos
disponibilizar crédito”, aponta. Porém, Afon-
riscos e devem ser levados em considera-
so Cozzi ressalta que as incertezas, a cultura
ção de forma positiva e, muitas vezes, são
e o ambiente regulatório são obstáculos que
até necessários para o sucesso.
podem e devem ser superados.
Lembre-se de quando aprendeu a dirigir.
Boa hora para errar
No início, provavelmente, conduzia o carro aos trancos, deixava o motor morrer, tinha
Apesar de o erro ser importante para o
medo de arrancar em grandes ladeiras... e
aprendizado e para o sucesso do negócio, é
hoje é fácil e automático. Sair no meio do
preciso que seja controlado. Isto é, o empre-
trânsito sem experiência é um risco. Empre-
endedor tem que estar ciente que há fases
ender um novo negócio também. Mas é ne-
mais críticas onde é importante que as gran-
cessário, pois arriscar significa aprender
des lições já tenham sido aprendidas antes.
importantes lições e ganhar prática.
criar um novo negócio precisa primeiro de
Podemos encarar como um processo de
um conceito do produto ou serviço, depois
aprendizagem ou culpa. Na primeira opção,
montar um plano de negócios para então
este pode ser uma poderosa alavanca, possi-
montar o empreendimento. E assim faz um
bilitando ricas reflexões sobre estratégias e
investimento muito grande antes de sair
atitudes. Já na segunda pode conduzir a
para o mercado. Aí o medo é maior porque
uma espiral negativa de culpa, fracasso e por
não houve um teste de mercado”, explica o
fim desistência”, afirma o gerente de Desen-
professor Afonso Cozzi.
volvimento de Soluções do Sebrae/PR, Rainer Junges.
O empresário Diego Sampaio transformou o medo em motivação para novos desafios
Errar nem sempre é sinal de fracasso Os erros são parte dos riscos e devem ser levados em consideração de forma positiva e, muitas vezes, são até necessários para o sucesso
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Para Rainer Junges, do Sebrae/PR, esta fase do protótipo. E, segundo ele, é justa-
casso é malvisto. Junges aponta que basta
mente pela dificuldade em lidar com o erro
avaliar como as instituições brasileiras são
que muitos empreendedores não vão ao
intolerantes ao insucesso de algumas ações
mercado para testar a aceitação do produto
inovadoras. Segundo ele, este é um grande
antes de abrir o negócio.
empecilho no processo empreendedor brasileiro. “Em países com cultura empreendedora mais madura, o insucesso faz parte da história de grandes empreendedores. Em diversos países, uma das condições que pontua favoravelmente na obtenção de investimentos é ter experimentado negócios malsucedidos, pois isso é experiência, aprendizado”, conta.
Na hora de empreender, erro deve ser encarado como parte do aprendizado e não como desculpa para deixar de correr riscos e inovar
fase de ir ao mercado antes de investir é a
No Brasil, a cultura do erro é punitiva, o fra-
“Ao montar o protótipo e testar o produto/ conceito no mercado o futuro empreendedor tende a ter interações positivas. Boas ideias surgem, encontram-se bons mentores, recebe feedback (realimentação) de possíveis clientes e nesse fluxo positivo de
forma como normalmente se lida com o fra-
aprendizagem é que se constrói uma fór-
casso no Brasil pode fazer com que o em-
mula para iniciar o negócio. Se o empreen-
preendedor desista quando está, mesmo
dedor optar por lançar um produto ou em-
sem saber, no caminho do sucesso. “Quem
“A escola nos educa muito mais para sermos
preender eliminando esta fase de validação,
empregados do que para seremos empre-
também receberá este feedback, provavel-
endedores. A aversão em fazer algo por
mente, custe muito mais caro pois investi-
conta é natural. Somos treinados para en-
mentos já ocorreram e compromissos finan-
trar em uma empresa que já está funcionan-
ceiros já foram assumidos”, acredita. E para
do. E uma das características do empreen-
levar o produto ou serviço ao mercado não
dedor é que ele não sabe o que vai
é preciso perfeição. Rainer Junges reco-
acontecer no futuro. Ele tem que criar o fu-
menda que se monte algo simples que per-
turo”, resume o professor e coordenador
mita mostrar o conceito e propiciar a expe-
tra ideia”, destaca.
do Núcleo de Empreendedorismo da Fun-
riência de consumo.
“É importante ter em mente que não há his-
A importância de testar o produto evita não
tórias de sucesso sem erros. Grandes em-
Além das incertezas e da cultura brasileira,
só a perda de dinheiro, mas também é mais
preendedores erram. Porém, a diferença
o professor também aponta o ambiente re-
uma garantia de que o empreendedor vai
entre sucesso e fracasso está na forma de
gulatório do País como uma das causas do
seguir em frente. Segundo Rainer Junges, a
lidar com o erro”, completa Rainer Junges.
dação Dom Cabral, Afonso Cozzi. Por Andréa Bordinhão
“A visão que a maioria tem hoje é que ao
“Existem duas formas de lidar com o erro.
Comportamento
Paradigma
Você vai errar. Talvez, várias vezes. E, sim, é
parte direto para o negócio acaba expondo-se a um risco maior. Tem muitos empreendedores que fizeram isso e foram bem-sucedidos. Não se deve generalizar. Mas uma vez que o empreendedor fracassou o sentimento de derrota pode impossibilitar que ele empreenda novamente ou busque ou-
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
“Nas culturas em que existe maior tolerância ao erro percebe-se pessoas mais seguras para empreender com produtos e abordagens diferentes. Isso tem uma correlação
O empreendedor tem que estar ciente que há fases mais críticas onde é importante que as grandes lições já tenham sido aprendidas antes
muito forte com a inovação. A cultura do Brasil não favorece neste sentido, e percebemos sua fragilidade principalmente no empreendedor inovador. Segundo a pesquisa GEM apenas 3% dos empreendimentos brasileiros são inovadores. Se partirmos da premissa que errar é fracassar e não parte do processo de aprendizagem, a tendência de buscar modelos mais seguros e conservadores é iminente”, avalia Rainer Junges.
Um dia sol, outro nublado O medo de errar prejudica muitos empre-
Para Rufo Paganini, muitos empresários lançam produtos que o mercado não quer
endedores em potencial, poda muitas
Afonso Cozzi, professor da Fundação Dom Cabral: parcerias diminuem riscos
ideias inovadoras. Mas as histórias de quem
deração a grande quantidade de dias nubla-
automaticamente. Ele é voltado para qual-
superou esse medo são motivadoras. O em-
dos em Curitiba e que nesses dias menos
quer um que queira investir, inclusive leigos
presário Diego Sampaio é um exemplo.
pessoas tendem a lavar seus carros. “Com
no assunto. Para disponibilizá-lo, a empresa
Hoje ele está no comando da Giver, empre-
essa experiência, entendi que não tinha es-
cobra taxas de assinatura.
sa que presta serviços de cartão-presente e
tudado o mercado a exaustão”, conta.
sistemas de fidelidade para outras de maior parte. Mas para chegar lá, o caminho foi
de negócio que tem que ser escalável e re-
área de internet, com 17 anos. Eu não tinha
petível. E a empresa de Paganini não esta-
experiência nenhuma de mercado de traba-
va dentro desse conceito, pois trabalhando
cheio de percalços.
Já diz o ditado que duas cabeças pensam
Sampaio conta que teve outros cinco negó-
lho. Em paralelo, abri outros negócios. E
sob demanda isso não é possível. “Não vali-
melhor que uma. Segundo o professor
cios antes da sua empresa atual – bem e
cada um me ensinou coisas diferentes”,
damos profundamente o modelo de negó-
Afonso Cozzi, da Dom Cabral, a busca de
malsucedidos. Um dos seus primeiros negó-
afirma. “É importante errar. Não tem nin-
cio. E hoje vejo que esse é um erro clássico
boas parcerias minimizam as chances de er-
cios era lavagem automotiva delivery. Die-
guém que faça sucesso que não tenha erra-
entre os empreendedores”, afirma. “Du-
rar. Ou ao menos ajudam a diminuir o medo
go Sampaio ia aos estacionamentos das
do. Para tocar um negócio, é preciso experi-
rante três anos, aprendemos muito, conhe-
de errar, que impede o empreendedor de
empresas oferecer seus serviços. Porém,
ência, coisa que não se aprende nos livros”,
cemos diversas plataformas para desenvol-
tocar sua ideia adiante.
em seu planejamento não levou em consi-
completa Diego Sampaio.
vimento de softwares, mas não ganhávamos
As consultorias oferecidas pelo Sebrae/PR são importantes porque permitem a troca de ideias sobre problemas e possíveis soluções. O Sebrae está em todo o Estado, por meio de escritórios e pontos de atendimento. Procure o Sebrae e converse sobre o futuro do seu negócio. Ligue 0800 570 0800.
dinheiro”, relembra.
Olhar para o cliente Foto: Luiz Costa/La Imagen
importante ser seletivo e buscar alguém que
Saiba mais
Em outro ponto, o empresário também re-
À frente de sua segunda empresa, Rufo Pa-
força a tese dos especialistas. “Aprendi que
ganini, CEO da startup Dod Robôs Investido-
é muito importante validar o produto. É
res, nascida em Francisco Beltrão, no sudo-
preciso prototipar e levar para os clientes.
Livros
este do Paraná, viu o rumo dos seus
Assim, é possível sentir o que o mercado
“O Melhor do Mundo - Saiba Quando
negócios mudar após três anos de trabalho.
quer e depois é só lapidar, fazer as melho-
Insistir e Quando Desistir”, de Seth Godin.
Ele sempre teve um bom produto, mas em
rias necessárias. Muitos empresários laçam
“Antifragile: Things that gain from
O medo de errar é extremamente nocivo à
certo momento concluiu que teria mais su-
o produto que eles idealizaram, mas na rea-
disorder”, de Nassim Nicholas Taleb.
inovação. Afinal, na insegurança, a tendên-
cesso se apostasse em outra vertente. E,
lidade não é o que mercado quer.”
sem medo de dizer que seguiu por alguns
“A Startup Enxuta”, de Eric Ries.
cia é de repetir modelos e comportamentos conhecidos, a mesma situação ocorre com
caminhos tortuosos antes de chegar à fór-
negócios. “Esse processo não acontece so-
mula ideal, garante que aprendeu muito e
mente com novos empreendimentos, mas
agora está satisfeito com o resultado.
também em empresas consolidadas. Fala-se
Paganini desenvolvia robôs (softwares), sob
muito em inovação, mas quem erra é puni-
centenas de startups, a empresa de Paganini
demanda, para grandes empresas que traba-
foi uma das poucas contempladas pelo Pro-
do ou o erro é simplesmente ignorado e
lham com investimentos na Bolsa de Valores.
grama Startup Brasil. O Programa é uma ini-
não ‘processado’, o que não possibilita a
Porém, ele conta que percebeu que o seu cus-
ciativa do governo federal, criada pelo Minis-
aprendizagem. O cuidado a ser tomado é
to era muito grande, principalmente em pes-
tério da Ciência, Tecnologia e Inovação
não confundir falha por desleixo, com fa-
soal já que cada projeto era diferente do ou-
(MCTI), para apoiar as empresas nascentes
lhas no processo de inovação ou por tentar
tro, e o negócio não dava lucro. Após três
de base tecnológica. “Muitos empreendedo-
www.endeavor.org.br/artigos/estrategia-
algo diferente, o primeiro caso é que deve
anos, resolveu desenvolver seu próprio pro-
res têm medo de ousar. Mas é preciso ir atrás
-crescimento/modelo-de-negocios/
duto e passou a oferecer um único software
de clientes estratégicos e de programas de
prototipos-por-que-faze-los
que faz diversas análises e investe na Bolsa
incentivos”, finaliza o empresário.
complemente seu conhecimento. E ter um sócio que possa compartilhar a parte financeira também gera mais segurança”, afirma.
Inovação é prejudicada
ser repudiado”, analisa o gerente do Sebrae/PR, Rainer Junges.
28
Uma startup, por definição, é um modelo
“Eu montei minha primeira empresa, na
Parcerias minimizam erros
“Ter sócios significa dividir os riscos. Então é
Nas culturas em que se lida de forma mais favorável ao erro percebe-se que as pessoas sentem mais vontade de empreender em coisas diferentes
No que o Sebrae/PR pode ajudar
Rainer Junges, gerente do Sebrae/PR
Após a mudança de rumo, a empresa de Rufo Paganini entrou em um nicho de mer-
Artigos
cado novo no Brasil e, além de mais clientes,
“A cultura do fracasso”, de Romero
ganhou destaque e investimentos. Entre
Rodrigues. www.endeavor.org.br/artigos/start-up/ aprendendo-a-ser-empreendedor/a-cultura-do-fracasso “Protótipos: por que fazê-los?”, de Roberto Alcântara.
29
Beto Richa espera que com essa lei novas
empresas do Paraná. No dia 1º de novem-
empresas sejam instaladas no Paraná e
bro deste ano, o governo do Estado san-
ocorra a ampliação das já existentes. Ele
cionou a Lei Geral da Micro e Pequena Em-
também tem certeza que, com a Lei Geral
presa do Paraná. A partir de agora, as
da Micro e Pequena Empresa do Paraná, o
microempresas e empresas de pequeno
empreendedor se tornará mais competiti-
porte terão, com a legislação estadual, tra-
vo. “Micro e pequenos empresários pas-
tamento diferenciado no Paraná, que foi o
sam a contar com uma série de benefícios
sétimo estado brasileiro a instituir uma Lei
que incentivam o empreendedorismo, a
Geral Estadual, mas o primeiro da região
inovação e a sustentação dos negócios no
sul do País.
mercado formal.”
A legislação, que ainda precisa ser regula-
“O Paraná tem facilitado investimentos no
mentada, contém uma série de benefícios
setor produtivo, na geração de emprego e
que incentivam o empreendedorismo, a
no fomento ao desenvolvimento econômi-
inovação, a formalização, o acesso a com-
co e social. Segundo o IBGE (Instituto Bra-
pras públicas e a adoção de procedimentos
sileiro de Geografia e Estatística), em seu
simplificados para a abertura de pequenos
mais recente estudo, o Estado teve o
negócios em todo o Paraná.
maior crescimento industrial do Brasil, não
Entre as vantagens que as micro e pequenas empresas paranaenses terão com a nova lei estão a isenção de taxas, emolu-
beneficia pequenos negócios
Governo sanciona Lei Geral Estadual e é o sétimo estado a instituir tratamento diferenciado para micro e pequenas empresas
Beto Richa, reafirma o compromisso com pe-
do – em casos de abertura, inscrição,
queno empresário, que é o motor da econo-
registro, alvará, licença, alterações cadas-
mia e precisa de toda a atenção do Estado.
trais e baixas.
“O Paraná avança no caminho certo para fortalecer esse que é um dos mais importantes setores da nossa economia”, destaca.
em cartórios quando o pequeno empreen-
Na avaliação do governador, a legislação
dedor abrir, alterar ou fechar algum negó-
estadual também deve estimular os muni-
cio. Já as taxas de emissão de certidão,
cípios paranaenses a criar suas próprias
pela Junta Comercial, também devem ser
leis. “É importante que tenhamos mecanis-
reduzidas em até 50% para essas empre-
mos para dar suporte ao empreendedoris-
sas. A proposta de redução será analisada
mo e ao desenvolvimento local”, completa.
pelo conselho administrativo do órgão.
rativo do Sebrae/PR, João Paulo Koslo-
tância de o Paraná ter uma lei estadual que
vski, acredita que a legislação dará dina-
assegure melhores condições de operação
mismo ao empreendedorismo e às micro e
para micro e pequenas empresas, que re-
pequenas empresas paranaenses. “Os pe-
presentam 99% das empresas paranaenses
quenos negócios necessitam de um am-
e geram cerca de 1,2 milhão de empregos.
biente favorável para o desenvolvimen-
“Criamos no Paraná, comprovadamente, o
to.” Para Koslovski, que também é o
melhor ambiente para a instalação e opera-
presidente da Organização das Cooperati-
ção de micro e pequenas empresas”, diz o
vas do Estado do Paraná (Ocepar), as mi-
governador, citando pesquisa da Confede-
cro e pequenas empresas precisam ser
ração Nacional da Indústria (CNI) e do Se-
valorizadas, porque são a força dos muni-
brae Nacional que aponta o Estado como o
cípios, estados e País.
único a possuir uma alíquota tributária inferior a do Simples Nacional. A alíquota média
to da empresa.
O Fórum Permanente, formado pelo próprio governo e instituições privadas representativas, teve papel fundamental na aprovação da Lei Geral Estadual
Também o presidente do Conselho Delibe-
O governador Beto Richa ressalta a impor-
mento, em média, é de 4,6 % do faturamen-
30
níveis de investimentos.” A criação da Lei Geral Estadual, segundo
nacional é de 5,5% e no Paraná o recolhi-
Por Mirian Gasparin
em toda a cadeia produtiva, em todos os
gãos e entidades administradas pelo Esta-
dispensados do reconhecimento de firma
Lei no Paraná
obstante, a necessidade de trabalharmos
mentos e outros custos cobrados pelos ór-
Os pequenos negócios também ficarão
Beto Richa, governador do Paraná
Mercado
Foto: Agência de Notícias do Paraná - Departamento Fotográfico - SECS
Legislação
Uma boa notícia para as micro e pequenas
Na avaliação de Koslovski, a legislação estadual ajudará a diminuir a taxa de mortalidade dos pequenos negócios, hoje estimada em 25% nos dois primeiros anos de vida, considerado o mais crítico nos pequenos ne-
“Essa lei vem ao encontro dessas necessida-
gócios. “Há dez anos, a mortalidade era de
des, garantindo, de fato, um ambiente propí-
50%. Conseguimos, num trabalho conjunto
cio para os empreendedores investirem, ge-
entre a Secretaria de Estado da Indústria
rando riquezas em todos os municípios do
Comércio e Assuntos do Mercosul, Secreta-
Estado e também oportunidades de trabalho.”
ria de Estado da Fazenda e Sebrae/PR, au-
31
Foto: La Imagen
mentar os índices de sobrevivência, mas ainda é possível melhorar mais.”
Principais pontos da Lei Geral Estadual
Para o presidente da Junta Comercial, Ardisson Naim Akel, o grande problema do Brasil hoje é a informalidade, que concorre deslealmente com aqueles empresários que pagam corretamente seus funcionários. “Tudo o que o Estado tem feito é no sentido de apoiar a formalização desses empreendimentos”, destaca. A Lei Geral Estadual tem como base os princípios do Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, também conhecido como Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em vigor no País desde 2006 e que instituiu menos impostos, menos burocracia, novos mercados, acesso ao crédito, entre outros.
A lei vai contribuir para o fortalecimento da economia e garantir emprego e renda, diminuindo a burocracia e tributos pagos pelos pequenos empresários
A Lei Geral Estadual também vai favorecer as microempresas e empresas de pequeno porte do Paraná nos processos de compras públicas, de modo que elas tenham tratamento diferenciado no contrato de licitações. Será estabelecida ainda uma política para ampliar a participação dessas empresas no valor global das exportações paranaenses, com a redução de custos, financiamentos e ações para promover a cultura exportadora. O Estado criará linhas de crédito especiais para o micro empresário, com taxas de juros baratas e longo tempo de amortização. Órgãos como a Fomento Paraná e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) vão operacionalizar o acesso aos financiamentos. Outra frente de apoio ao cré-
João Paulo Koslovski, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR
Foto: Assembleia
Redução em até 50% das taxas de emissão de certidão pela Junta Comercial
Linhas de crédito especiais para microempresários
Formalização do Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Estado do Paraná
prover recursos financeiros para as operações de financiamento às microempresas e empresas de pequeno porte. O governo enviará mensagem à Assembleia Legislativa criando o fundo, que será fiscalizado pelo Tribunal de Contas do Estado. O Estado também criará um fundo de capital de risco para a capitalização dessas empresas.
Microempresas e empresas de pequeno porte serão favorecidas nos processos de compras públicas
O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Valdir Rossoni, esclarece que o projeto de lei das micro e pequenas empresas sancionado pelo governador Beto Richa no início de novembro foi amplamente discutido, mas mesmo assim teve uma tramitação rápida na Assembleia Legislativa. Foi uma ação conjunta de todos os deputados para que fosse aprovado
“Essa lei vai contribuir para o fortalecimento da economia e garantir emprego e renda aos paranaenses, diminuindo a burocracia e alguns impostos pagos pelos pequenos empresários. Com a lei em vigor, esperamos incrementar essa faixa empresarial que
dos os representantes de entidades que
para isso conversaremos e trabalharemos
nesses últimos dois anos estiveram presen-
em conjunto com a Secretaria de Ciência e
tes nas discussões. O mérito da aprovação
Tecnologia e com as entidades que com-
da lei é na maior parte do Fórum e nós nos
põem o Fórum Permanente”, assinala.
orgulhamos disso”, afirma.
Santinoni entende que o eixo Compras Pú-
Para Santinoni, os eixos inovação e tecnolo-
blicas já está bem encaminhado. Segundo
gia, desburocratização e compras públicas,
ele, já existe um convênio que trabalha
previstos na Lei Geral Estadual, são de fun-
esse quesito e que prevê, por exemplo, um
damental importância e merecem trata-
novo portal, para estimular a participação
mento especial, sobretudo porque têm im-
de micro e pequenas empresas paranaen-
e 80% do ICMS (Imposto sobre e Circulação
pacto direto nos pequenos negócios e
ses em licitações do governo estadual. “A
de Mercadorias e Serviços) arrecadado no
podem potencializar ainda mais o poder
Lei Geral Estadual vai facilitar ainda a im-
Estado”, justifica Rossoni.
das micro e pequenas empresas na geração
plantação da legislação em municípios, já
de empregos e renda.
que servirá como um modelo no apoio aos
hoje representa 65% dos empregos formais
O presidente da Confederação Nacional
32
Dispensa do reconhecimento de firma em cartórios quando o pequeno empreendedor abrir, alterar ou fechar algum negócio
dito será a criação de um Fundo de Aval para
com brevidade.
Valdir Rossoni, presidente da Assembleia Legislativa
Isenção de taxas, emolumentos e outros custos em casos de abertura, inscrição, registro, alvará, licença, alterações cadastrais e baixas
pequenos negócios. A lei estadual auxiliará
das Micro e Pequenas Empresas e dos Em-
De acordo com a Lei Geral Estadual, 20%
preendedores Individuais (Conampe) e con-
dos recursos do Estado aplicados em inova-
selheiro do Sebrae/PR, Ercílio Santinoni,
ção e tecnologia devem ter como foco solu-
lembra que a aprovação da lei percorreu
ções para micro e pequenas empresas. “Isso
grande percurso, entre consultas em diver-
representará R$ 56 milhões em 2014. Que-
sas secretarias do governo, como também
remos, com essa regulamentação, aprovar
debates exaustivos nas reuniões ordinárias
programas que de fato ajudem os peque-
do Fórum Permanente das Micro e Peque-
nos negócios. Queremos pesquisa aplicada
O presidente da Conampe cita ainda um
nas Empresas do Paraná. “Parabenizo a to-
com foco nas micro e pequenas empresas e
quatro eixo relevante da Lei Geral Estadual,
também na implantação da Redesim (Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios), que dará mais agilidade ao processo de abertura de micro e pequenas empresas”, na sua avaliação.
Ercílio Santinoni, presidente da Conampe 33
Foto: SEIM
Legislação, que ainda precisa ser regulamentada, contém benefícios que incentivam o empreendedorismo, a inovação e a formalização
Ricardo Barros, secretário de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul que diz respeito ao acesso ao crédito pelas
Koslovski que, em agosto deste ano, defen-
micro e pequenas empresas. “Vamos anali-
deu, na tribuna da Assembleia, a aprovação
sar a possibilidade de o governo do Estado
da proposta, agora lei estadual.
instituir um fundo de aval de segundo piso para reforçar o trabalho das Sociedades de Garantia de Crédito (SGC), que ajudam com aval os empresários que buscam financiamentos junto a instituições financeiras. Queremos que cada vez mais as micro e pequenas empresas tenham acesso a crédito com baixas taxas de juro e as SGC contribuem para isso.”
Fórum Permanente A Lei Geral Estadual instituiu formalmente
34
No que o Sebrae/PR pode ajudar
O Fórum paranaense é um dos pioneiros no País e é considerado referência nacional,
O Sebrae/PR trabalha em várias frentes para
informa o secretário da Indústria, Comércio
tornar realidade a Lei Geral da Micro e Pe-
e Assuntos do Mercosul do Paraná, Ricardo
quena Empresa, e seus benefícios para os
Barros. “O Fórum foi fundamental para a
pequenos negócios. A entidade mantém, por
criação da Lei Geral Estadual, trouxe à mesa
exemplo, o Programa Cidade Empreendedo-
diversas entidades e órgãos do setor para
ra, para institucionalizar a Lei Geral nos muni-
debater detalhes da elaboração da legislação. Como resultado, temos a melhor e mais avançada lei do país”, completa. Segundo Barros, o Fórum também liderou
cípios, criando assim um ambiente legal e favorável
aos
pequenos
negócios
e
ao
desenvolvimento. Atualmente, mais de 130 dos 399 municípios do Paraná já aderiram ao Programa. Acesse o www.sebraepr.com.br.
debates e discussões sobre legislação, tri-
o Fórum Permanente das Microempresas e
butação, crédito, capacitação de mão de
Empresas de Pequeno Porte do Estado do
obra, exportação e desburocratização. Hoje
Paraná, que coordenará políticas de desen-
são 18 regionais do Fórum em todo o Para-
volvimento, e elaborará estudos para a pro-
ná. A cada dois meses são feitas reuniões
moção e acompanhamento das micro e pe-
onde são levantadas demandas e propostas
quenas empresas. “O Fórum Permanente,
levando em conta as especificadas das cida-
formado pelo próprio governo e institui-
des e das regiões. “É um trabalho constante
ções privadas representativas, teve um pa-
para melhorar ainda mais o ambiente de
pel fundamental na aprovação da Lei Geral
negócios para os empreendedores parana-
Estadual pela Assembleia Legislativa e na
enses”, afirma. (Colaborou nesta reporta-
transformação do projeto em lei”, reforça
gem a jornalista Francielle Colpani)
Saiba mais Acesse www.seim.pr.gov.br e conheça mais sobre o Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Estado do Paraná.
35
evidente nos corredores dos supermerca-
que as melhores roupas, feitas, na maioria
dos. “É muito fácil perceber isso nas gôndo-
das vezes, pelas mãos delicadas e precisas
las de sabonetes, de cafés e uísques. Não
de mães zelosas, eram para ser usadas em
precisamos ver os preços para perceber-
dias de festa e nas missas aos domingos. Es-
mos quais são os produtos mais caros e os
colher as melhores peças e, também, as mais
mais baratos ali presentes”, explica.
adequadas para causar uma boa impressão, além de demonstrar respeito, faz parte de cultura dos bons hábitos da sociedade.
pelo consumidor. Assim como o da roupa escolhida por alguém quando sai para um encontro romântico.
de destacá-lo dos demais. Essa percepção de cuidado e de respeito, transmitida pela vestimenta escolhida, se repete nas prateleiras dos supermercados e do comércio em geral, quando o consumidor faz a escolha de um produto pela embalagem. Fábio Mestriner, coordenador do Núcleo
Um exemplo de quanto uma boa embalagem pode agregar valor é o da Microcervejaria Wensky Beer, de Araucária, cidade da Região Metropolitana de Curitiba. Há cinco anos produzindo cerveja artesanal, as vendas cresceram 50% depois que a empresa promoveu a remodelação dos rótulos dos nove tipos de cerveja que fabrica.
de Estudos da Embalagem da Escola Supe-
“Nós tínhamos um rótulo feito em gráfica
rior de Propaganda e Marketing (ESPM),
e, depois que fizemos os novos rótulos, to-
cita uma pesquisa da Associação Brasileira
dos os nossos clientes, muitos que viraram
de Embalagem (Abre) que constatou que o
amigos, vieram nos falar que o antigo era
consumidor não separa a embalagem do
muito feio, que não nos falaram antes por
produto. “A embalagem é um item de ava-
vergonha”, conta Luciano Wengrzinski,
liação e referência, cada vez mais relevan-
proprietário da microcervejaria. “Eles afir-
te, na escolha dos produtos. Por isso, ela é
maram que o rótulo não traduzia a quali-
um fator decisivo no novo cenário compe-
dade do que tinha dentro.”
titivo e a pequena empresa precisa dedicar extrema atenção neste item”, defende.
Produzindo cervejas gourmet tipo Pilsen, Vienna Larger, Baltic Porter, Drewna Pina,
Os especialistas em Marketing afirmam que
Munich Dunkel, Red Weizen, American Ipa,
a embalagem agrega valor ao produto. Se-
Amber Ale e American Stout, os produtos da
gundo Mestriner, esse conceito é bastante
Wensky Beer sempre foram comercializados
Os produtos se encontram em igualdade de condições no ponto de venda, pois dependem exclusivamente de suas embalagens para competir e ser vendidos
Foto: Divulgação
Com que ‘roupa’ vou...
principal valor da embalagem atribuído
paração, no planejamento e na apresentavida para um desafio. É uma atenção, capaz
Luciano Wengrzinski, empresário de Araucária, ganhou ao apostar numa nova identidade para seus produtos
A pesquisa da Abre aponta a beleza como
A atitude mostra o cuidado tomado na preção de um indivíduo quando a vida lhe con-
Mercado
Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen
Embalagem
Quem veio de cidade pequena aprendeu
embalar meu produto? Item de avaliação e referência cada vez mais relevante na escolha de produtos, a embalagem merece atenção das micro e pequenas empresas
Por Ana Ehlert
Fábio Mestriner, coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM
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ço médio é de R$ 20 a garrafa. Os produtos da marca estão nos mercados de Pará, Brasília, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. E só não estão em outras praças porque Wengrzinski precisou pôr o pé no ‘freio’ da expansão da empresa por falta de produ-
Sem boa embalagem, produto tem poucas chances no mercado, exigindo alto investimento em marketing – dinheiro que o empreendedor dificilmente dispõe
to. Atualmente, a microcervejaria produz entre 10 mil a 12 mil litros por mês.
Em pé de igualdade Professor de MBA de Marketing da Fundace da Universidade de São Paulo (USP) e autor de livros referenciais sobre design de embalagens, Fábio Mestriner é o criador das curvas da cintura na lata do leite condensado Moça, da Nestlé. Ele defende o diferencial como ponto mais importante na escolha da embalagem. “A forma exclu-
Para 2014, a meta é ampliar em 50% a pro-
siva, diferenciada, é percebida como um
dução, conta o microempresário. “Os novos
valor pelos consumidores. Os componen-
rótulos deram aos nossos produtos maior
tes seguintes são cor, imagens, logotipos
destaque nas prateleiras. Antes, eles fica-
com letras desenhadas e expressivas, ele-
vam meio escondidos e só vendiam porque
mentos visuais de apoio dourados, metali-
eram bons mesmo”, diz Wengrzinski.
zados e assim por diante”, detalha.
Em função do ‘gás’ que os novos rótulos de-
Estima-se que 90% dos produtos em expo-
ram aos negócios, Wengrzinski está moder-
sição nos supermercados não têm apoio de
nizando o parque de máquinas da empresa. O primeiro investimento foi na troca da engarrafadora. Os próximos passos, ainda em 2013, serão a contratação de mais dois funcionários para reforçar o quadro, que conta hoje com cinco trabalhadores. A microcervejaria começou em casa, com apenas duas
Foto: Divulgação
em casas especializadas – em Curitiba, o pre-
‘Cara’ nova das cervejas Wensky sas com marcas tradicionais. Mas, para ob-
de criação da agência. “Conversamos com
ter sucesso, é importante que os produtos
ele para saber mais sobre o produto e o
desenvolvidos por elas tenham boas em-
que ele esperava. Aí saímos a campo para
balagens, compatíveis com o padrão visual
pesquisar e, em dois meses, apresentamos
da categoria em que concorrem.
os novos rótulos”, relata.
marketing a fim de impulsionar as vendas.
Boa ‘roupa’
Uma das dificuldades reveladas por Cate-
Para Mestriner, esse dado, ao contrário de
Não basta ter uma boa ideia ou produto. É
cro e pequena empresa está, às vezes, no
preciso gestar, lapidar, desenvolver e, para
apego a algumas referências. Por serem
ser aceito, é necessário apresentá-lo com
pequenos e artesanais, os negócios geral-
uma imagem capaz de revelar ao mercado
mente começam apenas com familiares in-
o seu real valor. A ‘roupa’ deste produto
teressados em ajudar. Nesse cenário, é co-
precisa vencer o desafio da concorrência, a
mum que os nomes, as embalagens e
desanimador, revela, na verdade, que os produtos se encontram em igualdade de condições no ponto de venda. Pois dependem única e exclusivamente de suas embalagens para competir e serem vendidos. O especialista ressalta que, nesse cenário,
fim de causar uma boa impressão e con-
outros itens sejam feitos pelos filhos, pais
devagar, até por conta das particularidades
a embalagem é a grande oportunidade de
quistar o seu espaço no mercado.
ou outros parentes do empreendedor. E
de nosso produto.”
competição das micro e pequenas empre-
A embalagem deve comunicar ao compra-
nem sempre o mercado entende esse laço
dor todo o cuidado que o fabricante teve
afetivo. Por vezes, essa desatenção pode
na preparação de um produto, da escolha
passar uma mensagem de precariedade e
da matéria-prima ao processo fabril, até
baixa qualidade em relação ao produto.
ele chegar à prateleira do supermercado
“Por remeterem a uma memória emocio-
ou balcão de loja.
nal, nem sempre há uma grande abertura
Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen
pessoas. “Mas o crescimento tem de ser
“Para o micro e pequeno empresário, que trabalha na maioria das vezes de forma ar-
limitados”, explica. Tanto Catenacci quanto Mestriner ressal-
mental e decisiva na hora de destacar o seu
tam a importância do empresário olhar
produto em uma gôndola de supermerca-
com mais cuidado a apresentação do pro-
do”, afirma Henrique Catenacci, diretor de
duto desenvolvido. Ambos afirmam que,
criação da Labis Design Artefice Group, em-
sem uma boa embalagem, um produto tem
presa de comunicação e design de origem
poucas chances no mercado, exigindo alto
italiana, com escritório em Curitiba.
investimento em marketing – dinheiro que
das cervejas artesanais Wensky Beer, res-
início do negócio. “O custo de contratação de um profissio-
com a qualidade do produto. “Sem querer
nal capacitado para desenvolver uma em-
ofender, os rótulos davam a entender que
balagem é menor que o necessário para
o produto era de baixa qualidade.”
refazer toda a comunicação da marca so-
grzinski, proprietário da microcervejaria, por meio de programas do Sebrae/PR com foco em inovação e boas práticas de fabri-
É comum que nomes e embalagens sejam feitos por filhos, pais ou parentes do empreendedor, mas nem sempre o mercado entende esse laço afetivo
o empreendedor dificilmente dispõe no
salta que os rótulos antigos não condiziam
Após entrar em contato com Luciano Wen-
Com nova embalagem, produto se valoriza
para a criação do design. Com isso, ficamos
tesanal, essa ‘roupa’ é ainda mais funda-
Catenacci, que assina as novas embalagens
38
nacci no trabalho com o empresário de mi-
bre a alteração da forma de apresentação de um produto”, conclui Catenacci.
‘Ponte’ para a mudança
cação na cadeia produtiva de hortifruti-
Maria Isabel Guimarães, consultora do Se-
granjeiros na Grande Curitiba, Catenacci
brae/PR e gestora do Projeto Cadeia Pro-
ressalta que o resultado do trabalho foi
dutiva de Hortifrutigranjeiros de Curitiba e
alcançado, principalmente, por conta da
Região Metropolitana, foi quem promoveu
abertura que o empresário deu à equipe
a aproximação da Labis Design com a
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efeitos de planejamento orçamentário, o teto cobrado pelos serviços prestados é de R$ 10 mil. “Podemos dizer, seguramente, que temos em nosso banco de parceiros, os melhores profissionais brasileiros nas áreas atendidas”, garante a consultora.
Maria Isabel Guimarães, consultora do Sebrae/PR
Paula Castro, consultora do Sebrae/PR em Marketing, estuda o business design como diferencial competitivo para empresas de micro e pequeno porte. “Na maioria das vezes, as micro e pequenas empresas não têm recursos finaceiros para invertir em marketing e, obrigatoriamente, precisam desenvolver embalagens para armazenar e transportar seus produtos. Com um pouco de investimento e criatividade, as embalagens podem se tornar aliadas, já que o ponto de venda é um dos poucos canais disponíveis para esses empresários”, assinala Paula Castro.
Wensky Beer. “Nós oferecemos suporte para os empreendedores inscritos no Projeto e uma das soluções oferecidas foi o
A embalagem é a grande oportunidade de competição das micro e pequenas empresas com a marcas tradicionais
Sebraetec, ideal para quem necessita de apoio técnico e financeiro para a inovação e tecnologia”, explica. No caso da Wensky Beer, 80% do trabalho
No que o Sebrae/PR pode ajudar
foram custeados pelo Sebraetec. Os 20% restantes foram pagos pelo proprietário
O Sebraetec - Serviços em Inovação e Tecnolo-
da microcervejaria. O montante cobrado
gia facilita o acesso das pequenas empresas a
do empresário pode ser parcelado.
serviços tecnológicos, o que ajuda a melhorar
O Sebraetec, alinhado neste caso ao projeto que busca fortalecer a cadeia produtiva de
sua capacidade competitiva. Só no ano passado, foram 2.750 empresas atendidas pelo Sebraetec. As principais demandas atendidas
hortifrutigranjeiros, dá acesso a consultorias
com consultorias tecnológicas têm a ver com
tecnológicas para atender às necessidades
processos produtivos, design, alimentos segu-
das empresas nas áreas de metrologia, de-
ros, normalização e eficiência energética. Na
sign, alimentos seguros, tecnologia indus-
categoria de serviços avançados, as demandas
trial básica, desenvolvimento de novos produtos, meio ambiente, eficiência energética, saúde e segurança no trabalho.
mais atendidas são certificação e estudos de viabilidade técnica e econômica/inovação. Acesse: www.sebraepr.com.br/sebraetec.
Dentre as soluções de tecnologia que a ferramenta oferece está o design de embalagens, certificação de produtos, acesso às normas técnicas e o Programa Agentes Locais de Inovação. Para ter acesso à ferramenta, o empreen-
Saiba mais
dedor precisa estar inscrito em um projeto do Sebrae/PR. Detectada a necessidade de
“Design de embalagem: curso avançado” - 2ª edi-
inovação tecnológica, o consultor do Se-
ção, de Fábio Mestriner - Editora Pearson/Prentice
brae/PR promove a aproximação entre
Hall (Grupo Pearson)
profissionais e o empreendedor. “Feito o
“Gestão estratégica de embalagem - uma ferra-
orçamento, nós negociamos com esses
menta de competitividade para sua empresa”, de
fornecedores cadastrados em nome dos
Fábio Mestriner - Editora Pearson/Prentice Hall
empresários de micro e pequenas empre-
(Grupo Pearson)
sas”, explica Maria Isabel.
“Design de embalagem: curso prático”, de Fábio
Os serviços de consultoria são prestados
Mestriner - Editora Makron Books (Grupo Pearson)
por empresas licitadas em todo o País. Para
40
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Apesar de ser uma loja temporária, os custos
vão, agora diversas empresas estão adotan-
desses empreendimentos variam muito.
do esse movimento também. São as tam-
Grandes empresas que fazem esse tipo de
bém conhecidas lojas temporárias. Com
ação costumam investir alto, pois geralmen-
nome de batismo na língua de seu país de
te têm como foco a fixação da sua marca ou
origem e inspirado nas propagandas de in-
mostrar um produto recém-lançado. “Às ve-
ternet, as pop up stores, que abrem e fe-
zes, o objetivo é só alavancar a marca, uma
cham em pouco tempo – às vezes em dias –,
ação somente promocional”, explica Feliso-
têm conquistado espaço no Brasil. Com o
ni. Essa ação é menos comum no Brasil,
objetivo de promover a marca ou de alavan-
segundo o professor. Já a outra vertente das
car as vendas, esse tipo de estratégia está
pop up stores, voltada para vendas, está sen-
sendo usado pelos mais diversos segmen-
do usada por todo tipo de empresários, in-
tos do comércio e da indústria, de grande a
clusive os de micro e pequeno portes.
pequeno porte.
“Abrir uma loja temporária é uma alternativa
As lojas pop up surgiram na Europa e nos
interessante para as micro e pequenas em-
Estados Unidos há alguns anos. A intenção
presas. O risco é menor, já que são contratos
foi que lojistas com pouco capital, e por
de curto prazo e investe-se menos capital”,
isso sem meios de abrir uma loja conven-
destaca Cláudio Felisoni. Segundo ele, em-
cional, pudessem expor seus produtos e marcas aos consumidores. “O conceito já existe há um tempo no Brasil. Mas agora é possível perceber que esse tipo de loja
Pop up stores
caem no gosto das pequenas
nar grandes espaços e locar para lojas menores. Além do rendimento, avalia o professor, essas empresas também usam a estratégia para testar a aceitação do público ao local.
principalmente
momentos,
A consultora da GS&MD – Gouvêa de Souza,
como Natal, Páscoa, férias”, afirma Cláudio
certos
Paula Warick, também aponta a necessida-
Felisoni, presidente do Conselho do Insti-
de de menos investimentos como vanta-
tuto Brasileiro de Executivos de Varejo e
gem para empresários menores. Ela obser-
Mercado de Consumo (Ibevar) e professor
va que o aumento desse tipo de loja
do departamento de Administração de
também se deve ao alto custo do mercado
Empresas da Faculdade de Economia, Ad-
imobiliário atualmente, principalmente nos
ministração e Contabilidade da Universida-
shoppings. “Os custos fixos das lojas tam-
de de São Paulo (FEA/USP) e do Programa
bém estão aumentando. E, muitas vezes, o
de Administração de Varejo da Fundação
empreendedor não pode arcar com isso ou
Instituto de Administração (Provar/FIA).
não quer correr riscos”, comenta.
Loja temporária é alternativa interessante para micro e pequenas empresas: o risco é menor, já que são contratos de curto prazo, e investe-se menos
Foto: Divulgação
Silvia Dorè, empresária de Londrina, ‘simula’ sua loja uma semana por mês
presas do ramo imobiliário costumam fracio-
está aparecendo com mais frequência, em
Tendência
Foto: Aron Mello/Frezarin
Lojas temporárias
Assim como os produtos da moda vêm e
Abrir e logo fechar, um conceito de loja que está se tornando cada vez mais comum no Brasil e que atrai empresários para aumentar vendas
Por Andréa Bordinhão
Cláudio Felisoni, professor da USP e especialista em varejo 42
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Foto: Divulgação
Foto: Juliana Knobel
Paula Warick, consultora da GS&MD anos. Ela já teve lojas por muitos anos, inclusive em shopping, mas fechou porque o custo era alto e não tinha mais tempo de administrar a fábrica e as lojas em paralelo. Resolveu então investir em um site para sua marca, que está ativo. Mas, mesmo com seu produto já consolidado no mercado, ela sentia que ainda precisava achar uma nova fórmula vendas.
Teste de mercado Segundo os especialistas, as lojas pop up podem ser usadas como teste antes de se partir para o empreendimento definitivo. “Abrir direto uma loja pode ser um risco. Com o conceito temporário o lojista pode observar a aceitação do seu produto, ver
Com o conceito pop up, o empresário pode observar a aceitação do produto, ver se o ponto é bom, analisar as falhas que eventualmente está cometendo
se o ponto é bom, analisar as falhas que eventualmente está cometendo”, reforça Paula Warick. Além do teste de mercado, o professor Cláudio Felisoni ressalta que é um teste para o próprio empreendedor. “Muitas pessoas que trabalham como empregados, por exemplo, não têm perfil para empreender. Então com a loja temporária ele vê se está de fato habilitado para tocar um negócio”, aponta.
Sazonais e itinerantes Assim como já apontou o professor Cláudio Felisoni, muitas das lojas temporárias aparecem em épocas especificas do ano ou em locais onde em determinado período vai circular muita gente – as lojas temporárias itinerantes. E esta estratégia está sendo muito usada por empresários do ramo da moda, que abrem pop up stores em cidades turísticas ou em eventos específicos.
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A empresária de Apucarana Patrícia Oliveira, proprietária da marca Stooge, fez recentemente seu primeiro teste numa pop up. Ela foi selecionada, junto com outros 20 empresários de micro e pequenas empresas de todo Brasil, graças a um convênio do Sebrae Nacional com o Instituto Nacional de Moda e Design (IN-MOD), para participar da pop up store do São Paulo Fashion Week (SPFW), o principal evento de moda no Brasil. “As pessoas não compram muito lá, mas foi uma ação excelente para a visibilidade da marca”, conta Patrícia Oliveira. “Pretendo adotar mais iniciativas como essa, se tiver oportunidade”, emenda a empresária. Já as lojas sazonais são mais comuns, principalmente quando o Natal se aproxima. Cláudio Felisoni explica que podem ser iniciativas muito boas, já que os consumidores estão mais dispostos a gastar. Porém, ele recomenda cautela e uma boa observação do mercado e do momento econômico, já que nesses casos se investe em produtos que só vendem em uma época específica do ano. “Se as vendas de Natal não forem boas, os produtos, que não têm saída em outra época, podem encalhar”, adverte.
“Fiquei um ano e meio só com o site, mas percebi que minha clientela queria um local para ver e provar as roupas”, relata. Além da exigência dos clientes, Silvia Dorè diz que também sentia falta de um ‘laboratório’, um local onde pudesse sentir a reação do seu público. Diante do problema, a empresária pesquisou modelos e chegou na loja temporária.
Para dar certo, a empresária salienta que também é preciso apostar em publicidade no início. Ela investiu em propaganda, nos veículos de comunicação de massa, e fez convites em papel, por e-mail, pelas redes sociais e por sms. “Na segunda vez que abri, já não precisei fazer tanta publicidade. E acho que vou chegar em um ponto de equilíbrio”, acredita Silva Dorè.
No que o Sebrae/PR pode ajudar O Sebrae/PR tem consultorias especializadas para diversos temas e trabalha com setores mércio varejista. O modelo pop up stores, apesar de relativamente recente, já é adotado por inúmeros negócios no Paraná. Para conhecer os serviços do Sebrae/PR ligue para o 0800 570 0800 e dê um novo rumo ao seu negócio. A estratégia de pop up pode não ser a melhor para o perfil do seu empreendimento. Por isso, é importante informar-se.
Saiba mais Tendências do varejo mundial são apresentadas na Lapa, em São Paulo www.sebraesp.com.br/index.php/21-noti-
30 dias em cinco A empresária de Londrina Silvia Dorè tem a marca de roupas que leva seu nome há 17
co consumidor. Ela abre sua loja uma semana por mês, em um espaço na sua fábrica, somente com lançamentos. “Assim eu consigo um preço melhorado. A loja fica cheia o tempo todo. Tenho o mesmo movimento que tinha em 30 dias.”
estratégicos como o do vestuário e do coFoto: Aron Mello/Frezarin
Patrícia Oliveira: empresária participou de pop up do SPFW
Ela afirma que estudou os modelos de lojas temporárias e disse que conseguiu achar uma fórmula boa para ela e para seu públi-
Vertente das pop up stores, voltada para vendas, está sendo usada por todo tipo de empresários, inclusive os de micro e pequeno portes
cias/comercio/9780-tendencias-do-varejo-
Silvia Dorè, empresária
-mundial-sao-apresentadas-na-lapa
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zia em uma empresa criadora de games
Tecnológica da Universidade Estadual de
para computadores? “Eu entrei no grupo
Londrina (Intuel), o estudante de Arquitetu-
para integrar a formação técnica. Eu desen-
ra e Urbanismo Rodrigo Martins soube que
volvia os cenários dos jogos. Inclusive, esse
queria trabalhar naquele local. “Eu me inte-
foi o tema do meu trabalho final de gradua-
ressei muito pela incubadora, mas não to-
ção”, conta Rodrigo Martins.
mei, imediatamente, nenhuma ação prática”, conta. Era 2001 e o jovem estava começando o curso de graduação. Em 2002, no segundo ano da faculdade, Rodrigo Martins foi convidado por outros estudantes da UEL para integrar a Oniria Software, que nascia na incubadora com o objetivo de criar games de entretenimento. Incubadoras de empresas são entidades que promovem empreendimentos inovadores, oferecendo suporte a pequenas companhias que estão nascendo. São lugares onde as boas ideias têm condições de se transformarem em negócios de sucesso. De acordo com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), o Brasil tem 384 incubadoras registradas. Um estudo realizado pela entidade em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e divulgado em 2011 apontou que as incubadoras do País abrigavam 2.640 empresas que geravam 16.394 postos de trabalho. A grande maioria está vinculada a instituições de ensino superior.
Empreendedores apostam em ‘nascimento’ planejado
Onze anos depois, entre altos e baixos do mercado de jogos de entretenimento, o arquiteto é responsável pelo setor administrativo da Oniria, hoje com 20 funcionários. “A própria incubadora propiciou o meu aprendizado na área de gestão”, revela o empresário, que divide com o sócio, Nícholas Bender Haydu, o sucesso da companhia, que faturou R$ 1,6 milhão em 2012.
Hora de mudar Em 2007, chegou a hora de se reinventar. A dupla de jovens empresários percebeu que o segmento de serious games e simuladores começava a se tornar atraente e que o mercado de jogos de lazer ficava cada vez mais restritivo. “Saímos do mercado de entretenimento e partimos para o mercado coorporativo”, explica Rodrigo Martins. Por seaqueles softwares desenvolvidos para empresas com finalidade de treinamento e marketing. Hoje, a Oniria tem na sua carta de clientes grandes companhias nacionais e multinacionais, como a Petrobras, a Vale e a Case New Holland.
ria, integrante da primeira geração de em-
Na opinião de Rodrigo Martins, o principal
volveu-se. No início dos anos 2000, o mercado de jogos para computadores não era muito explorado pelas companhias nacionais e os acadêmicos encontraram na Intuel apoio para o pontapé inicial. As incubadoras ajudam as empresas emergentes
Muitos dos empresários incubados têm a boa formação técnica para desenvolver o produto, mas precisam de ajuda para gerenciar os negócios
rious games, ou jogos sérios, entendem-se
Foi em um ambiente desse tipo que a Onipresas brasileiras da área de games, desen-
Tendência
Mas o que um estudante de Arquitetura fa-
dora Internacional de Empresas de Base
ponto positivo da permanência na Intuel foi a filosofia de união de grupo e de persistênFoto: Divulgação
Incubadoras
Quando entrou pela primeira vez na Incuba-
cedendo espaço mediante pequena taxa de uso, oferecendo serviços básicos como limpeza, telefonia, internet, recepção, uso de
Empresas incubadas em universidades e institutos de ciência e tecnologia têm custos reduzidos, suporte técnico e rede facilitada para contatos
laboratórios, salas de reuniões e proporcionando capacitação por meio de consultorias, cursos, estudos, pesquisas, além de aproximação com fontes de financiamento. Até 2005, a Oniria permaneceu incubada na Intuel, conseguindo grandes resultados
Por Adriana de Cunto
logo no início da trajetória, pois seus produtos foram exportados para mercados exigentes. Um dos jogos desenvolvidos pelos jovens de Londrina, o Die Pferdebande, inspirado em uma série infanto-juvenil de livros, esteve entre os dez games mais vendidos na Alemanha, em 2004.
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Francilene Procópio Garcia, presidente da Anprotec 47
Foto: La Imagen
cias e informações entre as universidades
naense de Tecnologia e Inovação (Reparte).
pois desse primeiro processo, aquelas que
ou os centros tecnológicos e as micro e pe-
A Anprotec foi criada em novembro de
foram classificadas pelos técnicos da Intec
quenas empresas são pontos ressaltados
1987 para fomentar a criação de ambientes
passam por uma banca multidisciplinar,
também pela presidente da Anprotec, Fran-
de inovação que já estavam em desenvolvi-
com a participação de empresários, profes-
cilene Procópio Garcia. “Essa apropriação
mento no País – incubadoras e parques tec-
sores e consultores. “A Intec trabalha mais
de conhecimento se dá a partir de uma inte-
nológicos. Se nos primeiros dez anos de
com desenvolvimento de produtos, com
ração rica, que acontece entre as empresas
funcionamento a Anprotec contava com
foco em saúde, meio ambiente, sustentabi-
nascentes e o ambiente da incubadora.”
aproximadamente 50 associadas, na década
lidade e conservação de energia”, adianta.
Aloísio Cerqueira lembra que quando o processo de incubação nasceu no Brasil, a proposta era atingir as pequenas empresas de base tecnológicas por conta do custo alto para desenvolvimento de produtos. Mas o
Eliane Rezende, sócia de empresa incubada na Fundetec cia que a incubadora passa para os empreendedores. “Ela ajuda os empresários a ficarem unidos e a persistirem no negócio”, constata.
de Inovação, em 2005, e a melhoria das condições econômicas e sociais do País contribuíram para esse crescimento.
Como foi uma das primeiras do Brasil, a unidade mantida pelo Tecpar serviu de modelo para implantação de outras incubadoras no País e também na Argentina. Rosi Mouro recorda que o movimento iniciado em 1980 ti-
leque foi se abrindo e há outras áreas tam-
A presidente da associação frisa que as em-
nha como objetivo incentivar a criação de no-
bém se beneficiando do modelo de incuba-
presas que nascem com perfil inovador têm
vos postos de trabalho “Nos anos 1980, a
ção, como serviços.
seu período de maior risco nos primeiros anos
situação do nosso País era de desemprego.
de vida, pois estão desenvolvendo serviços
Então, o governo federal estudou o que o
novos. Ela lembra que muitos dos empresá-
mundo estava fazendo para resolver isso. Im-
rios incubados têm a boa formação técnica
plantando as incubadoras, a ideia era diminuir
para desenvolver o produto, mas precisam de
o desemprego, tornando as pessoas empre-
ajuda para gerenciar os negócios. “As incuba-
sárias e gerando novos empregos”, explica.
doras dão apoio nesses primeiros momentos
Nos primeiros anos, muitas empresas entra-
Para o consultor do Sebrae/PR, a vocação da instituição mantenedora vai influenciar na seleção das empresas candidatas. Uma universidade voltada para área de tecnologia, por exemplo, atrairá empresas com proposta de trabalho no mesmo setor. “Uni-
e o Sebrae é um forte parceiro da Anprotec
Para a administradora de empresas Eliane
versidades que congregam três áreas de
Rezende, sócia-proprietária da Inove Tecno-
conhecimento fundamental (Tecnologia da
em todos os estados”, destaca.
logias e Sistemas, incubada da Fundação
Informação, Engenharia Eletrônica e/ou
Na avaliação da presidente, as 384 incuba-
var a graduação foi aumentar o tempo de
Tecnológica e Científica (Fundetec), o gran-
Elétrica, e Engenharia Mecânica) são fortes
doras existentes no Brasil, número maior
permanência das incubadas, que antes era
de diferencial que uma incubadora concede
candidatas para o desenvolvimento de no-
do que no México (191) e Canadá (120), in-
apenas dois anos, independente da área de
às empresas recém-nascidas é credibilida-
vas tecnologias e atração de novos empre-
dicam que o movimento está chegando à
atuação. “Se for software, um ano, um ano e
de. “A incubação trouxe para a Inove, princi-
endedores, alunos e ex-alunos, para a aber-
maturidade por aqui. Outro fator que de-
meio pode ser suficiente. Se for biotecnolo-
palmente, credibilidade”, reforça a empre-
tura de empresas e participação em
monstra essa situação é a descentralização
gia, saúde, a empresa pode precisar de qua-
sária de Cascavel, no oeste do Paraná. Ela
processos de incubação.”
reclama que o mercado não dá facilmente
da localização das entidades, hoje presentes em todas as regiões do território nacio-
crédito aos pequenos empresários. “Mas
Ganhando peso
quando você está em uma incubadora, você
Entre as empresas paranaenses mais famo-
está no sul e sudeste do País. “Eu diria que o
já passou por todo um processo, apresen-
sas que nasceram em incubadoras está a
ambiente é favorável, mas a gente tem vá-
tou um plano de negócios, uma banca ava-
curitibana Bematech. Ela foi a segunda com-
rios desafios a vencer”, avisa Francilene
liou o projeto, então, o mercado não olha
panhia a se instalar na Incubadora Tecnológi-
Garcia. Aliviar a carga tributária para as em-
pra você como uma empresa que está ali a
ca de Curitiba (Intec) e produz impressoras
presas é uma reivindicação da Anprotec.
passeio”, acredita.
fiscais, mini-impressoras, monitores e balan-
Vantagens O consultor do Sebrae/PR, Aloísio Cerqueira, identifica dois tipos de vantagens em participar de um processo de incubação
ças. Cinquenta empresas já se graduaram na instituição, que tem capacidade para atender entre 10 e 12 pequenas empresas, mas hoje tem seis incubadas porque a sede passa por reformas, explica a gerente Rosi Mouro.
nal. Apesar de que a maior concentração
Sobrevivência
os projetos. Uma das mudanças para incenti-
tro ou cinco anos. Porque o tempo é diferente para cada área”, diz. Hoje, a Intec faz contratos anuais com possibilidade de aditivos para o prazo. “No começo do processo
tec mostrou que das 41 graduadas até 2009, a grande maioria se mantinha no mercado: 31 continuavam ativas, quatro haviam
A Intec, que completa 25 anos em 2014 e
sido incorporadas e seis ficaram inativas. A
infraestrutura, que permite uso do espaço
está vinculada ao Instituto de Tecnologia
capacidade de sobrevivência pós-período
físico e serviços. “Isso é fundamental para
do Paraná (Tecpar), foi a primeira incubado-
de incubação é um dos requisitos levados
uma empresa nascente que não tem recur-
ra empresarial do Estado e a terceira do
em conta pelos avaliadores dos processos
sos financeiros para arcar com essas despe-
Brasil. Segundo a gerente, esse modelo de
de seleção das empresas nascentes. Geral-
sas”, comenta. A outra vantagem é o conhe-
gestão surgiu nos Estados Unidos, primeiro
mente um dos pré-requisitos mais impor-
cimento técnico e a rede de relacionamento.
colocado no ranking dos países que apre-
tantes é a inovação.
“Como muitas incubadoras estão sediadas
sentam o maior número de incubadoras. Os
em universidades e institutos de ciência e
norte-americanos contam com 1.115 unida-
tecnologia, isso facilita bastante a aproxi-
des, conforme a National Business Incuba-
mação desse conhecimento técnico com
tion Association (NBIA).
A importância do intercâmbio de experiên-
ram nas incubadoras e saíram sem finalizar
A Anprotec contabilizava, em 2011, 2.509 empresas graduadas, que juntas faturaram, naquele ano, R$ 4,1 bilhões e empregavam 29.205 pessoas
Um levantamento feito pela curitibana In-
empresarial. A primeira seria em relação à
professores, especialistas, laboratórios.”
48
Francilene Garcia, a regulamentação da Lei
Foto: Aron Mello/Frezarin
As incubadoras dão apoio nesses primeiros momentos e o Sebrae é um forte parceiro da Anprotec em todos os estados
de 2000 esse número cresceu muito. Para
No caso da Intec, Rosi Mouro afirma que a pontuação maior no processo seletivo é o grau de inovação em relação ao mercado. A gerente esclarece que são estudados o di-
O Paraná tem 23 incubadoras registradas
ferencial e o potencial da empresa, o perfil
na Anprotec e 15 registradas na Rede Para-
dos sócios e a sustentação financeira. De-
Rodrigo Martins e Nicholas Bender Haydu, empresários começaram na Intuel
49
Caminho das Pedras Empreendedores interessados em inscrever um projeto em incubadoras podem começar procurando as associações que representam essas entidades em seus estados. No caso do Paraná, é a Rede Paranaense de Tecnologia e Inovação (www.reparte.org.br). Ou o empresário poderá procurar diretamente as entidades. Abaixo, a lista e contatos das 15 incubadoras associadas à Reparte.
9) SENAI – PR Avenida Cândido de Abreu, nº 200, no centro de Curitiba. Telefones: HPI SENAI CIC - (41) 3271-7168 HPI SENAI CIETEP - (41)3271-7546 HPI SENAI Cascavel - (45)3220-5413 HPI SENAI Londrina - (43) 3294-5150
1) Intec Entre Rios Avenida Brasil, nº 3.547, em Umuarama. Telefone: (44) 3623-2646 Site: http://www.dtc.uem.br/intecrios/
2) Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec) Rua Professor Algacyr Munhoz Mader, nº 3.775, na Cidade Industrial de Curitiba. Telefone: (41) 3316-3188. Site: http://intec.tecpar.br
3) Incubadora Tecnológica de Maringá Avenida Colombo, nº 5.790, Centro Universitário, Bloco 14, em Maringá. Telefone: (44) 3029-9161 Site: http://www.incubadoramaringa.org.br
4) Fundação Parque Tecnológico Itaipu Avenida Tancredo Neves, nº 6.731 - Caixa Postal 39, em Foz do Iguaçu. Telefone: (45) 3576.7200
HPI SENAI Maringá - (44) 3218-5665 HPI SENAI Ponta Grossa - (42) 3219-4914 HPI SENAI Toledo - (45) 3379-5413 HPI SENAI Telêmaco Borba - (42)3271-4700
10) Núcleo de Inovações Tecnológicas Universidade Estadual do Oeste do Paraná Rua Universitária, nº 2.069 - Jardim Universitário, em Cascavel. Telefone: (45) 3220-3286. E-mail e site: nit@unioeste.br e www.unioeste.br/nit.
11) Incubadora de Projetos e Empresas Universidade Positivo Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, nº 5.300. Bloco Engenharia Civil - Bosque. Sala 111. 1º andar, em Curitiba. Telefone: (41) 3317-3249 E-mail e site: incubadora@up.com.br e www.up.com.br.
12) FINDEX – Incubadora de Empreendimentos Inovadores e Tecnológicos de Francisco Beltrão Avenida Santo Fregonese, nº 1.666 – Centro, em Francisco Beltrão. Telefone: (46) 3523-6926.
http://www.pti.org.br/
E-mail e site: findex@acefb.com.br e www.acefb.com.br/findex.
5) Agência de Inovação UFPR
13) Agência de Inovação Tecnológica da UEL – AINTEC
Coordenação de Empreendedorismo e Incubação de Empresas.
Incubadora de Empresas de Base Tecnológica – INTUEL.
Rua XV de Novembro, nº 695 – térreo, centro, em Curitiba.
Telefone: (43) 3371-5812.
Telefone: (41) 3310-2760.
Site e e-mail: www.intuel.org.br e intuel@uel.br.
Site e e-mail: www.inovacao.ufpr.br ou inovacao@ufpr.br.
6) Incubadora Tecnológica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Possui unidades em Curitiba, Cornélio Procópio Medianeira, Pato Branco e Ponta Grossa. Informações: www.utfpr.edu.br.
7) CIT – Centro Incubador Tecnológico – Fundetec BR-277, km 573, no Trevo São João do Oeste, em Cascavel.
14) Sudotec – Associação para o Desenvolvimento Tecnológico e Industrial do Sudoeste do Paraná Rua do Comércio, nº 659 – Centro, em Dois Vizinhos. Telefone: (46) 3536-6281. Site: www.sudotec.org.br. E-mails: atendimentosudotec@hotmail.com e atendimento@sudotec.org.br. Skype: atendimento.sudotec.
Telefone: (45) 3218-1220. Site: www.fundetec.org.br
8) Fundação Educere Pesquisa e Desenvolvimento Avenida Manoel M. de Camargo, nº 2.991, em Campo Mourão.
15) Integ - Incubadora Tecnológica de Guarapuava Rua Simeão Camargo Varela de Sá, 3 – Vila Carli, em Guarapuava. Telefones: (42) 3629-8144 e (42) 3624 3328. Site: www.unicentro.br/integ.
Telefone: (44) 3525-3104. Site e e-mail: www.educere.org.br e fundacao@educere.org.br
50
Fonte: Reparte
51
meio desse sistema, sensores instalados
Setores de atuação das incubadoras brasileiras
em todos os eixos dos veículos de carga e interligados a um computador de bordo, in-
40% Tecnologia
Características comuns das incubadoras
formam o peso por eixo, por conjunto de
18% Tradicional
eixos e o peso total do veículo.
18% Mista
Pessoas físicas e jurídicas que atuam no transporte de carga são os clientes em po-
8% Serviços
Disponibilização de espaço cedido mediante taxa de uso a pequenas empresas emergentes
so produto é o ganho de produtividade,
7% Agroindústria
porque se consegue a informação real do
2% Cultural
peso da carga que está no caminhão e quanto tem sobre cada eixo”, complemen-
Fonte: Estudo, Análise e Proposições Sobre as Incubadoras de Empresas no Brasil/Anprotec e MCTI
ta. Dessa maneira, o veículo segue viagem
Indústria: 43% Oferecimento de serviços básicos (limpeza, secretaria) e de serviços de capacitação e apoio (consultorias em gestão, comercialização e desenvolvimento)
com peso correto, nem acima, nem abaixo do permitido.
Incubadoras em números (Brasil 2011)
O desenvolvimento do SMP aconteceu graças a um recurso de R$ 230 mil obtido, em
Objetivos de criação de empregos e dinamização da economia, ausência de fins lucrativos na maioria dos casos
Empresas incubadas
384
2.640
Empresas associadas
Empresas graduadas
2.509 *
1.124
Postos de trabalho nas empresas incubadas
Postos de trabalho nas empresas graduadas
Faturamento anual de empresas incubadas
Faturamento anual de empresas graduadas
16.394
29.205
R$ 533 mi
R$ 4,1 bi
em Empresas (PAPPE) e, depois, com a venda de 50% das cotas da Inove para uma grande
Fonte: Estudo, Análise e Proposições Sobre as Incubadoras de Empresas no Brasil/Anprotec e MCTI
Fonte: Estudo, Análise e Proposições Sobre as Incubadoras de Empresas no Brasil/Anprotec e MCTI
As entidades foram classificadas pelo Seestão aquelas que já têm alguns passos desenvolvidos de acordo com a Metodologia Cerne. As do tipo 2 são as mais jovens, que ainda precisam conhecer o programa e não
não identificar o nome do investidor. Segun-
Cascavel. A fabricação e montagem do equi-
do Eliane Rezende, há produtos nacionais si-
pamento ficarão a cargo de firmas terceiriza-
milares no mercado, mas eles não utilizam a
das de Minas Gerais ou São Paulo. A Inove
A falta de regras comuns para o processo de
mesma tecnologia. A meta é produzir e ven-
começou com os dois sócios e tem agora dois
seleção de um empreendedor/empreendi-
der, em 2014, 12 mil unidades do SMP. “Eu
funcionários e dois estagiários. Em janeiro,
mento incubado é um exemplo apresentado
espero que a demanda seja ainda maior”,
quando a produção começar, serão contrata-
pelo consultor Aloísio Cerqueira. “Cada insti-
confessa. “A expectativa é a melhor possível.
dos mais três colaboradores.
tuição de ciência e tecnologia tinha um pro-
E vamos começar a desenvolver outro projeto. Só posso dizer que é na sequência desse e
Em 2011, a Anprotec contabilizava o número de 2.509 empresas graduadas, que juntas faturaram, naquele ano, R$ 4,1 bilhões e
Levando em consideração que o projeto era
empregavam 29.205 pessoas. Noventa e
caro e exigia grande infraestrutura, Eliane
oito por cento das firmas incubadas ino-
Rezende acredita que sem o apoio da Fun-
vam, sendo 28% com foco no âmbito local,
detec, o casal demoraria mais tempo e teria
55% no âmbito nacional e 15% no mundial.
muitas dificuldades para colocar o SMP no
Noventa e oito por cento das firmas incubadas inovam, sendo 28% com foco no âmbito local, 55% no âmbito nacional e 15% no mundial
Fonte: Estudo, Análise e Proposições Sobre as Incubadoras de Empresas no Brasil/Anprotec e MCTI
empresa nacional – a proprietária preferiu
mais inovador”, confidencia.
*Sem contar o número de graduadas que foram adquiridas por outras
Agricultura e Agroindústria: 5%
brae em dois padrões. No grupo do tipo 1,
2010, junto ao Programa de Apoio à Pesquisa Incubadoras
O Paraná tem 23 incubadoras registradas na Anprotec e 15 registradas na Reparte
Serviços: 52%
tencial da Inove. “O principal ponto do nos-
7% Social
52
Setores econômicos de atuação das empresas incubadas
Respeitando as diferenças
têm todos os processos definidos.
cesso específico. Hoje não, elas procuram incorporar
ao
processo
uma
banca
de
cialistas de determinados setores, investidores, dentre outros. Atualmente, as instituições de ciência e tecnologia já incorporam regras claras que definem e qualificam o ingresso de uma empresa no processo de incu-
cessem sempre igual. Mas com a experiên-
caminhão para fazer testes. Esse caminhão,
As mudanças adotadas pela Incubadora Tec-
cia, nos fomos remodelando”, explica.
eu consegui com o auxilio da Fundetec. Foi
nológica de Curitiba (Intec) no processo se-
uma doação da Receita Federal para a incu-
letivo das candidatas à incubação é um
badora”, conta. A empresária recorda que o
exemplo das alterações pregadas pela Me-
aluguel do espaço é subsidiado e custa R$
todologia Cerne e que visam padronizar vá-
6,00 o metro quadrado. Nesse pagamento
rios procedimentos praticados por essas en-
estão incluídas internet e ligação telefônica
tidades. O consultor do Sebrae/PR, Aloísio
Aloísio Cerqueira frisa que a intenção não é
local. As refeições feitas no restaurante da
Cerqueira, conta que as incubadoras brasilei-
igualar os procedimentos das incubadoras.
incubadora também são subsidiadas (cerca
ras não tinham uma metodologia definida e
“As coisas são adaptáveis e no cenário nacio-
de R$ 8,00). “Com certeza, isso foi muito im-
cada uma, de certa forma, seguia uma carti-
nal existem diversas realidades. Por exem-
portante para a Inove chegar ao ponto em
lha de acordo com suas necessidades.
plo, o modelo de sensibilizar e atrair uma
em novembro de 2013. Isso significa que a companhia já passou pelo processo de incubação na Fundetec e tem competências suficientes para se desenvolver sozinha. “Eu imagino que 2014 será o ano da Inove”, comemora Eliane Rezende, que tem como sócio o marido e engenheiro eletrônico Clau-
que chegou hoje.”
“Há dois anos, o Sebrae Nacional lançou um
No que o Sebrae/PR pode ajudar
bação”, ressalta. “Cada uma definia, em seu
mercado. “Eu precisava de um local com um
A Inove Tecnologias e Sistemas graduou-se
O programa prevê 33 práticas-chave, como sistemas de sensibilização e prospecção, seleção, planejamento, capacitação, assessoria, acompanhamento e avaliação, gerenciamento básico, entre outros. Ao final dos quatro ciclos, a expectativa é que as incubadoras alcancem um nível alto de autossuficiência, independência e gestão.
avaliadores, multidisciplinar, incluindo espe-
havia mais rigidez, como se as coisas aconte-
Hora do ‘parto’
dades mais jovens e menos experientes. No final de 2014, termina o primeiro ciclo da Metodologia Cerne (que prevê quatro níveis) e o Sebrae divulgará um novo edital de financiamento para a segunda fase.
contrato, as regras do jogo. Hoje, pela metodologia, existem alguns pontos-chave que não poderão faltar nesse contrato. Como por exemplo, o tempo de permanência das incubadas e a regra do jogo após a incubação, a manutenção do vínculo.”
O Sebrae/PR, parceiro das incubadoras, trabalha com inúmeros projetos na área de tecnologia e inovação. O empresário e potencial empresário deve procurar a entidade para esclarecer suas dúvidas e analisar qual o melhor projeto a aderir. Procure o Sebrae mais próximo, e esclareça suas dúvidas. Acesse: www.sebraepr.com.br.
empresa no Paraná não pode ser o mesmo do norte ou nordeste brasileiro”, exemplifi-
dinei Donato. Nos três anos em que
A equipe de Eliane e Claudinei ficará por mais
edital para gestão de incubadoras com a Me-
permaneceu incubada na Fundetec, vincula-
um ano ocupando o espaço de 200 metros
todologia Cerne, que significa Centro de Re-
da à Prefeitura de Cascavel, a Inove desen-
quadrados na Fundetec, porém, agora, na
ferência de Novos Empreendimentos”, diz.
volveu um produto importante para o seg-
modalidade Hotel Tecnológico. A hospeda-
Quatorze entidades paranaenses foram se-
mento de transporte de carga. Trata-se do
gem prossegue até que se consolide a produ-
lecionadas e receberam, para a primeira fase
Um aspecto interessante do programa é
Sistema Monitor de Peso (SMP), que come-
ção inicial do produto. “Nós iremos pagar um
de implantação do programa, recursos fi-
que as incubadoras do tipo 1 funcionarão
ça a ser fabricado em escala e comercializa-
valor só um pouquinho maior”, comemora. O
nanceiros que poderiam chegar a R$ 300 mil,
como uma espécie de “madrinhas”, aconse-
do a partir de janeiro do ano que vem. Por
SMP será apenas finalizado e embalado em
dependendo da classificação da incubadora.
lhando e servindo de modelo para as enti-
ca. O resultado esperado com o uso da me-
Saiba mais
todologia é o sucesso das empresas incubadas e a sustentabilidade das incubadoras.
Para saber mais sobre o tema, acesse o site da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores, no www.anprotec.org.br.
53
pois com os delivery considerados os melhores
ou trabalho de conclusão de curso, o chamado
do mundo. Fiz pesquisa de opinião e obtive
TCC, era obrigatoriamente sinônimo de muita
12.400 respostas sobre o que as pessoas espe-
leitura e pesquisa em livros e autores consa-
ravam de um delivery”, conta. A partir daí, sem-
grados sobre os temas abordados. O TCC de
pre dentro do TCC, desenvolveu planos de
pesquisa acadêmica continua sendo uma ten-
marketing, operacional, financeiro, estratégi-
dência forte no final da vida universitária, mas
co. “Enfim, fiz um plano completo do negócio”,
hoje alunos de muitos cursos têm a opção de
conta. Um dos diferenciais do Kimitachi é a
fazer um trabalho que pode se transformar
instalação de câmera na cozinha dos restau-
em um negócio de verdade.
rantes, decisão que ele tomou depois de des-
Foi o que fez o então estudante Giancarlo Ale-
cobrir que a higiene era o segundo principal
jandro Rúbio, que desenvolveu em seu TCC o
item de um restaurante para os consumidores.
site Livronauta, que funciona como um busca-
Três anos depois, o Kimitachi se tornou uma
dor de livros e comparador de preços em livra-
rede de franquias. Atualmente, são três unida-
rias de usados de várias partes do País. A ideia
des e faturamento anual de R$ 4,5 milhões, e a
surgiu em 2007, quando terminava o curso de
expectativa é fechar 2014 com nove lojas em
Sistemas da Informação na Pontifícia Universi-
várias cidades do País.
dade Católica do Paraná (PUCPR). “Eu tinha que fazer um projeto para finalizar o curso e eu queria desenvolver algo que eu pudesse utilizar depois. Minha família sempre trabalhou com livros usados, e foi aí que surgiu a ideia de fazer um portal para agrupar todos os sebos numa base de dados e facilitar as vendas, atuando como um intermediador entre o comprador e os vendedores”, explica.
Para Carlos Eduardo Souza, o fato de ter elaborado todo o projeto ainda na faculdade foi um
Capacitação
Potencial
Até um tempo atrás, escrever uma monografia
É importante conhecer o perfil do estudante, para saber se ele será um bom empreendedor ou se é mais conservador, que não quer correr riscos
facilitador. “Na faculdade eu tinha muito incentivo até do mercado, porque um estudante não é um concorrente. Como estudante, eu podia chegar a um dono de restaurante, perguntar e ele respondia. Era antes demais nada um projeto acadêmico. Com isso, a pesquisa foi muito mais rica.”
O projeto original, segundo Giancarlo Rúbio, Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen
passou por várias alterações desde 2007. Começou mais tímido, apenas como um comparador de preços voltado para o mercado de usados. Hoje, o site funciona como um buscador de livros em sebos de todo o Brasil. Ao todo, 500 sebos estão cadastrados, com cerca
Projeto de faculdade pode ser
de 200 mil a 300 mil títulos entre 3 milhões de livros. Ele, por sua vez, ganha comissão de vendas. Os livreiros também pagam uma mensalidade para manter-se no portal. Outro estudante que aproveitou o trabalho
bom negócio
que teria em seu TCC para desenvolver um projeto de um negócio próprio foi Carlos Eduardo Souza, criador do Kimitachi, delivery de comida japonesa, que em três anos já se firmou com três lojas, sendo duas em Florianópolis e uma em Curitiba. Da mesma forma que o criador do Livronauta, Carlos Eduardo Souza conta que desde o início do curso de Administração, na Universida-
É cada vez maior o número de estudantes universitários que usam seus TCC para tornar realidade o sonho de ser dono da própria empresa
de Estadual de Santa Catarina (UESC), ele pensou em fazer um “caso real” como TCC. A ideia de criar o delivery surgiu num momento em que ele decidiu pedir comida japonesa em casa e descobriu que o serviço ainda não existia no mercado. “Foi aí que eu vi a oportunidade. Comecei a fa-
Por Maigue Gueths
54
zer pesquisas, primeiro junto aos 12 principais restaurantes japoneses de Florianópolis, de-
Giancarlo Alejandro Rúbio, exemplo de empresário que transformou TCC em negócio
55
universidade. “Muitos professores são consultores, têm experiência de mercado, e elas me ajudaram, trabalharam comigo para desenvolver o meu TCC sobre um caso que seria real. Era como se ganhasse uma con-
Quando o aluno se aprofunda no TCC, vivencia a prática do planejamento e antecipa um cenário que outros empreendedores não têm
sultoria de graça”, assinala.
Foto: Fábio Magri Afonso
gundo a professora Vera Ortega, o aluno constrói um plano de negócios, que vai antecipar a decisão de investir ou não nesse empreendimento negócio. Isso significa que ele vai elaborar um estudo completo passando pelo aspecto operacional, plano de marketing, análise econômico-financeira, que vai determinar o retorno ou não no
TCC da FAE Centro Universitário, atualmen-
mercado. Enfim, no TCC o aluno vai saber se
te as universidades dão um grande incenti-
o negócio é viável ou não.
como um negócio que pode virar realidade.
zer um TCC de Empreendedorismo é o fato de ele ter uma ideia de negócio e, as-
sos têm em seu currículo a disciplina de Em-
sim, ele quer construir um plano de negó-
preendedorismo e nos quatro cursos da
cios para ver se a ideia é viável. Outros
área de business (Administração, Economia,
motivos são não querer estar vinculado a
Negócios Internacionais e Contabilidade)
uma empresa ou não ter vocação para um
os alunos têm a possibilidade, ainda, de fa-
estudo ligado a buscar autores, de refe-
zer o TCC voltado para o empreendimento.
rencial teórico muito extenso. O TCC de
Ou seja, eles podem optar por um TCC vol-
Empreendedorismo, por outro lado, é
tado à pesquisa acadêmica; de consultoria,
mais ligado à criatividade, depende dele
quando identificará uma situação-proble-
buscar o que quer por meio de uma pes-
ma em uma empresa e, a partir de seus es-
quisa de mercado”, diz a professora.
No que o Sebrae/PR pode ajudar O Sebrae/PR tem inúmeras soluções para quem quer ser empresário de microempresa ou microempreendedor individual. O Próprio
Maiko Artemio Pauvelz, estudante
dos carros-chefes da entidade, porque pre-
A professora Patrícia Piana Presas, coorde-
Outra modalidade de TCC, voltado princi-
de empresários que disponham de recur-
nadora do setor de Empreendedorismo do
palmente para a área de engenharia, são
sos financeiros, acabam implantando o
Núcleo de Empregabilidade e Empreende-
os projetos, situação em que o aluno cria
projeto na prática. “Acaba sendo uma con-
dorismo da FAE Centro Universitário, expli-
e constrói um protótipo de um produto,
sultoria que ele mesmo fez para si, ele
ca que a maioria dos alunos encara o TCC de
que pode eventualmente ir para o merca-
constrói de fato e coloca o projeto no mer-
frente, aprofunda-se nos temas de pesqui-
do também.
cado”, avalia. Há casos, ainda, de alunos
sa, desenvolve grandes projetos e muitos
que já têm um empreendimento e querem
se transformam em realidade. “Além dos
ampliar com um produto novo. Nesse caso,
estudantes dos cursos de business, é co-
o aluno usa o TCC para angariar investido-
mum alunos do curso de Design desenvol-
res para o negócio dele e aí então lançar o
ver um produto que, muitas vezes, poste-
produto no mercado.
riormente é comercializado, seja por eles
tudantes Maiko Artemio Pauvelz e Bruno Pupo Tomaz este ano no curso de Sistemas de Informação das Faculdades Integradas do Brasil. Em seu TCC, os rapazes produzi-
É importante, no entanto, saber qual é o
permite ao usuário controlar alguns dispo-
perfil do estudante, para saber se ele será
Para Patrícia Presas, um TCC se transformar
sitivos de uma casa. A princípio, o aplicativo
um bom empreendedor ou se tem um perfil
em um negócio real é mais do que possível
permite acender ou apagar as luzes de uma
mais conservador, que não quer correr
e viável. “O que leva isso acontecer primei-
casa. Mas a ideia é aumentar essa interação
riscos e prefere trabalhar ligado a uma
ramente é o interesse e disposição dos alu-
para controlar a distância também outros
empresa,
nos em transformá-lo em algo efetivamen-
aparelhos eletrônicos ligados a uma rede
assinada e mais estabilidade.
por
exemplo,
com
carteira
Nos quatro cursos da área de business da
implantar seu negócio, a chance de sucesso em relação a quem não fez esse planejamento ou contratou uma consultoria é bem diferente. Porque ele vivencia a situação no TCC. Alessandro Rocha entende ainda a necessidade de se desmistificar o TCC para, assim, inovar de fato no futuro negócio. “Os estudantes passam a ter uma oportunidade ímpar de colocar a ciência em prática”, considera o consultor.
mesmos ou por outras empresas”, lembra.
ram um aplicativo para tablet ou celular que
inteligente implantada na casa.
– Programa do Candidato a Empresário é um
Nesses casos, de acordo com a coordenadora, muitos alunos mais velhos ou filhos
É o caso do projeto desenvolvido pelos es-
Há ainda muitos casos de alunos que usam o TCC para angariar investidores para seus negócios
“Um dos motivos que levam o aluno a fa-
Dentro da FAE, por exemplo, todos os cur-
ção de melhorias; ou de empreendimento.
56
No caso do TCC de Empreendedorismo, se-
tega, coordenadora do Departamento de
tudos, fará recomendações e implementa-
Carlos Eduardo Souza, empresário
TCC de Empreendedorismo
Segundo a professora Vera Lúcia Robles Or-
vo aos alunos para que eles pensem no TCC
Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen
consultoria dos próprios professores da
te real.” Sua colega de universidade, a professora Vera Ortega, concorda. Para ela, um negócio que começa em um TCC tem
“Nós já provamos no TCC que é possível
FAE, segundo a professora, é no curso de
fazer a interatividade, agora estamos pro-
Administração que aparece a maior voca-
curando investidores”, diz Maiko Pauvelz,
ção para o empreendedorismo, com maior
que agora quer viabilizar o projeto no mer-
quantidade deste tipo de TCC. “No curso de
“Quando o aluno se aprofunda fazendo TCC
cado e, para isso, já está buscando apoio
Economia os alunos vão mais para a pesqui-
ele vivencia a prática desse planejamento”,
junto ao Sebrae/PR. “A nossa faculdade é
sa acadêmica e em Contabilidade mais para
diz o consultor do Sebrae/PR, Alessandro
nova, ela incentiva o setor de negócios mas
TCC de consultoria”, diz. Ela calcula que dos
da Rocha Silva. Com isso, na sua avaliação, o
não tem incubadora, não tem estrutura
400 alunos que fazem TCC nesses cursos
estudante reúne conhecimento e antecipa
para lançar os produtos no mercado. Já o
anualmente, 30% focam no empreendedo-
um cenário que outros empreendedores
Sebrae é um polo de empreendedorismo e
rismo, 50% em consultoria e o restante em
não têm. O aluno passa a ter uma série de
pode nos ajudar”, avalia.
pesquisa acadêmica.
instrumentos nas mãos e, com certeza, ao
para o futuro empresário com diversas informações. Para saber mais sobre o Próprio e outros
programas
disponibilizados
pelo
Sebrae/PR, ligue para 0800 570 0800 ou acesse o www.sebraepr.com.br.
Saiba mais Livros “Oficina do Empreendedor”, de Fernando Dolabela. Editora Cultura.
Foto: Luiz Costa/La Imagen
Outra vantagem, segundo ele, foi o uso de
“Empreendedorismo: transformando ideias em negócios”, de José Carlos Assis Dornelas. Editora Campus. “Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios”, de Antônio Cesar Amaru Maximiano. Editora Pearson Prentice Hall.
mais chances de dar certo do que outros que não passaram por essa experiência.
“Cartas a um jovem empreendedor: realize seu sonho. Vale a pena”, de Ozires Silva. Editora Elsevier. “Business Model Generation”, de Alexander Osterwalder e Yves Pigneur.
Alessandro Rocha, consultor do Sebrae/PR
“Empreendedorismo para Jovens”, de Jerônimo Mendes e Iussef Zaiden Filho. Editora Atlas.
57
Foto: Divulgação
processo de produção conjunta. A aliança es-
efeito que virou jargão popular é verdade
tratégica gera um impacto direto nos resulta-
também nos negócios. Que o digam os qua-
dos das empresas, soma as competências de
tro empresários de pequenas empresas para-
cada uma e otimiza a produtividade”, ressalta
naenses da área de Tecnologia da Informação
Cechin, informando que existem mais de 1,3
e Comunicação (TIC), que já colhem os frutos
mil empresas do setor de TIC no Estado.
de terem encarado o desafio de firmar uma aliança estratégica ao criar a APR - Tecnologia, em 2012.
Paulo Raymundi, Marcelo Fülber, Carlos Kasyua e Siro Canabarro: empresários unidos têm mais força
gera nova empresa mais forte
“As três organizações puderam fazer essa
para transportadoras de cargas e gestão de
união de forma colaborativa, o que reduziu
frotas na região sul do Brasil. E os empresá-
drasticamente os custos de produção de
rios desejam mais, trabalham agora para ficar
softwares. Eles resolveram lançar mão de for-
entre os maiores do segmento no País, até o
ma definitiva dessa aliança porque concluí-
ano de 2015.
ram que juntos eles poderiam evoluir e ter
As empresas Tecinco, em Cascavel; a Transda-
mais oportunidades de negócios e já podem
58
comemorar como um grupo de TI consolida-
se uniram para criar a APR Tecnologia. “O nos-
do no mercado”, observa Emerson Cechin.
so grande objetivo foi nos tornar mais compe-
Paulo Cesar Raymundi, proprietário da Trans-
titivos. Nossas marcas já são consolidadas no
data, em Curitiba, e participante da APR Tec-
mercado, mas, isoladas, nossa atuação não
nologia, acredita que a parceria com o Sebrae/
era representativa. Com a APR Tecnologia de-
PR foi fundamental para o sucesso da empre-
mos um salto”, explica Siro Canabarro, dire-
sa. “Tivemos a oportunidade de participar de
tor-executivo da Tecinco, sócio de Marcelo
capacitações oferecidas pelo Sebrae/PR em
Fülber, ambos integrantes do grupo.
Londrina, nas áreas de planejamento adminis-
Segundo Canabarro, as três empresas já reali-
trativo e estratégico e planejamento de ma-
zam negociações em comum, possuem os
rketing. As consultorias também foram im-
mesmos fornecedores, mantêm suas equipes
portantes porque contamos com o olhar de
técnicas em contato e uma mesma padroniza-
profissionais competentes e que estavam
ção de documentos e contratos nas quatro
fora do negócio. A entidade ajudou a planejar
empresas. “Nosso foco é o modal rodoviário,
o desenvolvimento da empresa a longo prazo
mas também atendemos empresas áreas. Te-
e pretendemos continuar com a parceria.”
pequeno e médio prazo. Mas resolvemos, por
Começo de tudo
enquanto, não mudar as nossas marcas, mas
Foi durante os encontros da Rede APL no Pa-
já estamos inserindo a logo da APR”, conta.
sário Carlos Kasuya, de Londrina. “A gente
como ‘joint venture’, um empreendimento
percebeu que enfrentava os mesmos pro-
conjunto. “É uma tendência de mercado, as
blemas e que podíamos buscar soluções em
grandes empresas, como bancos e operado-
conjunto. Daí, conhecemos o Paulo Raymun-
ras aéreas, estão se fundindo ou se associan-
di (de Curitiba) porque tínhamos um forne-
do para ganhar mais espaço. Nós resolvemos
cedor em comum. Não é fácil fazer essa
fazer isso para nos fortalecer. Não existe
união, cada empresa tem sua cultura”, pon-
mais aquela ideia de que o mercado é está-
dera Siro Canabarro.
Siro Canabarro.
Unidas, as pequenas empresas podem ampliar seu mercado de atuação, clientes, e até reduzir os custos com o processo de produção conjunta
raná que Siro Canabarro conheceu o empre-
O empresário define a união das empresas
xer e inovar vai desaparecer”, argumenta
Por Giovana Chiquim
do grupo de empresas que o Sebrae/PR atua com o Projeto APL (Arranjo Produtivo Local).
vel. O mercado é volátil e quem não se me-
União de empresários paranaenses deu origem a um dos maiores empreendimentos do setor de software para transportadoras no sul do País
ciativa pioneira de aliança estratégica dentro
maiores em desenvolvimento de softwares
mos algumas metas arrojadas para o grupo, a
Aliança estratégica
Ele ressalta, que a APR Tecnologia é uma ini-
Hoje, a empresa já se posiciona como uma das
ta, em Curitiba; e a Softcenter, em Londrina,
Associativismo
Fusão
A união (realmente) faz a força. A frase de
“Nós nos encontrávamos também durante concorrências de licitação, quando um ‘incomodava’ o outro. Numa conversa, nós tive-
O coordenador estadual de TI do Sebrae/PR,
mos a ideia de juntos desenvolvermos um
Emerson Cechin, classifica a união das três
software dentro das novas regras para servi-
empresas como uma aliança estratégica, ação
ços de transportadoras estabelecidas pela
que aparece como uma grande tendência do
Agência Nacional de Transportes Terrestres.
mercado de TI, seja para trabalhar com fusões
Foi uma experiência muito boa, a gente viu
ou aquisições. “Essa é uma grande oportuni-
que trabalhar assim era um modelo viável e
dade para as micro e pequenas empresas do
poderíamos realizar vendas em conjunto
setor, que pode ampliar seu mercado de atu-
também. Com um porte maior, a possibilida-
ação, clientes, e até reduzir os custos com o
de de vendas seria maior. Nossa união é con-
59
Foto: La Imagen
ganhamos um poder maior de negociação com os fornecedores, se você é uma empresa maior, fica mais fácil barganhar preços. A tecnologia evolui muito rapidamente e requer conhecimento, por isso acredito que a união seja um ótimo caminho para crescer ainda mais no futuro”, avalia. A APR Tecnologia cresce em ritmo acelerado e ganha, em média, quatro novos clientes por dia. “Em apenas um ano de atuação, a empresa já possui mais clientes que as outras três empresas juntas”, destaca Paulo Cesar Raymundi.
Emerson Cechin, coordenador de TI do Sebrae/PR
Ele acrescenta que, no próximo ano, será inaugurada uma nova unidade da APR, em São Paulo, e já é estudada a possibilidade de abertura de outra unidade no estado de Mato Grosso. (Colaborou nesta reportagem a jornalista Flora Guedes)
sequência de estratégias e visão de negó-
A aliança estratégica, uma tendência, gera impacto direto nos resultados das empresas, soma competências de cada uma e otimiza a produtividade
cio”, lembra Carlos Kasuya, proprietário da Softcenter, em Londrina. De acordo com Kasuya, com a criação da APR houve um aumento de 25% a 30% da carteira de clientes que, hoje, contempla mais de 700
No que o Sebrae/PR pode ajudar
empresas. Só a APR Tecnologia conquistou 160 clientes em um ano em meio de atividade. “Sozinhas, somos microempresas. Juntas,
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) é um dos setores estratégicos do Se-
aumentamos muito a nossa capacidade de
brae/PR, devido à alta concentração de mi-
trabalho e nos tornamos mais competitivas. A
cro e pequenas empresas e sua relevância
proposta é que, no futuro, exista uma única
econômica e social. A entidade trabalha com
marca e um único software”, aposta.
empresas do setor, por meio de inúmeras ações, dentre as quais apoia a promoção de
Aliás, hoje, dentro da APR Tecnologia só exis-
encontros de líderes de arranjos produtivos
te um único software que é comercializado
do setor. A ideia dos empresários, que você
pelas três marcas. “Também mantemos so-
leu nesta matéria, surgiu em conversas e
mente uma equipe de desenvolvimento, em
trocas de informações estimuladas nesse
vez de três, com isso reduzimos muito os nos-
tipo de evento. Quer conhecer mais as
sos custos e ganhamos em escala comercial. Essa mudança é responsável pelo nosso cres-
ações do Sebrae/PR na área de TIC, acesse www.sebraepr.com.br.
cimento”, reforça Paulo Cesar Raymundi. Ele explica que a empresa se especializou no desenvolvimento de um software que atende exigências do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), que tem como finalidade a alteração sistemática da emissão dos docu-
Saiba mais
mentos fiscais referentes ao transporte de carga. O cumprimento do CT-e entrou em vi-
A união de empresas tem reflexos também
gor desde 1º dezembro de 2013.
no quadro de funcionários. Quer saber mais
“Deixamos de ser concorrentes para, juntos, ganharmos o mercado. Cada empresa tinha
sobre o tema? Acesse artigo no Portal Carreira & Sucesso:
os seus talentos, então resolvemos somar es-
www.catho.com.br/carreira-sucesso/
sas experiências e know-how, como consequ-
gestao-rh/o-cuidado-com-os-colaboradores-
ência, esse único software reúne todos pon-
-em-caso-de-fusao.
tos fortes dos três antigos produtos. Também
60
61
global. O empreendedor brasileiro, em um
do superintendente regional da Caixa Econô-
ambiente favorável, certamente demons-
mica Federal e membro do Conselho Delibe-
trará a sua importância para o desenvolvi-
rativo do Sebrae/PR, Fábio Carnelós, desde a
mento econômico do nosso País. O Brasil é
sua juventude. Nascido em Ivatuba, no inte-
um país jovem, o que, por si só, o coloca em
rior do Paraná, foi morar ainda criança em
vantagem quando comparado com outros
Ubiratã, a 535 quilômetros de Curitiba, onde
países. Por isso, é extremamente necessá-
passou a infância, adolescência e juventude.
rio o investimento efetivo em conhecimen-
“Meu pai era oficial sapateiro e chegou a Ubiratã apenas com as ferramentas da profissão, tendo montado uma pequena sapa-
O segredo do sucesso é apostar no seu potencial
se três décadas, a nossa pequena sapataria
dedor de hoje é atender a demanda do
foi transformada em uma conhecida loja de
cliente, equilibrar as necessidades da em-
calçados. Vivi todas as etapas de constitui-
presa e possuir elevado reconhecimento
ção de uma empresa, desde a sua criação
social. De acordo com ele, o empreendedor
até o reconhecimento social e empresarial,
que conseguir atingir esses três objetivos,
por meio do empreendedorismo do meu
em equilíbrio, terá grandes chances de fa-
pai. Pude vivenciar e aprender com as difi-
zer o seu negócio crescer de forma susten-
culdades e vantagens da pequena empresa,
tável. Entretanto, avalia, é imprescindível
até meus pais se aposentarem, quando en-
que ele desenvolva suas capacidades de vi-
tão ingressei na Caixa, em 1982”, lembra
são e compreensão dos mercados local e
com saudades.
global, além de ser capaz de fomentar e
As instituições financeiras, na sua opinião, podem contribuir para o crescimento dos
ciedade. “Junto com minha família, tivemos
micro e pequenos negócios incentivando, de
o privilégio de viver e aprender com as so-
forma consciente, a tomada de crédito para
ciedades organizadas de Ubiratã, Santa He-
início do novo negócio ou como incremento,
lena, Goioerê, Marechal Cândido Rondon,
por meio dos mais variados tipos de investi-
União da Vitória, Ponta Grossa, Curitiba,
mentos. “Nosso País tem um potencial vasto
Maringá e Brasília. Cada uma dessas locali-
e uma gama de oportunidades fantástica,
dades tem a sua realidade local e, com as
aliado a um povo empreendedor. Em muitos
suas lideranças políticas e empresariais, se-
casos, as ideias existem e o potencial é laten-
gue pelo caminho do desenvolvimento,
te, mas falta efetivamente o apoio financei-
construindo suas histórias.”
ro, o recurso que vai viabilizar um novo ne-
Na opinião do membro do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, qualquer pessoa pode se tornar um empreendedor de sucesso, desde que tenha, além de boas ideias, adaptabilidade com o mercado. Entender o que o cliente precisa e identificar a melhor ma-
evitar falências por falta de conhecimento de mercado e de soluções negociais”, afirma. E acrescenta que o crédito é o grande foco da atuação bancária, pois é um impulsionador de negócios e do crescimento. “Os bancos devem transmitir orientação ao
para qualquer empreendedor, independen-
empreendedor para que o recurso seja to-
te do tamanho da empresa.
mado de forma consciente e, a Caixa, além
avaliação ainda falta qualificação para os atuais e futuros empreendedores. Ele destaca as diversas iniciativas voltadas para os damental nessa qualificação por oferecer
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gócio, o incremento do atual ou mesmo
neira de atendê-lo são de suma importância
dedorismo no Brasil positiva, porém, na sua
Entender o que o cliente precisa e identificar a melhor maneira de atendê-lo são de suma importância para qualquer empreendedor
eficácia parcerias de negócios sustentáveis.
tunidade de relacionamento com toda a so-
empreendedores e o Sebrae tem papel fun-
Por Mirian Gasparin
criar novas alternativas e desenvolver com
proporciona aos seus colaboradores a opor-
Carnelós considera a evolução do empreen-
Superintendente regional da Caixa diz que é preciso acreditar nas ideias, para que saiam do papel, e sempre estar à frente da concorrência
Desafios para crescer Para Carnelós, o maior desafio do empreen-
presa que, por sua capilaridade e missão,
Fábio Carnelós, superintendente regional da Caixa Econômica Federal e conselheiro do Sebrae/PR
to”, justifica.
taria. Nosso objetivo era crescer e, em qua-
De acordo com Carnelós, a Caixa é uma em-
Personalidade
Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagen
Fábio Carnelós
O empreendedorismo está presente na vida
de todo treinamento de suas equipes gerenciais, disponibiliza uma cartilha de educação financeira, no site (http://www14. caixa.gov.br/portal/educacao_financeira/ home), onde o empresário encontra fundamentos e conteúdos que o auxiliam no planejamento de suas finanças.”
ensino, assessoria e suporte a novos negó-
Ainda segundo o superintendente regional
cios. “O brasileiro tem na sua essência a ca-
da Caixa, a instituição busca oferecer a me-
pacidade e coragem de fazer aconte-
lhor linha para a real necessidade do clien-
cer e sua criatividade é destaque no mundo
te, e estar disponível em situações de difi-
culdade. Como exemplo, cita a atuação da Caixa na crise de 2008. “Em um momento turbulento no País, avançamos, não reduzimos nossa oferta e felizmente olhando para trás vemos que foi a decisão certa. Apoiamos empresas, conquistamos clientes e superamos o momento de dificuldade junto de nossos clientes.” Segundo Carnelós, as instituições financeiras também podem contribuir não só pelo crédito, mas também com todo suporte negocial, como a oferta de soluções para facilitar o crédito dos recebíveis dos clientes, através da cobrança bancária e das “maquininhas”; a operacionalização da folha de pagamento da empresa, o que proporciona ganho de tempo para o empresário e a bancarização para seus funcionários; opções seguras e rentáveis para proteger o capital da empresa; facilidades como cartões de crédito, débito e operações pelo internet banking, entre outros serviços. Os bancos fazem parte diretamente das rotinas de uma empresa, se tornando o provedor de soluções para demandas operacionais, sejam nas micro, pequenas ou grandes.
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sível”, informa. Com isso, a Caixa ganhou
mais nos pequenos negócios, lembrando
uma grande fatia de mercado, aumentou
que muitos grandes negócios já foram pe-
sua participação na carteira de emprésti-
quenos um dia. “Os micro e pequenos negó-
mos e vem contribuindo para o crescimento
cios têm sido foco no mercado, pois consti-
das empresas.
amplamente trabalhado e incentivado pelos bancos, considerando as características específicas desse segmento.”
para isso, o crescimento acima do mercado é fundamental. A expansão dos empréstimos ocorre paralelamente à redução da inadim-
Carnelós, busca atender plenamente todos
plência, que recuou de 2,34% para 2,27%
os tipos de empresa. “Em se tratando de
entre o primeiro e o segundo trimestres. A
pequenos negócios, somos especialistas e
queda na inadimplência é a forma correta de
temos um time preparado para esse públi-
crescer de maneira sustentável, avalia Car-
co, que constitui um mercado muito grande
nelós, acrescentando que, consequente-
e que movimenta nossa economia.”
mente, crescem os empréstimos, crescem os recursos e crescem as empresas. Mas, trazendo para a realidade paranaense, os seg-
O pequeno empresário também precisa de
mentos de micro e pequenos empresários
tecnologia para seus recebíveis, meios para
do Paraná, somente até outubro de 2013,
fazer seus pagamentos e suporte para ne-
acumularam em saldo de empréstimos um
cessidades do seu fluxo de caixa. Um exem-
volume superior a R$ 5,3 bilhões. Em 2012,
plo desse apoio, citado pelo superinten-
considerando janeiro a dezembro, o saldo
dente regional da Caixa, é o produto
final foi de R$ 3,7 bilhões.
Microcrédito Produtivo Orientado. É uma linha de crédito específica, voltada para o
Mecanismos de apoio
cliente que tem faturamento anual de até
O Brasil está evoluindo bastante no que
R$ 120 mil. Esta linha conta com prazo de até 18 ou 24 meses, conforme a modalidade, e taxa de 0,4% ao mês. De acordo com Carnelós, a Caixa já aplicou no Paraná, na pessoa jurídica, mais de R$ 174 milhões nessa modalidade, ou seja, é mais que apenas apostar, é mais que apenas visar lucro.
as diversas iniciativas promovidas pelo governo, institutos de pesquisa, universidades, empresas incubadoras e investidores
Para Fábio Carnelós, o segredo do empre-
quenos negócios”, diz.
endedor de sucesso é acreditar no seu po-
crescimento dos empréstimos por parte das micro e pequenas empresas. Segundo Fábio Carnelós, apoiada e incentivada pelo Governo Federal, a Caixa, em 2012, foi pioneira na redução de juros para todos os segmentos, inclusive para as micro e pequenas empresas. Ele destaca o capital de giro, com taxas a partir de 0,94% ao mês. “Esse
O aniversário de cinco anos do Núcleo de Turismo Receptivo de Curitiba foi comemorado com um ‘presente’ para a cidade. As empresas do grupo lançaram novos roteiros turísticos para Curitiba e Região. Foi realizada uma entrevista coletiva, para a apresentação das novidades, que contou com a presença do grupo de humor “Tesão Piá”. O Núcleo de Turismo Receptivo de Curitiba foi fundado em 2008, com o apoio e incentivo do Sebrae/PR, mas foi formalizado apenas em 2011. Seu principal objetivo é melhorar e articular o setor de turismo receptivo no Estado, com a criação de novos roteiros que são comercializados por agências de turismo de todo o mundo.
nos negócios. Nesse sentido, Carnelós cita
do mercado.
Representantes de instituições de ensino superior e do Sebrae/PR firmaram em Curitiba, um protocolo de intenções para a execução, no Paraná, do Programa Educação Empreendedora. A solenidade, para assinatura dos convênios, foi na sede do Sebrae/PR e contou com a presença de reitores, professores e técnicos das instituições de ensino superior contempladas por edital nacional e conselheiros e consultores do Sebrae/PR. O Paraná foi o segundo estado do Brasil com o maior número de faculdades e universidades contempladas pelo Edital de Educação Empreen-
Núcleo de turismo
tange a mecanismos de apoio aos peque-
“É acreditar e apoiar efetivamente os pe-
Já a queda dos juros tem contribuído para o
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Caixa é ser o terceiro maior banco do País e,
A Caixa, em sua forma de atuação, segundo
Microcrédito orientado
Os bancos devem transmitir orientação aos empreendedores para que os recursos sejam tomados de forma consciente
Fábio Carnelós destaca que o objetivo da
Educação Empreendedora
dedora para Instituições de Ensino Superior, iniciativa do Sebrae Nacional em todo o País. Foram selecionadas 17 instituições paranaenses, localizadas em 12 municípios do Estado e que agora se preparam para executar seus projetos.
Empresários do Núcleo de Turismo Receptivo
João Paulo Koslovski, presidente do Sebrae/PR, e Zaki Akel, reitor da UFPR
tencial de mercado, pois só é possível dar andamento a projetos que estejam consolidados na mente do idealizador. Além disso, é necessária a busca incessante por especialização e atualização das técnicas e tecnologias disponíveis, mantendo-se sempre à frente da concorrência, travando relacionamentos estratégicos para ampliar sua participação no mercado.
movimento de queda dos juros foi um movi-
Segundo Carnelós, o Sebrae é a principal re-
mento amplo e complexo, que começou jus-
ferência para as micro e pequenas empresas.
tamente na crise de 2008 e, de lá para cá, a
É a instituição de apoio para todos os tipos
Caixa veio atuando pró-ativamente e pu-
de empresários, desde o início da carreira
xando cada vez mais as taxas para baixo. O
até os de reconhecido sucesso. “O Sebrae
ponto alto foi o lançamento do Programa
está sempre na vanguarda, disponibilizando
Caixa Melhor Crédito, lançado em abril de
novas tecnologias de gestão e partilhando
2012, que reduziu as taxas de juros e dispo-
esse conhecimento com todos os membros
nibilizou novas linhas de crédito para clien-
do segmento empresarial. A equipe de espe-
tes de todos os segmentos. Esse movimen-
cialistas é muito bem preparada e motivada,
to se alastrou e os demais bancos tiveram
faz toda a diferença na vida das micro e pe-
que também reduzir suas taxas, ajustar os
quenas empresas”, conclui.
Paraná TIC O 3º Paraná TIC, maior evento do setor de tecnologia da informação e comunicação do Estado, fechou com saldo positivo. Foram palestras, painéis, conversas, debates e cases, apresentados por personalidades da área. O Paraná TIC foi uma iniciativa da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação (Assespro-PR), Sebrae/PR e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Em pauta, o futuro da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Paraná, para garantir o crescimento das empresas que atuam no setor. Ricardo Amorim, do Programa Manhattan Connection, do canal Globo News, convidado para o evento, falou sobre “Megatendências da economia mundial e impactos nos seus negócios”.
Foto: Luiz Costa/La Imagen
tuem um nicho de mercado que pode ser
Sebrae/PR
Foto: Guilherme Costa/La Imagen
spreads de suas operações e o efeito foi vi-
as instituições financeiras estão apostando
Foto: Guilherme Costa/La Imagen
Na avaliação do conselheiro do Sebrae/PR,
Paraná TIC, em Curitiba, mobilizou empresários do setor
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Prefeitos empreendedores Sete prefeitos do Paraná tiveram projetos, em benefício do empreendedorismo e das micro e pequenas empresas, reconhecidos na etapa estadual do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor. Augustinho Zucchi, prefeito de Pato Branco, venceu na categoria Melhor Projeto, com o case “Pato Branco: Terra de Gente Empreendedora e Inovadora”. Na categoria Desburocratização, venceu o prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Clovis De Souza Pereira, com o case “Simplificar para Crescer”. O prefeito de Umuarama, Moacir Silva, levou o Prêmio na categoria Pequenos Negócios no Campo, com a proposta “Programa de Apoio ao Cooperativismo”. “Compras públicas municipais: o caminho para o desenvolvimento sustentável”, em Entre Rios do Oeste, rendeu o Prêmio para o prefeito Jones Neuri Heiden, na categoria Novos Projetos. Na categoria Lei Geral Implementada, venceu “Cambará Empreendedora”, do prefeito João Mattar Olivato. Na categoria Pequenos Negócios nos Eventos Esportivos, venceu o prefeito de Apucarana, Carlos Alberto Gebrim Preto, com “Na Copa do Mundo, o boné é nosso!”. E na categoria Compras Governamentais, venceu o prefeito de Dois Vizinhos, Raul Camilo Isotton. O Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor tem como objetivo estimular o surgimento e o desenvolvimento de pequenos negócios e a modernização da gestão pública, contribuindo de forma efetiva para o desenvolvimento econômico e social dos municípios. É uma premiação realizada de dois em dois anos e os projetos podem ter como foco empresas formais ou em processo de formalização, individuais ou organizadas em consórcios e associações, de qualquer setor, no campo e na cidade. Nesta edição, 47 prefeituras do Paraná se inscreveram , totalizando 70 projetos com 18 finalistas.
Foto: Divulgação
mica Havaí, de Santa Helena; e a Cerâmica e Madeireira São Luiz, de Pato Bragado. Na categoria Serviços, levaram o Prêmio MPE Brasil a Borkenhagen Soluções Contábeis, de Foz do Iguaçu; e a Espaço 3 - Locadora, Imobiliária e Incorporadora, de Medianeira. Em Serviços de Turismo, a empresa Silva & Castro Restaurante, de Londrina. Em Serviços de Saúde, a Labore Saúde Ocupacional, de Maringá. E em Serviços de Tecnologia da Informação, a Tecnospeed Tecnologia da Informação, de Maringá; e a Forlogic Software, de Cornélio Procópio. A Tecnospeed Tecnologia da Informação, de Maringá, também venceu a categoria Destaque em Inovação. O Prêmio MPE Brasil existe desde 2004 e foi idealizado para reconhecer a excelência na gestão das micro e pequenas empresas, tendo por base o Modelo de Excelência em Gestão (MEG), da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Neste ano, foram 6.834 inscrições, das quais saíram 3.510 candidatos (que preencheram o formulário). As vencedoras paranaenses, automaticamente, participarão da etapa nacional, que deve ocorrer em abril de 2014.
Projetos de prefeitos paranaenses são destaque
São da região noroeste do Paraná as três vencedoras da etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. Lucienne de Souza, de Floresta, venceu na categoria Pequenos Negócios. Raquel Aparecida da Cruz, de Campo Mourão, na categoria Microempreendedora Individual. E Francisca Nunes Alves, de Araruna, na categoria Produtora Rural. O anúncio das vencedoras do Prêmio, uma iniciativa voltada para mulheres empreendedoras que visa reconhecer, divulgar e premiar histórias de empreendedorismo feminino, foi feito em novembro pelo Sebrae/PR durante a XXIII Convenção Anual da Faciap, a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná. As vencedoras representarão o Paraná na etapa nacional, prevista para março de 2014. O Prêmio, em sua sétima edição, é uma parceria do Sebrae Nacional, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais do Brasil e Funda-
Foto: Guilherme Costa/La Imagen
Foto: Luiz Costa/La Imagen
Guilherme Henrique Ziger, Andressa Cristiane Carvalho e Mônica Araújo da Silva, estudantes da Universidade Paranaense (Unipar) – Campus Toledo, foram, respectivamente, os três melhores colocados na etapa estadual do Desafio Universitário Empreendedor, a nova versão do Desafio Sebrae. Adriane Diemer Uecker, também da Unipar, foi reconhecida como a professora que mais incentivou inscrições entre os estudantes. O Desafio Universitário é uma ferramenta disponibilizada na internet pelo Sebrae Nacional que integra diferentes soluções da instituição para desenvolver capacidades empreendedoras de quem está se preparando para entrar no mercado de trabalho. A participação é gratuita e voltada somente para universitários, regularmente matriculados em um estabelecimento de ensino reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), além de professores e instituições de ensino. Estruturada em forma de competição, a ferramenta conta com um site, http://desafiouniversitarioempreendedor.sebrae.com.br, onde os estudantes se cadastram e podem aprimorar seus conhecimentos com jogos virtuais. Cada um dos games tem uma pontuação específica e quem acumular mais pontos será o vencedor. O Desafio Universitário ainda promove cursos – muitos deles sem custos -, que ensinam conceitos de empreendedorismo dentro da universidade e bate-papo com especialistas, que irão passar noções de marketing, fluxo de caixa, recursos humanos e liderança.
Lucienne, Francisca e Raquel, vencedoras do Prêmio no Paraná
Expo Paraguai
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Desafio universitário
ção Nacional da Qualidade (FNQ). Para auxiliar na divulgação estadual, o Sebrae/PR conta com o apoio do Conselho Estadual da Mulher Empresária (CEME).
Vitor Tioqueta, Horácio Cartes e o consultor do Sebrae/PR, Luiz Antônio Rolim
Vencedores do MPE Brasil no Paraná
Guilherme, Andressa, Adriane e Mônica, da Unipar, foram reconhecidos pelo Desafio Universitário
Foto: Luiz Costa/La Imagen
MPE Brasil Dez empresas do Paraná venceram a etapa estadual do MPE Brasil – Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, uma delas em duas categorias. O anúncio foi feito durante a Convenção Anual da Faciap. Na categoria Comércio, venceram o Prêmio MPE Brasil a Confeitaria Requinte, de Curitiba; e a Kagil Comércio de Suplemento Alimentar, de Toledo. Na categoria Indústria, as empresas Cerâ-
Foto: Luiz Costa/La Imagen
Foto: Luiz Costa/La Imagen
Mulher de negócios
O Sebrae promoveu um encontro entre empresários durante a Expo Paraguai Brasil, feira de negócios em Assunção, capital paraguaia. A Expo Paraguai Brasil é uma feira multissetorial que visa promover o intercâmbio comercial, cultural e turístico entre os dois países. O Diálogo Empresarial, realizado por técnicos da área de cooperação internacional do Sebrae/PR, foi marcado pela dinâmica entre empresários brasileiros e paraguaios de setores, como vestuário, moda bebê, tecnologia da informação e comunicação, mobiliários corporativos, metal mecânica e agronegócio. Na oportunidade, o diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, conversou com o presidente do Paraguai, Horácio Cartes, sobre a cooperação entre os países.
Rodada de negócios no Sebrae/PR
Encontro Km 0 O Encontro de Negócios – KM 0, promovido pelo Sebrae/PR, foi um sucesso. Durante o evento, realizado no escritório em Curitiba, aconteceram 320 reuniões entre produtores e empresários de minimercados, hotéis e restaurantes. O grupo teve a chance de conhecer a qualidade das hortaliças, frutas, cervejas e vinhos produzidos em Curitiba e Região. Participaram do Encontro associações e cooperativas atendidas pelo Projeto Cadeia Produtiva de Hortifrutigranjeiros do Sebrae/ PR, e que, portanto, atingiram alto padrão de qualidade e segurança de alimentos. O principal objetivo foi diminuir a distância entre compradores e produtores, filosofia do Km 0.
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Ciência e tecnologia A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com o apoio do Sebrae/PR, registrou mais de 6 mil participantes. Foram 1.082 empresas (3.776 participantes) nos Seminários de Inovação; 240 empresas (518 participantes), no Showroom Tecnológico; 340 empresas (441 participantes), em Workshops; e 728 empresas (1.592 participantes), nas Clínicas Tecnológicas. Com o tema “Ciência, saúde e esporte”, a Semana mobilizou a população em torno de temas e atividades ligadas à Ciência e Tecnologia (C&T), valorizando, ao mesmo tempo, a criatividade, a atitude cientí-
Foto: Luiz Costa/La Imagen
fica e a inovação.
Os dez anos do Parque Tecnológico Binacional (PTBi), idealizado entre o município de Pato Branco, no Brasil, e Posadas, capital da Província de Misiones, na Argentina, foi celebrado com a conquista do marco legal projeto, que é o reconhecimento por parte dos governos do Paraná e de Misiones. Em cerimônia realizada em Posadas, lideranças brasileiras e argentinas receberam dos governos estaduais a confirmação de que o PTBi passa a integrar a pauta de desenvolvimento e cooperação internacional entre o Paraná e Misiones. O projeto do parque binacional tem por base a troca de experiências em inovação, com a proposta de somar resultados nos dois países, atuando em três eixos estratégicos que são a integração empresarial, o fortalecimento institucional e governamental, bem como conhecimento educação com formação. A proposta inovadora de cooperação foi um dos motivos que levou o governo do Paraná a reconhecer a iniciativa.
Cases de sucesso chamaram a atenção de um público seleto de 400 empresários e empreendedores, em Curitiba
Think Big Lab O Sebrae/PR organizou, em Curitiba, um dia diferenciado e especialmente dedicado aos empresários e empreendedores de micro e pequenas empresas, ávidos pelo pensar ‘grande’ e por novas oportunidades e soluções práticas. Foi o Think Big Lab 2013, evento inédito realizado em Curitiba. A programação incluiu seis palestras e três laboratórios simultâneos e foi conduzida por experts reconhecidos mundialmente, que apresentaram cases de sucesso e novas práticas de gestão. A iniciativa contou ainda com a consultoria de conteúdo da MBA60 e com o apoio técnico da Fundação Dom Cabral e o patrocínio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). O objetivo do evento foi oferecer conteúdos relevantes a fim de preparar os empresários para as oportunidades de 2014 e para ampliar o networking. Com metodologia pragmática, a ação apresentou diferencial no modo com que os conhecimentos foram apresentados. 68
Artigo Foto: Luiz Costa/La Imagen
Parque binacional
Jogar para vencer ou jogar para não perder? Por Julio Cezar Agostini
Participei recentemente da edição 185 do AMP (Advanced Management Program) da Harvard Business School em Boston, nos Estados Unidos. Durante quase dois meses, tive a oportunidade de estar totalmente imerso em um ambiente internacionalmente conceituado como uma das melhores (senão a melhor) escolas de negócios do mundo. Nesse período, conjuntamente com outros 162 executivos de 42 países, analisei aproximadamente 110 estudos de casos empresariais, além das economias de 14 países ou regiões do planeta. O programa incluiu estudos de casos sobre liderança, estratégia, marketing, a construção de vantagens competitivas por meio de operações, gestão financeira, negociação, contabilidade para executivos, negócios, governos e economia internacional. Toda a metodologia educacional em Harvard é baseada na análise de estudos de casos reais, que estimulam e exercitam executivos de grandes corporações internacionais no aprimoramento e busca de qualidade superior para o processo de tomada de decisões. Outro legado do programa é a participação em um extenso networking internacional. Num dos casos, abordou-se o conjunto de premissas organizacionais que norteiam a tomada de decisões de uma empresa diante de situações de risco: sua empresa joga para vencer ou joga para não perder? Por trás de tão simples pergunta, a questão central era identificar o conjunto de premissas preponderantes que são
empregadas pelas lideranças no processo decisório. Empresas que jogam para não perder evitam situações de risco, mesmo que custe uma chance para vencer. Suas lideranças possuem uma mentalidade indecisa, não resoluta e orientada por problemas. Tal mentalidade provoca comportamentos defensivos, passivos e reativos. São empresas em que o medo da perda é maior que o prazer do ganho. Quando acabaram de vencer, estacionam. Quando têm vencido por algum tempo, adotam a complacência e o mantra “aquilo que me trouxe até aqui me levará até lá”. Quando há crise, adotam o espírito de preservação. Se estivéssemos falando de um time de futebol, estaríamos nos referindo a um time como a seleção da Itália, que é reconhecida pelo seu jogo de retranca, ou seja, o time joga para não levar o gol, e, se possível, no contra ataque fazer um a zero, com o menor risco possível.
Julio Cezar Agostini, diretor de Operações do Sebrae/PR
Líderes motivados por jogar para vencer são engajados por modelos de papéis inspiradores
Jogar para vencer é diferente de querer vencer. Não é o desejo da vitória o que importa. Isso todo mundo tem. O que importa é a vontade de se preparar para vencer. Empresas que jogam para ganhar implacavelmente perseguem novas oportunidades com a mentalidade única de vencer. São empresas que tomam a iniciativa e decidem, são autoconfiantes, resolutas e orientadas pela solução. Esse tipo de mentalidade inspira comportamentos proativos e assertivos. Um bom exemplo foi a seleção brasileira de futebol na nova ‘Era Felipão’,
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que jogou para ganhar na final da Copa das Confederações 2013, realizada no Brasil. Um time audacioso, agressivo, que cresceu diante do adversário (Espanha, melhor seleção do planeta nos últimos anos). Na base da formação dessas premissas que norteiam o processo decisório organizacional, estão as pessoas, principalmente as lideranças (proprietários e dirigentes) e suas diferentes formas de abordar riscos, como também seu foco motivacional.
Empresas que jogam para não perder evitam situações de risco mesmo que custe uma chance para vencer
Líderes motivados por jogar para vencer são engajados por modelos de papéis inspiradores, enquanto líderes que jogam para não perder são motivados pela precaução. Líderes que jogam para vencer fazem o seu trabalho evoluir de forma rápida, consideram sempre várias alternativas, são abertos às oportunidades, otimistas, geradoras de ideias e propostas, buscam o feedback positivo, gostam de incentivos, sentem-se deprimidos quando as coisas não vão bem. Líderes focados em jogar para não perder trabalham de forma deliberadamente mais lenta, mas de forma mais precisa, trabalham preparando-se para o pior cenário, são estressados por prazos curtos, não se sentem tão confortáveis diante situações que parecem ser otimistas, sentem-se preocupados e ansiosos quando as coisas vão mal.
Qual a melhor opção? Não há resposta certa para tão simples pergunta. Lembre-se que o Brasil já venceu a Copa do Mundo de futebol por cinco vezes, mas a Itália também é uma vencedora, já tendo levado quatro vezes o Mundial. Assim, a sabedoria diz que nem todo time precisa jogar para vencer, nem toda empresa precisa jogar para não perder. A leitura do ambiente onde a empresa está inserida, e dos fatores motivacionais das lideranças, é fundamental. O que se sabe é que empresas que são dirigidas pela inovação e que precisam competir em mercados super dinâmicos serão favorecidas se tiverem propensão a arriscar mais e estar impregnadas pela motivação do tipo jogar para vencer. Enquanto isso outras empresas que estão inseridas em espaços mais conservadores, burocráticos e cheios de normas responderão melhor a esse tipo de ambiente jogando para não perder. Portanto, caso a caso teremos diferentes respostas a tal indagação. A tomada de decisão é o momento crítico de sucesso para qualquer organização. Em Harvard, inserido na dinâmica dos estudos de caso, eu era desafiado todos os dias a responder a seguinte pergunta: você que é um líder no contexto de sua organização, qual a sua decisão? Jogar para vencer ou jogar para não perder? Hoje, eu faço a mesma pergunta para você.
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47 anos, é diretor de Operações do Sebrae/PR. Formado no Programa de Gestão Avançada pela Harvard Business School, nos Estados Unidos, está há 25 anos no Sebrae/PR. É mestre em Administração, possui formação em Ciências Econômicas, com especialização em Administração Geral e Estratégica; em Direção de Empresas; e em Coordenação em Dinâmicas de Grupo. Possui formação em Desenvolvimento Local pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) pelo Campus de Turin- Itália; em Estratégia e Negócios Inovadores pela Wharton School da Filadélfia – Estados Unidos; em Gestão Estratégica pelo INSEAD da França; e em Desenvolvimento de Liderança pela Universidade Católica de Milão.
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