Revista Secovi Uberlândia | 30ª edição ESPECIAL| Jul-Ago-Set 2020

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EDITORIAL

DIretoria Presidente: Ronaldo Arantes de Mendonça Vice-Pres. do Mercado Imob. e Incorporadoras: Fernando Santos Silveira Vice- Pres. Administrativo e Financeiro Alessandro Henrique Nascimento Vice-Pres. de Relações Institucionais Cremilda Pereira de Lima Vice-Pres. de Locação Alex Feliciano Amaral Alves Vice-Pres. de Marketing Comunicação e Eventos Tereza Maria Siqueira Guimarães Netto Vice- Pres. de Shopping e Galerias Comerciais Rogério Ferreira Funaro Vice-Pres. de Assoc. e Loteamentos Fechados Leandro Sousa Cecílio Vice-Pres. de Neg. Imobiliárias e Ética Ivan Graciano da Costa Filho Vice-Pres. de Desenvolvimento Urbano Luiz Henrique Neves de Sousa Vice-Pres.de Economia e Estatística Rogério Gosuen Vice-Pres. de Incorp. Imobiliárias Rubens de Freitas Neto Vice-Pres. de Redes Imobiliárias Ricardo Alves Ferreira Conselho Consultivo e Fiscal Donizete Tavares dos Reis expediente editora chefe: Cida Bitencourt Diagramação/design: Nando Silva Revisão: Caroline Schwarzbold Imagens: Pexels, Google, Freepik Impressão: RB Digital Comercial: Alcione Rosa (34) 99866-5131 negocios@secovitap.com.br Ano VI - Nº 30° EDIÇÃO ESPECIAL Julho | Agosto | Setembro - 2020 CONTATO Av. Ubiratan Honório de Castro, 220, Santa Monica Uberlândia-MG 38408-154 (34) 3210-5131

U

m surto de pneumonia de causa desconhecida foi detectado em Wuhan, na província de Hubei, na China e relatada pela primeira vez ao Escritório local da OMS em 31 de dezembro de 2019. O surto foi causado por uma nova cepa de coronavírus, posteriormente rotulado como coronavírus2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS‐ CoV‐2) e a doença causada por esse vírus foi denominada COVID‐19. Rapidamente o surto se transformou em epidemia e em 11 de março de 2020 a OMS – Organização Mundial da Saúde declarou-o como pandemia, que é a disseminação mundial de uma nova doença. Desde então, estamos literalmente escrevendo a história. Um vírus novo, uma nova doença, mais de quatro meses depois e a comunidade médica ainda não tem todas as respostas. O mundo inteiro tem se virado como pode para tentar conter a sua disseminação. Cada país adota as medidas que acredita

Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Reprodução de matérias somente após expressa autorização da Redação. Os anúncio publicitários são de inteira responsabilidade dos anunciantes.

Querido leitor.

serem as melhores para sua realidade mesmo atentos às orientações da OMS. O Brasil tem adotado as suas próprias medidas, como não poderia ser diferente, e os cidadãos vêm, desde março, sendo bombardeados com informações, decretos, mudanças, ordem e normas a seguir. Novidades diárias, mudanças rápidas, brigas políticas e mortes. Muitas mortes. Falta de UTI’s. Falta de movimentação econômica, falta de compreensão. Acima de tudo, incertezas. Empresários são obrigados a fechar suas portas, muitas das quais, nunca mais serão abertas. Trabalhadores são impossibilitados de trabalhar, forçados a tirar férias ainda nem vencidas par a ficar em casa, têm seus contratos de trabalho suspensos e por aí vai. As pessoas passam a ver limites que nunca haviam visto antes. É uma doença nova, mas não afeta apenas a área da saúde. Todas as demais áreas da sociedade são também afetadas. Aqui em Uberlândia, como no resto do mundo, cada um vive um dia de cada vez. Afinal, sempre foi assim, não foi?

Nem sempre. Quantas vezes o mês passou e você nem percebeu? Mas isso foi antes. Agora é diferente. Todos os dias são novos: será que hoje poderei me contaminar ao ir trabalhar, ao ir ao mercado? Será que hoje poderei sair de casa finalmente? Será que hoje sairá a notícia de uma vacina? Será que hoje receberei a triste notícia da morte de alguém que amo? Essa é a nova realidade em que vivemos. Embora ainda há aqueles que parecem alheios a isso tudo e continuam indo a festas clandestinas e fazendo churrasquinho para os amigos em casa, também por isso, o isolamento social, tão insistentemente requerido pelo Comitê Municipal de Enfrentamento ao Covid-19, tinha atingido apenas 39% da população da cidade até o inicio de junho. E é sobre essa realidade que a Revista Secovi fala nesta edição. Fizemos uma edição especial para tratar exclusivamente deste assunto que requer muita informação séria. São visões e situações reais vividas por representantes dos setores de atuação no qual o Secovi-tap está inserido.

Sumário Edição Especial - Covid-19. 04

ASSOCIADOS SECOVI-TAP

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AUMENTO DO SUICÍDIO EM TEMPO DE PANDEMIA

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ANÚNCIOS

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COVID-19 E O MERCADO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEIS.

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O CORONAVÍRUS E A REALIDADE DA AREA CONDOMINIAL

A ADAPTAÇÃO DAS VENDAS DE IMÓVEIS AO NOVO CENÁRIO.

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CORONAVÍRUS O QUE DIZ A ÁERA MÉDICA.


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A REVISTA DO MERCADO IMOBILIÁRIO E CONDOMINIAL DE UBERLÂNDIA.


COVID-19 EO MERCADO IMOBILIÁRIO Como a crise afetou imobiliárias e a locação de imóveis.

Buscando entender melhor o atual cenário do mercado imobiliário na cidade de Uberlândia em meio à crise causado pelo novo Coronavírus, a Revista Secovi procurou algumas das imobiliárias associadas ao Secovi-Tap para conversar sobre o assunto. Uma delas foi a Arantes Imóveis, acompanhe a seguir: Dr. Francisco Arantes, advogado da Arantes Imóveis nos concedeu uma entrevista e descreveu para a revista como está o mercado de locação durante a pandemia. Em um bate papo bem amistoso foi possível visualizar como o covid-19 impactou este setor da economia local. Revista Secovi: Qual o impacto que o covid-19 trouxe para os contratos de locação? Dr. Francisco: O impacto maior para as imobiliárias foi a inadimplência. Já esperávamos por esse aumento, assim como pelas desocupações. Nosso grande objetivo como intermediadora dos contratos de locação é entrar em um consenso entre locador e locatário para a manutenção da locação. No início tivemos R E V I S T A

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uma demanda muito grande, e ainda temos, de solicitação de negociação dos valores dos aluguéis. Por meios de aditivos estamos conseguindo conter o aumento da inadimplência fazendo negociações; seja para prorrogação dos pagamentos, descontos nos valores dos aluguéis e, em alguns casos, até mesmo isenção. Tudo depende de cada caso. Revista Secovi: E como este processo tem sido estruturado? Dr. Francisco: Nós pedimos para que o locatário comprove sua vulnerabilidade frente à situação do covid-19. Informando de que forma sua renda foi afetada e fazendo uma solicitação formal por e-mail. Feito isso, acionamos o locador e apresentamos a situação juntamente com uma proposta, solicitando o posicionamento do proprietário do imóvel de imediato. Revista Secovi: Essas negociações tem apresentado êxito?

Dr. Francisco: Até agora esse método tem tido bons resultados. Olhando para nossa carteira, nós já negociamos algo em torno de 35% a 40% dos contratos. Revista Secovi: Então o maior impacto foi na inadimplência. Esse impacto foi muito representativo? Houve um crescimento muito grande no número de inadimplentes? Dr. Francisco: Por causa dessas ações conseguimos contê-la, se não fossem as negociações tenho certeza que a inadimplência subiria muito. Lógico que está sendo mais complicado. Mesmo negociando ainda existem locatários que não estão conseguindo se manter. Nosso maior desafio tem sido encontrar o meio termo para evitar a desocupação, porque não é interessante para o locatário desocupar, seja comercial ou residencial. Ainda tem o fato de que estamos em uma cidade universitária. Onde muitas locações são feitas para estudantes que nem na cidade se encontram. Voltaram para a cidade dos pais e ficaram por lá. Quem banca esses estudantes são os pais 6


que também foram afetados de alguma forma. Outro exemplo é a locação para salão de festas e academias que estão fechados e não se sabe quando vão voltar. Se estes desocuparem, qual a garantia que o locador tem que esse imóvel será locado novamente? Por isso tentamos sempre entrar em um acordo para a manutenção dos aluguéis. Revista Secovi: E vocês conseguiriam dizer qual tem sido a perspectiva do locador e do locatário diante dessa crise? Dr. Francisco: Olha, o pessoal tem se mostrado sensível com a situação. Raro tem sido as vezes que não entramos em um acordo. Tenho percebido que estamos vivendo uma nova realidade e as coisas precisam ser tratadas de formas diferentes e o melhor caminho tem sido negociar. Revista Secovi: Outra questão que o covid-19 trouxe para dentro das imobiliárias foi um novo formato de trabalho: o homeoffice. Como vocês se adequaram a essa nova realidade? Dr. Francisco: Para o ramo imobiliário trabalho em homeoffice é bastante complicado. Até porque não havia, dentro das empresas, tecnologia voltada para esse tipo de trabalho, a não ser para a área de marketing, mas a locação em si ain-

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da é muito manual. A pessoa precisa pegar uma chave e precisa ir olhar um imóvel. É complicado locar só pela foto. O cliente quer visitar o imóvel. Por essa razão é totalmente inviável o trabalho homeoffice, a não ser em casos bem específicos. Quando tudo isso começou e os decretos estavam mais rígidos em relação à questão do trabalho e do isolamento, nós concedemos férias para alguns funcionários na intenção de não ter nenhuma baixa na empresa, porque o volume de novas locações caiu muito. Com essa crise, ninguém está pensando em alugar um novo imóvel. Optamos então em dar férias para uma boa parte dos funcionários e trabalhar com um grupo reduzido seguindo as orientações de uso de máscaras, distanciamento e sem o atendimento presencial. Quando foi possível voltar o atendimento ao público fizemos triagem na porta da imobiliária, permitindo a entrada somente com máscaras, respeitando o limite de distância e assim temos seguido.

Dr. Francisco: Por conta do covid-19 até agora não foi preciso fazer nenhum desligamento. Até porque, com o retorno do mercado o movimento voltou e temos conseguido retomar o comércio, lógico que não está 100%, mas já está melhor do que estava. Claro que a gente continua sentindo, porque, como mencionei, nossa cidade é

Revista Secovi: Mesmo com todas essas medidas, a empresa foi forçada a desligar algum funcionário ou conseguiu manter o quadro sem alterações?

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uma cidade universitária então a desocupação tem acontecido muito, pois os estudantes não sabem quando a universidade irá voltar e por isso preferem desocupar o imóvel e alugar depois novamente ao invés de ficar com o imóvel fechado. Infelizmente está tendo muita desocupação comercial também, essas pessoas não estão conseguindo se manter, por conta da baixa do comércio e de ter que ficar fechado sem previsão de quando tudo vai acabar. Revista Secovi: Como sabemos, essa quarentena não tem data para acabar e a curva ainda não chegou. Diante disso como você visualiza o futuro caso as restrições voltem a ficar mais pesadas ou venhamos a chegar até em um chamado “lockdown”? Dr. Francisco: É preocupante. Querendo ou não isso tudo é novo. Cada dia é uma surpresa, uma situação nova. Logo quando começou, as reuniões da diretoria da empresa eram diárias para decidirmos o que fazer. Agora a gente já conseguiu se adaptar e entender um pouco de como funcionam as coisas e trabalhar com o que se tem. Eu acredito que hoje se a gente passar por um lockdown ainda temos a suspensão de contratos dos funcionários que a gente ainda não chegou a utilizar, mas com certeza corre o

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risco de fazer desligamento de funcionários para contenção de custo. Revista Secovi: O que você espera para o futuro do mercado? Dr. Francisco: O mercado imobiliário está sim sofrendo um baque, mas as pessoas precisam de um lugar para morar. Então, referente à locação assim que essa crise passar, acredito que o mercado tende a voltar ao normal. Tudo isso está sendo um aprendizado, porém o mercado tende a continuar após a crise por ser algo essencial.

concedidas, precisa ter uma análise de mérito, análise do processo, dar direito a defesa da outra parte para aí sim ter ação de despejo. Isso vai deixar a justiça ainda mais lenta e os despejos que poderiam sair em poucos meses, vão se arrastar por bastante tempo, causando muitos problema ao setor, como por exemplo: criação de uma falsa sensação de insegurança de que o locatário não vai ser despejado. Só que o locatário precisa entender que ele não está livre da dívida e que pode sim ser despejado. Isso é um grande perigo.«

Revista Secovi: Para encerrarmos, o que você nos diz sobre o novo projeto de lei que o senado aprovou recentemente que proíbe despejar inquilino inadimplente? Dr. Francisco: Na verdade, essa lei tem um prazo ainda, é longo, mas é complicado porque ela, na verdade, não proíbe os despejos, ela proíbe as liminares em ação de despejo. Não está proibido ajuizar ações de despejo, isso não mudou em nada, o que você não vai conseguir é aquelas decisões antecipadas de despejo. Então essas decisões limina- res não vão ser

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O CORONAVÍRUS E A REALIDADE DE CONDOMÍNIOS, ASSOCIAÇÕES DE MORADORES E ADMINISTRADORAS DE CONDOMÍNIOS. CONDOMÍNIO ENQUANTO COMUNIDADE No primeiro trimestre deste ano, autoridades públicas médicas e sanitárias declararam à existência de transmissão comunitária do novo Coronavírus, o que ocorre quando não se consegue identificar a trajetória de infecção por determinado vírus. O grupo de risco da Covid-19, como foi chamada a doença causada pelo novo Coronavírus, compreende: idosos, obesos, gestantes e pessoas com doenças crônicas, imunossupressoras, respiratórias e outras comorbidades preexistentes que possam conduzir a um agravamento do estado geral de saúde a partir do contágio. Enquanto isso, condomínios e associações de moradores não podem deixar de serem vistos como pequenas comunidades, constituídos por moradia de indivíduos, famílias, unidades de investimentos e o exercício de atividades profissionais para manutenção diária, como: limpeza, segurança, coleta de lixo, controle de acesso de pessoas, dentre outros. Essa pequena comunidade faz uso de áreas comuns, decorrendo, pois, a necessidade de adoção de medidas de enfretamento e combate a este novo inimigo em comum. 9

Por este motivo é de extrema importância o reconhecimento, por parte de cada pessoa envolvida, o quão imperativo se faz resguardar a segurança e a saúde de todos: moradores, condôminos, administradores, funcionários, prestadores de serviços e fornecedores. Ao observar o fluxo de pessoas, seja: moradores, familiares ou trabalhadores em geral, se percebe o quanto este fluxo é significativo, além de ser composto por cidadãos de todas as idades e nas mais variadas situações da vida, impreterivelmente incluindo pessoas que fazem parte do grupo de risco, portanto, a segurança e saúde de um implica na de todos. MEDIDAS QUE PRECISAM SER ADOTADAS Por este motivo, algumas medidas que podem ser vistas como drásticas por alguns e há bem pouco tempo, até impensadas, precisam mesmo assim, precisam ser adotadas dentro dos condomínios. ALGUMAS DESSAS MEDIDAS DEVEM SER: • Disponibilização de álcool em gel em todos os locais de entrada e saída de pessoas, como: portarias, hall, corredores, elevadores, etc. • Realização de assembleias preferencialmente virtuais.

• Suspensão de eventos, festas e quaisquer atividades que envolvam o agrupamento de pessoas. • Restrição da utilização das áreas de uso comum. • Obrigação de comunicação de casos ou indícios de violência doméstica e familiar contra mulher, criança, adolescente ou idoso, nos termos da Lei Estadual n.º 23.643/2020. ALTERAÇÃO NO FORMATO DAS ASSEMBLEIAS Embora recomenda-se a suspensão de assembleias presenciais, as deliberações deverão continuar, em especial, diante das circunstâncias excepcionais vividas hoje. Entretanto, é preciso evitar o agrupamento de pessoas, portanto, tais deliberações devem ser feitas por meio virtual. Existem muitas ferramentas que possibilitam o diálogo, a comunicação em tempo real e a tomada de decisões em ambiente totalmente virtual, o próprio Whastapp já oferece este recurso, além do Skype, Zoom e diversas outras. É importante que se tenha todos os cuidados necessários para não deixar ninguém de fora. Além disso, é imprescindível que o síndico tenha cautela na adoção de medidas restritivas e as faça preferencialmente por meio de

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medidas preventivas que serão adotadas pelo condomínio. • Realização de reunião e assembleia virtual para orientar a todos os moradores e trabalhadores sobre os cuidados necessários à vida em comum diante do risco de contágio da Covid-19.

assembleia com a finalidade de evitar futuras contendas judiciais. É preciso sempre ter em mente a garantia dos direitos constitucionais! Por exemplo: o direito de ir e vir. Condomínio e associações de moradores devem criar mecanismos de prevenção ao contágio do Covid-19, sem deixar de fora a razoabilidade e proporcionalidade das medidas adotadas. O IDEAL É QUE SÍNDICOS E PRESIDENTES DE ASSOCIAÇÕES DE MORADORES ESTEJAM ATENTOS AOS SEGUINTES PASSOS: • Convocação para diálogo e deliberação por meio virtual, convidando/convocando, via telefone/ whatsapp/mensagem de texto ou qualquer meio que evite o contato físico, todos os condôminos ou associados. • Realização de reunião e assembleia virtual para aprovação das

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• Cautela na adoção de medidas restritivas, com a finalidade de evitar futuras contendas judiciais, tendo por base sempre os direitos e garantias constitucionais. • Publicação de edital para convocação de reunião e assembleia virtual. Oportuno esclarecer que, nos termos da Lei n.º 14.010/2020, a assembleia condominial e a respectiva votação poderão ocorrer, em caráter emergencial, até 30 de outubro de 2020, por meios virtuais, caso em que a manifestação de vontade de cada condômino será equiparada, para todos os efeitos jurídicos, à sua assinatura presencial. Antes da realização da reunião ou assembleia, havendo qualquer dúvida por parte do síndico ou do presidente da associação de moradores, estes poderão entrar em contato com o setor jurídico do Secovi-Tap, através do e-mail jurídico@secovitap.com.br para esclarecer quaisquer necessidades que se fizerem necessárias, para solicitar modelo de edital de convocação ou de atas de assembleias. MANDATOS PRORROGADOS A Lei n.º 14.010/2020 abordou ponto sensível dentro dos condomínios: a dificuldade da realização de assembleias para eleição de novos síndicos. Considerando a dificuldade vivenciada pelos condomínios, caso não seja viável a realização de assembleias virtuais, os mandatos vencidos a partir de 20 de março de 2020 foram legalmente prorrogados até 30 de outubro de 2020.

I M PAC TO S SOBRE O RECEBIMENTO DAS TAXAS CONDOMINIAIS Como se não bastasse, os efeitos causados pela presente pandemia não se restringem à saúde, de modo que são notórias as consequências na vida financeira de todos. Naturalmente, os condomínios e as associações certamente já estão sentindo esses efeitos sob o aspecto econômico, uma vez que provavelmente, uma par- c e l a significativa de condôminos não conseguirão honrar com a taxa mensal. Ainda assim, a taxa condominial é essencial para m a n u te n ção de todas as atividades básicas do condomínio, como por exemplo a folha de pagamento e as contas de energia e de água. Deste modo, em virtude do inequívoco caráter excepcional, caso o condomínio se encontre em difícil situação financeira para adimplemento das despesas ordinárias e essenciais, recomenda-se a utilização do fundo de reserva ou, até mesmo, a utilização de outros fundos por ventura existentes. 10


Inobstante a dificuldade que possa vivenciar o condomínio, a adoção de qualquer medida judicial deve ser momentaneamente repensada, devendo, antes de tudo, adotar o diálogo e entendimento entre todos. Contudo é necessário ter prudência durante tais negociações haja vista o caráter essencial da taxa de condomínio. O momento pede diálogo, compreensão, entendimento, comprometimento, razoabilidade e boa-fé por parte de todos. QUESTÕES TRABALHISTAS Outra questão de suma importância que também faz parte da realidade dos condomínios envolve as questões trabalhistas. Condomínios não integram o rol de estabelecimentos comerciais, portanto, podem exigir o regular labor de seus funcionários. Todavia, devem ficar atentos e adotar as medidas de segurança impostas pelos decretos municipais, bem como pensar, sempre que possível, em alternativas para funcionários idosos com mais de 60 anos de idade. Conforme Medidas Provisórias nº 927 e 936 do Governo Federal, e ainda, Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho formulada entre o SECOVI e o SETH (sindicato dos trabalhadores), é possível aos empregadores: • Antecipar as férias do funcionário, avisando-o com pelo menos 48 horas de antecedência, desde que formulado por acordo escrito, podendo realizar o pagamento do adicional de 1/3 até o dia 20 de dezembro de 2020; • Realizar compensação de banco de horas dentro do período de até 18 (dezoito) meses, para os dias que o funcionário não puder ir trabalhar, podendo a compensação de tempo para recuperação do perío11

do interrompido ser feita mediante prorrogação futura da jornada em até duas horas, não podendo exceder dez horas diárias; • Suspender o recolhimento do FGTS com vencimento nos meses de abril, maio e junho de 2020, para pagar em até 6 (seis) parcelas a partir de julho de 2020, devendo declarar tais informações até o dia 20 de junho de 2020; • Suspender o contrato de trabalho dos funcionários, por até 60 (sessenta) dias, com suspensão do salário e encargos trabalhistas. • Reduzir o salário e encargos tra-

balhistas em 25%, 50% ou 70%, por até 90 dias, com redução proporcional da jornada de trabalho. Sendo que para adoção das duas últimas medidas acima é necessário: (I) Realizar acordo individual que deverá ser assinado por empregador e funcionário com tal previsão; (II) Comunicar ao Ministério da Economia dentro de 10 dias, o que poderá ser auxiliado pelo seu contador; (III) Comunicar ao sindicato dos trabalhadores pelo e-mail sindem-

pregtur@hotmail.com; (IV) Auxiliar o funcionário a fazer o requerimento do Benefício Emergencial previsto na MP nº 936, também com o auxílio do seu contador; (V) Continuar pagando ao funcionário, o auxílio alimentação, seguro de vida, plano de saúde e assistência médica e odontológica – Secovimed e qualquer outro benefício que tenha sido concedido ao mesmo; Mesmo com a adoção de qualquer uma das medidas citadas aqui, os demais deveres e direitos trabalhistas permanecem inalterados. E se fazendo necessário o afastamento do funcionário através da utilização de qualquer uma dessas medidas, pode o condomínio optar por contratar mão de obra terceirizada por intermédio de empresa de trabalho temporário especializada para atender às tais necessidades transitórias. Sendo de interesse do síndico, o Secovi-Tap possui empresas associadas que oferecem este tipo de serviço. Enfim, síndicos, presidentes de associações de moradores e administradoras de condomínio precisam estar constantemente atentos aos decretos municipais, estaduais e federais para se abastecer de informações e embasamento para toda tomada de decisão, sem esquecer que todas as medidas e restrições têm como objetivo preservar o bem maior que é a vida. «

Texto adaptado das Informações Básicas para o Enfrentamento e Prevenção Contra o COVID-19 para Condomínios, de Storti & Srour Sociedade de Advogados.

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AUMENTO DO ÍNDICE DE SUICÍDIO EM TEMPOS DE PANDEMIA, UM OLHAR PARA A SAÚDE MENTAL Este ano fomos pegos de surpresa com algo totalmente imprevisível, a pandemia da COVID-19. Desde então, tudo mudou. Tivemos que tomar medidas drásticas para que o vírus não circulasse e a principal medida foi nos isolarmos em nossas casas, sem convívio social. Em um primeiro momento, acredito que todos pensaram que o isolamento social seria apenas por cerca de duas semanas ou no máximo um mês e tudo já voltaria ao normal. Contudo, estamos nessa situação no Brasil há quase cinco meses, sem previsão de voltar à normalidade, ou até, assumirmos definitivamente um nova forma de viver. Pois bem, a rotina passou a ser acompanhar as notícias pela televisão e pela internet, em relação ao mundo, ao nosso país e à nossa cidade. O que vemos são matérias ligadas à expansão do vírus, números de contaminados, de mortes, pesquisas concentradas nos temas econômicos, sociais, antropológicos e no tratamento da doença em si. Mas curiosamente, dados dos “efeitos colaterais” dessa pandemia, quase não se veem. Quando se trata desses efeitos gerados, falamos principalmente do impacto na saúde mental, como transtornos de ansiedade, estresse, angústia, depressão e o alto índice de suicídio. Segundo dados trazidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), os casos de suicídio e de tentativa de suicídio aumentaram com a pandemia de corona vírus no Brasil. Mesmo que já fosse esperado um crescimento deste índice, devido à incerteza trazida pela COVID-19 e à solidão ocasionada pelo isolamento social, tal situação é muito preocupante, pois ultrapassa a expectativa consideravelmente. Os aspectos relacionados ao aumento no índice de suicídio são violência 13

doméstica, isolamento, solidão, luto, consumo de álcool e drogas, desemprego e problemas financeiros, incerteza sobre o futuro, questões referentes à divulgação midiática (pânico, FakeNews, notícias sensacionalistas) e estigma de pessoas e familiares que já foram contaminados. Nesse cenário, o que fazer para cuidar da nossa saúde mental, de forma preventiva? O primeiro passo é identificar como você se sente, quais sintomas tem sofrido com frequências nos últimos tempos, procurar ajuda, seja falando periodicamente com amigos e familiares via internet, acompanhar notícias dadas por fontes seguras, checar as mensagens que circulam pela internet, evitar válvulas de escape nocivas como drogas e excesso de bebida alcoólica e se já fizer uso de algum psicofármaco, não interromper o tratamento, sem orientação médica e se for o caso, buscar ajuda profissional. Caso ainda não saiba, tanto o Conselho de Psicologia quanto o de Medicina apoiam o acompanhamento do paciente de forma online. Mas se você não se adapta ao novo modelo de atendimento, muitas clínicas estão em funcionamento, tomando todos os cuidados necessários, em prol do atendimento dos pacientes em sofrimento. A psicoterapia é um espaço de segurança e conforto, onde se constrói uma relação empática e de confiança com o profissional, que lhe permite expressar aquilo que sente e deseja, sem julgamentos, expressar suas angústias, dores e sofrimentos, redescobrir significados e sentidos para a sua vida e ser acolhido integralmente. Como forma de chamar a atenção para o assunto, foi criada a campanha Setembro Amarelo, iniciada no ano de 2015, em comemoração ao Dia do Combate ao Suicídio, que já existe desde 2003. Neste ano esta campanha se faz ainda mais necessária, diante do cenário caótico trazido pela

pandemia e de seus consequentes reflexos na saúde mental da população. No Brasil, o suicídio já é considerado um grande problema de saúde pública, estima-se que 32 pessoas cometam suicídio por dia em nosso país e no mundo é a terceira maior causa de morte. Portanto, é importante se perceber e perceber quem está em sua volta, estar em alerta para sentimentos intensos como tristeza, raiva e sofrimento emocional, histórico de suicídio na família, violências, transtornos mentais e uso de álcool e drogas, apatia, desinteresse, desespero e desesperança em relação à vida, distanciamento e isolamento afetivo, falta de suporte e contato social e interesse em meios para efetivar o ato suicida e/ou aquisição de materiais que possam ser utilizados para tirar a própria vida. Além do exposto acima, devemos nos atentar a pensamentos e atitudes que estão relacionados à exposição intencional, de forma consciente ou não, ao risco de contágio da COVID-19, levando em consideração o momento atual da crise pandêmica. Pode ser que a pessoa esteja desejando e/ou planejando intencionalmente se contaminar com a doença para que, assim, possa morrer. Atente-se para si e para quem está em sua volta.

A R I A N A G O N Ç A LV E S PSICÓLOGA Profissional integrante da equipe de psicologia do Secovimed.

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COVID-19 E O MERCADO IMOBILIÁRIO As Vendas de imóveis e a adaptação ao novo cenário.

Dando continuidade no processo de entender mais sobre o setor imobiliário no período de crise causada pelo novo coronavírus, a Revista Secovi conversou com Fernando Silveira, Sócio Diretor da Polo Negócios Imobiliários, que tem sua atuação voltada para o mercado de vendas de imóveis. Nessa entrevista buscamos entender melhor como está o setor e como a covid-19 impactou, tanto a forma de trabalho quanto os negócios. Revista Secovi: Fernando, é visível que o novo coronavírus trouxe uma realidade inédita para todos, mas pensando no mercado de vendas de imóveis, qual foi o impacto que a covid-19 trouxe para este setor? Fernando: Eu considero que este momento seja uma adaptação no formato negocial, esse foi o grande impacto. A gente tem que se cuidar. Temos feito muito mais trabalho homeoffice e usado as ferramentas digitais disponíveis para apresentação de produtos. As incorporadoras que têm plantões estão obedecendo aos decretos municipais que nesse momento têm sido de segunda a sexta das 10h às 18h (decreto em vigor no momento da entrevista). Em todos os estandes de vendas, a R E V I S T A

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gente pôde perceber que houve uma diminuição no fluxo de clientes. O próprio cliente comprador está evitando a proximidade, mas quando tem alguma situação de assinatura ou de ter que ir até o local para ver o produto, todo mundo está tomando os cuidados recomendados de assepsia, uso de máscaras e distanciamento. Coincidiu com o momento da covid-19, a baixa da Selic. Hoje estamos vendo a taxa a 2,25% que fez com que o mercado desse uma acelerada no volume de vendas. Investidores com medo de deixar o dinheiro parado e as baixas remunerações de fundos de investimento fizeram com que as pessoas procurassem investir de uma forma mais segura e conservadora. Essa busca é natural pelo o imóvel. Mas com certeza existe uma crise sanitária mundial e isso de fato impacta no dia a dia das imobiliárias. Revista Secovi: Você falou sobre homeoffice, como foi a transição do seu pessoal em relação a isso? Vocês já tinham a tecnologia necessária ou foi preciso buscá-la? Houve complicações ou foi uma transição suave? Fernando: No nosso caso, a gente já

tinha a questão da assinatura digital e existem ferramentas hoje que atendem às nossas necessidades. Em relação a essas tecnologias quem não tinha muita habilidade, teve que fazer uma imersão. Eu acredito que a normalidade que a gente sempre quer e busca não vai acontecer como se pensa. Quando passar isso tudo, não será o normal de antes, vai ser um normal pós-pandemia. Porque tem condição, sim, de você fazer algumas reuniões que antes você tinha que se deslocar para outras cidades e estados e que hoje com o uso dessas ferramentas ficam muito mais ágeis. De certa forma eu acredito que todo mundo está trabalhando até mais do que antes. Revista Secovi: Para os corretores de imóveis que antes trabalhavam muito com contato pessoal, como tem sido essa nova realidade? Fernando: De uma forma geral, no mercado, existem as pessoas que tem mais flexibilidade e capacidade maior de adaptação e existem também as pessoas mais conservadoras que buscam manter a tradição. O mesmo serve para os clientes: tem clientes que 14


se adaptaram com essas novas ferramentas, mas tem clientes que não conseguiram, tem clientes que ainda querem o contato pessoal, mas esse contato pessoal obviamente não é como antes porque agora deve se ter os cuidados necessários. Revista Secovi: Sobre os plantões de vendas das incorporadoras, alguns desses plantões ficam em lugares abertos, como shopping ou outros lugares com restrição total de abertura. Qual tem sido a alternativa que vocês tem buscado para suprir essa condição? Fernando: Na verdade, as incorporadoras se adaptaram e se prepararam para um atendimento mais digital, com mais materiais, mais instrução, vídeos e outras questões que se adaptam ao momento, ou seja, que deixa de ter a necessidade de plantões. Nos shoppings normalmente são plantões específicos usados em espaços também específicos e por um período apenas, com certeza faz falta, mas houve uma

a d a p ta ç ã o bem rápida. Revista Secovi: Sobre esse momento difícil que estamos vivendo, a perda de poder de compras da sociedade é mais um problema entre outros. Isso tem alterado os valores dos imóveis? Fernando: Até que não, seria normal um aumento nos valores devido a essa alteração de fluxo que comentei anteriormente sobre o crescimento das vendas, sobre as baixas de fundos de investimentos e redução da taxa Selic, mas os preços ainda têm se mantido, então realmente é um bom momento para comprar um imóvel e um bom momento para se posicionar sem dú-

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vida alguma. Sem dúvida se torna um investimento mais conservador como também um fluxo bem agressivo de rentabilidade, pois na hora que o mercado voltar a sua normalidade, no que diz respeito a covid-19, a tendência é que os preços se ajustem para mais, então além da segurança patrimonial traz também um ganho de patrimônio. Revista Secovi: Outros mercados já se posicionaram dizendo que após a pandemia muita coisa vai mudar, como por exemplo, a adesão por completo ao trabalho homeoffice e uso maior das tecnologias. Você acredita que o mercado imobiliário seguirá essa tendência? Fernando:

Acredito sinceramente que já vínhamos mudando, o que aconteceu foi que a covid-19 acelerou esse

sar uma série de coisas e também acabou sendo uma situação favorável para venda de imóveis. Mas principalmente a gente precisa repensar como ser humano. Existem situações em que a gente realmente precisa aprender a dar mais valor a certas coisas. Olhar as bases da nossa vida que são a família, os amigos, nosso núcleo familiar. Acredito que esse é o momento que está fazendo todo mundo pensar de uma forma diferente e de certa forma deu uma parada no mundo como um todo, para respirar, limpar o ecossistema, fazendo a gente pensar um pouco mais em como usar esse bem tão precioso que Deus nos oferece que é nosso planeta e que é o que importa. «

processo de mudança. Creio que o mercado imobiliário está em constante mutação, uma constante adequação e uma constante evolução. Por isso eu entendo que só tivemos que acelerar algumas coisas que já mudariam mesmo sem a covid-19. Revista Secovi: Para finalizar, você gostaria de acrescentar alguma informação ou preocupação sobre esse momento que estamos vivendo? Fernando: Olha, eu acho que esse momento é muito único, para repen-

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C O R O N A V Í R U S A REALIDADE POR TRÁS DA COVID -19 A DOENÇA QUE ESTÁ MUDANDO A FORMA COMO VIVEMOS. Os últimos meses vividos em 2020 não têm sido fáceis. A pandemia causada pelo Coronavírus pegou o mundo inteiro despreparado. Alteramos nosso ritmo e nossa forma de trabalho, além de outras mudanças que ainda precisamos realizar para nos adaptar ao longo desse tempo. Igualmente difícil tem sido absorver as informações que nos cercam, que em alguns momentos nos deixam fatigados e confusos sem saber o que é verdade ou mentira. Pensando nisso, nós da Revista Secovi, resolvemos procurar uma especialista da área da saúde com a intenção de que ela pudesse esclarecer algumas dúvidas. Entramos em contato com a Dra. Maria Tereza Néri, Especialista em Medicina da Família e Comunidade, CRM 50410, que gentilmente dispôs do seu corrido tempo para esse bate papo esclarecedor e denso. Confira como foi essa conversa: Revista Secovi: Para começar, gostaríamos de saber o que de fato é o tão falado coronavírus, é esse monstro todo que temos visto na mídia ou é algo mais simples? Dra. Maria Tereza: Então, o novo coronavírus é um vírus “novo” porque já existia outros vírus do tipo corona que é esse que tem as estrelinhas em volta dele que parece com uma mamona. Por essa razão, R E V I S T A

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a gente fala que é novo, porque esse vírus vem com algumas características específicas: a maioria dos coronas estava mais ligado a sintomas intestinais, as famosas viroses intestinais, enquanto o vírus novo veio com esse potencial de letalidade, trazendo toda essa novidade ao mundo. A princípio a gente acreditava que seria apenas um vírus respiratório, mas hoje já conseguimos perceber através de estudos que ele é um vírus que não ataca só o sistema respiratório, mas também tem capacidade para causar uma alteração no sangue, que na medicina chamamos de tromboembolia, que é uma alteração na coagulação do sangue. Outros estudos mostram que ele ataca o coração e talvez por isso os pacientes que tenham problemas cardíacos são os que têm tido uma mortalidade maior e ainda tem estudos que mostram que ele pode atacar também o sistema nervoso central. Pacientes que sobreviveram ao covid-19 que não tiveram parada cardíaca e que não tiveram nada que gerasse uma lesão no encéfalo, evoluem com sintomas sugestivo de demência e começam a ter problemas de memória. Então, tudo que é novo e desconhecido é assustador e além de novo e desconhecido ele realmente tem se demonstrado assustador. Ele apresenta um potencial de transmissão muito grande e quando se transmite muito um vírus, por mais que ele tenha uma

letalidade baixa, acaba que o número de pessoas envolvidas é muito grande, por consequência, o número de óbitos também é grande. A princípio se acreditava que ele seria menos letal que a Sars-CoV-2, a gripe do porco, a gripe aviária e outras com as quais todos já tivemos contato, só que, embora ele tem se mostrado com uma letalidade um pouco parecida, a transmissibilidade dele é maior. Por isso o número de óbitos é muito maior e mais assustador, principalmente porque os outros vírus apresentavam o comportamento de atacar o sistema respiratório, enquanto o covid tem atacado múltiplos orgãos além de não termos um tratamento específico. Revista Secovi: Por se tratar de vírus, uma vez que uma pessoa já teve o novo coronavírus é possível que essa mesma pessoa venha a se contaminar novamente? Dra. Maria Tereza: Provavelmente sim. Como a gente ainda está na primeira onda, o que se supõe é em cima dos vírus que a gente já conhece. A maioria dos vírus respiratórios apresenta imunidade provisória, então a gente imagina que esse também desenvolva imunidade provisória, que pode durar de um ano a dois anos ou até mais. Mas é um vírus que está aí há pouco mais de seis meses, então ainda não houve a segunda 16


onda para saber. Já houve pacientes que apresentaram dois casos nesse período de seis meses, com um intervalo de tempo muito pequeno e não se sabe se eles tiveram contato com o vírus novamente ou se foi o próprio vírus que ficou incubado e deu uma segunda atacada no indivíduo por não ter sido eliminado de verdade. Ainda não tivemos tempo suficiente para dizer se existe imunidade permanente ou não, o que se imagina é que provavelmente esse vírus vai ser igual aos outros. A maioria dos vírus respiratórios e vírus intestinais apresentam imunidade só temporária, tipo a gripe da influenza A que temos que nos vacinar todo ano. O vírus da influenza A é muito simples, então ele sofre mutação muito fácil e aquilo que o

probabilidade de ter complicações mais graves. Os pacientes idosos por que o sistema imunológico deles é mais frágil, independente de ter alguma doença de base ou não, todo paciente idoso tem um sistema imunológico mais fragilizado. Além do idoso, incluímos pacientes obesos por que eles também têm um sistema imunológico frágil. O paciente de Uberlândia mais jovem que faleceu, tinha 38 anos e era um paciente obeso. Esse é um fator de risco que temos visto também. A obesidade interfere como se fosse um processo

enças tipo câncer, doença autoimune na qual paciente precisa usar imunossupressor. Por isso, pacientes que estão em tratamento de câncer, artrite reumatoide ou lúpus, que são doenças autoimunes, precisam usar corticoide em doses altas e o corticoide inibe o sistema imunológico. Também temos visto pacientes com doenças cardíacas e pacientes com doenças renais com maiores complicações. Então o grupo de risco, como se pode ver, não é pequeno. Com relação a crianças e gestantes ainda não temos certeza se eles pertencem ou não ao grupo de risco, mas se imagina que sim, por que a gestação é um estado de imunocomprometimento, para mãe não atacar o feto o sistema imunológico dela tem meio que ser desligado. Já a criança porque o sistema imunológico dela ainda está sendo preparado. A princípio, as crianças não têm apresentado uma letalidade maior que os idosos, parece que elas têm uma suscetibilidade maior que as pessoas mais velhas, porém elas não são mais suscetíveis a desenvolver complicações. Revista Secovi: Desde o início da pandemia no Brasil se ouve falar sobre o momento que irá chegar o pico de contaminação. Nas últimas semanas aqui em Uberlândia (até o momento da entrevista) o número de casos tem aumentando drasticamente, isso significa que já chegamos ao pico?

corpo aprendeu a eliminar o ano passado, esse ano já está diferente, então o corpo não dá conta de ir na velocidade do vírus. Revista Secovi: Muito se ouve falar sobre os grupos de risco, mas quem de fato é do grupo de risco e quais as complicações que podem ter? Dra. Maria Tereza: Fazem parte do grupo de risco aquelas pessoas que apresentam maior 17

inflamatório no corpo, então o corpo está mais inflamado e como ele está mais inflamado o sistema imunológico está mais ocupado em tentar combater essa inflamação, por essa razão o sistema imunológico do paciente obeso é considerado mais frágil e por isso ele tem uma chance maior de evoluir com complicações. Além disso, doenças que por si causam alteração na imunidade, como a diabetes e as do-

Dra. Maria Tereza: Infelizmente ainda não chegamos ao pico. Só saberemos se chegamos ao pico quando sairmos dele. Tenta imaginar uma curva, para sabermos quando estiver no pico essa curva tem que começar a declinar e a nossa curva contínua em linha reta para cima. Se espera que estejamos chegando nele, porque quando chegar é sinal que está começando a diminuir a velocidade de contágio, mas a princípio não estamos tendo sinal que esse pico esteja próximo. E a única coisa que já foi provado, por vários fatores, que funciona com essa doença é o isolamento e estamos com dificuldade de fazer esse isolamento no nosso município.

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Revista Secovi: Olhando os dados que a prefeitura disponibiliza diariamente e comparando estes dados com o restante do país, temos a impressão que estamos melhor que a maioria dos outros municípios. Como realmente está o cenário de Uberlândia frente ao covid-19? Dra. Maria Tereza: Nós realmente estamos melhor do que grande parte do país, por que Uberlândia é uma cidade rica e a quantidade de pessoas na faixa da miséria aqui é menor do que em muitas cidades. Nosso sistema de saúde não é bom, mas é muito melhor que em outros locais. Por isso, se olharmos o todo, Uberlândia é uma das melhores cidades do país em se tratando de índice de desenvolvimento humano, que é um dado positivo. Como exemplo, o estado de Sergipe tem 80 leitos de UTI na rede pública, já o município de Uberlândia tem 100 leitos de UTI na rede pública, por aí você percebe porque a gente ainda está em uma situação privilegiada. Mas se olharmos para a nossa demanda, Uberlândia nunca teve leito de UTI sobrando. Esses leitos “sobrando” que vemos nos dados de hoje existe porque tivemos que fechar o ambulatório do HC (Hospital de Clínicas) para tê-los. Você não tem noção o que é fechar o ambulatório da UFU. Isso é fechar o atendimento para mais de 4 milhões de habitantes, porque o território que o ambulatório da UFU atende é de 4 milhões de pessoas da nossa região. Ele não é só para Uberlândia, é para o que chamamos de Macro Triângulo Norte, então toda a parte de cima do Triângulo Mineiro se desloca para cá. Quer dizer que se uma pessoa de Patrocínio, que é uma das cidades mais afastadas da nossa micro área, que precisa de uma cirurgia de vesícula que estava na fila há três anos e que a cirurgia estava marcada para março de 2020, teve a cirurgia adiada por tempo indeterminado. Uma pessoa que precisa de uma cirurgia cardíaca que estava marcada para março de 2020 também teve sua cirurgia adiada por tempo indeterminado, assim como qualquer outra cirurgia eletiva. Então, pra conseguir esses leitos que R E V I S T A

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estão sobrando, tivemos que parar muita coisa, e esse problema não vai ter uma resposta hoje, daqui a um ano é que vai aparecer o estrago que isso causou. O impacto da covid-19 não é só para hoje, não será um impacto que terá uma resposta rápida. A gente ainda vai ter até a terceira onda que é quando esses pacientes crônicos vão agudizar e não teremos onde pô-los. Quando isso acontecer, se deixarmos o HC funcionando normalmente, teremos uma demanda muito grande por cirurgia e procedimentos que necessitam de UTIs e esses procedimentos vão ocupar leitos de pessoas com covid-19. Todos esses pacientes que tinham a UFU como referência não têm mais já há alguns meses, se esses pacientes que já estavam na fila tinham esperança de sair da fila em três anos, em média, agora vai levar mais tempo. A gente está em uma situação que parece ser confortável, mas nem de longe realmente é. Esse problema vai explodir em algum momento, provavelmente no ano que vem, no máximo. Como exemplo tenho uma paciente cujo genro infartou em Janeiro. Saiu a vaga para ele ser internado em março para fazer o cateterismo. Ele inter-

nou e deram alta para ele ir para casa. Hoje ele está em casa infartado desde janeiro. Tem também pacientes que estavam com acompanhamento com neurologista da UFU e agora estão sem acompanhamento. Tem paciente que precisa passar uma sonda e não sabemos como iremos fazer por que talvez não conseguiremos vagas de sondas e o paciente está sem comer já há alguns dias. Então não é tão simples quanto parece. Uberlândia está em uma situação privilegiada comparada com outras cidades do nosso país, mas nem de longe nossa situação é confortável. Saúde não espera. Uma hora todos esses problemas vão aparecer. Só pra ficar claro: nunca existiu leito de UTI sobrando na UFU. Para se ter noção: existe fila de espera com 30 pacientes aguardando e quem precisa de UTI não aguenta esperar. Revista Secovi: Diante desse cenário, como está a rotina de vocês médicos? Dra. Maria Tereza: Assim, eu estou tranquila porque eu tenho muita certeza da minha escolha. No momento que você escolhe ser médico automaticamente escolhe correr alguns riscos. Pegar uma doença contagiosa é um risco inerente à nossa profissão, ao mesmo tempo estou tomando todos os cuidados possíveis para não pegar e nem transmitir para alguém da minha família. Uso todos os equipamentos de proteção individual e troco de acordo com as recomendações necessárias. Lavo a mãos constantemente e ao chegar em casa a roupa que usei na rua fica do lado de fora assim como os sapatos, ao entrar já tomo banho, ao ir no supermercado, mesmo que seja para comprar uma caixa de fósforos, a roupa que usei no supermercado não adentro com ela em casa, tento tomar todos os cuidados possíveis. A gente tem que tomar cuidado por que é tudo muito novo, não sabemos como nosso corpo reage ao vírus, ainda não temos as respostas. Como, no momento, não estou trabalhando dentro do pronto socorro minha rotina é um pouco diferente, quem está na linha de frente é quem está no pronto socorro, que em mo18


mento nenhum parou de atender. Revista Secovi: E com tudo isso que você nos contou e depois de alguns meses vivendo essa realidade, qual é a sua maior preocupação no momento? Dra. Maria Tereza: Minha preocupação é mais como pessoa do que como profissional da saúde. O que o nosso país está virando. As pessoas parecem que não se preocupam com o outro. Eu vejo pacientes idosos cujos os filhos não estão nem aí, não protegem esse idoso que tem em casa e isso me preocupa muito, porque a informação tem chegado o tempo todo, as mídias têm avisado que é uma doença nova que muitas pessoas estão morrendo, que é preciso tomar cuidado, que existem os grupos de ríscos e, mesmo assim, vemos jovens dando festa, pessoas que andam com a máscara pendurada no pescoço. Então isso me preocupa. Eu vejo com muita preocupação porque vejo que muita gente não está acreditando e acha que não tem problema, que por ser jovem ou não fazer parte do grupo de risco não precisa se proteger, mas esquece que vivemos em comunidade e se a gente não cuida de quem está do nosso lado, uma hora isso volta para nós. Revista Secovi: Outra questão importante é o fato de que o vírus ainda não tem um tratamento ou vacina específicos, ainda assim, já existe um grande número de pessoas recuperadas. Como essas pessoas têm conseguido se curar? Dra. Maria Tereza: O que acontece é que nós temos a nossa disposição um arsenal de drogas para sintomas, a medida que o 19

paciente vai apresentando determinado sintoma, nós vamos tratando esses sintomas. Agora imagina que sua casa está pegando fogo porque teve um curto circuito, o bombeiro vai lá e vai apagando o incêndio, mas enquanto não chega no curto circuito pode ser que o bombeiro não consiga apagar o incêndio a tempo da sua casa não ser destruída. É isso que temos hoje: temos que agir rápido e agir certo, se não fizermos isso corremos o risco de destruir a casa antes de destruir o fogo. O que acontece, às vezes, é que a gente vai destruindo o corpo do paciente e não consegue destruir o vírus, às vezes a gente consegue destruir o vírus sem que o corpo do indivíduo seja destruído e é aí que se dá a recuperação. Se o coração do paciente está parando, por exemplo, ele não vai conseguir combater o vírus e a gente vai precisar jogar droga para o coração funcionar, aí o rim começa a parar e a gente joga droga para o rim, daí é a circulação que começa a colapsar, e a gente joga droga para a circulação. Às vezes, durante esse tempo, a gente consegue ir apagando o incêndio daqui e dali e a pessoa consegue eliminar o vírus. Ou seja, não temos um tratamento que mate o vírus, temos tratamentos que cuidam das lesões que o vírus vai causando e às vezes as lesões são tão graves que o indivíduo não resiste, não é tão simples, mesmo que a gente tenha um arsenal terapêutico é um processo que pode ser longo. Revista Secovi: Para finalizar, você gostaria de deixar alguma sugestão ou adicionar alguma informação? Dra. Maria Tereza: Eu penso que as pessoas precisam procurar informações de qualidade. As informações mais seguras possíveis. Evitar conversas de whatsapp, evitar conversa da vizinha, da prima, do tio e do sobrinho. Observar tudo que chega de notícia e avaliar se é verdade, porque estamos vivendo uma situação que é muito grave e se a gente não se informa direito, corremos um risco de ser vítima da desinformação. Busque informação de qualidade, não acredite em fake news, porque todos os dias se inventa uma mentira nova e isso é muito grave. «

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