Revista Soluções - Edição 24

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Conselho Deliberativo

Conselho Fiscal

O Conselho Deliberativo do Sebrae/PR é formado por representantes de segmentos do setor produtivo, de instituições de ensino, tecnologia e crédito e poder público. Funciona como uma assembleia geral e soberana, que representa a tomada de decisões de forma democrática e compartilhada. Ao todo, são 13 entidades que têm assento no Conselho Deliberativo do Sebrae/PR.

João Luiz Rodrigues Biscaia – Faep

EDITORIAL

Presidente do Conselho Fiscal

Dalton Celeste Rasêra – Faep Suplente

Alberto Franco Samways – Fecomércio Titular

Edson Luiz Campagnolo

Edson Luiz Guariza – Fecomércio

Presidente do Conselho Deliberativo

Banco do Brasil

Suplente

Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio)

Gerson José Lauermann – Ocepar

Caixa Econômica Federal

Darci Piana - titular Ari Faria Bittencourt - suplente

Suplente

Fabio Carnelós - titular Enilson Ferreira de Araújo - suplente

Fomento Paraná

Edson Pascoal Cardozo - titular Joares Angelo Scisleski - suplente

Centro de Integração de Tecnologia do Paraná (Citpar) Luiz Carlos Baeta Vieira - titular Rubens Maluf Dabul - suplente

Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) Ágide Meneguette - titular Carlos Augusto C. Albuquerque – suplente

Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap) Rainer Zielasko - titular Guido Bresolin Junior - suplente

Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Fampepar) Ercílio Santinoni - titular Jonas Bertão - suplente

Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) Edson Campagnolo - titular Evaldo Kosters - suplente

Titular

RENOVAÇÃO DE COMPROMISSO

João Gogola Neto – Ocepar

O ANO DO RECONHECIMENTO

Juraci Barbosa Sobrinho - titular Heraldo Alves das Neves - suplente

Sebrae Nacional Elizabeth Soares de Holanda - titular Joana Bona Pereira - suplente

Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral Silvio Magalhães Barros - titular Mário José Dória da Fonseca - suplente

Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar)

Diretoria Executiva Vitor Roberto Tioqueta Diretor Superintendente

Julio Cezar Agostini Diretor de Operações

José Gava Neto

Diretor de Administração e Finanças

João Paulo Koslovski - titular José Roberto Ricken - suplente

Universidade Federal do Paraná (UFPR) Zaki Akel Sobrinho - titular Joel Souza e Silva - suplente

Expediente Coordenação: Fabíola Negrão Gerente de Marketing e Comunicação Edição/Jornalista Responsável: Leandro Donatti Registro Profissional – 2874/11/57-PR Fabíola Ono Dambrós Consultora especialista em Marketing Textos: Adriano Oltramari, Aldy Coelho, Bruna Komarchesqui, Camila Cabau, Giovana Chiquim, Juliana Dotto, Leandro Donatti e Patrícia Biazetto. Fotos: Luis Felipe Miretzki e Rodrigo Czekalski. Impressão: Speedgraf Gráfica e Editora Ltda. Design Gráfico e Diagramação: Ingrupo//chp Propaganda

EDSON CAMPAGNOLO PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DO SEBRAE/PR

Queremos em 2016 renovar a nossa parceria com os empresários e futuros empresários paranaenses. Um compromisso que assumi em 2014, quando fui eleito presidente do Conselho Deliberativo da entidade, hoje uma referência em conhecimento quando o tema é empreendedorismo. Parte desta estratégia, de apoio às micro e pequenas empresas, é municiar os empresários de ferramentas que os auxiliem nos bons e maus momentos. Um exemplo disso, tema de capa desta edição da Revista Soluções, é a ‘cesta anticrise’ lançada recentemente pela entidade. A ideia é fazer os empreendedores refletirem sobre os negócios em tempos de crise, mas, ao mesmo tempo, pensarem em novas alternativas, que também podem ser aplicadas em períodos de ‘vacas gordas’. Ideias, muitas vezes simples, que podem fazer a diferença nas empresas. A ‘cesta anticrise’, que estimula os empresários a mudar de perspectiva, blindando-se do pessimismo, foi uma encomenda das entidades do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, preocupadas com o destino do País e cientes do valor dos pequenos negócios para o desenvolvimento. Empresários, façamos de 2016 um momento especial, a hora de pensar diferente, de explorar o novo, de se reinventar. Afinal, mais uma vez, o Brasil precisa de nós!

JULIO CEZAR AGOSTINI VITOR ROBERTO TIOQUETA JOSÉ GAVA NETO DIRETORIA EXECUTIVA DO SEBRAE/PR

O Sebrae/PR obteve três importantes reconhecimentos em 2015, fruto de um esforço coletivo para aprimorar sua gestão. A entidade, que caminha para os seus 50 anos, a serem completados em 2022, conquistou troféu bronze no Prêmio Paranaense da Qualidade de Gestão (PPrQG) e passou a figurar no ranking das melhores empresas para se trabalhar, editados pela Revista Você S/A e pelo Great Place to Work. Esse processo de refinamento na gestão do Sebrae/PR, seja na busca pela qualidade, seja na gestão de sua equipe, significa muito para os pequenos negócios. Uma entidade rumo à excelência em gestão, com colaboradores satisfeitos com seu ambiente de trabalho, só tende a melhorar cada vez mais o seu atendimento. Em tempos de turbulência econômica, quanto mais adequado for o apoio técnico mais efetivos serão os resultados. O Sebrae/PR, cuja missão é promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios e fomentar o empreendedorismo para fortalecer a economia nacional, sente-se cada vez mais preparado para ajudar os empreendedores na superação de seus desafios. Estamos fazendo a ‘lição de casa’ e esperamos reverter a nossa expertise em gestão em melhores programas, projetos, cursos e consultorias.

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ÍNDICE

COMPORTAMENTO

TENDÊNCIA

CAPA

ECONOMIA, PARA LUCRO NÃO ESCOAR PELO ‘RALO’

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FRANQUIAS, OPÇÃO PARA EMPREENDER

ARTIGO

Microempreendedores

FENÔMENOS

A HORA DE PENSAR DIFERENTE

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EDSON CAMPAGNOLO ...otimizar os recursos disponíveis pode...

44 PARANAENSES, SÍMBOLOS DA INCLUSÃO PRODUTIVA

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Qualidade

É DESTAQUE 50 SEBRAE/PR EM GESTÃO DE PESSOAS Indicação Geográfica

ENTREVISTA

SERVIÇO

PARAGUAI NA ‘MIRA’ DE EMPRESAS BRASILEIRAS

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PRIMEIRO MEL DO BRASIL COM DENOMINAÇÃO DE ORIGEM

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ORIENTAÇÃO PORTA A PORTA AJUDA EMPRESA A TER FOCO

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PONTOS AGILIZAM ATENDIMENTO A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Capacitação

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Multicanal

A SOLUÇÃO DO PAÍS ESTÁ NOS PEQUENOS NEGÓCIOS Para especialista em gestão de mudança, Maria Moraes Robinson, encontrar novos caminhos ajuda empresas a superar, mais fácil, momentos de turbulência

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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

ENTREVISTA

MARIA MORAES ROBINSON

A SOLUÇÃO

DO PAÍS ESTÁ NOS

PEQUENOS NEGÓCIOS

Para especialista, quanto maior for a capacidade de encontrar novos caminhos diante das mudanças no ambiente de negócios, melhor as empresas conseguirão atravessar períodos de crise Por Bruna Komarchesqui

É PRECISO APRIMORAR O DIÁLOGO COM O MERCADO, COMO SE ENTENDE E ANALISA AS DEMANDAS, SE DESAPEGAR DAQUILO QUE NÃO FAZ MAIS SENTIDO E INOVAR

T

udo muda. O tempo todo. O conceito não é exatamente novo. Cinco séculos antes de Cristo, Heráclito já pregava ser impossível nadar duas vezes no mesmo rio, porque as águas e o próprio homem não seriam os mesmos. Ainda assim, lidar com mudanças segue sendo o grande desafio da civilização ocidental. “Temos essa visão muito linear de controlar as coisas: se eu fizer isso hoje, amanhã o resultado será aquele. Porém, além da vida não ser assim, nesses últimos 15 ou 20 anos, o processo de mudanças do mundo vem se acelerando muito. Diante desse cenário, o tema voltou a constar das agendas das organizações, dos executivos, com muito mais força, por que agora as pessoas precisam parar e pensar ‘O que faço com tudo isso? Como gerencio a mudança?’”, explica a economista Maria Auxiliadora Moraes Amiden Robinson.

Fotos: Felipe Miretzki/Eficaz

Cofundadora da consultoria Holonomics Educação e autora de livros sobre liderança e estratégia – dentre eles “Holonomics: Business Where People and Planet Matter”, em coautoria com

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MARIA MORAES ROBINSON,

ESPECIALISTA EM GESTÃO DA MUDANÇA, DIZ QUE OS PEQUENOS NEGÓCIOS TÊM VANTAGENS NA HORA DE SE REINVENTAR

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o marido, Simon Robinson –, a consultora tem percebido um aumento no interesse pela temática da gestão da mudança. “O primeiro movimento que tem que acontecer é aceitar que o que você está fazendo, da forma que está fazendo, não traz mais o resultado que gostaria, é essa a abertura inicial necessária das organizações e dos líderes. O atual momento está forçando um movimento de melhoria muito grande dentro das organizações, tem sido muito positivo”, avalia. Nesse sentido, as empresas de pequeno porte saem em vantagem, uma vez que têm mais agilidade e potencial para se “desapegar” da forma como foram inicialmente estabelecidas. “Elas têm um espaço muito grande para fazer coisas novas e para estreitar os laços com os clientes, porque eles também estão em um processo de mudança”, exemplifica. Confira a entrevista concedida por Maria Moraes Robinson, recentemente à Revista Soluções, durante passagem pelo Sebrae/PR quando tratou do tema.

Revista Soluções - Por quais

mudanças o mundo está passando e como elas afetam as empresas?

Maria Moraes Robinson - Uma mudança fundamental, que começou na década de 1990, é a globalização em larga escala. Com as tecnologias de comunicação e de rede, as pessoas têm um grau de exposição e de relacionamento com as outras e com o mundo nunca antes visto. Isso por si só já muda o comportamento das pessoas. Por exemplo, se alguém dá uma informação, instantaneamente os outros procuram para ver se aquilo é verdade e quais são as opiniões a respeito. Outro ponto é que a exposição das ações toma uma proporção muito grande. Diante de uma organização que, de repente, não faz o que prometeu, o cliente vai em uma rede, coloca sua insatisfação, e isso pode ter um efeito bastante prejudicial para ela. Na verdade, estamos diante de um momento em que as organizações precisam trabalhar muito fortemente questões como confiança, transparência, fazer exatamente o que prometem e isso

é maravilhoso. Outra questão muito forte, e que vem se tornando cada vez mais relevante, é a consciência da finitude dos recursos. As organizações funcionam, em geral, numa base linear. Então, ‘ano que vem, vou crescer mais 30%, no outro 20%, no outro 10%’, e todo mundo fazendo isso e consumindo recurso sem uma visão de reciclagem, de como fazer para os recursos não acabarem. A constatação da finitude dos recursos também é algo que traz para as organizações um novo desafio e um desafio de inovação. Como posso fazer o mesmo com menos ou de forma mais sustentável? Outra questão é a própria postura do consumidor, que está se tornando mais consciente, mais atuante. Ele decide o que quer, não são mais as organizações decidindo o que ele compra, como era na década de 1980, com as economias mais fechadas, quando eram poucas as alternativas no mercado. O poder do indivíduo está se tornando cada vez maior. Isso evidencia a necessidade de ter um papel mais amplo do que o de atender as necessidades básicas

contexto que entra a gestão da mudança? O que é esse conceito?

uma posição em que não aceitamos a mudança, em que continuamos da mesma forma de ser e pensar e começamos, inclusive, a sofrer por estarmos nessa posição. Gestão da mudança é um tema que está em alta, principalmente porque estamos em um momento em que precisamos mudar nossa forma de ver e de fazer as coisas.

Maria

Revista Soluções - Os empresários

do seu cliente. Nesse sentido, estão surgindo novos modelos de negócio, parcerias com a comunidade, com o governo, para fazer coisas de forma mais coletiva, o que traz mais um grande desafio para as organizações.

Revista Soluções - É dentro desse

Moraes

Robinson

-

Primeiramente, gostaria de destacar que a palavra gestão deve ser menos no sentido de controle e mais no sentido de acompanhamento. Estou vendo que as coisas estão mudando, a forma de fazer tradicional não está mais trazendo as respostas que gostaríamos, então, precisamos promover a mudança na nossa cultura, em nós mesmos enquanto indivíduos, para aceitar, enxergar o que é necessário mudar e fazer o acompanhamento dessa mudança. E precisamos conseguir desenhar uma forma de atuação que esteja em maior harmonia com essas mudanças, de maneira a nos adaptar e nos movimentar melhor, e não ficar em

brasileiros estão preparados para tratar da gestão da mudança, para aplicá-la em seus negócios?

Maria

Moraes

Robinson

-

Eu posso dizer que tem havido uma procura muito grande, nosso trabalho na abordagem Holonomics, por exemplo, vem despertando o interesse de profissionais e organizações no mundo todo, mas principalmente no Brasil. O que ainda vemos que é uma dificuldade muito grande é o hábito de enxergar a mudança como algo que é possível controlar, essa dificuldade de ver o processo como orgânico, natural e dinâmico. Por exemplo, hoje atendemos o cliente

Fotos: Felipe Miretzki/Eficaz

MUITAS VEZES, NOSSO FILTRO ESTÁ BASTANTE VINCULADO A EXPERIÊNCIAS PASSADAS E, QUANDO VAMOS REAGIR A COISAS NOVAS, NÃO TEMOS ELEMENTOS PARA FAZÊ-LO DE FORMA ADEQUADA

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de uma forma, mas vamos precisar mudar, porque ele passa a exigir um contato diferenciado. Isso vai requerer dentro da organização uma mudança de comportamento das pessoas, de entender o cliente, de preparação, capacitação, de erros e acertos também. E aprender a analisar ‘Por que não deu certo? Vamos tentar outra coisa?’ Essa questão de lidar com erro, por exemplo, é algo ainda muito difícil, para o brasileiro em especial. Nós, seres humanos, principalmente no Ocidente, aprendemos que o errado é ruim. No geral, as pessoas tentam abafar o erro. E em um processo de mudança, com esse dinamismo, não tem como saber de antemão se algo novo irá funcionar ou não. Precisamos fazer protótipos, pilotos, testar e, se não funcionar, irmos por outro caminho.

Revista Soluções - Esse dinamismo

da mudança requer a participação de todos envolvidos com a organização? Nesse sentido, qual o papel da liderança?

Maria

Moraes

Robinson

-

Exatamente. Eu tenho um problema para resolver, vou ter que pensar em alguma solução. Junto várias pessoas para pensar qual poderia ser o caminho melhor. Não sabemos se a solução “x” a que chegamos será a melhor, porque o movimento não é mais de dentro da organização para fora, ou seja, eu crio e imponho às pessoas. Eu vou criar um novo serviço ou produto, se as pessoas acharem bacana, elas vão adquirir, se elas não gostarem daquilo, vão rejeitar já de cara. Então, é hora de pensar em outra solução. A abertura para aceitar isso, que vou pensar uma coisa, que pode não ser tão bacana, e vou ter que pensar de novo, ainda é uma barreira muito grande. Outra dificuldade reside na liderança. O líder aprendeu nesses anos todos, mais de século, a ser a cabeça da organização. Aquele que desenha a estratégia da organização. Em princípio, ele sabe para onde quer conduzir e é para lá que vamos. Isso também já não é mais verdade, o líder tem que ter outras características, a capacidade de gerar confiança nas pessoas, e deve aceitar que não terá todas as respostas. Ele precisa se 10

ORGANIZAÇÕES QUE FOCAM NO ATENDIMENTO AO CLIENTE, EM ENTREGAR O QUE PROMETERAM, TÊM UM ESPAÇO IMENSO PARA CRESCER, CONQUISTAR E FIDELIZAR CLIENTES

abrir muito ao diálogo, e isso mexe fundamentalmente com o que é ser líder. Exige um trabalho pessoal muito grande, sair da posição em que eu pensava ter as respostas, para uma em que preciso aceitar que teremos que construir as coisas juntos.

Revista Soluções - Como vencer

esse desafio? Como o empresário pode abandonar a lógica atual e pensar de outro jeito?

Maria Moraes Robinson - O

primeiro movimento que tem que acontecer é aceitar que o que você está fazendo, da forma que está fazendo, não traz mais o resultado que gostaria. Aí tem o passo a passo: primeiramente, entender quais são

as características da cultura dessa organização, quais são os atributos, como as pessoas agem, a postura, o modelo decisório, como é o dia a dia, como essa organização funciona para gerar os resultados esperados, a entrega que ela faz ao cliente, o relacionamento com o fornecedor. Fazendo esse diagnóstico, você já começa a identificar quais são os atributos em linha com o ambiente de negócios e quais são os atributos que estão trazendo dificuldades para a organização. Vou dar um exemplo: uma organização que é extremamente punitiva – às vezes, não de uma forma explícita, mas em que as pessoas que erram porque tentaram algo novo não são promovidas, por exemplo, ao

pretender implementar um processo de inovação, terá grandes dificuldades. Muitas vezes, as organizações implementam metodologias que dependem de uma cultura alinhada com seus pressupostos, porém, as pessoas e o modelo decisório não são trabalhados. E aí, a metodologia não funciona. Muitas organizações gastam um dinheiro imenso contratando consultoria, mas não fazem esse trabalho mais profundo. Em resumo, o primeiro passo é fazer o diagnóstico, ver quais são os elementos que não estão de acordo, promover uma reflexão sobre isso, e passar a plantar, desenvolver outros atributos nessa cultura. Você tem formas de fazer isso, usando principalmente a liderança como inspiração. Você trabalha a mudança na maneira de fazer as coisas, por exemplo, institui novas formas de reuniões e em como as decisões são tomadas. Se hoje é muito centrada nos indivíduos, começamos um trabalho de abrir espaços para que o coletivo possa se manifestar. Outro exemplo é o processo de reconhecimento e recompensa, que precisa refletir as mudanças. Nisso tudo, a liderança tem um papel fundamental, porque se ela não suportar, patrocinar tudo isso e enxergar o que é necessário, será difícil a organização conseguir fazer esse movimento de mudança.

Revista Soluções - Como a abordagem holonomics pode ser aplicada no ambiente corporativo? Ela funciona no contexto de micro e pequenas empresas? Maria

Moraes

Robinson

-

Desenvolvemos esse termo: holon, vem do grego, significa tudo, o whole, em inglês, e nomics vem de economia. Então, a economia que leva em consideração tudo. O subtítulo do nosso livro é “negócios em que as pessoas e o planeta importam”. Muitas vezes, as organizações, como estão estabelecidas, consideram que as pessoas e os recursos são dados e é simplesmente sair fazendo, porém, a verdade é que não é assim. Tem que ampliar esse entendimento. O nosso trabalho em Holonomics é exatamente de ampliação da consciência, é de refletir sobre como posso olhar para as coisas a partir de uma perspectiva diferente. Trabalhamos muito a questão do modelo mental, o filtro com o qual enxergamos a realidade. Muitas vezes, nosso filtro está bastante vinculado a experiências passadas, e quando vamos reagir a coisas novas, não temos elementos para fazê-lo de forma adequada. Temos que fazer um exercício de aprimoramento, de expansão da consciência. Por isso, trabalhamos muito com exercícios sobre modelo

mental, como podemos ampliar nossa consciência. E, dessa forma, temos condições de achar caminhos novos. O pequeno empresário tem muito mais agilidade, mais condições de se desapegar daquilo que está fazendo, porque, se por um lado o risco dele é alto, por outro ele tem muito espaço para testar coisas novas e começar a desenvolvê-las. Comparando-se com uma grande organização, a agilidade é muito maior na pequena. Em um momento em que está tudo para ser descoberto, desenvolvido, quem tem mais agilidade com certeza tem uma vantagem maior. A grande reflexão, dica, para os pequenos é não se deixar levar pela mentalidade e dificuldades que são típicas dos grandes. Nessa crise, está no inconsciente coletivo achar que está tudo acabando, que não tem saída, que está tudo muito ruim, porém, isso não é verdade. A crise demonstra que algo que funcionava até agora, não está funcionando mais. Na crise, temos um alerta muito grande. Por esse ângulo, você tem um espaço para fazer coisas novas e estreitar os laços com seus clientes, por exemplo, porque eles também estão em processo de mudança. O importante é desenvolver atitudes para encontrar soluções juntos, se você tiver uma postura proativa, uma postura positiva. É nisso que trabalhamos, ou seja, nessa mudança de consciência e de atitudes, trazendo resultados positivos e saudáveis para a organização. É não reagir à crise como estamos acostumados, como sendo um problema, e se retrair. É claro que é necessário se ter muita atenção nesse momento da economia, mas isso não pode limitar sua capacidade de encontrar novos caminhos e soluções. E o pequeno tem uma possibilidade maior de fazer isso do que uma grande corporação, que tem muitas pessoas, padrões, controles, regras, que tornam esse movimento mais difícil de acontecer. Em Holonomics, trabalhamos isso e mostramos exemplos de organizações que estão conseguindo fazer essa passagem.

Revista Soluções - Nesse processo de ver a crise como uma possibilidade de mudança, organizações com foco 11


têm maiores chances de passar pelas turbulências da economia?

Maria Moraes Robinson - Sem dúvida. Quando você tem propósito claro, sabe para onde quer ir, o que quer fazer, o que quer entregar ao cliente, como quer agregar valor com a sua atividade, você consegue movimentar as pessoas, tudo o que está ao seu redor, fazer com que haja espaço para inovar, porque o propósito é maior. A crise é um momento pelo qual passamos e é algo intrínseco ao processo de crescimento, de mudança, de evolução. Não tem como evoluir fazendo sempre a mesma coisa. Ao saber disso, você encara a crise a partir de uma outra perspectiva. Muitas vezes, as pessoas reagem emocionalmente, sem refletir sobre o que causa a crise. É fundamental entender por que estamos nessa crise, o que está sendo questionado e não está funcionando mais. Em específico no Brasil estamos em uma imensa crise de confiança. Nesse caso, as organizações que sabem que estão fazendo tudo dentro da ética, de princípios baseados em valores, podem, nesse momento, florescer muito mais. Organizações que focam no atendimento ao cliente, em entregar o que prometeram, têm um espaço imenso para crescer, conquistar e fidelizar clientes. Analisando os

motivos pelos quais estamos na crise, conseguimos achar o caminho. E se temos um propósito muito claro, temos força para fazer esse movimento. E os valores são fundamentais. Em Holonomics, trabalhamos muito forte os valores humanos universais, que são os valores da verdade, amor, paz, retidão (ou ação correta) e não violência. Se uma organização tem esses valores como base, no dia a dia, na atitude das pessoas, nos relacionamentos, tem uma solidez para passar por esses momentos de crise. Temos visto organizações que nunca imaginamos teriam problemas, mas, exatamente pela ausência de valores como transparência, verdade, começam a ruir. Nesse momento, o que eu acho muito bom, é que essa necessidade de ser íntegro está demandando uma evolução das pessoas e das organizações. Essa exposição excessiva está forçando as organizações a serem mais fiéis ao que elas prometem, mais transparentes. Está forçando um movimento de melhoria muito grande dentro das empresas, de quem elas são, e das pessoas. É um momento muito positivo.

Revista Soluções - É um caminho

sem volta?

Maria

Moraes

Robinson

Sem dúvida, daqui para frente, até

A LIDERANÇA TEM UM PAPEL FUNDAMENTAL, PORQUE SE ELA NÃO SUPORTAR, PATROCINAR TUDO ISSO E ENXERGAR O QUE É NECESSÁRIO, SERÁ DIFÍCIL A ORGANIZAÇÃO CONSEGUIR FAZER ESSE MOVIMENTO DE MUDANÇA

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-

que alcancemos um patamar em que as coisas se estabilizem, em que as organizações descubram uma melhor forma de se relacionar com seu entorno, de serem realmente sustentáveis, estaremos em um movimento crescente de transformação. Até que tudo comece a ficar mais claro para todos, vamos passar por bastante turbulência e mudança. É um momento em que temos uma grande janela de oportunidades, para as pessoas, para quem tem ideias, para quem, de fato, entende que as questões atuais e futuras envolvem toda a humanidade e as respostas precisam levar em consideração caminhos possíveis para atravessarmos esse momento de transformação e alcançarmos um nível muito mais elevado de vida, de relacionamento e de produção. As novas tecnologias vão surgindo para tentar resolver, por exemplo, questões mais amplas como saúde, criando alternativas como saúde online, saúde mais acessível, educação preventiva, etc. É um universo de possibilidades para responder a questões urgentes.

Soluções Que recado a senhora deixaria para os empreendedores de micro e pequenos negócios, que precisam promover a mudança, porém, não sabem por onde começar?

AS PESSOAS REAGEM EMOCIONALMENTE, SEM REFLETIR SOBRE O QUE CAUSA A CRISE, MAS É FUNDAMENTAL ENTENDER POR QUE ESTAMOS NESSA CRISE, O QUE ESTÁ SENDO QUESTIONADO E NÃO ESTÁ FUNCIONANDO MAIS

NO QUE O SEBRAE/PR PODE AJUDAR O Sebrae/PR é parceiro dos pequenos negócios e ajuda a transformar o sonho do próprio negócio em realidade. A entidade tem conhecimento técnico para apoiar quem está começando e também para quem já tem uma pequena empresa. Ligue para 0800 570 0800 e saiba como o Sebrae/PR pode ajudar.

ACESSE UTILIZANDO O QR CODE

Revista

Maria Moraes Robinson - O

primeiro convite é se abrir para a mudança, saber que ela está acontecendo e que existe uma grande oportunidade nesse momento do mundo. Ouvir muito os outros. O pequeno e o médio, que possuem uma estrutura menor e mais compacta, têm um potencial enorme de fazer uma comunicação muito mais transparente, interna e externamente, e de ser muito mais ágeis nas decisões. A grande dica é começar a observar organizações que estão conseguindo promover mudanças e se tornando mais resilientes, inovadoras, prestar atenção nos atributos de valor que elas oferecem a seus clientes e como funcionam. Não significa, por exemplo, todo mundo virar uma Google, porque ela já nasceu em uma nova ordem. Mas o que é preciso observar são os atributos dessas organizações

PORTAL SEBRAE/PR WWW.SEBRAEPR.COM.BR

que estão mais alinhadas aos novos tempos. Como são as relações entre os funcionários, a liderança? Por que são organizações mais ágeis? Por exemplo, porque têm menos regras. E por que têm menos regras? Porque existe maior confiança entre as pessoas. Você precisa de muita burocracia e regras quando tem pouca confiança. No Brasil, as organizações reproduzem a burocracia que temos no País, porque dentro de muitas delas também existe um ambiente de pouca confiança, então, é necessário que se controle o tempo todo. Muitas reuniões, documentos, relatórios, muita coisa para poder saber que está tudo andando da forma certa, e ainda assim acontecem coisas fora do controle. Agora, se você cria um ambiente de confiança, em que é claro qual o papel de cada um, as pessoas têm uma autonomia com responsabilidade do que vão fazer, você terá uma organização mais

ágil. As organizações que estão tendo bastante sucesso hoje têm esse ambiente. É preciso aprimorar o diálogo com o mercado, como se entende e analisa as demandas, se desapegar daquilo que não faz mais sentido e inovar. E, sendo pequeno, existe uma possiblidade imensa para buscar e desenvolver caminhos novos, fazer esse processo de forma mais dinâmica, para poder, inclusive, contribuir com a evolução do País. Acredito que grande parte da solução para uma economia mais saudável no Brasil está nos pequenos, nos empreendedores. Um economista que gosto muito, o E.F. Schumacher, escreveu um livro muito importante chamado “Small is beautiful”, ou, em português, “O Negócio é Ser Pequeno”. Ele fala exatamente isso, ou seja, da capacidade de o pequeno ser mais adaptativo e conseguir responder mais rapidamente às mudanças. É preciso ver que isso é possível, acreditar e agir.

SAIBA MAIS Leia o livro Small Is Beautiful, do economista E.F. Schumacher, sobre os problemas gerados pelas grandes cidades, produções em escala.

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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

OTIMISMO A CRISE EXISTE, CADA UM PODE ESCOLHER OLHAR SÓ A DESGRAÇA, OLHAR PARA SI MESMO OU PARA A OPORTUNIDADE, TUDO É UMA QUESTÃO DE PERSPECTIVA

RAINER JUNGES

GERENTE DO SEBRAE/PR: EM TEMPOS DE CRISE, O DINHEIRO NÃO DEIXA DE EXISTIR, O QUE MUDA É A FORMA COMO ELE É GASTO

N A HORA DE PENSAR DIFERENTE Momento econômico pode ser a oportunidade de fazer melhor e sair ainda mais fortalecido Por Bruna Komarchesqui

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uvens espessas, anunciando chuvas, podem até ser um mau presságio para quem acaba de perder tudo em uma enchente, mas são esperança de vida para as populações de locais mais áridos. Da mesma forma ocorre com as empresas. Embora não se possa negar a ‘nuvem negra’ que pairou sobre o País em 2015, a crise pode ser a oportunidade de o empreendedor brasileiro começar 2016 com o ‘pé direito’. Hora de se reinventar e sair fortalecido desse ‘temporal’. Acreditando na máxima popular “um pouco de otimismo não faz mal a ninguém”, o Sebrae/PR criou uma ‘cesta anticrise’, chamada Oportunidades na Crise, para auxiliar os empresários de micro e pequenas empresas a buscar novas possibilidades no atual cenário. “Tudo é questão de perspectiva. A crise existe. Cada um pode escolher olhar só a desgraça, olhar para si mesmo ou para a oportunidade. Foi a partir disso que criamos o slogan ‘o outro lado da crise’, convidando os empreendedores para essa nova perspectiva”, explica Rainer Junges, gerente da Unidade

Foto: La Imagen

CAPA

de Gestão e Inovação de Produtos da entidade. Na contramão da tendência cultural dos brasileiros, de fixar o olhar nas fraquezas, o objetivo das consultorias e demais ações – que incluem palestras e trocas de experiências – é levar os empreendedores a enxergar as chances e fortalezas do negócio, afastando o fantasma do pessimismo. “Em tempos de crise, o dinheiro não deixa de existir, ele muda a forma de ser gasto. Os consumidores mudam o seu hábito. Quando tenho mudanças no cenário, tenho mais oportunidades, existem novas formas de consumo, de gastar o dinheiro, os clientes pensam diferente antes de gastar”, ressalta Rainer Junges. Consultora do Sebrae/PR, Paula Tissot recorda que a crise joga luz sobre as necessidades do consumidor. Os empresários que percebem isso e mudam seus comportamentos, para se adequar ao cenário, saem com vantagem. “Ignorar o contexto é um erro. Ainda que os empreendedores tenham uma fórmula de sucesso, eles não podem dizer ‘sempre fiz assim’. O 15


cenário mudou e essa fórmula pode não funcionar mais”, justifica. Nesse período, o mercado hoteleiro, por exemplo, tem percebido uma redução na procura por hotéis de alta tarifa. “Uma pesquisa mostra que os de média tarifa estão lotados. Ou seja, existe esse movimento do consumidor de buscar alternativas por questão de economicidade”, afirma Rainer Junges. “Da mesma forma, as mulheres não deixam de ir ao salão de beleza, mas, muitas vezes, acabam optando por um de bairro e não mais pelo do shopping”, completa Paula.

Uma boa saída é convidar toda a equipe para participar da busca de soluções e ouvir atentamente os colaboradores. Paula Tissot recorda o exemplo de uma empresária de bijuterias que, diante da crise, convocou os funcionários para uma reunião, que resultou no corte de R$ 15 mil mensais em custos fixos. “Ela disse que não queria demitir, nem diminuir salários. Essa atitude trouxe um clima de otimismo. E ela recriou o ambiente da loja, que, apesar de ser de artigos supérfluos, está sempre cheia, porque os funcionários estão sorridentes, o ambiente ganhou modificações, detalhes, como um perfume novo. Nesse momento, as pessoas precisam de um pouco de leveza, de ambientes otimistas.”

Foto: Divulgação

Essa “nova forma” de fazer é uma das chaves para superar a crise. “Se formos analisar, 98% dos negócios são mais do mesmo. Oferecer novos serviços, às vezes, uma mudança sutil já faz toda a diferença”, ensina Paula Tissot. E imunidade emocional é um ingrediente que não pode faltar na receita. “A primeira coisa que se costuma fazer é cortar custo. E o que tenho de mais caro dentro da empresa? Funcionários. Demissões

geram crise emocional, porque quem fica entra no desespero ‘eu sou o próximo’. Isso afeta a produtividade”, alerta a consultora. “Sem contar que esse colaborador também fica com medo de comprar, porque não sente estabilidade no emprego”, acrescenta Rainer Junges.

SE UM EMPRESÁRIO CRIAR UMA OPORTUNIDADE E O OUTRO TAMBÉM FAZER A MESMA COISA, AOS POUCOS, O CENÁRIO VAI MELHORAR

ADRIANA LANA

A EMPREENDEDORA, NA FOTO COM O MARIDO DANIEL MICHELETTI, NÃO SENTIU A CRISE, O QUE ATRIBUI À BUSCA DE ALTERNATIVAS CRIATIVAS, COMO INVESTIR NA QUALIDADE

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Rainer Junges reforça que a crise pode ser boa para alguns setores, como os que exportam, por exemplo. “Com a alta do dólar, esse produto custa a metade do preço no mercado internacional. Nosso convite é: analise se a crise afeta sua empresa, crie uma imunidade emocional, corte o desespero e não saia repetindo coisas só porque o vizinho fez. A segunda etapa é buscar alternativas”, resume.

Cliente potencial Rainer Junges lembra que todas as soluções já oferecidas pelo Sebrae objetivam empresas mais produtivas, com melhorias nos índices de vendas e na abordagem ao cliente. “Todos esses produtos têm efeito se o empreendedor já escolheu fazer alguma coisa para melhorar a gestão. Nosso cliente, naturalmente, está mais fortalecido nesse momento de crise.” O públicoalvo da ‘cesta anticrise’ é, portanto, aqueles empresários desesperados pela ‘avalanche’ de notícias ruins, que até então não tinham parado para olhar para si. “Para esses empreendedores mais vulneráveis é que oferecemos essas soluções.” Diante de uma crise que não é puramente econômica, mas política, o Sebrae/PR pensou em eventos que reúnam os empreendedores paranaenses, para abordar temas como vendas, inovação, produtividade e eficiência energética. Além de palestras com especialistas, as ações envolvem trocas de experiências entre os próprios empresários. “Os brasileiros e os [norte] americanos são os opostos da mesma moeda. Os americanos são fechados com a vida pessoal, mas compartilham tudo sobre a empresarial, participam de mentorias, contam como conseguiram novos investimentos. Nós somos o inverso”, afirma Paula Tissot. “A vida empresarial é muito solitária e difícil. Queremos trabalhar essa cultura de ser fechado na área profissional e começar a trocar experiências ‘olha, eu consegui assim’. Se eu estou criando uma oportunidade aqui, e o outro também criar, o cenário vai melhorar. É fundamental ter essa visão mais sistêmica”, defende a consultora.

‘Termômetro’ e ferramentas contra a crise Queda nas vendas é sempre efeito da crise? Não necessariamente! “Pode ser um problema de gestão, por exemplo”, alerta a consultora Paula Tissot. “Desenvolvemos uma ferramenta de diagnóstico, como um termômetro, em que os empresários, por meio de respostas objetivas, conseguem entender os sintomas e avaliar como a crise afeta seu negócio”, explica. A plataforma Oportunidades na Crise também traz estudos setoriais, além de casos de empreendedores locais que estão vencendo as dificuldades. Bem como disponibiliza e-books com os temas “Inovação em tempos de crise”, “Os caminhos do varejo em tempos de desafios no mercado”, “Enfrentando a crise – criando o hábito de ser mais produtivo”, “Enfrentando a crise – aumentando as vendas” e “Enfrentando a crise – redução de despesas”, para download gratuito.

Os interessados nos conteúdos disponibilizados podem acessar o endereço www.sebraepr.com.br/oportunidadesnacrise

Qualidade ‘blinda’ marca A aposta em um nicho de mercado de luxo é a ‘receita anticrise’ da Marie Antoinette Paris, marca de sapatos para noivas, nascida há dois anos na ponte aérea entre Curitiba e a capital francesa. De Paris, onde a empresa também é registrada, a designer Adriana Lana traz as tendências e matérias-primas de alta qualidade. A montagem das peças, processo totalmente manual, que chega a levar 30 dias, é feita em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Em Curitiba, está o ‘coração’ da marca, que comercializa

de três a quatro pares por dia, para todo o País, via e-commerce, e conta com uma loja recém-criada no bairro Batel. “As curitibanas ainda fazem questão de provar, ver de perto, colocar a mão”, explica Adriana. A empreendedora garante não ter sentido a crise, o que atribui à busca de alternativas criativas, como investimento em qualidade e diferenciação. “Percebemos que o mercado de casamentos só sofreu alteração no número de convidados, as pessoas têm feito festas menores, mas continuam investindo em fornecedores de qualidade.”

QUANDO HÁ MUDANÇAS NO CENÁRIO, SEMPRE HÁ MAIS OPORTUNIDADES, EXISTEM NOVAS FORMAS DE CONSUMO, DE GASTAR O DINHEIRO

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Foto: Felipe Miretzki/Eficaz)

UMA BOA SAÍDA, PARA ENFRENTAR TURBULÊNCIAS, É CONVIDAR A EQUIPE PARA PARTICIPAR DA BUSCA DE SOLUÇÕES E OUVIR ATENTAMENTE OS COLABORADORES

CESAR BONATO

APOSTA, COM SEU PRIMO, NUMA PANIFICADORA DRIVE THRU PARA ENFRENTAR O MOMENTO ECONÔMICO DELICADO

“Queremos proporcionar a mesma experiência de emoção de quando a mulher encontra o vestido perfeito. Além dos materiais nobres, como o couro, a renda francesa, o cetim e os cristais swarovski, todos os sapatos têm pingentes em ouro 18 ou prata de lei”, conta Adriana. Os sapatos vêm, ainda, em uma caixa artesanal, que pode ser usada pela noiva para guardar as lembrancinhas do

casamento. “A sola é feita em couro laqueado, revestida com uma película, como a dos celulares, para que não suje antes do dia da cerimônia.” Atualmente, a marca conta com 30 modelos de sapatos, que variam de R$ 700 a R$ 6 mil o par. O catálogo deve aumentar em breve. “Vamos investir em anabelas e rasteirinhas de couro, porque temos percebido essa necessidade com o aumento de casamentos no campo e na praia”, planeja Adriana.

Crise dos impressos No momento em que a imprensa escrita atravessa uma de suas piores crises financeiras, com a migração dos leitores para o mundo digital, um pequeno jornal de Cascavel, no oeste do Estado, chega à maioridade, neste ano, comemorando um índice de

96,5% de renovações de assinaturas.

Pão nosso de cada dia

O bom desempenho do Pitoco – bisemanário impresso em tamanho A4, lido por cerca de 35 mil cascavelenses – é atribuído por seu fundador e editor, Jairo Eduardo Fabricio Lemos, a um intenso trabalho de valorização do leitor. “No centro do universo de nossa estratégia comercial, está o sujeito assinante”, resume.

A baixa no setor da construção civil, com o qual trabalhavam, levou os primos Cesar e Robson Bonato, de Curitiba, a iniciarem um brainstorming sobre oportunidades de negócios no ano passado. O insight para a criação da Pani Express – uma panificadora drive thru – veio junto com o nascimento dos filhos. “Nossas esposas tinham dificuldade de ir comprar pão, estacionar, tirar o bebê do carro, até porque Curitiba é uma cidade em que chove muito”, recorda Cesar. Foram nove meses de pesquisas de mercado até os primos Bonato inaugurarem a primeira unidade, há seis meses, no bairro Fazendinha.

Foto: Felipe Miretzki/Eficaz)

A marca surgiu a partir de uma percepção de Adriana de que as noivas se deparavam com a dificuldade de encontrar um sapato que fizesse jus ao vestido dos sonhos. “Ou era preciso trazer de fora, ou se contentar com um modelo sintético das marcas nacionais”, recorda. Descendente de franceses, a designer se inspirou nas conversas com a avó, sobre como a nobreza daquele país unia a paixão por sapatos e joias em uma só peça.

É apoiado nessa premissa que, embora acumule as funções comerciais e jornalísticas da empresa, Jairo Eduardo faz questão de se empenhar na conquista de novos leitores. “Faço visitas ou ligações. Nada de cartinha e e-mail, que têm baixa eficácia. Se você, o editor do jornal, liga para o assinante, é semelhante ao autor vender o próprio livro em uma tarde de autógrafos. Essa fidelização de leitores em um tempo de diminuição

A EMPRESA PANI EXPRESS TEM COMO PROPOSTA LEVAR PRODUTOS DE QUALIDADE PARA BAIRROS DA CAPITAL PARANAENSE

da imprensa escrita é fundamental”, defende.

Foto: Divulgação

O SEBRAE/PR PENSOU EM EVENTOS QUE REÚNAM OS EMPREENDEDORES, PARA ABORDAR TEMAS COMO VENDAS, INOVAÇÃO, PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA SAPATOS COM DESIGN ARROJADO, INSPIRADOS NA FRANÇA, SÃO ‘ARMA’ UTILIZADA POR EMPRESÁRIA PARA CONQUISTAR CLIENTES EXIGENTES

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A história de empreendedorismo de Jairo Eduardo começou em janeiro de 1997. Aos 29 anos, com uma boa bagagem profissional adquirida em reportagem e redação de tevê, edição de jornal diário, imprensa sindical e assessoria de imprensa, decidiu que era hora de montar seu próprio negócio. “Como todo jornalista, meu desafio era a falta de dinheiro. Foi então que pensei em uma folha de papel com notícias. Não que eu fosse um Steve Jobs, que enxergava 20 anos à frente, foi pelo custo de impressão ser mais baixo e pela influência do formato dos boletins de sindicato”, recorda. Assim nascia o Pitoco, em uma pequena sala cedida no centro de Cascavel. “Precisei de um fiador para

Com a proposta de levar produtos de qualidade para os bairros, a empresa

comprar um aparelho de fax”, lembra Jairo Eduardo. Os primeiros anos, recorda o empresário, foram de muito trabalho, e ser cliente do Sebrae/PR o ajudou nesse processo. “Fiz o Empretec, em Toledo, lá nos anos 1990. O programa me deu elementos para começar a entender melhor o mundo do empreendedorismo, conhecer e desenvolver as características de um empreendedor de sucesso”, destaca. Diferente de jornais tradicionais, Jairo Eduardo garante que o Pitoco é capaz de se manter sem qualquer anúncio. “A utopia do jornalista é ser mantido pelos leitores, isso nós temos aqui.” Ainda que as assinaturas anuais (de R$ 165), cubram os custos de produção, o jornal também atrai o interesse de anunciantes. O mais recente deles, fechou o contrato para estampar o rodapé da publicação por 46 anos.

já está negociando a expansão em três novas unidades (duas na capital paranaense e uma em Santa Catarina), dentro do modelo de franquias. “Pão é um item de consumo diário. Nossos fornecedores são os mesmos de grandes redes da classe A e B. Nossa ideia é levar esses produtos ao público C e D”, detalha Cesar. Embora o brasileiro não deixe de comer o pãozinho no café da manhã, o empresário diz ter sentido os efeitos da crise. A saída, ensina, é apelar para promoções e alternativas criativas. “Antes as pessoas pediam oito, dez pães, hoje pedem R$ 4 em pães. Estamos criando combos e promoções, como ‘leve oito pães de queijo e ganhe quatro pães franceses’, para driblar a crise”, conta.

Em uma cidade com três jornais diários, o Pitoco se destaca por seu tamanho compacto, assuntos curiosos, controversos e bem-humorados. O conteúdo é todo feito pelo próprio Jairo, que grava entrevistas e fotografa com um smartphone, escreve e diagrama os textos. Já as entregas são feitas por 14 funcionários. “Não falamos em número de assinaturas, mas de leitores, porque a folha sulfite tem essa portabilidade, passa de um para o outro. E temos os assinantes digitais”, explica. “Nosso público é majoritariamente do segmento A, bastante crítico e formador de opinião”, ressalta. Para fidelizar o leitor, Jairo Eduardo aposta em pautas locais e na personalização do atendimento, com a publicação de abraços de parabéns no jornal – uma técnica trazida do 19


Perfis de consumidores x Categorias de produtos e serviços Embora seja certa em períodos de crise, a mudança de comportamento do consumidor depende da situação financeira e dos hábitos de consumo de cada cliente. Conhecer bem esse público e o produto ou serviço que oferece ajuda o empreendedor a adaptar estratégias de vendas no atual cenário. Produtos ou serviços essenciais tendem a sofrer menos com a crise, do que os adiáveis ou dispensáveis. Ainda assim, cada um deles tem potencial para superar o período turbulento da economia. Para ajudar os empreendedores, o Sebrae/PR montou uma tabela de “Táticas para vencer na crise”, com dicas específicas de como alavancar vendas de cada produto, pensando em cada tipo de consumidor. O conteúdo está disponível na aba O Mercado e a Crise, da plataforma Oportunidades na Crise.

Continua agindo como sempre; sua reação à crise é, basicamente, adiar compras de grande valor. De modo geral, não se preocupa em poupar. Dificilmente alteram os hábitos de consumo, salvo, é claro, se perder o emprego.

TÁ ES NQ TRA Seu nível de consumo continua próximo dos níveis pré-crise, embora, agora, tenda a ser um pouco mais seletivo com o que compra. Acredita na própria capacidade de sobreviver bem aos solavancos na economia, hoje e no futuro.

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A CI D O EN , TE

CONSUMIDORES VE UI L, LO

AGRADOS Fonte de prazer, cuja compra imediata é tida como justificável. Exemplos: brinquedo, perfume e flor.

PÉ N

EIO FR

E ENT S E PR

ESSENCIAIS Fundamentais à subsistência e ao bem-estar. Exemplos: alimento, vestuário e saúde.

O

VIV EO

É o que se sente mais vulnerável e abalado financeiramente. Esse grupo reduz todo tipo de gasto, eliminando, adiando, diminuindo ou substituindo o consumo.

PRODUTOS/SERVIÇOS

AL A B A SP MA

Também economiza em todas as áreas, mas com menos agressividade. É otimista em relação ao longo prazo, mas menos seguro quanto às perspectivas de recuperação no curto prazo ou a sua capacidade de manter o atual padrão de vida.

ADIÁVEIS Necessários ou desejados, mas cuja compra pode ser postergada. Exemplos: viagem, carro e lazer.

DISPENSÁVEIS Consideradas desnecessários ou injustificáveis. Exemplos: comer fora de casa, contratar alguém para limpar a casa.

rádio para o impresso – e o envio de mensagens de celular na manhã do aniversário do leitor. “Acreditamos que um buraco na frente de casa vale mais para o público que um tombo de Fidel Castro em Cuba. E temos essa personalização do atendimento. Eu mesmo mando a mensagem de texto para os aniversariantes, toda manhã. É um ritual diário, não importa se é sábado, domingo ou feriado.” Embora esteja passando bem pela atual crise do País, o Pitoco já teve seus momentos ruins. A maior crise, recorda Jairo Eduardo, foi quando publicou uma pesquisa eleitoral sem checar se estava registrada e acabou multado em R$ 50 mil. “Fiz em mil parcelas e estou pagando há quatro anos. Para quem faz receita com uma folhinha de papel não é fácil.” Com o objetivo de assegurar a sobrevivência de seu pequeno negócio, Jairo Eduardo aposta, agora, no projeto #PitocoFuturo. Trata-se da venda antecipada do equivalente a uma década de assinatura (R$ 1.650), que torna o leitor assinante remido e membro do conselho editorial do jornal. A contrapartida é a doação de dez anos de assinatura para a biblioteca de uma escola escolhida pelo assinante e o plantio de uma árvore, em local também decidido por ele. Todo o valor arrecadado é depositado no Fundo Soberano do Pitoco, “uma reserva estratégica para manter o jornal fora da esfera de influência do poder econômico ou político, assegurando a isenção editorial e a plena liberdade de expressão a serviço da comunidade”, como explica o projeto. “Estamos tendo excelente acolhida em Cascavel. A cada dez abordagens, nove deram certo. Estamos fazendo um caixa para enfrentar qualquer adversidade”, resume o empreendedor.

NO QUE O SEBRAE/PR PODE AJUDAR O Sebrae/PR é parceiro dos pequenos negócios nos tempos de prosperidade econômica e, sobretudo, em tempos de crise. A entidade, instituída nos anos 1970, como serviço de apoio às micro e pequenas empresas, tem cursos, palestras, programas e consultorias sob medida para cada tipo de empreendedor.

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SAIBA MAIS As soluções e a programação da ‘cesta anticrise’ do Sebrae/PR estão disponíveis em uma plataforma digital, com dicas, diagnósticos online, vídeos e livros para download:

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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

COMPORTAMENTO

OTIMIZAÇÃO

METODOLOGIA TEM COMO OBJETIVO AUXILIAR OS EMPRESÁRIOS NA IDENTIFICAÇÃO DE POSSÍVEIS DESPERDÍCIOS EM MATÉRIA-PRIMA, ENERGIA ELÉTRICA E ÁGUA

Q

ECONOMIA

PARA LUCRO NÃO ESCOAR PELO ‘RALO’ Metodologia do Sebrae, com foco na redução de desperdício, aponta queda de até 50% de perdas na produção, a partir de mudanças comportamentais simples Por Bruna Komarchesqui

Mal imaginavam que pequenas ações, como prestar mais atenção na hora de descascar legumes ou comprar vasilhas menores para o buffet – já que alimentos expostos deterioram mais rápido –, representariam tanta economia no final do mês. “O mais impressionante foi redução de 38% na conta de água. Além do reaproveitamento, instalamos redutores de vazão nas torneiras, que custaram apenas R$ 18 e deram um resultado incrível”, comemora Ricardo. O restaurante de comida caseira foi um dos oito pequenos negócios da Capital e Região Metropolitana (sete do ramo de alimentação e uma metalúrgica) selecionados para participar do piloto da Metodologia Sebrae de Redução de Desperdício (MSRD) no Paraná. O trabalho com os empresários foi a fase final de uma capacitação que envolveu 15 consultores das regiões leste, oeste, noroeste e norte do Estado, composta por 40 horas de capacitação e 52 horas de prática em consultoria. Criada em 2002, no Sebrae/DF, a metodologia ganhou o País no ano passado, quando gestores foram a Brasília para conhecer a solução e disseminá-la em seus estados. “O

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Foto: Felipe Miretzki/Eficaz

uando Regiane Alves e Ricardo de Oliveira receberam a visita de consultores do Sebrae/PR, sugerindo medidas para reduzir desperdícios no restaurante da família, ela foi enfática: “Não temos isso, vocês estão errados”. Não fazia muito, o casal investira em uma reformulação nos processos do Restaurante Xaréu, no Prado Velho, em Curitiba, com resultados até satisfatórios. Embora reticentes, toparam o desafio.

REGIANE ALVES E RICARDO DE OLIVEIRA,

EMPRESÁRIOS QUE APOSTARAM EM SOLUÇÕES SIMPLES E OBTIVERAM RESULTADOS

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Gestora estadual do projeto, a consultora do Sebrae/PR Wanderlete dos Santos Alves destaca que a metodologia, pronta para ser aplicada em pequenas indústrias,

COM MEDIDAS SIMPLES, PEQUENAS EMPRESAS CONQUISTAM EXCELENTES RESULTADOS, QUE PODEM SE REVERTER EM UMA ECONOMIA MÉDIA DE ATÉ R$ 85 MIL AO ANO

NO QUE O SEBRAE/PR PODE AJUDAR

WANDERLETE DOS SANTOS ALVES CONSULTORA DO SEBRAE/PR

O Sebrae/PR tem soluções customizadas para empresários e futuros empresários. Há mais de 40 anos, atua como serviço de apoio às micro e pequenas empresas, com produtos, programas e serviços sob medida às necessidades empreendedoras. Ligue para o Sebrae/PR no 0800 570 0800.

ACESSE UTILIZANDO O QR CODE

comércios, serviços ou agroindústrias do Estado, é um importante auxílio nesse período de crise, ao propor redução de custos sem a necessidade de investimentos, só a partir da mudança comportamental. “Também vale lembrar que é uma ferramenta operacionalizada via Sebraetec [Serviços em Inovação e Tecnologia], o que facilita em termos de custos para o empresário.”

Os passos da metodologia Alberoni Leal explica que o trabalho na empresa começa por um diagnóstico, para levantar as possíveis fontes de desperdício no processo produtivo. Depois disso, escolhe-se apenas um aspecto (matéria-prima, água ou energia) para iniciar o estudo de caso. “A partir daí, são feitas as medições, para avaliar se o desperdício pode ser reduzido e como isso será feito.” Identificado o que vai indevidamente para o lixo, é o momento de ser criativo. Separação e reutilização de materiais, organização de estoque, substituição de lâmpadas por modelos mais eficientes, instalação de redutor de vazão em torneiras, diminuição da quantidade de alimento exposto no balcão e manutenção de

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MAIS HIGIENE E MENOS GASTOS COM ÁGUA AJUDARAM E REDUZIR CUSTOS

SEPARAÇÃO E REUTILIZAÇÃO DE MATERIAIS, ORGANIZAÇÃO DE ESTOQUE, SUBSTITUIÇÃO DE LÂMPADAS POR MODELOS MAIS EFICIENTES ESTÃO ENTRE MEDIDAS APLICÁVEIS

Foto: La Imagen

REFEIÇÃO SERVIDA NO RESTAURANTE DOS EMPREENDEDORES EM CURITIBA

Foto: Felipe Miretzki/Eficaz

O piloto com micro e pequenas empresas paranaenses, realizado entre maio e julho de 2015, apontou uma redução de até 50% no desperdício, por meio da aplicação de medidas simples, sem necessidade de investimentos significativos. Os empresários convidados a participar do teste sem custo da MSRD já eram clientes do Sebrae/PR e foram selecionados por terem um perfil empreendedor, aberto a mudanças. “Agora, os consultores estão aptos a levar a solução para as regiões paranaenses”, explica Alberoni.

Foto: Felipe Miretzki/Eficaz

objetivo é auxiliar os empresários na identificação de possíveis desperdícios em matéria-prima, energia elétrica e água”, explica Alberoni Leal Moura, consultor nacional da MSRD.

equipamentos refrigeradores estão entre as medidas simples adotadas pelos empresários participantes do piloto da metodologia no Paraná.

Desperdício invisível A incredulidade inicial do casal proprietário do Restaurante Xaréu não sobreviveu à análise das planilhas antes e depois da aplicação da MSRD. “Já tínhamos reduzido muito desperdício antes, mas que bom que estávamos errados. Ainda havia muito a ser cortado. Eu trabalho diretamente na cozinha, o desperdício estava mais próximo de mim, mas não conseguia formalizar”, conta Regiane Alves. Segundo ela, o maior desafio da metodologia é incorporar as medições necessárias à rotina corrida dos colaboradores. “Dá trabalho pesar, anotar tudo, mas o resultado é ótimo. Aos poucos, vamos encontrando o caminho”, diz. “Com a crise, só pensamos em aumentar o preço, mas não vemos que é possível diminuir custos”, acrescenta Ricardo de Oliveira.

Redução de R$ 85 mil ao ano Proprietário de dois boxes de frutas na Central de Abastecimento do

Paraná (Ceasa), o casal Mariza e Moisés Ferronato ficou curioso com a proposta do Sebrae/PR e resolveu testar a metodologia de redução de desperdício. Após um diagnóstico do alto consumo de energia elétrica, decorrente das câmaras frigoríficas, eles reuniram toda a equipe para alinhar a proposta de medições constantes. “É necessário anotar a temperatura de abertura e fechamento da câmara, um processo que dá certo trabalho. Um dos maiores desafios foi a resistência dos colaboradores. Também pesamos todas as frutas, até as que são descartadas”, conta ela. A análise dos números, lembra Mariza, gerou uma consciência de economia em toda a equipe, sobretudo após a instalação de uma cortina em frente às portas das quatro câmaras frigoríficas, para reter o frio, impedindo a diminuição da temperatura nas aberturas. “Também faremos as trocas de todas as borrachas, só estamos dependendo do fornecedor.” Somente essas pequenas ações devem resultar em uma economia de R$ 85 mil em um ano, calculam eles. “O Sebrae é isso, sempre nos ensina

e ajuda a encontrar a solução dos problemas”, diz Moisés Ferronato.

Estoque organizado A organização da matéria-prima no “chão de fábrica” faz toda a diferença nas contas de uma empresa. Quem duvida pode fazer uma visita à 3S Metalúrgica, em Pinhais, e conversar com os empresários Marina e Osvaldo dos Santos. Depois de passar por graves problemas financeiros, decorrentes de má gestão, o casal procurou socorro no Sebrae/PR e, entre outras soluções, acabou sendo apresentado à Metodologia de Redução de Desperdício. Uma avaliação inicial apontou perdas de 25% de matéria-prima, algo como R$ 7,6 mil ao mês. “Os retalhos de chapas estavam tão desorganizados que os colaboradores nem procuravam, toda vez que precisavam, cortavam uma chapa nova”, conta ela. A faxina, com direito a pintura, deu um visual renovado à empresa, que conta com 20 funcionários. “Hoje ainda temos uma perda de 10%, é difícil, um trabalho árduo. É preciso parar tudo para fazer as contagens, mas estamos no caminho. Hoje, vejo a 3S como uma nova empresa”, comemora.

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SAIBA MAIS O Centro Sebrae de Sustentabilidade, com sede em Mato Grosso do Sul, tem inúmeras dicas para empresas que buscam boas práticas.

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Foto Luis Felipe Miretzki/Eficaz

SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

TENDÊNCIA

CAMINHO ‘SEGURO’

FRANQUIAS,

ENTRE OS SEGMENTOS QUE MAIS CRESCERAM EM 2015, ESTÃO ESPORTE, SAÚDE, BELEZA E LAZER, COM UM AUMENTO DE 24% NO FATURAMENTO

OPÇÃO PARA EMPREENDER CLAUDIO TIEGHI,

DIRETOR DA ABF, AFIRMA QUE AS FRANQUIAS TÊM CAPACIDADE DE REAÇÃO FRENTE À QUALQUER MOVIMENTAÇÃO DA ECONOMIA E MUDANÇA DE HÁBITO DE CONSUMO

Mesmo com a crise, franchising brasileiro registrou crescimento em 2015; Programa Franquias Paraná auxilia pequenos negócios a se tornarem franqueadores Por Bruna Komarchesqui e Juliana Dotto

A

ndar por uma cidade desconhecida com mapa e guia de viagem em mãos facilita, e muito, a vida de quem não domina o idioma nativo. O mesmo princípio pode ser aplicado ao empreendedorismo. Trilhar um caminho já percorrido por outra pessoa, com indicações minuciosas da direção a seguir, é, simplificadamente, a ideia-chave que faz das franquias uma ótima opção para empreender com mais segurança em tempos de crise. Os números reforçam a tese. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) aponta um aumento de 11,2% no faturamento do setor no primeiro semestre de 2015, em comparação com o mesmo período de 2014. Olhando apenas para o segundo trimestre de 2015, o crescimento foi ainda maior: 13,1%. O que faz do modelo de franquias uma maneira mais sólida de expansão dos negócios é simples: seguir uma receita minimiza as probabilidades de o ‘bolo’ desandar.

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“De fato, as franquias têm uma capacidade de reação frente a qualquer movimentação da economia e da mudança de hábito de consumo. Elas têm rapidez em se adaptar, além disso, o setor já vinha se preparando para um cenário previsto de crise, como este”, argumenta Claudio Tieghi, diretor de Inteligência de Mercado, Relacionamento e Sustentabilidade da ABF. Apesar do pequeno porte das unidades franqueadas e, na maioria das vezes, da própria franqueadora, a formação de uma rede facilita na hora da contratação de matérias-primas, serviços e produtos. “Em geral, uma franqueadora é uma pequena empresa. Você chega a encontrar franqueadora que tem 300, 400 unidades, com 60, 70 funcionários na franqueadora. Muitas vezes, ela é simplesmente ponto de formatação, desenvolvimento de produto a ser distribuído nas lojas. Outras são como um sistema de contratação e compra de produtos e serviços para entregar para o franqueado”, explica. Ao

franquear

sua

marca,

o

empresário constrói um documento chamado Circular de Oferta de Franquia, que vai balizar o negócio, com informações como histórico da empresa, serviços oferecidos ao franqueado e perfil do franqueado ideal na visão do franqueador. “É um tratado de relacionamento, muito mais que um contrato. A Circular vai dar condições para o candidato identificar se, mesmo sendo uma franquia nova, ele tem afinidade com aquela marca, com aqueles empresários, com a filosofia e, claro, com o desempenho do próprio negócio atestado pela franqueadora”, detalha Tieghi. Como franqueador e franqueado terão de se relacionar constantemente, é recomendável que a escolha seja bastante ponderada. Para Claudio Tieghi, é necessário um encontro de perfis, que pode demandar um “namoro” com mais de uma franquia, antes de se bater o martelo. “A gente sempre recomenda e lembra que o processo de franquia é um processo de seleção e escolha para 27


Foto Luis Felipe Miretzki/Eficaz

as duas partes. Nem todo candidato à franquia se torna franqueado, nem a franqueadora pode aceitar todos os candidatos.” A opção por expandir o próprio negócio em franquia é, portanto, um caminho desafiador ao empresário. “Quando aprofunda a temática, o próprio empresário interessado pode ver que não é para ele, porque rapidamente ele vai deixar de ser alguém que opera uma unidade ou que desenvolveu um produto, para multiplicar esse know how, relacionarse com esses franqueados e manter a qualidade, o perfil, a alma do negócio acontecendo e se manifestando em todos os pontos. Isso é um exercício exigente”, reforça.

Crescimento A mais recente Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising, divulgada em agosto de 2015 pela ABF, mostra que, entre os segmentos que mais cresceram no primeiro semestre de 2015, estão Esporte, Saúde, Beleza e Lazer, com um aumento de 24% no faturamento, em comparação ao mesmo período de 2014. Em seguida, aparecem Hotelaria e Turismo, que cresceram 15%, e alimentação, com expansão de 12% das receitas no período. O Sudeste foi a região com a maior 28

JULIO AGOSTINI

DIRETOR DO SEBRAE/ PR, DIZ QUE TORNAR UM PEQUENO NEGÓCIO FRANQUEADOR É UM PROCESSO QUE ENVOLVE FORMAÇÃO, FORMATAÇÃO E POSICIONAMENTO

fatia no faturamento do franchising no primeiro semestre: 59%. Na sequência, aparecem as regiões Sul (16%), Nordeste (14%), Centro-Oeste (8%) e Norte (4%).

O Programa Para dar uma mãozinha a pequenos negócios com potencial de se tornarem franqueadoras, o Sebrae/PR e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) abriram, em maio de 2015, um edital que selecionou 15 empresas paranaenses para o Programa Franquias Paraná. A iniciativa tem apoio educacional da ABF, que comandou um curso intensivo de 11 dias com os participantes, no mês de agosto. Ao longo de dois anos, as empresas selecionadas passarão por consultorias, treinamentos, visitas técnicas e participarão da maior feira mundial de franquias, nos Estados Unidos. Marcada para fevereiro, a viagem tem como objetivo colocar os empresários em contato com os franqueadores-referência no cenário internacional. “Depois desse Programa, as empresas saem prontas para expandir seus negócios na forma de franquias no Brasil todo”, destaca Osmar Dalquano, gestor do Programa e coordenador estadual de Comércio de Bens, Serviços e Varejo no Sebrae/PR.

Gerente da Unidade de Comércio do Sebrae Nacional, Juarez de Paula destaca que o franchising tem demonstrado uma capacidade de crescimento “surpreendente” neste tempo de crise. “Percebemos que o consumidor não deixa de consumir, ele só fica mais exigente, seletivo, busca qualidade por menor preço. Quem oferece isso consegue crescer na crise.” Com os preços de aluguéis mais baixos e os salários em queda, o momento é de expandir. “O Franquias Paraná é um programa inovador. O Sebrae/PR tem essa característica, é uma das unidades mais inovadoras do Brasil”, afirma.

No total, 102 negócios com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões se inscreveram. Das 15 selecionadas, com base em critérios objetivos descritos no edital, nove são da capital e uma de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. As demais são de Cianorte e Maringá, na região noroeste; Pitanga, Guarapuava e Carambeí; na região centro. São sete empresas do ramo de alimentos e bebidas, duas lojas de móveis, duas joalherias, uma imobiliária, uma academia de ginástica, uma clínica odontológica e um salão de beleza. “A essência é a prestação de serviço, pequenos negócios já estruturados e que desejam expandir sua ação, abrindo-se para o mercado e replicando um modelo que tem apresentado bons resultados”, avalia Agnaldo Castanharo, gerente da Unidade de Negócios Competitivos do Sebrae/PR. Na avaliação do assessor da presidência da Fecomércio PR, Paikan Salomon de Mello e Silva, o edital – que oferecia até 60% de subsídio para participação no Programa – garantiu a transparência na seleção de empresas. “O Programa fortalece o empreendedorismo no Estado como um todo, ao garantir oportunidades iguais de participação. É uma iniciativa que pode servir de modelo para o resto do Brasil.”

Foto Luis Felipe Miretzki/Eficaz

ENTRE OS SEGMENTOS QUE MAIS CRESCERAM NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2015, ESTÃO ESPORTE, SAÚDE, BELEZA E LAZER, COM UM AUMENTO DE 24% NO FATURAMENTO

Com a expectativa de que 50 novas marcas paranaenses estejam atuando no mercado nacional em 2022, o diretor de Operações do Sebrae/ PR, Julio Cezar Agostini, explica que tornar um micro ou pequeno negócio franqueador é um processo de médio prazo. “Envolve formação, formatação, posicionamento. A gente sempre diz que espera que os empresários deixem de ser clientes do Sebrae daqui a pouquinho. Isso porque atendemos micro e pequenas empresas e entendemos que as selecionadas têm potencial para se transformar em médias e grandes empresas”, assinala Agostini.

PRIMEIRA TURMA DE EMPRESÁRIOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA FRANQUIAS PARANÁ, INICIATIVA QUE TEM O APOIO EDUCACIONAL DA ABF

A DECISÃO POR ABRIR UMA FRANQUIA, RECOMENDAM OS ESPECIALISTAS, LONGE DE “ACHISMOS”, PASSA POR DETALHADAS PESQUISAS DE MERCADO

Momento para expansão A tendência de consumidores com hábitos cada vez mais naturais faz dos chás um bom nicho para quem deseja empreender. É o que garante Juliana Treis de Oliveira, proprietária da Chá & Arte, que oferece 30 tipos de blends e 250 variedades da bebida milenar, vice-campeã mundial em consumo, atrás apenas da água. No ramo desde 2001, com duas lojas em Curitiba, tendo como sócias a mãe e a irmã, a empresária percebeu no modelo de franquias uma boa maneira de crescer. “Já tentamos franquear o negócio, mas cometemos alguns erros e acabamos adquirindo e fechando as unidades franqueadas”, conta Juliana. “Tivemos alguns problemas societários e de perfil empresarial mesmo. Acredito que o erro foi ter conduzido a expansão de maneira mais amadora, paternal”, avalia. Apesar do insucesso da primeira tentativa, a ideia de ser uma franqueadora continuou viva, levando a empresária a procurar auxílio no Sebrae, no início do ano. Apresentada ao Franquias Paraná, ela é uma das 15 selecionadas em edital para participar do Programa. “Agora queremos fazer de uma forma mais organizada. Estamos muito animados. Existe uma tendência de retorno ao natural, o que vem ao encontro da proposta de comercializar ervas a granel, não em saquinho. Preparar o chá é um ritual de interiorização”, defende. Já o proprietário da academia You Fitness, que tem duas unidades em Curitiba, Felipe Marcon percebeu a necessidade de expandir o negócio de uma maneira diferente depois de fazer o Empretec, do Sebrae. “Meu irmão e eu somos sócios. Começamos bem pequenos, em 2010, e hoje temos dois mil alunos e 40 funcionários. Muitas pessoas vêm oferecer sociedade, mas avaliamos que é melhor vender como franquia, para que cada um tenha a sua própria You Fitness.” O empresário destaca que, apesar de haver muitas academias no mercado, seu modelo é inovador, por oferecer atendimento personalizado. “O clima, a atmosfera é diferente de tudo o que existe no segmento. Estamos bem animados com o Programa, para agregar ainda mais ao serviço que oferecemos.”

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“Os arquitetos que buscamos para nos ajudar com o projeto acabaram se interessando pelo negócio e se tornaram nossos parceiros. Deu tão certo que eles já estão inaugurando a segunda loja na cidade”, comemora. Com o primeiro franqueado já formalizado, Trali busca no programa do Sebrae um auxílio para lapidar a formatação de seu negócio em franquia. “São muitos pormenores, documentação, registro de marca, capacitação. Ainda mais na área da gastronomia, é preciso seguir um padrão rígido”, reforça.

Franquias miram interior O Brasil tem, hoje, cerca de 3 mil franquias registradas, de acordo com a ABF. Um mercado que cresce exponencialmente, tendo dobrado o faturamento nos últimos anos de R$ 63 bilhões, em 2009, para R$ 128 bilhões, em 2014. São quase 126 mil unidades franqueadas espalhadas pelos quatro cantos do Brasil, com perspectivas de mais crescimento, inclusive no interior. Um levantamento do Sebrae Nacional mostra 75% das franquias com sede e franqueados nas capitais e regiões metropolitanas, entretanto, o mercado fora desses grandes centros tem potencial para atingir mais de R$ 800 bilhões ao ano. “A franquia já vem com um modelo pronto de gestão. Já é um negócio ‘testado e aprovado’. O empreendedor ‘investe’ na marca e só precisa seguir à risca os procedimentos pré-estabelecidos pelo franqueador para dar certo”, ressalta o consultor do Sebrae/PR Alan Alex Debus. Em junho de 2015, empreendedores do oeste do Estado participaram de uma missão técnica para a ABF 30

Lenir Fink é proprietária de uma revenda de veículos e centro automotivo em Santa Helena, no oeste do Paraná, há nove anos e, mesmo sendo dona do próprio negócio, está em busca de uma franquia para investir e agregar mais uma renda à família. “Tenho pesquisado algumas opções na área automotiva, mas são poucas as que existem. Já o ramo de alimentação é farto e tem chamado muito a minha atenção. Pretendo investir em uma marca forte e conhecida”, assegura a empresária. A analista de sistemas de Toledo, Loredane Virgínia Mendes Camões Alves, que também participou da missão do Sebrae/PR para a feira, foi com a expectativa de encontrar alguma franquia que se encaixasse no seu

MARCO AURELIO TRALI

EMPRESÁRIO DIZ QUE JÁ É FRANQUEADOR E A ATENÇÃO TEM DE SER REDOBRADA: SÃO MUITOS PORMENORES, DOCUMENTAÇÃO, REGISTRO DE MARCA E CAPACITAÇÃO

EM CIDADES MENORES, A CAPACIDADE DE RELACIONAMENTO DO FRANQUEADO COM O PÚBLICO CONSUMIDOR PODE SER UM IMPORTANTE DIFERENCIAL COMPETITIVO

perfil e voltou com a ideia de abrir um negócio próprio. “Fui em busca de uma oportunidade e voltei com ideias de negócios para começar eu mesma. Essa viagem abriu minha cabeça para novas possibilidades. Vi que ideias simples podem se transformar em grandes negócios”, aponta. Para quem quer o negócio “pronto”, como Lenir, e mora no interior, o mercado de franchising oferece as chamadas franquias de baixo custo, que estão divididas em microfranquias, geralmente no setor de serviço, e requerem um investimento menor de R$ 80 mil; além das franquias light ou compactas, aquelas grandes marcas que adaptaram modelos de negócios diferenciados que possibilitam um investimento inicial mais baixo do candidato a franqueado. O diretor de Inteligência de Mercado da ABF, Claudio Tieghi, destaca que o consumidor de capitais tende a ser mais exigente, o que torna negócios nascidos em grandes centros mais competitivos. Embora as franqueadoras estejam nas capitais, acrescenta, existe uma tendência de abertura de unidades no interior. Em cidades menores, de acordo com Claudio, a capacidade de relacionamento do franqueado com o público consumidor pode ser um importante diferencial competitivo. “O franchising acaba levando marcas que são referência de qualidade em produto e serviço, que vão ao encontro da expectativa do consumidor. Nas

cidades menores, a personalidade do franqueado é mais necessária, mais evidente e mais importante. Aquele sobrenome de pessoa física conhecido na cidade, que é o gestor, o dono daquela unidade, faz a diferença.” A decisão por abrir uma franquia, no entanto, longe do “achismo”, passa por detalhadas pesquisas de mercado. “Hoje você tem, no Brasil, uma oportunidade grande de desenvolver estudos geoestatísticos, que cruzam informações de diversas fontes e perfis, e identificam, para aquela determinada marca, qual o melhor bairro ou cidade, chegando a um nível bastante acurado de escolher quadra, ou mesmo, o lado da rua.” Dentre as iniciativas que incentivam essa expansão para o interior estão o projeto Franquias Brasil – uma parceria do Sebrae com a ABF, que leva capacitação em franchising especialmente para cidades do interior – e o Movimento Compre do Pequeno Negócio, que estimula o consumo nos micro e pequenos negócios das comunidades locais, incluindo franquias, como forma de fortalecer a economia do País.

De Cascavel para o Brasil Renatiane Jorgensen Taborda e o marido já sonhavam em abrir uma franquia em Cascavel, no oeste do Paraná, quando visitaram uma loja da Croasonho em Curitiba e se apaixonaram pelo modelo. Depois de pesquisas de mercado, apostaram no negócio há dois anos e meio. “O processo não foi difícil, porque já tínhamos experiência como representantes de uma marca de móveis na cidade. Como gostamos mais do modelo de franquias para investir, resolvemos vender a representação”, recorda ela. Cliente do Sebrae desde 2010, recentemente o casal levou a franquia Croasonho para Foz do Iguaçu. Entre a quarta parte das franquias nacionais que nasce em municípios do interior, está a hamburgueria Cadilac Burguer, de Cascavel, em processo de se tornar franqueadora, com apoio do Sebrae. Em 2012, o empresário Otávio Rayzel de Carvalho entrou em contato com a entidade, para aprender mais sobre processos de gestão, marketing,

Foto Luis Felipe Miretzki/Eficaz

Entre as cinco empresas do interior do Estado participantes do Franquias Paraná está a Crepmania, de Cianorte. A sorveteria criada em 1985 por Marco Aurelio Trali se tornaria uma creperia apenas dez anos mais tarde. Já a possibilidade de franquear o empreendimento viria apenas no ano passado, quando a primeira loja foi aberta em Londrina.

Franchising Expo, em São Paulo, uma das mais importantes feiras de franquias do mundo. O grupo era formado por participantes de Cascavel, Toledo, Foz do Iguaçu, Santa Helena, Medianeira e até Laranjeiras do Sul, um município pequeno, com pouco mais de 30 mil habitantes. “Hoje, o mercado de franchising tem buscado sair dos grandes centros pensando em expansão. Há oportunidades em modelos de negócios que se encaixam no perfil dos empreendedores e consumidores de cidades pequenas e do interior”, enfatiza Debus.

Foto Luis Felipe Miretzki/Eficaz

Norte do Estado

JULIANA TREIS DE OLIVEIRA QUE JÁ TENTOU SEM SUCESSO FRANQUEAR O NEGÓCIO, QUER AGORA PLANEJAR DE FORMA MAIS ORGANIZADA, POR ISSO PARTICIPA DO PROGRAMA DE FRANQUIAS

EM TESE, FRANQUIA JÁ É UM NEGÓCIO ‘TESTADO E APROVADO’, DEVENDO O EMPREENDEDOR INVESTIR NA MARCA E SEGUIR À RISCA OS PROCEDIMENTOS

NO QUE O SEBRAE/PR PODE AJUDAR O Sebrae/PR, em parceria com a Fecomércio PR, vislumbra o setor de franquias como uma oportunidade para empreendedores, donos de pequenos negócios. Acesse o http:// goo.gl/OwgcBm, conheça em detalhes do Programa Franquias Paraná, e saiba como se tornar um franqueador com apoio técnico e conhecimento.

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RH e financeiro. “Foi quando comecei a fazer parte do projeto de turismo da cidade e o contato com o Sebrae aumentou. Consegui um subsídio do Sebraetec [Serviços em Inovação e Tecnologia], que possibilitou iniciar o processo da formatação da franquia”, conta. As dificuldades enfrentadas por Carvalho na hora de franquear o negócio reforçam a necessidade de tomar todas as precauções legais na abertura de uma empresa. “Como não registrei a marca Cadilac quando abri, surgiu outra mais tarde, em São Paulo, que registrou o nome. Hoje, para virar franquia, precisei mudar o nome para Presley Burguer, que está em processo de homologação com o INPI [Instituto Nacional de Propriedade Industrial].”

SAIBA MAIS No site oficial da ABF, você encontra mais informações sobre franquias, números, evolução do setor e as principais tendências.

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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

INTERNACIONALIZAÇÃO SERVIÇO

É PRECISO QUE O EMPRESÁRIO TOME A DECISÃO DE INTERNACIONALIZAR COM BASE EM DADOS REAIS E NÃO SE BASEANDO SOMENTE NAS ECONOMIAS

A

PARAGUAI

NA ‘MIRA’ DE EMPRESAS BRASILEIRAS

País vizinho tem chamado a atenção pelo baixo custo de mão de obra, energia elétrica e impostos; das 100 empresas “maquiladoras” instaladas no Paraguai, 70 são brasileiras Por Juliana Dotto

Quando a esmola é demais, o santo desconfia. Não se pode negar que a internacionalização ao Paraguai é uma boa oportunidade de expansão para empresas brasileiras, mas será que todas realmente terão vantagens ao optar pela internacionalização? Para o consultor empresarial Rogério Borges Schwank, diretor-executivo da RBorges Consulting, a viabilidade dessa mudança de país vai depender do tipo da empresa, do faturamento que ela tem no Brasil e, até, do porte e tamanho. “O Paraguai atrai quando se fala em baixar custos, mas é preciso que o empresário tome a decisão de

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Foto: Divulgação

oportunidade de baixar custos de produção tem feito empresários brasileiros voltarem os olhos para o Paraguai. Somente a energia elétrica paraguaia custa 80% a menos que a brasileira. Já em termos de mão de obra, o custo para o empresário é 50% menor lá que no Brasil. Falando de impostos, o país vizinho parece ainda mais atrativo, uma vez que possui um imposto único que, dentro das empresas que se enquadram na Lei Maquila – criada em 1997 justamente para angariar novas indústrias ao Paraguai -, é de 1% sobre o que é transformado no país.

ROGÉRIO BORGES SCHWANK

internacionalizar ou não com base em dados reais da sua empresa e não se baseando somente nas economias. Por exemplo, uma empresa que fatura R$ 300 mil ao ano e que faz parte do Simples Nacional [sistema de tributação das micro e pequenas empresas] aqui, já conta com muitos benefícios fiscais e pode ter um projeto de mudança para o Paraguai inviabilizado se colocar na balança os custos para a implantação da nova unidade. O importante é levantar informações antes da tomada de decisão”, alerta Rogério Schwank.

PARA ESPECIALISTA NO TEMA, A VIABILIDADE DESSA MUDANÇA DE PAÍS VAI DEPENDER DO TIPO DA EMPRESA, DO FATURAMENTO QUE ELA TEM NO BRASIL E, ATÉ, DO PORTE E TAMANHO

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Esse tipo de análise é individualizado e tende a durar de 30 a 45 dias, segundo Rogério Schwank. “A grande preocupação é não se fazer esse processo decisório como tem de ser feito. Já vimos casos de empresas brasileiras que, iludidas pelos baixos custos de Paraguai colocaram o ‘carro na frente dos bois’ e tiveram problemas. Houve casos, também, de empresários que confiaram em ‘contadores’ paraguaios que prometiam ‘precinho camarada’ para assessorá-los e, no final, acabavam ganhando comissões por tudo o que o empresário brasileiro pagava, a exemplo de ganhar parte do valor da aquisição do imóvel.” Normalmente, na avaliação do consultor, não é vantagem para micro e pequenas empresas se instalarem no Paraguai. “O que mais temos visto dar certo são as médias e grandes indústrias. As pequenas acabam ‘iludidas’ pelos baixos custos e são ‘fisgadas’ pelos oportunistas que recebem comissões com os parceiros pela ‘assessoria’. Por isso, é muito importante que, antes de internacionalizar, o empresário esteja bem orientado e até, se possível, que consulte o Ministério de Indústria e Comércio do Paraguai, a embaixada brasileira instalada em Assunção [capital paraguaia) ou o Fórum Brasil Paraguai”, enfatiza.

Lucratividade Em tempos de crise, o empresário tende a repassar a alta dos custos 34

Lei de Maquila Regulamentada pela Lei 1.064/97 e pelo Decreto 9.585/00, a Maquila é um regime de atração de investimentos como incentivo à produção de bens e serviços de exportação no Paraguai que tem atraído investidores nacionais e estrangeiros. As beneficiadas podem ser pessoas físicas ou jurídicas que constituam empresa de quaisquer segmentos no Paraguai (filiais), mas que tenham relação comercial com empresas estrangeiras (matriz). Esta empresa, que tem matriz em outro país e constitui filial paraguaia é chamada de “Maquiladora” e, para operar como tal, precisa do aval do Conselho Nacional de Maquila Indústrias Exportadoras (CNIME). Dentre os principais benefícios estão a incidência de imposto único (equivalente a 1% sobre o valor agregado no Paraguai); não há taxas alfandegárias; isenção de impostos para remessas ao exterior; e, ainda, a recuperação de imposto acima do valor agregado (IVA).

*Fonte: www.maquila.gov.py

RAINER ZIELASKO

PLANEJA ABRIR UMA UNIDADE NO PARAGUAI, MAS ANTES TRABALHA COM NÚMEROS E DADOS, SABENDO QUE A RECUPERAÇÃO DO INVESTIMENTO É EM LONGO PRAZO

para o consumidor que, por sua vez, compra em menor quantidade ou procura produtos mais baratos, geralmente importados. É nesses momentos que a margem de lucro de algumas empresas nacionais diminui para tentar driblar a concorrência vinda de fora do País. “A Índia nos tirou a competitividade. Nosso custo apenas com energia elétrica mais de que dobrou. Antes, a cada R$ 1 por quilo de fio que eu produzia, 10% eram gastos com energia; hoje ele significa 30% do meu gasto”, explica Rainer Zielasko, diretor-presidente da Fiasul, indústria têxtil no ramo de fiação com sede em Toledo, no oeste do Paraná.

A diretoria da indústria de fios começou a pensar a expansão em 2014 e, mesmo com estudo de viabilidade positiva, optou por modernizar a unidade fabril brasileira antes da internacionalização. “Fomos amadurecendo o projeto e agora estamos na fase de decisão pela cidade onde instalaremos a fábrica. Antes da decisão, também chegamos a visitar empresários de lá, sem ser uma visita oficial, para conhecer o mercado, saber das dificuldades”, conta Zielasko ao apontar que houve certa insegurança antes de se ter dados concretos para a tomada de decisão.

“Estamos planejando ir para o Paraguai a fim de equiparar custos. Nossa ideia não é transferir a empresa, mas ter uma nova unidade no país vizinho. Um processo de expansão. Hoje temos uma planta fabril que gera 1,4 mil toneladas de fio ao mês. No Paraguai, a nova unidade vai gerar mais 600 mil toneladas ao mês, podendo dobrar a produção nos anos seguintes. Mas, para isso, trabalhamos com muitos números e dados, sabendo que a recuperação do investimento é em longo prazo, coisa de seis a sete anos”, prevê Rainer Zielasko.

“Hoje, está faltando mão de obra aqui e lá está ‘sobrando’. Mas se várias empresas estão indo para o Paraguai, até quando teremos abundância de pessoas? A mesma coisa acontece com o custo de energia, sempre será mais barata? Uma solução é fazer um contrato com o país antes da instalação da empresa, para que mantenham o preço da energia por 20 anos”, sugere Rainer Zielasko. Outra análise importante feita pela empresa foi em relação à concorrência, onde se pôde constatar que não há indústria têxtil no mesmo porte no Paraguai.

Foto: Divulgação

Dentre os fatores a serem analisados, o consultor empresarial destaca cinco estudos de viabilidade: técnica, financeira, econômica, tributária e logística. “Você não pode instalar sua empresa no Paraguai sem antes saber se há mão de obra qualificada para o seu tipo de negócio. Quando for escolher a cidade para alojar a empresa, verifique se há mão de obra local ou se há acesso a pontos de escoamento de produção conforme a empresa necessita. Também é importante verificar qual tipo de energia sua empresa utiliza, visto que a frequência no Paraguai é diferente da brasileira”, orienta.

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REGIME TRIBUTÁRIO QUADRO LEGAL ORIENTADO PARA AUMENTAR A COMPETITIVIDADE DO PAÍS Lei de Responsabilidade Fiscal Lei 5.074, de Participação em Obras Públicas com Financiamento

Lei de Participação PúblicoPrivada Lei de Proteção de Investimentos: em processo

A implementação sistemática da Visão “País Simples”- “País Sério”

Reafirmação da tributação 10:10:10

Impostos

PY

AR

Imposto de Renda Empresas *

≤ 10%

35%

Imposto de Renda Individual

10%

35%

25%

27,5%

≤ 10%

21%

23%

25%

Imposto a valor agregado (IVA)

Vestimenta

Fatores competitivos

Trabalho

Calçados Autopartes

Salário/Horas (média em USD)

Paraguai vs. Brasil

=

Produtos Químicos e Metalúrgica

Impostos

34%

14%

Operador de máquina

(-) 29,3%

12%

Mão de obra não qualificada

(-) 35,2%

10%

(-) 20,7% (-) 8,0%

USD/MWh

(-) 63,3%*

IVA

(-) 63,2%

Imposto de Renda

(-) 60,0%

Dívida: imposto aplicado a remessas e pagos em concepto de Capital, Interesses e Comissões (p/ inversões > a USD 5mm)

0%

Ganâncias: imposto sem dividendos e utilidades (p/ inversões > a USD 5mm por 10 anhos)

Paraguai tem a tributação e benefícios fiscais mais competitivos da região

13,6$ PIB adicional

PIB base

PIB total

6,8%

6,6%

6,8%

2,5%

2,7%

2,5%

2,7%

4,1%

4,1%

4,1%

4,1%

4,1%

2014

2015

2016

2017

2018

8%

Média salarial/Mês

+

(IVA) Bens de Capital (dentro e fora do país)

16%

(-) 53,2%

População jovem Energia Elétrica

25%

Tarifa para importação de Bens de Capital (Máq. e equipamentos)

PROJEÇÃO DE CRESCIMENTO DO PIB

Mão de obra treinada

Eletrodomésticos Produção Agrícola

BR

* Se é distribuido internacionalmente pode ser até 27,5%

PRINCIPAIS VANTAGENS COMPETITIVAS DO PARAGUAI COM EMPRESAS BRASILEIRAS

Setor

UR

4,8%

6%

0,7%

4% 2%

6,6%

0%

-1,2% 2012

2013

Fuente: Supply Chatin Report, IPIE - IDB, progress report, * JAN2014

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Principais leis de incentivo ao investimento

> Lei 60/90 “Incentivos fiscais para o investimento de bens de capital de origem nacional e estrangeira” Isenção total de impostos e taxas municipais, transporte e transferências de dividendos, relativos aos direitos aduaneiro e equivalente em bens de capital importado são alguns dos benefícios.

> Lei 523/95 “Regime de zonas francas” Tem o objetivo de desenvolver centros de negócios, impedindo o contrabando e a pirataria, além de aumentar a competitividade das exportações.

> Lei 1.064/97 “Da indústria maquiladora de exportação” Criou o Conselho Nacional de Maquila Indústrias Exportadoras, que tem por finalidade regular operações de empresas envolvidas na fabricação, processamento, reparação ou montagem de mercadorias de origem estrangeira temporariamente importadas para posterior reexportação.

> Decreto 11.701

“Regime de importação de matérias-primas e insumos” Tem como vantagem a aplicação de um direito de 0% sobre as importações de matérias-primas, desde que se prove que elas são usadas em processos de produção.

> Lei 4.838/12 “Política nacional automotiva”

> Lei 4.427/12 “Lei sobre bens de alta tecnologia”

> Lei 3.254/07 “Marco regulatório gás natural”

Incentiva fabricação ou montagem de veículos motorizados e não motorizados, peças de automóveis e autopeças.

Incentiva produção, desenvolvimento ou montagem de produtos de alta tecnologia, que se aplicam nas áreas de eletrônica, telecomunicações e tecnologia da informação.

Tem como intuito a diversificação das formas de energia disponíveis, além da apropriação de novas tecnologias na área de fornecimento de longo prazo, bem como a aplicação de medidas de diminuição de impacto ambiental.

> Lei 5.102/13 “Aliança público-privada” Visa promover investimentos em infraestruturas públicas e de prestação de serviços que se destinam ou são complementares, e na produção de bens e prestação serviços que são objetos de empresas públicas e sociedades nas quais o Estado é parte.

> Lei 4.903/13 “De parques

industriais”

Incentiva o estabelecimento e desenvolvimento para expansão da atividade industrial.

> Lei 779/95 “Estabelece

o regime jurídico para a prospecção, pesquisa e exploração de petróleo e outros hidrocarbonetos” Esclarece sobre a concessão, a prospecção, pesquisa e exploração de depósitos de hidrocarbonetos do Estado por um tempo determinado.

*Fonte: Ministerio de Industria y Comercio Del Gobierno Nacional Del Paraguay

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Trâmite De acordo com o advogado e consultor tributarista Lucas Ribeiro, sócio-fundador do Grupo ROIT, o investimento no Paraguai exige dedicação do empresário. “Ele precisa, além de conhecer, ter pessoas de confiança lá. A empresa terá uma subsidiária no Paraguai (filial é somente no mesmo país), mas será em nome de pessoa física ou de outra empresa de lá? Isso vai depender de caso para caso, sempre pensando em ter menor tributação, menor risco e maior legalidade”, indica. Juridicamente, esclarece Lucas Ribeiro, é preciso tomar alguns cuidados como definir qual o melhor modelo para as ações societárias da empresa, tendo em vista que a tributação é diferente nos dois países; analisar o processo imigratório, incluindo a tributação da pessoa física; verificar os trâmites de expatriação de pessoas, se for o caso se “transferir” funcionários do Brasil para o Paraguai; analisar quais as maneiras de se remeter valores entre os dois países. “Além disso, é preciso se adequar as

exigências trabalhistas paraguaias, estar atento para evitar a dupla tributação em relação às triangulações societárias, e, é claro, articular a formalização da empresa no Paraguai”, destaca. A Lei 12.973/2014, brasileira, também precisa ser consultada no que diz respeito à tributação de lucros no exterior para pessoa física. “Nela, há uma série de exigências que precisam ser levadas em conta pelos sócios da empresa, que estarão no Brasil”, assinala Lucas Ribeiro.

Preconceito Atuando no segmento de indústria de transformação de plásticos em Matelândia, no oeste do Paraná, o empresário Vlademir Cezar Reolon Junior instalou uma subsidiária em Ciudad Del Este, no Paraguai, há cinco meses. “Nossa decisão foi calculada, planejada. Levamos em torno de dois anos para nos instalar. Somente a parte burocrática, com documentação, levou um ano para ser totalmente finalizada. Mas todo o final do mês, quando vemos os números, percebemos que valeu a pena”, constata Junior Reolon.

LUCAS RIBEIRO

Foto: La Imagem

ADVOGADO TRIBUTARISTA DIZ QUE É PRECISO TOMAR ALGUNS CUIDADOS COMO DEFINIR QUAL O MELHOR MODELO PARA AS AÇÕES SOCIETÁRIAS DA EMPRESA, TENDO EM VISTA QUE A TRIBUTAÇÃO É DIFERENTE NOS DOIS PAÍSES

O empresário alega que muitos fatores o atraíram ao país vizinho. “Energia elétrica e mão de obra mais baratas, matéria-prima com menos impostos e o dólar. Estando no Paraguai, todas as minhas transações são em dólar, com isso, deixo de ficar mais ‘pobre’ em relação ao mundo, pois é uma moeda mais estável. No último mês, minha margem de lucro foi cerca de 30% maior do que seria se a indústria estivesse no Brasil”, argumenta. Entretanto, apesar dos benefícios, ter uma subsidiária no Paraguai também tem pontos negativos, na opinião do empresário da indústria plástica. “Além da burocracia, ainda há falta de infraestrutura lá. Mas o que incomoda também é o preconceito que muita

É por isso que a Fiep realiza com frequência missões técnicas com empresários brasileiros para o Paraguai. “Nossa intenção não é incentivar uma debandada de empresas paranaenses para o Paraguai, mas mostrar que o país pode ser uma alternativa para que indústrias de determinados segmentos sejam mais competitivas principalmente no mercado global”, explica Campagnolo. “Infelizmente,

ADEQUAR-SE ÀS EXIGÊNCIAS TRABALHISTAS PARAGUAIAS E ESTAR ATENTO PARA EVITAR A DUPLA TRIBUTAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS TRIANGULAÇÕES SOCIETÁRIAS TAMBÉM SÃO DESAFIOS

gente ainda tem em relação ao ‘made in Paraguay’. Hoje 100% da nossa produção lá vão para a fábrica em Matelândia, mas, fora, já sentimos que as pessoas acham que tudo o que é do Paraguai é falsificado. O que é um erro, pois aqui, não precisamos diminuir custos com matérias-primas de menor qualidade para equilibrar o orçamento, por exemplo. Ainda é preciso mostrar que o que é feito no país vizinho é de qualidade”, valoriza.

Oportunidade Para o presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, o Paraguai oferece muitas oportunidades que podem ajudar o Brasil a diminuir o grau de dependência que alguns segmentos de manufatura têm hoje com países asiáticos, nossos principais concorrentes. “O Paraguai vem preparando nos últimos anos uma aproximação com muitas

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oportunidades de negócios, mas para que esse processo seja vantajoso sob o ponto de vista empresarial é necessária uma análise criteriosa de cenários e também um conhecimento profundo da realidade daquele país”, assinala.

o atual ambiente de negócios do Brasil não favorece a produção. Temos muitos setores que já não são mais competitivos aqui, mas que no Paraguai podem ter a oportunidade de recuperar seu potencial”, completa. A entidade também acompanha as demandas envolvendo o país vizinho Em setembro passado, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no Paraná (Senai PR), que faz parte do Sistema Fiep, recebeu representantes da Japan International Cooperation Agency ( Jica, na sigla em inglês). O encontro foi o primeiro realizado com a instituição paranaense, mas reforçou uma parceria já existente com o Departamento Nacional do Senai (DN), em cooperações técnicas e intercâmbios em diversas áreas. Pelo acordo recente, Senai e Jica atuarão com o objetivo de qualificar pessoas para atender a demanda das indústrias do Paraguai.

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MUITA GENTE AINDA TEM PRECONCEITO EM RELAÇÃO AO ‘MADE IN PARAGUAY’, AINDA É PRECISO MOSTRAR QUE O QUE É FEITO NO PAÍS VIZINHO É DE QUALIDADE

NO QUE O SEBRAE/PR PODE AJUDAR O Sebrae/PR mantém na sua estrutura a ACI – Assessoria em Cooperação Internacional. Vinculada à Superintendência, a ACI tem como responsabilidades a interrelação com todos os convênios e instituições externas, criação de termo de referência e política para missões internacionais, sendo uma unidade “certificadora” de missões e ações internacionais, muitas delas ao país vizinho, o Paraguai. Quer saber mais? Procure o Sebrae/PR mais próximo.

O trabalho conjunto coincide com o estabelecimento do Plano de Desenvolvimento, pelo governo paraguaio, em que há fortalecimento da imagem do país, fomento ao comércio e atração de investimentos. Caberá ao Senai PR desenvolver os planos de cursos, definir os materiais didáticos e a infraestrutura necessária, treinar instrutores e acompanhar os cursos pilotos. As áreas prioritárias são: Elétrica, Eletrônica, Ar-condicionado e Refrigeração, e Gestão da Produção. Já a Jica, que é uma agência governamental que coordena a assistência econômica e o crescimento social em países em desenvolvimento, destinará ao Serviço Nacional de Promoção Profissional (SNPP) do Paraguai os recursos necessários para a realização deste projeto que tem uma duração prevista de aproximadamente três anos. De acordo com Osaki Mitsuhiro, responsável pelo projeto, o Paraguai é um país agrícola que vem se industrializando rapidamente. “Atualmente, a indústria japonesa vem se transferindo para o Paraguai, com a intenção de colaborar com essa industrialização”.

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O representante da Jica no Brasil, Yoichi Hiramatsu, ressalta a importância do Senai PR nesse projeto. “Para nós, a cooperação é importante porque, em função da proximidade física entre Brasil e Paraguai, não precisaremos trazer técnicos ou professores do Japão, embora jovens japoneses venham atuar como voluntários nesse programa. Além disso, os cursos oferecidos pelo Senai se adaptam melhor à realidade paraguaia, o que tornará o projeto mais eficiente”. Dionísio Parise, gerente de Alianças Estratégicas do Senai PR, afirma que a aproximação das duas instituições é, por si só, muito importante, uma vez que a agência japonesa tem atuação em diferentes países do mundo. “Além disso, a parceria fortalece o nosso relacionamento com o DN e representa a oportunidade de possíveis outros projetos em conjunto com a Jica, bem como permite desenvolver as capacidades e competências de nossos técnicos em ações de consultoria educacional”, conclui.

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SÍMBOLOS DA INCLUSÃO PRODUTIVA Microempreendedores individuais são destaque em publicação do Sebrae; políticas públicas e soluções para fortalecimento do ambiente de negócios são ações desenvolvidas para sucesso da categoria Por Aldy Coelho 44

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les arregaçam as mangas diariamente para movimentar a economia do Brasil, são responsáveis por boa parte da riqueza produzida e têm contribuído para o crescimento econômico e desenvolvimento do País. Em pouco mais de sete anos, mais de 5 milhões de trabalhadores autônomos já foram formalizados com a criação da categoria empresarial de Microempreendedor Individual (MEI), introduzida pela Lei Complementar 128/08 e inserida na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06), que possibilita a formalização de cerca de 500 atividades profissionais. Desde 2009, com a criação do MEI e o lançamento do Portal do Empreendedor

(www.portaldoempreendedor.gov.br) - que passou a oferecer a formalização nessa categoria em todo o Brasil, o empreendedor popular deixou a economia informal, começou a ter seus direitos garantidos e a possibilidade de prestar serviços para outras empresas e órgãos públicos, além de abrir oportunidades para aqueles beneficiados por programas sociais a ter uma renda ainda maior e o acesso ao trabalho digno, decente e regularizado. Essa ação rendeu menções e elogios da Organização Mundial do Trabalho (OIT), que apontou grandes avanços na promoção do trabalho e na redução da informalidade, na atividade produtiva de qualidade e condições de igualdade, liberdade e segurança. Segundo a OIT, esses são considerados itens fundamentais para


O SEBRAE NACIONAL LANÇOU UM LIVRO COMEMORATIVO, COM UMA ANÁLISE APROFUNDADA DOS CINCO PRIMEIROS ANOS DE ATIVIDADE DOS MEI NO PAÍS E COM INÚMERAS HISTÓRIAS DE SUCESSO

CAPA DO LIVRO “5 ANOS MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL – MEI: UM FENÔMENO DE INCLUSÃO PRODUTIVA”

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Em tão pouco tempo e com tantos resultados obtidos, o Sebrae Nacional lançou um livro comemorativo, com uma análise aprofundada dos cinco primeiros anos de atividade e com algumas histórias de sucesso de empreendedores enquadrados nessa categoria. Dessas histórias, seis delas são de microempreendedores individuais paranaenses, que têm se destacado em suas profissões desde que decidiram formalizar o seu negócio e se tornarem empresários de sucesso. Um deles, e talvez o mais famoso de todos, é Valdir Novaki, mais conhecido como Valdir Pipoqueiro. Aproveitando o seu talento natural de se relacionar bem com as pessoas e a vontade de inovar em um negócio até então comum, o empreendedor concluiu que teria que trabalhar com três pilares: qualidade, higiene e atendimento diferenciado. Em 2010, Valdir se formalizou como MEI, passou a comprar seus produtos diretamente de fornecedores e oferecer aos clientes 140 inovações, como promoções, fio dental e guardanapo. Seu carrinho, que fica na Praça Tiradentes, no centro de Curitiba, e seu trabalho ficaram tão conhecidos que Valdir passou a conciliar a venda de pipocas com o trabalho de palestrante. No total, já foram mais de 100 palestras realizadas para grandes empresas, falando sobre empreendedorismo e inovação. “Nunca imaginei que as duas profissões pudessem caminhar juntas, ainda mais sendo realizada por mim, um ex-boia-fria que só tem até a quarta série”, diz Valdir em seu depoimento no livro. Outro paranaense que sente de longe a diferença em ser formalizado – e também é destaque no livro –, vem de Foz do Iguaçu. Valdir Ovelar, que trabalha com pinturas prediais, artísticas e promocionais há mais de 20 anos, comemora os resultados que tem obtido após a formalização, como a possibilidade de emitir notas fiscais para prestar serviços para as grandes empresas.

“De 2010 para cá, minha vida mudou muito e muitas portas já se abriram para mim. Hoje consigo assumir trabalhos para grandes empresas e multinacionais, pois tenho nota fiscal e consigo emitir nota fiscal eletrônica. Antes, estava limitado a assumir pequenos trabalhos, justamente por essa questão da informalidade”, diz.

Felipe Miretzki/Eficaz

a redução das desigualdades sociais e o desenvolvimento sustentável no País.

A intenção de Valdir Ovelar é, em pouco tempo, migrar para a categoria de Microempresa (ME) em um ou dois anos. “Aqui na cidade, todo mundo conhece o meu trabalho, sou um empresário atuante, faço parte da Associação de Empreendedores Individuais de Foz do Iguaçu [Aeifi], e é muito bom ver o reconhecimento do nosso trabalho em forma de livro”, comemora.

Novos mercados Para a costureira Irene Sauer, da pequena cidade de Entre Rios do Oeste, a formalização veio como uma exigência. Aos 58 anos, com mais de 20 dedicados à costura, era comum Irene confeccionar os figurinos de balé sem a necessidade de emissão de nota. Quando a Prefeitura Municipal abriu espaço para a contratação de microempreendedores individuais via licitação, foi preciso que Irene também se formalizasse para continuar a prestar seus serviços. Com dois anos de empresa constituída, Irene já havia conquistado três licitações para a produção de uniformes, figurino para o coral e teatro. “Isso, sem contar os trabalhos de confecção de uniformes para as empresas”, completa Irene. “Recebo muitos pedidos de empresas e prefeituras das cidades vizinhas, logo vou precisar contratar uma pessoa para me ajudar.” De olho em mercados mais específicos, a secretária executiva Deisiane Zortéa Kuckla, de Curitiba, também é um dos destaques do livro do Sebrae Nacional, com um negócio nada convencional. A empresária atua prestando serviços de Secretariado Remoto e Assistência Virtual. A iniciativa inédita, contou com planejamento e consultoria do Sebrae/PR para a formalização e capacitação.

DEISIANE ZORTÉA KUCKLA,

SECRETÁRIA REMOTA, E VALDIR PIPOQUEIRO SÃO HOMENAGEADOS COM LIVRO SOBRE MEI

Após trabalhar 12 anos como secretária, ela percebeu que empresas menores e escritórios de profissionais liberais também precisavam de algum profissional nessa área para a execução dos serviços mais burocráticos, e que, nem sempre, dispunham de uma pessoa ou investimento para esse tipo de trabalho. Quando surgiu a ideia do negócio, em 2010, constatou que não havia no Brasil esse tipo de prestação de serviços de forma mais profissional e personalizada, mais comum em países como os Estados Unidos. Hoje, Deisiane conta com uma equipe para auxiliar seus clientes a otimizarem o tempo nos trabalhos administrativos e burocráticos e, para o futuro, a empresária já pensa em escalonar seu modelo de negócio. “Agora atendo clientes de forma fixa, temporária ou eventual. Tenho um fluxo muito maior de clientes e consigo trabalhar com empresas de diferentes níveis e priorizar a qualidade do serviço oferecido”, conta. Após receber um exemplar do livro,

Deisiane sente que é um privilégio representar a categoria. “É uma honra ter minha história contada em livro e representar outros MEI que também cresceram e fazem parte do segmento da economia que mais cresce no País.”

Avanços que não param Para a consultora do Sebrae/PR, Carla Selva, houve um grande avanço nos últimos anos com relação à atuação do microempreendedor individual. O próprio empresário, segundo a consultora, está mais preparado e informado para abrir um negócio, se comparado ao início da atividade, em 2009 e 2010. “O empreendedorismo no Paraná sempre foi muito expressivo, e esses empresários, em especial, demonstraram ações efetivas que geraram grandes resultados. É um orgulho apoiar empresas que se destacaram de tal forma, que mostram consistência e cuidado em sua gestão”, afirma Carla Selva. O perfil atual do microempreendedor individual no Paraná é formado em sua maioria por homens e contempla 47


NO QUE O SEBRAE/PR PODE AJUDAR

MESMO CRESCENDO EM RITMO ACELERADO, MUITOS MEI AINDA NÃO ESTÃO PRONTOS PARA SE TORNAREM MICROEMPRESAS OU EMPRESAS DE PEQUENO PORTE, RAZÃO PELA QUAL A MELHOR SAÍDA É CAPACITAR-SE

O Sebrae/PR é parceiro das Salas do Empreendedor, espaços criados pelas prefeituras para atender, preferencialmente, os microempreendedores individuais. Procure a Sala do Empreendedor mais próxima no seu município. Hoje são mais de 160 salas no Paraná.

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SAIBA MAIS a faixa de 35 a 45 anos. Dos quase 300 mil microempreendedores individuais no Estado, 58% compõem o setor de serviços, 39% de comércio e 6% de indústria. De acordo com a consultora, o Sebrae/PR tem como função, juntamente com os órgãos públicos, promover soluções que visem criar um ambiente de negócios mais forte, por meio de políticas públicas e ações de capacitação para preparar o mercado e o empreendedor. “Até novembro de 2015, já havíamos atendido mais de 64 mil MEI no Paraná. Nas cidades em que não há um escritório regional do Sebrae, existem as Salas e Espaços do Empreendedor, que são justamente um canal de aproximação com os empreendedores, em parceria com as prefeituras municipais, que concentram em um só lugar diversos serviços de apoio aos MEI”, conta a consultora. Carla Selva lembra que já está em tramitação no Senado o Projeto de Lei Complementar (PLC 25/2007) que 48

prevê algumas alterações e inovações na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que também versa sobre os MEI. Uma delas prevê o aumento do limite de faturamento bruto anual dos empreendimentos enquadrados na categoria, de R$ 60 mil/ano para R$ 72 mil/ano. Na análise da consultora, “esses empreendedores mostram muita inovação e criatividade, pois essa categoria permite atuar em mercados distintos e segmentos específicos. Eles conseguem transformar serviços básicos em trabalhos mais elaborados e crescem de forma mais rápida. Porém, mesmo crescendo, ainda não estão prontos para se tornarem microempresas ou empresas de pequeno porte. Com a mudança, que também inclui a permissão para o trabalhador rural se enquadrar como MEI, há a possibilidade dessas empresas crescerem e se estabilizarem até conseguir migrar para outras categorias.”

Leia mais sobre a figura jurídica do MEI, suas vantagens e cuidados.

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Para se formalizar e saber o que é preciso para tornar-se um MEI. Você vai encontrar tudo o que precisa, além de relatórios estatísticos.

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QUALIDADE

Foto: Luis Felipe Miretzki/Eficaz

SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

EXCELÊNCIA

SEBRAE/PR É DESTAQUE EM GESTÃO Entidade, com atuação há mais de quatro décadas no apoio aos pequenos negócios, conquista três importantes reconhecimentos em 2015, tornando-se referência na gestão da qualidade e na gestão de pessoas Por Leandro Donatti

SEBRAE/PR, ASSIM COMO APOIA O DESENVOLVIMENTO DE EMPREENDEDORES, TAMBÉM INVESTE NO CRESCIMENTO DE SEUS FUNCIONÁRIOS, COM ESTÍMULO À EDUCAÇÃO PPRQG, O “OSCAR DA QUALIDADE”

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O

Sebrae/PR foi destaque em 2015 na área de gestão. A entidade recebeu, em dezembro passado, o troféu bronze no Prêmio Paranaense da Qualidade em Gestão (PPrQG), realizado pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), por meio do Movimento Paraná Competitivo (MPC). O Sebrae/PR ficou entre as seis empresas com melhor gestão na Categoria Nível 2 – Rumo à Excelência.

e uma forma de auxiliar e incentivar as pequenas empresas a também buscarem a qualidade em gestão.

Com objetivo de contribuir para que as organizações paranaenses se tornem referência em competitividade, o PPrQG procura induzir a melhoria do desempenho organizacional das companhias que demonstram esforços efetivos na busca da excelência. Ao longo do processo, são avaliados as práticas e os padrões de trabalho que resultem em bons níveis de qualidade e produtividade dos produtos e serviços, maior satisfação dos clientes, da força de trabalho e demais partes interessadas.

Para o diretor de Administração e Finanças do Sebrae/PR, José Gava Neto, esse processo de autoavaliação da gestão e liderança faz com que a entidade tenha uma visão mais abrangente dos pontos fortes a serem potencializados e aqueles que precisam de mais atenção. “O fato de avaliar nossos processos faz com que tenhamos a real dimensão do nosso trabalho, buscando o envolvimento e integração de todos os colaboradores para melhorar nossos serviços. É preciso ter o senso crítico para nos qualificar e atender com excelência o nosso público, que também são empresários.”

Além do Sebrae/PR, foram reconhecidos o Sicoob e as empresas Adecon, Tecnospeed, DB1 e Pelissari. Rogério Campos Souza, coordenador do Programa Sebrae/PR de Excelência na Gestão, afirma a importância de a entidade estar em constante avaliação para a busca da melhoria nos serviços

“Colocamos à disposição da comissão avaliadora as nossas práticas e resultados, sempre em busca de aprendizado, da melhoria contínua, e de referenciais de qualidade para seguirmos. É uma forma de nos comparar a outras organizações, fazer um benchmarking e ver os pontos em que podemos desenvolver com mais resultados”, garante Rogério.

Roger Paulino, coordenador executivo do MPC, explica que as empresas são avaliadas em critérios que descrevem as boas práticas de liderança e desempenho, e que toda a metodologia de avaliação da empresa está embasada

na implantação do Modelo de Excelência da Gestão (MEG), da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Foram avaliados oito itens, como liderança, estratégias e planos, informação e conhecimento, clientes, sociedade, pessoas, processos e resultados. “Com base nesses critérios, as empresas são avaliadas de acordo com o nível em que se encontram – desde as iniciantes no processo de busca pela excelência até as que já estão em um nível avançado de gestão. A banca avalia os pontos fortes e as oportunidades de melhorias, realiza uma visita na organização e valida as informações por meio de um relatório com os diagnósticos e um plano de ação para nortear as futuras ações”, descreve Roger Paulino. As companhias premiadas são reconhecidas com placas ouro, prata e bronze na Categoria Nível I, que são aquelas que estão buscando o compromisso com a excelência. Já as da Categoria Nível II, como o Sebrae/PR, foram reconhecidas com troféus ouro, prata, bronze e diamante, por estarem em um estágio mais avançado de gestão. “A ideia é que essas empresas se tornem referências mundiais em competitividade, perenidade e sustentabilidade, inspirando outras empresas a buscarem a excelência e a qualidade em seus processos”, finaliza o coordenador executivo do PPrQG. 51


Foto: Luis Felipe Miretzki/Eficaz

Foto: Luis Felipe Miretzki/Eficaz

OS DIRETORES JOSÉ GAVA, VITOR TIOQUETA E JULIO AGOSTINI, NA PREMIAÇÃO EM SÃO PAULO

ranking ficou na casa dos 50%.

Ambiente inspirador

O Sebrae/PR também foi reconhecido pela forma que conduz o relacionamento com seus colaboradores. A entidade está entre as 150 melhores empresas do Brasil para se trabalhar e é destaque no desenvolvimento de pessoas, de acordo com o Guia 2015 da Revista Você S/A. O anúncio das “150 Melhores Empresas para Você Trabalhar”, ranqueamento feito em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA) e disputado anualmente por companhias de todo o País, foi em outubro passado, durante cerimônia oficial realizada na Sala São Paulo, na capital paulista, com a presença de aproximadamente mil pessoas, entre empresários, jornalistas, formadores de opinião e convidados.

Essa facilidade de se investir em graduações, especializações, mestrados, doutorados e até em cursos de idiomas se deve à política de valorização de todos os profissionais adotada e implementada pela entidade nos últimos anos, o que mereceu o olhar dos avaliadores assim como o apoio declarado dos próprios funcionários, que, voluntariamente, foram convidados para opinar sobre a empresa e seu papel no desenvolvimento das pessoas. O chamado Beneflex, que permite ao empregado a personalização do pacote de acordo com seus interesses, foi um dos itens responsáveis pela conquista do Sebrae/PR.

Para o diretor de Operações, Julio Cezar Agostini, o Sebrae/PR é uma organização que “busca a excelência em tudo o que faz e a equipe é a sua força maior”. “Só temos excelentes resultados, como o atendimento médio de 150 mil pequenos negócios distintos ao ano, porque trabalhamos com mentes e almas engajadas em um ambiente de trabalho inspirador. Este reconhecimento é uma prova de respeito aos colaboradores, de valorização da nossa missão e também de maturidade, já que em 2022, o Sebrae/PR comemora 50 anos de existência.”

O trabalho da organização com seus colaboradores chamou a atenção dos jornalistas avaliadores da Você S/A e FIA, que neste ano percorreram 15 estados brasileiros em busca de empresas modelo. A conclusão é que o Sebrae/PR, assim como apoia o desenvolvimento de empreendedores, também investe no crescimento de seus funcionários, com estímulo à educação, planos de desenvolvimento individual e metas de desempenho, atingidas por meio de cursos e atividades para cada colaborador. O aprendizado é um traço tão forte que é um dos indicadores de promoção e aumento salarial.

Durante o levantamento realizado no Sebrae/PR foram apurados diversos índices, dentre os quais o Índice de Felicidade no Trabalho (IFT), que

Na avaliação do diretor de Administração e Finanças do Sebrae/PR, José Gava Neto, figurar entre as 150 melhores empresas brasileiras para se trabalhar é “resultado do empenho de nossa equipe e faz parte de uma estratégia de desenvolvimento organizacional”. “O Sebrae/PR é feito por pessoas e para pessoas. O sentimento de pertencimento, aliado ao orgulho de trabalhar para os nossos clientes, num ambiente de confiança entre os colaboradores, permitiu este reconhecimento, o que honra a organização”, assinalou o dirigente.

A CONQUISTA É FRUTO DE MAIS DE 40 ANOS DE TRABALHO E DEDICAÇÃO À CAUSA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS, RESULTADO DE UMA VISÃO DE FUTURO E UMA EQUIPE PREPARADA

Foto: Luis Felipe Miretzki/Eficaz

SEBRAE/PR, ENTRE AS 25 EMPRESAS DO ESTADO COM MELHORES AMBIENTES DE TRABALHO.

EQUIPE SEBRAE/PR COMEMORA RECONHECIMENTO DO PPRQG

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Pessoas

O corpo gerencial do Sebrae/PR tem a oportunidade de buscar conhecimento em instituições renomadas, com parte dos custos subsidiada pela entidade, bem como gerentes, coordenadores e gestores de projeto a possibilidade de participar de eventos técnicos realizados em outros países. O Guia 2015 da Você S/A revela ainda o elevado nível de formação dos funcionários. O Sebrae/PR ficou com o melhor índice do Brasil na edição deste ano. Dos 268 efetivos, 67,9% possuem alguma modalidade de pósgraduação. O segundo colocado do

fechou com a nota 78,0; o Índice de Qualidade no Ambiente de Trabalho (IQAT), que ficou em 79,6; e o Índice de Qualidade na Gestão de Pessoas (IQGP), em 74,4. Quando perguntados, 87,7% dos funcionários do Sebrae/PR disseram identificar-se com a empresa; 78,6% aprovar os seus líderes; 78,4% estar satisfeitos e motivados; e 77,1% acreditar ter desenvolvimento. O Sebrae/PR também obteve boas notas nos itens que compuseram a pergunta “O que a empresa oferece”. Em Desenvolvimento, a nota fechou em 95,5; Estratégia e Gestão, 94,3; Remuneração e benefícios, 81,3 e Políticas e Práticas, 77,8.

A gerente de Gestão de Pessoas do Sebrae/PR, Alba Anastácio Soares, entende que “estar entre as organizações referência no Brasil materializa um desejo da Diretoria do Sebrae/PR, de ver reconhecidas nossas práticas de gestão de pessoas, que estão no mesmo nível de empresas de vanguarda, solidamente alicerçadas nos nossos valores construídos ao longo de mais de 40 anos”. “Esse justo reconhecimento expressa a valorização da instituição para todos os nossos colaboradores, nos aproxima cada vez mais como equipe, nos fortalece como organização de apoio aos pequenos negócios e nos dá fôlego para muitas outras conquistas que estão por vir.” 53


A ENTIDADE ESTIMULA PLANOS DE DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL E METAS DE DESEMPENHO, ATINGIDAS POR MEIO DE CURSOS E ATIVIDADES PARA CADA COLABORADOR NO QUE O SEBRAE/PR PODE AJUDAR

Foto: Luis Felipe Miretzki/Eficaz

SEBRAE/PR ESTÁ NA LISTA DAS MELHORES EMPRESAS BRASILEIRAS PARA SE TRABALHAR

As melhores A pesquisa de clima organizacional, realizada pela Você S/A e FIA, é uma das mais criteriosas pesquisas no tema feita no País. Numa primeira etapa, 116.100 colaboradores de 358 empresas e instituições inscritas preencheram questionários, devidamente processados. Na segunda etapa, 3.660 profissionais das 217 companhias pré-classificadas participaram de reuniões com um dos 13 jornalistas da Você S/A, que pesquisaram o motivo da felicidade que inspira as equipes nas empresas. Das 150 empresas selecionadas para o Guia 2015 da Você S/A, 41 delas (27,3%) são pequenas empresas, com até 500 funcionários; 44 são médias empresas (29,3%), com 501 a 1.500 funcionários; e 65 são consideradas grandes (43,3%), com mais de 1.500 funcionários. Juntas, empregam 660.908 profissionais.

Great Place O Sebrae/PR também entrou no ranking GPTW – Paraná 2015, uma iniciativa do Great Place to Work® Brasil em parceria com o jornal Gazeta do Povo, que elegeu as 25 empresas paranaenses com os melhores ambientes de trabalho. O GPTW é uma organização reconhecida internacionalmente pelo seu rigor técnico. A entidade ficou na 20ª posição com 54

a nota 76. De acordo com o sumário executivo disponibilizado pelo GPTW, o Sebrae/PR, que figura como empresa referência em ambiente de trabalho, registrou excelentes resultados. Um deles, o elevado índice de participação. A adesão à Pesquisa GPTW ficou em 77%, totalizando 239 formulários respondidos e mais 648 comentários decorrentes de duas questões em aberto propostas na sondagem. O quesito “percepção do funcionário em relação à empresa” avaliou o ambiente de trabalho sob três aspectos: relacionamento líderliderado, responsável pela criação de um ambiente de confiança; orgulho do funcionário pelo seu trabalho e a camaradagem existente entre ele e seus colegas. A média de nota das 25 melhores empresas paranaenses ficou em 87. A nota do Sebrae/PR foi 83. Quando os funcionários tiveram a oportunidade de responder duas questões em aberto: “o que torna sua empresa um excelente lugar para trabalhar” e “o que precisa ser melhorado na sua empresa”, o resultado foi ainda melhor. A média geral de nota das 25 melhores empresas paranaenses foi 82. A nota do Sebrae/PR foi 90, mostrando que, quando estimulados a falar sobre o assunto, os colaboradores realmente demonstram com intensidade e orgulho a sua crença no Sebrae/PR.

O Sebrae/PR foi criado na década de 1970, com o objetivo de ajudar empreendedores. A entidade conta com uma equipe altamente qualificada para dar orientação técnica para quem quer empreender. Acesse o www.sebraepr.com.br e agende uma consultoria.

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SAIBA MAIS Conheça as melhores empresas para trabalhar deste ano em 24 setores da economia; as que são destaque em sete categorias, dentre elas o Sebrae/PR; a empresa do ano e a melhor instituição pública.

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INDICAÇÃO GEOGRÁFICA

Foto: Rodrigo Czekalski

SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

‘MADE IN’ ORTIGUEIRA

PRIMEIRO MEL DO BRASIL COM

DENOMINAÇÃO DE ORIGEM

MEL DE ORTIGUEIRA TEM CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS, RAZÃO DO SEU RECONHECIMENTO PELO INPI COMO O PRIMEIRO MEL BRASILEIRO COM DENOMINAÇÃO DE ORIGEM

Mel de Ortigueira é o primeiro produto do Paraná e o primeiro mel do País a obter tal modalidade de indicação geográfica; conquistta consolida a estratégia do Sebrae/PR para fortalecer o setor do agronegócio

Foto: Rodrigo Czekalski

Por Patrícia Biazetto

RAUL BITTENCOURT PEDREIRA, DO INPI, ENTREGA CERTIFICADO PARA A PREFEITA LOURDES BANACH E PARA A PRESIDENTE DA APOMEL, ANA MOZUSKI KUTZ

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A OBTENÇÃO DE REGISTROS E CERTIFICAÇÕES É UMA FORMA DE AGREGAR VALOR A DETERMINADOS PRODUTOS, UMA MANEIRA DE APOIAR E PROMOVER PEQUENOS NEGÓCIOS RURAIS PARA QUE ELES CONSIGAM TER DIFERENCIAÇÃO

O

mel produzido em Ortigueira, na região central do Estado, é o primeiro produto paranaense a receber o registro de Denominação de Origem (DO) e o primeiro mel no Brasil a conquistar tal reconhecimento. A concessão atesta que as características físico-químicas do produto decorrem das condições botânicas da região, sendo diferenciado do mel produzido nos arredores. O registro consolida a estratégia do Sebrae/PR para o setor do agronegócio, com foco em produtos de diferenciação pela qualidade e tipicidade. O registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Denominação de Origem (DO), para Ortigueira, foi conferido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), no dia

1º de setembro de 2015, na Revista de Propriedade Industrial (RPI). A conquista é decorrente do Projeto Mel do Município de Ortigueira, iniciativa apoiada pelo Sebrae/PR e parceiros, como a Associação dos Produtores Ortigueirenses de Mel (Apomel), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Prefeitura de Ortigueira, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura. “Em 2009, quando a proposta começou a ser desenvolvida em Ortigueira, as ações eram mais focadas na qualificação dos apicultores. O desafio era melhorar o processo de fabricação e extração do mel”, relembra o consultor do Sebrae/PR, Fabrício Bianchi. Posteriormente, foram realizadas análises da produção do mel em Ortigueira, no período de 2009 a 57


“Como já tinha sido realizada a análise microbiológica, fisioquímica e sensorial do mel, fomos instruídos a buscar o registro de Denominação de Origem. Fizemos o pedido junto ao INPI em maio de 2013 e, um ano após, foram feitas algumas exigências pelo Instituto, que incluíam a apresentação de novos documentos e alguns novos detalhamentos. Todas as exigências foram cumpridas e, recentemente, foi conquistado o registro que garante a origem do mel e onde ele é produzido”, comemora Fabrício Bianchi.

ANA MOZUSKI KUTZ, partir de agora, o desafio continua sendo grande, pois é necessário que o registro seja resguardado como outras Denominações de Origem que existem no País”, afirma Fabrício Bianchi, que esteve à frente do Projeto Mel do Município de Ortigueira até o final do ano passado. Em 2015, o Projeto foi assumido pelo consultor do Sebrae/PR, Fernando Pizani, que é gestor regional de agronegócio e também destaca a participação e o envolvimento direto do engenheiro-agrônomo Henry Rosa,

da Emater; e Wanderley Sartori do Carmo, da Secretaria de Agricultura de Ortigueira, nessa importante conquista. O trabalho, conforme ele, está focado, neste momento, na comercialização do mel, que é o maior desafio para os apicultores do município. Considerado o maior produtor de mel do País, com uma produção de 500 toneladas em 2014, a maior parte da produção de Ortigueira é vendida a granel. “A ideia é processar e envasar o produto por meio da Unidade de Beneficiamento de Mel, que foi construída pela

Foto: Rodrigo Czekalski

Foto: Rodrigo Czekalski

Segundo o consultor do Sebrae/PR, o registro beneficia 45 apicultores de Ortigueira, responsáveis por aproximadamente 90% da produção local. “O processo de identificação geográfica visa não somente a obtenção de um selo. Ele mexe com toda a organização da cadeia produtiva, é um processo de convergência de interesses e de muitas conversas. A

CADA VEZ MAIS, APOSTAM OS APICULTORES DE ORTIGUEIRA E ENTIDADES PARCEIRAS, O PRODUTO SERÁ CONHECIDO E RECONHECIDO PELO PÚBLICO CONSUMIDOR PELA SUA QUALIDADE E PELO SEU DIFERENCIAL

Foto: Rodrigo Czekalski

2011, para que o processo de produção pudesse ser melhor compreendido, já visando ao pedido junto ao INPI, que inicialmente, era para espécie Indicação de Procedência (IP).

(1) PRODUTORES DE ORTIGUEIRA EXIBEM RECONHECIMENTO PELO MEL CERTIFICADO PELO INPI (2) APROXIMADAMENTE 200 APICULTORES ACOMPANHARAM, EM ORTIGUEIRA, A ENTREGA OFICIAL DO REGISTRO ‘DO’

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Apomel, e que o mel que atenda as qualidades e características que se dão exclusivamente naquele meio possa receber o signo distintivo da denominação de origem e assim gerar mais valor”, explica o consultor Fernando, ao reforçar que o trabalho também se volta para o mercado internacional. Segundo ele, parte da comercialização do mel produzido em Ortigueira é vendida para empresas que beneficiam o produto e o restante para pessoas que intermediam o processo de venda para empresas. “Nosso objetivo é que o produto seja processado e envasado na Unidade de Beneficiamento do Mel, porque isso vai agregar mais valor ao produto e permitirá quer os apicultores possam ter o acesso a novos mercados nacionais e internacionais.” É o que também espera a presidente da Apomel, Ana Mozuski Kutz, que está no comando das atividades há oito anos. “A concessão do registro é a realização de um processo longo e que pode abrir mercado para nossos associados. O envolvimento dos parceiros foi fundamental em todo o processo”, comenta ela, ao citar que uma das ações da Apomel inclui o início das atividades da Unidade de Beneficiamento de Mel, cujos recursos para a obra foram repassados pela Usina Hidrelétrica Mauá, como indenização coletiva aos apicultores que desenvolviam atividades na área do empreendimento. “Além do valor da indenização, que foi utilizado para a construção da Unidade, conseguimos angariar recursos na ordem de R$ 340 mil através do Projeto ProRural. O montante será utilizado

na aquisição de equipamentos para a Unidade e esperamos iniciar as atividades o quanto antes”, comemora a presidente da Associação. Além de focar as ações para a comercialização do mel de Ortigueira, o Sebrae/PR mantém, paralelamente, a assistência aos apicultores por meio do Centro de Transferência de Tecnologia, com a realização de cursos e capacitações, visando ao aumento da produtividade e efetividade da produção, com a melhoria do mel extraído.

Entrega solene Aproximadamente 200 apicultores de diversos municípios paranaenses participaram no final de outubro do VII Seminário de Apicultura de Ortigueira e Região, realizado pelo Sebrae/PR, quando foi entregue pelo examinador de propriedade industrial do INPI, Raul Bittencourt Pedreira, o certificado de registro do mel de Ortigueira para a prefeita Lourdes Banach e para a presidente da Apomel, Ana Mozuski Kutz. “Para o INPI, é uma honra formalizar a proteção de um produto tipicamente regional, que traz em si o que há de melhor nesta região”, destacou Raul Bittencourt Pedreira. Lourdes Banach acredita que além das parcerias, o trabalho realizado pelo Município também foi importante para o fortalecimento da atividade apícola. Segundo ela, o governo local não mediu esforços para apoiar, ampliar e impulsionar o Programa Apicultura Integrada e Sustentável de Ortigueira. “Demos mais um passo para nos tornamos a ‘Capital Nacional do Mel’, não só pela produção, mas também

PRESIDENTE DA APOMEL, FALA EMOCIONADA SOBRE A IMPORTANTE CONQUISTA

O REGISTRO DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA (IG), NA ESPÉCIE DENOMINAÇÃO DE ORIGEM (DO), PARA ORTIGUEIRA, FOI CONFERIDO PELO INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL, NO DIA 1º DE SETEMBRO

pela qualidade e caraterística única de produção”, comemorou. Conforme dados apresentados pelo secretário de Agricultura de Ortigueira, Wanderley Sartori do Carmo, graças ao trabalho integrado, o Município tem se destacado na produção de mel, sendo que hoje a produção anual chega a 600 toneladas. A diversificação nas propriedades rurais foi defendida pelo gerente regional do Instituto Emater, o engenheiro Osmar Fagner, que representou no evento o Sistema Estadual de Agricultura. Para ele, a organização da cadeia produtiva do mel é importante para obtenção de 59


Foto: Rodrigo Czekalski

MARIA BRÍGIDA DOS SANTOS SCHOLZ

PESQUISADORA DO IAPAR CONTA QUE PRIMEIROS RESULTADOS JÁ INDICAVAM POSSIBILIDADE DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA

melhores resultados. “As propriedades que diversificam obtêm mais renda e melhores resultados. Além disso, é preciso trabalhar com o mel de forma sustentável”, destacou.

Diferenciação no mercado Para o diretor de Operações do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini, o registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Denominação de Origem (DO), para o mel de Ortigueira, atribui ao apicultor a diferenciação de mercado. “Cada vez mais o produto será conhecido e reconhecido pelo público consumidor pela sua qualidade e pelo seu diferencial de qualidade. Isso fará com que os pequenos produtores tenham mais renda em longo prazo e, provavelmente, a produção será melhor remunerada no mercado”, comenta Julio Agostini. Além do projeto em Ortigueira, o Sebrae/PR tem outras frentes de trabalho. Julio Agostini cita o Projeto dos Cafés Especiais, iniciativa do Sebrae/PR, da Associação dos Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp) e parceiros, voltado para elevar a rentabilidade dos produtores por meio de cafés com qualidade diferenciada. O projeto Cafés Especiais do Norte Pioneiro foi a primeira Indicação Geográfica (IG) do Paraná 60

e atua com base em quatro pilares, que são o associativismo, produção, rastreabilidade e mercado. Dentre os produtos paranaenses que buscam a IG estão a uva de Marialva; o mel do Lago de Itaipu; o melado de Capanema; os queijos de Witmarsum; a goiaba de Carlópolis; a erva-mate de São Mateus do Sul; a farinha de mandioca, a cachaça, os derivados de banana e o barreado, estes do litoral paranaense. “São projetos desenvolvidos para valorizar os produtos junto ao mercado fazendo com que os pequenos produtores tenham mais renda e mais qualidade de vida”, explica Agostini. Já o gerente regional do Sebrae/PR no centro do Estado, Joel Franzim Junior, acredita que a obtenção do registro torna o Paraná referência nacional. “O registro é muito importante para a nossa região, pois mostra que com trabalho bem orientado, com um grupo de empresários dispostos a investir e parceiros comprometidos, é possível ter um novo posicionamento no mercado, incrementando a competitividade e o faturamento. Com o registro, o Sebrae/PR em uma nova fase do projeto, focando firmemente nas questões mercadológicas”, conclui. Há seis anos na atividade, o apicultor Roberto Vilevski já planeja dobrar o

volume de colmeias visando aumentar o leque de clientes. Para ele, o trabalho desenvolvido pelos parceiros envolvidos no Projeto Mel do Município de Ortigueira foi fundamental para assimilar novas técnicas da profissão. “Tivemos muitos profissionais nos acompanhando nos últimos anos, o que foi muito importante para o nosso aprendizado. Esperamos que mais avanços ocorram para a apicultura com a obtenção do registro”, diz. É o que também espera o apicultor Valdemar Kieltyk, que trabalha há 22 anos na atividade. Segundo ele, os avanços na atividade ocorreram gradativamente, mas as mudanças no sistema de produção ajudaram na obtenção de melhores resultados, sejam eles referentes à quantidade colhida, como também de higiene. “Tivemos muitos profissionais nos auxiliando e a obtenção do Registro de Denominação de Origem nos abre novos mercados”, projeta.

Mais notoriedade Para Andreia Claudino, coordenadora estadual de Agronegócios, Alimentos e Bebidas do Sebrae/PR, a obtenção do registro de Denominação de Origem do Mel de Ortigueira posiciona o Paraná como um importante ‘ator’, não somente em produção, mas em história e notoriedade. “O registro demonstra que o Estado, na localidade de Ortigueira, tem um ambiente favorável para a produção do mel, com características genuínas. Isso faz com que tenhamos um posicionamento diferenciado na cadeia produtiva”, explica. O desafio, a partir da obtenção do registro, conforme Andreia Claudino, é focar as ações na área de marketing e no acesso ao mercado. “A obtenção de registros e certificações é uma forma de agregar valor a determinados produtos. É uma maneira de apoiar e promover os pequenos negócios rurais para que eles consigam ter diferenciação e acessar o mercado de maneira única e particular”, reforça.

Composição específica A pesquisadora do Iapar, Maria Brígida dos Santos Scholz, explica que o envolvimento da entidade com o mel de Ortigueira começou em 2010, após a

apresentação de um projeto à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), que tinha como objetivo caracterizar e valorizar o mel produzido no município, para aumentar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) regional. O projeto era uma parceria do Iapar, UTFPR, Sebrae/PR e UniAndrade - Campus Curitiba. “Inicialmente, foram coletadas 50 amostras em propriedades apícolas da região de Ortigueira, nas quais foram realizadas análises físico-químicas e microbiológicas. Os primeiros resultados indicaram a possibilidade de Indicação de Procedência, porque o mel apresentava características particulares”, relata a pesquisadora.

encontrados nas amostras está correlacionado à flora local. “Quando comparado com o mel de outras regiões, o mel de Ortigueira apresenta características próprias associadas à flora local”, especifica. Para o engenheiro agrônomo do Instituto Emater, Henry Rosa, a expectativa é que os apicultores alcancem novos mercados, mas, sobretudo, mais reconhecimento. “Não podemos esquecer que outros passos devem ser dados para garantir a manutenção do Registro. Portanto, não podemos deixar de realizar as Boas Práticas de Manejo e da Rastreabilidade. Além disso, os apicultores devem ajudar no fortalecimento da Apomel”, comenta o engenheiro.

O PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO GEOGRÁFICA VISA NÃO SOMENTE A OBTENÇÃO DE UM SELO, MAS ELE MEXE COM A ORGANIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA, É UM PROCESSO DE CONVERGÊNCIA DE INTERESSES E CONVERSAS

NO QUE O SEBRAE/PR PODE AJUDAR O Sebrae/PR é parceiro dos pequenos Para o Sebrae/PR, certificações como a indicação geográfica são fundamentais para aumentar a competitividade. Por isso, a entidade desenvolve projetos para a conquista do reconhecimento junto ao INPI, como demonstrado nesta reportagem. Aglomerados produtivos interessados em se desenvolver podem buscar informações técnicas no Sebrae/PR sobre como proceder. Procure o Sebrae/PR mais próximo ou acesse o www.sebraepr.com.br.

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Além dessa coleta, foram colhidas no município de Ortigueira outras 41 amostras e comparadas com 51 amostras de outros locais para verificar se existiam diferenças entre elas. Todas as amostras, segundo a pesquisadora, foram coletadas com a presença de apicultores. “Além das análises antes realizadas, também foram feitas análises para determinar a origem botânica. Os alunos da UniAndrade, com orientação de professores, identificaram e quantificaram o pólen das amostras de mel”, diz, ao completar que todas as análises mostraram os limites de cor para o mel de Ortigueira e demonstraram que sua composição é específica da região. Também foi demonstrado, segundo a pesquisadora, que o grupo de pólens

Modalidades O registro de IG permite delimitar uma área geográfica, restringindo o uso de seu nome aos produtores e prestadores de serviços da região, em geral, organizados em entidades representativas. A espécie de IG chamada “denominação de origem” reconhece o nome de um país, cidade ou região cujo produto ou serviço tem certas características específicas graças a seu meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos. Já a espécie “indicação de procedência” se refere ao nome de um país, cidade ou região conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço.

SAIBA MAIS Quer saber mais sobre o tema indicação geográfica e como funciona o processo de obtenção junto ao INPI? A página do INPI contém ainda uma séria de notícias e informações sobre o tema.

Acesse agora

www.inpi.gov.br


SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

APOIO TÉCNICO

PORTA A PORTA

AJUDA EMPRESA A TER FOCO Negócio a Negócio completou seis anos, em 2015, com balanço positivo e quase 200 mil atendimentos gratuitos em todo o Estado; modelo alcançou empresários com dificuldade em se deslocar até o Sebrae/PR Por Bruna Komarchesqui

T

rês visitas num período de até dois meses, com uma hora de duração cada, que podem mudar a vida de microempreendedores individuais e empresários de microempresas. Em seus seis anos de atividade, o Programa Negócio a Negócio, do Sebrae/PR, fecha com balanço positivo e com quase 200 mil histórias do gênero, nos 399 municípios paranaenses. Somente em 2015, foram aproximadamente 40 mil empresas atendidas. Totalmente gratuito, o Negócio a Negócio, que em 2016 dá uma parada para sua restruturação, contou com uma série de orientações de gestão empresarial, por meio de visitas de agentes de orientação credenciados do Sebrae/PR. Diferente das consultorias da entidade, o foco aqui 62

não foram mudanças estruturais, mas melhorias em aspectos de operações, finanças e marketing. “A lógica é a de porta a porta, visitamos os bairros e abordamos o cliente na hora, porque a logística de agendamento, muitas vezes, não é eficiente tanto para o Sebrae como para o cliente. Funciona como um mutirão, um ‘arrastão’ permanente pelas ruas da cidade. Em tempos de turbulência econômica, trabalhar aspectos de gestão de forma gratuita é de fundamental importância”, destaca Lucas Hahn, coordenador estadual do Programa, no Paraná. Um dos trunfos do Negócio a Negócio é alcançar empresários que, por sua estrutura enxuta de trabalho, não têm condições de se deslocar em busca de atendimento. “A aceitação foi ótima e acabou sendo o início do relacionamento com o

Microempresas e microempreendedores individuais dos mais diversos segmentos da indústria, comércio e serviços puderam receber atendimento gratuito do Programa. As três visitas do agente de orientação credenciado do Sebrae/PR ocorreram, em média, dentro de um período de 60 dias, com aproximadamente uma hora de duração cada.

Além das três visitas do Negócio a Negócio, Gisele começou a se inscrever em cursos de gestão indicados pelo Sebrae/PR. Hoje, com as dívidas parceladas e uma comissionada que a ajuda aos fins de semana, a microempreendedora individual já planeja ampliar o negócio e contratar um funcionário fixo. “Reformei, coloquei móveis novos, comprei computador. Agora vendo produtos, que não tinha, e faço promoções duas vezes ao mês. Também fiz uma carteira de clientes e ligo mensalmente, para oferecer produtos novos e serviços. O Programa me ajudou a voltar a viver, foi a luz no fim do túnel.” O controle de caixa também era o principal problema da empresa de fotografia e convites de Rosângela

LUCAS HAHN,

CONSULTOR DO SEBRAE/PR

PROGRAMA, QUE EM 2016 DARÁ UMA PARADA PARA PASSAR POR UMA RESTRUTURAÇÃO, ATENDEU NO PARANÁ, SOMENTE EM 2015, APROXIMADAMENTE 40 MIL PEQUENOS NEGÓCIOS

Um novo começo A cabeleireira Gisele Mara dos Prazeres, de Cambé, norte do Estado, viu a vida “mudar 200%” desde julho do ano passado, quando procurou o Sebrae/PR, sem saber como lidar com os fornecedores batendo à sua porta. “Meu salão estava arruinado, com dívidas que não conseguia pagar, não fidelizava clientes e não conseguia fazer uma reforma. Foi quando o Sebrae/PR me ensinou a usar planilhas, fazer a gestão, porque eu não colocava nada na ponta do lápis.”

NO QUE O SEBRAE/PR PODE AJUDAR O Sebrae/PR dispõe de diversos produtos e programas de apoio para que está começando e também para quem já tem uma empresa. Acesse agora o portal do Sebrae/PR, no www.sebraepr.com.br, e saiba como a entidade pode ajudar.

ACESSE UTILIZANDO O QR CODE Foto: Rodrigo Czekalski

ORIENTAÇÃO

Sebrae/PR. O Negócio a Negócio fortaleceu as microempresas e os microempreendedores individuais, porque os sensibilizou para o papel da entidade, que está pronta para ajudar. O resultado foi positivo para as empresas e sociedade como um todo”, garante Hahn.

Foto: La Imagen

O NEGÓCIO A NEGÓCIO FORTALECEU MICROEMPRESAS E MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS, PORQUE OS SENSIBILIZOU PARA O PAPEL DO SEBRAE, QUE ESTÁ PRONTO PARA AJUDAR

CAPACITAÇÃO

PORTAL SEBRAE/PR WWW.SEBRAEPR.COM.BR

SAIBA MAIS

ROSÂNGELA APARECIDA FERREIRA,

EMPREENDEDORA, APOSTOU NO CONTROLE DE CAIXA

Aparecida Ferreira, em Irati, na região centro do Paraná. “Fazia retiradas e não anotava nada”, recorda. No final do ano passado, ela já havia buscado um curso de gestão, quando recebeu a visita do Negócio a Negócio. “Eles chegaram até mim, não sei se foi automático. O trabalho ajudou muito. Melhorou bastante, agora controlo tudo.” Uma placa na avenida, indicando a churrascaria na rua de dentro, ajudou a aumentar significativamente o movimento no negócio de Marlon Diego de Souza, em Terra Roxa, no oeste do Estado. Criado há cerca de um ano, o restaurante ainda patinava no desafio

de se tornar conhecido entre os clientes, quando o Sebrae/PR bateu à porta de Souza oferecendo auxílio gratuito. “Nós não tínhamos experiência na área. O Programa foi fundamental, pois nos deu noções de marketing, visual de empresa, ensinou a fazer a programação das compras com antecedência. Deu um retorno enorme.” Com a placa instalada no canteiro, a churrascaria passou a atrair turistas que passam pela cidade para fazer compras no Paraguai. “Temos sete funcionários fixos e, aos domingos, precisamos de mais gente para servir”, comemora o empresário.

A falta de orientação técnica está entre as razões para o fechamento de um pequeno negócio. Por isso, a importância do apoio de entidades como o Sebrae/PR. Quer saber mais sobre o tema? Conheça o estudo feito pelo Sebrae Nacional, em 2013, sobre a sobrevivência das empresas no Brasil.

Acesse agora

http://www.sebrae.com.br/ Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/ Sobrevivencia_das_empresas_no_ Brasil=2013.pdf

63


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MULTICANAL

PARCERIA

PONTOS AGILIZAM ATENDIMENTO A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

OS PONTOS DE ATENDIMENTO GARANTEM MAIS AGILIDADE AOS ATENDIMENTOS, PELA SUA PROXIMIDADE COM OS EMPRESÁRIOS DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Espaços, viabilizados em parceria com entidades, oferecem aos empresários os mesmos serviços disponíveis nos escritórios do Sebrae/PR; em todo Estado, são 40 Pontos de Atendimento em operação Por Patrícia Biazetto

U

ma das estratégias do Sebrae/PR, para atender cada vez mais empresas, é ser multicanal. Por meio de Pontos de Atendimento, instalados em diversos municípios do Estado, em parceria com diferentes entidades, os empresários de micro e pequenas empresas têm acesso aos serviços do Sebrae/PR de forma facilitada. Além disso, os Pontos de Atendimento garantem mais agilidade aos atendimentos, pela sua proximidade com o público-alvo. O Paraná possui 40 Pontos de Atendimento Empreendedor e a expectativa é de ampliar esse número nos próximos anos, priorizando os municípios com maior densidade empresarial. A expansão vai permitir que mais empresários de micro e pequenas empresas – que são o público-alvo dos Pontos de Atendimento – sejam orientados e capacitados. Estatísticas da entidade mostram que em 2015 foram atendidas mais de 16 mil pessoas nesses espaços. Para a consultora do Sebrae/PR, Sandra 64

Trujillo Costa, da Unidade de Atendimento Individual, os Pontos de Atendimento representam a extensão dos escritórios da entidade espalhados no Estado. “Nesses espaços, é possível receber orientações e consultorias, participar de eventos e ter acesso às soluções e ferramentas que são disponibilizadas nos escritórios do Sebrae/PR, tudo com a mesma qualidade”, diz, ao reforçar que os agentes dos Pontos de Atendimento são capacitados para que o empresário tenha atendimento adequado às suas necessidades, como também o melhor encaminhamento para as soluções necessárias para o seu negócio. Em novembro passado, o Sebrae/PR realizou um encontro estadual com os agentes do Ponto de Atendimento para uma programação especial com capacitações. “Às vezes, o Ponto de Atendimento está em um município que não tem o escritório do Sebrae/PR, em função disso a procura é boa. É uma forma de ter acesso aos serviços e soluções oferecidas pela entidade”, conta Sandra Trujillo. E com o objetivo de facilitar o dia a dia

do empreendedor, o Sebrae/PR busca parcerias com entidades que tenham o mesmo foco de envolvimento empresarial para ampliar o número de Pontos de Atendimento no Estado. Conforme Sandra Trujillo, é necessária a parceria com entidades para que os Pontos de Atendimento sejam instalados e funcionem efetivamente. Dentre os principais parceiros estão associações comerciais e empresariais, prefeituras e sindicatos.

Alcance maior Com o objetivo de aumentar o alcance dos serviços prestados aos proprietários das micro e pequenas empresas, o Sebrae/PR inaugurou em 2015, no dia 10 de abril, em parceria com a Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG), Prefeitura de Guarapuava e Sicoob, o Ponto de Atendimento em Guarapuava. No local, os empresários têm acesso a informações sobre cursos, palestras e suporte para abrir o próprio negócio. Conforme o agente do Ponto de Atendimento de Guarapuava, André Rafael dos Santos, muitos empresários

locais já se acostumaram a buscar informações no local. “Já conseguimos fidelizar clientes, apesar do pouco tempo de atuação do Ponto de Atendimento na cidade, que já contava com o escritório do Sebrae/PR”, comemora. Segundo ele, o interesse dos empresários se volta para cursos de atendimento e vendas, já que a maior parte deles atua no comércio local. Dentre eles está o sócio proprietário da Imobiliária J Losso, José Losso Neto. “O fato do Ponto de Atendimento estar dentro da sede da ACIG facilita bastante. Tenho buscado cursos com temas relacionados a marketing e recursos humanos, em função da crise econômica do País. Acredito que o acesso aos serviços oferecidos pelo Sebrae/PR foi facilitado com a instalação do Ponto de Atendimento”, comenta o empresário. A opinião é dividida pelo consultor do Sebrae/PR e gestor do Ponto de Atendimento de Guarapuava, Agenor Felipe Krysa. “O Ponto de Atendimento acaba sendo visto com uma ferramenta pelos empresários, já que ele está dentro

da ACIG, onde são discutidas ações para o desenvolvimento do Município e das entidades. Conseguimos ser assertivos nos serviços oferecidos”, conclui o consultor do Sebrae/PR.

Multissetorial Com quase dois anos de funcionamento, o Ponto de Atendimento ao Empreendedor de Cianorte já contabiliza mais de 3,5 mil atendimentos aos empresários da cidade. A consultora do Sebrae/PR e gestora do Ponto, Letícia Rodrigues Albuquerque, destaca que a entidade concentra agora seus esforços na ampliação de parcerias, para estar mais presente no dia a dia das empresas, aumentando o número de atendimentos e do fortalecimento do empresário local. Conhecida como a Capital do Vestuário, o Ponto de Atendimento da cidade não recebe apenas empresas do setor, a procura é grande também nos setores de prestação de serviços. De acordo com a atendente do Ponto, Cleonice Santos, as situações mais comuns estão concentradas em dois temas, como abrir o próprio negócio e como melhorar a 65


gestão financeira dos negócios. “Por isso, a maior parte da nossa programação está concentrada nesses dois temas, mas também abrangemos outras áreas bastante procuradas, como inovação e uso de tecnologias”, informa Cleonice.

Após concluir o seminário Empretec, a empresária afirma que o curso foi um fundamental na administração e novos rumos do seu negócio.

A instabilidade econômica também levou muitos empresários ao Ponto de Atendimento em Cianorte, como o casal Cláudio José e Lenisia Brambilla, proprietários de uma facção de uniformes. Preocupados em melhorar seus pontos fracos, e em não sofrer diante do cenário, os empreendedores buscaram diversas capacitações, como o Varejo Top Loja Confecções. “Este tem sido um divisor de águas, estamos vislumbrando e nos preparando para quem podemos ser. Ao mesmo tempo, estamos crescendo 30% a mais do que no ano passado. Sem dúvidas, todo o nosso preparo e as inovações que implantamos com o apoio dos consultores fez toda a diferença para alcançarmos nossos atuais resultados. Queremos crescer ainda mais”, garante Cláudio Brambilla.

Laranjeiras do Sul, no oeste do Paraná, faz parte de uma região de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Território Cantuquiriguaçu. Com pouco mais de 32 mil habitantes, passou a contar com um Ponto de Atendimento em 2012 e, de lá para cá, já prestou mais de 11 mil atendimentos, realizou

Comprometimento

cidos, melhoramos muito. Digo que conhecemos a parte técnica daquilo que trabalhamos, mas para gerenciar a empresa, uma ajuda sempre é bem-vinda”, assinala.

AS CAPACITAÇÕES EM FINANÇAS, GESTÃO E LIDERANÇAS ESTÃO ENTRE OS TEMAS MAIS PROCURADOS, BEM COM CONSULTORIAS ESPECIALIZADAS NAS EMPRESAS

Conhecimento O Ponto de Atendimento ao Empreendedor em Rolândia, inaugurado em fevereiro de 2010, é fruto de uma parceria entre o Sebrae/PR, a Prefeitura de Rolândia, a Associação Comercial e Empresarial de Rolândia (ACIR) e a Associação dos Contabilistas. De acordo com Beatriz Poletto, consultora do Sebrae/PR, o Ponto de Atendimento ao Empreendedor em Rolândia recebeu, em 2015, até agosto, aproximadamente 600 empresários com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) diferentes, e efetuou mais de mil atendimentos. No local, os empresários do município encontram as principais soluções do Sebrae/PR, que são disponibilizadas nos grandes centros. “A estrutura oferece orientações sobre abertura de empresas, gestão de negócios, além de palestras, capacitações, oficinas e programas de incentivo individuais ou coletivos”, diz.

Jardim Olinda

Cursos de qualificação Desde 2011, a empresária Elisângela Ramos, da loja Via Urbana, na cidade de Pinhais, não precisa mais se deslocar até a Capital para ter acesso aos serviços do Sebrae/PR. A cidade, que fica na Região Metropolitana de Curitiba, já conta com um Ponto de Atendimento, localizado na Rua Somália, nº 35, e oferece uma série de serviços, como consultorias, palestras, cursos e emissão de documentos. Com uma média de 87 atendimentos mensais em 2015, a atendente Danemary Augustinho afirma que a procura pelos cursos de capacitação é o atendimento mais frequente. “Trabalhamos para tornar o Ponto de Atendimento cada vez mais conhecido”, diz. Para a consultora do Sebrae/PR, Mariléa Brito, a entidade viabiliza, a partir do contato direto com os empresários, os cursos que mais atendam suas necessidades. E Elisângela concorda. 66

“O local atende também municípios vizinhos. Os resultados aparecem por conta do comprometimento da atendente do Ponto, do engajamento da diretoria da associação e parceiros locais, e da confiança do empresário”, ressalta o consultor do Sebrae/PR Edson Braga. Edimari “Mari” Schroeder, responsável pelos atendimentos no espaço, mantém contato direto com as empresas locais. “Amo trabalhar no Ponto de Atendimento e toda vez que ligo oferecendo as ações, tenho prazer em sensibilizar o empresário mostrando o que eles vão ganhar participando”, destaca. Edemilson Souza é um dos empresários assíduos do Ponto de Atendimento ao Empreendedor de Laranjeiras do Sul. “Tenho uma loja de máquinas e ferramentas há cinco anos e, desde que comecei a participar dos cursos ofere-

O público é diversificado e, a maioria, está na faixa entre 35 e 45 anos. Os treinamentos sobre vendas, gestão financeira e atendimentos são os mais procurados. “Com a crise, notamos também um aumento na busca por consultorias na área financeira. Além disso, as pessoas que estão abrindo novas empresas também nos procuram para fazer um plano de negócio e analisar a viabilidade do empreendimento”,

Terra Rica

Nova Londrina

São João do Caiuá

Paranacity

Loanda Querência do Norte

Planaltina do Paraná

Santa Cruz do Monte Castelo

Amapo rã

Alto Paraná

Nova Aliança do Ivaí

Santa Mônica

Alvorada do Sul Florestópolis

Miraselva

Guaraci Lob ato

Atalaia

Flórida

Munhoz de Mello

Primeiro de Maio Sertaneja

Bela Vista do Paraíso

Prado Ferreira

Jaguapi tá

Santa Fé

Santa Isabel do Ivaí

Porecatu

Nossa Senho ra das Graças

Colo rado

Cruzeiro do Sul

Paranavaí

Lupionópolis

Centenário Cafeara do Sul

Guairaça

Ivaté

Cambé

Ângulo Pitanguei ras Tamboa ra Nova Esperança Igua raçu Paraíso Mandaguaçu Astorga Pres. do Norte São Carlos Rolândia Castelo do Ivaí Guapo rema Branco Floraí Cidade São Manoel Sabáudia Gaúcha do Paraná Maringá Arapon gas Ourizona Nova Japu rá São Jo rge Olímpia Mandaguari do Ivaí Rondon Paiçandu Sarandi Indianópolis

REGIÃO NOROESTE

Alto Paraíso

Dou tor Camargo

São Tomé

Maria Helena

Ivatuba

Jussara Esperança Nova São Jo rge do Patrocínio

Tapejara Xamb rê

Umuarama

Cruzeiro do Oeste

Pérola Altônia

Cafezal do Sul

Tuneiras do Oeste

Perobal

Quinta do Sol

Peabiru

Araruna

Guaíra

Nova Santa Rosa

Mercedes

Santa Helena

Maripá

Quatro Pontes

Pato Bragado Entre Rios do Oeste

Rancho Aleg re do Oeste Jesuítas Assis Chateaubriand Iracema do Oeste Nova Aurora Tupâssi

Santa Tereza do Oeste Cascavel

São Miguel do Iguaçu

Ibema

Santa Terezinha de Itaipu

Matelândia Santa Lúcia Capi tão Leônidas Marques

Serranópolis do Iguaçu

Boa Vista da Apa recida

Foz do Iguaçu

Nova Prata do Iguaçu

Capanema Realeza Planalto

Boa Esperança do Iguaçu

Carambeí

Campina do Simão Prudentópolis

Cerro Azul

Ipiranga

Turvo

Tunas do Paraná

Itaperuçu

Ponta Grossa

Guamiranga Imbituva

Cantagalo

Campo Magro Teixeira Soares

Rio Branco do Sul

Almirante Tamanda ré

Campo La rgo

Colombo

Irati

Chopinzinho

Coronel Vivida

Bom Sucesso do Sul

Renascen ça

Vitorino

Mariópolis

Morretes

São João do Triunfo

Fazenda RioGrande

Campo do Tenente

União da Vitória Porto Vitória

Bituruna

REGIÃO LESTE

Pontal do Paraná Matinhos

Contenda

Quitandinha Antonio Olinto

Paranaguá

São José dos Pinhais

Mandirituba

São Mateus do Sul

Paulo Frontin

Honório Serpa

Piraquara

Curitiba Balsa Nova

Mallet

Cruz Machado

Mangueirinha

REGIÃO SUDOESTE

Antonina

Quatro Barras

Araucária

Pinhão

Coronel Domin gos Soares

Pato Branco

Rio Azul

Porto Amazonas

Lapa

Reserva do Iguaçu

Verê Itapejara d'Oeste

Palmeira

Fernandes Pinheiro Rebou ças

Inácio Martins

Saudade do Iguaçu

Guaraqueçaba Bocaiúva do Sul Campina G rande do Sul

Pinhais

Candói

Porto Barreiro

Foz do Jo rdão Sulina

São João

Flor da Serra do Sul Marmeleiro

Adrianópolis

Castro

REGIÃO CENTRO

Virmond

Rio Bonito do Iguaçu

Dois Vizinhos

Salgado Filho

Barracão

Dou tor Ulisses

Boa Ventura de São Roque

Guarapuava

São Jo rge d'Oeste

Pinhal de São Be nto Santo Antonio Francisco Beltrão do Sudoe ste Manfrinópolis Bom Jesus do Sul

Piraí do Sul Tibagi

Reserva

Ivaí

Laranjeiras do Sul

Espigão Alto do Iguaçu

Quedas do Iguaçu

Enéas Marques Nova Esperança do Sudoe ste

Pranchita

Jaguariaí va

Candido de Ab reu

Goioxim

Nova Laranjeiras

Cruzeiro do Iguaçu

Salto do Lo ntra

Santa Izabel do Oeste

Bela Vista Pérola d'Oeste do Ca roba

Três Barras do Paraná

Santa Maria d'Oeste

Marquinho

Catandu vas

Lindoe ste

Sengés

Telêmaco Borba

Imbaú

Diama nte do Sul

REGIÃO OESTE

Céu A zul Medianeira

Arapoti

Rio Branco do Ivaí

Pitanga

Palmital

Guaraniaçu

São José da Boa Vista

Ortiguei ra Rosário do Ivaí

Laranjal

Campo Bonito

Santana do Itararé

Wenceslau Bráz

Manoel Ribas

Mato Rico

Altamira do Paraná

Braganey

Ramilândia

Itaipulândia

Nova Cantu

Igu atu

Salto do Itararé

Curiúva

Grandes Rios

Ariranha do Ivaí

Arapuã

Roncador

Corbélia

Vera Cruz do Oeste Missal

Nova Tebas

Siquei ra Campos

Japi ra

Campina da La goa

São Pedro do Iguaçu

Diama nte do Oeste

Iretama

Luiziana

Jaboti

Quatiguá

Tomazina

Figuei ra

Sapopema

Faxinal

Ivaiporã Mamborê

Conselhei ro Mairinck Ibaiti

Ventania

Godoy Jardim Aleg re Moreira

Juranda

Cafelândia

Ouro Verde do Oeste São José das Palmeiras

Campo Mourão

Carlópolis Joaquim Távora

Lidianópolis

Ubiratã

Anahy

Toledo

Farol

Guapirama

Pinhalão

Cruzmaltina

Luna rdelli

Jundiaí do Sul

Tamarana

Mauá da Serra

Kaloré

Corumb ataí do Sul

Boa Esperança

Quarto Centenário

Formosa do Oeste

Palotina

Marechal Cândido Rondon

Janiópolis Goioerê

Brasilândia do Sul

Terra Roxa

Rio Bom

Marilândia do Sul

Santo Antonio da Platina

Con gonhinhas

São Je ronimo da Serra

Borrazópolis São João do Ivaí

Barboza Ferraz

Mariluz

Alto Piquiri

Francisco Alves

São Pedro do Ivaí Fênix

Moreira Sales Iporã

Marumbi

Ribeirão do Pinhal

Santa Cecília do Pavão Santo Antonio do Paraíso Nova Santa Barbara

REGIÃO NORTE

Califórnia

Novo Itacolomi

Ribeirão Claro Abatiá

Nova Fátima São Seba stião da Amo reira

Assaí

Jacarezinho

Santa Amélia

Nova América da Colina

Cambi ra

Bom Sucesso

Itambé

Engenheiro Beltrão

Jandaia do Sul

Floresta

Terra Boa

Cianorte

Camba rá

Bandeirantes

Cornélio Procópio

Jataizinho

Londrina

Andi rá

Barra do Jacaré

Uraí Ibipo rã

Apu carana

Marialva

Santa Mariana

Rancho Aleg re

Mirador

Icaraíma

Itambaracá Leópolis

Sertanópolis

Dou radina Tapira

Ampé re

A agente que atua no Ponto de Atendimento em Rolândia, Tatiana Figueiredo Corrêa, destaca que os empreendedores de negócios de pequeno porte da cidade são muito participativos e interessados em receber, cada vez mais, novos conhecimentos. “Eles estão sempre buscando capacitações, principalmente para os colaboradores”, relata.

Itaúna do Sul

Marilena São Pedro do Paraná

Porto Rico

NESSES ESPAÇOS, É POSSÍVEL RECEBER ORIENTAÇÕES E CONSULTORIAS, PARTICIPAR DE EVENTOS E TER ACESSO ÀS SOLUÇÕES E FERRAMENTAS DO SEBRAE/PR

116 cursos e palestras, concretizou cerca de 450 horas de consultoria em diversas áreas, proporcionou 4.401 orientações e informações e atingiu aproximadamente 3,5 mil empresas até agosto deste ano.

Itaguajé Paranapoema Santo Santo Antonio Inácio do Caiuá Santa Inajá Inês

Diama nte do Norte

Rio Neg ro

Guaratuba

Tijucas do Sul Agudos do Sul

Piên

Paula Freitas

Clevelândia

Palmas

General Carneiro

Municípios com Pontos de Atendimento ao Empreendedor ANDIRÁ ASSIS CHATEAUBRIAND ASTORGA CAMBÉ CAMPO LARGO CAMPINHA GRANDE DO SUL CAMPO MOURÃO CAPANEMA CASCAVEL CHOPINZINHO

CIANORTE COLOMBO CORNÉLIO PROCÓPIO CURITIBA DOIS VIZINHOS FRANCISCO BELTRÃO GUARAPUAVA GOIOERÊ IRATI JAGUARIAÍVA

LARANJEIRAS DO SUL LOANDA LONDRINA MANDAGUARI MARECHAL CANDIDO RONDON MARINGÁ NOVA ESPERANÇA PALMAS PALOTINA PINHAIS

PITANGA PONTA GROSSA PRUDENTÓPOLIS QUEDAS DO IGUAÇU REALEZA ROLÂNDIA SANTA HELENA SANTO ANTÔNIO DO SUDOESTE TELÊMACO BORBA UBIRATÃ

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Loja

Ingrupo//CHP

NOVA

Sebrae

DENTRE OS PRINCIPAIS PARCEIROS DO SEBRAE/PR NOS PONTOS DE ATENDIMENTO ESTÃO ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS E EMPRESARIAIS, PREFEITURAS E SINDICATOS NO QUE O SEBRAE/PR PODE AJUDAR destaca Tatiana Corrêa.

Catalisador Em atividade há quatro anos, o Ponto de Atendimento do Empreendedor no município de Dois Vizinhos é a referência para micro e pequenas empresas da cidade e municípios vizinhos que buscam as soluções do Sebrae/PR. Até agosto de 2015, foram realizados 1.960 atendimentos e 659 consultorias, intermediadas pelo Ponto. A atendente Rozilei Cunha explica que a comunidade empresarial tem no Ponto de Atendimento a porta de entrada para o Sebrae/PR. As capacitações em finanças, gestão e lideranças estão entre os temas mais procurados, bem com consultorias especializadas nas empresas. “Quem está abrindo um negócio, normalmente, procura informações no sentido mais básico da gestão. Quem já está estabelecido, busca consultorias e outras soluções mais especializadas, conforme as demandas”, justifica. Rozilei ressalta outro fator consolidado a partir do espaço destinado aos empreendedores. “O Ponto de Atendimento potencializou os eventos empresariais no Município, trouxe 68

Com nove anos de mercado na fabricação de luminárias decorativas com lâminas naturais de madeiras, a Acoord Iluminação, de Dois Vizinhos, utiliza a parceria com Sebrae/PR para exportar. O diretor, Donato Accordi, detalha que a empresa integra a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação e participa do projeto Lux Brasil, onde empresas se uniram para buscar o mercado internacional. “O Sebrae/PR nos auxiliou com treinamentos, melhoria de processos e estamos trabalhando para obter a certificação necessária para o mercado europeu”, conta Donato, revelando que empresa já iniciou exportação para o Chile, participou de rodadas de negócios no Peru e Colômbia e encaminha os primeiros contratos com o Panamá. O consultor do Sebrae/PR, Alaxendro Dal Piva, destaca que o Ponto de Atendimento em Dois Vizinhos tem cumprido seu papel também pelo apoio das entidades locais e a parceria, desde a sua instalação, com a Associação Empresarial de Dois Vizinhos (ACEDV) e a Prefeitura. “A busca pelo planejamento, pela melhoria da gestão de negócios, pela inovação, certamente fortalece as empresas e o Município. Dois Vizinhos tem um Ponto de Atendimento referência pela sua atuação e pelo seu comitê gestor, que programa ações estratégicas, voltadas para as demandas empresariais, com vistas ao desenvolvimento da cidade e microrregião”, analisa Dal Piva. (Colaboraram nesta reportagem os jornalistas Adriano Oltramari, Aldy Coelho, Camila Cabau, Giovana Chiquim e Juliana Dotto)

O Sebrae/PR quer estar cada vez mais próximo dos empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas. Por isso, investe em um atendimento multicanal, que resulta em parcerias importantes como as que viabilizaram os Pontos de Atendimento ao Empreendedor, tema desta reportagem, e as Salas do Empreendedor, em funcionamento em todo o Estado. O canal digital também é outra prioridade da entidade.

Todos os cursos e eventos que o Sebrae/PR oferece em um só lugar! O Sebrae quer ajudar você a abrir, melhorar a sua empresa e ainda vencer em tempos de crise.

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E para isso, preparamos diversas opções de cursos, treinamentos, workshops, palestras, consultorias e eventos com temas variados. Tudo muito rápido e prático, para você aprender e aplicar imediatamente. Para facilitar o seu acesso à esta variedade de opções, criamos a nova Loja Sebrae, um ambiente que reúne todas as nossas soluções em um só lugar! Você poderá se inscrever de onde estiver, inclusive do seu celular. Muitos de nossos eventos são gratuitos! Aproveite! Além disso, você poderá também imprimir o seu certificado após o curso e ter acesso ao histórico completo de suas atividades!

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Eliana Santos, da clínica veterinária Vet Ilê, tem sede de aprender e está sempre preocupada em melhorar o desempenho dos funcionários. Ela está sempre ‘antenada’ nas novidades trazidas para o Ponto de Atendimento, como o Modelo de Excelência em Gestão (MEG) e também está fazendo o Varejo Mais em Ação. “Precisamos de uma equipe bem treinada e temos uma parceria bacana com o Sebrae/PR. Os consultores da entidade e a agente de atendimento são muito prestativos”, conta.

mais parceiros para os eventos e atraiu empresários tanto de Dois Vizinhos, com da microrregião”, confirma.

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SOLUÇÕES | SEBRAE/PR

AS REGIONAIS DO SEBRAE/PR E SEUS ESCRITÓRIOS

CRISE E OPORTUNIDADES ARTIGO

Por Edson Campagnolo

REGIONAL CENTRO

T

alvez nem o mais pessimista dos brasileiros imaginasse que chegaríamos à passagem de 2015 para 2016 com um panorama tão adverso em nossa economia. Inflação elevada, juros nas alturas, aumento do desemprego, queda no consumo. Tudo isso vem causando uma retração que, nas últimas duas décadas, parecia distante de nosso País. A cada nova notícia, mostrando uma piora nos mais diversos indicadores, o empreendedor comprova que as dificuldades que enfrenta em seu dia a dia não são exclusividade sua. De forma alguma, porém, esse cenário adverso deve desestimular o empresário. Pelo contrário, é hora de arregaçar as mangas e buscar soluções para os desafios que se colocam a sua frente. Muitas das soluções para superar as adversidades desse momento estão ao alcance das empresas. É preciso ter claro que, geralmente, crise e oportunidade andam juntas. Apesar de todas as dificuldades que trazem, os momentos de crise podem também forçar o empresário a sair da zona de conforto e buscar alternativas para manter seus negócios. A necessidade de otimizar os recursos disponíveis pode, por exemplo, levar a mudanças em processos que tragam mais agilidade e menores custos. Além disso, no caso da indústria, ele talvez seja forçado a buscar novos mercados para seus produtos, o que pode abrir possibilidades bastante interessantes para as empresas. Com a

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Sede - Ponta Grossa Rua Dr. Lauro Cunha Fortes, 450 Bairro Uvaranas - CEP: 84.025-002 Fone: (42) 3228-2500 Fax: (42) 3228-2500 Escritório - Guarapuava Rua Arlindo Ribeiro, 892 Bairro Centro - CEP: 85.010-070 Fone: (42) 3623-6720 Fax: (42) 3623-6720

desvalorização do real em relação ao dólar, nossos produtos recuperaram parte da competitividade perdida por uma série de outros fatores e voltaram a ser atrativos no cenário internacional. Para aprimorar sua gestão e seus processos e aproveitar essas oportunidades, as empresas – de todos os portes, incluindo as micro e pequenas – contam com o apoio do Sistema S. Instituições como Sebrae, Sesi, Senai, Sesc e Senac, entre outras, oferecem inúmeros serviços e soluções que podem – e devem – ser utilizados pelos empresários especialmente nesse momento de revisão de estratégias. Também é no ambiente associativo que devemos nos unir para termos mais força e cobrar de nossos representantes uma mudança de postura. Apesar da crise ter deixado ainda mais evidente a necessidade de transformações profundas nos rumos do Brasil, o poder público – incluindo aí Executivo, Legislativo e Judiciário – ainda demonstra falta de sensibilidade. Ao invés de discutir uma agenda concreta para o futuro do País, que coloque em pauta reformas estruturantes e a melhoria da eficiência da máquina pública – fatores fundamentais para garantir desenvolvimento em longo prazo –, boa parte de nossos governantes e parlamentares parece mais interessada em questões meramente político-partidárias. Muitas vezes, temos a impressão de que interesses pessoais estão acima dos interesses do País.

Edson Campagnolo é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná. Foi eleito em 2011 para comandar a entidade, tendo sido reeleito em 2015 para mais um mandato de quatro anos. É também vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR.

Escritório - Telêmaco Borba Av. Vice-Prefeito Reginaldo Guedes Nocera, 250 Bairro Centro - CEP: 84.261-020 Fones: (42) 3372-9854 / 3271-2521 Fax: (42) 3272-9854 REGIONAL LESTE Sede - Curitiba Rua Caeté, 150 Bairro Prado Velho - CEP: 80.220-300 Fone: (41) 3330-5800 Fax: (41) 3330-5768 / 3332-1143 Escritório - Paranaguá Av. Gabriel de Lara, 1.404 Bairro Leblon - CEP: 83.203-550 Fone: (41) 3426-2900 Fax: (41) 3426-2900 REGIONAL OESTE

Para mudar esse quadro, é preciso que todo cidadão participe mais ativamente da vida política, fiscalizando e cobrando a adoção de políticas alinhadas com os anseios da sociedade. Essa obrigação é também dos empreendedores que, por meio dos sindicatos empresariais, devem se unir para, em conjunto, buscar um ambiente mais favorável aos negócios em nossa cidade, nosso estado e nosso País. Apesar de todas as dificuldades que devem continuar em 2016, o empreendedor não pode desanimar e perder a esperança. O importante é que se mantenha otimista, faça a lição de casa em sua empresa e, principalmente, fique atento às oportunidades que, muitas vezes, surgem justamente das adversidades.

Sede - Cascavel Av. Presidente Tancredo Neves, 1.262 Bairro Alto Alegre - CEP: 85.805-003 Fone: (45) 3321-7050 Fax: (45) 3226-1212 Escritório - Foz do Iguaçu Rua das Guianas, 151 Bairro Jardim América - CEP: 85.864-470 Fone: (45) 3521-5300 Fax: (45) 3521-5300 Escritório - Toledo Av. Parigot de Souza, 2.339 Bairro Centro - CEP: 85.905-380 Fone: (45) 3277-4200 Fax: (45) 3277-4200 REGIONAL NOROESTE Sede - Maringá Av. Bento Munhoz da Rocha Neto, 1.116 Bairro Zona 7 - CEP: 87.030-010 Fone: (44) 3220-3474 Fax: (44) 3220-3402

Escritório - Paranavaí Rua Souza Naves, 935 Jardim São Cristóvão - CEP: 87.702-220 Fone: (44) 3423-2865 Fax: (44) 3423-2865 Escritório - Umuarama Rua Floraí, 4.295 Bairro Zona I - CEP: 87.501-290 Fone: (44) 3622-7028 Fax: (44) 3622-7065 REGIONAL NORTE Sede - Londrina Av. Santos Dumont, 1.335 Bairro Aeroporto - CEP: 86.039-090 Fone: (43) 3373-8000 Fax: (43) 3373-8005 Escritório - Apucarana Avenida Irati, 602 Bairro Centro - CEP: 86.800-220 Fone: (43) 3422-4439 Fax: (43) 3422-4439 Escritório - Arapongas Rua das Garças, 850 Bairro Centro - CEP: 86.700-285 Fone: (43) 3274-9600 Fax: (43) 3274-9610 Escritório - Ivaiporã Av. Minas Gerais, 530 Bairro Centro - CEP: 86.870-000 Fone: (43) 3472-8450 Fax: (43) 3472-8450 Escritório - Jacarezinho Rua Coronel Figueiredo, 749 Bairro Centro - CEP: 86.400-000 Fone: (43) 3511-3200 Fax: (43) 3511-3200 REGIONAL SUDOESTE Sede - Pato Branco Avenida Tupi, 333 Bairro Bortot - CEP: 85.504-000 Fone: (46) 3220-1250 Fax: (46) 3220-1251 Escritório - Francisco Beltrão Rua Ponta Grossa, 2.509 Bairro Nossa Senhora Aparecida - CEP: 81601-600 Fone: (46) 3524-6222 Fax: (46) 3524-5779

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